Ðàñòîïòàë, óíèçèë, óíè÷òîæèë... Óñïîêîéñÿ, ñåðäöå, - íå ñòó÷è. Ñëåç ìîèõ ìîðÿ îí ïðèóìíîæèë. È îò ñåðäöà âûáðîñèë êëþ÷è! Âçÿë è, êàê íåíóæíóþ èãðóøêó, Âûáðîñèë çà äâåðü è çà ïîðîã - Òû íå ïëà÷ü, Äóøà ìîÿ - ïîäðóæêà... Íàì íå âûáèðàòü ñ òîáîé äîðîã! Ñîææåíû ìîñòû è ïåðåïðàâû... Âñå ñòèõè, âñå ïåñíè - âñå îáìàí! Ãäå æå ëåâûé áåðåã?... Ãäå æå - ïðàâ

A Garota Que Se Permite

A Garota Que Se Permite Brian Quinlan Kasey Lane est? tendo uma semana ruim. Bem, semana ruim ? eufemismo. Sua ideia de sucesso nunca envolveu perder seu emprego, namorado e apartamento em 24 horas. Agora, sem ter para onde ir e sem ter como pagar por isso, Kasey decide que ? hora de um novo come?o, o que significa um novo apartamento, uma nova carreira e… nada de homens. Kasey Lane est? tendo uma semana ruim. Bem, uma semana ruim ? eufemismo. Sua ideia de sucesso nunca envolveu perder seu emprego, namorado e apartamento em 24 horas. Agora, sem ter para onde ir e sem ter como pagar por isso, Kasey decide que ? hora de um novo come?o, o que significa um novo apartamento, uma nova carreira e… nada de homens. Mas como um ?m? para rid?culos e absurdos embates com a lei, seu come?o vai do novo ao desastroso em tempo recorde. Al?m disso, n?o ajudava em nada o Cara Errado continuar aparecendo toda vez que uma de suas aventuras davam errado e assumia o controle da situa??o. Agora, enquanto Kasey planeja seu caminho para a independ?ncia, ela precisa decidir se o ?nico caminho para o sucesso ? seguir sozinha… ou se talvez um parceiro de crime possa tornar a jornada mais doce. A Garota Que Se Permite Contents Untitled (#u82e0c092-bd1a-58f8-959c-49883694745f) Chapter 1 (#u981bff88-f970-5b33-b06d-09a65db9ae6f) Chapter 2 (#u90a33f03-5eec-56b8-a3d0-afe7f12f8d54) Chapter 3 (#u6c5036a8-3738-54a2-94bf-5ece7589d330) Chapter 4 (#u6f524b25-d385-5013-9953-c9a232f8180e) Chapter 5 (#uddb6db78-0c4c-5490-b55f-9c06f1c15b2d) Chapter 6 (#u2eb3ff15-80c2-56a4-8015-a7274e53cb74) Chapter 7 (#ue4e348eb-2ded-5921-ba22-e51419dbeb2e) Chapter 8 (#uc9b8e90a-c961-5972-8edb-5f36ddd25ff4) Chapter 9 (#u467cb0df-26b5-5986-a544-8c9aa332494b) Chapter 10 (#u233a9eaa-9331-5c7f-b635-d9184f8dd509) Chapter 11 (#udd755391-3cab-5b1b-86ab-983d7ea4ee0d) Chapter 12 (#uf2e4fe49-f4d2-56be-b77f-24f6047ccaeb) Chapter 13 (#u89189a2b-da09-5789-a371-fb9af3c2c1d9) Chapter 14 (#u82929ff5-52cb-5a9d-b245-7938c076d466) Chapter 15 (#u922252e2-040c-5197-b07f-d7ccca94278f) Chapter 16 (#u28c33423-0838-536c-a944-6bcea0b6059f) Chapter 17 (#u66abfa8e-35df-53df-93e0-c2d0f5969bd4) Chapter 18 (#u8953e3d3-9db5-5518-83d3-dc53754ea5ca) Chapter 19 (#u30c58ea4-a3a0-51cf-ade2-1f43cca4983f) Chapter 20 (#u064d74d2-5cb5-5358-a28c-8156bf2fc5b2) Chapter 21 (#u316cfeff-7c21-5cc2-b20b-640ce7ddd6df) Chapter 22 (#ufbb805b3-ff1b-5815-b1cd-d1b7b1fe00f8) Chapter 23 (#u6bd5efc3-7888-5a3a-93da-6eae6d940814) Chapter 24 (#u9b6ac8ab-8cba-5c55-95e6-c4bde38fd89a) Chapter 25 (#u569ecfd9-e4b9-5ea0-9db2-a32e28c51b9b) Chapter 26 (#ub7c5d910-c51e-5cbd-b171-72d52fb77ac4) Chapter 27 (#u05e282de-cf75-56d1-8015-50b33c79cf5f) Chapter 28 (#u043be6fd-dc6b-5ebf-94ba-790bf9b2f632) Chapter 29 (#uefb9171d-a2e0-5a0e-97ab-72d56fdc74d3) Chapter 30 (#uceb7eaf0-8f2d-50d3-8ee2-d4866e089114) Chapter 31 (#u0b40b5de-6ebe-5adf-a8cd-cf0b6e8ee191) Chapter 32 (#u34b0a13e-f556-57cf-8229-997a3d3fe25e) Chapter 33 (#ubcf2646e-b9fd-5a0d-aaf5-632609d3a4a3) Nota de Agradecimento (#u0d40070a-f56c-55c2-b0d0-3c10a5a68e47) Untitled A GAROTA QUE SE PERMITE S?rie Coffees?o #2 Bria Quinlan A Garota Que Se Permite Direitos autorais © 2017 por Bria Quinlan Tradu??o: Elaine Lima Todos os direitos reservados. Sem limitar os direitos de autoria reservados acima, nenhuma parte desta publica??o pode ser reproduzida, armazenada ou introduzida em um sistema de recupera??o, ou transmitida, de qualquer forma ou por qualquer meio (eletr?nico, mec?nico, fotoc?pia, grava??o ou outro) sem a permiss?o pr?via, por escrito, da autora. Esta ? uma obra de fic??o. Nomes, personagens, lugares e incidentes s?o o produto da imagina??o da autora ou s?o usados de forma fict?cia. A autora reconhece o status de marca registrada e os propriet?rios de marcas de v?rios produtos referenciados nesta obra de fic??o, que foram utilizados sem permiss?o. A publica??o/uso dessas marcas n?o ? autorizada, associada ou patrocinada pelos propriet?rios das marcas. Created with Vellum (http://tryvellum.com/created) 1 UM — VOC? EST? TERMINANDO COMIGO? Eu n?o podia acreditar que isso estava acontecendo. Toda vez… toda vez que pensava que esta semana n?o poderia piorar… BAM! Algo acontecia. — Vamos l?, Kasey. Voc? n?o pode ficar t?o chocada assim com isso — disse Jason, olhando para mim por cima do jantar muito agrad?vel e muito caro para o qual ele me convidou, um sentimento de pena brilhando atrav?s daqueles olhos semicerrados. Eu respirei fundo, desviando o olhar para me concentrar, porque isso simplesmente n?o fazia sentido. — Voc? realmente est? fazendo isso esta noite? S?rio mesmo? — Naquele momento, estava mais chocada do que de cora??o partido. Embora, pensando bem, provavelmente o cora??o partido atacaria assim que eu estivesse sozinha em casa, em meu apartamento… meu muito, muito vazio apartamento. Eu teria que me sentar no ch?o para ter a minha merecida crise de choro. — Lamento que voc? esteja t?o surpresa — disse Jason, embora n?o parecesse nem um pouco triste. — Surpresa? Eu ia me mudar para morarmos juntos neste fim de semana. Ele inclinou a cabe?a para o lado e olhou para mim como se estivesse fazendo gracinha para uma crian?a. — Voc? n?o vai mais poder se mudar agora, n?o ?? — Bem, n?o. Se voc? est? terminando comigo, eu n?o posso, n?o ?? — Minha voz disparou. Soava um pouco hist?rica at? mesmo para meus pr?prios ouvidos. No fundo da minha mente, percebi que as pessoas estavam come?ando a olhar em nossa dire??o. Jason odiava isso. Ele estendeu a m?o sobre a mesa e envolveu a minha m?o, dando um aperto forte. At? mesmo seu falso conforto era… bem, falso. — Se voc? se mudasse, como pagaria a sua metade do aluguel? Como voc? seria capaz de arcar com suas despesas? Arcar com minhas despesas? N?s est?vamos namorando por quase tr?s anos e agora ele estava me dando um p? na bunda porque eu n?o seria capaz de pagar o aluguel por alguns meses em um apartamento que era dele? — D? um tempo, Jason. Perdi meu maldito emprego ontem. Voc? acha mesmo que eu n?o tenho nada no banco? Voc? escolhe o dia seguinte em que fui demitida para fazer isso? — A histeria se foi. Em seu lugar, meu copo emocional foi preenchido at? a borda com uma raiva quase cega. — A economia est? ruim — disse ele, encolhendo os ombros como se nada disso realmente importasse. — Quem pode assegurar que voc? vai encontrar algo rapidamente? Eu n?o podia acreditar nisso. N?o. Podia. Acreditar. Nisso. Na semana passada, t?nhamos acabado de vender todos os meus m?veis na OLX porque os dele j? “cabiam” no lugar. Eu cancelei meu aluguel, paguei a multa pela quebra de contrato e ficaria sem-teto no final do m?s… o que convenientemente aconteceria em dois dias. — Aqui. — Ele me entregou um cart?o. Um cart?o. Eu olhei para o envelope lavanda lacrado. Eu deveria abri-lo? A empresa de cart?es realmente tinha um cart?o do tipo Estou-te-dando-um-p?-na-bunda-mas-boa-sorte-com-tudo? — O que ? isso? — A? tem o primeiro m?s do aluguel e metade da fian?a que voc? pagou. Achei que era justo devolv?-lo. Achou justo? Eu olhei para o cart?o novamente, me perguntando o que ele havia escrito nele, tentada a abri-lo naquele momento. Em retrospecto, ele ter me cobrado uma fian?a pelo aluguel deveria ter sido o primeiro sinal. Certo, talvez n?o o primeiro. — Ent?o, onde exatamente voc? acha que vou morar? Desprezo. Eu passei da raiva para o desprezo. Agora eu era oficialmente uma mulher desprezada. N?o ? de admirar que os homens n?o devessem nos contrariar. Nem o inferno tinha tanta f?ria como eu naquele momento, ele n?o chegava nem perto. Eu poderia ter estripado ele com a faca de peixe chique que descansava contra meu prato. — Bem, eu n?o quero parecer sem cora??o — continuou Jason, estudando seu prato antes de olhar para cima com a express?o menos emp?tica que eu j? vi. — Mas agora isso n?o ? realmente problema meu, n?o ?? A mulher na mesa ao lado engasgou e foi quando eu percebi que a maioria das pessoas haviam ficado em sil?ncio para acompanhar o melodrama que estava acontecendo na minha vida. — N?o, suponho que n?o. Eu acho que quando voc? termina com sua namorada porque ela perdeu o emprego, voc? pensa que nada ? problema seu. — Empurrei minha cadeira, me envolvi em minha jaqueta Ann Taylor e peguei minha bolsa. — Ah, espera! Sabe qual ? o seu problema? Ele balan?ou a cabe?a, um pequeno sorriso puxando sua boca em pontas cru?is de cada lado. — Conseguir tirar a mancha de Bordeaux de sua Caxemira. — Peguei nossa garrafa de vinho pela metade e despejei na cabe?a dele. — Boa sorte com isso. Eu sa? furiosa, um punhado de aplausos seguindo em meu rastro. L?grimas de raiva quase me cegaram quando cheguei ao sagu?o. — Por favor, permita-me. — O recepcionista empurrou a porta e segurou-a para mim, enquanto eu marchava para a noite fria de primavera. — Boa sorte, senhorita. Sim. Eu precisaria de muita sorte. 2 DOIS EM FRENTE AO RESTAURANTE, encostado na cal?ada ao lado, estava o BMW M5 de Jason. Apenas parado l?, totalmente inocente. Claro, o carro n?o me ofereceria uma carona para casa e Jason tinha escolhido um restaurante longe de uma esta??o de ?nibus ou metr?. Mas, l? estava ele. Bem ali. Jason era do tipo que n?o achava necess?rio ter que pagar pelo estacionamento com manobrista e achar aquela vaga tinha sido uma sorte idiota. Esperei um momento para ver se ele sairia do restaurante para me checar. Se talvez… apenas talvez, ele fosse humano o suficiente para querer se certificar de que eu estava bem e me oferecer uma carona para casa. Quando dois minutos se passaram comigo me adaptando ? leve brisa fria do ar noturno, percebi que de jeito nenhum ele desperdi?aria um bife perfeitamente bem preparado. Ele provavelmente tirou o su?ter, jogou-o em uma gar?onete para coloc?-lo na ?gua e voltou a comer. Eu olhei para o BMW. Eu olhei para o manobrista. Eu olhei para o BMW novamente. Para ser justa, o carro n?o tinha feito nada contra mim. Mas, como uma extens?o de Jason, essa noite desastrosa e tudo o que estava errado na minha vida agora, aquele era um alvo muito bom. Escorregando ao lado do pneu dianteiro, tirei a tampa da v?lvula de ar. Com minha chave, eu leeeeeeentamente deixei o ar sair do pneu com um suave shuuuu at? que o aro descansou no ch?o. Em seguida, passei para o pr?ximo pneu… e o pr?ximo. Considerei deixar um pneu cheio s? porque parecia fora do lugar. Mas, pensando bem, aquele pequeno assobio de ar era extremamente cat?rtico. Ent?o, eu esvaziei aquele tamb?m. Sentando em um banco na cal?ada, chamei um t?xi, esperando n?o ter motivo para me estressar com mais essa despesa mais tarde. Ignorei o ar frio da noite de fim de ver?o e esperei. Jason levou mais sete minutos para finalmente aparecer. Eu me perguntei se ele tinha comido a sobremesa. Provavelmente. Provavelmente se certificou de pedir aquele pudim que eu amava, s? por maldade. Ele fingiu n?o me notar e definitivamente n?o notou todos os pneus vazios. At? ele abrir a porta. Ent?o ele percebeu que o carro parecia um pouco mais baixo do que o normal. Ent?o ele olhou para os pneus. Ent?o para mim. A express?o em seu rosto… foi uma coisa linda. Ele n?o se aproximou de mim ou contornou o BMW. Ele apenas gritou comigo por cima do cap?. — Voc? cortou meus pneus? — N?o. Eu nunca cortaria os pneus de ningu?m. Nem mesmo os seus — Ent?o, s? porque eu admitia para mim mesma que aquilo tudo tinha ficado um pouco rid?culo… n?o importa o qu?o cat?rtico fosse, eu adicionei: — Cres?a. O sujo falando do mal lavado. Bons tempos. — Ent?o eles magicamente esvaziaram? — Venenoso. Como eu nunca percebi esse tra?o venenoso nele? Tr?s anos sem perceber? Aquilo parecia demais, mesmo para algu?m t?o focada nos estudos e carreira quanto eu. Comecei a questionar todas as conversas em que ele dizia ser o mais esperto, mais esperto do que todos ao seu redor, e percebi que esperto provavelmente n?o era a palavra certa. Eu realmente estava cega. ? melhor eu me tornar um pouco mais atenta se quiser sobreviver no mundo como uma adulta. E talvez devesse parar de insistir que a gelatina era um grupo alimentar. Mas, alguns padr?es permanecem conosco mesmo depois de crescer. — Eu n?o sei sobre m?gica. Quer dizer, o que ? m?gica, afinal? Acho que teria sido m?gico se meu t?xi tivesse chegado aqui antes de voc? decidir ver se eu fui pega pedindo carona. Mas, infelizmente, ainda estou esperando. — Eu sorri para ele. Um daqueles sorrisos largos e brilhantes que na verdade dizem: Ha Ha Na Sua Cara em vez de Ei, Voc? ? Bem Fofo. Chega de sorrisos fofinhos para ele. — Ent?o, eu suspeito que o mundo da magia est? morto. Peguei um jornal que algu?m havia deixado no banco e fingi ler. Deve ter parecido algo bobo a se fazer ali sob a luz fraca do poste, mas parecia um adere?o l?gico para esta farsa na qual eu estava finalmente assumindo um papel ativo. — Voc? acha que pode simplesmente rasgar meus pneus e eu n?o vou chamar a pol?cia? — Ele j? estava discando. — Al?? 190? Sim, quero denunciar uma agress?o. N?o, eu n?o estou ferido. N?o fui eu quem foi agredido. Neste ponto, eu estava tendo dificuldade em acreditar que ele ligou para o 190, que ele estava chamando aquilo de uma agress?o. Sem mencionar que eu realmente tinha namorado esse idiota por trinta e tr?s meses. Isso era mais de um m?s para cada ano da minha vida. Talvez Eu fosse a idiota. — N?o — continuou ele, ainda me olhando por cima do cap?. — Ningu?m se feriu. Bem, n?o exatamente ferido… N?o tenho certeza de qual era a arma… N?o, eu n?o preciso de uma ambul?ncia. S? de um policial. A essa altura, o recepcionista havia sa?do para se juntar ao manobrista. Os dois sussurraram e olharam na nossa dire??o. Eu ouvi uma risadinha escapar de um deles. — Meu carro… Ela atacou o meu carro… Bem, os pneus est?o furados… Isso importa? Eu quero um policial e quero um agora! O Natal chegava na mesma ?poca todos os anos. Talvez, s? por divers?o, eu mandasse a ele uma c?pia de Como fazer amigos e influenciar pessoas. Voc? sabe, com um pequeno bilhete legal grudado falando sobre suas habilidades pessoais e um desejo de boa sorte com a vida. — T?. Mas ? melhor ele se apressar. O que eu fa?o se ela tentar ir embora? — Ele olhou na minha dire??o novamente, colocando a m?o no cap? e acariciando a pintura levemente. — O que voc? quer dizer com eu n?o posso segur?-la contra a vontade dela? T?. Mas ? melhor eu ouvir as sirenes nos pr?ximos tr?s minutos. Ele desligou, enfiou o celular no bolso e apontou o dedo para mim a quatro metros de dist?ncia. — N?o v? a lugar nenhum. Pela primeira vez desde que chamei o taxista, estava meio que torcendo para que ele se perdesse. Podia at? valer a pena ser fichada s? para assistir ao ataque de raiva de Jason. Quando o policial apareceu alguns minutos depois, havia uma n?tida falta de sirenes. Fiquei quase desapontada. O policial saiu do carro e olhou para o BMW. Ele balan?ou um pouco a cabe?a enquanto pegava um bloco de notas no carro, endireitou a boina e se dirigiu para Jason. — Qual seria o problema aqui, senhor? Ah… Eu j? gostei desse cara. Se o tom neutro de sua voz mostrava como ele realmente se sentia sobre esta situa??o, eu realmente gostei dele. Nem me importaria de ser presa por algu?m que percebia o qu?o rid?culo era tudo aquilo. — Meu carro foi agredido. Eu realmente n?o conseguia acreditar que ele n?o tinha repensado o termo desde que desligou a chamada do 190. — Ela — disse ele, apontando o dedo em minha dire??o novamente. — Quem agrediu. Voltei a fingir que lia o jornal e a ignor?-lo. — Ela agrediu o seu carro? — O policial estava andando ao redor do carro pela segunda vez e se agachou para olhar o pneu dianteiro que estava mais pr?ximo das luzes do restaurante. — Os pneus n?o foram cortados. — Eles est?o vazios. — Jason soou como se isso fosse o equivalente a um crime de guerra em massa. — Mas eles n?o foram cortados. Algu?m s? tirou o ar. — Mas, eles est?o vazios. — Jason finalmente deu a volta no cap? e continuou vindo em minha dire??o. Antes que eu soubesse o que ele faria, ele agarrou meu bra?o e me colocou de p?. — Ela esvaziou os meus pneus. Eu quero que ela seja presa. Como eu tinha namorado um idiota daquele? S?rio? Eu provavelmente deveria consultar um terapeuta apenas para descobrir se superei qualquer tipo de estupidez sob as quais tinha vivido nos ?ltimos anos. Claro, para ver um terapeuta, eu precisaria de um plano de sa?de. — Me solta! — Tentei puxar meu bra?o, mas ele apenas me agarrou com mais for?a, seus dedos cravando-se na minha pele atrav?s da l? clara da minha jaqueta. — Estou falando s?rio. Me solte! — Senhor, tenho que te pedir para solt?-la. Agora o policial, que ergueu uma sobrancelha para o meu jornal, estava vindo em nossa dire??o. — Senhora, voc? viu algu?m esvaziar os pneus desse cara? — Bem, n?o estou aqui h? muito tempo. — H? quanto tempo est? aqui? — perguntou ele. — Bem, meu namorado… quero dizer, ex-namorado, me trouxe at? aqui para o meio do nada… — Meio do nada? — Jason n?o conseguia nem me deixar terminar uma frase. — Estamos a cinco quarteir?es do Village. — Qualquer lugar sem uma esta??o de metr? ? o meio do nada. — Eu aprendi essa li??o da maneira mais dif?cil ao procurar o meu primeiro apartamento na cidade. — Eu estava tentando dar a voc? uma ?ltima refei??o agrad?vel. — Voc? estava…? — Senhora. H? quanto tempo? — Agora o policial estava se dirigindo a mim com aquele tom neutro e um olhar ileg?vel. — Meu ex-namorado me largou porque eu perdi meu emprego. Ele disse que eu seria apenas um peso morto. Depois disso, vim aqui para esperar um t?xi. Ent?o, praticamente o tempo que leva para um t?xi chegar aqui. O policial deu um leve sorriso. Quase impercept?vel. Bem leve. Talvez eu estivesse imaginando, mas tinha quase certeza que n?o. Eu realmente gostei dele. Eu me perguntei se eles tirariam minhas impress?es digitais. Aquela coisa sa?a com sab?o? Eu esperava que isso n?o afetasse meu pedido de seguro desemprego. — Bem, n?o muito tempo ent?o? — perguntou o Policial Indecifr?vel. — Creio que n?o. — Voc? n?o est? engolindo essa, est?? — perguntou Jason me sacudindo, fazendo meus dentes baterem um pouco. — Senhor, solte-a antes que eu o jogue na parte de tr?s do meu carro. — Mas ela agrediu o meu carro. — N?o ? poss?vel algu?m agredir um carro. Mas voc? pode agredir uma mulher. Se voc? n?o a soltar, vou lev?-lo ? delegacia e mandar rebocar o seu carro. Com os pneus vazios. Posso realmente ter me apaixonado. Toda aquela situa??o era o meu relacionamento rebote. O que foi ?timo porque eu ficaria longe, muito longe de caras por um bom tempo. A m?o de Jason despencou. Eu duvidava que tivesse algo a ver com n?o me agredir e mais a ver com querer a aten??o de volta em seu carro. Assim que ele me soltou, o policial chamou o manobrista e o recepcionista. — Algum de voc?s viu alguma coisa acontecer com este carro? Ambos balan?aram a cabe?a. — Nada? Ningu?m veio e deixou todo o ar sair dos pneus? Novamente com o balan?ar de cabe?a. — Ah, me poupe. — Jason caminhou entre mim e o carro, provavelmente com medo que eu fosse fazer algo com o seu beb? novamente. — ? ?bvio que esses dois idiotas est?o mentindo. O manobrista olhou em nossa dire??o e depois de volta para o policial. — Estou guardando carros desde as seis. Algu?m pode ter sido capaz de fazer isso enquanto eu estava nos fundos. — Ele olhou para Jason. — ? realmente uma pena que o senhor n?o quis pagar os cinco reais para ter seu carro estacionado. Sim, todos n?s pod?amos ouvir a tristeza em sua voz. A essa altura, as pessoas estavam paradas na janela assistindo. O policial havia tirado a boina e esfregava o cabelo escuro cortado rente da nuca. — Ent?o, n?o temos nenhum dano e nenhuma testemunha. Suponho que voc? ter? que entrar em contato com um guincho e encerrar a noite. — Voc? n?o vai prend?-la? — Jason parecia t?o chocado que quase me senti mal por ele. Era bom que ao menos algo n?o estivesse indo bem para ele esta noite. Quer dizer, al?m daqueles quatro pneus magicamente esvaziados. — Pelo qu?? Por ter namorado um idiota? Desculpe, mas n?o h? lei contra isso. — O policial colocou a boina de volta na cabe?a e foi em dire??o ? viatura. — Se eu for chamado aqui novamente, vou prend?-lo por fazer uma de?ncia falsa. N?o importa qual seja o motivo. ? melhor voc? torcer para que o restaurante n?o seja roubado. Jason ficou olhando para ele, sua mand?bula um pouco frouxa com a falta de controle da situa??o. Eu estava tentando n?o me gabar da minha pequena vit?ria. E ent?o, veio o meu primeiro golpe de sorte de toda aquela noite, enquanto o policial caminhava em dire??o ? viatura, meu t?xi parou. — Ei! — O policial chamou, apontando para mim antes de entrar em seu ve?culo. Eu podia ver sua covinha aparecer de onde eu estava. — Voc?. Se comporte. Certo. Porque meu plano era causar um caos em massa quando eu sa? esta noite. Eu pulei no t?xi antes que Jason pudesse me agarrar novamente. — Para onde, senhorita? Desabando no assento, tranquei a porta e disse: — Casa. Ou o que seria a minha casa por mais dois dias. 3 TR?S INFORMEI MEU ENDERE?O ao taxista antes de perceber que n?o ia a um caixa eletr?nico h? dias. Eu tinha um mau pressentimento sobre o que eu encontraria na minha bolsa. Quer dizer, n?o importa quanto tempo voc? namorasse algu?m, quando ele te convida para um restaurante chique um dia antes de voc? ir morar com ele, voc? pensa que: ganharei joias, n?o que precisarei de dinheiro para o t?xi. $ 1.78 Como consegui pegar um dos poucos t?xis sem maquininha de cart?o? Nada bom. Mas, felizmente, sou paranoica. Sempre tenho uma nota de vinte enfiada em um dos bolsinhos internos da minha bolsa. — Qu?o perto desse endere?o posso chegar por vinte d?lares? O taxista deu um suspiro profundo e sofrido, como se ele n?o fosse levar uma outra pessoa pelos mesmos vinte d?lares se eu n?o estivesse l?. — Tudo bem. Tudo bem n?o era exatamente um local. — Estou tendo uma noite dif?cil. — Eu dei a ele um grande sorriso pelo espelho retrovisor. Mas n?o muito grande. Como se eu estivesse fazendo cara de corajosa. O que eu meio que estava. Com sorte, ele teria pena de mim e talvez deixasse aqueles vinte me levar um pouco mais longe do que o medidor ditava. Quando Jason me disse que estava me largando, eu achei que devia haver outra pessoa. Que ele se cansou de mim. Eu j? estava justificando na minha mente como isso poderia ter sido minha culpa. Eu tinha me mudado para c? para fazer p?s-gradua??o e o conheci assim que cheguei. Ele tinha sido um dos ex-assistentes do meu orientador no meu ?ltimo semestre e ensinava uma das mat?rias uma noite por semana. Ele me colocou sob sua asa imediatamente, moldando minha educa??o e carreira. Meu tempo foi preenchido por estudos e ele. Minha categoria de amigos n?o tinha mudado e ainda era preenchida somente pelas minhas companheiras de inf?ncia e da gradua??o. Ent?o meu est?gio se transformou em um cargo de assistente de gerente de projeto. Quando meu chefe conseguiu nos colocar quase na lista negra de um cliente, fui empurrada para uma posi??o de ger?ncia. Tive que trabalhar duro para provar que a chance que eles tinham me dado valia a pena. Que EU valia a pena. Eu amava aquilo. Eu amava a correria, as loucas horas e a press?o para fazer a melhor campanha de marketing que j? existiu. Fiquei surpresa ao descobrir que a maioria dos meus colegas gostava de fazer a apresenta??o e o design, mas n?o a parte t?cnica da cria??o. Ou eles gostavam da cria??o dirigida, mas n?o do trabalho com o cliente. Eu adorava tudo... do princ?pio ao fim. E, ent?o, conforme eu abria meu caminho entre meus colegas entediados que gostavam de manter as coisas como estavam, deixei o resto da minha vida de lado. Eu tinha minhas garotas de sempre. Eu tinha Jason. Eu tinha um trabalho que adorava. O que mais eu poderia querer? Eu quase desejei que Jason tivesse me tra?do. Pelo menos eu poderia ter dito que outra pessoa desviou sua aten??o. Que o amor dele por ela tinha sido mais forte… ou algo assim. Ele ainda seria um grande idiota, mas, pelo menos, eu saberia que havia um motivo. Um que n?o fosse que eu importasse t?o pouco para ele que alguns meses de aluguel em potencial eram um motivo v?lido para abandonar o navio. Eu inclinei minha cabe?a para tr?s e observei as luzes passarem pela janela, passando por mim com um padr?o r?pido e silencioso de escurid?o e luz… escurid?o e luz… Parecia dizer, Voc? ? uma idiota… Voc? ? uma idiota. Estava afundando. No po?o do levei-um-p?-na-bunda. Bem, n?o a parte do t?rmino. Essa parte eu assimilei at? bem r?pido. Foi mais a parte sobre como foi f?cil para ele me largar. Que enquanto eu estava construindo esse pequeno sonho na minha cabe?a, ele estava procurando por uma colega de quarto que convenientemente pagasse metade da hipoteca e compartilhasse sua cama. Boa sorte com isso na OLX, querido. Nunca me senti t?o dispens?vel em minha vida. Meu chefe at? havia usado essa palavra. — Kasey, temos que fazer alguns cortes e mesmo que voc? fa?a um ?timo trabalho, infelizmente, voc? ? dispens?vel. Eu perguntei o que isso significava. O que significa ter tr?s projetos sob sua lideran?a, seis pessoas subordinadas a voc?, v?rios prazos chegando nos pr?ximos dois meses e ainda ser dispens?vel? Aparentemente, quando voc? contrata e treina grandes mentes logo que terminam o programa de gradua??o e que podem terminar o trabalho, mesmo que n?o tenham conseguido o contrato em primeiro lugar, ou administrado ele ap?s conseguir, voc? ? dispens?vel. Especialmente se cada um deles ganhasse apenas oitenta por cento do seu sal?rio. Que bom que eu n?o tinha um cachorro. Ele provavelmente teria escrito com o xixi dispens?vel no meu tapete e ent?o fugido com alguma poodle atraente da rua enquanto eu estava fora. O t?xi estacionou em uma rua sob um dos belos e antigos carvalhos que ladeavam uma ampla cal?ada de paralelep?pedos. Meu quarteir?o? N?o, minha rua era feita de postes padr?es e cal?adas irregulares. Sem ?rvores. Obviamente, esse n?o era o meu quarteir?o. — Certo. — O taxista se virou e estendeu a m?o. Eu olhei para o tax?metro vermelho piscando. — Dezoito d?lares? — Ele n?o s? n?o me levaria a milha extra para casa, ele nem mesmo me levaria at? completar os meus vinte d?lares. Acho que eu n?o era uma daquelas mulheres que dependem da bondade de estranhos. — Isso inclui a gorjeta. S?rio mesmo? Esse cara era um charme. Ele estava fazendo Jason parecer decente. Eu estava pensando seriamente em atacar mais um carro. Entreguei a ele os vinte e esperei. Ele esperou. Eu esperei. — Voc? vai descer? Poder?amos ter percorrido a ?ltima milha a essa altura. Eu estendi minha m?o. — Quem falou que eu te daria uma gorjeta? Continuamos nos encarando at? que ele colocou dois d?lares na minha m?o. Eu planejava dar a ele os um e setenta e oito da minha carteira como gorjeta, mas ele me irritou. Pelo lado positivo, agora eu tenho tr?s setenta e oito. Sim, isso salvaria o dia. Empurrei a porta e deslizei minhas pernas o mais graciosamente que pude usando uma saia min?scula os meus saltos para ocasi?es especiais ridiculamente altos. Eu me endireitei e me encontrei abandonada em frente a uma cafeteria de um bairro chique onde nunca teria dinheiro para morar. O lugar tinha aquelas pequenas l?mpadas que pareciam l?mpadas a g?s dos tempos do Jack, o Estripador, e charmosas venezianas verdes em volta das janelas de moldura preta. A porta era pesada, de carvalho, o que me fez pensar que estava nos limites de uma pequena aldeia irlandesa. Olhe para mim, reconhe?o uma coisa encantadora quando a vejo. Uma placa dourada e marrom na porta anunciava que eu havia chegado ao Coffees?o. Bem, isso resumiria minha noite de confus?o de um jeito triste e taciturno. Al?m disso, a cafe?na parecia uma boa ideia antes da andada de salto agulha de volta para casa. Olhando para os meus sapatos, n?o pude deixar de me perguntar o que estava pensando quando os comprei. Quer dizer, eles eram caros, n?o eram o meu estilo, e eram incrivelmente desconfort?veis. Mas a mulher disse que meu namorado os adoraria. Eu, sendo a idiota que acabei de descobrir que era, comprei. Agora, eu estava pagando o pre?o. Figurativa e literalmente. Empurrei a porta e respirei o ar com aroma de caf?. O conforto e o calor aliviaram a minha pele, suavizando cada nervo que estava em alerta m?ximo desde que a noite havia tomado uma inesperada curva na via de solteirice. Havia cole??es de cadeiras estofadas com mesinhas de centro e bancos ao redor de mesas de madeira r?sticas. Uma placa de “Leitura Relaxante” repousava contra uma estante de livros no canto com uma cole??o de livros usados. Ele at? tinha uma lareira contra a parede oposta com a evid?ncia fuliginosa de uso. Como um o?sis desses esteve a um quil?metro de dist?ncia da minha casa todo esse tempo e eu nunca soube? — Posso ajudar? — Atr?s do balc?o, uma adolescente me olhou com desconfian?a, como se eu tivesse acabado de entrar em sua casa em vez de uma cafeteria, ou que estivesse disposta a pagar. — Voc?s ficam abertos at? que horas? — Por qu?? S?rio mesmo? Sem querer soar como uma velha, mas essa nova gera??o ? um pouco estranha. — Porque eu quero pedir um caf? e relaxar um pouco. A garota barista me olhou, obviamente tentando descobrir se eu estava mentindo ou n?o. Quem mente sobre tomar uma bebida em uma cafeteria? — At? ?s nove em uma ter?a-feira — respondeu ela, continuando a me encarar. — Voc? vai para algum lugar? Um tanto intrometida, n?o? — N?o. — Agora era eu quem estava me sentindo um pouco desconfiada. — Voc? n?o acha que est? um pouco arrumada demais para s? sair para tomar um caf?? Bem, era verdade. — Sim. — Voc? vai se encontrar com algu?m? — Aqui? — Sim. — Por qu?? — Voc? parece uma daquelas mulheres que saem tarde da noite para encontrar algu?m. — Ela se inclinou sobre o balc?o e olhou para meus sapatos. — Voc? est? tendo um caso? — Abby, apenas d? o caf? ? mulher. — A voz era t?o rica quanto os gr?os de caf? no balc?o, s? que sem o retrogosto amargo. Eu me virei, em dire??o ? voz, surpresa com o cara da qual ela veio. Ele n?o era o gerente noturno t?pico. Ele tinha altura m?dia, mas definitivamente era mais bonito do que a m?dia, com um sorriso gentil e cabelo levemente despenteado. — Ol?, me chamo John. — Ele estendeu a m?o sobre o balc?o. — Se voc? est? aqui para ter um caso, devo avis?-la que instalei c?meras de circuito interno depois que fomos roubados nesta primavera. Eu n?o senti uma centelha quando ele apertou minha m?o, mas o gesto me fez perguntar por que, por que, eu perdi os ?ltimos tr?s anos com Jason? J? que haviam caras realmente engra?ados, legais e gostos?es por a?, que provavelmente n?o iriam te deixar perdida no sub?rbio… de novo, eu te pergunto, por qu?? — N?o estou tendo um caso… infelizmente. — N?o era essa a verdade? Eu era como A Anti-caso. John olhou para a Garota Barista e depois de volta para mim. — Estranhamente, e essas s?o palavras que n?o saem da minha boca com muita frequ?ncia, tenho que concordar com Abby. Voc? est? um tanto bem-vestida demais para s? vir tomar um caf? sozinha. — Bem, isso ? o que acontece quando voc? vai para um jantar rom?ntico e acaba abandonada e sem dinheiro para o t?xi. — Ai! Abby deslizou o mocha pelo balc?o, ainda olhando para mim como se a qualquer segundo eu fosse puxar uma arma e roub?-los. Em vez disso, tirei meu cart?o de d?bito, considerando um cupcake tamb?m, quando John balan?ou a cabe?a. — Por conta da casa. Este era seriamente meu novo lugar favorito. Agradeci e me dirigi para as poltronas perto da lareira. Olhando para o meu telefone, n?o pude acreditar que eram apenas sete e cinquenta da noite. Minha vida foi completamente aniquilada em menos tempo do que duraria um jantar rom?ntico. Eu tomei um gole do mocha, um mocha realmente bom, na verdade, e considerei meu pr?ximo passo. Eu precisava de um lugar para morar, talvez um carro e um emprego, tipo, para ontem. Claro, ontem eu tinha um emprego. A compensa??o foi de tr?s semanas. Al?m disso, as duas semanas de f?rias que eles me deviam me dariam algum tempo para respirar. N?o o suficiente para uma respira??o profunda. Claro, eu tamb?m recebi a pequena quantia da venda dos meus m?veis de casa, mas provavelmente teria que comprar coisas novas. O po?o s? afundava. — Ent?o, Mocha, qual ? o plano? — perguntou John, sentando na cadeira ao meu lado. — Voc? vai apenas acampar aqui? Pude ver que o cara estava realmente preocupado. Um completo estranho, preocupado com meu bem-estar. N?o pude deixar de pensar que Jason n?o estaria neste momento pensando se eu estava bem, muito menos se preocuparia com uma estranha. — Estou apenas tentando recuperar minhas for?as para voltar para casa. Vai ser um exerc?cio e tanto com estes saltos. Ele olhou para mim, olhou para meus sapatos, olhou de volta para mim. — Minha namorada chegar? daqui a pouco se voc? quiser uma carona. Podemos deix?-la em sua casa, sem problemas. A namorada dele. ?bvio. Mais uma prova de que todos os bons j? foram tomados. Mas, eu n?o era de olhar dente de cavalo dado, ou de uma carona. — Isso seria excelente. Muito mesmo. — Eu olhei para a Garota Barista. — Eu n?o acho que voc? poderia dizer a ela que eu estava tendo um caso com sua namorada? John sorriu. Era incr?vel como a diferen?a era sutil entre um sorriso verdadeiro e um sorriso desdenhoso. Era incr?vel como voc? pode ter pensado por anos que algu?m estava sorrindo para voc? e ent?o, de um s? golpe, voc? come?a a se perguntar se todos aqueles olhares significavam algo menos agrad?vel. Claro, o universo colocaria o perfeito anti-Jason na minha frente para questionar minha pr?pria cegueira proposital. — N?o ligue para Abby. Ela est? em um programa especial de trabalho e estudo para adolescentes. Ela est? aprendendo gerenciamento em primeira m?o. — Este programa de estudo e trabalho envolveria checagem com o guardi?o todas as noites? O sorriso vacilou. — N?o exatamente. Fiquei surpresa com o qu?o pr?ximo da verdade eu cheguei com aquele chute. — Bem, bom para ela. Ela est? melhor do que eu. — Ei, uma noite ruim n?o ? o fim do mundo. — Verdade. Mas ? o combo desempregada-despejada-levar-um-fora que realmente mata uma garota. — Ah.... Ai, novamente. — Suponho que voc? n?o conhe?a um lugar para morar ?timo e barato que n?o precise que eu tenha, sabe, um trabalho, pertences ou um plano? John se recostou, olhando ao redor enquanto pensava. — Talvez. — Ele pegou o telefone e mandou uma mensagem para algu?m. — Voc? pode passar aqui amanh?? Posso ter algo para voc?. Devia ter feito uma cara t?o chocada quanto me sentia, porque John se levantou e me deu o que s? poderia ser chamado de um sorriso reconfortante. — Aproveite o seu mocha. Relaxe. Sarah estar? aqui mais tarde e n?s cuidaremos de tudo amanh?. Mais tarde, quando ergui os olhos de um dos livros de autoajuda usados que peguei, uma loira pequena e curvil?nea estava com o bra?o em volta da cintura de John. Eu meio que esperava que ela me olhasse feio quando eles viessem em minha dire??o, mas em vez disso, seu sorriso se alargou. — Ouvi dizer que voc? est? tendo uma noite p?ssima. Eu ri. Como n?o poderia? Ela era t?o simp?tica quanto ele. Eles eram, aparentemente, um casal ador?vel. — Sim. Bem isso… — Eu puxei meu casaco e peguei minha pequena bolsa. — Obrigada pela carona. — Sem problemas. Acho que vou aproveitar para te levar para casa enquanto ele fecha — disse ela, pegando sua pr?pria bolsa e caminhou at? a porta da frente. — Espero que goste de receber ajuda. John ? o Sr. Conserta-Tudo e agora que sabe que voc? est? procurando um lugar, ele colocou seu chap?u de corretor de im?veis amador. — N?o posso discutir sobre o amadorismo de ningu?m no momento. — ?timo. S? n?o o deixe pendurar nada em seu novo lar. — Ela pareceu incrivelmente inflex?vel sobre isso. Eu meio que me perguntei que tipo de arte John andava pendurando pela cidade. Ent?o, eu apenas sorri, porque quem era eu para julgar, afinal? Talvez as coisas estivessem melhorando. 4 QUATRO AS COISAS DEFINITIVAMENTE n?o estavam melhorando. Na manh? seguinte, n?o apenas meu apartamento estava congelando, mas eu n?o tinha ?gua quente. Algumas semanas atr?s, o clima estava apenas friozinho. Mas, com o ver?o se transformando em outono, a noite agora estava congelante. Parece que, faltando apenas um dia para o fim do meu contrato de loca??o, o pr?dio come?aria a ter problemas. Liguei para o zelador do pr?dio e n?o fiquei surpresa quando deu direto na caixa de mensagem. — Micah? ? Kasey Lane do 304. Estou no meu apartamento e n?o tenho aquecimento ou ?gua quente… Espere. — Eu olhei para o meu despertador. O pequeno ?cone da bateria estava aceso. — Eu tamb?m n?o tenho eletricidade. O que exatamente est? acontecendo aqui? Por favor, me liga. Enrolei meu edredom verde-musgo em volta de mim, feliz por n?o ter doado ele ou minha cama, embora ela n?o “combinasse” com o apartamento de Jason, e me dirigi para a minha porta da frente. O corredor do pr?dio estava agrad?vel e quentinho e… iluminado. Isso n?o era um bom sinal. Beth, a garota que mora do outro lado, abriu a porta e me pegou em p? no meio do corredor, o edredom puxado para cima em volta do meu nariz enquanto eu tentava me aquecer. — Sem aquecimento ou ?gua quente. — Olhe para mim. A garota do ?bvio. Ela se inclinou para olhar para o meu apartamento, como se o ar frio pudesse parecer diferente. — S?rio? Est? tudo bem aqui. ? claro. Beth me deu um sorriso do tipo o-que-se-pode-fazer-quanto-a-isso e desceu as escadas. O que tamb?m n?o foi uma surpresa. Ela era o tipo de vizinha que passava para avisar que ela estava dando uma grande festa, s? para que voc? soubesse do que se tratava o barulho, mas nunca para te convidar. Apertei para rediscar e esperei pelo correio de voz de Micah. — S?rio, Micah. Por que meu apartamento ? o ?nico que parece uma geladeira? Favor ligar de volta. Estou apenas, voc? sabe, passando um tempo no corredor de pijama. Uma porta no andar de cima se abriu e passos pesados cruzaram sobre minha cabe?a em dire??o ? escada. O cara, por quem Beth chamava a pol?cia o tempo todo por fazer o treino P90X depois das sete da manh? de um s?bado, dobrou a esquina e parou no patamar. — Trancada do lado de fora? — Ocorreu-me o qu?o ruim eu devia parecer antes de tomar meu banho, ou antes da dose de cafe?na. — N?o. — S? passando o tempo? — Ele abriu um sorriso. E por que n?o deveria. Devo parecer rid?cula. — Sem aquecimento, ?gua quente ou eletricidade. — S?rio? — Ele olhou para a minha porta como se pudesse ver o problema atrav?s do painel fr?gil. — Escute, eu s? estou correndo para pegar um caf? e bagels, mas minha namorada est? aqui para passar o fim de semana. Por que voc? n?o pega suas coisas e vem tomar banho na minha casa. Ela n?o vai se importar. Dan, que aparentemente era o nome do cara P90X, me acompanhou at? o apartamento dele, me apresentou a sua namorada e se dirigiu para a porta. Isso mostrou o qu?o baixo eu tinha afundado, que eu nem me importava se estava tomando banho no apartamento de um cara estranho. A namorada de Dan pegou uma toalha para mim e certificou-se de que eu tinha tudo de que precisava. — Para sua sorte, ele sempre contrata uma diarista na semana anterior ? minha visita. Tenho um medo mortal do que voc? poderia encontrar aqui caso contr?rio. — Obrigada. — Tentei imaginar Dan, que sempre parecia incrivelmente arrumado, tendo um banheiro imundo. Simplesmente n?o fazia sentido. Mas, quem era eu para tentar decifrar o namorado de outra pessoa quando nem mesmo consegui decifrar o meu? Corri para o meu banho, n?o querendo interromper o tempo da Namorada do Dan. Al?m disso, eu tinha um encontro com o dono de uma cafeteria que esperava encontrar um teto para eu morar. Eu estava disposta at? a implorar naquela altura. Sequei o meu cabelo o mais r?pido poss?vel e o enrolei em um coque desleixado antes de agradecer a ambos, um pouco triste por s? conhecer o vizinho simp?tico um dia antes de me mudar. De volta ao apartamento geladeira, abri minhas cortinas para deixar a luz do sol entrar antes de enrolar um len?o em volta do pesco?o, puxar meu casaco e erguer minha bolsa. Como eu nunca percebi como ela ficava t?o pesada assim com o notebook e o carregador nas minhas caminhadas de apenas uma quadra da minha casa at? o ponto de ?nibus? Posso n?o receber um pagamento pelo dia hoje, mas ainda era um dia ?til. Eu tinha muito trabalho a fazer e ainda mais coisas para pensar. Ent?o era melhor j? come?ar a arrega?ar as mangas. O ar estava ?mido, o tipo de clima pr?-outono que fazia tudo parecer um pouco mais fresco. Foi uma caminhada mais curta do que o esperado. Um pouco mais de um quil?metro. Isso ? o que acontece quando voc? nunca n?o vai al?m do que a pr?pria vizinhan?a, voc? perde a oportunidade de encontrar j?ias escondidas. Entrei na cafeteria e inspirei o aroma inebriante de caf?. Estar l? novamente foi a primeira coisa que me fez sentir bem, algo que parecia certo, nos ?ltimos dois dias. Aproximei-me do balc?o, feliz por poder pedir outro daquele mocha delicioso e estranhamente n?o me surpreendi ao encontrar Abby no balc?o novamente. Ela olhou para mim e balan?ou a cabe?a. — ? assim que voc? sai de casa? Eu olhei para minhas cal?as de ioga e jaqueta esportiva. — Sim. ? assim que saio de casa quando preciso caminhar dois quil?metros para sentar e tomar um caf? enquanto trabalho. Ela balan?ou a cabe?a novamente, desgosto emanando dela como se ela tivesse acabado de descobrir que eu chutava gatinhos como passatempo. — Se voc? insiste em sair assim, vai continuar solteira. — Eu s? estou solteira desde a noite passada, voc? sabe, quando voc? me acusou de sair por a? traindo. — Ent?o. Bem-vinda ? Terra dos Solteiros. — Abby me entregou meu mocha como se ele fosse algo muito bom para algu?m como eu. — Voc? vai ficar nessa Terra por um bom tempo. — Talvez eu queira ficar solteira por um tempo. Ela olhou para mim por cima da n?voa do vapor. — Voc? n?o parece algu?m que gosta de ficar solteira. — Com isso, ela foi at? o final do balc?o para limpar alguma m?quina. Fiquei olhando para ela me perguntando se ela estava certa. Eu era do tipo de garota que n?o gostava de ficar solteira? Era? Foi por isso que fiquei tanto tempo com Jason? Achava que n?o, mas estava aprendendo muitas coisas novas sobre mim mesma esta semana. Sentei-me na mesma poltrona da noite anterior e ponderei. Eu estava definitivamente em um momento de reflex?o de vida. Assim que deixei de lado a reflex?o sobre a Terra dos Solteiros, comecei a considerar o verdadeiro problema em quest?o. No fundo da minha mente, eu tive uma ideia, uma que tinha vivido l? por um tempo tentando criar coragem para emergir. Mas agora, em uma situa??o mental de luta ou fuga, ela abriu caminho na minha mente e est? cutucando o meu c?rebro desde que acordei com frio e irritada. Meu pr?prio neg?cio de marketing e design. Divulga??o, sites, banners, an?ncios… Muitos designs divertidos para fazer sozinha. Sem todas aquelas grandes contas corporativas discutindo sobre o que tal ou tal tom de laranja diz subconscientemente. Apenas trabalho direto para startups, indiv?duos e pequenas empresas. Trabalho acess?vel, mas lindo. Eu tinha as habilidades. Eu tinha a vontade. Examinando meus contatos, tentei descobrir onde poderia encontrar alguns clientes para lan?ar meu novo neg?cio assim que o colocasse em funcionamento. Eu n?o tinha certeza de onde estava a linha ?tica sobre entrar em contato com ex-clientes. Uma coisa que eu sabia sobre mim mesma, essa n?o era uma linha que eu cruzaria. Obviamente, eu precisaria de algo para mostrar a eles. Algo t?o bom quanto o que eu conseguia fazer quando tinha recursos, mas com um or?amento muito menor. O que eu poderia oferecer para me destacar? O que faria de mim um sucesso? E que me permitiria pagar o aluguel? Pesquisei designers no Google e comecei a pegar capturas de tela. Peguei o meu Moleskine e fiz anota??es de diferentes coisas ofertadas, pre?os, cronogramas, esquemas de cores, sites... qualquer coisa que outras pessoas estavam fazendo. Eu marquei exemplos. Fiz anota??es do que poderia ser feito melhor, diferente, ou apenas que fosse mais eu. Foi divertido. Foi emocionante. Mas foi apenas o come?o e quando tentei pensar al?m disso, fiquei um pouco assustada. Depois de uma hora, j? tinha bebido todo o meu mocha. Definitivamente, outro era necess?rio para tra?ar um plano de neg?cios enquanto eu esperava por John. E, para minha sorte, Abby ainda estava trabalhando no balc?o. — Sabe qual ? o seu problema? — come?ou ela, antes mesmo que eu pudesse fazer o meu pedido. — N?o, mas tenho certeza de que, como minha barista, n?o h? nada que voc? gostaria mais do que me dizer. ? uma situa??o triste quando n?o me sinto estranha ou culpada por discutir verbalmente com uma crian?a. — Olhe para voc?. Voc? est? uma bagun?a. Olhei para baixo. Provavelmente por h?bito. Ser? que Abby come?ou a canalizar a minha m?e. Eu estava uma bagun?a? Emocionalmente ou fisicamente? Ela provavelmente queria dizer um pouco dos dois. — Isso n?o ? bom — disse ela, como se estar uma bagun?a ocasionalmente fosse uma coisa boa e eu pudesse ficar confusa. — J? ? dif?cil ser uma garota, quanto mais uma garota comum. Mas voc? est? reduzindo sua pr?pria classifica??o de cr?dito social vindo aqui assim. Eu n?o deveria perguntar. Foi um movimento idiota e eu sabia disso mesmo enquanto a pergunta escapava dos meus l?bios. — Classifica??o de cr?dito social? — Eu chamo isso de Teoria da Garota Comum. ? a raz?o pela qual voc? est? solteira e n?o sabe o que fazer sobre isso. Eu sabia o que fazer sobre isso: Nada. Eu estava solteira, olhei para o rel?gio, h? catorze horas. Eu n?o tinha morrido por n?o ter um homem em minha vida ainda. Eu estava mais do que viva. Eu estava me sentindo super bem. Quando decidi morar com Jason, minha m?e n?o ficou feliz. Tantas indiretas sobre gente interesseira que perdi a conta. Minhas tias se juntaram a ela. Os casais felizes da fam?lia tamb?m juntaram for?as para tentar me convencer do contr?rio. Ningu?m, nenhuma pessoa simplesmente veio at? mim e disse que n?o gostava dele. Eles apenas pensaram que dever?amos nos casar em vez de morarmos juntos. Ou talvez n?o gostassem dele. Mas j? essa… essa adolescente, autoproclamada guru do amor, era demais. — Veja, os caras s?o muito visuais. — A Garota Barista Abby acenou com a cabe?a como se eu n?o fosse acreditar nela ou isso fosse, sei l?, novidade. — Tudo gira em torno do que eles podem ver. Eles n?o podem ver que voc? ? inteligente ou engra?ada, ou o que quer que seja o seu Poder Feminino. ? tudo uma quest?o visual. — Se voc? diz. — N?o era minha culpa se isso soou grosseiro at? mesmo para mim. — Agora voc? entra aqui desse jeito. — Ela acenou com a m?o vagamente para mim do seu lado do balc?o. — Nada bom. — Ontem ? noite voc? me acusou de ser uma ad?ltera. Eu estava realmente come?ando a desejar j? n?o ter pago a bebida. Ou que ela j? tivesse me dado o meu mocha. Ou que meu ego n?o estivesse sendo metralhado sem motivo aparente. Ou… ou… ou… Ah, a vida fabulosa da garota rec?m-solteira. A garota solteira comum, aparentemente. Claro, eu n?o tinha me arrumado j? que viria andando at? aqui e trabalharia o dia todo. Cal?as de ioga e uma camiseta justa eram a melhor escolha. Eu j? havia planejado levar todas as minhas pe?as executivas para revender em um bazar e conseguir um dinheiro para o aluguel. Claro, roupas de grife e sapatos que esmagam os dedos eram uma parte que eu n?o me importava em cortar. Agora s? precisava de um lugar alugado para pagar. Eu toquei o pequeno buraco come?ando a desfiar ao longo da borda da minha camiseta e pensei comigo mesma que a ?ltima coisa que eu precisava agora era outro cara. Eu estava deixando a garota-dependente-de-algo de lado e estava me tornando a Mulher de Neg?cios Independente. A Garota Barista chamou a minha aten??o quando terminei a minha inspe??o do ser?-que-esta-camisa-pode-ser-salva. — Talvez um pouco de maquiagem tamb?m. Voc? sabe. S? um pouco de r?mel e gloss. — Meu mocha est? pronto? — S?rio. Ela achava que esse era o caminho para uma boa gorjeta? Irritar os clientes at? que eles paguem para serem deixados em paz? Eu balancei minha bolsa de moedas. Provavelmente estava muito leve para pagar por aquela b?n??o. — Ainda n?o. — Ela olhou para o copo de viagem vazio em sua m?o. — Ent?o, a teoria. Caras. Eles tendem a se avaliarem bem alto, enquanto colocam as mulheres muito abaixo facilmente. Portanto, vamos supor que cerca de oitenta e cinco por cento das mulheres se enquadrem nesse grupo de apar?ncia m?dia. Algumas s?o classificadas como acima, na m?dia superior, como a classe m?dia alta, e algumas s?o classificadas abaixo na escala. Mas todas elas caem no meio da curva do sino. Olhei para a m?o dela, aquela com meu copo vazio, esperando que ela terminasse para que eu pudesse voltar ao trabalho. Eu tinha uma empresa para lan?ar. — De qualquer forma — continuou ela, colocando meu copo, ainda vazio, na mesa. — Caras n?o vivem na mesma curva de sino. Quando eles veem aquelas dez por cento das garotas realmente lindas e gostosas, setenta por cento dos caras pensam que essa garota pode ser obtida. Esses setenta por cento est?o reduzindo o QGC (Quociente da Garota Comum) significativamente. Pense nisso. Se um cara que est? classificado como seis pensa que pode namorar uma nove, quem as garotas seis v?o namorar? O que me deixava assustada era que ela estava realmente fazendo sentido. Mais do que assustada. Olhei para o lado de fora, s? para ver se havia quaisquer outros sinais do apocalipse se aproximando. — Ent?o, todos aqueles caras da m?dia superior se avaliam acima de uma garota acima da m?dia. — E os outros trinta por cento dos homens? — perguntei. O que eu estava pensando? Para onde foi a vozinha que vivia na minha cabe?a? Que deveria estar gritando, N?o d? corda! N?o se envolva! — Bem, a por??o mais baixa, os homens abaixo da m?dia, sabem do seu lugar. Eles aceitaram que est?o entre os quinze por cento da margem inferior e encontraram uma garota em seu n?vel de atra??o. Pense nisso. Voc? v? uma garota. Voc? sabe que ? bem mais bonita do que ela, mas ela tem namorado. Normalmente n?o paramos e pensamos, Que bom! Mas eu n?o namoraria com ele. N?s apenas ficamos presas na coisa toda do ela tem namorado e eu n?o. Quem soava a dor de cotovelo agora, Garota Barista? — Isso ainda deixa cerca de quinze por cento dos caras. — Por que eu ainda estava me torturando assim? — Sim. — A Garota Barista acenou com a cabe?a. — Sim. Voc? est? absolutamente certa. E a maioria deles j? tem algu?m. Eles foram espertos. Eles agarraram uma ?tima garota e est?o mantendo-a. O resto deles est?o apenas descobrindo o que devem fazer. ? melhor voc? se recompor e se manter uma oito antes de ficar velha demais. Velha demais? Eu tinha vinte e seis anos. Para o que exatamente eu ficaria velha demais? — Posso pegar minha bebida? A frieza na minha voz deve ter ficado ?bvia porque ela fez uma careta e come?ou a fazer o que quer que eles fizessem atr?s do balc?o para criar aquele m?gico mocha. ? melhor eu aproveitar agora. Com minha nova falta de renda, os mochas n?o ficariam mais na coluna de necessidades b?sicas onde costumavam residir. Assim que a Garota Barista Criadora de Teorias terminou minha maravilha espumosa, peguei um guardanapo e voltei para a minha mesa de trabalho, ou melhor, minha poltrona confort?vel e mesa de centro, no canto da cafeteria. — N?o d? ouvidos a ela. — A voz era suave, meio que aguda no final. Combinava com a garota de uma maneira estranha. Ela devia ter mais ou menos a minha idade, com cabelo castanho claro emoldurando um rosto de fada por tr?s dos ?culos. — Desculpa? — N?o d? ouvidos a ela. Ela est? errada. — A garota olhou para o balc?o antes de se mexer na cadeira para olhar para mim. — Ok, ela pode n?o estar errada. A teoria provavelmente ? v?lida. Mas ela tem cerca de nove anos e voc? n?o pode colocar um n?mero em algumas coisas. — Eu gostaria de acreditar que isso seja verdade. Especialmente porque aquele cen?rio n?o me favorece muito neste momento. — N?o havia nada de atraente em ser sem-teto. Mais um motivo para colocar o meu neg?cio em funcionamento. Toda a ideia de que eu tinha que sempre me virar sozinha me irritou ontem ? noite. Havia uma raz?o que “para melhor ou para pior” fazia parte dos votos matrimoniais. Mas isso era algo de um relacionamento real. N?o um que voc? pensasse que era real, mas aparentemente era apenas uma conveni?ncia para uma das partes. Mais uma raz?o para Jason e eu n?o sermos casados. E agora, de jeito nenhum eu procuraria um relacionamento enquanto estivesse sem teto e desempregada. Claro, de jeito nenhum eu procuraria por um relacionamento por um bom tempo de qualquer maneira. Eu estava declarando que a esfera de tr?s metros ao meu redor era uma zona livre de homens. Posso at? fazer voltar a moda das saias gigantescas s? para fazer cumprir essa nova san??o. Mas, a garota n?o tinha terminado. — Meu namorado, Ben… — Ela abriu um sorriso bobo no rosto. — Ele ? maravilhoso. Tipo, o segundo cara mais lindo que eu conhe?o. S?rio. Eu pare?o o tipo de garota que um cara bonito se interessaria? Quase balancei a cabe?a. N?o porque ela n?o fosse bonita. Ela era. De uma maneira fofa, a garota-da-casa-ao-lado-que-?-um-tanto-nerd. Eu tinha certeza de que os caras ficariam atra?dos por ela apenas por causa de todo aquele brilho vindo dela. E os ?culos. Eu nunca tive inveja de meninas com ?culos, mas ela parecia us?-los como se fossem apenas parte de seu visual. Claro, isso poderia ser apenas o brilho de um relacionamento novo, mas eu estava supondo que ela j? era ador?vel mesmo na era pr?-Ben. — Me chamo Jenna Drake. — Ela se inclinou sobre a mesa de centro, a m?o estendida. Foi um gesto muito acolhedor. Ela simplesmente n?o era uma daquelas pessoas que voc? dispensava rudemente porque estava tentando trabalhar. Al?m disso, o nome dela era vagamente familiar enquanto eu lutava para lembrar de onde. Eu estava realmente, realmente esperando que n?o tiv?ssemos frequentado a escola juntas ou algo assim. Era a ?ltima coisa que eu precisava. A famosa rede de fofoca da minha pequena cidade ainda estava viva e bem. Minha m?e me ligaria trinta segundos depois de ouvir sobre meu novo status, e eu receberia um serm?o sobre as mulheres que vivem sozinhas no mundo. Obviamente, minha m?e havia acidentalmente voltado no tempo para os anos 40. Aos seus olhos, s? havia uma coisa pior do que n?o ser casada… ser solteira. — Kasey Lane. — Uau! — Ela puxou um caderninho vermelho e rabiscou nele. — ? um ?timo nome. Vou roub?-lo com certeza. Roubar meu nome? Como um roubo de identidade? Eu n?o tinha certeza do que mais ela estaria falando, mas ela n?o tinha nenhuma das minhas informa??es, ent?o percebi que eu estava bastante segura. Eu s? teria que me lembrar de n?o deixar minha bolsa sozinha… ou jogar minha nota fiscal fora. Ela olhou para cima e deve ter percebido o olhar horrorizado em meu rosto. — Ah, n?o, n?o se preocupe. N?o estou roubando nada real. Apenas seu nome. ? um ?timo nome — disse ela novamente, desta vez com um sorriso enquanto colocava o bloco de volta em sua bolsa. — Eu sou escritora e voc? ficaria chocada se eu te contasse como ? dif?cil inventar novos nomes. Quer dizer, h? o qu?? Milh?es deles? E, no entanto, voc? acaba pensando sempre nos mesmos, todas as vezes. J? tentei nomear quatro caras diferentes, James. Ela era uma bolinha de energia… uma energia realmente sem foco. — Desculpa, Eu tento n?o sair por a? tagarelando. N?o sou muito soci?vel. Ela parecia realmente pensar isso. Ela n?o tinha sido nada al?m de doce, acolhedora e amig?vel. Se isso fosse n?o ser soci?vel, eu teria muitos problemas. E a Barista Abby… Bem, Abby j? estava a cinco passos al?m de ter problemas. Talvez precise reconsiderar o Coffees?o como meu novo local para passar o tempo. — N?o. N?o, tudo bem — interrompi, antes que ela pudesse come?ar novamente. — S? fiquei um pouco chocada com a palavra roubar. — Pode ser at? divertido saber que meu nome foi usado em algum livro. Uma vers?o famosa da minha n?o-eu. Eu poderia pegar o livro e mostrar ?s minhas amigas na pr?xima vez que marcarmos algo. Olha, este personagem tem o meu nome! Voc? n?o consegue isso sendo uma m?e dona de casa. Espera. — O que exatamente voc? disse que escrevia? Com a minha sorte, ela escrevia alguma literatura er?tica de nicho estranho com a qual eu teria que lidar toda vez que algu?m fizesse uma busca sobre mim no Google. — YA, jovem adulto. Ah… Isso parecia bastante seguro. Parecia estranho que eles deixassem uma mulher meio louca escrever para crian?as, mas o que eu sabia? Jenna sorriu e come?ou a tirar mais coisas de sua bolsa. Um notebook e um cabo, um pequeno cron?metro em forma de girafa, uma pilha de p?ginas rabiscadas. — Voc? n?o costuma trabalhar aqui, n?o ?? — Ela abriu o notebook e recostou-se na cadeira enquanto ele ligava. — Primeiro dia. Bom mocha. — ? por isso que voc? n?o est? familiarizada. Este ? o meu escrit?rio oficial do: n?o-aguento-mais-ficar-na-minha-empresa. — Era dif?cil n?o gostar de uma garota que era t?o gentil com os outros e ria de si mesma com tanta facilidade. Eu olhei ao redor. Tirando a Abby, o lugar estava bem morto. Puxei a poltrona para perto de mim, perto o suficiente para empilhar estrategicamente coisas sobre ela. — ? sempre t?o quieto aqui? — Normalmente n?o ?s quartas-feiras. Est? ? uma janela de fluxo baixo do meio da semana. Deve ser o tempo bom. Durante a semana, h? uma pequena correria no hor?rio do almo?o e, em seguida, sil?ncio novamente at? a multid?o do final do expediente. John diz que eles ficam lotados durante o fluxo matinal, mas isso envolveria acordar antes das oito para comprovar, ent?o… — Maravilha. — Estarei aqui todos os dias por um tempo. — Ela puxou o notebook para o colo e ajustou o cron?metro. — Uma ?rvore caiu dentro do meu escrit?rio. Uma ?rvore caiu dentro dele? Ela disse isso como se fosse uma ocorr?ncia di?ria. Quase perguntei a ela sobre isso, mas ela sorriu, colocou os fones de ouvido e come?ou a digitar. Levei um momento para me concentrar novamente, o que foi estranho, j? que fiquei t?o surpresa que ela se sentou no meu canto abarrotado do caf? e conversou comigo. Com sorte, nada cairia sobre ela enquanto est?vamos trabalhando t?o juntas. Ela parecia o tipo de pessoa com quem algo assim aconteceria. E minha sorte n?o precisava de ajuda para piorar. 5 CINCO — EU DEVIA TER ADIVINHADO que voc?s acabariam se esbarrando. — A voz de John cortou a m?sica que eu coloquei para tocar no fone para abafar meus pensamentos. N?o havia nada como um pouco de Jason Aldean para te animar quando voc? n?o queria pensar na vida. Eu estava ignorando que o nome dele era Jason e me concentrando na parte Deus do Country Rock da equa??o. Puxei meus fones de ouvido e olhei para ele encostado na ponta do bra?o da cadeira de Jenna. — Quem? Se essa fosse outra tentativa de me dizer como conhecer homens, eu teria que reconsiderar vir para c?, mocha ou n?o. — Voc? e Jenna. Jenna ? justamente a pessoa que precisamos perguntar sobre o apartamento. Eu me virei para a ador?vel elfa meio escondida atr?s da tela de 17 polegadas de seu notebook. — Voc? est? se mudando? Sua alegria pareceu diminuir um pouco quando ela balan?ou a cabe?a. — N?o eu. Ben est? indo para Londres por um ano e estava pensando em sublocar seu apartamento. Uau! De certa forma, isso era pior do que levar um fora. Pelo menos eu poderia superar meu ex-idiota. Eu senti que j? estava quase l?. Mas, se algu?m que eu realmente amasse estivesse indo embora por doze meses… Sim, isso seria um tanto merda. Muita merda. — Ent?o, ele est? apenas querendo subloc?-lo? Jenna acenou com a cabe?a. — Talvez. Ele n?o tem certeza. A empresa est? pagando pela casa dele em Londres, ent?o n?o ? como se ele estivesse saindo no preju?zo. Mas faz sentido ter algu?m l?. Pensei no bairro excessivamente charmoso em que est?vamos e em minha falta de dinheiro para bancar tal charme. — Fica aqui perto? Provavelmente n?o posso pagar nada neste bairro. — Eu estava ficando cansada da minha pr?pria hist?ria de desgra?a neste momento. — Eu perdi meu emprego e deveria ir morar com meu namorado, agora ex-namorado, neste fim de semana, ent?o, o aluguel vai ser apertado. Tenho cinco semanas de compensa??o do trabalho e algumas economias, mas n?o quero acabar em uma situa??o ruim em termos de dinheiro. — Bem, ele vai passar aqui esta tarde. Podemos perguntar o que ele est? pensando em cobrar quando ele chegar aqui. Voc? tem muitos m?veis? — A partir de amanh?? — Eu n?o conseguia acreditar na situa??o que fui parar. Que eu permiti que Jason me jogasse. — Basicamente nada. Jenna e John olharam para mim como se eu tivesse acabado de dizer a eles que fui for?ada a colocar meu cachorro para dormir… Voc? sabe, aquele que eu n?o tenho e que urinou no meu tapete que n?o ? mais meu. — ? uma longa hist?ria — expliquei, esperando n?o ter que explicar. — Cheia de tristeza e muito site de vendas. — Certo. — Jenna pegou o celular e estava enviando uma s?rie de mensagens de texto antes mesmo de me responder. — Ent?o, Kasey. Qual ? o plano? — perguntou John, se acomodando na cadeira ao lado de Jenna e tomando um gole de qualquer coisa que cheirava deliciosamente em sua x?cara. — O plano? — O plano colocando-a-vida-de-volta-nos-trilhos. Ah… esse plano. Pensei em evitar a pergunta, mas como hoje era meu primeiro dia oficial como freelancer, provavelmente deveria compartilhar isso. — Estou come?ando meu pr?prio neg?cio. — S?rio? — Ele pareceu um pouco preocupado. O que, sendo ele um empres?rio, achei ir?nico. E preocupante. — Pois ?. Sou designer gr?fico. Eu j? fiz uma tonelada de campanhas de marketing. Achei que a melhor op??o era come?ar a fazer isso sozinha e trabalhar com uma base de clientes menor do que executar grandes projetos corporativos. Al?m da coisa toda de: perdi meu emprego. Jenna olhou para cima, me estudando. Pela primeira vez, vi nela algu?m que n?o era esquisita. Algu?m que sabia o que estava fazendo. — Voc? tem alguma amostra do seu trabalho? Droga! Amostras. Eu n?o tinha chegado t?o longe. — Estou fazendo algumas an?lises de mercado primeiro para ver em que grupos e clientes avulsos provavelmente est?o interessados e s?o capazes de pagar. Mas, se voc? estiver curiosa… — Eu rabisquei cinco dos ?ltimos sites que fiz em conjunto com um plano de marketing. — Eu fiz o argumento de venda e acompanhei todos esses projetos. Jenna pegou o papel e digitou o primeiro. Eu a observei, seu nariz franzido, olhos focados, enquanto ela rolava pela p?gina do primeiro site. — Quanta liberdade criativa eles lhe deram? — Depende do cliente. ?s vezes, eles n?o t?m ideia do que querem. ?s vezes, eles t?m s? uma vis?o. — Eu sorri, pensando em meu ?ltimo trabalho com um advogado que pensava que era um artista desperdi?ado. — Ocasionalmente, a vis?o que eles t?m do projeto ? poss?vel de fazer. Sempre fa?o um question?rio com os meus clientes de qualquer maneira, o que ajuda a esclarecer as coisas de ambos os lados. Eu rabisquei question?rio na minha lista de tarefas. Era melhor eu j? t?-los prontos. E cart?es de visita. E meu pr?prio site. E uma marca. Voc? sabe, nada que consome muito tempo. Fiz mentalmente a matem?tica do quanto-dinheiro-tinha-em-minha-conta, feliz por poder fazer o trabalho sozinha agora. Jenna assentiu novamente. — Deixe-me olhar. Posso ter mais algumas perguntas. Olhei para John, sem saber o que estava acontecendo, mas muito feliz. Se eu estivesse interpretando bem a situa??o, talvez tivesse a minha primeira cliente. — Voc?s, senhoritas, aproveitem as bebidas. — Ele se levantou, balan?ando sua caneca vazia enquanto caminhava. — Eu tenho que ir tocar o barco. Um olhar de volta para Jenna me mostrou que eu deveria deix?-la em paz. Uma coisa que aprendi trabalhando em um ambiente corporativo era quando deixar o cliente pensar. E, se eu fosse ter um cliente, tinha algumas coisas para fazer antes. Olhei para minha lista de tarefas fingindo que tudo aquilo poderia ser feito em uma tarde. Afinal, a ignor?ncia, mesmo no estilo nega??o, era uma b?n??o. 6 SEIS — E A?, LINDA. Criando mundos para depois destru?-los? Esse tinha que ser o Ben. N?o apenas porque ele puxou uma cadeira e se sentou praticamente no colo de Jenna e beijou sua testa enquanto se sentava, mas porque eu poderia facilmente acreditar que ele era o segundo cara mais lindo da cidade. E apaixonado. Ele estava totalmente apaixonado. — Acabei de acrescentar um acidente de carro enquanto o motorista estava enviando uma mensagem de texto. S? n?o tenho certeza se ? engra?ado o suficiente. Eu n?o tinha certeza se uma situa??o daquela tinha alguma maneira de ser algo engra?ado, mas o que eu sabia? — Quero dizer — continuou ela. — ? um assunto s?rio, mas, ainda assim, tem que ser engra?ado. Ben assentiu como se esta fosse uma conversa normal. — Ah.... Ben! — exclamou Jenna, fechando seu notebook e apontando para mim. — Esta ? Kasey Lane. N?o ? um dos melhores nomes de todos os tempos? Ben me ofereceu a m?o e um sorriso que me disse que ele faria tudo para agrad?-la, ou quase tudo. Eu n?o poderia imaginar encontrar um cara que visse o meu melhor no que os outros consideravam um pouco estranho. — Ben Donahue. — Kasey do nome incr?vel. Ele deu aquele sorriso para mim e eu n?o culpei Jenna nem um pouco por estar caidinha por ele. Onde ela era a t?pica garota nerd de ?culos, ele era o t?pico cara de ?culos modelo de cat?logo e gostos?o. Eles teriam os filhos m?opes mais ador?veis de todos os tempos. — Ent?o, Srta. do Nome Incr?vel, ouvi dizer que voc? est? procurando um novo lugar para morar. Aquilo era constrangedor. Mais do que constrangedor. Mas, o que eu poderia fazer? Era verdade, eu estava desesperada e ele poderia ser a resposta. Eu contei a ele o b?sico: Emprego perdido, nova empresa, rompimento ruim, o fim. — Caras podem ser a ru?na de todas as coisas boas. Eu sou um cara, mas tento me encaixar em somente cinquenta por cento dos quesitos b?sicos. — Cinquenta por cento? — Meus dois melhores amigos. Um ? mulherengo e o outro est? tentando salvar o mundo. — Eu n?o sabia que uma coisa exclu?a a outra. — Eu coloquei a m?o sobre minha boca. Nada como insultar o amigo do cara de quem eu estava pedindo um favor. Ben riu. — Certo. At? que faz sentido. Mas Max ? um cara legal. Ele foi meu colega de quarto na faculdade. Dane, bem... As mulheres acham que ele ? atraente. Vamos resumir assim. Acho que eles se cancelam. Jenna fechou seu laptop e o colocou de lado. — Voc? vai gostar do Max. Voc? vai gostar do Dane tamb?m. ? quase imposs?vel n?o gostar, uma vez que voc? consiga ouvir o que ele diz atrav?s daquela beleza cegante que entorpece todos os seus sentidos. Isso era tudo que eu precisava… mais homens mulherengos. Eles provavelmente tinham namoradas de conveni?ncia que n?o os pressionavam por um compromisso mesmo estando juntos h? anos… ou, voc? sabe, fossem morar juntos. — Ent?o, o neg?cio ? o seguinte. Tenho uma casa a cerca de duas quadras daqui. Eu estarei fora por cerca de um ano. — Ele estendeu a m?o e envolveu a m?o de Jenna na sua. — Quando eu voltar para visitar, eu posso querer entrar no meu dep?sito, no mais, eu apenas ficaria com Jenna, se n?o acontecer mais nenhum desastre natural em sua casa. Eu me sentiria bem tendo algu?m l?. Saber que n?o haver? problemas com canos congelados ou arrombamentos neste inverno. Eu estava pensando que isso seria um bom neg?cio para todos. Dois quarteir?es de dist?ncia ficava perto demais de uma regi?o superbonita. Eu tinha certeza de que n?o seria capaz de pagar um pre?o que fosse vantajoso para as duas partes, at? que ele disse o valor. — Voc? n?o pode estar falando s?rio. Voc? pode conseguir o dobro disso. Ben deu de ombros. — N?o preciso do dinheiro por causa do trabalho que arrumei. Minha hipoteca ? baixa e seremos n?s dois dividindo-a meio a meio. Achei que voc? gostaria de ver o lugar hoje. — Ap?s o almo?o. Voc? ter? que sentar-se para uma refei??o conosco enquanto isso, eu irei interrog?-la sobre sua nova empresa e o grande favor que voc? vai fazer por mim em troca de morar na casa do meu namorado. Vou ser honesta, essa declara??o, mesmo dita em sua vozinha alegre, me deixou um pouco nervosa. Jenna voltou a digitar enquanto Ben e eu convers?vamos. Me senti estranha batendo papo com o cara dela. — N?o ligue para ela. Ela vai ficar em seu pr?prio mundo at? chegar a um bom ponto para parar. Com um estalo, ela finalmente fechou o notebook. — Estou pronta para almo?ar a hora que voc?s quiserem. De alguma forma, ela fez aquilo soar como se fosse ela quem estivesse nos fazendo esperar esse tempo todo. — ? claro que voc? est?. Mas, Kasey estava tentando terminar algum trabalho. — Ben se inclinou e a beijou levemente antes de olhar para mim com um sorriso. — Estamos trabalhando na parte da conscientiza??o. — Estou perfeitamente ciente. S? estou com fome. — Bem, podemos pegar um lanche para voc?, se isso for fazer voc? ser legal com a nossa companhia. — Ben se recostou na cadeira, observando Jenna guardar suas coisas. Jenna parecia triste. Quem olhasse acharia que Ben a estava matando de fome. — Talvez apenas um pequeno lanche. Quer dizer, porque teremos que esperar, depois caminhar at? o restaurante e depois esperar pela comida. Ent?o faz sentido um lanche. — ? claro que faz. — Ben me deu um sorriso quando ele se levantou e foi em dire??o ao balc?o. — Nunca fique entre Jenna e seu computador, ou sua comida. Tirando isso, ela ? um amor. Bom saber. Eu estava prestes a comentar sobre a cintura min?scula de Jenna contrastando com o seu apetite n?o t?o pequeno, mas em vez disso achei que era melhor terminar minha pesquisa para que pud?ssemos levar a garota a um restaurante. Se a comida fosse o caminho para o cora??o de Jenna, e Jenna fosse o caminho para o apartamento do Ben, eu poderia nos levar a um local de almo?o mais r?pido do que um bunda-mole mulherengo poderia dispensar uma garota que n?o enxergava em que tipo de relacionamento na verdade estava. 7 SETE O APARTAMENTO DO BEN era tudo o que uma garota poderia sonhar. Instalado no ?ltimo andar de um pr?dio estilo brownstone, o lugar tinha um pequeno “terra?o” que era basicamente a cobertura do apartamento de baixo, um cantinho de caf? da manh? com uma grande janela, e uma pequena, mas confortavelmente mobiliada sala de estar. A cozinha era pequena, mas tinha um micro-ondas elevado para economizar espa?o no balc?o, e maximizar a minha capacidade de me alimentar. O quarto fazia divisa com a sala de estar e em um canto cercado por janelas ficava uma escrivaninha fofa. Eu poderia viver aqui. Eu poderia at? trabalhar aqui. — Como voc? pode ver, a maior parte da minha hipoteca ? localiza??o. — Ben deu um pequeno sorriso autodepreciativo. — ? t?o pequeno que tive que aprender a mant?-lo limpo. At? uma meia no ch?o faz tudo parecer bagun?ado. O pr?dio tem regras sobre tudo, ent?o ? melhor ter algu?m sempre aqui. Mas, ? um ?timo espa?o e eu n?o quero ter que vend?-lo. Se fosse meu, tamb?m nunca iria querer perd?-lo. — Voc? est? realmente disposto a subloc?-lo para mim a esse pre?o? — Na verdade eu n?o ia subloc?-lo. A empresa que contratou meu grupo vai nos acomodar em Londres. Agora eu n?o vou ter que me preocupar se algo acontecer no pr?dio, e eu posso me dar ao luxo de voltar para casa com mais frequ?ncia. — Ben passou um bra?o em volta de Jenna. — Voc? pode ver como o acordo ? vantajoso para n?s dois. Eu dei outra volta ao redor do lugar, como se tivesse uma decis?o a tomar. — Eu n?o posso agradecer o suficiente por isso. Jason me devolveu meu primeiro aluguel e metade da minha parte da fian?a, ent?o eu posso transferir o valor ainda hoje. — Ele te devolveu metade do que voc? pagou pela fian?a? — Jenna colocou as m?os nos quadris quando perguntou. — Eu sei, mas n?o sabia o que dizer quando tudo aconteceu. Ele me deu junto com um cart?o. — Ah! O que o cart?o dizia? — Jenna tinha aquele brilho nos olhos que estava se tornando familiar. Ela era provavelmente a pessoa mais curiosa que eu j? conheci. — Jenna, nem todos gostam de compartilhar cada detalhe de sua vida pessoal. — Na verdade… — Eu cavei na minha bolsa procurando o envelope. — Eu nem abri ainda. — Voc? n?o checou se o dinheiro estava todo a?? — Bem, eu imaginei que quem mentiria sobre devolver apenas metade do seu dinheiro. Todos n?s olhamos para o envelope como se ele fosse come?ar a falar. — Bom. — Jenna come?ou a se balan?ar. — Abra. — Amor… — Ben obviamente passava muito tempo gentilmente alertando-a. — N?o. Vamos abri-lo. — Eu rasguei o canto e enfiei meu dedo, passando-o por cima at? que eu pudesse puxar o dinheiro e o cart?o de dentro. O dinheiro era exatamente a quantia que ele tinha me dito. — Tudo aqui. — Leia o cart?o. — Jenna Jameson Drake. — Ben a pegou pelos ombros e a afastou de mim para que, com sorte, ela perdesse o foco. — Talvez ela queira ritualisticamente queimar o cart?o sem nunca t?-lo lido. — Uh, essa ? boa. — Comecei a considerar os lugares onde poderia queimar a coisa sem ter que depois chamar os bombeiros. — Voc? ? bom nisso… Voc? deve ter sido uma mulher na vida passada. — Sou seguro o suficiente da minha masculinidade para aceitar isso como um elogio. Certo, aqui vai. Tirei o cart?o e examinei. — Tem um gato na capa. Ele est? usando uma cartola. — Eu segurei-o para que eles pudessem ver o desenho da capa. — E dentro… Eu abri o cart?o e vi… nada. Nadinha. Ele me deu um cart?o em branco, nem sequer assinou. — Uau. Isso ?… eu nem sequer tenho palavras. — Jenna somente encarou o cart?o. — E n?o ? sempre que eu fico sem palavras. Mas este pode ser um desses momentos. N?s tr?s s? ficamos l?, parados e encarando cart?o. Encarando como se quanto mais olh?ssemos, mais chance dele fazer algum sentido. — Voc? acha que era s? um cart?o que ele tinha guardado em casa? Ontem eu teria dito n?o. Mas hoje, eu estava percebendo que qualquer coisa relacionada ao Jason era poss?vel. — Talvez? — Quem sabe? Mas, naquele momento, eu nem me importei. Eu s? ia ficar sem-teto por algumas semanas e eu tinha um grande plano de neg?cios se formando. Talvez levar um fora foi o universo me for?ando a me livrar de todas as coisas ruins da minha vida. — Bem, eu adoraria sublocar este lugar. — Maravilha! — Ben passou um bra?o em volta de Jenna novamente. — Parece que voc? vai ter que me aturar todas as noites pelas pr?ximas tr?s semanas. — Ah.... Uau. Eu n?o quero for??-lo a sair de sua casa. — N?o se preocupe com isso. Quer dizer, por que se mudar duas vezes? E de qualquer jeito, para onde voc? iria por tr?s semanas? Contanto que n?o se importe que possamos separar um tempo nos fins de semana para que eu possa embalar as minhas coisas. — Vamos dar um jeito. — Ele n?o ? o melhor? — disse Jenna, sorrindo para ele. N?o admira que ela parecesse sempre t?o feliz. — Pessoal. Voc?s s?o demais. Isso aqui ? ?timo. — Lutei contra as l?grimas que n?o derramava desde que tudo come?ou dois dias antes. — Eu simplesmente n?o consigo acreditar nisso. — Sem problemas. — Ben deslocou um p? atr?s do outro, inquieto, obviamente desconfort?vel com a minha cara de choro. — Por que voc? n?o vai para casa e se prepara para se mudar amanh?? Vamos fazer uma troca de trabalho manual. Eu vou ajud?-la a mover as suas coisas para c? e voc? vai me ajudar a tirar as minhas coisas daqui. E com isso, voltei para o meu apartamento vazio, frio e escuro para me preparar para me mudar para um para?so aconchegante. 8 OITO OITO CHAMADAS. Liguei para Micah oito vezes. Ele n?o tinha retornado as minhas chamadas quando reportei os meus problemas de ?gua-quente-aquecedor-energia. Nem quando eu liguei para perguntar quando ele resolveria isso. Nem quando liguei para dizer que me mudaria na data acordada e que precisava de um passe de estacionamento para uma van de mudan?a. E nem quando liguei enquanto voltava. Quando eu consegui resolver todas as minhas tarefas e decidi ir para casa j? estava escuro e eu estava ficando frio e irritada. Al?m disso, eu realmente n?o estava muito animada em ter que dormir em um quarto frio e escuro novamente. Subi os tr?s lances de escada at? o meu apartamento e enfiei a chave da casa na fechadura. Nada. Verifiquei o n?mero na porta. Sim, eu morava l?. Eu puxei a chave e tentei de novo. Nadinha. N?o girava. Procurei meu celular e verifiquei minhas mensagens. Nada. Nadinha. Quem n?o liga de volta para um inquilino em uma emerg?ncia? Considerei ligar para ele mais uma vez, mas imaginei que ele simplesmente me ignoraria novamente. Micah nunca foi o melhor zelador do mundo, mas eu nunca pensei que ele me trancaria fora do meu pr?prio apartamento. Por outro lado, sempre deixei a janela do meu quarto entreaberta. Jason me disse v?rias vezes que era uma m? ideia. Que eu deveria pelo menos conseguir uma barra para bloquear a janela de abrir mais, j? que o acesso da escada de inc?ndio ficava do lado de fora. Eu sempre dizia que colocaria a barra. Sempre esquecia. Mas agora, isso significava que eu tinha outra maneira de entrar no meu apartamento. Eu desci as escadas e sa? pela porta da frente. Na cal?ada, olhei para o apartamento de Micah, mas a luz estava apagada. Sem qualquer outra op??o, dei a volta para a lateral do pr?dio para come?ar minha entrada estilo MacGyver. O primeiro passo era descer a escada de inc?ndio. Fiz v?rias tentativas para pular alto o suficiente e conseguir passar a al?a da minha bolsa no primeiro degrau da escada e pux?-la para baixo. Quando consegui, ela subiu novamente, batendo contra o patamar acima dela quando tentei desenganchar minha bolsa. Eu estava fazendo tanto barulho que at? os gatos de rua tinham fugido. Depois de mais duas tentativas, a bolsa estava pendurada no meu ombro e a escada estava firmemente segura na minha m?o. Eu escalei o metal frio e enferrujado, avan?ando por janelas escuras e esperando n?o assustar a pobre Sra. Windsor do segundo andar. Afinal, s? faltava agora era ter que explicar mais tarde o porqu? de seu ataque card?aco aos filhos. Quando cheguei ao patamar fora do meu quarto, tentei cravar as pontas dos dedos no pequeno espa?o entre a janela e o peitoril externo. Como eu mal abria a janela, eles mal cabiam. Precisei de toda a minha for?a para abri-la de um ?ngulo estranho, trabalhando de um lado e depois do outro. E eu ainda n?o conseguia realmente encaixar meus dedos. O que eu precisava era um p?-de-cabra ou algo que pudesse deslizar naquele min?sculo ponto. E Jason estava convencido de que seria f?cil arrombar aquela janela para me roubar. Com um suspiro de al?vio, a janela cedeu e se abriu apenas o suficiente para eu passar. Joguei a bolsa e me agachei para segui-la, inclinando-me e colocando minhas m?os no ch?o enquanto escorregava como um verme enorme. Quando chegou na minha bunda, por um momento tive certeza de que n?o caberia. A essa altura, como eu poderia desistir da ideia? Assim que consegui passar o traseiro, senti um arranh?o espetado na minha perna e um pux?o na minha cal?a quando ela ficou presa em algo pontiagudo do lado de fora da escada de inc?ndio. Depois de alguns pux?es, e algumas sacudidas, ficou ?bvio que eu n?o sairia daquela situa??o sem rasgar minhas cal?as de ioga favoritas. Por outro lado, ningu?m estava por perto para me ver sair dessa sem minha dignidade. Virei de lado, apoiando a cabe?a e o ombro no ch?o. Obviamente, eu teria uma forte dor no pesco?o na manh? seguinte. Com minha m?o livre, trabalhei em minhas cal?as de ioga at? que pudesse empurr?-las para baixo com os p?s. Quando tinha praticamente me despido delas, elas prenderam em meus sapatos, ent?o eu resolvi tir?-los, trabalhando com um p? depois o outro e larguei os sapatos na escada de inc?ndio. Assim que fiquei livre, deslizei para dentro, abri a janela e estendi a m?o para pegar meus sapatos, procurando por eles na escurid?o. N?o foi at? que eu os avistei que percebi que um feixe de luz estava vindo por tr?s de mim. — Apenas se afaste da janela e vire-se lentamente — ordenou uma voz profunda. Olhei por cima do ombro e pude ver a silhueta de dois homens pela luz do corredor do pr?dio, mas o resto estava ofuscado pela lanterna apontada para meu rosto. Minha hesita??o deve t?-los incomodado, porque a voz veio com um tom agudo dessa vez. — Senhora, voc? ter? que voltar para dentro da casa. Vamos conversar sobre isso. Calmamente. — Quem ? voc?? — Policial Darby. Vou ter que pedir que voc? erga as m?os e vire-se lentamente. Oh meu Deus. Eu estava pendurada para fora da janela com minha bunda coberta apenas pela minha ainda-n?o-me-mudei calcinha. Sem mencionar que a pol?cia conseguiu entrar no meu apartamento, quando eu n?o pude. Como diabos isso aconteceu? Eu deslizei de volta, desejando que eu pudesse derreter no ch?o, e me virei para encar?-lo, minhas cal?as de ioga erguidas como um escudo na minha frente. — Voc? ter? que abaixar as cal?as e vir at? aqui. — Por que voc? est? no meu apartamento? — Eu n?o abaixaria as cal?as nem mesmo para a pol?cia. — N?o ? seu apartamento — choramingou uma segunda voz. — Voc? se mudou. Eu ergui minha m?o para proteger meus olhos da luz. — Micah? — Ela se mudou. — Senhor, n?o parece que a Sra. Lane tenha se mudado. — Ela me deu o aviso. — Para o final do m?s. Que n?o ? at? amanh?. Esque?a a divindade. Eu precisava de cal?as. Levantei uma perna e vesti minhas cal?as de ioga, depois repeti o processo com a outra perna sem me virar ou me curvar. — Liguei para voc? nove vezes hoje. Primeiro sobre meu aquecimento estar desligado. Ent?o, sobre minha energia e ?gua quente. Depois, apenas para tentar encontrar voc?. Voc? n?o p?de retornar uma liga??o, mas p?de chamar a pol?cia aqui e abrir a porta antes mesmo que eu terminasse de entrar pela janela. — Eu n?o queria que voc? roubasse o lugar. — Roubar o qu?? — gritei. Eu estava farta disso. De saco cheio de toda a maldita semana. Meu ?xtase por ter encontrado um lugar para morar quase se foi. — Minha pr?pria cama? Minhas roupas? Talvez eu roube minha escova de dente usada. — Sra. Lane, voc? est? compreensivelmente chateada. Voc? est? tendo uma semana e tanto. — Isso mesmo, estou. Espera. O qu?? — Primeiro um ataque. Agora invas?o domiciliar. Pensei ter dito para voc? ficar longe de problemas. Aquilo soou vagamente familiar. Abby n?o tinha acabado de me dizer para ficar longe de problemas? E para me tornar namor?vel? Mas, na escala m?vel de quanto eu estava disposta a ouvi-la, esse conselho estava no final de qualquer lista que eu pudesse fazer. — Viu? — exclamou Micah. — Voc? vai ter que pagar por essa janela. — N?o h? nada de errado com a janela. — Ent?o como voc? entrou? Hem? — Micah passou por mim e come?ou a examinar a moldura de perto. Enquanto isso, examinei a grande silhueta por tr?s da lanterna. Micah murmurou para si mesmo, procurando por algo errado com a janela. Mas minha situa??o ainda n?o tinha sido resolvida. — Policial Darby, eu tenho uma pergunta. — Olhei para Micah por cima do ombro, considerando empurr?-lo pela janela. Por?m, al?m da ?bvia testemunha policial presente, a ideia de que a escada de inc?ndio impediria qualquer tipo de queda arruinou a alegria que tive com a vis?o. — N?o ? ilegal para um propriet?rio desligar os seus j? pagos servi?os e impedir que voc? entre no seu apartamento pago e com contrato assinado? — Na verdade, ?. — Eu podia ouvir o humor tingindo sua voz, uma risada baixa ao encerrar a frase. — Ent?o, n?o apenas n?o estou presa, mas posso ter um caso para registrar, hum…? — Bem, n?o ? um grande caso, j? que n?o houve danos. Mas voc? pode implicar com isso se quiser. — N?o. Eu na verdade s? quero dormir em algum lugar quente, com luzes e ?gua quente, j? que ? a minha ?ltima noite aqui. O Policial Darby baixou a luz e tive um vislumbre de uma mand?bula forte, cabelos curtos e escuros na penumbra. Exatamente o tipo de cara que minha amiga Jayne escolheria. Ele provavelmente pilotava uma moto e ficava muitas vezes carrancudo. O tipo de cara que eu evitava a todo custo. Definitivamente n?o era o tipo de cara que eu queria continuar me esbarrando enquanto minha vida estava desmoronando. — Eu acho isso justo. Sr. Marrow, voc? poderia ligar a energia deste apartamento novamente? — Bem, pelo visto, ele tamb?m era a voz da raz?o. Micah deu a volta para ficar ao meu lado e resmungou que podia. — Nos pr?ximos trinta minutos? — O policial Darby obviamente sabia fazer as perguntas certas. Micah resmungou baixinho como se eu fosse a pessoa que desligou todos os meus utilit?rios dois dias antes do prazo e ele agora tinha que correr para limpar minha bagun?a. — Ent?o, obrigada por ter vindo. — Fui em dire??o ? porta, na esperan?a de acompanhar o policial Darby direto por ela e me livrar logo dele. — N?o t?o r?pido, Srta. Lane. — A porta se fechou, mas o policial Darby ainda estava do lado de dentro. — Voc? quer me explicar essa onda de azar que voc? parece ter ultimamente? — Na verdade n?o. — Eu preciso reformular minha pergunta? — Ele olhou para mim, uma m?o apoiada casualmente no cinto acima de sua arma, a outra apoiada em seu quadril. — Voc? disse que eu n?o tinha violado nenhuma lei. — De alguma forma, eu suspeito que voc? est? burlando algumas esta semana. — Gra?as aos c?us estava escuro porque eu sabia que ele devia estar me olhando com aquele olhar de a?o. Ele era provavelmente o tipo de policial inescrut?vel que os atores que faziam papel de policiais estudavam para parecerem bem… inescrut?vel. — Eu realmente sou uma cidad? cumpridora da lei. Eu era. Eu realmente era. Eu simplesmente n?o estava dando a melhor impress?o na minha espiral descendente. — ? melhor que esta seja a ?ltima vez que sou chamado por sua causa. — Eu prometo que ser?. — Nada mais daria errado esta semana. Eu estava tendo uma onda de acontecimentos felizes desde a noite passada. — Certo — disse ele, como se n?o acreditasse em mim. — Apenas, de verdade, comporte-se. O policial Darby abriu a porta e eu dei uma olhada nas linhas n?tidas e ?speras, olhos azuis profundos e cabelo preto azeviche. Eu devo ter ficado encarando-o um pouquinho demais. Ele era apenas cerca de cinco cent?metros mais alto do que eu, mas preenchia a porta como se ela tivesse sido constru?da em torno dele. — Al?m disso, Sra. Lane? — Sim. — ? quarta-feira. Ele fechou a porta atr?s de si enquanto eu tentava descobrir o que aquilo significava. Um homem misterioso. Mas, com sorte, n?o seria um homem que apareceria novamente em minha vida por um bom tempo. Principalmente n?o depois que eu me mudasse para o apartamento de Ben. Tinha a sensa??o de que subir seminua pela janela era ainda mais desaprovador em bairros chiques. 9 NOVE AS LUZES ainda estavam desligadas quando o aquecedor ligou. Deitei na cama ouvindo o ar passar pelas aberturas e esperei at? que estivesse quente o suficiente para tirar meu casaco. Voc? pensaria que depois de ficar sem cal?as enquanto rastejava para fora do ar frio da noite e entrava em minha pr?pria casa, eu estaria… espere um segundo. Quarta-feira. Toda vez que eu pensava que minha humilha??o havia acabado por esta semana… s? que n?o. Eu tinha certeza que a calcinha que eu estava usando era azul escura com um dia da semana em amarelo brilhante na bunda. Obviamente, devo estar usando o dia errado. Eu me virei perseguindo meu pr?prio traseiro por um momento antes de desistir e me olhar no espelho. ? claro. Eu estava vestindo ter?a-feira. Fiquei ouvindo o barulho do aquecedor, me sentindo dividida entre a gratid?o por nunca ter que encarar o policial Darby novamente e nojinho de mim mesma por desejar ter que encarar o policial Darby novamente. Voc? sabe, apenas para olhar para ele. Foi bom ver um cara que parecia um cara. Aposto que o Policial Darby n?o tinha um su?ter de cashmere. Mas, um policial? Tipo, o estere?tipo do macho alfa controlador. N?o, dispenso. Para ser justa, ele lidou com as situa??es com os dois homens mais loucos que j? conheci com facilidade e humor. Ambas eram qualidades que eu percebi que faltavam na minha vida. N?o que eu precisasse de um her?i… quero dizer, um cuidador. Sei l?. Quando as luzes voltaram, concentrei-me no que precisava ser feito, empacotando o que restava das minhas coisas e separando s? o que precisaria para o dia seguinte. Quando guardei os ?ltimos itens, o ambiente est?ril perdeu qualquer pequena quantidade de charme que eu consegui colocar nele. Mudar-se para o divino ref?gio de Ben seria um grande upgrade no fator de charme. Lentamente, quase como se estivesse saboreando a ?ltima noite ali, ca? no sono, feliz por estar sozinha e n?o precisar lidar com as emo??es de mais ningu?m. Eu n?o tinha percebido o quanto eu tive que fazer isso. Jason era temperamental e cr?tico, e provavelmente simplesmente louco, mas nada disso tinha sido ?bvio para mim... at? agora. Tentei afastar a sensa??o de estupidez. Mas, fazendo uma retrospectiva, tudo ficou claro. Muito claro. Todas as inseguran?as que me levaram a namorar Jason: estar sozinha em uma cidade estranha logo ap?s a faculdade, um novo emprego, um cara mais velho tomando voc? sob sua prote??o, at? as raz?es pelas quais eu fiquei com ele, era o que eu conhecia. Depois de um dia como uma garota solteira na cidade, senti algo que eu n?o sabia que tinha perdido. Uma leveza de ser. Uma aus?ncia de preocupa??o em equilibrar e explicar e suavizar tudo o que acontece ao meu redor. Estava mais do que feliz com as minhas novas condi??es. Eu estava contente. O tipo de contentamento que perdurava. E eu tinha que agradecer a uma pessoa por todo aquele contentamento rec?m-descoberto: Jason. Eu estava cega, mas ele arrancou as minhas vendas e me empurrou para o mundo. E era um mundo muito melhor sem ele, mesmo se eu tivesse basicamente mostrado a calcinha a um policial. Êîíåö îçíàêîìèòåëüíîãî ôðàãìåíòà. Òåêñò ïðåäîñòàâëåí ÎÎÎ «ËèòÐåñ». Ïðî÷èòàéòå ýòó êíèãó öåëèêîì, êóïèâ ïîëíóþ ëåãàëüíóþ âåðñèþ (https://www.litres.ru/pages/biblio_book/?art=65745957&lfrom=688855901) íà ËèòÐåñ. Áåçîïàñíî îïëàòèòü êíèãó ìîæíî áàíêîâñêîé êàðòîé Visa, MasterCard, Maestro, ñî ñ÷åòà ìîáèëüíîãî òåëåôîíà, ñ ïëàòåæíîãî òåðìèíàëà, â ñàëîíå ÌÒÑ èëè Ñâÿçíîé, ÷åðåç PayPal, WebMoney, ßíäåêñ.Äåíüãè, QIWI Êîøåëåê, áîíóñíûìè êàðòàìè èëè äðóãèì óäîáíûì Âàì ñïîñîáîì.
Íàø ëèòåðàòóðíûé æóðíàë Ëó÷øåå ìåñòî äëÿ ðàçìåùåíèÿ ñâîèõ ïðîèçâåäåíèé ìîëîäûìè àâòîðàìè, ïîýòàìè; äëÿ ðåàëèçàöèè ñâîèõ òâîð÷åñêèõ èäåé è äëÿ òîãî, ÷òîáû âàøè ïðîèçâåäåíèÿ ñòàëè ïîïóëÿðíûìè è ÷èòàåìûìè. Åñëè âû, íåèçâåñòíûé ñîâðåìåííûé ïîýò èëè çàèíòåðåñîâàííûé ÷èòàòåëü - Âàñ æä¸ò íàø ëèòåðàòóðíûé æóðíàë.