Êîãäà äàíî âíà÷àëå áûëî ñëîâî,  íåì æèçíü áûëà ñàìà è äèâíûé ñâåò. Âñå, ÷òîáû íå ñêàçàëè, áûëî íîâî.  äåëà áûë ïðåîñóåùñòâëåí çàâåò.  ÷åñòè áûâàë ñëàãàâøèé èçðå÷åíüÿ Ôèëîñîô, èëü îðàòîð, èëü ïîýò. Óâû, ñëîâåñ ñàêðàëüíîå çíà÷åíüå Óøëî â íåáûòèå ç ìíîãî ëåò ëåò. Âñÿ ôàëüøü íåèñïîëíèìûõ îáåùàíèé, Âñå, ñêàçàííîå «ê ñëîâó», íåâçíà÷àé, Ïîâèñëî â òÿ

A Posse De Um Guardi?o

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A Posse De Um Guardi?o Amy Blankenship Kyoko encontra-se no meio de uma guerra sem idade entre os poderosos Guardi?es e o ?ltimo Guardi?o que se tornou o inimigo, um senhor demon?aco que det?m o poder de os destruir a todos. Os segredos s?o mantidos e os verdadeiros cora??es s?o escondidos debaixo de camadas de gelo e maldade. Mais uma vez a batalha entre o bem e o mal come?a a esbater-se, enviando os destinos dos envolvidos para uma forma mais perigosa e sedutora de caos. Quando o inimigo mostra o seu cora??o e o aliado fica sem cora??o, estes poderosos imortais lutam entre si e com o seu pr?prio cora??o para proteger a sacerdotisa. Ela ? o centro do seu mundo e cada Guardi? procura fazer dela o que ela era destinada a ser... A posse de um Guardi?o. A Posse De Um Guardi?o S?rie O Cristal do Cora??o Guardi?o Livro 5 Amy Blankenship, RK Melton Translator: Ana Lu?sa Barradas Copyright © 2009 Amy Blankenship Edi??o em Ingl?s Publicada por Amy Blankenship Segunda edi??o Publicada por TekTime Todos os direitos reservados. A Lenda do Cora??o do Tempo Os mundos podem mudar... mas as verdadeiras lendas nunca desaparecem. As trevas e a luz t?m lutado desde o in?cio dos tempos. Os mundos s?o formados e esmagados sob os p?s dos seus criadores, mas a necessidade cont?nua do bem e do mal nunca foi questionada. No entanto, ?s vezes um novo elemento ? adicionado ? mistura... a ?nica coisa que ambos os lados desejam, mas apenas um pode ter. De natureza paradoxal, o Cristal do Cora??o Guardi?o ? a ?nica constante que ambos os lados sempre se esfor?aram para atingir. A pedra cristalina tem o poder de criar e destruir o universo conhecido, mas pode acabar com todo o sofrimento e conflito ao mesmo tempo. Alguns dizem que o cristal tem uma mente pr?pria... outros dizem que os deuses est?o por tr?s de tudo. Cada vez que o cristal aparece, os seus guardi?es sempre est?o prontos para defend?-lo de todos os que o usem de forma ego?sta. As identidades desses guardi?es permanecem inalteradas e eles amam com a mesma ferocidade, independentemente do mundo ou do tempo. Uma rapariga est? no centro desses antigos guardi?es e ? o objeto das suas afei??es. Ela mant?m dentro de si o poder do pr?prio cristal. Esta ? a portadora do cristal e a fonte do seu poder. As linhas muitas vezes ficam desfocadas e proteger o cristal lentamente se transforma em proteger a sacerdotisa dos outros guardi?es. Este ? o vinho de que bebe o cora??o das trevas. ? a oportunidade de tornar os guardi?es do cristal fracos e suscet?veis ao ataque. A escurid?o anseia o poder do cristal e tamb?m a rapariga, como um homem deseja uma mulher. Dentro de cada uma dessas dimens?es e realidades, tu encontrar?s um jardim secreto conhecido como o Cora??o do Tempo. Ali, encontra-se uma est?tua de uma jovem sacerdotisa humana. Est? cercada por uma magia antiga que mant?m o seu tesouro secreto escondido e bem conservado. As m?os da donzela est?o estendidas como se estivessem ? espera que algo precioso seja colocado nelas. A lenda diz que ela est? ? espera que a pedra poderosa conhecida como o Cristal do Cora??o Guardi?o volte para ela. Somente os Guardi?es conhecem os verdadeiros segredos por tr?s da est?tua e como ela surgiu. Antes que os cinco irm?os dessem o seu primeiro suspiro, os seus antepassados, Tadamichi e o seu irm?o g?meo, Hyakuhei, protegiam o Cora??o do Tempo durante a sua hist?ria mais sombria. Durante s?culos, os g?meos protegeram o selo que impedia que o mundo humano se sobrepusesse ao reino demon?aco. Essa tarefa era sagrada e a vida dos humanos e dos dem?nios tinha que ser mantida segura e em segredo uns dos outros. Inesperadamente, durante o seu reinado, um pequeno grupo de humanos acidentalmente atravessou o mundo demon?aco por causa do cristal sagrado. Durante um per?odo de turbul?ncia, os seus poderes causaram um rasgo no selo que separou as dimens?es. O l?der do grupo humano e Tadamichi rapidamente se tornaram aliados, fazendo um pacto para fechar o rasgo no selo e manter os dois mundos separados um do outro para sempre. Mas durante esse tempo, Hyakuhei e Tadamichi se apaixonaram pela filha do l?der humano. Contra a vontade de Hyakuhei, o rasgo foi reparado por Tadamichi e o pai da rapariga. A for?a do selo tinha aumentado dez vezes, separando o perigoso tri?ngulo amoroso para sempre. O cora??o de Hyakuhei foi despeda?ado... At? mesmo o seu pr?prio irm?o de sangue, Tadamichi o traiu, certificando-se de que ele e a sacerdotisa estivessem separados pela eternidade. O amor pode se transformar na mais perversa das coisas uma vez que ? perdido. O cora??o partido de Hyakuhei se transformou em raiva maliciosa e ci?me, causando uma batalha entre os irm?os g?meos, terminando a vida de Tadamichi e dividindo as suas almas imortais. Esses fragmentos de imortalidade criaram cinco novos guardi?es para assumir a tutela sobre o selo e proteg?-lo de Hyakuhei, que se juntou aos dem?nios dentro do reino do mal. Aprisionado na escurid?o em que se tornou, Hyakuhei expulsou todos os pensamentos de proteger o Cora??o do Tempo... em vez disso, ele voltou a sua energia para banir o selo completamente. Os seus longos cachos noturnos, passando dos joelhos e um rosto pertencente apenas ao mais sedutor, desmentiam o verdadeiro mal escondido dentro da sua apar?ncia angelical. Quando a guerra come?a entre as for?as da luz e das trevas, uma luz azul ofuscante ? emitida da est?tua santificada, sinalizando que a jovem sacerdotisa renasceu e o cristal ressurgiu do outro lado. ? medida que os guardi?es s?o atra?dos para ela e se tornam os seus protetores, a batalha entre o bem e o mal realmente come?a. Da? a entrada num outro mundo onde a escurid?o ? dominante no mundo da luz. Esta ? uma das suas muitas aventuras ?picas... Cap?tulo 1 - Penas da meia-noite Penas escuras deixaram um caminho no c?u noturno enquanto Hyakuhei voava dentro da furiosa tempestade que tinha criado... a sua raiva formava o n?cleo dela. Raios e trov?es imitavam o seu humor enquanto a chuva escondia a verdade do seu tormento. O seu poder final era prosperar com a autoridade dos dem?nios com que ele lutou e, de seguida, tomou dentro do seu ser... mas ele n?o esperava que o tiro sa?sse pela culatra de uma forma como esta. O seu alvo tinha sido um dem?nio f?cil de superar e consumir no vazio que era a sua alma. Mas o duende tinha escondido um peda?o do Cristal do Cora??o Guardi?o partido bem no fundo da sua mente. Esse poder permitiu ao dem?nio do sonho sobreviver dentro dele e agora estava a tentar se vingar. Os olhos negros de Hyakuhei tornaram-se um tom mais escuro enquanto se perguntava se essa n?o tinha sido a verdadeira inten??o do dem?nio o tempo todo... quebr?-lo por dentro. O humilde dem?nio dos sonhos pensou em lhe dar... pesadelos! Na sua f?ria, Hyakuhei erroneamente levou o duende do sonho para dentro do seu corpo para silenci?-lo para sempre... apenas para atorment?-lo agora por dentro. O dem?nio tinha um poder desenfreado que Hyakuhei n?o esperava. Continha dentro de si a capacidade de ver o verdadeiro passado que nem mesmo ele tinha consci?ncia. Coisas que aconteceram noutra ?poca e lugar... realidades alternativas. Com tal poder, Hyakuhei deveria saber que possu?a um dos talism?s do cristal sagrado. Agora o dem?nio escolheu atorment?-lo com vis?es quando ele fechasse os olhos para o mundo ao seu redor... agora o sono se tornou num lugar de truques. As mem?rias indesejadas deixaram o seu sangue aquecido a um grau doloroso, criando um desejo nele que tinha esquecido... uma ?nsia pela sacerdotisa ruiva que o iludiria para sempre. A fome que ele sentia era insuport?vel agora, uma lembran?a da derradeira trai??o do ?ltimo lugar que ele esperava... O amor torna-se uma coisa m? depois de te ter sido tirado. Cabelo de ?bano obscureceu o seu rosto angelical enquanto ele gritava em f?ria. – Como ousas me mostrar o passado quando n?o h? nada que eu possa fazer para mud?-lo! – O som da sua voz se perdeu no trov?o que ressoou ao seu redor. Trovejou ensurdecedoramente em resposta ? sua ang?stia, quase provocando-o para continuar. Um rel?mpago brilhou, iluminando brevemente o seu rosto, trazendo os seus belos tra?os para a dura realidade. Ele tinha acordado apenas uma hora atr?s com os suores noturnos que acompanhavam os sonhos dela. Uma vez a segurou... a tocou. Os seus olhos de ?bano se estreitaram de raiva. Ela o tinha deixado am?-la e nem se lembrava. S? isso era muito mais doloroso do que os sonhos, mas mesmo agora eles tinham as suas pr?prias vidas que o destino tinha mais uma vez entrela?ado. Os sonhos recorrentes nunca terminavam... o final sempre o iludia, fazendo-o querer ver e sentir mais o conto atormentador e agridoce. A coisa mais vingativa que o duende dos sonhos poderia ter feito era faz?-lo desej?-la novamente. Ele supostamente foi al?m disso, abra?ando a criatura que ele se tornou em seu nome. Mesmo agora, ele n?o ousava enfrent?-lo por medo de se perder no sofrimento da sua pr?pria alma. Hyakuhei sentiu a sua raiva a diminuir enquanto ouvia as vozes sussurradas maliciosamente dentro dele. As incont?veis entidades malignas contidas por ele, dem?nios que obedeciam voluntariamente ?s suas ordens, convergiram para o duende dos sonhos... lutando numa batalha interna que n?o durou muito. O dem?nio do sonho foi for?ado a se curvar ? vontade do seu novo mestre, pelo menos enquanto as correntes invis?veis pudessem segur?-lo. Ele sabia que o dem?nio ainda poderia provoc?-lo com vozes e imagens sedutoras, mas ele tamb?m sabia que agora poderia usar esse poder emprestado para compartilhar essas mem?rias com a sacerdotisa. Os l?bios de Hyakuhei se curvaram levemente num sorriso manchado, sabendo que agora ele poderia usar o poder dos duendes dos sonhos para sua pr?pria vantagem. Ele alimentaria os sonhos da sacerdotisa com o que eles uma vez compartilharam do outro lado do tempo... plantando-se nas suas imagina??es noturnas e misturando mem?rias com o estranho v?nculo que os mantinha ligados at? agora neste mundo. A sua m?o subiu na sua frente... segurando o que o ajudaria. As lascas do Cristal do Cora??o Guardi?o que coletou se acenderam, refletindo o raio que passou bem acima dele. Enquanto ele observava os min?sculos cristais ganharem vida, a imagem dela apareceu como um reflexo neles. O seu olhar acariciou a suavidade do seu rosto e a vermelhid?o rubi dos seus l?bios carnudos. Ele agora se tornaria um mestre da ilus?o. – Eu te terei outra vez. – ele sussurrou mal-humorado antes que o mal rastejasse de volta na sua voz. – Sacerdotisa, vou entrar na tua mente onde n?o podes escapar de mim ou das mem?rias do teu pr?prio passado... nosso passado! Os peda?os de cristal partidos brilharam na sua palma enquanto o seu poder agora contaminado cruzava mundos e realidades para encontrar a sacerdotisa no seu pr?prio mundo... onde ela dormia. ***** Do outro lado do Cora??o do Tempo, na sua cama quente e agrad?vel, Kyoko estava a dormir... mas o sil?ncio do sono foi perturbado com lampejos de imagens e sons enquanto ela se virava e voltava a se virar. A confus?o se desfez quando os sons e movimentos tornaram-se um na sua mente e ela se perdeu no estranho pesadelo. Ela come?ou a suar frio quando o sonho se tornou quase real... real demais quando a puxou para dentro. Kyoko podia ouvir o grito de nega??o do inimigo assim que ela desmaiou. Ela tinha feito tudo o que podia. Ela impediu Hyakuhei de adquirir o Cristal do Cora??o Guardi?o da ?nica maneira que ela conhecia. O seu ?ltimo pensamento foi tristeza... ela partiu o Cristal do Cora??o Guardi?o e agora... ela n?o podia voltar para o seu pr?prio mundo. Hyakuhei olhou para a rapariga que estragou todos os seus planos cuidadosamente tra?ados. Ele tinha feito todos pensarem que ele estava morto... n?o era mais uma amea?a, ent?o esperou silenciosamente na escurid?o. Ele sabia que enquanto a sacerdotisa estivesse com os seus guardi?es, ela era muito poderosa para se aproximar. Ent?o ele se escondeu e suprimiu o seu poder, fingindo-se de morto, esperando que ela cometesse o erro de ficar sozinha. Ela ficaria fraca e vulner?vel... permitindo que ele tirasse o Cristal do Cora??o Guardi?o dela. Tudo tinha funcionado perfeitamente. Ela estava sozinha nos jardins do Cora??o do Tempo... pronta para voltar atrav?s do portal do tempo agora pensando que o jogo perigoso tinha acabado... o jogo que eles jogaram por v?rios anos sem vencedor. Ele estava a cent?metros do que ele queria mais do que qualquer coisa. Hyakuhei estava acima da bela sacerdotisa virgem, o seu cabelo escuro como corvo fluindo como seda por todo o comprimento do seu corpo, ro?ando as suas pernas e ainda vibrando na brisa criada a partir do estilha?ar do Cristal do Cora??o Guardi?o. Ele era t?o bonito quanto um anjo das trevas, mas dentro dele batiam muitos cora??es de dem?nios enfurecidos. Ele queria matar a Sacerdotisa pelo que tinha feito, mas n?o iria... ele n?o poderia enquanto o seu olhar acariciava o rosto que amava. Os raios de luz das estrelas que surgiram da fragmenta??o do Cristal do Cora??o Guardi?o ainda iluminavam o c?u como uma chuva de meteoros celestiais... era tarde demais. Hyakuhei sabia que os seus guardi?es viriam por ela. Os filhos do seu irm?o mais uma vez tentariam salv?-la dele... e a hist?ria se repetiria indefinidamente. Os c?us selaram o seu destino h? mil?nios atr?s... apenas para oferecer a hip?tese cont?nua de mudar o mesmo destino. O seu rosto angelical se transformou num sorriso de esc?rnio. O guardi?o n?o encontraria a sua sacerdotisa desta vez. Rapidamente, ele embalou o seu corpo inerte nos seus bra?os. Ningu?m ainda sabia que ele estava vivo e por enquanto ele iria deixar assim. Ele n?o a magoaria... em vez disso, Hyakuhei decidiu... desta vez... ele a manteria. Mais uma vez mascarando a sua aura maligna, usou o seu poder e abriu um pequeno vazio negro e entrou, levando Kyoko com ele atrav?s do portal. O portal silenciosamente se fechou atr?s deles... apagando todas as pistas da verdade. Quando os guardi?es viessem atr?s dela, eles simplesmente acreditariam que ela tinha voltado para casa, abandonando-os na sua terra de dem?nios. Kyoko acordou na cama e se perguntou de onde o pesadelo tinha vindo. Ela procurou ao redor do quarto com olhos esmeralda arregalados e assustados, certificando-se de que n?o era real... que Hyakuhei n?o estava ali. Ela ainda podia senti-lo tocando-a e, estranhamente, ela sentia falta daquele toque. No entanto, ao mesmo tempo, ela queria apagar a mem?ria disso. Puxou as cobertas ao redor dela em confus?o. Ao ouvir o sil?ncio da casa, Kyoko sabia que nunca voltaria a dormir, ent?o cometeu o maior erro da sua jovem vida... decidiu voltar para um mundo de dem?nios no meio da noite. Estar com os guardi?es seria a ?nica coisa que a faria se sentir segura outra vez. Alguns minutos depois, ela se viu do outro lado do Cora??o do Tempo, olhando para a clareira que cercava a est?tua da donzela. Ela suspirou agora que estava o mais longe poss?vel da cama onde tinha tido o pesadelo. Mesmo assim, ela podia sentir o sonho a assombrar como se estivesse ? espera que voltasse a dormir. Isso provocou os recantos da sua mente, atormentando a sua imagina??o com imagens que eram corporais demais para deixar passar. Balan?ando a cabe?a, ela respirou fundo e bebeu na familiaridade dos seus arredores. Enormes pedras brancas se projetavam do solo em lembran?a do magn?fico castelo que outrora abrigou os jardins conhecidos como O Cora??o do Tempo. O vento soprava pelos galhos das ?rvores ao redor, emprestando um som suave ? escurid?o silenciosa. Vendo um rel?mpago ao longe, Kyoko voltou os seus olhos esmeralda para o leste. Ela estremeceu se perguntando como algo t?o bonito... poderia ser t?o perigoso. Mesmo contra o c?u escuro, ela podia ver as nuvens a bloquear as estrelas. O rel?mpago dan?ou atrav?s das nuvens como dedos de aranha, dando ? distante tempestade uma apar?ncia sinistra. Kyoko piscou quando viu o raio convergir para um lugar nas nuvens. Formou uma pequena bola de luz antes de explodir como uma pequena explos?o estelar. Ela n?o ficou surpresa com esse fen?meno... tendo visto coisas mais chocantes do que uma nuvem de raios. O que chamou a sua aten??o foi que continuava a acontecer no mesmo lugar. – O que eu estou aqui a fazer? – ela perguntou ? est?tua da sacerdotisa que se parecia tanto com ela, sabendo que n?o obteria uma resposta. As nuvens raivosas da tempestade que se aproximava ainda n?o tinham chegado t?o longe e a luz da lua brilhava como se estivesse a iluminar o santu?rio inaugural. Kyoko se aproximou, examinando os detalhes extraordin?rios da est?tua e pensando nela pela cent?sima vez. Elas eram quase exatamente iguais... ela e a est?tua... mas tinha sido esculpida h? mais de mil anos neste mundo... n?o dela. Mais uma vez, ela se perguntou quem poderia t?-la colocado ali e por qu?? Como algo pode ser esculpido com um rosto que ningu?m conheceu ou viu antes da sua cria??o? Kyoko suspirou novamente se perguntando o que estava a fazer. Era quase meia-noite e disse aos guardi?es que n?o voltaria at? de manh?. Mas enquanto estava deitada na sua cama macia, no seu mundo relativamente seguro, ela n?o conseguia dormir devido a algum sexto sentido lhe dizendo que as coisas estavam prestes a mudar. Se essas mudan?as eram para melhor ou para pior, ela n?o sabia dizer... e os sonhos do inimigo n?o estavam a ajudar. Os seus pensamentos giravam entre o Cristal do Cora??o Guardi?o e o talism? despeda?ado que se tornou. Como sempre, os seus devaneios e pesadelos mudaram atrav?s dos guardi?es que ela nunca pediu, e os dem?nios perigosos que eles trouxeram. Os seus pensamentos se voltaram instantaneamente para Hyakuhei, o seu inimigo. Ela n?o conseguia entender como algu?m t?o incrivelmente bonito podia ser t?o cruel e perigoso. Kyoko viu outro flash de rel?mpago no c?u ? dist?ncia. Ela ergueu uma sobrancelha, lembrando-se de que as apar?ncias podem enganar. Bonito ou n?o... assim como um raio, Hyakuhei era muito perigoso. Ela sabia que conforme Hyakuhei coletava peda?os espalhados do talism?, ele se tornava muito mais forte... mesmo sendo extremamente poderoso para come?ar. Ele j? tinha a habilidade de apanhar os dem?nios mais fracos e humildes dentro de si e prosperar no seu poder sombrio. Ele tamb?m podia libertar esse poder com efeitos devastadores quando chegasse a hora certa... como na batalha. Com habilidades como essa... por que ele se importaria com o Cristal do Cora??o Guardi?o? O que ele tinha a ganhar ao reunir o talism?? Ele realmente acreditava que ganharia tudo o que desejava uma vez que estivesse completo e na sua posse? Novamente, essas eram perguntas que apenas levaram a mais perguntas e segredos que nunca deveriam ser conhecidos. Kyoko olhou nos olhos de pedra da donzela se perguntando quais segredos continha. Estendendo a m?o, ela tocou a bochecha de m?rmore suavemente e perguntou: – Hyakuhei parece quase impar?vel, mesmo sem a ajuda dos talism?s, ent?o por que est? a tentar encontr?-los? – O sil?ncio foi a sua resposta. Percebendo que estava mais uma vez a falar com um objeto de pedra, Kyoko fechou a boca para manter os seus pensamentos para si mesma. – Preciso mesmo de amigos. – murmurou. Abaixando a m?o, voltou as costas para o santu?rio que a transportava entre os mundos. Retomando os seus pensamentos, mordeu o l?bio inferior enquanto imaginava o inimigo na sua mente. Conforme Hyakuhei ganhava mais do talism? espalhado, ele se tornava mais perigoso de lidar. Se ele ganhasse todas as pe?as do talism?, seria capaz de partir a barreira entre o dem?nio e o mundo humano. Essa era a verdadeira resposta ? sua pergunta. Se isso acontecesse, nenhum dos dois mundos seria capaz de parar a sua obsess?o mortal com o poder das trevas. – Eu n?o vou deixar isso acontecer. – Os seus ombros ca?ram com o peso de manter essa promessa. A sua mente voltou ao sonho que tivera h? menos de uma hora atr?s... o mesmo sonho que a deixou a suar frio e se aconchegando na cama. Os sons e sentimentos do sonho eram t?o reais que ela podia jurar que realmente estivera ali. Era como se ela estivesse a ver tudo a acontecer e a sentir ao mesmo tempo. – Mas isso ? imposs?vel... certo? – ela olhou para tr?s na dire??o da est?tua quando a mem?ria do sonho voltou para assombr?-la. Hyakuhei a capturou no seu sonho e embora ela tivesse lutado com ele... ela realmente tinha alguma hip?tese? Kyoko piscou esperando que a lembran?a do sonho logo desapareceria. N?o queria sentir o medo que sabia que viria com a vis?o que beirava a um pesadelo. Ao ver a est?tua da donzela a olhar para ela, ocorreu-lhe. Quer tivesse realmente acontecido no passado ou fosse realmente apenas a mem?ria de um sonho... ainda era uma mem?ria no sentido mais amplo da palavra. Ela sentiu as imagens a cair de volta na sua dire??o, fazendo-a se sentir como um cervo pego pelos far?is. Os seus olhos se fecharam novamente como se o destino exigisse que ela se lembrasse de tudo... at? mesmo dos pensamentos do inimigo. Desta vez n?o foram as mesmas vis?es da ?ltima. No sonho, ela passou pelo Cora??o do Tempo. Mas ao inv?s dos guardi?es estarem l? ? espera dela, tinha sido o inimigo... Hyakuhei. Quando ela se virou para fugir de volta por onde tinha vindo, ele estendeu a m?o e agarrou o seu pulso com um aperto de ferro para interromper o seu voo. N?o importava o quanto ela lutasse para se afastar dele... parecia que quanto mais ela lutava, mais perto ele estava. Ele estendeu a outra m?o e agarrou o seu queixo para levantar o seu olhar assustado para ele e ela parou de lutar no momento em que os seus olhos se encontraram. Em vez dos olhos negros e frios do inimigo, ela estava a olhar nos olhos castanhos calorosos. – Bem-vinda de volta. – Hyakuhei sussurrou suavemente assim que os seus l?bios pousaram nos dela. Kyoko se beliscou com tanta for?a que a fez saltar e o devaneio parou repentinamente, como se ela tivesse desligado o interruptor de energia. Os devaneios e pesadelos estavam a tentar avis?-la de algum destino desconhecido ou j? tinha acontecido e a estava a lembrar do erro? De qualquer forma, ela esperava que da pr?xima vez que fechasse os olhos para dormir... seria sem sonhos. – Beijando Hyakuhei... – ela colocou as m?os nos quadris como se estivesse a pregar um serm?o – O que diabos est? a acontecer na tua mente, rapariga? – ela se sentiu uma traidora s? por dizer isso em voz alta. – Isso... isso ? quase t?o mau quanto beijar Kyou pelo amor de Deus. – Ela sorriu com a compara??o, embora n?o fosse t?o engra?ado. – A falta de sono far? isso contigo. – ela murmurou ainda se preocupando. – Tamb?m faz com que a pessoa tenha conversas completas consigo mesma. – ela continuou antes de suspirar em derrota. – Preciso de f?rias! No entanto, apesar dos seus del?rios vocais, a imagem mental de beijar Kyou saltou para a frente da sua mente e n?o iria embora. Uma onda de calor viajou do topo da sua cabe?a at? a ponta dos p?s. Ela se perguntou de onde esses pensamentos tinham vindo. Mais uma vez a imagem apareceu do nada e ela fez um esfor?o quase f?sico para empurr?-la de volta. Com um arrepio n?o suprimido, a mente de Kyoko fez um bumerangue de volta para os cinco irm?os que estavam predestinados a serem os seus guardi?es neste mundo perigoso... ou assim eles disseram. Os seus pensamentos se concentraram por um momento em Kyou, o mais velho e poderoso dos cinco irm?os. Kyou se apresentou t?o perigoso e enervante quanto o seu tio Hyakuhei. Para todos, at? para os seus irm?os, Kyou era um enigma. Com a beleza de um arcanjo, ele escondeu dentro de si o poder de ajudar a destruir ou curar este mundo atormentado por dem?nios. Mas ela poderia dizer pelo seu comportamento frio que Kyou n?o se importava com nenhuma das alternativas. Era como se tivesse decidido que o seu tio malvado n?o era problema dele. Ela estava feliz por Kyou n?o ter viajado com o grupo, mas ficou sozinho. Kyoko s? o tinha visto algumas vezes desde que se tornou acidentalmente sua sacerdotisa e na maioria das vezes ela s? o tinha visto ? dist?ncia... esses encontros foram perturbadores o suficiente. Ela ainda n?o sabia muito sobre Kyou, mas ?s vezes se perguntava se ele se achava bom demais para estar perto dos seus irm?os... ou era ela que ele evitava a todo custo? Kyoko ergueu uma sobrancelha pensando em voz alta novamente: – Bem, provavelmente ? o melhor de qualquer maneira, porque tudo que ele e Toya fazem ? lutar quando est?o perto um do outro... e Kyou praticamente ignora os seus outros irm?os. – Ela deu um suspiro. Ele parecia guardar rancor dela por ser a sacerdotisa que ele deveria proteger. – N?o ? como se eu precisasse da ajuda dele. – O seu pensamento voltou ao passado. No seu primeiro encontro, Kyou estreitou os seus olhos dourados para ela dizendo que n?o era nada al?m de uma humana fraca e n?o merecedora da sua prote??o. Pouco antes disso, ele foi ainda mais assustador. Quando ela entrou no mundo deles por engano... Kyou e Toya tentaram mat?-la, pensando que ela estava a invadir o Cora??o do Tempo com a ajuda do seu tio. Foi o Cristal do Cora??o Guardi?o que a protegeu do ataque e foi isso que come?ou toda essa confus?o. De alguma forma, enquanto o Cristal do Cora??o Guardi?o a protegia dos irm?os, ele se estilha?ou nos quatro ventos... enviando os dem?nios dentro do seu mundo num frenesim destrutivo. Se os dem?nios que vagavam por este mundo coletassem o suficiente das pe?as partidas, eles poderiam ter o poder de cruzar o mundo dela e mergulh?-lo no caos. Ela e os guardi?es teriam que encontrar os talism?s antes que os dem?nios o fizessem ou todos estariam perdidos. Desde ent?o, os cinco irm?os guardi?es perceberam que ela era a verdadeira sacerdotisa do Cristal do Cora??o Guardi?o e, portanto... muito sob a sua prote??o. Kyou foi o ?nico dos guardi?es que manteve a dist?ncia dela. Nas poucas vezes que se cruzaram, ela teve a sensa??o de que ele era mais um inimigo do que um aliado. Os seus olhos dourados pareciam t?o duros e frios quando ele olhou para ela... como se destru?-la fosse mais do seu agrado. Toya tinha dito a ela uma vez que Kyou pensava que os humanos estavam abaixo dele. Isso foi o m?nimo. Nas palavras do pr?prio Toya, Kyou era um idiota egoc?ntrico e presun?oso que n?o podia desenvolver um cora??o se a sua vida dependesse disso. Kyoko se lembrava disso ocasionalmente e sempre trazia um sorriso ao seu rosto. Por alguma raz?o, o comportamento indiferente que Kyou possu?a parecia... certo. – Ele definitivamente usa bem. – disse ela em voz alta. Os outros quatro irm?os guardi?es prontamente a colocaram sob a sua prote??o enquanto procuravam pelo talism? antes que os dem?nios do seu mundo os reunissem e usassem os seus poderes para atacar. Toya tinha se nomeado como o seu observador e protetor mais pr?ximo. Ele encobriu essa proximidade com o fato de que ela tinha come?ado essa confus?o, ao trazer o cristal de volta ao mundo deles, para come?ar. Mas, novamente, ela poderia ter argumentado sobre o assunto dizendo que se ele e Kyou n?o a tivessem atacado quando se conheceram, ele n?o teria se despeda?ado para come?ar. Mas n?o valia a pena dizer nada... O temperamento de Toya sempre dava dor de cabe?a e a deixava irritada. Ele ainda parecia irritado com ela, mas ?s vezes ela tinha a sensa??o de que talvez ele a amasse um pouco tamb?m. Ele simplesmente escolheu esconder esses sentimentos por tr?s do enorme chip que ele tinha no seu ombro... um chip que ela realmente gostaria de derrubar de vez em quando. Talvez isso lhe desse uma atitude melhor sobre a coisa toda. Ela sorriu suavemente ao pensar nele. Para ela... Toya estava rapidamente a se tornar o seu melhor amigo e talvez at? um pouco mais. Kyoko podia sentir o leve rubor se espalhar pelo seu rosto. Toya salvou a sua vida muitas vezes desde o dia em que os guardi?es tentaram mat?-la. Eles criaram um v?nculo muito forte e mesmo que ela e Toya ainda discutissem muito, esse v?nculo beirava muito a um amor profundo. Era como se o cristal conhecesse os sentimentos que escondiam um pelo outro porque, de alguma forma, escolheu Toya para ser o ?nico que podia segui-la de volta para o seu mundo quando os outros guardi?es n?o pudessem violar o portal do tempo. Isso tinha estimulado algumas discuss?es bem humoradas entre os irm?os. Kyoko estava convencida de que eles fizeram isso de prop?sito apenas para faz?-la sorrir. Os outros tr?s irm?os Shinbe, Kamui e Kotaro tamb?m ocupavam um lugar no seu cora??o. Os l?bios de Kyoko se ergueram num sorriso afetuoso, que a deixou onde estava agora. Aqui estava ela, sozinha, no meio da noite, numa terra onde os dem?nios vagavam livremente. ?s vezes ela se perguntava se n?o precisava examinar a cabe?a. Mais como precisar de ser trancada em algum hosp?cio em algum lugar, numa sala com paredes de borracha. ela pensou sarcasticamente. N?o querendo perturbar os guardi?es ainda, Kyoko agarrou uma videira e subiu para se sentar numa das rochas brancas circundantes. S? porque ela n?o conseguia dormir, n?o significava que ela tinha que acord?-los. Era muito tarde e ainda era muito cedo. Olhando para o c?u noturno, ela apenas ficou ali sentada, apreciando a vista dos raios que n?o pareciam estar a se aproximar. Os dedos de Kyoko foram para a pequena bolsa que ela usava ao redor do pesco?o, onde alguns peda?os do talism? que tinham reunido descansavam em seguran?a. Ela n?o sabia que, ao tocar na bolsa, uma luz azul fluorescente suave irradiaria dela e a dire??o da brisa fresca rapidamente come?ou a mudar. ***** Perto dali, a cabe?a de Kyou se inclinou quando um cheiro contaminado que foi pego pelo vento da tempestade que se aproximava veio na sua dire??o. Hyakuhei estava perto. Ele estreitou os seus olhos dourados quando a brisa mudou, agora vindo da dire??o do Cora??o do Tempo. Aquele cheiro, ele rangeu os dentes... a sacerdotisa e o poder do Cristal do Cora??o Guardi?o. As suas m?os se fecharam em punhos quando a raiva passou pela sua express?o, fazendo com que um pequeno grunhido fosse ouvido na quietude da floresta circundante. Ela estava sozinha e desprotegida. Como ela ousava estar no santu?rio nesta hora perigosa desprotegida! Por que os seus irm?os n?o estavam com ela? Kyou inalou profundamente a mulher-crian?a que viajava com os seus irm?os. Na sua mente, ele podia ver a imagem da sacerdotisa da qual ele e os seus irm?os se tornaram guardi?es. Cabelo castanho-avermelhado... olhos esmeralda surpreendentes, era como se a beleza da est?tua da donzela tivesse ganho vida e cor. Ela nunca deveria ter vindo a este mundo com o Cristal do Cora??o Guardi?o. Nem ela, nem ele pertenciam aqui. Se pudesse, ele a levaria de volta pelo portal e destruiria a est?tua, mas fazer isso seria uma vandaliza??o da barreira que o seu pai Tadamichi protegeu. Apesar do seu desejo, parecia que este ponto era muito discut?vel. O perigoso poder que o seu tio continuava a ganhar era culpa dela. Ela n?o sabia o que aconteceria? Se ela fosse a verdadeira sacerdotisa, ela deveria saber que deveria ficar longe deste mundo demon?aco. O seu pai morreu porque ele fechou o portal do tempo e esta pequena menina humana desfez tudo pelo que ele sacrificou na sua vida. Tudo tinha sido em v?o. Tadamichi queria que ele protegesse os humanos... todos eles. Mas por qu?? Por que ele agora protegeria a pr?pria humana que tinha sido est?pida o suficiente para abrir o portal entre os seus mundos. Por que Tadamichi se importava tanto que deu a sua vida por eles? Kyou tentou assust?-la e mand?-la de volta para o seu mundo. Mas para sua descren?a... ela tinha que ser a ?nica mulher que parecia n?o tem?-lo por mais do que alguns segundos fugazes de cada vez. Quando ele a encontrou pela primeira vez, n?o muito tempo atr?s, ela estava ali, o queixo erguido, apontando um dardo espiritual direto para ele como se, uma mera humana, pudesse lutar com ele... e vencer. Ele jurou proteger o Cristal do Cora??o Guardi?o e o portal do tempo, mas nunca uma pequena menina humana. Os seus irm?os podem ter concordado com isso, mas ele nunca. Os humanos eram criaturas fracas e tolas que o temiam. Por que ela tem que ser diferente? Por que ela n?o o temia? Por que ela permaneceu repetidamente diante dele, um s?mbolo de tudo desafiador? Kyou saltou da ?rvore onde estava sentado e ficou em p?. Podia sentir o seu cora??o a bater forte e a bater sob a sua pele... o seu sangue guardi?o exigindo que fosse at? ela. Acontecia cada vez que ela estava por perto e isso s? o irritava mais. O seu instinto era uma for?a mais forte do que a sua vontade. A falta de medo dela apenas o atraiu para ela, e ultimamente, ela tinha de alguma forma consumido os seus pensamentos... junto com os seus sonhos. Ele ficou longe do grupo apenas por esse motivo. Como aquela menina ousava se plantar t?o profundamente nos seus pensamentos? Ele a ensinaria a n?o encant?-lo com a sua insol?ncia e humanidade. Ela n?o era nada para ele, exceto a sacerdotisa do cristal... ela n?o tinha nada aqui ao seu alcance. O corpo de Kyou ficou tenso quando sentiu uma mudan?a no equil?brio entre o bem e o mal se aproximar da sacerdotisa inconsciente. O seu rosto estava calmo... a calma antes da tempestade. O seu cabelo prateado balan?ava com a brisa constante enquanto os seus sentidos captavam o perigo que estava por vir sobre ela. ***** Hyakuhei inclinou a cabe?a para tr?s, deixando que a pr?pria tempestade se enfurecesse ao seu redor. O vento girou, agitando as suas roupas e chicoteando o seu cabelo escuro ao redor do seu belo rosto. Os seus olhos de rubi se abriram quando o vento trouxe para o seu nariz um cheiro que n?o era de chuva e c?u. Uma express?o de euforia cruzou as suas fei??es e ele baixou as asas de ?bano num golpe poderoso para ganhar altitude. O seu olhar se demorou na dire??o do Cora??o do Tempo enquanto um sorriso sinistro lentamente aparecia nos seus l?bios. Ela estava aqui... a sacerdotisa que o atormentava tanto. – Ah, sacerdotisa, ent?o est?s sozinha e desprotegida. – ele sussurrou. – Espera pela minha chegada, minha linda... Eu estou a ir para ti. Dem?nios come?aram a jorrar em massa do corpo de Hyakuhei enquanto ele os soltava para cumprir as suas ordens. Uma risada man?aca escapou dos seus l?bios macios e os seus olhos ficaram arregalados, brilhando com a luz da insanidade. O c?u ficou negro com os seus escravos enquanto eles se concentravam na est?tua da donzela e no objeto de pureza dentro dos seus jardins. ***** Dem?nios mal-nascidos j? estavam a ser atra?dos por ela e pelo cheiro do poder que segurava. Eles eram apenas drones enviados para impedi-la de fugir e Kyou podia sentir a presen?a do seu tio n?o muito atr?s deles. Hyakuhei tinha descoberto a sua presen?a desprotegida e estava a vir para ela. Ele n?o deixaria Hyakuhei t?-la. Kyou ergueu os olhos quando uma sombra passou pela luz da lua anunciando a sua chegada. Os sons da noite inteira pararam quando asas transl?cidas apareceram atr?s de Kyou, enviando um spray furioso de penas douradas pela clareira onde a sua forma silenciosa estava. O seu longo cabelo prateado balan?ava com o vento enquanto ele se preparava para a luta que viria. – Ent?o que seja. – As palavras deixaram os seus l?bios em resposta aos seus pr?prios pensamentos atormentados. Ela tinha se colocado em perigo mais uma vez e isso o deixou sem escolha. Ele decidiu que se os seus irm?os fossem negligentes nos seus deveres, ent?o ele tiraria a sacerdotisa deles. Se essa era a ideia que eles possu?am de prote??o, ent?o eles mereciam que ela fosse levada embora. Mas primeiro... ele destruiria o mal que a perseguia. Cap?tulo 2 - Destemido Sem saber que a tempestade se estava a aproximar, Kyoko sentiu a brisa arrefecer a sua pele aquecida e deu-lhe as boas-vindas com um sorriso suave. Fechando os olhos esmeralda, ela aproveitou a solid?o da noite antes de ir para a casa de Sennin e se juntar aos guardi?es que dormiam l?. A filha de Sennin, Suki, tinha se tornado a sua amiga mais pr?xima deste lado do portal do tempo e a sua cabana era onde o grupo ficava quando eles n?o estavam a viajar por terras perigosas ? procura dos fragmentos partidos do Cristal do Cora??o Guardi?o. Suki estava com eles desde o in?cio, embora ela n?o fosse uma guardi?. Kyoko sorriu ao pensar em Suki e no ?nico guardi?o que nunca saiu do lado da sua amiga... Shinbe. Ele era um dos cinco irm?os guardi?es. Tamb?m era um chato e gostava muito de Suki. Com cabelo azul meia-noite e olhos de ametista, era tudo o que tinha para Suki continuar a lutar contra os seus avan?os. O seu sorriso se alargou ao imaginar quanto tempo Suki poderia aguentar. Suki pode ser teimosa, mas Kyoko sabia o qu?o teimoso um guardi?o poderia ser uma vez que colocasse algo na sua mente. Kyoko e o guardi?o mais jovem, Kamui, costumavam ter ataques de riso enquanto Suki tentava o seu melhor para manter Shinbe na linha, sem admitir que gostava dele. Kamui tinha um grande senso de humor e ela o amava profundamente. A cor dos olhos de Kamui mudavam de acordo com o seu humor, mas ela n?o achava que ningu?m tivesse notado al?m dela. Quando Kamui sorriu, foi uma verdadeira felicidade e muito contagiante. Mas, no fundo, Kyoko sentiu algo mais... algo que ele escondeu de todos... at? de si mesmo. ?s vezes, os olhos de Kamui brilhavam com segredos e conhecimentos que ela n?o conseguia nem chegar perto de compreender. Para algu?m de cora??o t?o puro, era quase como se ele segurasse o peso de todo o universo nos seus ombros. Isso a fez querer proteg?-lo tanto quanto ele a protegia, embora ele n?o fosse de forma alguma fraco. Tirando as suas preocupa??es com Kamui da sua mente, Kyoko ficou com Kotaro, o mais animado do grupo e auto-proclamado competidor de Toya. Quase desde o in?cio Kotaro tinha reivindicado Kyoko para si... constantemente dizendo aos outros que ela era a sua mulher. Isso sempre irritou Toya, independentemente da situa??o. Ela sabia que Kotaro estava a brincar, mas Toya sempre o levou muito a s?rio. Com cabelos escuros ao vento e olhos azul-gelo, Kotaro era o pacote completo. Ele estava constantemente a chama-la de “sua mulher”, n?o importa quantas vezes ela negasse. Ele era um pr?ncipe no seu pr?prio territ?rio e passava muito tempo l?, protegendo-o dos dem?nios no seu reino. Na maioria das vezes, tudo o que ele teria que fazer era apenas piscar aqueles olhos azuis brilhantes para ela e ela derreteria numa po?a. Ele sabia quais cordas puxar com ela para conseguir quase tudo o que queria. ?s vezes ela se perguntava se cada um dos guardi?es n?o a tinha enrolado nos seus dedinhos de uma forma ou de outra. O grupo raramente o via. Os seus pensamentos deram uma volta completa para Kyou. – Kyou. – Kyoko estremeceu quando o nome deixou os seus l?bios. Ele n?o gostava dela... ou de qualquer outra pessoa, ao que parece. Muitas vezes ele agia mais como um inimigo do que como um irm?o de Toya. Esses dois deram ?s palavras "rivalidade entre irm?os" um novo significado. Dos cinco irm?os, Kyou era definitivamente o estranho e aquele a ser evitado a todo custo. Ele era ainda mais hostil do que a terra infestada de dem?nios em que vivia. Desistindo dos seus pensamentos dispersos, Kyoko abriu os olhos esmeralda e deslizou para fora da pedra apenas para parar no seu caminho. Ali... a menos de seis metros dela estava Kyou. Ele parecia quase angelical, exceto pela express?o perigosa nos seus olhos dourados. Por falar no diabo, pensou ela. A escurid?o que os rodeava parecia iluminar o seu corpo... dando-lhe uma apar?ncia fantasmag?rica. O sil?ncio de Kyou era estrondoso. Ele parecia como se estivesse a considerar algo e Kyoko tinha a sensa??o de que ela n?o gostaria de qualquer que fosse o resultado. Kyou viu o seu rosto ficar p?lido por causa do seu alarme e saboreou o seu cheiro inebriante. Pela primeira vez... ela deveria tem?-lo. Ela tamb?m deveria temer os dem?nios que ele acabara de destruir para proteg?-la. Os seus olhos perfuraram os dela enquanto ele se lembrava dos monstros perigosos que acabara de eliminar. Se eles a tivessem apanhado... Os m?sculos da mand?bula de Kyou flexionaram com raiva s? de pensar nas garras de um dem?nio tocando-a. Mesmo assim... ela n?o correu, nem gritou. Ela gritaria se percebesse que Hyakuhei estava a caminho? Tal coragem n?o era do seu interesse. ? medida que os seus pensamentos escureciam, a falta de medo dela s? serviu para inflam?-lo ainda mais... ati?ando o fogo da estranha raiva e paix?o que ele sentia pela sacerdotisa. Kyoko ficou completamente im?vel. Ela n?o sabia como interpretar a sua imagem assustadoramente bela. Ela estava com muito medo de se mover e n?o ousou emitir um som, sabendo que qualquer coisa que fizesse poderia colocar a sua vida em perigo. Ela n?o tinha tanta certeza de que ele a perdoou por trazer o Cristal do Cora??o Guardi?o de volta ao seu reino. Ela podia sentir um arrepio a subir lentamente pela sua espinha... n?o parando at? que alcan?ou a sua nuca e se espalhou de l? como dedos gelados de advert?ncia. Deu um passo para tr?s antes de perceber e se impediu de dar outro passo para tr?s. Sabia que isso seria considerado mostrar medo e foi ensinada pelo seu av? desde jovem a esconder esse medo. As palavras do seu av? voltaram para assombr?-la: Mostrar medo s? faz de ti uma v?tima instant?nea. Tentando lutar contra a sensa??o de arrepio, Kyoko fechou os olhos por um segundo. Mas quando ela os abriu novamente, Kyou n?o estava em lugar nenhum, fazendo-a ficar ainda mais apavorada. Mais uma vez, os ensinamentos do seu av? a assombravam: Nunca deixes o inimigo fora da tua vista ou tu n?o ver?s o ataque que se aproxima. – Kyou? – Ela sussurrou o nome dele enquanto o medo envolvia a sua voz. Ela ent?o sentiu o h?lito quente dele no seu pesco?o e o ouviu inspirar longa e lentamente, como se testasse o seu cheiro. Lentamente, com os olhos bem abertos, esperando a morte a qualquer segundo, ela inclinou a cabe?a para o lado, parando apenas quando a sua bochecha tocou a sedosa bochecha dele. Ela engasgou e tentou se lan?ar para a frente apenas para sentir o bra?o dele ao redor dela como uma faixa de roubo, batendo as suas costas contra ele e tirando o f?lego dela. O medo repentino de Kyoko estava a tornar mais dif?cil para ela recuperar o f?lego. Decidiu que agora sabia o que realmente era um ataque de p?nico e se perguntou se iria hiperventilar. Esta era a ?nica pessoa que ela temia mais do que Hyakuhei, embora tivesse guardado esse pequeno fato para si mesma. Ela nunca esteve perto dele... definitivamente gostava mais assim. O seu cheiro agora o cercava, intoxicando-o. Kyou podia sentir o seu cheiro puro misturado com medo, ficando mais forte e pesado quanto mais ele a mantinha presa contra ele. Finalmente... ela estava a mostrar o medo que ele exigia, mas ainda assim n?o gritou. O seu primeiro erro foi aquele pequeno passo que ela deu para longe dele. Apenas aquele simples gesto aqueceu o seu sangue de guardi?o de uma forma que n?o sentia h? muito tempo. As p?lpebras dos seus olhos dourados se fecharam momentaneamente enquanto as imagens passavam diante dele r?pido demais para decifrar enquanto imaginava o som fantasmag?rico da sua voz a gritar... se de medo ou de outra coisa, era dif?cil dizer. Tudo o que sabia ? que n?o queria ouvir. Ou... talvez ele precisasse ouvir aquele som para se livrar do feiti?o em que ela o tinha colocado. Algo lhe disse que n?o importaria de uma forma ou de outra. Bem no fundo do cora??o do seu guardi?o, Kyou sabia que a queria e ele n?o podia ser negado. Um sorriso lento e perigoso enfeitou os seus l?bios quando ela come?ou a lutar contra ele. Ele rapidamente pegou um dos seus pulsos num aperto leve enquanto ela estremecia. Kyou acariciou o seu pesco?o e ent?o respirou fundo quando ela se esfregou contra ele tentando se libertar. – Tu est?s a me encorajar. – ele rosnou baixo na sua garganta e ro?ou os l?bios contra a carne delicada do seu pesco?o. O seu sangue aquecido o desafiou a reclam?-la como sua. Kyoko n?o p?de evitar os calafrios que a sensa??o dos seus l?bios lhe deu. Ele estava a tentar seduzi-la ou iria mat?-la afinal? Ela parou de lutar e ficou perfeitamente im?vel, sem saber se gostava do que ele acabara de dizer e se n?o queria irrit?-lo. Algo lhe disse que ele estava apenas a tentar assust?-la. Rapariga esperta. Kyou pensou consigo mesmo, mas ela ainda n?o gritava e ele a tocava... que estranho. Os seus bra?os se afrouxaram num aperto mais suave quando ela olhou por cima do ombro para ele com curiosidade, o seu medo a come?ar a diminuir. Kyou deu a sua primeira vista de olhos de perto nos olhos esmeralda dela e a rea??o o assustou. Ela estava a olhar para ele como se fosse um homem... n?o um lorde guardi?o. A sua incapacidade de mostrar o medo adequado dele era confusa e s? isso o irritava. A sua falta de medo foi o que a colocou em perigo esta noite em primeiro lugar. Era tamb?m por isso que Hyakuhei estava a caminho dela agora, pensando que poderia roub?-la no meio da noite. Mesmo a t?o grande dist?ncia... ele podia sentir a inten??o maliciosa do seu tio. Com a sua audi??o t?o sens?vel como era, ele quase podia ouvir a car?cia do vento contra as penas de ?bano. Isso era algo para ela temer... entre outras coisas. Medo... ele poderia ensinar-lhe isso. Ele a ensinaria a realidade do seu mundo e mostraria por que ela nunca deveria ter entrado nele. O Guardi?o, os seus irm?os... os seus protetores... eles n?o estavam aqui para salv?-la agora. Ele iria instru?-la de v?rias maneiras sobre o verdadeiro significado do medo. Os seus olhos dourados brilharam perversamente na luz da lua minguante quando teve uma ideia. Kyou envolveu o corpo dela, deslizando a palma da m?o lentamente para baixo num movimento acariciante at? que descansou contra a sua coxa na parte inferior da saia. Ele ent?o a deslizou para cima e para baixo do pano solto. Podia sentir o calor vindo da sua pele macia escaldando a palma da sua m?o. O seu corpo inteiro estremeceu com o toque leve enquanto ela tentava se desvencilhar do seu aperto. O movimento fez com que ele a agarrasse com mais for?a. Ele deslizou a outra m?o pelas costelas dela, querendo apenas ensinar-lhe a li??o de ser pega sozinha e sem prote??o, para que ela fosse s?bia o suficiente para n?o fazer isso outra vez. Mais uma vez o seu instinto foi mais forte do que a sua vontade quando algo dentro dela o chamou... fazendo-o querer. Kyou podia sentir o calor irradiando dela e o seu sangue nobre saiu perigosamente do seu controle. Ficando confuso, de repente n?o quis deix?-la ir. Ele nunca saberia se o aviso era para ele ou para ela. Aproximando os l?bios do ouvido dela, Kyou disse uma palavra. – Corra. Na mente de Kyoko, o medo deu lugar ao p?nico quando os seus bra?os se afrouxaram. Ela podia ser muito obediente quando chegasse a hora certa e agora era essa hora. Ela disparou para a frente sem pensar, exceto para escapar. A sua mente gritou o nome de Toya repetidamente, mas nenhum som saiu dos seus l?bios. Cada som que ela teria produzido parecia estar preso na sua garganta, deixando-o a ecoar apenas nos seus pr?prios ouvidos. Se ela pudesse se aproximar da vila e de Toya, teria a hip?tese de ele ouvi-la e salv?-la do seu irm?o enlouquecido. Ela implorou mentalmente a si mesma para acordar, embora soubesse que isso era muito real para ser um sonho. Ela quase gemeu alto quando uma gota de chuva a atingiu, provando que ela estava certa... n?o era um sonho do qual poderia acordar, a tempestade finalmente a alcan?ou. Olhando rapidamente por cima do ombro, bateu no que parecia ser uma parede e trope?ou para tr?s com o impacto. Vendo a camisa de seda branca esvoa?ante a apenas um passo dela, correu noutra dire??o... agora fugindo da vila onde os guardi?es dormiam e a ?nica esperan?a que ela tinha de algu?m a salvar. Sabia que Hyakuhei costumava ser um guardi?o, mas de alguma forma se perdeu para os dem?nios que ele lutou uma vez... se tornando o inimigo. Kyoko se perguntou se a mesma coisa n?o tinha acontecido com Kyou sem ningu?m perceber. Kyoko teve um vislumbre de branco ? sua direita e mudou de volta em dire??o ? aldeia na esperan?a de agora ter a hip?tese de chegar a Toya. O seu batimento card?aco estava t?o alto nos seus ouvidos que era ensurdecedor. Em algum lugar ela sabia que os deuses estavam a rir dela enquanto o c?u se abria e deixava cair a sua chuva com um estrondo de trov?o. Por qu?? Ele estaria mesmo a fazer aquilo? Por que ele simplesmente n?o a matou em vez de tortur?-la primeiro? Ela sabia que n?o tinha a hip?tese de fugir dele. Tamb?m estava ciente do fato de que ele iria impedi-la antes que ela ficasse em seguran?a, mas isso n?o impediu a sua corrida precipitada. Kyou a observou se aproximar da aldeia e decidiu deix?-la pensar que tinha meia hip?tese de escapar por um minuto. Isso s? iria melhorar quando ele a apanhasse. Ent?o outro cheiro o atingiu. Os seus irm?os. N?o! Ele n?o permitiria! Eles falharam em proteg?-la e por causa disso, ela agora ficaria com ele, n?o importa o qu?. O seu sangue nobre exigia isso. Kyoko podia sentir a mudan?a repentina nele. Ela sentiu a aura de Kyou se fechar sobre ela e gritou, desta vez incapaz de se conter. O som soou como um sino da morte por toda a floresta quando uma m?o apertou a sua boca e um bra?o ao redor da sua cintura apertando, cortando o seu suprimento de ar quando ela foi mais uma vez batida contra o seu peito. Os seus p?s agora estavam pendurados a alguns cent?metros do ch?o. ***** Toya ergueu os olhos para o c?u noturno que escurecia no momento em que as primeiras gotas de chuva ca?ram. Esta noite era uma m? noite... ele podia sentir isso claro na sua alma. Os seus olhos combinavam com a cor do rel?mpago que dan?ava na escurid?o enquanto a tempestade se aproximava. Incapaz de dormir enquanto Kyoko n?o estava com ele, Toya subiu num galho alto de uma ?rvore nos arredores da vila para vigiar. Tudo o que ele podia fazer era esperar at? o amanhecer e ent?o ir encontr?-la nos jardins do Cora??o do Tempo. Se ele pudesse... ela nunca teria ido para casa para come?ar. O ch?o tremeu com o estrondo de um trov?o, mas os olhos de Toya se arregalaram... a sua audi??o captou um grito de terror dentro da tempestade. Esse grito tirou o seu f?lego. – Kyoko? – O que ela estava a fazer aqui a esta hora da noite sem lhe contar primeiro? Os seus olhos instantaneamente se transformaram em prata derretida quando os seus instintos protetores se aceleraram. Ele nunca a ouviu t?o assustada, mesmo durante a batalha. O seu batimento card?aco voou quando as suas asas prateadas ganharam vida e ele decolou quase r?pido demais para o olho humano detetar. – Kyoko? – O grito de preocupa??o saiu da sua garganta. ***** Shinbe ficou do lado de fora da cabana de Suki, sem conseguir dormir mais. Os seus pesadelos n?o permitiam. O seu olhar ametista travou na floresta que mantinha o portal do Cora??o do Tempo. Algo estava errado, ele podia sentir... n?o tinha nada a ver com a tempestade que se aproximava e agora assolava a floresta. – Kyou. – O que Kyou estava a fazer t?o perto? Por um longo momento, a garganta de Shinbe se recusou a funcionar e a sua respira??o parou no seu peito enquanto olhava para a dist?ncia. Ele podia senti-la... Kyoko estava de volta. O seu cabelo azul meia-noite balan?ava com os ventos tempestuosos que traziam o cheiro da raiva do seu irm?o com ele e o seu punho cerrou. Ela n?o estava sozinha... Kyou estava com ela! Ele agarrou o seu cajado que estava encostado no batente da porta. Shinbe sabia que n?o precisava de chamar os outros, j? podia senti-los parados atr?s dele. Asas transl?cidas de ametista se espalharam ao redor dele quando os seus p?s deixaram o ch?o. Kamui rapidamente o seguiu, deixando um rastro de poeira multicolorida no seu rastro. Kaen rugiu para a vida levantando Suki para se juntar ? persegui??o. ***** – N?o! – A voz de Kyou estava severa como se a repreendesse por algo que n?o aprovava. N?o desta vez. Ele n?o seria negado desta vez. Queria toc?-la antes, durante o calor da batalha, mas nunca o fez. Algo o avisou que o contacto seria perigoso para os dois, ent?o se conteve. Desta vez, ele iria apaziguar a sua verdadeira natureza. A sua alma o tinha atormentado por tempo suficiente. Ela foi a ?nica humana que o enfrentou em batalha ou em qualquer outro lugar e n?o fugiu com medo. Ele apertou os bra?os para deter a sua luta. Sabia que os seus irm?os a amavam... mas Toya estava apaixonado pela sacerdotisa. Ficava com raiva pelo seu irm?o estar perto de algo que desejava para si mesmo. Ele ainda n?o conseguia entender por que Toya n?o tinha acasalado com ela, mas a deixou livre e indefesa. Ele n?o percebeu que o inimigo poderia lev?-la embora? O simples pensamento de Toya tomando-a como sua enviou uma onda de possessividade pelos seus bra?os enquanto a segurava. Kyou sabia que Toya a tinha ouvido gritar por socorro. Podia sentir o guardi?o de prata a se aproximar numa velocidade alarmante. Ele n?o apenas a ensinaria a n?o vagar sozinha ? noite... tamb?m ensinaria ao seu irm?o ing?nuo uma li??o por deix?-la fazer isso. Com um pensamento r?pido, criou um escudo que sabia que o seu irm?o n?o poderia quebrar. Olhou para a rapariga cujos olhos esmeralda estavam arregalados com o medo que ele causou. Kyou tirou a m?o dos l?bios dela apenas para substitu?-la pelos l?bios... cortando o choro dela. Reivindicou a sua boca num beijo duro e faminto, implac?vel na sua busca. No momento em que a provou, era tarde demais para devolv?-la. Kyoko imediatamente come?ou a lutar contra ele, tentando recuperar o f?lego. O que ele estava a fazer? Ela nunca tinha sido beijada antes e n?o foi isso que sonhou como o seu primeiro beijo. Ela gritou contra os seus l?bios apenas para ser invadida. Kyou enfiou a l?ngua dentro dela enquanto segurava o seu rosto im?vel, os dedos entrela?ados no seu cabelo ruivo sedoso. A outra m?o dele deslizou para tr?s sob a saia dela, acariciando a pele lisa antes de encontrar o algod?o macio entre as suas coxas. Ele observou fascinado quando os seus olhos arregalados se fecharam instantaneamente e ela choramingou no beijo. Kyou podia sentir a sua confus?o de querer desesperadamente que ele parasse, mas tamb?m de querer mais enquanto ele trazia o seu corpo ? vida com sensa??es que ela nunca tinha sentido antes. Havia muitas coisas que ele lhe ensinaria esta noite. Os seus olhos dourados brilharam quando uma onda incandescente de desejo disparou por ele e nas suas virilhas enquanto ele se pressionava contra a suavidade arredondada do seu quadril. Ele n?o pretendia chegar t?o longe... o que ele fez. A adrenalina de Toya deu-lhe velocidade at? que a sua vis?o captou um leve brilho azul vindo de dentro da escurid?o da floresta. Ele pousou rapidamente, derrapando ao parar quando os encontrou. Uma barreira azul fluorescente cercou Kyou e a sua ref?m, estalando com energia perigosa. O que encontrou os seus olhos o despeda?ou e o encheu de f?ria ao mesmo tempo. – Kyou. – Toya rugiu de raiva. Lan?ando as m?os para baixo ao lado do corpo, as suas adagas passaram a existir. Agarrando as armas sagradas com firmeza, cruzou as l?minas brilhantes. O poder dentro das adagas g?meas pulsou para a vida causando uma onda de choque ao redor dele... enviando o seu cabelo para tr?s e revelando a raiva que transparecia no seu rosto. Toya rugiu enquanto se lan?ava contra a barreira e batia com as suas l?minas contra ela, apenas para ser repelido para tr?s quando raios de energia dispararam da superf?cie do escudo. O seu corpo bateu no tronco de uma ?rvore enorme, parando o seu voo. Ele rosnou enquanto deslizava pela casca ?spera. Levantando-se da terra compacta, Toya observou com raiva enquanto o seu irm?o continuava a beijar Kyoko. Ele ent?o percebeu os m?sculos do bra?o de Kyou se contra?rem levemente e seguiu o movimento descendo at? a sua m?o. Vendo a m?o do seu irm?o sob a saia dela, a raiva o atingiu bem no peito! Os movimentos musculares do seu bra?o s? podiam significar uma coisa. Essa raiva aumentou enquanto o seu irm?o continuava, sabendo que ele estava a assistir. – Kyoko! – Toya podia sentir o seu sangue guardi?o ferver enquanto ele gritava o nome dela. Kyoko era dele e ele n?o deixaria Kyou toc?-la dessa forma. – Seu desgra?ado! – Novamente uma onda de energia varreu ao redor dele, enviando sujidade e detritos para as ?rvores com a onda de choque. A mente de Kyoko foi atormentada quando o seu corpo come?ou a tra?-la. Ela bateu em Kyou em todos os lugares que o seu pequeno punho poderia acertar at? que ela teve que agarrar a frente da camisa dele para se segurar porque os seus joelhos estavam a enfraquecer. Ela empurrou contra o seu peito o mais forte que podia, mas s? conseguiu faz?-lo aprofundar o beijo inebriante e dar mais acesso a sua m?o acariciante. Ela ouviu Toya gritar o seu nome e sabia que ele estava perto o suficiente para v?-la, mas Kyou n?o iria afrouxar o seu controle sobre ela. O beijo se tornou mais exigente conforme os seus gemidos e movimentos fren?ticos se tornavam mais intensos. Ela deu-lhe um pontap? apenas para ter a sua perna presa entre as dele. Ficando frustrada, ela tentou mord?-lo, mas tamb?m n?o funcionou muito bem. Ele n?o a estava a magoar. Em vez disso, o que estava a fazer era t?o bom. Ele agora a estava a segurar entre as pernas num aperto r?tmico que a fez sentir como se estivesse a montar a sua m?o... era uma tortura injusta. Ela nunca tinha considerado Kyou capaz de um beijo... muito menos um toque t?o ousado. Por ser t?o atraente era... o pr?prio pensamento fez com que a sua mente e corpo travassem uma guerra enquanto ela ainda tentava ganhar a sua liberdade. Kyou estava a gostar da sua determina??o de lutar contra ele, mas podia sentir que ela estava a ficar confusa com a sua rea??o ao beijo e ao prazer que ele estava a dar-lhe. O seu jovem corpo intocado ansiava por isso, mesmo enquanto ela lutava com todas as suas for?as escassas. Deu-lhe ainda mais satisfa??o saber que Toya agora estava a observar de fora do escudo que ele tinha criado ao redor deles. Ele podia senti-la a responder ao seu toque e quase gemeu quando o seu corpo a traiu ainda mais. Os seus gemidos se tornaram mais pronunciados conforme o seu lado sacerdotisa ganhava vida... o lado da sua alma que pertencia apenas aos guardi?es. Ela n?o cedeu. Ela ainda lutava com ele, mas n?o importava, pois a escolha foi feita. Ele tinha ido longe demais para voltar agora. O olhar de Kyou se fixou no de Toya, querendo que ele visse, que o visse despertar a sua paix?o indom?vel. A express?o no rosto de Toya... o olhar nos seus olhos naquele momento. Sim, agora o seu irm?o sabia o pre?o que pagou quando tirou os olhos daquela que deveria proteger. Na mente de Kyou... serviu a Toya o direito de perd?-la assim. Os seus suspiros foram o suficiente para ele quase perder o controle ao qual estava a se segurar por um fio. Foi inebriante, para dizer o m?nimo. Toya saberia o que era querer algo que o seu irm?o tinha e saber que estava fora do seu alcance. Kyou podia sentir a sua luta se tornar mais fraca e sabia o porqu?, enquanto a sentia tentar n?o se apertar mais contra a m?o dele, onde o calor h?mido agora irradiava dela. As suas costas estavam arqueadas e os seus olhos estavam fechados, os seus longos c?lios caindo sobre as bochechas coradas. Assim que ela alcan?ou o cume da montanha que ele a for?ou a escalar, ele tirou a boca da dela, deixando o seu grito sedutor ecoar ao redor deles. O rosto de Kyou n?o tinha express?o, mas os seus olhos brilhavam enquanto observava, sentindo a carne aquecida do corpo dela contra a dele. Ele apenas a tocou... tal paix?o se escondia profundamente dentro da sacerdotisa. A confus?o de Kyoko quebrou quando se sentiu pulsar contra a sua m?o e ergueu a cabe?a para olhar para Kyou. A sua apar?ncia angelical desmentia a sua m? a??o. Ele n?o era melhor do que o seu tio Hyakuhei. Ela sentiu que toda a for?a da sua raiva mortificada anulava qualquer medo que ainda tinha. Ela ergueu a m?o e bateu com for?a na bochecha dele, em seguida, parou quando percebeu que provavelmente tinha acabado de assinar a sua senten?a de morte. Quando o som da bofetada desapareceu, Kyoko ergueu o queixo em desafio enquanto a chuva zumbia contra o escudo externo da barreira. – Eu te odeio. – ela sibilou enquanto l?grimas humilhadas saiam dos seus olhos. Kyou n?o ficou afetado e n?o fez nenhum movimento para deix?-la livre enquanto o seu olhar se fixou no dela, agora furioso e assustado. Gostassem ou n?o, o seu sangue guardi?o a tinha escolhido e por causa disso... os dois estavam condenados. Kyou gostou do cheiro da raiva dela. Era como um afrodis?aco para ele, mas ele sentiu a faca quente do ci?me quando ela voltou a sua aten??o para o seu irm?o. Os olhos de Toya agora estavam escondidos atr?s da franja do seu cabelo prateado da meia-noite enquanto ele os observava. Ele sabia que n?o poderia partir a barreira que Kyou tinha criado, mas ele ouviu as palavras dela. Ela odiava Kyou e cabia a ele libert?-la da sua escravid?o. – Kyou! – O rosto de Toya se ergueu para mostrar os olhos prateados de raiva. – N?s somos os seus protetores... os seus guardi?es. Devolve-a! Agora! – a sua voz era ?spera e irritante dentro do som da chuva forte. Kyou ainda assistia Kyoko. Ele deslizou a palma da m?o contra a sua bochecha carinhosamente enquanto os seus olhos dourados se fixavam nos dela. – T?o possessivo. – ele sussurrou como se estivesse a falar consigo mesmo, ainda observando o fogo a sair dos olhos dela. O fato de que agora ela o temia ainda menos por causa da sua raiva o fez sorrir por dentro. Voltando o olhar para o irm?o, os olhos de Kyou se estreitaram perigosamente, mas a sua voz permaneceu fria e sem sentimento. – ? tarde demais. Tu foste negligente na tua prote??o ? nossa sacerdotisa por ela ficar sozinha no santu?rio t?o tarde da noite. Kyoko tentou se afastar dele, mas o seu aperto ficou mais forte. – Deixa-me ir, seu idiota! – Ela olhou por cima do ombro para Toya querendo gritar o seu nome, precisando da sua ajuda. Mas os seus l?bios permaneceram selados, n?o querendo que os irm?os lutassem. Ela sabia que Kyou era forte, mas tamb?m sabia que se estava com raiva... A for?a de Toya era ilimitada. Uma batalha entre eles seria muito perigosa. Ainda assim, ela n?o p?de evitar o olhar suplicante que brilhou nos seus olhos esmeralda... aquele olhar por si s? foi um grito silencioso para ele ajud?-la. Como se estivesse a ler os seus pensamentos, Kyou agarrou o seu queixo e trouxe a sua aten??o de volta para onde pertencia. – Nunca. – ele rosnou vendo os olhos dela se arregalarem em alarme. Ent?o, levando os dedos ? pulsa??o do seu pesco?o, ele pressionou, pegando-a quando o seu corpo ficou mole e ela silenciosamente deslizou contra ele. Ele quase se arrependeu de coloc?-la a dormir... quase. Toya sabia que o seu irm?o era mais forte, mas ainda... n?o tinha o direito de tom?-la. Ele podia ler o desejo estranho nos olhos de Kyou enquanto olhava para Kyoko. – O que tu est?s a fazer? Droga! Devolve-a! Eu sempre a protegi. – Ele esperou enquanto o seu irm?o apenas olhava para ele. Kyou podia sentir o que o seu irm?o n?o podia. O mal estava a se aproximar deles na forma de Hyakuhei e os seus asseclas. Esta seria outra li??o para o seu querido irm?o aprender da maneira mais dif?cil. Toya soltou a sua respira??o reprimida enquanto as suas m?os se apertaram em punhos ao lado do corpo. – O que tu est?s a pensar Kyou? Ela ? a nossa sacerdotisa! – Ainda sem obter uma resposta, Toya sussurrou: – Eu pensei que tu disseste que os humanos estavam abaixo de ti... por que tu fizeste... isso? O rosto de Kyou permaneceu calmo e a sua voz suavizou por um breve momento, como se estivesse a falar com uma crian?a rebelde – Se tu tiraste os olhos dela, ela te ser? tirada. Tu, irm?o, n?o sabes o significado da verdadeira prote??o. Kyou j? tinha voltado a sua aten??o para a rapariga mole em seus bra?os. O seu irm?o a amava, mas nunca lhe disse, que ir?nico. Ela amava o seu irm?o, mas... ele pretendia roubar esse amor. Ele queria isso... ansiava por isso e n?o seria negado. As suas orbes douradas voltaram-se para Toya enquanto a sua voz endurecia. – Hyakuhei est? perto... tu n?o consegues senti-lo? Ela estaria em perigo. Tu a deixaste intocada, sem marcas, desprotegida e sozinha... esperando por ele. N?o vou cometer o mesmo erro. Toya observou a sombra das asas douradas de Kyou ganhar vida, destruindo a barreira que os cercava no segundo em que as penas poderosas tocaram a sua superf?cie. Ele gritou em nega??o quando Kyou desapareceu com Kyoko no seu abra?o apertado. O som ricocheteou, n?o deixando nada para tr?s, exceto o rugido da tempestade que ainda assolava a floresta. Ele sabia que tinha falhado com ela agora, mas ele iria encontrar uma maneira de libert?-la do seu irm?o. Kyou estava certo em repreend?-lo pela sua falta de vigil?ncia sobre Kyoko, mas beij?-la... toc?-la assim... ent?o tir?-la da sua prote??o. Por qu?? O sangue de Toya ferveu quando o eco da amea?a de Kyou ressoou na sua mente. – Sem marca? – Ele rezou para que Kyou n?o quisesse dizer que tomaria Kyoko como sua companheira apenas para proteg?-la. Toya rosnou com o pr?prio pensamento. – N?o mesmo! – Ele gritou para o espa?o agora vazio. Ele esteve sempre ao lado dela, n?o Kyou. Kyou odiava humanos e nunca mostrou nenhum interesse em Kyoko. Por que ele de repente faria algo t?o precipitado? O pr?prio ar em torno de Toya tornou-se vivo com f?ria reprimida enquanto os seus poderes de guardi?o aumentavam perigosamente com a sua raiva. – Kyou, droga! Eu n?o vou permitir isso. – A voz de Toya podia ser ouvida por toda a floresta. Cap?tulo 3 - Escurid?o Descendente Shinbe pousou atr?s de Toya tendo chegado assim que Kyou e Kyoko desapareceram. Os outros desceram atr?s dele enquanto observavam a aura poderosa de Toya se expandir ao seu redor em ondas azuis fluorescentes. O rosto de Kamui mostrou o choque do que ele acabara de testemunhar, enquanto os reflexos roxos no seu cabelo indomado farfalharam com os ventos da explos?o de Toya. Os seus olhos pareciam mudar de cor com cada batimento card?aco confuso que se seguiu. – Kyoko? – A sua voz parecia sem f?lego enquanto o seu l?bio inferior tremia em rebeli?o. P? multicolorido brilhante caiu das suas asas transl?cidas quando ele as ergueu num golpe poderoso com a inten??o de perseguir aquele que tinha tirado Kyoko deles. Um flash de rel?mpago recortou as asas escuras do inimigo enquanto ele brilhava para a vida bem no caminho de Kamui. O cabelo comprido da meia-noite de Hyakuhei se ergueu com a corrente causada pela sua queda repentina. Os seus olhos de ?bano travaram com os de Kamui, fazendo com que o guardi?o recuasse na sua corrida para resgatar Kyoko. – Pobre crian?a... tu perdeste alguma coisa? – A voz de Hyakuhei tinha uma nota de preocupa??o, mas os seus olhos de ?bano denunciaram as suas verdadeiras inten??es. Deslizando para a frente, ele estendeu a m?o para tocar a bochecha p?lida de Kamui, apenas para rir quando o guardi?o se atirou v?rios metros para tr?s para evitar o contacto. – Sempre t?o arisco. – Ignorando o outro guardi?o ainda no ch?o, Hyakuhei espreitou o menino de olhos brilhantes enquanto ele se retirava, – Vem agora Kamui, como tu vais realmente me derrotar... se tu n?o tiveres a tua sacerdotisa contigo? – Ele conhecia os medos do menino melhor do que ningu?m. Os seus l?bios sugeriram um sorriso s?dico. Afinal... foi ele quem ensinou a Kamui todos aqueles medos. Kamui quase engasgou com o p?nico que aumentava cada vez mais. Ver o monstro na frente dele foi quase t?o mau quanto sentir o monstro escondido dentro... o dem?nio dos sonhos. Ele podia sentir isso na frente dele, por tr?s do rosto do seu inimigo, mem?rias de pesadelos que ele tinha enterrado h? muito tempo voltaram para assombr?-lo enquanto ele lutava contra o desejo de fugir do homem diante dele. Sentindo o terror de Kamui inundar a ?rea, Shinbe gritou: – Deixa-o em paz, traidor! – Erguendo o seu cajado, ele usou a sua telecinesia para enviar um ataque de pedras e terra ao seu tio para distra?-lo por tempo suficiente para Kamui escapar. Com um aceno de m?o, Hyakuhei criou uma barreira para os proj?teis ricochetearem inofensivamente, os seus olhos negros se voltaram para o guardi?o ametista com raiva. – N?o interfiras com algo que tu n?o conheces, querido sobrinho. Kamui caiu no ch?o, caindo de p? enquanto empurrava as mem?rias sombrias para tr?s, esperando que elas ficassem escondidas por mais algum tempo. Elas eram os seus segredos para mant?-los e mant?-los era o seu dever. Kamui piscou... os seus olhos voltando ao estado normal de brilho. Ele nunca se lembraria do que Hyakuhei o desafiava a lembrar... ele olhou para os outros guardi?es desejando que a mentira fosse verdade. Toya tinha visto o suficiente e ele agarrou. Com velocidade mais r?pida do que o olho humano poderia detetar, Toya pareceu, desapareceu e reapareceu atr?s de Hyakuhei. Envolvendo o seu bra?o em volta do pesco?o do inimigo num aperto mortal, ele rosnou: – E o que diabos tu achas que podes fazer sobre isso... querido tio? Os olhos de Hyakuhei se estreitaram quando ele percebeu que a raiva de Toya tinha libertado um poder igual ao dele. Vendo que Kamui tinha escapado do seu alcance por enquanto, ele sorriu enganosamente. – Como tu pretendes me impedir quando n?o consegues nem mesmo proteger uma rapariga? Tu j? perdeste. Ele sabia que ainda podia torturar a sacerdotisa com as mem?rias sedutoras escondidas nas profundezas dos sonhos. O esp?rito dos sonhos veria que eles ficavam ligados. Mais cedo ou mais tarde... ela iria at? ele de boa vontade. Kyou n?o a teria por muito tempo. Mesmo agora ele podia senti-la a dormir... esperando por ele se juntar a ela nos seus sonhos. Com uma risada perversa, o corpo de Hyakuhei desapareceu, deixando Toya gritar de raiva mais uma vez. ***** A escurid?o cercou Kyoko na sua escurid?o e de alguma forma ela sabia que estava mais uma vez a dormir. A realidade desapareceu em segundo plano e ela se encolheu por dentro, sabendo que o sonho tinha encontrado uma maneira de continuar. Ela tentou lutar... acordar para que n?o pudesse alcan??-la, mas a calmaria do mundo dos sonhos era muito forte. O tempo e o espa?o n?o tinham significado quando o sonho se tornou real para ela. Kyoko estava quente, quase quente demais e a sensa??o estava a se tornar dif?cil para ela acordar. Lutou para tentar sacudir a escurid?o que a deixou t?o fraca e perdida. Movendo os dedos ao lado dela, ela sentiu a maciez da pele. Ficou ciente o suficiente para perceber que estava deitada em algum tipo de pele. Abrindo os olhos, ela olhou para um teto de pedra e deixou a sua vis?o tra?ar atrav?s dele at? as paredes de pedra que a cercavam. Ela estava numa caverna de algum tipo. A luz cintilou em todas as cores ao seu redor de uma pequena fogueira que estava a apenas cerca de tr?s metros de dist?ncia. Foi realmente de tirar o f?lego como s? o sonho poderia ser. Tentou se sentar, mas imediatamente se arrependeu do movimento, recostando-se o mais lentamente que p?de. A sua cabe?a do?a e ela estava fraca... como se toda a for?a tivesse acabado de ser retirada dela. O que aconteceu? Os seus l?bios se separaram quando as mem?rias come?aram a voltar. Desta vez, sentou-se rapidamente sem se importar com a dor, ainda segurando a cabe?a entre as m?os na esperan?a de firmar a vis?o. Parecia que ela estava nas profundezas da terra por causa das forma??es de cristal ao longo do teto e das paredes. Havia apenas uma entrada que podia ver e era pequena, ent?o o fogo estava a fazer um bom trabalho no aquecimento da sala. Sem d?vida, sem isso, a caverna teria sido muito fria. Fechando os olhos novamente e esfregando as t?mporas, tentou pensar racionalmente. O Cristal do Cora??o Guardi?o... Ela o quebrou para impedir Hyakuhei de obt?-lo. Essa foi a ?ltima coisa que ela se lembrou. Abrindo os olhos novamente, ela podia ver com mais clareza. Olhando para baixo, percebeu que estava deitada numa pele da cor da meia-noite. Kyoko gemeu... Hyakuhei a tinha. Ela sabia disso. Por que mais ela estaria deitada sobre o que parecia ser um manto de pele preta bem fundo num buraco na terra... s? Hyakuhei poderia ser t?o louco. Ela queria chorar, mas sabia que n?o, porque se cedesse ao medo... talvez nunca parasse de chorar. Verificando o seu corpo em busca de ferimentos para manter a sua mente longe dos seus medos, ela percebeu que estava ilesa e imediatamente se sentiu melhor. Se Hyakuhei fosse mat?-la... ele j? teria feito isso... certo? Ela estremeceu com a pergunta persistente. Olhando ao redor, Kyoko se sentiu melhor vendo que estava sozinha. Se ela tentasse escapar, agora seria a hora. Ela s? esperava ter a energia necess?ria para fugir da caverna sem que Hyakuhei soubesse. Rastejando nas suas m?os e joelhos, ela se firmou. Levou toda a sua for?a apenas para ficar de p?. Lutou contra a onda de tontura que a invadiu. O que ele fez com ela? Ou foi o estilha?amento do cristal que roubou a sua resist?ncia. Ela se sentia como se estivesse perdida num sonho e s? esperava que fosse verdade. Ela n?o queria ser um beb?, mas daria qualquer coisa agora para um dos guardi?es vir e salv?-la. Depois de estar num mundo cheio de dem?nios por tanto tempo... nada a assustava muito, mas agora... ela estava silenciosamente apavorada. Kyoko voltou a sua aten??o para a abertura da caverna. Embora houvesse luz dentro da caverna, parecia terrivelmente escuro do outro lado da abertura. Ela se aproximou da sa?da quase com medo do que encontraria do outro lado. Ela podia sentir a diferen?a de temperatura ao chegar ? abertura. Podia at? sentir o frio a tentar entrar na sala quente e quase a fez querer o calor da pele preta onde estava deitada. Olhando para tr?s por cima do ombro, ela contemplou retornar ao calor, mas rapidamente baniu o pensamento. N?o, Kyoko pensou teimosamente enquanto esfregava os bra?os para mant?-los aquecidos. Ela tinha chegado at? aqui, n?o estava prestes a virar e voltar para ele. Al?m disso... era de Hyakuhei e precisar dele parecia errado. Ele era o inimigo. Ela deu mais um passo, o que a trouxe para dentro da porta escura, e estava certa. Estava t?o escuro. Kyoko levantou os olhos para encontrar um pequeno feixe de luz vindo de cima. Pelo que poderia dizer, estava muito longe da superf?cie. Olhando para a luz para evitar olhar para tr?s na escurid?o, notou o fato de que agora devia ser de manh?. Com um suspiro silencioso, ela se perguntava h? quanto tempo estava fora de si. Mordeu o l?bio inferior esperando n?o ter dormido por dias ou algo parecido. O pensamento de estar sozinha a um quil?metro abaixo da terra estava a assustar e o pensamento de Hyakuhei estar com ela aqui era mais do que apenas assustador. Ela assentiu consigo mesma, pensando: Definitivamente ? hora de desaparecer antes que o diabo apare?a para me lan?ar no fogo. Inalando profundamente, acalmou o seu medo sabendo que n?o tinha alternativa... mas como poderia voltar ao topo? Kyoko deu mais um passo para a escurid?o, na esperan?a de obter uma vis?o melhor, mas o que aconteceu a seguir tirou o seu f?lego. Ela n?o conseguia nem gritar. N?o havia ch?o para o seu p? tocar. Ela instantaneamente perdeu o equil?brio e estava a cair. Silenciosamente observou o pequeno feixe de luz acima dela se distanciar. Fechando os olhos, Kyoko alcan?ou a luz enquanto esperava o impacto. Da escurid?o, bra?os quentes a envolveram para diminuir a sua queda. Ela n?o se importava com quem era, desde que n?o ca?sse mais. O seu grito abafado ecoou nas paredes de pedra enquanto se agarrava com for?a aos ombros musculosos, o seu medo se instalou ao perceber que ela poderia ter morrido. Ela podia sentir o calor a sair da pessoa cujos bra?os fortes a seguravam com seguran?a contra um peito largo. Podia ouvir algo que soava como asas suaves enquanto subiam em dire??o ? entrada do quarto de onde ela acabara de cair. Lutando contra o desejo de se aproximar do corpo que a salvou, come?ou a se concentrar em qu?o mais leves as paredes pareciam. Conforme a luz se aproximava, Kyoko estava quase com muito medo de olhar para cima, j? sabendo quem a tinha, mas a curiosidade m?rbida trouxe os seus olhos esmeralda para o rosto ligado a sua t?bua de salva??o. Os seus medos foram renovados. O seu rosto perfeito se voltou para ela enquanto o seu longo cabelo escuro pairava ao redor deles em ondas. Se o mal tivesse um nome... esse nome seria sedu??o. – Hyakuhei. – a sua voz estava cheia de alarme e gratid?o ao mesmo tempo. Era sua culpa ela estar aqui, mas tamb?m... ele n?o tinha que a salvar quando ela caiu. Por que ele o fez? Como ela poderia lutar contra tal enigma? Uma pequena brisa atingiu as suas costas e ela percebeu que eles estavam perto da pequena caverna onde tinha acordado originalmente. Ela realmente caiu t?o longe? Ela n?o disse uma palavra enquanto os seus p?s pousavam no ch?o sem um som e ele carregava o seu estilo nupcial de volta para a pele e a sentava. Ele ent?o abaixou o seu corpo para se sentar na frente dela. Os nervos de Kyoko estavam num n? no momento em que ele foi resolvido. N?o estava a ajudar que ele apenas a encarasse como se estivesse a pensar profundamente. Ela mordeu o l?bio inferior sabendo que seria in?til correr. Ela olhou de volta para ele como se o medisse. Se ela j? n?o soubesse o qu?o malvado ele era, ela o teria pensado t?o belamente quanto Kyou... exceto onde Kyou tinha uma colora??o clara, Hyakuhei tinha uma colora??o escura. Ambos os homens eram poderosos e muito perigosos com olhares que podiam matar, mas ela sabia que era melhor n?o se deixar levar pela beleza sedutora. Ela tamb?m sabia n?o mostrar esse medo guardi?o trai?oeiro. Assim, acalmando os seus nervos, Kyoko levantou o queixo um entalhe e olhou para ele desafiadoramente. – Eu n?o tenho o cristal, ent?o por que tu me trouxeste aqui? – Ela estava feliz pela sua voz soar mais forte do que ela sentia e tirou coragem disso. Hyakuhei ignorou a pergunta da sacerdotisa enquanto a encarava por um momento. Essa rapariga o intrigava em muitos n?veis. Ele sabia que ela tinha um grande poder, mas tamb?m sabia que ela n?o fazia ideia de qu?o poderosa ela realmente era. Ela nem percebeu que a sua queda tinha diminu?do antes que ele a pegasse nos seus bra?os. Se ele a tivesse deixado cair, sem d?vida ela teria ca?do suavemente nos seus p?s. O seu poder tinha crescido desde a ?ltima vez que eles ficaram cara a cara. Desta vez, encontrar o Cristal do Cora??o Guardi?o seria mais f?cil porque ela o ajudaria a localizar os fragmentos partidos. O seu erro antes tinha sido a sua obsess?o apenas pelo cristal. Desta vez, ele queria... ela e o cristal. – Por que tu tens tanto medo de mim? – Hyakuhei sussurrou suavemente enquanto levava a m?o para tocar a sua bochecha e ficou surpreso quando ela mal se encolheu. Ela estava a mostrar-lhe que n?o tinha medo dele, sem perceber que ele podia sentir o cheiro do seu medo a crescer quando estendeu a m?o para toc?-la. Ela estava certa em estar com medo, mas ele a faria esquecer tais medos. Com o contacto da pele e os seus olhos arregalados fixos nos dele, ele entrou na sua mente, dando-lhe a sensa??o de conforto e seguran?a. Ele tinha colocado feiti?os nela antes, mas ela sempre os quebrara. Desta vez seria um feiti?o que a deixaria sem sentir nenhum perigo e ela n?o teria motivo para se libertar dele, embora provavelmente pudesse se tentasse o suficiente. Esta era a escravid?o de um dem?nio vampiro que ele tinha recentemente colocado na sua alma. Os cantos dos seus l?bios sensuais se curvaram numa sugest?o de sorriso enquanto ela o observava com curiosidade e o seu cheiro de medo diminuiu. Kyoko deveria saber melhor do que deix?-lo toc?-la, mas estava a tentar o seu melhor para n?o mostrar medo. Enquanto o seu cora??o batia forte nos seus ouvidos, come?ou a se sentir estranha. Ele ainda n?o tinha tentado magoa-la e por algum motivo... ela entendeu que n?o eram essas as suas inten??es. Ela se sentia segura com ele e tamb?m com sono. Apoiou o rosto na palma da m?o dele e baixou os c?lios. – Hyakuhei. – ela sussurrou, feliz por n?o estar mais sozinha dentro da caverna. Ele sentiu o seu cansa?o e rastejou mais perto para deit?-la suavemente sobre o pelo macio da meia-noite. Pairando sobre ela, ele montou no seu corpo e olhou para a vis?o que agora ele tinha enjaulado sob ele. – Sou eu quem tu vais amar Kyoko... o meu toque, a minha voz... o meu beijo. – Ele baixou os l?bios nos dela enquanto ela adormecia... Hoje ? noite ele deixaria o seu corpo e a sua mente dormirem e ele manteria contacto com ela para fortalecer o v?nculo da escravid?o. A faria desej?-lo ao ponto da dor f?sica, ent?o ela n?o teria escolha a n?o ser procur?-lo e alimentar o desejo. Ele se deitou ao lado dela, puxando o seu corpo nos seus bra?os, inalando o seu perfume. Sorriu para si mesmo sabendo que ela era t?o inocente... apenas uma crian?a, mulher na verdade. Ele n?o tinha nenhum desejo de mudar isso esta noite. O seu corpo se apertou ao redor dela possessivamente. Ela estava pura e alheia ao fato de que agora estava sob o seu controlo enquanto dormia dentro de um sonho. Ela era sua! V?rios quil?metros de dist?ncia, Hyakuhei se virava e virava enquanto sonhava o mesmo sonho de Kyoko... o dem?nio do sonho agora tinha os dois nas suas garras e eles nem sabiam disso. O dem?nio riu silenciosamente do caos que tinha criado. Oh, sem d?vida estava sob o controlo de Hyakuhei, mas a sua mente permaneceu intocada. Por quanto tempo ainda era uma inc?gnita e ele tentou contra-atacar o seu carcereiro enquanto podia. A lasca de cristal dentro do esp?rito do mestre dos sonhos deu a ele o poder de olhar profundamente dentro de Hyakuhei... t?o profundamente que ele podia ver atrav?s do Cora??o do Tempo e para outra realidade. Mundo passado ou futuro... n?o importava porque era a verdade e ele iria us?-la contra a escurid?o que o tinha acorrentado. Ele alimentaria as mem?rias de Hyakuhei e da sacerdotisa para que conhecessem a derrota n?o uma... mas duas vezes. Esta era a terra dos dem?nios e os dem?nios sempre deveriam vencer. ***** Kyou segurou cuidadosamente Kyoko nos seus bra?os, embora ela estivesse a dormir. Ele tinha colocado alguma dist?ncia entre Hyakuhei e a sacerdotisa, mas de alguma forma... era como se Hyakuhei ainda estivesse perto dela. O seu sangue de guardi?o rugiu em resposta a esses pensamentos enquanto ele a segurava um pouco mais apertado contra si mesmo. Levantando a m?o para segurar a sua bochecha, ele sentiu um calor estranho come?ar a se espalhar por ele quando ela virou o rosto levemente na sua palma. Os seus olhos dourados endureceram quando ela sussurrou um nome no seu sono. Ela tinha dito o nome do inimigo com tanta ternura. Com um rosnado raivoso, Kyou tentou perscrutar a sua mente para ver o que ela estava a sonhar, mas encontrou uma barreira que o afastava do sonho. O seu olhar se estreitou... a barreira de um dem?nio dos sonhos? Como Hyakuhei ousa construir um v?nculo com Kyoko usando um humilde dem?nio do sono? Os seus l?bios se estreitaram com o conhecimento de quanto poder o dem?nio do sonho tinha no seu encantamento. Parando no ar, Kyou enviou uma onda de banimento de poder ps?quico diretamente para a barreira e sorriu friamente quando ouviu o grito fraco do mestre dos sonhos quando ele deixou a sua mente. Ele podia sentir a mancha de Hyakuhei a deixar quando o seu sonho chegou a um fim abrupto. Ele s? podia esperar que Hyakuhei estivesse bem acordado, suando frio... e sentindo dor. Kyou a moveu para mais perto do seu rosto para que pudesse observ?-la enquanto voava para a barreira velada que escondia o seu castelo de todos. Outros veriam apenas uma floresta sombria coberta de vinhas estranguladas e mutiladas e a chuva, mas ele conhecia a ilus?o. Fechando os olhos, ele sussurrou as palavras secretas e a paisagem m?rbida mudou quando um buraco na barreira oculta se abriu... permitindo que ele entrasse. A ilus?o se fechou atr?s dele. O encantamento mais uma vez selou a sua casa do mundo inquieto dos dem?nios. A barreira em si foi um golpe de g?nio criado pelo seu pai Tadamichi para evitar que inimigos indesejados atacassem. No final, entretanto, Kyou descobriu o verdadeiro prop?sito da barreira... impedir Hyakuhei de voltar para casa. Foi um castigo adequado h? muito tempo, Kyou testemunhou o seu tio parado do lado de fora, olhando para dentro e querendo... n?o... precisar passar por ele e agarrar o poder que Tadamichi tinha deixado para tr?s. Ele voou sobre os jardins exuberantes que cercavam o seu pal?cio, entrando por uma janela aberta num dos andares superiores, os seus p?s silenciosamente pousaram no ch?o de m?rmore l? dentro. Com gra?a, os seus passos n?o fizeram barulho enquanto caminhava para o lado da sala que continha um travesseiro grande o suficiente para uma d?zia de pessoas dormirem. Abaixando-se, Kyou a deitou suavemente no travesseiro macio apenas para olhar fixamente para ela. Por que ele a levou? Ele sabia por qu?... porque ele a queria. Isso foi o suficiente. Ele sabia que quando Kyoko acordasse que ela iria odi?-lo. Kyou n?o queria que ela o odiasse. Novamente ele se perguntou por que se importava tanto com o que ela pensava dele. Desde quando ele queria algo que j? n?o lhe pertencia? Ele rosnou baixinho, ficando irritado com os seus pr?prios pensamentos confusos. Como ele poderia faz?-la concordar em ficar aqui, com ele, sem ter que lutar com ela a cada passo do caminho? Este era um novo obst?culo para o senhor do reino dos dem?nios. Se tivesse sido outra pessoa a causar esses pensamentos para assombr?-lo, ele simplesmente os destruiria e seguiria com a sua exist?ncia. Mas... ela era a sua sacerdotisa... ele era o seu guardi?o. Ele n?o queria mat?-la. Ele n?o queria magoa-la de jeito nenhum. Ele queria apenas mant?-la. Essa no??o o surpreendeu. Ele faria um acordo com ela. Sim, ela iria mostrar-lhe o que ele queria saber. S? ent?o a deixaria ir... Se ela ainda quisesse ir e ele se certificaria de que n?o o fizesse. O fato de Hyakuhei ter entrado nos seus sonhos apenas alguns momentos atr?s aumentou a sua necessidade de mant?-la por perto. A sua ?nica preocupa??o neste momento era o poder do mestre dos sonhos... era forte o suficiente para quebrar a barreira que cercava a sua casa? A magia antiga seria suficiente para proteg?-la? Ela n?o fazia ideia de quanto perigo realmente corria. Os olhos dourados de Kyou se voltaram para o rosto dela quando ele sentiu o seu pulso acelerar. Ela estava a acordar. Ele se sentou no travesseiro ao lado dela e esperou. Primeiro, tentaria acalmar os seus medos. Ent?o, e s? ent?o, seria capaz de passar para a pr?xima etapa... mant?-la ao lado dele independentemente do custo. Kyoko se sentia como se estivesse numa nuvem e isso a confundiu. A sua m?o se moveu em algo muito macio e ela se perguntou se estava a sonhar outra vez... Hyakuhei a beijou t?o suavemente. Por que ele a beijou? Os seus olhos se abriram apenas para se arregalarem quando a primeira coisa que viu foi Kyou sentado ao lado dela, parecendo um anjo congelado que tinha perdido as asas. Olhos dourados sem emo??o a estavam a fixar no local onde ela estava deitada. As semelhan?as entre o seu sonho e a sua realidade eram desanimadoras para dizer o m?nimo. Ela rapidamente olhou ao redor reparando no piso de m?rmore preto e as paredes de pedra. O seu primeiro pensamento foi que aquilo era exatamente como a caverna, s? que melhor. Parecia o que ela sempre imaginou que seria o interior de um castelo. Grandes tape?arias cobriam partes das paredes dando um toque mais quente junto com o travesseiro dourado e preto onde estava deitada. A sua aten??o voltou a Kyou, percebendo que ele n?o tinha movido um m?sculo. Mais uma vez, a lembran?a do seu pensamento anterior voltou para assombr?-la... Ele ? t?o perigoso quanto Hyakuhei. Como algu?m t?o bonito pode ser t?o mau? A escurid?o da sala fazia a sua aura parecer perturbadoramente mais brilhante, como se gozasse dos seus pensamentos. Mais uma vez, a mesma sensa??o de n? no est?mago voltou, como no sonho. Fechando os olhos com for?a, ela cerrou os punhos no travesseiro e rezou para que isso fosse apenas mais um sonho... que acordasse de volta com a est?tua da donzela e Toya estivesse de p? sobre ela gritando sobre a sua estupidez por ter voltado no meio da noite. Quando os seus olhos se abriram, engoliu em seco com medo, compreendendo que isso era muito real. Quando ele realmente falou, ela se assustou tanto que estremeceu com a voz melanc?lica. Os seus olhos esmeralda se arregalaram com a rea??o sabendo que tinha acabado de estragar novamente, mostrando-lhe medo... isso n?o era bom. – Eu n?o vou te magoar... se tu te comportares. – Kyou olhou fixamente nos olhos dela, esperando a sua rea??o ?s palavras dele. Ele ent?o sorriu interiormente quando ela olhou para ele. ?timo. ele pensou. Ela n?o ia gritar de medo dele... n?o pelo menos enquanto ela ainda estava com tanta raiva. Kyoko olhou fixamente para ele enquanto se lembrava do que ele tinha feito... e bem ali na frente de Toya, de todas as pessoas. Como ele p?de ter feito tal coisa? Levantando o queixo Kyoko assobiou: – E o que faz tu pensares que eu algum dia me comportaria? Kyou quase se perdeu quando a demanda voou dos seus l?bios rosados. Pelos deuses, ela estava determinada a desafi?-lo at? ao fim. Apesar da sua antipatia inicial por ela, tinha que saber que n?o era o seu desejo acabar com a sua exist?ncia. Se fosse esse o caso, ela teria morrido nas m?os dele no primeiro encontro. O seu desafio estava a aquecer o seu sangue novamente... for?ando-o a fazer um esfor?o f?sico para se concentrar na tarefa em m?os. Os olhos de Kyoko de repente ca?ram dos dele. Ela n?o podia competir com a intensidade do seu olhar. N?o naquele momento. N?o com o cora??o a bater t?o forte. O olhar estranho das suas orbes douradas a assustou mais do que lutar contra o pr?prio Hyakuhei. – Tu vais te comportar se quiseres voltar para Toya e os outros guardi?es. – Ele disse confiante como se estivesse a declarar um fato. Estreitou o olhar quando os olhos dela voltaram para os dele. Ent?o... ela pensou que iria discutir, n?o ?? Ele certamente esperava que sim. Se ele tivesse alguma coisa a ver com isso... ela nunca colocaria os olhos em Toya novamente. – Quem tu pensas que ?s? – ela exigiu, ficando de joelhos na frente dele. – Tu colocaste as tuas m?os em mim... me tocaste de uma maneira que eu n?o queria. Eu n?o me importo com o que tu queres ou tens a dizer, leva-me de volta para Toya, seu... seu pervertido! Kyou de repente se inclinou para a frente fazendo Kyoko cair de volta na sua posi??o original e ele saboreou o cheiro misto do seu medo e emo??o. – Tu vais ficar aqui comigo at? que eu considere o contr?rio. Se os teus chamados Guardi?es n?o podem estar presentes para proteger-te, ent?o eles n?o merecem a responsabilidade. – O temperamento de Kyou explodiu quando se lembrou do qu?o perto ela esteve da morte pelos dem?nios que ele destruiu antes de tom?-la. Isso foi para o bem dela. Se ele n?o a tivesse encontrado a tempo, ela estaria com Hyakuhei agora, em vez da sua prote??o. Os l?bios de Kyoko se separaram em confus?o – Por que tu queres que eu fique aqui contigo? – Foi ent?o que ela percebeu o qu?o perto ele estava enquanto se inclinava sobre ela. Ela observou a maneira como ele respirava e piscou... por um momento, parecia que a camisa dele ficou quase transparente na luz. Balan?ando a cabe?a mentalmente, ela encontrou o seu olhar esperando por uma resposta ? sua pergunta. Antes que Kyou pudesse responder, a porta da sala se abriu e duas crian?as pequenas entraram a correr, sorriam e riam. Eles pareciam ter cerca de seis anos. Os meninos tinham cabelos loiros indom?veis que paravam logo abaixo dos ombros. Eram g?meos id?nticos. Kyou sentou-se abruptamente ereto, momentaneamente, com uma express?o de algu?m com a m?o presa no pote de biscoitos. Kyoko nem sabia que esse olhar estava no seu repert?rio. Ela sabia que nunca iria esquecer... onde estava uma c?mera quando tu realmente queres? Ela inclinou a cabe?a para o lado sabendo que eram crian?as humanas e g?meas. Por que elas estavam aqui... com ele? – Kyou, tu est?s de volta. – Eles gritaram o seu nome enquanto corriam para mais perto. Percebendo Kyoko eles pararam, os seus olhos se arregalando com uma curiosidade t?mida. – Kyou, ela vai ficar? – eles ergueram os seus olhos azuis claros para encarar Kyou. Kyoko assistiu Kyou. Ele nem mesmo olhou para os pequenos g?meos enquanto respondia. – Hiroki, Hiraru. – Ele disse numa voz inexpressiva. – Sim? – Vieram as respostas doces. – Ela vai ficar. Agora deixem-nos por enquanto. – A voz fria e calma de Kyou n?o perturbou os g?meos enquanto sorriam para Kyoko, ent?o de repente correu para a frente, fechando a dist?ncia entre eles. Kyoko esperava ser atacada. Os seus olhos se arregalaram de surpresa quando pararam antes de alcan??-la e subiram para o colo de Kyou, abra?ando-o com tudo o que valiam. Mais uma vez, a express?o no rosto de Kyou n?o teve pre?o, fazendo-a se perguntar o quanto ela realmente sabia sobre ele. Os g?meos saltaram para tr?s a rir quando Kyou rosnou abruptamente no fundo do seu peito antes de se virar e saltar para fora da sala. Kyoko olhou de volta para Kyou. – Por que eles est?o contigo? – Ele simplesmente ficou diante dela, elegante e irritantemente lindo. Ela percebeu que ele n?o responderia e ficou surpresa quando o fez. – Eles quiseram ficar... e eu deixei. – ele respondeu com o mesmo olhar vazio que tinha dado a ela antes. Elevando-se sobre ela, Kyou notou a express?o de surpresa que cruzou o seu rosto. O olhar dele percorreu as suas bochechas para parar nos seus l?bios... l?bios carnudos, quase carnudos. Kyoko n?o sabia o que pensar sobre a sua resposta. – Por que tu os deixaste quando odeias humanos? Ele gostava de ver os l?bios dela a se moverem. Kyou se inclinou para mais perto de Kyoko, chegando a cent?metros do seu rosto. – Eles n?o s?o inteligentes o suficiente para terem medo de mim. – A sua voz era baixa e suave. Os olhos dele se ergueram dos l?bios dela e se fixaram nos dela. Kyoko engoliu em seco, inclinando-se um pouco, mas o travesseiro n?o permitia muito espa?o para isso. O que ele quis dizer... que ela n?o era inteligente o suficiente para ter medo dele? Ela poderia dizer que ele n?o iria magoa-la, ent?o ela n?o se afastou dele. – Ent?o por que estou aqui? – ela levantou uma sobrancelha para ele. – Porque tu tamb?m n?o ?s inteligente o suficiente para ter medo de mim. – a sua voz ficou mais suave enquanto observava o rosto dela t?o perto do dele. Ele ficou surpreso com o quanto as emo??es dela transpareciam no seu rosto. Kyoko queria inclinar-se para tr?s mais alguns cent?metros tentando criar espa?o entre eles. – Tu queres que eu tenha medo de ti? – ela perguntou levantando uma sobrancelha irritada. Ela inalou quando os olhos dele pareceram brilhar de forma anormal ainda mais dentro do quarto sombrio. Ela de repente esqueceu o que tinha levado a essa conversa. – Contanto que tu te comportes, tu n?o tens nenhuma raz?o para me temer. Por enquanto. – Ele estendeu a m?o para tocar a sua bochecha apenas para abaix?-la lentamente quando ela de repente se afastou. A luz da janela atr?s dele refletiu nos seus olhos. Ela percebeu o qu?o sedutora ela parecia com a sua inoc?ncia de crian?a e os seus l?bios melanc?licos? Ele se sentou longe dela, o seu olhar estreitando mais uma vez. Kyoko o observou com curiosidade. – Kyou... por que estou realmente aqui? Eu preciso voltar para os outros guardi?es e continuar a ca?ar os talism?s perdidos. – Ela n?o sabia o que estava a acontecer com ele e isso estava oficialmente a come?ar a assust?-la. Ele ainda n?o lhe respondeu e as borboletas no seu est?mago cresciam enquanto ela esperava. Depois de um minuto observando-o apenas olhando para ela, Kyoko finalmente colocou a m?o no travesseiro e se pressionou at? ficar em p?. Kyou ficou t?o tentado a deix?-la se inclinar para ele, mas depois de tratar o seu corpo de forma t?o sedutora antes, ele sabia que isso iria quebrar qualquer tipo de confian?a que ele ganhou. Ele se inclinou para tr?s e a deixou se levantar. Sentindo-se um pouco desequilibrada ao tentar ficar de p? no travesseiro de grandes dimens?es, Kyoko colocou as m?os para se equilibrar enquanto o olhava desafiadoramente. – Ok. Se n?o h? raz?o para eu estar aqui, ent?o eu quero voltar. – Ela deu um passo, mas antes que soubesse o que aconteceu, estava deitada de costas olhando para um Kyou que parecia muito zangado. Bem... pelo menos eu sei que o rosto dele n?o ? feito de pedra, ela pensou consigo mesma. Kyou agarrou os tornozelos de Kyoko e quando ela pousou, ele a puxou na sua dire??o. Ele estava instantaneamente em cima dela, olhando para o seu rosto. As suas m?os estavam pressionadas contra o seu peito e ele podia sentir o poder do cristal a crescer nas suas palmas, mas ela n?o o soltou. Bom. ele pensou. – Tu achas que eu te tomei por nada? Tu estavas em perigo e nem sabias disso! – ele a informou sombriamente. – Perigo. – Kyoko quase rosnou para ele. – Eu estava bem at? tu apareceres! Ele respirou fundo tentando acalmar o seu temperamento e o seu cora??o batendo rapidamente. Ele n?o queria magoa-la, mas ela ainda n?o iria embora. Algu?m tinha que mant?-la segura e ele n?o confiava nos seus irm?os para fazer isso depois da sua neglig?ncia. – Tu n?o ir?s embora at? que eu saiba o que preciso saber de ti. – O que tu queres aprender comigo? – Kyoko pressionou as m?os contra o seu peito duro e empurrou, tentando faz?-lo recuar para que ela pudesse sentar-se novamente. Quando ela percebeu que ele n?o iria se mover, ela olhou para ele com frustra??o. Ela estava a come?ar a perder a paci?ncia com o “pr?ncipe de gelo”, ela pensou consigo mesma, causando um leve sorriso hist?rico nas suas fei??es. As pontas dos dedos dela formigaram com o seu poder e ela o controlou, j? que ele n?o tinha feito nenhuma amea?a real para ela... ainda. Kyou novamente observou as emo??es cruzarem o seu rosto com espanto, embora ele n?o mostrasse nenhuma evid?ncia de estar surpreso. Ele colocou as m?os nos ombros dela e a sacudiu levemente. – Isto... Eu quero aprender isto. Kyoko franziu a testa para ele. Do que diabos ele estava a falar? Ele a sacudiu novamente – E isso, eu quero saber disso. – O qu?? – Ela gritou com ele, ficando com raiva. Kyoko deu-lhe um olhar estranho, perguntando-se silenciosamente se ele tinha perdido seriamente a cabe?a. – Sim, isso, tudo isso e isso tamb?m. – Ele a puxou para si e ro?ou os l?bios nos dela num beijo ardente. Kyoko engasgou quando ele a pegou de surpresa e deslizou a sua l?ngua pelos seus l?bios trazendo o seu corpo mais perto do dela, provando-a. No seu p?nico... o poder do cristal enfraqueceu e ela empurrou contra ele, mas a sua for?a n?o tinha vontade real. Kyou escolheu este momento para solt?-la quando a sua luta cessasse. Ele tinha defendido o seu ponto de vista, mesmo sendo o ?nico que o entendia. O seu olhar nunca deixou o seu rosto quando ela caiu de costas contra o travesseiro, com as bochechas coradas. A imagem ficaria para sempre impressa na sua mente. Os seus seios subindo e descendo com cada respira??o profunda. Os seus l?bios se separaram ligeiramente. O seu longo cabelo ruivo se espalhou ao seu redor em ondas. Foi o olhar de sedu??o inocente... que fez a sua virilha apertar e inchar. Ela j? era dele... s? que ela n?o sabia disso. Kyoko colocou as costas da m?o nos l?bios numa tentativa de impedi-lo de fazer tal coisa novamente. Ela estava brava. Ela n?o entendeu. Ele queria aprender o que com ela? – Do que est?s a falar? O que queres que eu te ensine? – ela fez as perguntas com uma voz tr?mula, sentindo como se ele estivesse a tentar arrast?-la para a sua insanidade. Quando ela n?o obteve uma resposta r?pida o suficiente, ergueu uma sobrancelha irritada para ele e sibilou: – Vai dar um salto voador. – Ela ent?o enxugou a boca com as costas da m?o como que para afastar a sensa??o do beijo dele. Perdendo a paci?ncia com ela, ele se virou para sair da sala. Por que ela n?o entendeu? Por que ela n?o percebeu que ele queria conhec?-la? Ele n?o podia libert?-la agora... desprotegida de Hyakuhei. O inimigo tinha ficado t?o perto dela que agora estava a assombrar os seus sonhos... ele n?o permitiria. Kyoko gritou com ele. – Eu quero ir embora! Deixa-me! Se eu n?o sei o que tu queres de mim, ent?o n?o posso te ajudar! – Ela viu quando ele parou, as suas costas enrijeceram, mas ele n?o se virou para encar?-la. Kyou sabia o que queria dela, mas por enquanto, isso teria que servir. – Eu quero que tu me ensines as tuas emo??es humanas. – Ele caminhou em dire??o ? porta. – Talvez ent?o… Vou entender por que estou preocupado em proteger um. Ele saiu, fechando a porta atr?s dele. Uma vez no corredor fora da sala, se encostou na madeira da porta. Isso foi... estranho. ele pensou com uma sobrancelha levantada. Rapidamente se endireitou e olhou ao redor para ter a certeza de que ningu?m tinha testemunhado o seu momento de fraqueza. Kyou ficou parado por um momento, pensando. Se ele pudesse fazer com que ela ficasse... mesmo que fosse apenas por um tempo, ele teria tempo de tentar fazer com que ela o amasse. Era hora de admitir o que ele estava a tramar... pelo menos admitir para si mesmo. Ele queria apenas mant?-la. Pela primeira vez na sua longa vida, ele queria algo que o seu irm?o Toya possu?sse. Ele queria a sacerdotisa para si... queria ser o ?nico a proteg?-la. Era isso que eles chamavam de amor? Os seus olhos escureceram atraentemente. No fundo... ele conhecia as emo??es, mas s? ele estava ciente desse fato. Ele simplesmente n?o tinha um motivo para toc?-las h? tanto tempo que elas se tornaram dormentes. Ele sorriu secretamente. Se ela queria deix?-lo... ent?o primeiro, ela teria que conhecer o verdadeiro ele. Primeiro, ele queria saber o que era o amor humano e ela seria a ?nica a mostrar-lhe. Para fazer isso... ela teria que se apaixonar por ele. O seu sangue nobre j? a tinha escolhido como sua companheira e ele n?o podia mudar isso. N?o importa o quanto ela lutasse com ele... ele apenas lutaria mais. Os olhos de Kyou ficaram mais brilhantes com o pensamento dela vindo at? ele de boa vontade. Ele queria sentir todas essas emo??es. Ele sabia por que o seu pai e irm?os pensavam que os humanos eram t?o interessantes... vale a pena proteger. Eles achavam que cada um deles ? diferente e, de alguma forma, intrigante. Ele achou f?cil ignorar a maioria dos humanos... mas n?o a sacerdotisa. Ela era o enigma entre os humanos. J? fazia muito tempo desde que o senhor do reino guardi?o esperava por qualquer coisa... Mas esta era uma batalha que ele n?o pretendia perder. Cap?tulo 4 - Problema duploz Kyoko sentou-se nos travesseiros olhando para a porta que tinha batido apenas alguns segundos antes. Os seus pensamentos estavam congelados no motivo pelo qual ele disse que ela estava ali. Kyou queria que ela lhe ensinasse emo??es humanas? Por que o pr?ncipe de gelo iria querer conhecer as emo??es humanas? E por que ele iria querer aprender com ela? Ela levou a m?o aos l?bios ainda sentindo a sensa??o de formigamento que o beijo dele causou. Os olhos de Kyoko se estreitaram quando ela baixou a m?o pensando. Uma coisa ? certa! Kyou j? conhece duas emo??es... raiva e presun??o. ***** Hiroki e Hiraru abriram a porta espreitando, procurando pela menina bonita. Nunca houve uma menina no castelo ou pelo menos uma que eles j? tivessem visto. J? fazia muito tempo que eles n?o viam outro humano entre eles. Estavam t?o acostumados a ver Kyou que nunca lhes ocorreu que estavam perdendo nada at? agora. Agora n?o podiam manter a sua curiosidade sob controle. Olhando um para o outro quando n?o viram nada de imediato, eles se inclinaram um pouco mais para ver completamente o travesseiro onde a menina estava deitada. Vendo que ela ainda estava ali, eles quase ca?ram um sobre o outro no processo. Os olhos de Kyoko brilharam consideravelmente quando ela viu os meninos g?meos. Eles eram t?o ador?veis e, novamente, ela se perguntou como algu?m como Kyou poderia ter esses dois lindos filhos na sua companhia. Simplesmente n?o combinava com a sua personalidade fria. Na sua corrida para o lado dela, um deles trope?ou, mas felizmente caiu na ponta do travesseiro, em vez do ch?o de m?rmore implac?vel. Kyoko n?o p?de evitar e riu, levando-o nos bra?os e colocando-o de volta em p?. Ela observou o outro g?meo correr e abra?ar o seu irm?o. As suas bochechas estavam pressionadas juntas olhando para ela com sorrisos id?nticos. Eles eram t?o ador?veis e a lembravam do seu irm?o mais novo quando ele era pequeno. – Tenha cuidado. – advertiu Kyoko. – Voc? n?o deve correr em pisos t?o escorregadios. Meu nome ? Kyoko. – Hiya Kyoko. Ele ? o meu irm?o Hirok … – E ele ? o meu irm?o Hiraru. – Eles terminaram as frases um do outro. – ? muito bom conhec?-los. – Kyoko assentiu. – Voc? ? muito bonita. – Hiraru disse calmamente. Kyoko mentalmente gritou com sua fofura, mas se segurou. – Obrigada Hiraru, devo dizer que voc?s os dois s?o muito bonitos tamb?m. Ambos coraram docemente e Kyoko estava achando mais dif?cil evitar abra?ar a vida deles. Ela olhou para a porta e depois de volta para eles. – Voc?s sabem onde Kyou est?? Hiroki e Hiraru trocaram olhares de cumplicidade. – Acho que ela gosta dele. – sussurrou Hiroki. Os l?bios de Kyoko se separaram, mas nada saiu e ela corou. – As bochechas dela est?o vermelhas. – disse Hiraru. – As bochechas da mam? sempre ficavam vermelhas quando o pap? a abra?ava. Voc? acha que Kyou abra?ou Kyoko? Kyoko resistiu ao desejo de cair e enterrar o rosto no travesseiro. Ele fez mais do que me abra?ar, o pensamento passou pela sua cabe?a. Tentando se distrair, ela notou as manchas de sujidade nas m?os do menino e sorriu. Meninos seriam meninos e parecia que aqueles dois estavam a brincar do lado de fora. Kyoko estendeu a m?o e levantou a m?o de Hiroki virando-a com a palma para cima. – Andamos brincando na terra, n?o ?? – ela piscou. – Precisamos tomar um banho agora. – Hiraru informou, sabendo que Kyou nunca teve as m?os sujas. Os g?meos olhavam para ele e queriam ser como o her?i deles. – Voc? vem tomar banho connosco? Kyoko balan?ou a cabe?a, – Eu n?o acho que seria uma ideia muito boa. – Ela vacilou quando os g?meos cada um pegou a m?o e tentou coloc?-la de p?. – Kyou n?o se importar?. – disse Hiroki. – Assim que ele vir como voc? ? bonita quando estiver limpa, talvez ele te abrace. Os olhos de Kyoko se arregalaram novamente e ela gemeu mentalmente. Ela n?o queria que Kyou a abra?asse... ela queria que Kyou a deixasse ir. Foi quando realmente ocorreu-lhe... as crian?as n?o sabiam que ela estava a ser mantida contra s sua vontade. Os pequenos g?meos sorriram inocentemente para ela, puxando-a em dire??o ? porta. A sua resolu??o de ficar exatamente onde estava despeda?ada quando viu os seus p?s descal?os sujos. Ela se perguntou quem tomava banho e cuidava deles. Todas as pequenas coisas que a sua m?e costumava fazer por ela, que ela tomava como certas, n?o foram dadas a esses lindos meninos. Kyoko n?o sabia o que fazer, ent?o ela apenas balan?ou a cabe?a e seguiu as crian?as para fora da porta e pelo corredor. No momento, era uma vantagem apenas sair daquela sala. Havia grandes tape?arias e pinturas que revestiam as paredes... mais do que alguns Kyoko n?o teria se importado de dar uma vista de olhos mais de perto, mas ela n?o estava prestes a marcar uma consulta. Ela tinha um motivo oculto... encontrar uma maneira de sair do castelo e voltar para Toya. As pequenas m?os segurando as dela continuaram a pux?-la corredor abaixo at? um conjunto de degraus em espiral de m?rmore branco. A escada era t?o ?ngreme que Kyoko apertou ainda mais as m?os das crian?as, n?o querendo v?-las trope?ar e cair na pressa. No fundo, eles a conduziram atrav?s de um conjunto de portas duplas. Kyoko sentiu a mudan?a de temperatura e humidade... ela piscou de surpresa e olhou em volta com os l?bios entreabertos de admira??o. A sala era enorme, com uma fonte termal tentadora borbulhando confortavelmente no centro do piso de pedra. A pedra se estendia at? as paredes, onde era forrada com almofadas macias e fofas, criando um ambiente muito confort?vel. Sob as circunst?ncias certas... poderia ter sido considerado rom?ntico. Seguindo a parede, esticou o pesco?o percebendo que ela subia pelo centro do castelo, levando a diferentes alas e deixando entrar a brisa e o sol. Se estivesse chovendo, ela estaria molhada agora. – Bem, pelo menos isso est? mais perto de estar do lado de fora do que eu. – ela olhou para baixo e sorriu quando os dois meninos olharam para ela com curiosidade. – ? lindo. – ela balan?ou a cabe?a, n?o querendo preocup?-los com as suas pr?prias divaga??es. Kyoko se lembrou de Toya uma vez dizendo-lhe que Kyou vivia num ambiente luxuoso... isso por si s? j? o confirmava. Ela n?o podia dizer o qu?o grande o castelo era, e ela n?o tinha a certeza se queria descobrir. J? era mau o suficiente que ela estivesse a ter problemas para se lembrar como ela chegou a este quarto. Seguindo a sua linha de vis?o de volta ? nascente, ela notou onde havia materiais macios para secar e vapor a sair da ?gua aquecida. Ela passou a amar absolutamente as pequenas fontes termais que muitas vezes encontravam neste mundo, mas esta era... a melhor coisa desde o p?o fatiado. De certa forma, era ainda melhor do que ela tinha no seu mundo moderno. Parecia quase bom demais para uso geral e ela se perguntou se aquela era a ?rea de banho pessoal de algu?m. Ela estremeceu quando a ideia de que esta poderia ser a casa de banho privativa de Kyou entrou na sua mente. Dando uma r?pida vista de olhos ao redor para ter a certeza, ela deu um suspiro de al?vio ao determinar que ele n?o estava por perto. Kyoko olhou para Hiroki e Hiraru nervosamente. – N?s dever?amos estar aqui? Eles sorriram, saltando de entusiasmo. – Quer?amos que Kyoko viesse connosco como a mam? costumava fazer! – Com isso... os g?meos come?aram a se despir e a correr para a ?gua, rindo de alegria. O queixo de Kyoko caiu. – Como a mam? costumava fazer? Ela piscou v?rias vezes se perguntando como duas crian?as t?o doces e inocentes tinham sobrevivido sem a sua m?e e como era que acabaram vivendo com o pr?ncipe de gelo. ***** Kyou andou para frente e para tr?s dentro das paredes do seu quarto se perguntando o que ele faria com Kyoko. Ele n?o estava preocupado com Toya e os outros, mas o fato de Hyakuhei ter ficado t?o perto dela n?o o deixou feliz. Se ele n?o tivesse chegado primeiro, o que teria acontecido? Balan?ando a cabe?a, ele rosnou com a pergunta. Ele sabia exatamente o que teria acontecido. Hyakuhei a teria seduzido e ent?o a usado para reunir o talism? e abrir um portal para o seu mundo. Ele ainda conseguia se lembrar da suavidade na sua voz quando ela disse o nome de Hyakuhei no seu sono. Esse pensamento por si s? foi o suficiente para faz?-lo querer explodir com raiva. O seu tio n?o merecia tocar... NUNCA tocaria no que era dele. Ele parou de andar e olhou para o espa?o. Ele, ele gostava daquele som. O ?nico problema que enfrentou no momento foi ganhar mais confian?a dela e faz?-la ver que ele era o ?nico que teria a capacidade de proteg?-la da maneira que ela deveria ser protegida. Para que pudesse fazer isso, precisava mant?-la ao lado dele e se certificar de que ela permanecesse assim. Ele sabia que poderia for??-la a ficar, mas tamb?m percebeu que isso s? faria com que ela o odiasse. Ele tinha trabalhado a maior parte da sua vida mantendo os humanos ? dist?ncia, mas Kyoko... ele n?o a queria distante. Se ela nunca deixou o castelo, ent?o o mal nunca poderia alcan??-la. Ele queria que ela quisesse ficar de boa vontade, como os g?meos. Um breve sorriso enfeitou os seus l?bios pensando nas crian?as humanas que ele acomodou na sua casa. A express?o desapareceu quando a sua mente voltou ao passado... manter os g?meos tinha sido um acidente. Os humanos que ficaram presos neste mundo, mil?nios atr?s, tiveram que lutar contra os dem?nios deste mundo para sobreviver. Mas muitas vezes eles foram mortos em idades precoces por causa da sua fraqueza, ent?o a popula??o n?o tinha crescido muito. Aqueles que sobreviveram at? a idade adulta muitas vezes passam a vida inteira lutando contra os dem?nios que assolam este mundo. Os guardi?es e humanos mais fortes dentro deste mundo tentaram mant?-los protegidos, mas eles nem sempre podiam estar l? na hora certa. Essa foi a situa??o com os g?meos. N?o muito tempo depois que o Cristal do Cora??o Guardi?o foi quebrado, Kyou ouviu falar de uma vila perto do seu castelo sendo atacada pelos subordinados do seu tio e ele sabia que devia haver um talism? l? para Hyakuhei mostrar tanto interesse. Al?m disso, a aldeia estava dentro do seu territ?rio e, portanto, sob a sua prote??o. Infelizmente, por raz?es que ainda n?o tinha descoberto, ele n?o sentiu os dem?nios se aproximando at? que fosse tarde demais. Quando Kyou chegou, a aldeia estava sob ataque de v?rios dem?nios de fogo aerotransportados. Os g?meos foram os ?nicos que sobraram e isso foi apenas porque os seus pais os esconderam numa caverna sob a sua cabana. Ele n?o tinha ouvido os seus gritos sob o abrigo em chamas? Kyou achou dif?cil pensar sobre aquela parte disso que o levava constantemente a um estado de confus?o. Depois de retir?-los dos destro?os, ele reparou que os g?meos estavam adornados com um colar feito com os peda?os quebrados do Cristal do Cora??o Guardi?o. Os olhos azuis cristalinos dos g?meos combinavam com a cor da joia pendurada no seu pesco?o enquanto choravam pela fam?lia que lhes fora tirada. Ele ficou ali olhando ao redor da aldeia destru?da enquanto os g?meos agarraram as suas pernas, escondendo os seus rostos contra ele. Kyou achou estranho que ambos os fragmentos tivessem a forma de uma l?grima... qu?o ir?nico ele olhou ao redor da vila que tinha sido massacrada deixando para tr?s a pr?pria raz?o de ter sido demolida. O Cristal do Cora??o Guardi?o de alguma forma escondeu as crian?as dos monstros que vieram atr?s delas? Considerando a natureza desconhecida do cristal e os muitos segredos que ele continha... n?o o teria surpreendido. Sabendo que outros viriam buscar os colares manchados, Kyou rapidamente removeu os fragmentos dos seus pesco?os. Ele tentou se convencer v?rias vezes de que era parte do seu dever como guardi?o proteger o talism?, mas, novamente, a emo??o constantemente influenciava as suas decis?es. Mais tarde, relembrando o acontecimento, ele teve que parar de associar a si mesmo e seus irm?os aos g?meos. Como os filhos, eles n?o tinham fam?lia, exceto um ao outro. J? escondendo sentimentos por Kyoko, o deixou curioso sobre os seres humanos, ent?o quando os g?meos tentaram andar atr?s dele... querendo segui-lo... ele percebeu que eles tamb?m morreriam sem a ajuda dele. Algo sobre os rostos manchados de l?grimas e a maneira como olharam para ele fez o seu peito parecer apertado e pesado... ele n?o os deixaria. A decis?o tomada, ele se virou e os pegou nos seus bra?os e os trouxe para casa atr?s das paredes onde os dem?nios n?o poderiam encontr?-los. Ele cuidaria dos irm?os humanos e aprenderia o segredo de por que o Cristal do Cora??o Guardi?o protegia tal ra?a. Tirando as mem?rias da sua mente, ele puxou a corrente da sua camisa e olhou para a esfera que estava ali. Os fragmentos do cristal que ele tirou das crian?as. Ele o ergueu at? ao n?vel dos olhos para observar as pequenas l?grimas flutuando dentro da barreira que ele lhes dera. T?o lindas lascas de cristal azul que pareciam nadar num mar de l?grimas que haviam causado. L?grimas que ele sabia que os g?meos ainda derramavam pela sua fam?lia perdida, embora estivessem vindo com menos frequ?ncia do que antes. Ocasionalmente, enquanto descansava, um ou ambos tentavam rastejar para a cama com ele para dormir. Ele n?o entendeu esse aspeto do conforto, mas permitiu, curioso. Deslizando o colar de volta no seu esconderijo, Kyou voltou para a sala onde ele tinha colocado Kyoko e abriu a porta. Sem pisar dentro, ele podia sentir que a sala estava vazia e a sua raiva cresceu. Ele n?o disse que ela estava livre para sair. A sua express?o endureceu... Ela teria que aprender o seu lugar se ele quisesse proteg?-la. Ele inalou lentamente, detetando o cheiro dos g?meos misturando-se ao dela. Ele caminhou em sil?ncio at? uma das duas varandas que ladeavam o corredor do lado de fora do quarto dela. Este levava ao centro do castelo e ele olhou para as fontes termais que ficavam l? dentro. Ao v?-la novamente, Kyou sentiu a sua raiva esfriar. Ela n?o tinha fugido como ele pensara inicialmente. Ele silenciosamente a observou das sombras enquanto ela falava com os irm?os. ***** Kyoko caminhou at? a borda da fonte termal fechada, ainda indecisa sobre se ela deveria ou n?o estar aqui assistindo os g?meos se banharem ou tentando encontrar uma maneira de sair completamente do castelo. Ver a felicidade despreocupada das crian?as aliviou as suas preocupa??es por alguns minutos. Enquanto eles estivessem com ela, nada aconteceria... certo? Deixando a sua mente relaxar, ela se sentou no forro de pedra que cercava a ?gua aquecida, enfiando os p?s enquanto observava os g?meos humanos. Ela ainda estava curiosa para saber como as criancinhas vieram parar aqui, com Kyou. – Hiroki, Hiraru, onde est?o a sua mam? e pap?? Os g?meos pararam de espirrar e se voltaram para Kyoko com uma inclina??o das suas cabecinhas. – A aldeia foi atacada e todos desapareceram nas chamas. – Hiroki pegou um peda?o de pano da lateral, mergulhou-o numa tigela na lateral da fonte e come?ou a esfregar o seu corpinho. Kyoko ficou surpresa ao ver que fazia espuma enquanto ele esfregava a pele. Ent?o, os pais dos g?meos estavam mortos? – Como voc? veio para aqui para ficar com Kyou? – Ela assistiu Hiraru caminhar at? ela sorrindo. O seu rostinho inclinado para Kyoko e ela podia ver o calor nos seus olhos. – Os dem?nios teriam nos levado tamb?m, mas Kyou os impediu e agora podemos ficar com ele. – ele se virou e lan?ou ?gua em Hiroki, livrando-se do sab?o enquanto continuava respondendo ? pergunta dela. – Os dem?nios n?o podem nos encontrar agora. Eles n?o podem nem mesmo ver este lugar, Kyou disse. – Kyoko assistiu Hiroki lutar para molhar o cabelo de Hiraru e ensabo?-lo. – Ent?o... Kyou os salvou e agora ele os vigiava como um pai faria? – As sobrancelhas de Kyoko se ergueram em confus?o. Aquilo n?o parecia do Kyou que ela come?ou a temer. O seu olhar se suavizou por um segundo se perguntando se ela realmente o conhecia. – Um pr?ncipe do gelo com cora??o? – Ela riu da sua pr?pria piada. Percebendo o fluxo de sab?o fazendo o seu caminho em dire??o aos olhos de Hiraru, Kyoko decidiu oferecer a sua ajuda. – Voc? gostaria que eu o ajudasse a lavar o seu cabelo? Quando as crian?as assentiram e riram, Kyoko criou coragem e tirou as roupas, em seguida, deslizou para a ?gua para ajud?-los, ignorando completamente o fato de que no momento ela deveria estar tentando encontrar um caminho de volta para os outros guardi?es e longe, longe do guardi?o que se tornou o seu carcereiro. ***** – Como eu deveria saber que Kyoko estava voltando atrav?s do portal do tempo no meio da noite? – Toya gritou para o c?u como se Kyou ainda pudesse ouvi-lo. Demorou um pouco para que Shinbe o acalmasse. Todos eles entraram em p?nico no in?cio, quando tra?os leves de vermelho come?aram a se infiltrar nas ?ris de Toya. Quando Toya come?ou a destruir ?rvores selecionadas ao seu redor, eles decidiram recuar um momento e deix?-lo trabalhar um pouco a sua raiva em vez de deix?-la crescer a um n?vel t?o perigoso. – E Hyakuhei aparecendo assim... ela poderia ter sido raptada! – Toya continuou a se enfurecer em confus?o enquanto os seus olhos se transformavam em prata de raiva e ent?o refletiam de volta em ouro enquanto a preocupa??o reentrava na sua mente. Ele olhou para tr?s, para o local onde Kyou a tinha segurado contra a sua vontade. – O que estou dizendo? Ela FOI raptada. Caramba! – ele rosnou taciturnamente. Shinbe era o oposto de Toya... ele permaneceu calmo diante da sua sacerdotisa desaparecida. – Raptada ou salva? – Ele questionou quando a sua m?o apertou o seu cajado na incerteza. O que Kyou estava pensando? Ele tinha a certeza de que havia mais nessa hist?ria do que Toya estava contando a eles. O seu olhar ametista observava cada movimento de Toya na esperan?a de que o seu maldito lado demon?aco ficasse adormecido. A ?ltima coisa que eles precisavam era do sangue de dem?nio de Toya assumir o controle e tornar a situa??o pior. – Kyou nunca foi conhecido por ser bom... mesmo quando ele estava realmente a ajudar. Talvez ele a tenha levado apenas para mant?-la segura at? que Hyakuhei fosse embora. Toya cerrou o punho sabendo que os outros n?o tinham visto o que ele tinha visto. Ele n?o queria contar a eles. De alguma forma... dizer em voz alta tornava tudo muito mais verdadeiro, mas eles tinham o direito de saber o que o seu irm?o mais velho estava a fazer. – Kyou n?o a trar? de volta. – Por que n?o? – Kamui falou pela primeira vez desde que Hyakuhei tinha desaparecido. – Ele ? um guardi?o... um de n?s. Por que ele n?o a trouxe de volta para n?s? Suki ouviu em sil?ncio enquanto os irm?os tentavam resolver tudo. Ela ainda estava em choque com o fato de Kyou ter aparecido. At? agora, ele tinha praticamente ficado fora da guerra como se n?o fosse problema dele. As suas esperan?as aumentaram com o pensamento de que talvez agora ele tivesse decidido ajudar, mas as palavras seguintes de Toya a fizeram estremecer de pavor. – Porque ele a quer s? para ele... o bastardo ego?sta a quer para si. Ele nunca tocou outra mulher que eu j? visse assim... o que significa que ele provavelmente a escolheu para sua companheira. – Toya parou de andar percebendo o que ele acabara de dizer. Os seus olhos mudaram de volta para ouro puro quando ele os ergueu para olhar para os outros. O queixo de Shinbe caiu e os olhos de Suki eram do tamanho de pratos, mas era com Kamui que ele estava mais preocupado. Os olhos de Kamui estavam escondidos atr?s do cabelo roxo indomado enquanto o rapaz olhava para o ch?o, mas Toya podia ver os seus dedos cerrados em punhos. Toya come?ou a dar um passo ? frente, mas parou quando Kamui deu um passo para tr?s. – N?o me apanhas n?o. A voz de Kamui mudou e o som deu a todos uma sensa??o muito desconfort?vel. – Kamui? – Toya cerrou os dentes, esperando que Kamui fosse capaz de se conter por enquanto. O menino era o mais inocente de todos, mas apenas porque tinha escolhido esquecer a verdade sobre o seu pr?prio passado. – N?o adorme?a Kyoko. – Kamui sussurrou em advert?ncia sabendo do perigo que ela corria se Hyakuhei e o dem?nio do sonho pudessem chegar t?o longe. As po?as deixadas para tr?s pela chuva pareciam brilhar com matizes de l?quido manchado ao redor de Kamui. – Hyakuhei a quer... Kyou a quer... o que os torna melhores do que todos os dem?nios que a querem? – A voz de Kamui tremeu enquanto o seu cabelo indom?vel balan?ava com o vento que parecia estar soprando apenas ao redor dele. De repente, a sombra atr?s de Kamui assumiu uma forma diferente, fazendo com que os outros dessem um passo para tr?s. Com uma explos?o de energia que ondulou o ar e a ?gua ao seu redor, Kamui gritou: – Eles n?o podem simplesmente tir?-la de mim! – Uma chuva de purpurina caiu das asas transl?cidas que apareceram rebeldes nas suas costas. Finalmente erguendo os seus olhos cheios de l?grimas, Kamui olhou para os outros enquanto as pontas das suas asas assumiam um tom escuro e sinistro. Ele balan?ou a cabe?a enquanto a sua voz se tornava perigosamente suave. – Pais... irm?os... n?o importa. Eles n?o podem t?-la. Os guardi?es protegeram os seus olhos do flash de luz que saiu de onde Kamui estava. Quando eles baixaram os bra?os... Kamui n?o estava ? vista. – Por que tenho a sensa??o de que ele n?o foi atr?s de Kyoko? – Shinbe afirmou ainda se perguntando sobre a estranha escurid?o que apareceu nas pontas das asas de Kamui. Isso n?o era um bom sinal. As palavras que Kamui tinha falado, – pais e irm?os – gelaram a alma de Toya e confirmaram o seu destino. – Porque ele foi atr?s de Hyakuhei! Os ombros de Shinbe ca?ram em derrota. – Eu irei atr?s de Kamui, voc? vai encontrar Kyoko. Agora, Kamui precisa da voz da raz?o e eu sou o melhor para o trabalho no momento. Suki observou enquanto os dois partiram em dire??es diferentes, como se esquecendo tudo sobre ela. Ent?o notou Kaen ainda ao lado dela. – Acho que devemos voltar para a cabana e esperar que eles voltem. – Ela encolheu os ombros, sabendo que s? iria atrasar Shinbe se tentasse segui-lo. Ela se virou para ir embora, mas percebeu que Kaen n?o tinha se movido. Dando um passo para tr?s na frente dele, os seus l?bios se separaram de admira??o. Kaen tinha l?grimas nos olhos enquanto olhava na dire??o que Kamui e Shinbe tinham ido. ***** Hyakuhei entrou nas c?maras da caverna onde estava hospedado. Este era o esconderijo perfeito... bem no fundo do solo enquanto eles procuravam por ele acima. As suas asas negras transl?cidas sacudiram a tens?o do voo e recuaram como se nunca tivessem estado l?. Ele olhou ? volta para a beleza majestosa da caverna... era para l? que ele a levaria. Estava bem debaixo dos seus narizes e eles nem sabiam disso. Hyakuhei sentou-se no manto de pele preta que havia espalhado perto do fogo baixo para repensar a sua estrat?gia. Kyou tinha arruinado os seus planos de capturar a sacerdotisa enquanto ela estava sozinha nos jardins do Cora??o do Tempo... mas os planos mudaram. Agora que ela estava apenas com um dos guardi?es ao inv?s de todos eles, n?o seria t?o dif?cil mand?-la embora. Os seus olhos escureceram com inten??o quando ele alcan?ou exatamente a coisa que o fez saber que ela estava sozinha perto do santu?rio da donzela. Assim como no sonho... o plano poderia ter sido o mesmo. Ele podia sentir o dem?nio dos sonhos dentro dele mesmo quando os outros dem?nios estavam em sil?ncio. Estava ? espera que ele adormecesse. Hyakuhei fechou os olhos lembrando-se dos dem?nios de pesadelo que ele tinha vencido no passado. Ele tinha usado os seus pesadelos para torturar outros e fazer com que experimentassem os seus piores medos... agora o engano voltou para ele dez vezes. Ser capaz de compartilhar essa tortura com a sacerdotisa transformou essa fraqueza numa arma. Hyakuhei segurou o espelho das almas dentro do seu punho furioso. Vendo apenas o seu reflexo olhar para ele, exigiu saber a localiza??o da sacerdotisa desaparecida. O espelho apenas mostrou a imagem de galhos retorcidos e clima tempestuoso. Por que Kyou levaria a sacerdotisa para um lugar que parecia coberto de desespero? Ele sabia que o espelho possu?do s? poderia dizer a verdade, mas ao mesmo tempo... Hyakuhei sabia que mentia sem saber. Ele mentalmente chamou v?rios dos seus servos demon?acos para cumprirem as suas ordens... enviando-os em busca do seu verdadeiro esconderijo, j? que eram dispens?veis. Ele sabia que a fortaleza de Kyou ficava em algum lugar nas terras do norte. O castelo desapareceu da exist?ncia durante a guerra entre ele e o seu irm?o Tadamichi. Os dem?nios que ele enviou para aquela ?rea causariam estragos nas aldeias e atrairiam o senhor da guarda. Ele permitiria que Kyou, sem saber, o guiasse at? a sacerdotisa que ele estava a proteger. Enquanto ele olhava para o vidro manchado, o reflexo mudou... mas n?o por seu controle. Os olhos de Hyakuhei endureceram quando uma vis?o de poeira multicolorida cobriu o espelho em advert?ncia. – Ent?o... Kamui, o que vai fazer? – ele perguntou assim que Kamui entrou em foco no espelho. Os olhos do menino se voltaram para olhar diretamente para ele, como se soubesse que estava a ser observado. – Voc? est? procurando por mim? Cuidado com o que deseja... filho. – Hyakuhei avisou. – N?o, pai... ? voc? que deve ter cuidado. – Kamui sibilou em retalia??o. – Ent?o... voc? cedeu ?s mem?rias? – Hyakuhei segurou o copo mais perto do seu rosto enquanto os cantos dos seus l?bios se curvaram numa dica perigosa de um sorriso. – Kamui... se realmente quer manter a sua sacerdotisa, ent?o deveria se juntar a mim. Tome o seu lugar de direito ao meu lado e n?s a faremos esquecer os outros guardi?es juntos. Kamui parou no ar sabendo exatamente o que o seu pai quisera dizer. – Eu n?o sou nada como voc? ou seus monstros. Um dia os dem?nios nos quais voc? se desenvolve ir?o se voltar contra voc?, pai... voc? acha que ? voc? que est? no controle deles. Voc? mente para si mesmo, mesmo quando est? perdendo. Ambos podiam ouvir o eco das risadas enquanto o mestre dos sonhos lutava contra as suas restri??es. Kamui sabia que os seus poderes beiravam o m?stico e isso era algo que n?o podia ser controlado... nem mesmo por Hyakuhei. – Voc? me pertence... n?o a eles. – Hyakuhei sibilou com a imagem. – Essa ? uma verdade que nem voc? pode enterrar para sempre. – Eu nunca vou trair os meus amigos! – Kamui gritou ao quebrar o v?nculo entre ele e o seu pai. Hyakuhei lan?ou o espelho no fogo quando explodiu com a raiva de Kamui. Os fragmentos tornaram-se como prata l?quida e deslizaram sobre a madeira em chamas. Eles se juntaram numa po?a e lentamente voltaram ? forma familiar, endurecendo no espelho encantado... como se ele nunca tivesse se quebrado. Hyakuhei deitou-se no pelo escuro enquanto tra?os de purpurina colorida brilhavam dentro da caverna. – Ent?o, os seus poderes cresceram. Veremos Kamui... veremos. ***** Kyou encostou-se na varanda, olhando para as fontes termais que ele tinha fechado no centro do seu castelo. Os seus olhos ainda estavam presos na sua sacerdotisa perdida e encontrada. Ela parecia feliz no momento e ele se deu conta... ela pertencia a este lugar. Ele sentiu o seu sangue come?ar a aquecer quando Kyoko come?ou a se despir. Ele viu o seu peito firme subir enquanto ela puxava a camisa pela cabe?a... os seus olhos come?aram a brilhar como ouro l?quido. Os n?s dos dedos ficaram brancos quando o aperto foi apertado nos corrim?es. Ele fechou os olhos por um breve momento, tentando reprimir o desejo de ir at? ela. Quando ele os abriu novamente, ele quase rosnou. Apenas o que ela estava a pensar? Ela estava completamente nua. Kyou observou enquanto ela entrava na ?gua quente. Ela o intrigou com a sua inoc?ncia. Por que ela tinha esse efeito sobre ele quando nenhum outro humano tinha? Nenhum nunca tinha virado a cabe?a, mas aqui estava ele... desejando um humano e apenas Kyoko faria. Como algu?m poderia ser t?o puro e inconscientemente sedutor ao mesmo tempo? Ela era a encarna??o da beleza, toda embrulhada num min?sculo pacote humano. Ele rosnou baixo na sua garganta. E se um dos servos que viviam dentro do seu castelo a apanhasse? Ela, sem saber, se exp?s a qualquer um dos servos que passaram por ali. Kyou enviou uma mensagem silenciosa a todos dentro do seu castelo para evitar as fontes termais ou eles sofreriam a sua raiva como resultado da desobedi?ncia. Se ele soubesse que algu?m a tinha espreitado antes... n?o haveria como escapar da sua ira. Ela n?o deveria ter ido ? casa de banho sem a sua permiss?o. Claro, era verdade que os servos dentro do seu castelo permaneciam escondidos, pois ele n?o gostava de v?-los, a menos que os chamasse. Ainda assim, ele teria o corpo de Kyoko visto por ningu?m al?m dele. Ele teria que ensin?-la a se comportar. O fantasma de um sorriso gelou os seus l?bios enquanto ele observava. Assim que Hiroki terminou o seu banho, o rapazinho queria ajudar Kyoko a lavar o cabelo. Ent?o, Kyoko o deixou. Ela teve que se abaixar na ?gua at? o pesco?o para que ele pudesse alcan?ar os longos fios ruivos. A sensa??o dos seus pequenos dedos a esfregar o seu cabelo e couro cabeludo a deixou num estado muito relaxado. Hiraru logo se juntou a eles e Kyoko tentou n?o rir enquanto eles discutiam sobre quem ia enxaguar. Finalmente, Kyoko resolveu o seu argumento mergulhando na ?gua. Quando ela voltou, foi saudada com ru?dos de choramingar ador?veis. Ela riu novamente e eles sorriram brilhantemente antes de come?ar uma guerra de respingos um com o outro. Kyoko mudou-se para o outro lado da primavera e sentou-se num afloramento rochoso sob a ?gua para observ?-los. A sua mente ficou tranquila por um curto per?odo de tempo, enquanto ouvia o eco das vozes das crian?as enquanto brincavam na ?gua. Percebendo o que estava fazendo, em vez de se concentrar no que realmente estava acontecendo, ela rapidamente se lavou. Quando ela se virou e come?ou a enxaguar Kyoko observou os g?meos a sair da ?gua. Os meninos tinham olhares estranhos nos seus rostos, como se estivessem se concentrando em algo. Mal sabia ela que eles estavam a ouvir o comando silencioso de Kyou. Ela mordeu o l?bio quando eles balan?aram a cabe?a como se estivessem respondendo a algu?m. – Temos que ir nos vestir agora. – Pegando algumas roupas grandes de uma pilha, eles rapidamente envolveram o tecido macio em torno de si. – T? na hora de comer!! – Hiraru gritou por cima do ombro enquanto agarrava a m?o de Hiroki e os pequenos g?meos saltaram da sala. Kyoko ficou na ?gua em estado de choque quando sentiu pequenas agulhas de medo a come?ar a subir nas suas costas e ela fechou os olhos com for?a, uma sensa??o de mal estar na boca do est?mago. Em algum lugar ela sabia que os deuses estavam a rir dela. Ela deveria ter pensado melhor do que apenas seguir as crian?as aqui sem fazer perguntas. Kyoko partiu para o lado da primavera na esperan?a de voltar para o seu quarto antes do “Sr. Dupla Personalidade” reparar que ela se foi. Ela precisava se apressar, os seus fr?geis “cobertores de seguran?a” tinham desaparecido e ela estava desprotegida. Quando ela saiu da ?gua e come?ou a pegar nas toalhas enormes, ela ouviu um rosnado baixo diretamente atr?s dela. A pr?xima coisa que ela soube... m?os do nada envolveram as suas costelas nuas e ela foi puxada para tr?s contra um peito coberto de seda quando os seus p?s deixaram o ch?o. Kyoko instantaneamente olhou para cima para ver o rosto de Kyou. Em vez da raiva que ela esperava ver, o rosto dele estava calmo... quase calmo demais. Ela olhou para o ch?o, vendo-o ficar mais longe deles. Sim, os deuses estavam a ter uma festa de riso total por causa disso. Os seus l?bios se separaram quando ela olhou para tr?s, vendo que ele a estava levando para uma varanda. Ele nem pousou, mas deslizou pelas portas abertas e voltou para o quarto em que ela tinha entrado. Ele finalmente parou assim que eles estavam sobre o enorme travesseiro com o qual ela tinha acordado. Kyoko esperou ser largada, mas ele n?o a soltou, nem a estava a magoar segurando-a com muita for?a. Ela notou que as m?os dele eram suaves ao tocar a sua pele nua. Os olhos de Kyoko se arregalaram. A sua pele nua! Oh... como ela poderia ter esquecido t?o rapidamente? Ela ainda estava nua do banho. Os seus bra?os instantaneamente se cruzaram sobre o peito de forma protetora e ela sentiu todos os m?sculos ficarem tensos, esperando enquanto ele a segurava como se estivesse indeciso sobre o que fazer com ela. Ela poderia dar-lhe uma grande dica se ele quisesse e isso seria PARA DAR O INFERNO! Os olhos de Kyou quase se fecharam quando ele sentiu as curvas suavemente arredondadas pressionadas contra ele, criando confus?o nos seus sentidos. Ele percebeu quando ela ficou tensa e isso trouxe a sua mente de volta por o momento... Mas ainda assim ele n?o a soltou. Ele sempre se orgulhou de ter controle e esta seria uma boa oportunidade de testar o seu controle sobre ela e lhe ensinar outra li??o ao mesmo tempo. – Eu te dei permiss?o para sair desta sala? – A sua voz era fria e inflex?vel. Os olhos de Kyoko se arregalaram quando o seu batimento card?aco bateu no seu peito, chutando contra as suas costelas com tanta for?a que ela sabia que ele podia sentir. Pensando rapidamente, qual seria a melhor resposta? Ela disse baixinho: – N?o conhe?o as regras. – Ela se encolheu sabendo que se fazer de burra seria a melhor op??o no momento. Ela sabia com certeza que agora n?o era o momento de lutar pelos seus direitos por causa da falta de roupas. N?o que ela vencesse se tentasse. Ela s? queria descer e ele fosse embora, ent?o acrescentou com uma voz suave e assustada: – Me desculpe. Quando ele ouviu a sua voz suave e doce, engolfou-o, fazendo-o inalar enquanto as sensa??es se acumulavam nas suas regi?es inferiores. Isso seria perigoso se ele levasse o teste longe demais. Ele sentiu a raiva da sua desobedi?ncia deix?-lo, mas a raiva do seu desejo permaneceu dez vezes maior. – A primeira regra ? que voc? nunca vai a lugar nenhum sem a minha permiss?o, a menos que queira ser punida. – a sua voz suavizou para tirar a dor das suas palavras, mas ainda assim ele a sentiu estremecer. A garganta de Kyoko ficou seca. – Punida? – Ela n?o quis sussurrar a palavra. Simplesmente escapou e ela sentiu o seu cora??o come?ar a palpitar de medo. Ela instantaneamente apagou a imagem de Kyou espancando-a da sua mente perturbada, sem querer nem saber de onde o flash insano tinha vindo. – Sim, vou puni-la. – A palma da m?o de Kyou acariciou a sua barriga lisa e lentamente desceu enquanto o joelho dele subia na parte interna da sua coxa para abrir as suas pernas. Num movimento r?pido para ela tentar se desviar... a palma da sua m?o segurou a sua feminilidade enquanto o seu sangue poderoso tentava assumir o controle. – Assim. – os seus dedos massajaram o seu feixe de nervos logo acima da sua entrada e o choque a fez imediatamente arquear para longe dele, com um grito suave que ela resistiu contra ele tentando escapar da sua m?o. O movimento sensual foi quase a sua ru?na e ele sibilou no seu ouvido. – Se voc? n?o ficar parada... terei que puni-la ainda mais. – Ele podia sentir que estava a ficar duro e ficou aliviado quando ela se afastou dele, mas ficou quieta, o seu medo do que ele faria a impedindo de lutar contra ele. Os olhos de Kyoko fecharam. Ela pensou que ele queria magoa-la quando disse punida, mas isso era quase t?o mau. Ele n?o percebeu que estava mais perturbado do que Hyakuhei? Isso a fez perder o controle do seu corpo e tirou a sua vontade dela enquanto todo o seu calor se acumulava onde os seus dedos estavam a trabalhar a sua magia. Ela n?o queria isso, independentemente de como o seu corpo reagisse, mas n?o podia evitar as suas rea??es a isso. Ele ainda a segurava no ar com as costas dela pressionadas contra ele e os seus dedos estavam trabalhando para a frente e para tr?s, estimulando-a tanto que ela quase desejou que ele tivesse batido nela, porque isso estava a criar um tipo diferente de dor... uma dor deliciosa que a corro?a faminto para ela. Ela engasgou e um gemido escapou quando os dedos dele deslizaram entre os seus l?bios para empurrar um dentro dela. Ela gemeu quando ele deslizou apenas para retir?-lo novamente. Ela sentiu o calor l?quido se acumular ao redor do seu dedo quando ele o empurrou de volta para dentro da sua tens?o, fazendo-a gritar. Os seus olhos come?aram a arder com a familiar picada de l?grimas, mas ela as conteve. No fundo da sua mente, ela gritava consigo mesma para parar de agir como se estivesse a gostar da puni??o de Kyou, embora estivesse. O grito ficou mais alto e finalmente ela n?o p?de mais ignorar. – Por favor, pare, n?o aguento mais. Kyou a ouviu chorar e soube que ela estava a sofrer com a necessidade de al?vio. O seu corpo virgem, t?o novo neste prazer, n?o demoraria muito mais para lev?-la ao pico. Ele observou a cabe?a dela arquear para tr?s contra ele enquanto ele bombeava o dedo no seu aperto quente no ritmo. Ele inclinou a cabe?a para frente e lambeu o arco do seu pesco?o... provando-a. Ele sentiu o instinto de mord?-la e torn?-la sua para sempre. Ele satisfez esse sentimento por um momento, sugando um pouco da sua pele macia na sua boca para deixar uma leve marca vermelha nela. Ela tinha um gosto t?o bom. Ele podia sentir o cheiro dela ao seu redor enquanto pressionava a sua dureza inchada contra a sua coxa macia. Kyou rosnou em derrota... Ele sabia que era ele quem estava a perder a batalha. Kyoko sentiu a sua m?o deix?-la e ela deslizou o seu corpo para o travesseiro abaixo. Ela ainda estava choramingando e apertou as coxas tentando n?o balan?ar. Os seus sentidos estavam t?o vivos que eram quase dolorosos. Ela agarrou um dos travesseiros menores e o abra?ou, tentando esconder o seu corpo dele. Ela estava com medo de olhar para ele. Com medo de que ele pudesse ver a necessidade que o seu corpo estava chorando. Enterrando o rosto nos bra?os, ela rolou at? ficar deitada de barriga para baixo, como se quisesse se esconder ainda mais dele. Ele a observou tentar se esconder dele e a perda dela nos seus bra?os estava a arrefecer o seu sangue furioso. Ele percebeu que n?o tinha controle sobre isso e se lembrou do que estava escrito nos pergaminhos do seu pai. Tadamichi tinha avisado que os guardi?es eram diferentes dos humanos quando se tratava de escolher um companheiro... que o sangue nobre do guardi?o faria a escolha e n?o haveria como par?-lo. O seu pai, Tadamichi, estava a falar sobre a rivalidade dele e de Hyakuhei pela mesma companheira na ?poca, mas Kyou havia entendido o significado subjacente. O aviso dizia respeito a cada guardi?o... n?o apenas aos g?meos. Esse foi o ?ltimo pergaminho escrito pelo seu pai, mas os humanos presos neste reino continuaram a hist?ria. O seu tio tinha se voltado para o lado sombrio porque ele tinha sido separado daquela a quem o c?u tinha destinado para ser a sua alma g?mea. A est?tua da jovem Sacerdotisa, a donzela, tinha sido feita ? semelhan?a de... a mesma est?tua da donzela que imitava a sacerdotisa deitada abaixo dele neste exato momento. Elas poderiam muito bem ser a mesma mulher... mas o tempo provou que n?o eram. Elas eram id?nticas em apar?ncia, proclamando Kyoko como um descendente direto da sacerdotisa que o seu tio tinha escolhido para sua companheira de vida. Ele e seu tio eram t?o diferentes? O sangue poderoso de Hyakuhei tinha sido a sua queda no final? Hyakuhei estava agora colocando Kyoko por engano no lugar do seu amor perdido? Ele n?o permitiria isso. Kyou flutuou para mais perto dela, mergulhando os l?bios na sua orelha. Ele n?o queria que ela temesse isso. Ele queria que ela quisesse. O que ele usava como puni??o agora era apenas acender o fogo que a manteria com ele... para sempre. Ele estendeu a m?o acariciando o seu cabelo com amor. – A fim de mant?-la segura dos dem?nios... de Hyakuhei, voc? tem que me obedecer Kyoko. Eu n?o quero te magoar, ent?o vou puni-la assim... e mais se voc? n?o se comportar. – Ent?o me deixe ir. – ela sussurrou. – Voc? diz que n?o quer me magoar, mas n?o me trata melhor do que ele. Eu prefiro que ele me toque sabendo que me mataria depois, do que voc? me tocar sem saber. – Minha querida Kyoko, n?o tenho desejo de matar voc?. Como seu guardi?o, eu n?o poderia... iria contra tudo o que eu defendo. Voc? deve ser protegida pelos guardi?es e eu sou um guardi?o. Deixar voc? ir apenas a mandaria embora sem a prote??o de um guardi?o. Isso eu n?o posso permitir. A puni??o permanece. – Ele agarrou a cabe?a dela entre as m?os para mant?-la quieta e pressionou os l?bios contra o topo da sua cabe?a antes de se virar para deix?-la pensar sobre a sua puni??o. – Hyakuhei tamb?m ? um guardi?o. – Kyoko sussurrou desafiadoramente sabendo que ele poderia ouvi-la mesmo que ele n?o reconhecesse isso. Parte dele sabia que ela estava certa, mas n?o estava disposto a admitir isso para ela. Ele queria ficar furioso com o mero pensamento de Hyakuhei toc?-la como ele tinha feito, mas se conteve. Ele precisava colocar espa?o entre eles, a fim de manter a sua pr?pria paix?o sob controle. Ele voltou a sua aten??o para a janela. Ele podia sentir os dem?nios a se aproximarem das suas terras por todos os lados. Hyakuhei tinha descoberto onde ele estava mantendo a sacerdotisa? N?o... ele apenas os tinha enviado em busca dela. Ele olhou para tr?s em Kyoko n?o querendo que nada interferisse. Ele iria det?-los antes que chegassem mais perto de suas posses. Kyou se moveu quase r?pido demais para o olho humano e quando Kyoko olhou para ele... ele se foi. Cap?tulo 5 – Asas Negras Toya olhou para o norte enquanto voava. As suas asas de prata transl?cidas dan?avam ? luz da lua, as penas aparentemente delicadas tremulando ligeiramente. Ele precisava encontrar Kyoko o mais r?pido que pudesse. Esquadrinhou a ?rea se perguntando onde procurar primeiro, quando a fuma?a crescente ao longe chamou a sua aten??o. – Uma vila? – Toya se virou naquela dire??o se perguntando por que Kyou permitiu que humanos vivessem nas suas terras. Kyou odeia todos os humanos... Os pensamentos de Toya pararam... Kyoko ? humana. Os seus l?bios se estreitaram com o ponto discut?vel. Ao se aproximar da aldeia, percebeu que havia fuma?a demais para sair dos fog?es. A aldeia estava com problemas. Ele rapidamente examinou a ?rea, sentindo dem?nios no meio das chamas que agora via. O que os dem?nios estavam a fazer no territ?rio de Kyou? Espalhando os seus sentidos para al?m da aldeia, Toya percebeu que os dem?nios cruzavam as fronteiras das terras do norte em v?rios lugares... n?o apenas aqui. A cor dos seus olhos se transformou em prata derretida. – Hyakuhei... ele sabe que Kyoko est? aqui em algum lugar. – Toya cuspiu as palavras com raiva ao ouvir o grito do humano abaixo dele. – Droga! Eu n?o tenho tempo para isto. – ele rosnou enquanto sacava as suas adagas com a inten??o de livrar a pequena vila das feras antes que elas pudessem causar mais danos. Toya voou sobre a aldeia e abruptamente puxou as suas asas para perto... os ap?ndices emplumados desaparecendo quando ele pousou sobre um joelho no centro do que parecia ser a pra?a da aldeia. Erguendo a cabe?a, ele rosnou para os dem?nios que se aproximavam dele. – Parece que a maioria da popula??o humana fugiu. – ele rosnou e se levantou, girando as adagas entre os dedos. – Vamos, suas vadias. Vamos ver como voc?s me enfrentam! Toya sorriu quando dois dem?nios vieram para ele de lados opostos. Ele esperou at? o ?ltimo momento antes de se esquivar para fora do caminho, for?ando os dois a se chocarem, batendo as suas testas na sua anima??o para apanha-lo. Colocando as m?os no ch?o, Toya chutou as pernas para cima, acertando cada um no queixo para mand?-los esparramados. – T?o est?pidos como sempre. – ele murmurou j? entediado. Um dem?nio de apar?ncia horr?vel voou de cima e Toya rolou para longe, errando por pouco as suas garras afiadas nas suas costas. Levantando-se, ele se inclinou para tr?s a tempo de perder as garras de outro dem?nio... perdendo v?rios fios de cabelo e arrancando a camisa no processo. Ele mergulhou a sua adaga de gelo no peito do dem?nio e sentiu uma onda de satisfa??o quando o monstro se transformou em gelo com o poder da arma. Uma sensa??o de ardente inflamou o seu lado esquerdo, fazendo-o gritar de dor e raiva. O dem?nio voador tinha retornado e cravado as suas garras logo abaixo das suas costelas. Puxando a adaga do corpo congelado, ele bateu a adaga de fogo contra os seus l?bios e se virou para os dem?nios que n?o perceberam que tinham acabado de assinar as suas senten?as de morte. Os seus l?bios se separaram ligeiramente lembrando um beijo e fogo explodiu da sua boca incendiando o dem?nio alado. Girando graciosamente num p?, o p? direito de Toya deu a volta e atingiu o dem?nio congelado... quebrando-o. – Vai ser uma confus?o quando descongelar. – Toya disse com um toque de orgulho. Virando-se para os restantes dem?nios reunidos, ele ergueu as adagas rapidamente e assumiu uma postura de combate. Os seus sentidos estavam vivos com a emo??o da batalha e ele estava tirando algumas das suas frustra??es. Cada dem?nio ? volta dele come?ou a mudar e de repente ele viu Kyou parado no lugar deles. – Oh, voc? est? apenas PROCURANDO me irritar regiamente! – ele exclamou. Os dem?nios restantes atacaram simultaneamente enquanto Toya se agachava, preparando-se para o ataque. Garras e a?o se encontraram resultando num banho de sangue que deixou Toya encharcado em poucos instantes. A sua roupa foi rasgada quando o inimigo cravou as garras na sua carne, mas Toya n?o diminuiu a velocidade. Se algu?m estivesse assistindo, eles teriam testemunhado Toya na sua gl?ria de batalha. Apesar das feridas no seu corpo e do sangue derramado, ele era lindo de se ver... quando as suas asas de prata se estilha?aram, ele se tornou a ess?ncia de um anjo letal. Os ataques pararam de repente e Toya parou. Ele agora estava ajoelhado sobre um joelho com os bra?os estendidos para o lado... as adagas firmemente presas nas suas m?os. A sua respira??o estava pesada e o seu cabelo de ?bano e prata esvoa?ava com a brisa. Uma longa franja pendia sobre os seus intensos olhos prateados quase escondendo as suas inten??es. Depois de alguns momentos de sil?ncio, os dem?nios restantes avan?aram e Toya rosnou de frustra??o. Era hora de acabar com isto... esse era o trabalho de Kyou para cuidar das suas terras pelo amor de Deus. Trazendo as adagas para a frente, ele as cruzou na frente dele. O poder combinado das armas girava e se contorcia, formando uma esfera brilhante. A esfera come?ou a crescer e logo o envolveu completamente. A explos?o seguinte destruiu tudo, incluindo o que restou da aldeia. Toya abaixou as adagas e lenta, mas graciosamente, levantou-se. Inclinando a cabe?a para tr?s, ele olhou para o c?u que estava quase todo obscurecido por poeira e detritos. Ignorando o fedor de carne queimada ao redor dele, caminhou pelo solo agora est?ril agradecendo aos deuses que estavam l? em cima, que nenhum humano estava vivo ? sua chegada. ? a isso que estamos reduzidos pensou ele com tristeza. Destruindo aldeias apenas para impedir os esquemas doentios e dementes de Hyakuhei. Toya suspirou e as suas asas mais uma vez explodiram das suas costas, erguendo-o acima do solo polu?do e alto no c?u noturno. Kyoko estava esperando por ele para resgat?-la e ele estava determinado a encontr?-la. Enquanto ele desaparecia na noite, uma ?nica pena de prata flutuou at? ao ch?o e pousou nas m?os de uma crian?a que tinha se escondido e testemunhado tudo. Quando os dedinhos se fecharam em torno da pena cintilante... ela desapareceu. ***** Hyakuhei saiu de um vazio n?o muito longe da caverna. N?o seria bom revelar a sua localiza??o secreta... a menos que fosse Kyoko que se juntou a ele. Ele podia sentir Kamui chegando e se perguntou se o rapaz iria chegar t?o longe antes de perceber os efeitos de confrontar os seus pesadelos teria sobre ele. Se o menino percebesse a sua inoc?ncia se dissolvendo... ele ainda viria? O seu cabelo comprido da meia-noite balan?ava com a brisa fresca enquanto os m?sculos do seu corpo flexionavam. Saber se Kamui realmente conseguiu... ele teria que lutar contra os seus. – Assim seja. – Hyakuhei sussurrou sombriamente. ***** Kamui sentiu o frio gelado do vento arrefecer o fogo que fervia dentro dele. Tamb?m podia ver as pontas pretas das suas asas com o canto dos olhos e isso o assustou. Foi por isso que ele enterrou essas mem?rias. Quanto mais ele guardava as mem?rias perigosas... toda a raiva do passado... mais dif?cil era respirar. O vento mudou de dire??o e uma pena passou flutuando por ele enquanto ele diminu?a o voo. Os olhos de Kamui se arregalaram de terror. Preto... a pena era totalmente preta. Ele se virou em p?nico, procurando o homem de asas negras que o assombrava tanto. N?o havia mais ningu?m ali. Os seus olhos brilhantes se viraram lentamente para olhar as suas pr?prias asas e a respira??o deixou os seus pulm?es como se algu?m o tivesse chutado no peito. Ele tinha as asas do seu pai. – N?o! Eu n?o vou me tornar voc?! – Kamui passou os bra?os ao redor de si em nega??o. – Eu n?o vou me tornar voc?! – ele gritou assim que avistou Shinbe ? dist?ncia. – Fa?a isso ir embora, por favor... apenas fa?a isso ir embora. – ele sussurrou, n?o querendo que Shinbe o visse com penas de ?bano. Deixando o seu corpo cair, ele rapidamente foi envolvido pelas ?rvores. Aterrissando com for?a no ch?o da floresta, Kamui se ajoelhou por um momento antes de abrir os olhos. A primeira coisa em que os seus olhos brilhantes ca?ram foram as suas asas negras. Com um grito angustiado, Kamui agarrou uma delas com for?a. Ele gritou em agonia enquanto tentava arrancar a asa da meia-noite da sua pr?pria carne. Soltando o ap?ndice emplumado, ele deixou o seu corpo cair exausto no ch?o. L?grimas ca?ram dos seus olhos quando ele viu a erva ? sua volta assobiar com o poder maligno que ele mantinha no fundo da sua alma. Estava a vazar dele como uma praga que mataria tudo o que tocasse... ?dio, raiva, ci?me e poder bruto indom?vel. O ?nico presente que o seu pai tinha lhe dado era pura maldade! Enrolando-se numa bola apertada, o seu corpo come?ou a brilhar e cintilar com cada batida do cora??o enquanto aquele poder formava um casulo apertado ao redor dele. Se ele se libertasse da escravid?o, ele seria o mal encarnado? – N?o deixe isso acontecer comigo. – ele implorou baixinho enquanto lutava com cada respira??o. – N?o me deixe ser o pesadelo que o meu pai quer que eu seja. Os l?bios de Shinbe se estreitaram sentindo Kamui morto ? frente. Ele podia sentir o poder de Kamui se tornando inst?vel e n?o era um bom press?gio. – Vamos Kamui, se recomponha... Kyoko vai precisar de n?s. – Algo preto flutuou por ele e ele rapidamente o arrebatou ao vento. Uma pena da meia-noite... mas n?o era de Hyakuhei. O olhar preocupado de Shinbe percorreu a vizinhan?a em busca do verdadeiro dono... de Kamui. – Voc? n?o quer fazer isso Kamui. – A sua voz continha uma pitada de medo. – Se voc? abrir a porta para tal destrui??o... podemos nunca mais fech?-la... por favor. A floresta abaixo dele brilhava com uma for?a vital estranha e Shinbe rapidamente se dirigiu diretamente para ela. Uma grande esfera azul repousava numa pequena clareira iluminando tudo ao seu redor num tom azul vibrante. Aterrissando ao lado dele, Shinbe sentiu o conflito perigoso crescendo na esfera. Os seus olhos de ametista mostraram a sua tristeza quando ele viu as penas de ?bano que ainda cobriam o ch?o. – Kamui? – Shinbe sussurrou enquanto estendia a m?o e tocava suavemente a cor rodopiante na superf?cie da orbe. No segundo que a sua m?o tocou a esfera, o conflito interno se estabilizou por um momento... tornando-se puro. Os olhos de Shinbe se fecharam enquanto ele pegava a ess?ncia de Kamui dentro dele, deixando-a crescer. Todo o puro amor e inoc?ncia de Kamui... toda a sua mal?cia oculta, tamb?m o poder indomado que ele tirava desses sentimentos. Kamui abriu os olhos sentindo algu?m ali, mas tudo o que podia ver era a gaiola que tinha constru?do em torno de si. Atrav?s das paredes grossas, ele podia ver uma aura de ametista e sabia que Shinbe estava ali. – N?o olhe... – Ele sussurrou enquanto abaixava a cabe?a, – ...Eu n?o quero que voc? veja a verdade. Ele podia ouvir o pedido de partir o cora??o de Kamui. Enquanto a liga??o entre ele e Kamui era t?o forte, Shinbe usou o seu poder telep?tico para alcan??-lo atrav?s da barreira. Ele encostou a testa no escudo e pressionou as palmas das m?os de cada lado... fazendo os seus m?sculos empurrarem e puxarem ao mesmo tempo. Enviando a sua voz para dentro da barreira de Kamui, Shinbe tentou argumentar com ele. – Kamui, deixa pra l?... voc? n?o precisa de lutar contra Hyakuhei sozinho. N?o assim. Faremos isso como irm?os... juntos. Mas agora h? algu?m que precisa mais de n?s. Kyoko precisa de voc? Kamui. – Kyoko? Mas... eu n?o sou um irm?o de verdade. – Kamui gritou de dentro da sua cela. Ele podia ver o seu pr?prio reflexo e era perturbador quando olhos negros o encaravam de volta. – Eu nunca serei isso... independentemente do quanto eu quero... preciso disso. Voc? n?o sabe o que est? dentro de mim a tentar sair. E se eu a magoar? Os olhos ametistas de Shinbe lacrimejaram em compreens?o. – Deixe para l?, Kamui. Esse conhecimento foi enterrado e esquecido por um motivo. Voc? teve uma escolha e nos escolheu. Voc? ? meu irm?o... um guardi?o de Kyoko. N?s a protegemos com tudo o que somos... mesmo que tenhamos que esquecer de onde viemos. – Mas... ? uma mentira! – Kamui gritou e ficou em estado de choque ao ouvir a voz de Hyakuhei provoc?-lo de longe. – Voc? pertence a mim... crian?a. A sua sacerdotisa tamb?m. Shinbe podia ouvir a voz de Hyakuhei dentro da barreira e isso o irritou. – Voc? quer que ele coloque essas mesmas correntes em Kyoko que voc? usou uma vez !? – Shinbe gritou, tentando fazer Kamui ouvir a raz?o. – Lute contra as mem?rias por ela. Enterre-as bem no fundo e nunca olhe para tr?s. Voc? pode escolher o seu pr?prio destino! Voc? n?o precisa se tornar ele! Pense em Kyoko, droga. – Kyoko? – Uma l?grima caiu da bochecha de Kamui enquanto ele olhava para baixo e a observava quebrar com a sua cor brilhante. Se ele fosse realmente o seu pai... as suas l?grimas seriam negras como a noite ou carmesim at?... n?o o espectro de luz que ele via agora. Ele imaginou Kyoko lutando contra Hyakuhei e sabia o que tinha que ser feito. A ?nica maneira que ele poderia vencer contra tal mal era se tornando mau... mas ele nunca trairia a sua sacerdotisa dessa forma. Ele a amava muito. Shinbe deu um passo para tr?s da esfera quando ela come?ou a subir v?rios metros do ch?o. A aura azul que o rodeava brilhava como diamantes enquanto a luz interna se tornava t?o brilhante que o dominava. – Voc? n?o pode ter a mim ou a ela. Mais uma vez Hyakuhei... Eu nego voc?. – Kamui sussurrou assim que a esfera se estilha?ou. A v?rios quil?metros de dist?ncia, os olhos de Hyakuhei brilharam vermelhos de raiva quando ele ouviu as palavras de Kamui e ele respondeu: – Voc? n?o pode esconder a verdade por muito tempo... voc? e eu somos o mesmo. Shinbe correu para pegar Kamui quando ele caiu. O menino estava desmaiado. Os seus olhos ametistas se arregalaram com o seu sorriso ao ver o brilho colorido que ca?a das suas asas transl?cidas. Ele abra?ou Kamui sabendo que tudo ficaria bem... pelo menos por enquanto. De alguma forma, ele tinha esquecido a escurid?o mais uma vez. – Bem-vindo de volta Kamui. – ele sorriu quando os olhos do rapaz, muitas cores para contar, se abriram para encar?-lo em confus?o. ***** – Eu simplesmente n?o entendo... por que Kyou de repente decidiu que quer Kyoko? – Suki andava de um lado para outro irritada porque ela n?o estava ali ajudando a trazer a sua amiga de volta. Sennin esfregou a t?mpora enquanto olhava para a filha, – Suki, por favor, sente-se. Est? me deixando tonto. – Ele pegou um peda?o de pau e cutucou o fogo enquanto continuava. – Kyou ? um guardi?o... portanto Kyoko est? segura com ele. Quanto a ele quere-la... bem, se ele quiser, j? est? fora das suas m?os. Suki virou-se para encarar Sennin. Como assim? Ele n?o ? uma crian?a. Ele pode controlar o que faz! Sennin olhou para o fogo e declarou: – Se foi o sangue do seu guardi?o que a escolheu, ent?o nem mesmo Kyou tem escolha. – O que voc? quer dizer com ele n?o tem escolha? – Suki exigiu. – ? contra tudo o que os Guardi?es defendem tirar esse privil?gio de qualquer pessoa, muito menos da sua sacerdotisa. Al?m disso, se Kyou gostou de Kyoko o tempo todo, ent?o por que ele n?o disse algo antes, em vez de roub?-la como um ladr?o? Sennin sorriu, – Pelas mesmas raz?es que o nosso amigo Shinbe manteve o seu sil?ncio. Suki sentiu o rosto esquentar e se afastou do pai. – Por que Shinbe iria querer ficar quieto sobre gostar de algu?m? Ele nunca teve problemas para falar o que pensava antes... ou manter as m?os para si mesmo nesse assunto. – Ela se encolheu. – Talvez a raz?o de Shinbe ter mantido o seu sil?ncio seja a ?nica coisa que mant?m qualquer homem quieto por aquele que eles secretamente adoram... medo da rejei??o. – Ele ergueu uma sobrancelha sabendo que falava a verdade. Suki olhou para o seu pai como se lhe tivesse crescido uma segunda cabe?a. – Voc? quer dizer que Shinbe ama Kyoko... e nunca teve coragem de dizer-lhe? – O pensamento fez o peito de Suki doer e a vista lacrimejar. Suki de repente agarrou a sua cabe?a, esfregando o local onde Sennin acabara de acertar o c?rebro dela com a sua pr?pria baioneta. – Pare de ser idiota, menina. – Sennin murmurou, colocando a baioneta de volta no ch?o da cabana. – Os jovens e o seu esquecimento. – Ele parou para pensar por um momento... secretamente relembrando sobre os seus pr?prios momentos “alheios” com a m?e de Suki. – Ah, as mem?rias. ***** O talism? dentro do mestre dos sonhos ganhou vida quando sentiu Hyakuhei e Kyoko escorregarem dentro das paredes do sono. Foi quando ele ganhou liberdade suficiente para olhar para as duas almas e encontrar coisas que tinham esquecido ou que nunca tiveram o poder de lembrar, o outro lado das suas almas. Os olhos negros do dem?nio do sonho se arregalaram enquanto ele olhava para aquele mundo e trazia as suas v?timas para ele. Mesmo a barreira protetora ao redor da rapariga n?o era forte o suficiente para mant?-lo fora. ***** Os sonhos eram um enigma estranho, de fato, mas quando voc? acorda dentro de um sonho, voc? n?o sabe mais que ainda est? perdido na sua pr?pria mente... isso ? al?m do estranho. Kyoko entrou na mesma n?voa, sentindo-se como se ela estivesse envolta num cobertor de calor. Resistindo ao desejo de abrir os olhos, ela se aconchegou mais perto. Tudo estava t?o quieto, exceto pelo batimento card?aco que parecia t?o forte e calmo pressionado contra o seu ouvido. Os seus olhos se abriram sabendo que ela n?o deveria dormir com ningu?m. O olhar assustado de Kyoko entrou em contato com o peito nu. Ela notou os m?sculos magros sob a pele perfeita e os fios de cabelo comprido e sedoso que ca?am em ondas atrav?s das suas costelas. O seu olhar curiosamente seguiu as mexas de ?bano para cima at? o rosto perfeito... Hyakuhei. Ela mordeu o l?bio inferior sentindo um rubor espalhar-se pelas suas bochechas. O que ela estava a fazer deitada com ele? Vendo que os seus olhos ainda estavam fechados, ela rapidamente olhou para baixo entre eles para se certificar de que ele estava a usar cal?as. Gra?as a Deus, al?m da camisa que faltava, os dois ainda estavam vestidos. ? apenas Hyakuhei... ele ? o meu guardi?o... certo? Ela se lembrou teimosamente. Tentando lembrar como eles chegaram ali... ela ficou em branco. Na verdade, ela n?o conseguia se lembrar da ?ltima coisa que tinha feito e franziu a testa suavemente enquanto olhava para ele. – ? isso mesmo... eu estava a cair e ele me salvou. – Os seus l?bios se separaram quando os seus olhos se encontraram com os dele, ele estava acordado e olhando em sil?ncio para ela. A m?o dela ainda estava pressionada contra o peito dele. Ela podia sentir o mesmo batimento card?aco forte e constante que ela tinha ouvido apenas alguns momentos antes. A aten??o dela baixou para os l?bios dele antes de desviar o olhar com relut?ncia. Ela lentamente se sentou, sentindo o olhar dele segui-la enquanto ela o fazia. Agora que eles n?o estavam mais se tocando, ela se perguntou o vazio frio que correu para roubar o seu calor. Hyakuhei a observou acordar e n?o sentindo medo, ele esperou que ela se levantasse. Ele ansiava por isso. Ele gostava do seu cheiro conflituante... a sua pureza em confronto com a sua pr?pria aura maligna. Os seus olhos escuros foram atra?dos para o rosa que agora tingia as suas bochechas. Isso o fez se perguntar o que ela estava pensando. Enquanto a observava absorver a solid?o da caverna, percebeu que ela n?o gostava do confinamento das suas paredes. — Onde estamos? – Kyoko se afastou dele para olhar para a pequena abertura da caverna e sentiu um leve medo de ver a escurid?o fria que estava al?m dela. Ela deu um passo hesitante para tr?s, desejando que ainda pudesse ouvir os seus batimentos card?acos e sentir a seguran?a com a qual ela tinha acordado. Hyakuhei levantou-se atr?s dela e passou os bra?os firmemente ao redor dela quando sentiu o seu medo aumentar. – N?o se preocupe meu animal de estima??o. Eu trouxe voc? aqui para mant?-la segura dos dem?nios que querem o Cristal do Cora??o Guardi?o. – Ele acariciou o cabelo dela com a bochecha. – Eu sempre vou proteg?-la e mant?-la... segura. – os seus l?bios sugeriram um sorriso secreto que ela n?o podia ver. Kyoko fechou os olhos e inclinou a cabe?a para dar na sua suave car?cia enquanto ela balan?ava a cabe?a. Parecia que era a resposta certa, embora ela n?o se lembrasse dos dem?nios que a perseguiram. – Oh, tudo bem. – ela sussurrou enquanto se afundava no seu calor. – Kyoko, voc? gostaria de sair? Eu gostaria de te mostrar uma coisa. – Ele deslizou a palma lentamente pelo bra?o dela at? que a sua pequena m?o estivesse dentro da dele. Kyoko se perguntou por que ela se sentia t?o fraca. Sim, raio de sol... Isso era o que ela precisava para clarear a cabe?a. Por algum motivo, ela se sentiu deslocada, mas n?o conseguia identificar o dilema. Ela apenas acenou com a cabe?a para Hyakuhei, confiando nele para tir?-la desta bela masmorra escura. Hyakuhei apertou o seu bra?o forte em torno de Kyoko pressionando-a ao seu lado e subiu acima do ch?o de pedra. Por sua vez, ele a sentiu envolver os bra?os ao redor dele, agarrando-se a ele para n?o cair. – Eu nunca vou deixar voc? ir Kyoko. – ele sussurrou no seu ouvido enquanto tocava o seu queixo suavemente sabendo que ela n?o ouviria o duplo significado nas suas palavras. O seu rosto se virou para ele e ela afrouxou o aperto. Ele deslizou para fora da caverna e depois para cima, mas n?o muito r?pido para n?o assust?-la. Ele pousou no solo macio ao sol. Kyoko olhou para as folhas. A floresta oferecia sombras salpicadas para eles e tudo era t?o brilhante que os seus olhos esmeralda se ajustaram ? luz. Ela o soltou e deu um passo para fora do c?rculo dos seus bra?os. O que ela estava fazendo aqui? O que faltou? Ela olhou para Hyakuhei ainda se sentindo um pouco confusa. Ela n?o estava procurando por algo que havia perdido? – Kyoko, voc? ainda vai me ajudar a encontrar os fragmentos do Cristal do Cora??o Guardi?o antes que os dem?nios possam us?-los para quebrar o portal? – Ele observou enquanto os olhos dela se iluminaram em compreens?o. Ele estava feliz por ela ainda n?o se lembrar dos seus verdadeiros tutores. O feiti?o que ele tinha sobre ela era forte e enquanto nada despertasse a sua mem?ria, o encantamento n?o a confundiria. Kyoko sorriu. Sim, era para isso que ela estava aqui. Procurando pelo talism?. – Sim Hyakuhei. Os cacos. Quase esqueci. – Ela fechou os olhos e tentou detetar qualquer um dos cristais de energia imaculada por perto. Depois de um momento, os seus olhos se abriram e ela apontou. – Cerca de meia milha desse jeito Hyakuhei e s?. – Ela sorriu feliz por n?o estar dentro de um dem?nio... bem, n?o que ela pudesse dizer. Ela o deixou tom?-la de volta nos seus bra?os fortes enquanto ele os levantava do ch?o e os levava na dire??o que ela indicou. Eles encontraram o fragmento rapidamente e quando ele pediu para segur?-lo para ela, ela n?o pensou duas vezes antes de dar-lhe, embora algo roesse a sua mem?ria. Ela suspirou, fechando os olhos novamente e instantaneamente detetou outro fragmento... mas desta vez n?o estava sozinho. Desta vez, estava contaminado com escurid?o. Ela alcan?ou atr?s dela para pegar na sua besta, mas a sua m?o saiu vazia. Ela franziu a testa se perguntando onde ela a havia deixado quando sentiu uma m?o no seu ombro. – Kyoko, n?o se preocupe. Vou mant?-la segura. Apenas me diga onde est?. – Ele sabia que ela estava ? procura da sua arma, mas essa era uma mem?ria que ele tamb?m queria que ela esquecesse. Ele conhecia o poder por tr?s dos dardos espirituais e era um poder que n?o queria perto dele. Ele a deixou mostrar-lhe a dire??o do fragmento e isso o levou a um dem?nio das sombras que estava se alimentando do poder da lasca de cristal. Empurrando Kyoko atr?s dele, Hyakuhei lan?ou uma barreira ao redor dela para que ficasse segura enquanto ele fingia lutar contra o dem?nio. Era uma criatura t?o espl?ndida e o seu poder era enorme agora que tinha o talism? dentro dele. Pode ter sido um simples dem?nio das sombras uma vez, mas agora... agora parecia um drag?o preto. Seria uma pena apenas matar a besta, mas ele n?o poderia tom?-la no seu pr?prio corpo e saborear os seus poderes na frente de Kyoko. Ela n?o entenderia e isso podia desencadear a mem?ria de que ele era realmente o inimigo. Usando os seus poderes sobre os dem?nios, Hyakuhei fez um r?pido trabalho para acabar com a sua vida. Vendo a lasca de cristal cair, ele pegou sentindo a pequena fatia de poder que Kyoko tinha acabado de dar -lhe sem saber. Os cantos dos seus l?bios levantaram quando ele olhou para Kyoko. Libertando-a da barreira de prote??o, ele mais uma vez a tomou nos bra?os. Ele sabia que a estava a enganar para ficar com ele, mas de repente n?o queria que fosse uma mentira. Inclinando-se em dire??o a ela para bloquear o resto do mundo, ele baixou os l?bios nos dela. ***** O rosnado de Hyakuhei ecoou quando ele alcan?ou a escurid?o assim que o sonho terminou. A risada obsessiva do mestre dos sonhos foi a ?nica coisa que o saudou dentro da caverna enquanto ele observava as chamas do fogo adquirirem v?rios tons de cor antes que as chamas lambendo se transformassem num tom escuro de preto para combinar com o seu humor. Como o sonho se atreveu a tent?-lo... fazendo-o notar a solid?o. Êîíåö îçíàêîìèòåëüíîãî ôðàãìåíòà. Òåêñò ïðåäîñòàâëåí ÎÎÎ «ËèòÐåñ». Ïðî÷èòàéòå ýòó êíèãó öåëèêîì, êóïèâ ïîëíóþ ëåãàëüíóþ âåðñèþ (https://www.litres.ru/pages/biblio_book/?art=67033232&lfrom=688855901) íà ËèòÐåñ. Áåçîïàñíî îïëàòèòü êíèãó ìîæíî áàíêîâñêîé êàðòîé Visa, MasterCard, Maestro, ñî ñ÷åòà ìîáèëüíîãî òåëåôîíà, ñ ïëàòåæíîãî òåðìèíàëà, â ñàëîíå ÌÒÑ èëè Ñâÿçíîé, ÷åðåç PayPal, WebMoney, ßíäåêñ.Äåíüãè, QIWI Êîøåëåê, áîíóñíûìè êàðòàìè èëè äðóãèì óäîáíûì Âàì ñïîñîáîì.
Íàø ëèòåðàòóðíûé æóðíàë Ëó÷øåå ìåñòî äëÿ ðàçìåùåíèÿ ñâîèõ ïðîèçâåäåíèé ìîëîäûìè àâòîðàìè, ïîýòàìè; äëÿ ðåàëèçàöèè ñâîèõ òâîð÷åñêèõ èäåé è äëÿ òîãî, ÷òîáû âàøè ïðîèçâåäåíèÿ ñòàëè ïîïóëÿðíûìè è ÷èòàåìûìè. Åñëè âû, íåèçâåñòíûé ñîâðåìåííûé ïîýò èëè çàèíòåðåñîâàííûé ÷èòàòåëü - Âàñ æä¸ò íàø ëèòåðàòóðíûé æóðíàë.