Çàõîòåëîñü ìíå îñåíè, ÷òî-òî Çàäûõàþñü îò ëåòíåãî çíîÿ. Ãäå òû, ìîé áåðåçíÿê, ñ ïîçîëîòîé È ïðîçðà÷íîå íåáî ïîêîÿ? Ãäå òû, øåïîò ïå÷àëüíûõ ëèñòüåâ,  êðóæåâàõ îáëûñåâøåãî ñàäà? Äëÿ ÷åãî, íå ïîéìó äàëèñü ìíå Òèøèíà, äà ñûðàÿ ïðîõëàäà. Äëÿ ÷åãî ìíå, òåïåðü, ñêîðåå, Óëèçíóòü çàõîòåëîñü îò ëåòà? Íå óñïåþ? Íåò. Ïðîñòî ñòàðåþ È ìîÿ óæå ïåñåíêà ñïåòà.

A Atriz

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A Atriz Keith Dixon A ATRIZ ???????????????????????? KEITH DIXON Tradu?§??o de Elaine Cristine Franco Editor: Tektime Table of Contents Title Page (#ua4f9d19e-6125-53f0-84e3-b336cccfacc4) A Atriz (#u52e4296c-4298-5cfa-8caa-b46cd3749e2c) CAP??TULO UM (#u419b54ef-def4-5a54-a132-4baaa532be80) CAP??TULO DOIS (#u5f526fca-dd7e-540f-acb2-b3c5b0d9691d) CAP??TULO TR??S (#u1ff70de3-a35b-5138-8a7c-dab4df868d08) CAP??TULO QUATRO (#u126e3d19-c455-5ad7-9b20-f734aa51586b) CAP??TULO CINCO (#u4d23a819-12c3-59cc-9263-affd7f2b604f) CAP??TULO SEIS (#u3166dc29-81eb-505f-962c-a87e962a7a50) CAP??TULO SETE (#u50d9f930-5956-5530-ba46-31e078281836) CAP??TULO OITO (#litres_trial_promo) CAP??TULO NOVE (#litres_trial_promo) CAP??TULO DEZ (#litres_trial_promo) CAP??TULO ONZE (#litres_trial_promo) CAP??TULO DOZE (#litres_trial_promo) CAP??TULO TREZE (#litres_trial_promo) CAP??TULO QUATORZE (#litres_trial_promo) CAP??TULO QUINZE (#litres_trial_promo) CAP??TULO DEZESSEIS (#litres_trial_promo) CAP??TULO DEZESSETE (#litres_trial_promo) CAP??TULO DEZOITO (#litres_trial_promo) CAP??TULO DEZENOVE (#litres_trial_promo) CAP??TULO VINTE (#litres_trial_promo) CAP??TULO VINTE E UM (#litres_trial_promo) CAP??TULO VINTE E DOIS (#litres_trial_promo) CAP??TULO VINTE E TR??S (#litres_trial_promo) CAP??TULO VINTE E QUATRO (#litres_trial_promo) CAP??TULO VINTE E CINCO (#litres_trial_promo) CAP??TULO VINTE E SEIS (#litres_trial_promo) CAP??TULO VINTE E SETE (#litres_trial_promo) EP??LOGO (#litres_trial_promo) Semiologic Ltd. Copyright Keith Dixon 2013 Publicado por Semiologic Ltd Keith Dixon garantiu seu direito sob a Lei de Direitos Autorais, Projetos e Patentes de 1988, para ser identificado como autor desta obra. Todos os direitos reservados. Este livro n??o pode ser reproduzido no todo ou em parte, por mime??grafo, fotoc??pia ou qualquer outro meio, eletr??nico ou f?­sico, sem a permiss??o expressa e por escrito do autor. Qualquer semelhan?§a com algu?©m vivo ou morto ?© pura coincid??ncia. Para todos aqueles que interpretam, em qualquer esfera. PART 1 Fantasia CAP??TULO UM ELA N??O TINHA NOTADO o tamanho consider??vel dos poros do nariz e do queixo dele at?© agora. Conforme ele se aproximava ela ficava fascinada por eles, tinha que desviar seu olhar para n??o fixar seus olhos neles. ???Querida,??? ele disse, ???Eu acho que voc?? ainda n??o conseguiu. Lembre-se, Nina ?© uma menina prestes a se tornar uma mulher. Voc?? pode me mostrar? Voc?? pode se tornar uma mulher sendo ainda uma menina???? ???Eu entendo,??? disse Mai. ???Entende, querida? Estamos aqui no in?­cio de uma grande miss??o. Eu preciso ver se voc?? ?© capaz de ser Nina. H?? muita responsabilidade nas suas costas e eu preciso ver se voc?? n??o vai me desapontar.??? `Eu estou aqui para atuar, Pedro. Eu conhe?§o o roteiro. Eu sei minha parte. Podemos tentar novamente???? Os olhos dele mostravam claramente que ele estava impressionado. Mas apertou brevemente sua boca em submiss??o e ent??o ele mexeu os ombros, externando deliberadamente o que sentia. Ela imaginou se isso era uma t?©cnica de ensino. O resto do elenco se alinhou ao lado do corredor da extinta escola que eles estavam usando para os ensaios. Alguns estavam cansados, lendo not?­cias, passando mensagens de texto. Um casal estava conversando quando Pedro estava dando orienta?§??o individual. ?? o primeiro dia e a letargia j?? havia se instalado. Mais um m??s assim, pensou Mai, e eu tamb?©m posso desistir. Que n??o seja nessa primeira noite. Manchete tr??gica: Atriz em ascens??o morre de t?©dio antes da estreia. Diretor entusiasmado procura por substituta. Pedro tinha ido se sentar. Ele empurrou a cauda da sua jaqueta creme e se sentou com a extravag??ncia de um cisne aterrissando em ??gua pl??cida, com as pernas esticadas e os bra?§os estendidos sobre o encosto das cadeiras de pl??stico que estavam de cada lado dele. Ele moveu a cabe?§a em sinal de concord??ncia para ela. Ela foi para o set de filmagem e iniciou sua fala mais uma vez, sua voz ia subindo para o corredor. Sua fala era longa e cheia de abstra?§?µes. Falou da natureza, da vida e explicou que ela era a alma do mundo que compreendia todas as coisas. Pedro virou a cabe?§a para olhar para fora da janela. Um c?©u de inverno, como uma partitura. No parque, ??rvores sem folhas como esqueletos de dedos erguidos para cima. Vozes de crian?§as ainda ecoando cerca de dez anos depois de a escola ter sido fechada por falta de interesse. Ela fez uma pausa mostrada no texto e esperou um sinal antesde prosseguir. Ent??o ela sentiu uma mudan?§a em sua voz ??? e sabia que a pr??xima se?§??o seria melhor, sabia que sua t?©cnica tinha sido alcan?§ada de acordo com o significado do par??grafo. Pedro se voltou para ela e levantou a m??o de forma p??lida. Era sinal de ???parar??? gesto que ela j?? estava come?§ando a reconhecer. Ele se levantou e veio em dire?§??o a ela outra vez, com suas solas de couro marcando o piso de madeira. ???Sim,??? ele disse. ???Sim. Eu percebo o que voc?? est?? fazendo. Alterando a sua voz. Voc?? est?? adicionando alguma import??ncia, alguma ... bravura. Mas veja, isso n??o vai funcionar. Eu conhe?§o os truques. E se eu conhe?§o os truques, os outros tamb?©m conhecem. N??o temos truques aqui. Voc?? me entende???? Mai percebia que suas bochechas estavam vermelhas. Parecia n??o haver nenhuma maneira de fazer com que este homemfi e feliz. Ela n??o ousou olhar para os outros atores no caso de estarem assistindo. Em vez disso, ela olhou para baixo e esperou que ele falasse alguma coisa. Qualquer coisa. O sil??ncio se estendeu at?© que ela finalmente olhou para ele, com raiva em seus olhos. Desta vez ele sorriu, mostrando os dentes quadrados como uma l??pide e amarelados pelo cigarro. Ele pensou que ele tivesse ganhado a batalha. ???Voc?? ?© uma garota inteligente mas n??o vai conseguir o que quer comigo. Eu fiz isso muitas vezes. Voc?? ... voc?? ?© uma garota da televis??o. Voc?? n??o entende de ensaios. Voc?? tem algum talento mas acha que ensaiar ?© estar no lugar certo e saber onde a c??mera est?? para poder ignor??-la.??? ???Voc?? n??o precisa me insultar, Pedro. Trate-me como um ser humano e eu farei o que voc?? quiser.??? Seus pequenos olhos se tornaram como bolinhas de gude. ???N??o ?© uma quest??o do que eu quero, Mai. ?? uma quest??o do que temos aqui juntos. Eu tenho algumas ideias e... provavelmente voc?? tamb?©m. Ent??o ??? o que podemos fazer juntos? Me diz.??? Alguns membros do elenco tinham ouvido o tom da conversa e seus rostos se voltaram em dire?§??o a eles. Ela sentiu a aten?§??o deles com o calor do seu rosto. Mai tinha tolerado muitos diretores quando trabalhava no Terra?§o Amberside, um programa de televis??o de longa dura?§??o. Ela aprendeu que ningu?©m podia discutir com um diretor. O melhor que poderia fazer era n??o ofend??-los. Eles iriam partir e voc?? ainda estaria l??, mais exaustos e um pouco mais c?­nicos, mas ainda recebendo o pagamento. E ela se lembrou de que est?? aqui para aprender. Ela procurou se acalmar e disse: ???Eu preciso pensar sobre o que voc?? est?? dizendo. Vamos voltar ao in?­cio da cena para que eu possa trabalhar isso e acertar.??? ???Esta ?© a decis??o de uma garota sensata. Eu concordo. Vamos voltar.??? Ele se virou para um elenco agora atento. ???N??s come?§amos a primeira cena. Jeremy, voc?? pode vir aqui, por favor???? Mai olhou para os outros atores, seu rosto era uma m??scara completamente branca. Na pausa para o caf?©, Lucy sentou-se perto dela com uma sacola de sandu?­ches. Ela os pegou e os colocou em um guardanapo que ela tinha colocado cuidadosamente sobre suas pernas. Ela era alguns anos mais velha que Mai, uma linda loira com um bronzeado profundo que ela teria que perder antes da noite de estreia. Ela dava a impress??o de algu?©m que estava sendo processada por um crime que ela nunca tinha cometido ??? forma sombria e serenamente em desacordo com o mundo. Sem olhar para Mai, ela disse, ???Ele ?© sempre assim no in?­cio. Fica polindo sua reputa?§??o. N??o d?? import??ncia.??? Mai descascou sua laranja, colocou as cascas dentro da sacola, sempre meticulosa como sua m??e. ???Eu estou acostumada com homens que agem como est??pidos. Ele n??o quis escutar.??? ???Ele vai. Ele viu voc?? na televis??o. Todos n??s vimos.??? ???N??o ?© a mesma coisa, n??o ?©? Dez segundos de emo?§??o uma vez por m??s. O restante do tempo ?© cumprindo metas e recitando as falas. Ele n??o estava t??o errado.??? Lucy fez uma pausa com metade do lanche em sua boca, franziu as sobrancelhas, e ent??o se virou para Mai. ???N??o deixe que ele ou?§a voc?? dizer isso. N??o demonstre nenhuma fraqueza ou ele a usar?? contra todos n??s.??? ???O que voc?? quer dizer???? ???Ele vai usar voc?? como exemplo, vai brigar com voc?? por causa do seu desempenho para alimentar sua raiva e depois vai descontar em n??s. Eu j?? vi isso.??? ???E se eu precisar de ajuda???? ???Pergunte a um de n??s. Eu j?? trabalhei com ele antes. Assim como Jeremy e Linda, n??s sabemos o que ele quer.??? ???Se ele ?© assim t??o est??pido como voc?? diz, por que voc?? est?? trabalhando com ele de novo???? Lucy mastigou e engoliu. ???Por causa da cr?­tica, sua tonta. Os atores dele sempre recebem boas avalia?§?µes. N??s lutamos com ele como gatos, mas todos conseguimos uma boa cr?­tica.??? Mai pensou, olhando para frente. ???Eu posso conviver com isso. Eu preciso.??? ???Porque isso ?© um risco para voc??.??? ???Voc?? poderia dizer. Primeira vez num palco real desde a escola.??? ???Voc?? foi corajosa ao desistir de um trabalho na televis??o. Eu teria dado meu seio esquerdo por essa oportunidade.??? ???Voc?? pode se poupar, diferentemente de mim.??? Lucy sorriu for?§adamente. ???Isso acontece ? s vezes. Por causa dos idiotas que a gente encontra nessa profiss??o.??? Dois atores mais velhos se levantaram no final do corredor e sa?­ram para fumar. Um deles se virou e apontou o dedo para ela. Ela n??o sabia se ele estava ironicamente dando um sinal de apoio ou sugerindo que ela seria despedida. Ator experiente encontrado estrangulado pela al?§a do suti?? de uma atriz em ascens??o. Poderia acontecer ... Lucy desrosqueou a tampa de uma garrafa de suco. Ela disse, ???Por que voc?? est?? fazendo isso???? ???Vai fazer um lanche???? ???N??o, boba. Estou fazendo uma velha brincadeira para um teatro a ponto de quebrar. Com um diretor que parou nos anos sessenta.??? ???Voc?? faz isso parecer t??o agrad??vel.??? ???Exatamente. Quero dizer que estou alegre e tenho certeza que teremos um grande p??blico porque voc?? est?? aqui. Mas voc?? tem que admitir que ?© um retrocesso do hor??rio nobre da TV.??? Mai tinha passado por isso v??rias vezes com Eric e sua m??e, nenhum deles considerava correr riscos como uma atividade que valesse apena. ???Eu queria melhorar. Eu estava entediada. Voc?? pode muitas vezes abrir seus olhos e dizer, ???Voc?? n??o pretende ... !??? ou, ???Eu n??o acredito em voc??!??? ???Eu estava querendo dizer que era um caminho dif?­cil a percorrer. Eles estar??o sempre prontos com suas facas apontadas para voc??. Voc?? sabe como ?© a imprensa.??? ???Eu posso lidar com uma briga,??? disse Mai. ???De qualquer modo, eles t??m estado do meu lado nos ??ltimos dois anos. Ele n??o v??o mudar assim t??o r??pido.??? Lucy rosqueou a tampa da garrafa de suco e, inesperadamente, lan?§ou-a com maldade em Jeremy, que levantou seus ombros para se proteger e sorriu. Ela disse, ???Espero que seu assessor seja bom em se desviar das cr?­ticas.??? ???Eu continuo esperando que ele seja bom em alguma coisa.??? Como ela esperava, a tarde n??o foi melhor. Pedro abriu a cena para que os outros atores tivessem a chance de fazer alguma coisa. Eles precisavam de uma oportunidade para mostrarem seu trabalho, depois de tudo. Mas no final do dia ele dispensou todo mundo menos Mai e Jeremy. Ele chamou os dois juntos, colocou-os sentados em cadeiras paralelas como um conselheiro matrimonial, e come?§ou a falar, sua voz era tanto de bajula?§??o quanto condescendente. Ele exp??s lentamente sua vis??o sobre a rela?§??o entre os dois personagens, dando a cada um uma hist??ria que n??o tinha sido detalhada no roteiro e, Mai pensou, foi inventada por ele para servir aos seus prop??sitos. Conforme ela escutava as ideias de Pedro, Mai come?§ou a imaginar se ela n??o estava se enganando. Ela tinha ido direto da escola para seu papel na televis??o. Aprendendo uma nova profiss??o, por?©m sem nenhum treinamento real ou t?©cnica. Conselhos de diretores e membros mais experientes do elenco, muitas aulas em grupo. E, logicamente sua m??e. Geraldine Rose. Uma vez famosa, com diversos pap?©is principais em alguns filmes ingleses antes de seu marido, o pai de Mai, cair morto no nono buraco, um dogleg par cinco, numa partida de golfe. Teve que parar de levar Mai e seu irm??o mais velho, Jake. N??o tinha que ter desistido, na realidade ... mas ela quis assim. N??o podia suportar a proximidade de outras pessoas, outros atores. Toda aquela compaix??o e piedade. Mai n??o dava muita import??ncia para a atua?§??o at?© ganhar o papel principal na vers??o escolar de A Streetcar Named Desire (Um Bonde Chamado Desejo) ??? representando Blanche Dubois com desessete anos. Atuou no Festival de Drama Nacional na categoria estudante, em Scarborough, Inglaterra, marcado e disputado por assessores at?© que ela se decidiu por Eric, por quem sua m??e tinha conhecido quando jovem. Depois esteve por dois anos no Terra?§o Amberside, estagnada. Agora, a maioria das coisas que Pedro estava dizendo a ela parecia sem sentido, mas ela n??o tinha certeza. Diziam que ela parecia sempre confiante, mas que apesar do seu ar de certeza era poss?­vel que ela estivesse perdendo alguma coisa. Ela voltou sua aten?§??o para o local onde Pedro estava dizendo alguma coisa ao Jeremy sobre o processo criativo. O personagem de Jeremy era um jovem dramaturgo que tinha escrito o roteiro pelo qual o personagem de Mai, uma garota inexperiente do interior, estava tendo o papel principal. Pedro tinha falado com o fervor de um evang?©lico, como se ele tamb?©m tivesse sido alguma vez um jovem dramaturgo atuando numa pe?§a teatral. Talvez seja verdade. ???Ent??o, queridos, vamos tentar de novo. Por favor, tenham em mente tudo o que eu disse. O jovem, a inoc??ncia, o desejo de mostrar ao mundo que est?? nascendo esta noite uma nova forma art?­stica, neste palco.??? Mai e Jeremy moveram as cadeiras para que pudessem se olhar e ent??o deram in?­cio ?  cena. Isso durou trinta segundos. ???Parem!??? Eles se viraram para ver a m??o de Pedro levantada acima de seu ombro como um agente do tr??nsito. ???Desculpe. N??o consigo mais. V??o para casa agora e pensem cuidadosamente sobre o que fizeram hoje. Talvez amanh?? teremos algumas ideias melhores.??? Ele inclinou seu peso pra frente da cintura como se fosse se jogar no ch??o. Ent??o com um suspiro ele colocou suas m??os nos joelhos e empurrou seu corpo na posi?§??o ereta, virando-se e indo embora sem dizer nenhuma palavra. Quando ele deixou a sala, Jeremy disse, ???Nojento.??? Mai juntou suas coisas. ???Ele tem algum caminho a percorrer antes de ser nojento. Ele ainda est?? no est??gio de babaca.??? ???Ah, voc?? tem mais experi??ncia que eu.??? ???Eu sou uma garota. Eu percebo melhor as distin?§?µes sociais.??? Ele for?§ou um sorriso. ???Como voc?? est?? se sentindo atuando no palco? Com frio na barriga???? ???Um pouco. Eu seria uma tola se eu n??o me preocupasse sobre ser capaz de fazer isso.??? ???Pelo que eu estou vendo voc?? se dar?? bem.??? Ela sorriu e n??o disse nada. Uma express??o de coragem foi suficiente para esta situa?§??o. Mas ela j?? estava imaginando se ela estava cometendo o maior erro da sua curta e pr??spera vida. CAP??TULO DOIS ELA SE MUDOU PARA a esta?§??o Docklands Light em Canary Wharf com uma vista bem movimentada, pr??ximo ao condutor. N??o tanto um condutor, ela pensou, mas algu?©m que joga um v?­deogame. Olhe para a enorme janela frontal que parece uma tela de plasma de sessenta polegadas e gire o bot??o que coloca o trem em movimento. Gire de volta para reduzir, e ent??o pressione algo que abra e fecha as portas. Deveria ganhar pagamento extra para evitar que eles fugissem pela porta e ao descer na plataforma, esmagados pelo t?©dio. Atriz em ascens??o num resgate her??ico de trem. Salva a vida de 54 passageiros que estavam muito ocupados lendo The Girl with the Squirrel Tattoo (A Garota com a Tatuagem de Esquilo) para perceberem que o trem estava sem condutor... Ela alugou um apartamento em uma casa Georgiana em Greenwich, cinco minutos da esta?§ao. A casa em si estava ?  venda em um dos mais legais escrit??rios imobili??rios locais, por quase um milh??o de libras (aproximadamente quatro milh?µes e duzentos mil reais), a propriet??ria tinha decidido que a vida no sul da Fran?§a oferecia mais oportunidades que o sul de Londres para la?§ar um marido rico. Consequentemente a casa lentamente seguia a lei do caos e desmoronava pelo mau estado de conserva?§??o ??? porta frontal arranhada, janelas sujas, calhas quebradas, aquecedores com chiados de gansos de infantaria. O Volvo de Billie j?? estava estacionado em uma das vagas da frente, t??o grande que estava espremido dentro da vaga como um adulto amontoado numa cama infantil. Quando ela destrancou a porta do apartamento e entrou, os cachorros correram at?© ela imediatamente, pulando e empurrando suas pernas, fazendo barulhos ofegantes. Billie veio da cozinha com uma caneca em suas m??os. Mai disse, ???Sinto-me como um marido chegando em casa vindo de uma mina de carv??o. Deveria estar perguntando se o meu ch?? est?? pronto.??? ???Pensei que deveria esperar at?© voc?? chegar. Guardar as coisas e tudo mais.??? Billie era uma mulher de aproximadamente trinta anos com cabelos ruivos ondulados e um rosto amig??vel. Ela vestia jeans e um su?©ter azul escuro: roupa especial para uso externo. Ela caminhava com os c??es da Mai desde que ela os pegou, quase um ano atr??s, mas era agora o m??ximo que Mai poderia ter de uma amiga, todos os outros tinham se espalhado como o vento quando sairam da escola. ??s vezes ela pensava se n??o era estranho n??o precisar de outras pessoas, mas isso era uma caracter?­stica que ela j?? reconhecia em si mesma desde os quatorze anos. Ela tinha companhia suficiente no trabalho e n??o sentia necessidade de companhia em casa. Ela tirou seu casaco, afagou as costas dos seus dois cachorros, que se entrela?§avam em forma de oito entre suas pernas, balan?§ando o rabo vigorosamente. ???Desculpe, estou atrasada. Tive um trabalho extra.??? ???Como foi? As coisas no seu primeiro dia.??? Mai mexeu os ombros. Ela nunca gostava de falar sobre seu trabalho. Parecia pretensioso, at?© mesmo para seus pr??prios ouvidos. ???O diretor ?© um idiota, mas as outras pessoas s??o legais. Est?? frio l?? fora. N??o v?? congelar at?© a morte.??? ???Roupa especial para uma passeadora de c??es moderna. Nenhuma chance de congelar.??? ???Quanto tempo vai levar???? ???Estarei de volta em uma hora e meia, a menos que voc?? queira mais tempo.??? ???Eu posso estar no banho.??? Billie achou as coleiras dos cachorros e as colocou neles. Era o ??nico momento em que eles ficavam parados, pelo menos at?© travar as coleiras. Ent??o ficavam fren?©ticos novamente, girando em volta das pernas da Billie como sabonetes at?© ela mand??-los parar e caminharem at?© a porta. Quando Billie saiu, Mai foi at?© a geladeira e pegou a outra metade de uma lasanha que ela tinha preparado no dia anterior. Ela colocou no microondas por alguns minutos, se sentou no sof?? em frente ?  televis??o e colocou no canal de not?­cias das dezenove horas. Pol?­ticos estavam sendo entrevistados em um cen??rio azul brilhante. Ent??o mostrou uma reportagem filmada no M?©xico. Uma reuni??o esportiva. O mundo mon??tomo e comum. Ela terminou a lasanha, tirou seu iPad da bolsa e foi verificar seus e-mails. Recorrentes e-mails de f??s, marketing de feriado, piadas enviadas pela sua m??e, que parecia pensar que ningu?©m mais acessava o Facebook, ent??o ela precisava reenviar tudo que encontrava l??. Recebeu uma notifica?§??o de mensagem no celular, ent??o ela o tirou do bolso de seu casaco. Seu amigo Stefan: Voc?? quer sair com a gente esta noite? Todo mundo vai pro Dereks. Ela digitou de volta: Pode ser. N??o vou beber. Que horas? Um momento depois veio a resposta: ? s 9. N??o v?? furar. Ela respondeu: N??o se preocupe. Te vejo l??. Assim que desligou o telephone voltou sua aten?§??o ?  televis??o. Um rep??rter estava do lado de fora da fachada de vidro dos escrit??rios do Daily Paper, um jornal sensacionalista que tinha iniciado suas atividades poucos meses antes, financiado por um oligarca russo que procurava por alguma coisa interessante para investir sua fortuna. O que tinha atra?­do a aten?§??o de Mai era o fato de que o reporter tinha mancionado o nome de ???Deannah???. Esse era o nome de uma hero?­na do ultimo livro que Mai havia lido, uma fantasia de uma Jovem Adulta pela qual uma garota de uma origem comum descobriu que ela tinha o poder de viajar dentro de um mundo alternativo, onde ela era conhecida como a filha problem??tica de um todo-poderoso, por?©m doente rei. Ela aumentou o som. ???Uma a?§??o em que muitos est??o dizendo que ?© a ??ltima tentativa deseperada do propriet??rio russo de aumentar o n??mero de seus leitores, o Daily Paper firmou colabora?§??o com um est??dio brit??nico a fim de encontrar uma grande estrela para seu pr??ximo filme. O jornal ir?? fazer uma pesquisa com seus leitores, pedindo a sugest??o de uma atriz para fazer o papel de Deannah no filme Deannah???s Quest (A Quest??o de Deannah), o best-seller da autora reclusa, Beatrice M. Kirwan. A ganhadora da pesquisa far?? o papel de Deannah e fechar?? um contrato de tr??s filmes no valor acima de cinco milh?µes de libras (mais de vinte milh?µes e quinhentos mil reais). Os coment??ristas da ind??stria t??m sido r??pidos em condenar tal decis??o arriscada, como assim consideram, dizendo que um papel t??o importante deveria ser escolhido por meio de uma audi?§??o apropriada. O Daily Paper respondeu que eles est??o procurando por uma nova brilhante estrela em seus primeiros passos para o sucesso. Ainda n??o houve nenhum pronunciamento por parte do est??dio sobre esse assunto.??? As not?­cias retornaram ao est??dio e Mai desligou a televis??o. Houve uma estranha sensa?§??o de um buraco em seu est??mago. Ela percebeu que n??o era por causa da lasanha mas porque sentiu um desejo pelo papel de Deannah. Ela se levantou e foi at?© o banheiro para tomar banho. Ela adicionou algumas gotas de ylang-ylang com propriedades calmantes, e ent??o ela tirou a roupa e deslizou para dentro da ??gua perfumada, o aroma agridoce a envolvia. Ela conhecia Deannah: a opini??o de que ela n??o era quem todos pensavam que ela fosse; a sensa?§??o de ser uma princesa incompreendida; a habilidade de se transpor facilmente entre o mundo real e o mundo da fantasia ... todas as caracter?­sticas que ela reconhecia e compartilhava. N??o seria nenhum problema para ela fazer esse papel. Se seu papel como Steffi no Terra?§o Amberside era de um realismo melanc??lico, o de Deannah destro?§aria sua pr??pria identidade oculta ??? uma garota engra?§ada, inteligente e vivaz que bem poucas pessoas tiveram a oportunidade de conhecer. Deus, ela quer esse papel. Ela estava secando seu cabelo quando Billie retornou com os c??es. Eles entraram alvoro?§ados em casa, correndo um atr??s do outro e correram para o quarto de h??spedes, onde seus brinquedos ficam guardados. Billie foi para a cozinha e preparou seu jantar. Os c??es correram assim que ouviram suas tijelas serem colocadas no piso de cer??mica e, momentos depois, Billie veio com um copo de caf?©, fazendo um sinal com a cabe?§a em dire?§??o ?  cozinha. ???Voc?? n??o precisa cozinhar quando chegar em casa. Eu poderia deixar alguma coisa pronta para voc??. Eu tenho minhas habilidades.??? ???Voc?? est?? querendo dizer que minha per?­cia com o microondas n??o ?© boa o suficiente? Quero que saiba que eu preparei aquela lasanha com as minhas unhas quebradas.??? Billie sentou-se na ponta do sofa e ficou olhando Mai enxugar vigorosamente seus cabelos. Ela parecia sempre se interessar em observar Mai se arrumar, como se ela estivesse aprendendo segredos profissionais. Para ela, ela parecia ter feito o m?­nimo de cerim??nia ??? jeans, um modelo desestruturado de blusa e botas pesadas que eram do tipo alfa e ??mega do seu guarda-roupas. Seu cabelo estava lavado, passou o secador de cabelos por dez segundos e ent??o, partiu para encontrar seu pr??prio caminho no mundo. Mai tinha conseguido uma c??pia da edi?§??o de Deannah???s Quest. Estava no sofa ao lado de Billie, aberto no meio. Billie pegou o livro, olhou a sinopse na parte de tr??s e disse, ???Voc?? ouviu falar sobre isso, ent??o? Eu imaginei que voc?? pudesse ter se interessado.??? Mai n??o quis demonstrar que estava t??o interessada. ???Pode ser que eu me interesse. Eu li o livro.??? ???Voc?? seria louca se n??o se interessasse. Isso foi feito para voc??.??? ???Por que voc?? diz isso???? ???Voc?? est?? na idade certa, voc?? se encaixa com a descri?§??o, voc?? tem mais chances do que qualquer outra pessoa, n??o concorda???? ???Eu n??o tinha pensado nisso.??? Billie levantou as sobrancelhas. ???Minha m??e costumava dizer que h?? apenas uma chance em uma boa carreira. Depois disso, voc?? pode reorganizar as palavras sorte e chance em uma ??nica senten?§a. Obviamente eu ainda estou trabalhando nisso, mas voc?? j?? est?? voando alto. Voc?? n??o quer que eu te conte a hist??ria do Dennis de novo, quer???? O ex-namorado dela tinha se recusado a se promover como o novo James Morrison e no final Billie tinha o desencorajado. Escolher uma carreira era algo pela qual ela tinha come?§ado recentemente a se considerar uma especialista. Mai disse, ???Eu tenho que falar com o Eric.??? ???Querida, ele ?© seu assessor. Ele far?? o que voc?? pedir que ele fa?§a. ?? assim que as coisas funcionam, n??o ?©???? Mai n??o disse nada e foi para o seu quarto. Ela vestiu um jeans e uma blusa larga, penteou seus cabelos e passou um pouco de maquiagem que ela costuma usar fora do hor??rio de trabalho. Billie ainda estava no sofa, acariciando a cabe?§a de um dos c??es, Mai n??o tinha certeza qual deles era. Ele apoiou sua cabe?§a na coxa de Billie, e ficava olhando fixamente para ela com uma adora?§??o doentia. Mai disse, ???De qualquer modo, eu n??o tenho certeza se quero entrar nessa disputa. Ser?? como um reality show na TV, sem nenhuma classe.??? ???O que preocupa voc?????? ???Quem disse que estou preocupada???? ???Eu sei que voc?? quer isso, mas n??o est?? demonstrando nem um pouco de entusiasmo.??? Mai procurou um casaco leve em seu guarda-roupas e encontrou sua bolsa Herm??s. ???Para realmente ser honesta eu n??o sei se eu tenho tempo. Ficarei presa aos ensaios pelas pr??ximas quatro semanas e depois tem o Tornado ??? haver?? estr?©ias e assim por diante.??? Tornado era um filme que ela tinha terminado de gravar quase um ano atr??s, enquanto ainda estava fazendo o Terra?§o Amberside, e tinha levado muito tempo para o CGI (efeitos especiais) e a trilha sonora ficarem prontos. A abertura da pe?§a tinha sido inteligentemente preparada para coincidir com a abertura do filme ??? os produtores esperavam ganhar dinheiro com qualquer burburinho que o filme pudesse gerar. Billie mexeu os ombros mas Mai p??de sentir que ela estava decepcionada: ela estava olhando para fora da janela observando os telhados escuros de Greenwich, como se de repente eles se tornassem interessados no assunto. ???Diga o que voc?? acha, Billie. N??o tenha medo de falar, como se eu fosse morder voc??.??? ???Eu acho que voc?? vai se arrepender se o filme for um sucesso. Dizem que um diretor arrogante j?? se inscreveu.??? ???Isso n??o quer dizer nada. Os produtores poderiam at?© dizer que Spielberg e Lucas tinham demonstrado interesse, mas isso n??o significa que eles estariam por tr??s das c??meras quando come?§asse a grava?§??o.??? Billie desviou de novo o olhar, numa incurs??o da cr?­tica, no entanto obl?­qua, demonstrando uma certa ofensa. Ela n??o tinha nenhum envolvimento real com o show-business e n??o gostava quando Mai ??? ou qualquer pessoa ??? deixasse claro que os pensamentos e as ideias dela eram essencialmente de uma amadora. Mai n??o queria ferir seus sentimentos. ???Eu vou pensar sobre isso,??? disse. ???Eu s?? preciso descobrir como fazer.??? Billie sorriu. ???Eu sei que voc?? seria ??tima.??? ???Eu tenho que lutar com essa maldita pe?§a primeiro. O diretor j?? me odeia e continua falando sobre o ???contrato social??? que Chekhov est?? tentando criar com o p??blico. Estou tentando achar sentido para a personagem.??? ???Querida, fa?§a o que voc?? sempre faz ??? utilize o sentimento humano. N??o importa o contrato social, todos aqueles russos vitorianos eram humanos, n??o eram???? ???Quando eu tiver alguma evid??ncia, eu vou te contar.??? O taxi a levou diretamente para a porta do clube, de vez em quando o motorista olhava para ela, mas foi educado e agradeceu quando ela deixou a gorjeta. O clube estava discretamente situado em um armaz?©m reformado n??o muito longe de Canary Wharf, tinha concess??o exclusiva para o com?©rcio, com um pequeno p??rtico marrom em forma de meia concha sobre a porta. Derek estava atr??s do bar com sua habitual jaqueta branca e camisa preta, dando instru?§?µes ao novo bartender sobre como misturar um de seus coquet?©is. H?? uma alta rotatividade no clube, em grande parte porque Derek ?© um tirano quando as portas se fecham, no entanto, agrad??vel quando est?? com seus clientes. Ele olhou para cima, sorriu abertamente para Mai e fez um sinal com a cabe?§a apontando para a parte de tr??s do sal??o. Embora houvesse uma caverna no andar de baixo que abrigava o espa?§o do DJ, Mai sabia que a maioria das pessoas que ela conhecia estava reunida no fundo do sal??o. Era um local mais tranquilo e mais f??cil para fofocar. O sal??o estava sutilmente iluminado como a c??mara escura de um fot??grafo, facilitando evitar pessoas simplesmente por ficar de costas e ignorar a presen?§a deles. Assim que ela passou pela porta, dezenas de pares de olhos brilhantes se voltaram para ela, da mesma forma que uma alcateia de le?µes que tinha acabado de avistar uma gazela. Stefan a notou imediatamente, o rosto dele estava iluminado sob seus cabelos loiros e curtos. Ele veio at?© ela, pegou-a pelo bra?§o e a conduziu para uma mesa vazia, uma forma sol?­cita e comicamente exagerada. Ele vestia uma camisa justa cinza da Pineapple Studios e uma cal?§a preta de sarja e estava com um leve brilho em sua pele, como se ele estivesse trabalhando. Eles se sentaram nas cadeiras de couro que Derek tinha garimpado de um falido clube de cavalheiros. Stefan se inclinava intencionalmente. ???Agora, minha jovem, conte-me tudo. Como foi seu primeiro dia???? ???Eu tenho que te contar???? ???Voc?? n??o me negaria a possibilidade de fofocar, negaria? H?? alguma coisa que deva saber???? ???E eu que achava que voc?? estava interessado em mim ... ??? Os olhos de Stefan se arregalaram ainda mais. ???Oh, minha querida, eu estou. Eu realmente estou. Mas voc?? precisa estabelecer algumas prioridades. N??o vou negar a possibilidade de um romance. Agora me fale, como foi realmente? Assustador ou prazeroso???? ???Eu n??o conhe?§o mais ningu?©m que usaria a palavra prazeroso numa conversa.??? Stefan abriu os bra?§os como para dizer, Esse ?© o milagre que eu fa?§o. Mai disse, ???Eles pararam de servir bebidas aqui???? ???Hmm ... ser?? que estou percebendo alguma relut??ncia em falar sobre hoje? Foi ruim???? ???Vamos dizer que o Pedro n??o escolheria ser muito diplom??tico. As perspectivas de carreira dele s??o limitadas.??? ???Ele foi grosso???? ???Eu acho que ele preferia dizer que foi honesto.??? ???Bem, minha opini??o ?© ... dane-se.??? ???Estou feliz que voc?? demonstrou o que pensa.??? Stefan deu um sorriso for?§ado. ???Deixe-me pegar um drink para te consolar. O de sempre???? ???Por favor. N??o com muito vinho branco.??? Stefan foi at?© o bar para buscar o spritzer que ela tinha escolhido como sua bebida preferida. Agora que os olhos dela estavam aclimatados, ela olhou ao redor para as pessoas no sal??o ??? eles aparentavam na maioria vinte ou trinta anos, penteados deslumbrantes, sapatos brilhantes, incluindo seus dentes. Eram da m?­dia ou outro tipo ??? televis??o, revista, moda. Ela conhecia muitos deles, ou pelo menos sabia o que faziam: Stefan era um experiente guia sobre quem era quem na m?­dia em Londres. Ele era um ano mais velho que ela e tinha ido direto da escola na ??rea rural de Northampton para o centro de Londres, primeiro para estudar dan?§a e depois para pratic??-la. Ele tinha acabado de conseguir seu primeiro trabalho em uma companhia de dan?§a contempor??nea. Ela estava orgulhosa dele. Ele voltou e sentou-se pr??ximo ?  ela, direcionando sua cadeira para dentro do sal??o e ficou como se estivesse assistindo ?  televis??o. ???Est??o todos bem esta noite, bom para uma segunda-feira. Veja aquele garoto com bigode falhado ??? voc?? o reconhece???? ???N??o, nem o bigode.??? ???Ganhou a semifinal da Generation Ex na semana passada. Veio com aquela garota que est?? no bar, com os bra?§os finos e com uma blusa azul do Ex?©rcito da Salva?§??o. Logo ela ser?? uma ex, eu acho.??? ???Como voc?? sabe essas coisas? Recebe algum e-mail que eu n??o recebo???? ???Uma hora de manh?? fazendo gin??stica ??? sintonizo nas esta?§?µes certas e o mundo todo est?? l??. Al?©m de um fluxo de informa?§?µes do aplicativo MailOnline.??? ???Linha direta com o Inferno.??? ???Eu sei, o que um viciado em fofoca poderia fazer? Ent??o me diga, como ?© o Alfie???? ???Vou dizer quando eu puder v??-lo.??? Stefan adquiriu uma fei?§??o simp??tica e se virou para ela. ???Oh querida.??? ???Ensaios ??? piores que os meus. Parece que isso est?? acontecendo h?? meses. O primeiro show deles ser?? esta semana.??? ???Avise-me e eu irei com voc??. Voc?? pode precisar de uma desculpa se eles falharem. S?? estou dizendo.??? ???Eu n??o me importaria mas ele n??o est?? mantendo contato. Voc?? sabe, meu primeiro dia de ensaio. Um pouco de interesse n??o seria nada mal.??? ???Ele ?© um garoto ocupado.??? ???N??o o defenda, Stefan. Voc?? se diverte muito com a situa?§??o para ser um mediador.??? ???Voc?? tem certeza que n??o estudou em uma universidade? Grandes palavras.??? ???A universidade da vida, meu filho. Um est??dio de televis??o. Ou voc?? aprende r??pido ou afunda. Voc?? cresce na velocidade da luz.??? ???E se torna forte como velhas botas.??? Mai sorriu pela primeira vez. Stefan sabia que descrev??-la uma pessoa forte ativaria sua ironia. Ele tinha recebido muitas liga?§?µes dela, tarde da noite nos ??ltimos dois anos, para acreditar que ela tivesse qualquer tra?§o de resist??ncia. Ele disse, ???Ent??o voc?? est?? bem, ?© s?©rio???? ???Eu vou ficar.??? ???N??o basta, querida. Estou exigindo demais de mim mesmo porque eu quero fazer o que estou fazendo. N??o gostaria de pensar que voc?? est?? apenas se divertindo com isso. N??o ?© o nosso caso. ?? quest??o de querer ou n??o fazer isso. H?? muitas pessoas que estar??o na mesma situa?§??o.??? ???Meu Deus, Stefan, eu estou bem, ?© s?©rio. Foi apenas um primeiro dia dif?­cil. Se eu n??o pudesse reclamar com voc??, com que meu reclamaria? H?? algu?©m a quem eu posso contar???? Stefan olhou-a de forma severa, e ent??o piscou. ???S?? para confirmar. Voc?? ?© boa, n??o se subestime.??? Mai deu um tapa em seu bra?§o. ???Sendo assim, vou ao banheiro.??? Ela se levantou e se dirigiu at?© o fundo do lounge lotado. O pr??prio ar parecia brilhar com o resplendor de homens e mulheres jovens, que estavam sentados heroicamente em frente ao bar ou em uma intimidade for?§ada ? s mesas enclausuradas. Ela sentiu o ru?­do do andar de baixo e o estrondo da m??sica, como uma brisa quente, quando ela passava pela porta de sa?­da de inc??ndio. Quando ela estava empurrando a porta do banheiro, algu?©m chamou-a pelo nome. Ela reconheceu a voz e suspirou sobriamente antes de se virar. Helena Cross estava sentada com dois jovens ?  uma mesa baixa e a estava olhando com um sorriso falso; ela demonstrava toda a sinceridade de um apresentador de TV, sem o charme da discri?§??o. Esta noite ela vestia um vestido curto azul claro e um decote que deixava seus seios inchados voltados para frente e convidativos, como se tivessem sido empurrados por m??os bobas. Ela disse, ???Mai, que legal. Ouvi dizer que voc?? iniciou os ensaios.??? Ela manteve aquele sorriso plastificado o tempo suficiente para preparar Mai para um desafio. ???E ent??o, como foi? Disseram que seu diretor ?© um pequeno Hitler.??? ???Helena ??? bom ver voc??.??? Ela olhou para cada homem ao lado dela: jovens p??lidos com cabelos escuros cheios de produtos. ???Quem s??o esses garotos???? Helena era alguns anos mais velha que Mai e entendeu a cr?­tica. Ela preferiu ignorar. ???Eles s??o bons sujeitos.??? Ela olhou um e depois o outro e ent??o se levantaram para apertar as m??os de Mai, como se Helena tivesse enviado uma mensagem telep??tica. ???Jasper.??? ???Tarquin.??? Mai disse, ???Uau, ainda colocam esse tipo de nome em algu?©m???? Eles balan?§aram a cabe?§a de forma quase id??nctica. Eles iriam preferir serem chamados de Harry ou Max, ou at?© mesmo Jude. Helena disse, ???N??o consigo fugir deles. Posso ir a qualquer lugar de forma inc??gnita e eles aparecem, como Paparazzi sem c??meras. Eu acho que eles devem estar pagando algu?©m para me seguir. Eles descobrem onde estou indo, ent??o eles lavam seus cabelos, escovam seus dentes e me encurralam como uma presa ... ??? ??? ela sendo ca?§ada por uma foto ??? ???... Bambi. Quem me dera poder dizer que n??o gosto de aten?§??o, mas nem sempre isso ?© poss?­vel, n??o ?©???? ???Tenho certeza que eles s??o muito bem comportados.??? Ela olhou para eles. ???N??o s??o???? Ambos deram um sorriso sem gra?§a, devotos como vig??rios que permanecem inofensivos. Um ??nico ataque de ofensa significaria banimento total da mesa de uma celebridade ??? a menos que fosse pelo dono da mesa. Helena disse efusivamente, ???Ent??o, voc?? soube da hist??ria de Deannah. ?? claro que voc?? vai participar.??? ???Voc?? vai???? ???Os primeiros votos s??o para que eu esteja l??. Eu n??o queria, mas Finn me convenceu. Voc?? sabe que ele ?© um p??ssaro dif?­cil. Ele est?? mais para um pequeno papagaio cruel no meu ombro do que para um assessor. Algu?©m me disse que j?? sou a favorita. Muito chique!??? ???Que bom. Isso deve ser muito bom.??? ???Oh, ?© sim muito bom. N??o posso imaginar como ser?? essa competi?§??o ??? voc?? pode???? Ela saiu mantendo seu sorriso brilhante por um segundo a mais. Ela est?? preocupada, Mai pensou. Ela n??o quer que eu participe. Mai tinha tirado de Helena o papel de Steffi no Terra?§o Amberside dois anos antes, e ela nunca mais esqueceu, nem mesmo quando se destacou diante dos olhos do p??blico como uma celebridade, por ter atuado de tempos em tempos em musicais no Teatro West End e dan?§ado em programas de TV. Mai n??o era de se vangloriar, mas no caso de Helena, ela estava perfeitamente disposta a abrir uma exce?§??o. Ela disse, ???Tenho que ir. A natureza me chama.??? ???Ent??o voc?? n??o vai disputar por Deannah???? Mai deu um sorriso falso. ???Isso seria divulgado.??? ???Porque dizem que no Daily Paper eles est??o torcendo por mim. O russo, que ?© o propriet??rio, aparentemente gosta de mim. A competi?§??o ?© apenas uma maneira de obter alguma publicidade, mas ele quer que eu ganhe.??? Assim que ela empurrou a porta e entrou no banheiro feminino da caverna, iluminado como a ponte da Nave Estelar Enterprise, Mai pensou: Ela realmente n??o deveria ter me dito aquilo. Ela j?? tinha decidido que n??o iria se envolver nessa competi?§??o. Ela tinha muito que fazer nas pr??ximas quarto semanas para perder tempo em outro lugar. Mas alguma coisa tinha ascendido o seu esp?­rito competidor: talvez por ter pensado que o papel estaria sendo dirigido para algu?©m que n??o o entendia. Atriz em ascens??o toma importante decis??o no banheiro de uma casa noturna. Foi um daqueles momentos decisivos que deixam uma pequena marca em sua consci??ncia e que ela sabia que nunca seria capaz de apag??-la ou esquec??-la, como um entalhe em um arm??rio Chipperfield. Quando ela saiu do banheiro, Helena ainda estava sentada ? quela mesa, por?©m sozinha. O sorriso j?? n??o mais existia e a atmosfera havia mudado. Mai percebeu que ela tinha dispensado os garotos para que eles n??o testemunhassem o que iria acontecer. Helena levantou-se da sua cadeira e chegou t??o perto de Mai que ela p??de ver onde sua maquiagem tinha manchado causando-lhe novas sardas. T??o perto, rosto largo, olhos amplamente espa?§ados e a boca grande ??? t??o impressionante em fotos profissionais ??? agora parecia feia e nojenta. Um alerta selvagem vinha de dentro de suas pupilas escuras. ???Eu sei o que voc?? est?? fazendo,??? disse ela a Mai. ???Eu j?? vi voc?? fazer isso antes e eu n??o vou deixar que isso se repita comigo novamente.??? Mai sentiu-se inferior, diminu?­da. ???Estou aqui para encontrar um amigo. Desculpe-me se voc?? n??o pode lidar com isso.??? ???Ha ha, sempre cruelmente inteligente e espirituosa. Nunca se perde com as palavras, n??o ?© mesmo, espertinha? Eu tive que lidar com pessoas assim como voc?? a minha vida toda e eu n??o vou perder novamente. Eu vou conseguir o papel de Deannah e vou te derrubar.??? ???Eu acho que voc?? deveria parar de ir ?  academia de gin??stica, isso est?? lhe causando alucina?§?µes.??? ???Voc?? est?? sendo legal agora porque ?© isso o que voc?? sempre faz. Sempre no controle, com aquele sorriso de garotinha, n??o entra e nem sai do jogo. Eu conhe?§o os seus m?©todos. Voc?? quer que as pessoas venham at?© voc?? ao inv?©s de ir voc?? mesma, mas n??o, voc?? n??o pode demonstrar que realmente est?? querendo alguma coisa, n??o ?©? Assim as coisas ficam f??ceis para voc??, n??o ?© mesmo? Fingindo tranquilidade.??? ????? voc?? quem est?? dizendo isso. Est?? sendo repetitiva. Posso passar???? ???Lembre-se, Mai, voc?? n??o ir?? ganhar desta vez. Voc?? conseguiu da ??ltima vez, filha de Geraldine Rose, fracassada estrela de filme, mas desta vez eu tenho algumas pessoas do meu lado. Agora ?© a minha vez, n??o ouse esquecer-se disso.??? Mai estava evitando olhar para ela e estava sendo empurrada para tr??s em dire?§??o ?  porta do banheiro feminino. Ela agora ergueu-se ereta, olhou diretamente nos olhos de Helena e inclinou-se para a frente para que a outra mulher tivesse que passar por tr??s dela. ???Para sua informa?§??o,??? disse Mai, saboreando o som vindo de sua boca at?© mesmo a ponto de repetir as palavras, e repetindo disse, ???Para sua informa?§??o, eu n??o iria entrar no jogo. Eu iria dizer, Obrigada, mas n??o, se eles tivessem me oferecido, mas agora, sou grata a voc??. Obrigada por ajudar-me a decidir. O jogo come?§ou, sua vadia.??? Ela se voltou para tr??s, sabendo que Helena a estava olhando fixamente pelas costas e imaginando que ela estivesse com aquela boca larga ainda mais aberta ??? ela nunca ficava bem assim. Ela ascenou para Stefan enquanto passava por ele e seguia em dire?§??o a Patty Leading, editora de entretenimento do Daily Paper. Ela segurava o que parecia ser um coquetel Bloody Mary em uma de suas finas m??os, e uma c??mera Canon de alta defini?§??o na outra. O corpo dela era de uma magreza profunda de algu?©m que se punia com exerc?­cios f?­sicos ao inv?©s de fazer dieta. Ela estava conversando com um jovem rapaz com cabelos ruivos em cascata, que Mai pensou que era um membro ???rebelde??? de uma nova banda formada por garotos. Ele vestia um agasalho de treino vermelho brilhante, em p??blico. Ela pegou Patty pelo bra?§o e puxou-a para o lado. ???Voc?? pode me garantir que a vota?§??o da enquete para o papel de Deannah ser?? justa???? Patty pareceu confusa, desconfort??vel, porque as rugas ao redor dos seus olhos de repente revelaram uma idade que o resto do seu esp?­rito tentava fortemente esconder. ???Helena falou com voc??, n??o ?©, querida? Algu?©m do trabalho deve ter contado a ela alguma coisa em que acreditou. Valentin n??o seria capaz de discernir Helena Cross de Helena Bonham Carter. Exceto se houvesse a probabilidade de ele ter assistido ao Planeta dos Macacos.??? ???Como funciona isso? Eu preciso fazer formalmente a minha inscri?§??o para o papel em algum lugar, ou algo assim???? ???N??o, n??o ?© necess??rio nada disso. N??s queremos que as pessoas votem por quem elas querem, embora estejamos dando algumas sugest?µes, ?© claro. Isso foi anunciado ontem na nossa edi?§??o de Domingo e o primeiro dia de vota?§??o foi hoje, e voc?? j?? perdeu um dia, sua tonta.??? ???Por que tonta???? ???Voc?? j?? poderia ter iniciado a sua campanha com fotos e assim por diante.??? ???Eu estava trabalhando. Voc?? sabe como ?© o dia de trabalho.??? Patty sorriu e tomou um gole do seu drink. ???Estamos em busca de uma pequena lista com cinco nomes, por isso pedimos para que as pessoas votem dentro de poucas semanas.??? Ela olhou Mai mais de perto. ???Voc?? tem certeza que quer participar???? ???Por que? N??o ?© genu?­no e confi??vel???? ???Claro que sim. Os produtores disseram que utilizar??o o resultado da enquete para lan?§ar Deannah, por aclama?§??o popular ou algo desse tipo. Eu apenas acho que voc?? ?© muito inteligente para isso. H?? quanto tempo n??s nos conhecemos???? ???Desde que voc?? estava na Hello! Umas duas semanas depois que eu comecei na TV.??? ???Exatamente, e em todo esse tempo, quantas vezes voc?? veio a mim dessa forma para tentar se promover? N??o responda, eu lhe direi. Nenhuma vez, precisamente. Voc?? nunca foi atr??s de holofotes. Por que iria agora???? Mai n??o disse nada, sua mente ainda estava se recuperando do veneno lan?§ado por Helena. Ela percebeu que estava apertando cada vez mais o bra?§o de Patty. Ent??o ela o soltou fazendo-a baixar sua m??o. Ela disse, ???Talvez seja a hora de ir atr??s de holofotes. Desde que eu comecei na TV, as pessoas diziam que isso um dia iria acontecer.??? Patty mostrou-se incr?©dula. ???Voc?? n??o acredita nisso.??? Ela levantou sua camera e a direcionou para o rosto de Mai. ???Posso tirar uma foto sua, momentos depois de ter tomado uma decis??o assim t??o importante???? ???N??o!??? Ambas deram risada. Patty disse, ???Ent??o me diga por que voc?? est?? fazendo isso? Por que quer ser Deannah???? Mai pensou por um instante. ???Eu me sinto como se eu j?? estivesse atuando nesse papel. E eu n??o posso imaginar ningu?©m mais al?©m de mim para fazer isso.??? ???Isso tudo parece uma grande bobagem. Nem parece voc??.??? ???Eu sei. Mas h?? uma conex??o entre mim e Deannah que nem eu compreendo. Senti isso quando estava lendo o livro e nunca mais esqueci. Tenho apenas vinte anos e parece que nasci para interpretar esse papel. Isso ?© muito estranho, n??o ?©???? ???Al?©m de estranho ?© tamb?©m assustador. N??o leve isso t??o a s?©rio, Mai. Isso ?© apenas a ind??stria do entretenimento, n??o ?© a vida.??? ???A?­ ?© que voc?? se engana.??? CAP??TULO TR??S A MANH?? DE TER??A-FEIRA deu os primeiros sinais do fim do outono. Uma pequena onda de frio que exigia luvas e cachec??is. Quando ela chegou nos port?µes da velha escola, Mai ficou atr??s de um grande pilar feito de pedra, protegida do vento persistente e telefonou para Alfie. Era apenas oito horas e quarenta e cinco minutos da manh?? mas ela estava cheia de esperan?§a. Folhas rodeavam seus tornozelos e o c?©u cinza ficava pontilhado de p??ssaros estridentes e impacientes para voar em dire?§??o ao sul. Ele atendeu no segundo toque. ???Al??.??? ???Passou a noite acordado ou acabou de acordar???? ???Acordado desde ? s sete, fazendo gin??stica. Uma grande turn?? est?? por vir, n??o posso adoecer.??? ???Impressionante. Eu estou do lado de fora de uma escola no sul de Londres.??? ???Teve sorte com os garotos da escola???? ???Sou muito velha para eles. Eles n??o se interessam nem se eu lhes oferecer doces.??? ???Passei por isso nos meus vinte anos. N??o h?? nenhuma esperan?§a para n??s, ent??o.??? Ambos fizeram uma pausa e ouviram a respira?§??o do outro. Mai sentiu o frio subindo pelo seu rosto, uma sensa?§??o de aperto nos l??bios e nas orelhas. Ela pensou por que estava tendo aquela conversa naquela hora. O que ela queria? Alfie disse, ???Ent??o voc?? vir?? amanh??? Consiga um lugar na primeira fila. Venha nos bastidores para ver a banda e depois atire tulipas em n??s, ou calcinhas, voc?? escolhe.??? ???Ainda tem o mesmo nome???? Ela tinha tentado persuad?­-lo a n??o usar The Gastric Band como nome da Banda, mas os amigos sarc??sticos e adolescentes crescidos de Alfie se recusaram a mud??-lo. Com o tour agendado, isso agora era provavelmente tarde demais. A pequena gravadora tinha desistido de gravar ap??s duas reuni?µes de tr??s horas terem resultado em um sil??ncio taciturno por parte dos membros da banda. Apesar das amea?§as vindas da cr?­tica, pode-se incluir frases como ???The Gastric Band??? n??o s??o suficientemente unidos e ???The Gastric Band??? n??o consegue nem resolver seus pr??prios problemas. ??? Alfie disse, ???N??o comece, Mai. Est?? feito. Ent??o voc?? estar?? l?????? ???Eu vou tentar. O diretor dessa pe?§a ?© um nazista, ent??o n??o posso confiar que terminaremos em tempo.??? ???Os nazistas s??o conhecidos por n??o serem pontuais.??? ???Voc?? sabe o que eu quero dizer.??? Ela n??o podia evitar dizer, com a voz na defensiva operando dentro dela, ???N??o seja exigente.??? Ao inv?©s de lhe dar uma resposta, ele n??o disse nada, como de costume. Ela sabia que ele n??o era capaz de lidar com qualquer tipo de conflito, ent??o ele fingia n??o existir nenhum. Ironicamente, isso foi o in?­cio de um conflito entre eles. Ap??s um momento ele disse, ???Voc?? n??o ligou ontem.??? ???Voc?? tamb?©m n??o, garoto esperto.??? ????? verdade, desculpe. Foi por falta de tempo. Eu terminei somente ?  meia-noite. N??o quis ligar por causa dos seus ensaios e tudo mais.??? ???Tudo bem, aconteceu o mesmo comigo. Por isso n??o liguei.??? Ela ficou pensando por que n??o mencionou que tinha sa?­do com Stefan. Ela n??o se sentia totalmente culpada. Alfie disse, ???Ent??o foi bom ou o qu?????? ???N??o, na verdade foi um lixo.??? Ela de repente sentiu vontade de chorar, seus olhos ficaram marejados. ???O diretor ?© um d?©spota. Um pretensioso. Ele quer me quebrar, como um cavalo ou algo assim, para que eu fa?§a exatamente o que ele quer.??? ???Voc?? precisa de um homem forte para bater nele???? ???Seria bom.??? ???Eu vou ver se eu acho um ... ??? Mai sorriu suavemente ??? isso ?© exatamente o que ele diria. O interessante ?© que Alfie poderia ser t??o din??mico e substancial por tr??s de sua figura, entretanto, t??o reservado na vida real. Talvez seja isso que o tenha feito extravasar toda sua raiva e frustra?§??o. Ela disse, ???E tem outra coisa. Voc?? pode ouvir falar muito de mim nos jornais em breve.??? ???Deannah ha-ha.??? ???Acertou.??? ???F??cil. Joe me contou sobre isso. Ele viu voc?? lendo o livro quando chegou para o ensaio. Perguntou se voc?? poderia se interessar. Eu procurei por isso na internet ontem ?  noite.??? ???Ent??o, o que voc?? acha? Devo participar???? ???Ela definitivamente ?© voc??, n??o ?©? Uma garota comum que se torna uma princesa de meio-per?­odo.??? Mai deu risada. ???Seu bobo. De qualquer forma, eu n??o preciso da sua permiss??o. Eu j?? disse a eles que estou na disputa.??? ???Um pouco de concurso de beleza. ?? isso o que quer???? ???Parece que sim, uma vez que eu aceitei participar. O que voc?? acha???? ???Hey, ?© a sua carreira. Voc?? decidiu fazer a pe?§a. Voc?? decidiu fazer o lixo do filme.??? ???Ainda n??o sabemos se ser?? um lixo. Isso depender?? dos efeitos especiais. Um garota tem que come?§ar em algum lugar.??? Mai n??o estava gostando da dire?§??o que a conversa estava tomando. Alfie parecia agressivo sem motivo esta manh??, como se ele estivesse liberando alguma tens??o interna por testar sua resili??ncia. Ela disse, ???Est?? tudo bem com voc?????? ???Sim, por que???? ???N??o sei. Voc?? parece ... conciso.??? ???Voc?? tamb?©m estaria concisa se estivesse ensaiando dez m??sicas para daqui a tr??s semanas sem nenhum descanso. Meus bra?§os est??o doendo continuamente e eu n??o posso sentir os meus dedos. Est??o como bananas nas extremidades dos meus pulsos para servir como experimento de um cruel m?©dico cirurgi??o.??? Da mesma forma como aconteceu muitas vezes quando ela estava nos ensaios, Mai come?§ou a examinar o que ela estava sentindo. N??o sabia se queria expressar a leve sensa?§??o de raiva e frustra?§??o que ela estava sentindo naquele momento, o que ela faria agora? Poderia olhar nos olhos de Alfie? Queria toc??-lo? Esbofete??-lo? Beij??-lo? ???Voc?? ainda est?? a?­???? Sua voz estava afiada. Ela voltou para o presente, para o frio no seu rosto e a sensa?§??o da tela de vidro do seu celular na sua orelha. ???Estava apenas pensando,??? ela disse. ???Eu tentarei ir amanh??. Pode ser que eu traga Stefan. Ele pode fingir ser meu namorado, deixando o caminho livre para voc?? com seu f??-clube de garotas de dezesseis anos.??? ???Elas t??m vinte anos e eu posso ter mais problemas com elas. Elas discutem mais.??? Mai sorriu ao telefone novamente. Alfie disse, sua voz est?? mais suave, ???N??o se preocupe com a pe?§a. Voc?? ?© boa e sabe disso. O Pedro ?© um est??pido. O que ele ir?? fazer ??? demitir voc??? Provavelmente n??o.??? ???Ele j?? fez isso antes, evidentemente. N??o tem considera?§??o.??? ???Mas ele ter?? que enfrentar a ira do meu baterista depois.??? ???Um espet??culo.??? ????? o barulho que eu fa?§o que realmente os assustam.??? Pedro deu in?­cio ao segundo ato, onde o grande s?­mbolo da pe?§a faz uma apari?§??o ??? um p??ssaro morto a tiros por um dos personagens que o oferece ao personagem interpretado por Mai. Ao inv?©s de utilizar um objeto cenogr??fico real, Pedro tinha trazido um macaco de pel??cia, fazendo com que todos ca?­ssem na risada enquanto revisavam o seu potencial simbolismo na pe?§a. Ele riu com os outros por um tempo mas logo ficou entediado e come?§ou a gritar com eles. J?? era hora do almo?§o e eles estavam ensaiando o segundo ato em uma s?©rie de cenas chatas. Muitos personagens tinham cenas com falas longas, fazendo com que Pedro tivesse que dar a eles a sua c??pia pessoal do texto, e os atores, desinteressados, suspiravam em al?­vio e voltavam para os bancos alinhados ?  parede. Mai ficava pensando quando isso come?§aria melhorar. Quando pararam para almo?§ar, ela viu uma familiar jaqueta esportiva bege no fundo do audit??rio. Eric estava l??, ela percebeu que ele estava l?? por mais ou menos meia hora, provavelmente para observar como as coisas estavam indo. Ela indicou com os olhos que iria v??-lo do outro lado, pegou seu sandu?­che e caminhou para a porta de sa?­da de inc??ndio, pr??xima ?  uma pilha de mesas sobre cavaletes. Ela se sentou perto dele na parede do parquinho infantil da escola e de repente sentiu-se novamente como uma colegial em Northampton, tipicamente de lado ouvindo as outras garotas de sua idade falarem sobre garotos e m??sica. Elas provavelmente morreriam ao saber onde ela est?? agora ??? se encontrando com um namorado que ?© atualmente ?­?­integrante de uma banda. ???Minha m??e ligou para voc??, ent??o.??? Construtores, decoradores e eletricistas estavam cantarolando enquanto passavam pela rua em furg?µes brancos. Eric esperou at?© que houvesse sil??ncio. ???Voc?? n??o acha que eu devo verificar periodicamente? Ver se est?? tudo bem com voc??? Voc?? n??o confia em mim, garota.??? Ela ofereceu a ele um sandu?­che, mas ele recusou. Como de costume, ele precisava cortar o cabelo e n??o seria pedir muito se fizesse tamb?©m a barba. Quando ela estava mais generosa, ela preferia pensar que ele estava muito ocupado cuidando dos seus neg??cios, que n??o tinha tempo para se preocupar com sua apar??ncia pessoal. Quando ela estava chateada, ela achava que ele era apenas um desleixado. ???Voc?? alguma vez j?? lustrou os seus sapatos? Eles parecem exatamente os mesmos de quando fomos naquele lugar da fazenda em Amberside. Lembra???? Eric mexeu os ombros. Ele nunca se sentiria envergonhado a ponto de mudar a sua apar??ncia. Ele disse, ???Parece que voc?? tomou uma outra decis??o sem me consultar. Eu n??o acho que as condi?§?µes dos meus sapatos t??m tanta import??ncia em compara?§??o com a natureza prec??ria do nosso relacionamento profissional.??? Mai suspirou irritada e se voltou para seu sandu?­che. Sempre que Eric tinha que dar in?­cio a uma dif?­cil discuss??o, sua linguagem tornava-se complexa, como se ele pudesse evitar que a mensagem real fosse transmitida pelo uso criterioso das s?­labas. Ela disse, ???Ontem um amigo fez-me lembrar que voc?? ?© meu assessor e n??o o meu chefe.??? ???Verdade, verdade, e eu poderia infligir algum dano f?­sico a algu?©m que dissesse o contr??rio. Mas h?? algumas coisas que precisamos considerar de forma estrat?©gica. Afinal, sua carreira n??o ?© a mesma coisa que agendar um hor??rio com o cabeleireiro. ?? um compromisso de longa dura?§??o, e toda decis??o, cada momento decisivo em um compromisso assumido precisa ser considerado por uma infinidade de ??ngulos diferentes.??? ???Como um diamante.??? ???Se quiser, sim. Como um diamante.??? ???Ou quartzo.??? ???Voc?? n??o pode me hostilizar, Mai.??? Ele parou e olhou para uma mulher negra que passou pelo port??o da escola, resmungando para ela mesma. ???Estou aqui para cuidar dos seus interesses. Voc?? se lembra quando sua m??e a colocou em contato comigo, h?? dois anos? N??s assinamos o contrato e naquele contrato eu dizia que eu sempre trabalharia para maximizar tanto a sua renda como seu sucesso profissional. Trata-se disso. Voc?? pode fazer a piada que quiser, e ocasionalmente at?© participarei, mas quando se referir a uma importante decis??o como esta, eu gostaria apenas de um pouco de considera?§??o. Voc?? n??o pode tomar o controle e decidir participar de algo sem me consultar.??? ???Eric, olhe para mim. Eu cresci. Eu nem tinha dezoito anos quando assinei aquele contrato e eu precisava de toda ajuda que voc?? pudesse me dar. E eu lhe agrade?§o por isso. E agrade?§o por conseguir trabalho para mim nessa pe?§a e no Tornado, que tenho certeza que quebrar?? todos os recordes de bilheteria e que ganhar?? dez Oscars. Mas quanto ao papel de Deannah, se afaste, tudo bem? Isso ?© algo que eu quero fazer. Eu quero o papel porque eu acho que ser?? bom para mim, porque eu acho que o livro ?© popular e eu sei que eu posso faz??-lo. Eu li o livro e eu conhe?§o aquela garota. Se eu conseguir o papel, eu o farei bem e com o vento soprando a meu favor, o filme ser?? bom para a minha carreira.??? Houve uma longa pausa. Eric ergueu-se na sua estatura total. ???Ent??o voc?? est?? dispensando os meus servi?§os.??? ???N??o, por Deus!??? ???Mas ?© o que parece deste lado da mesa.??? ???Agora voc?? est?? sendo melodram??tico. ?? o meu trabalho, dentro daquele congelante audit??rio. O que estou dizendo ?© que nosso trabalho agora ?© de nos certificarmos de que conseguirei o papel de Deannah. N??s podemos tramar e planejar para que eu ganhe daquela bruxa loira da Helena Cross novamente.??? Eric levantou bruscamente a cabe?§a. ???O que ela tem a ver com tudo isso? Quem a indicou???? Mai terminou seu sandu?­che e amassou o papel alum?­nio como uma bola e o colocou dentro da sacola. ???Ela mesma se indicou. Ela quer o papel, somente para tir??-lo de mim. Eu realmente n??o posso culp??-la. Eu fiquei dois anos em Amberside e ela esteve por dois anos escolhendo n??meros de Loteria na TV e fazendo coreografias com membros do parlamento. Que poderia ter sido eu.??? ???Dificilmente. Pelo menos voc?? tem talento.??? ???Obrigada por notar. Podemos come?§ar outra vez???? Ela sabia que no final Eric era sempre pragm??tico. Ele tinha explos?µes de orgulho intolerante mas no final, ela era sua estrela ativa e ele n??o queria perd??-la se pudesse evitar. Ao longo dos dois ??ltimos anos ele tinha concentrado cada vez mais sua aten?§??o nela enquanto sua popularidade crescia, sendo que ele tinha deixado de lado alguns de seus f??s. A m??e de Mai tinha dito a ela que isso era um erro, porque ele deveria querer aumentar seu p??blico, e n??o reduzi-lo por causa dela, mas ele provavelmente a enxergava como um ticket refei?§??o ??? o primeiro que ele tinha tido em quase trinta anos de trabalho de representa?§??o. Ele inflou suas bochechas e colocou suas m??os nos bolsos da sua cal?§a de veludo cotel??. ???Voc?? ?© uma fulana pequena e cruel quando quer, n??o ?©? Gostaria de saber de onde voc?? tirou isso ??? n??o foi da sua m??e, que era t??o doce quanto uma torta de ma?§?? da Bramley.??? ???Olhe, eu tenho que voltar agora. Ligue para mim amanh?? e faremos uma reuni??o. Voc?? pode chamar isso de uma reuni??o estrat?©gica se voc?? se sentir melhor assim. Agora d??-me um beijo e v?? para casa.??? Ele deu um passo ?  frente e eles trocaram beijos dignos de Hollywood. Ele disse, ???N??o v?? fazer nada ? s pressas sem antes falar comigo. Tem certeza que quer fazer isso? Voc?? sabe que isso ?© um v?­cio, n??o sabe???? ???Helena Cross n??o pode fazer nada para me prejudicar.??? Eric recuou. ???Voc?? nunca deveria dizer esse tipo de coisa. Ela ?© como uma bola de praia ??? voc?? at?© pode tentar coloc??-la em uma caixa, mas ela sempre salta para fora novamente.??? CAP??TULO QUATRO BILLIE PUXOU OS c??es do local onde estavam farejando e depois os seguiu, segurando-os de volta enquanto eles a puxavam em dire?§??o ao bolo de casamento do Museu Nacional Mar?­timo, no centro do Parque Greenwich. Eles puxavam implacavelmente suas guias, tossindo de forma rouca, alegres por estarem indo a algum lugar, em qualquer lugar. Ela achou que estavam animados para ver a Mai. Se ela conseguisse o papel de Deannah, isso seria um n?­vel total de fama para ela. Seria comparado ?  Kristen Stewart ou ? quela garota de Harry Potter, cujo nome ela n??o se lembrava. Seria um grande passo para sua carreira ??? estaria ? s portas de Hollywood. Ela provavelmente teria que contratar William Morris no lugar de Eric, mas isso seria uma grande perda. Ela seria capaz de comprar sua casa pr??pria em Londres ao inv?©s de ter que alugar. Ela de repente percebeu que tinha muito que investir para que Mai ganhasse a enquete. Isso era imprescind?­vel, uma obriga?§??o. Ela j?? tinha escutado rumores de que a est??pida da Helena Cross estava liderando as pesquisas depois de apenas um dia. Mas isso era compreens?­vel porque ela tinha recentemente participado como celebridade em uma maratona televisiva, dan?§ando com cinco membros do parlamento em um evento beneficente. Quando souberem que Mai est?? pensando seriamente em concorrer para o papel, as pesquisas certamente mudar??o, ela estava certa disso. Billie via que a responsabilidade para o sucesso de Mai poderia estar sobre ela. Ela se sentia sempre respons??vel quando as pessoas n??o conseguiam viver de acordo com seu potencial. Era como se tranferisse um peso dos ombros para os dela ??? mas que ela poderia suportar. De fato, ela aceitou essa condi?§??o porque isso a permitia encontrar algum valor real em sua vida. Geralmente n??o havia nenhum reconhecimento ou recompensa pelo stress que ela impunha a si mesma, mas ela sabia que com o tempo as pessoas iriam reconhecer o sacrif?­cio que ela fazia e iriam reconhecer seus dons. Era apenas uma quest??o de tempo. Ela pensou em Mai por um momento, puxando os c??es da est??tua do Capit??o Cook descendo a ladeira em dire?§??o ao centro do Greenwich. Ela estava trabalhando para Mai h?? um ano, desde que ela pegou os c??es, e ela sabia que Mai levava a s?©rio tudo o que ela tinha realizado como atriz. Ela desejava melhorar e ser a melhor atriz que ela poderia ser. Billie concordava com isso ??? era uma boa forma ?©tica de trabalho para algu?©m t??o jovem e inexperiente. Por outro lado, desde que terminou com Dennis, Billie come?§ou a ver que havia outras coisas mais importantes na vida do que o trabalho. Se voc??s pensam que o trabalho ?© suficiente para satisfaz??-los, voc??s est??o enganados. A vida n??o ?© um ensaio. Voc?? faz o que pode para se satisfazer com isso e conseguir o que quer quando isso est?? ao seu alcance. Mesmo que isso signifique ter que quebrar o galho para alcan?§ar isso em primeiro lugar. ???Assista ao filme comigo,??? Mai disse quando Billie entrou. ???Ok. Voc?? ?© quem manda.??? Billie estava secretamente emocionada pelo convite de Mai. No ??ltimo ano, elas tinham assistido juntas ?  v??rios filmes e ela sempre gostava das explica?§?µes dadas por Mai sobre o que os atores estavam fazendo. Elas iriam praticamente assistir a um velho filme que j?? haviam assistido antes, para que elas pudessem se concentrar nas t?©cnicas dos atores e na filmagem e n??o no enredo. Ela acalmou os c??es e se juntou a Mai na sala de estar. Ela tinha baixado um filme de Hitchcock e utilizou um cabo para conectar o laptop dela ?  TV, que estava sobre um suporte na parede. Billie a ajudou a mover o sof?? para a frente da TV, e ent??o elas desligaram as luzes da mesa, com exce?§??o de uma. Doris Day e James Stewart estrelaram O Homem Que Sabia Demais. A hist??ria come?§ou em Marrakech, onde Stewart, um m?©dico, est?? passando o feriado com sua esposa e seu jovem filho. Eles se envolvem com um homem franc??s que, deixa claro ser membro do servi?§o secreto franc??s, e ?© assassinado na frente deles em um Mercado em Marrakesh. Antes de morrer, ele conta um segredo para Stewart ??? um homem ser?? assassinado em Londres. Stewart n??o conta a ningu?©m essa informa?§??o porque ele recebe um telefonema com uma amea?§a de que seu filho estaria em perigo se ele contasse a algu?©m. Toda essa trama levou-as a cerca de metade do filme. Mai estava tranquila, sentada sobre seus p?©s no sof?? e enrolada em um roup??o. Billie abriu uma garrafa de vinho branco sul-africano e estava pronta para servir. Ela inclinou-se para frente e pausou o filme no laptop. ???Posso encher???? Mai disse, ???Doris Day est?? l??, n??o ?© a personagem, ela est?? realmente presente.??? ???O que quer dizer???? ???Voc?? pode v??-la ouvindo os outros atores, mesmo quando n??o aparece na tela. Quando eles aproximam a imagem o outro ator est?? l?? com o texto, lendo-o. Doris n??o permite que isso mude o modo dela reagir. Os olhos dela est??o se movimentando para cima e para baixo enquanto ela est?? observando a fala do personagem, olhando dos olhos ?  boca. Ent??o quando ela sorri, ela realmente sorri. N??o ?© um sorriso for?§ado ??? isso sobe para seus olhos tamb?©m. E fica perfeitamente natural. Emma Thompson faz isso ??? dando a sensa?§??o de que h?? um ser humano l??, e n??o algu?©m atuando como um ser humano.??? ???Eu gosto do Jimmy Stewart ??? pela maneira como ele mudou de um Americano mediano de f?©rias em uma terra estrangeira, para um homem com for?§a de car??ter e determina?§??o.??? ???Ele tamb?©m ?© inteligente. Ele sabe que isto est?? nos olhos. Essa parte agora quando ele abra?§a Doris para confort??-la e seu rosto est?? sobre o ombro dela ... viu o que ele fez com os olhos e com a boca? Os olhos para um lado procurando fugir, a boca levemente aberta, e ent??o, um r??pido olhar para Doris e desvia novamente ??? tudo aconteceu de uma forma r??pida, por?©m perfeitamente controlada. Demonstrou medo, p??nico e determina?§??o.??? ???E ele tamb?©m ?© engra?§ado.??? ???Aquela parte no restaurante marroquino, comendo o frango com as m??os. Ele ?© capaz de fazer gra?§a e cinco minutos depois est?? totalmente s?©rio, dando ordens aos policiais ao redor. Ele muda a sua linguagem corporal, movimentos mais angulares, mais diretos, mais verticais. Coloca hesita?§??o na sua voz, fala mais lentamente.??? Billie se levantou e foi at?© a cozinha para encher seu copo de vinho. Ela gritou, ???Quer uma x?­cara de ch?? ou alguma outra coisa???? Mai disse que n??o queria nada e Billie entrou na sala de estar ??? a grande tela da TV tinha imagem de Doris Day e Jimmy Stewart congelada em um abra?§o apaixonado, e o rosto p??lido de Mai virou-se para a tela de maneira suplicante, absorvendo todo o talento deles. Billie ficou parada por um instante na soleira da porta. Ela teve um repentino pensamento de que momentos como aqueles eram perfeitos ... e ao mesmo tempo sentiu medo. Sua vida era de uma depend??ncia, como uma daquelas aves que viviam atr??s dos elefantes e rinocerontes ... seria um p??ssaro secret??rio? Quando ela foi embora ?  noite, ele dirigiu de volta at?© um pequeno apartamento em Twickenham, que ficava em cima de uma ag??ncia de seguros. Ela subiu as escadas, tomando o cuidado com a sali??ncia dos degraus que poderia rachar sua testa se n??o se desviasse ao subir, virou-se ?  esquerda no hall e abriu a terceira porta ?  direita. Uma cama, uma pia, uma janela guilhotina. Uma cadeira, uma c??moda, um guarda-roupas estreito. Era um quarto escuro nos fundos disfar?§ado de apartamento, com um acesso compartilhado a um banheiro. Era um inferno, mas o ??nico inferno que ela podia pagar depois que se separou de Dennis. Ela estaria miser??vel e infeliz se tivesse que voltar ?  cidade de Bude, apesar do atrativo e revigorante ar do mar. Ent??o ela temia que tudo isso pudesse terminar ??? sua vida atual, a amizade e a proximidade. Tudo o que ela tinha era o inferno de Twickenham. Desde que terminou com Dennis ela se preocupava com o fato de nunca mais ter amigos novamente. Ela dizia para si mesma que era uma pessoa muito exigente e muito velha para mudar isso. Ela tinha medo que em algum momento, a domesticidade ao redor dela ??? entre seus clientes, sua fam?­lia, seus amigos ??? pudessem frustr??-la para sempre. Ela dizia a todos que ela tinha um esp?­rito livre, que n??o queria ser amarrada, que estava muito ocupada se divertindo ... mas as palavras tornavam-se cinzas na sua boca ao mesmo tempo em que as dizia. Ela tinha percebido h?? algum tempo que ela tinha medo do compromisso com alguma linha de racioc?­nio ou algum modo de vida ... mas tinha igualmente medo da solid??o que isso pudesse lhe causar. Portanto, sua solu?§??o era a de ser amada. Certificar-se de que as pessoas gostassem dela e quisessem a sua companhia, sua amizade. Ela trabalharia para eles, por dinheiro, mas ela tamb?©m poderia bajul??-los. Ela queria tornar-se insubstitu?­vel. Ela seria honesta, contanto que a honestidade n??o fosse dolorosa e convencional, enquanto n??o houvesse nenhuma cr?­tica subentendida. Ela caminhava em uma linha t??nue, para parecer prestativa e carinhosa mas ao mesmo tempo, era capaz de falar francamente quando necess??rio. Mai disse, ???Voc?? est?? vindo? Eu quero ver se eles ir??o conseguir resgatar a crian?§a.??? ????? Hollywood, ?© claro que ir??o resgatar a crian?§a. E os bandidos ser??o punidos.??? ???Bem diferente da vida real,??? disse Mai de forma sarc??stica. Por muitas vezes Billie ficava pensando o que motivava Mai. ??s vezes ela se comportava como uma crian?§a que tinha sido mantida de castigo por um tempo, ansiosa para sair dos limites de ser Mai Rose. Outras vezes parecia passiva e observadora, como se fosse mais divertido olhar os outros lutarem com a vida e talvez falharem, do que ela pr??pria se arriscar. Talvez essa disputa pudesse esclarecer qual vers??o dela mesma fosse a real. CAP??TULO CINCO O PERCURSO DE T??XI at?© o clube onde a The Gastric Band iria se apresentar parecia intermin??vel, como uma longa jornada em um sonho onde voc?? nunca chega ao destino, embora esteja sempre ?  vista. O taxista Addison Lee tinha passado para peg??-los primeiro, em seguida foi encontrar Stefan antes de come?§ar a longa jornada pelo norte de Londres at?© Kentish Town e Hampstead, dirigindo agressivamente para al?©m de Golders Green. Aqui h?? drag?µes, pensou Mai, enquanto o taxista seguia adiante. Atriz em ascens??o foi encontrada abandonada em local ermo de Londres. Afirma que n??o havia nenhuma viva alma no local ... Stefan disse, ???Voc?? precisa admirar a ousadia deles. Fazer todo este trajeto apenas para tocar algumas m??sicas.??? ???Eu n??o acho que a banda de Alfie sabe o que ?© uma melodia. Voc?? sabia que o punk nunca morre? Apenas entra em coma e revive de vez em quando.??? Stefan deu uma olhada para ela. ???O homem dos seus sonhos sabe o quanto voc?? admira a carreira que ele escolheu???? Mai n??o disse nada e continuou olhando para fora da janela. Ela tinha falado rapidamente com Alfie naquela manh?? para perguntar o nome do local. Ela tinha sentido novamente uma certa tens??o em sua voz. Ela estava disposta a acalm??-lo ??? afinal, era seu primeiro show com sua rec?©m-lan?§ada banda ??? mas ele parecia estar amargo sem motivo. Ela sabia que isso tinha a afetado em seu ensaio naquela tarde, embora Pedro parecia ter percebido seu mau humor e n??o a tinha pressionado. Ela imaginou se seus outros amigos tomavam cuidado para falar com ela quando ela estava de mau humor. Era ela temperamental? Ela assustava as pessoas? Ela lia biografias de showbiz para estar ciente dos perigos da auto-estima e da vaidade, e a ??ltima coisa que ela queria era afastar as pessoas. Ou assust??-las. ???O que voc?? est?? pensando???? perguntou Stefan. ???Eu deveria estar em casa decorando textos e descansando, e n??o indo para um local suado para destruir os meus t?­mpanos.??? ???S??o as coisas que fazemos por amor.??? Ela n??o virou sua cabe?§a mas levantou as sobrancelhas. ????? claro que sim.??? Ela chegou aos bastidores. Foi conduzida para baixo em alguns corredores escuros, passando por assistentes de palco que carregavam guitarras e rolos de fitas adesivas, movendo-se orgulhosamente como se fossem integrantes da banda. O ar exalava eletricidade de alta voltagem em meio a cabos isolados. Alfie, Joe e outros dois integrantes da banda estavam sentados em poltronas rasgadas em um camarim que nunca tinha visto dias melhores. Joe estava magro e Mai pensou que ele pudesse estar se esfor?§ando para parecer com um integrante da banda Franz Ferdinand ??? de todos os ??ngulos e de cabelo curto. Os outros dois eram de estilo techno-geek e passavam a maior parte do tempo conversando sobre os equipamentos. Um usava ??culos e o outro n??o ??? essa era a ??nica maneira que Mai conseguia diferenci??-los. Alfie se levantou e abra?§ou Mai, depois cumprimentou Stefan. Ele tinha se barbeado pela primeira vez em meses e deixou seu cabelo crescer desde a ??ltima vez que ela o viu. Ele parecia magro mas forte, como um prisioneiro que tinha se exercitado bastante mas que n??o tinha se alimentado bem. O que estaria bem perto da realidade, ela pensou. Ela sentiu um pouco de emo?§??o quando ele a abra?§ou. Ele perguntou, ???Como est?? l?? fora? Algu?©m se preocupou em vir???? ???Fervendo,??? disse Mai. ???Est??o ansiosos e na expectativa.??? Joe disse, ???Obrigado por vir. Algu?©m veio com voc?????? ???Desculpe. N??o tenho falado com ningu?©m h?? alguns meses.??? Joe moveu a cabe?§a em sinal de compreens??o e Mai pensou se ele era mais um que a via como a famosa da televis??o e queria se aproveitar de alguma forma do reflexo de sua gl??ria. Ela encontrou algumas pessoas que n??o fizeram nada, mas perguntaram sobre o Terra?§o Amberside e sobre os outros participantes, como se isso tivesse sido um acontecimento real em uma rua real. Alfie disse, ???O som est?? uma droga. O cara da gravadora n??o fez nada a n??o ser pedir desculpas desde ? s quatro horas. Algo tamb?©m deu errado com os ingressos. Voc?? teve sorte que n??o desistimos e abandonamos voc?? no meio da cidade.??? ???Talvez na pr??xima vez. Onde est?? Pete???? ???Est?? com o The O2 ??? o grande show, ele teria mais a perder. N??o precisamos dele aqui.??? Pete Graham gerenciava tr??s bandas, duas das quais foram as atra?§?µes principais. Mai ficou pensando se a The Gastric Band estava na sua lista de prioridades. Ela disse, ???Voc??s est??o bem? Prontos para destruir a bateria, ou qualquer outra coisa que os bateristas dizem???? ???Estamos bem, n??o estamos???? Ele olhou em volta esperando alguma resposta e conseguiu apenas uhus e sinais de ok. ???Viu a empolga?§??o desses garotos? Eles est??o ligados.??? ????? melhor eu ir. Ficarei no meu camarote real, acene para mim.??? Fora do camarim ela disse a Stefan, ???Eles ir??o decepcionar. Est??o muito nervosos.??? ???N??o seja pessimista. Eles ficar??o bem. Nervosismo ?© bom, mant?©m o sistema funcionando, n??o preciso dizer isso a voc??.??? ???H?? algum lugar onde podemos pegar uma bebida? Eu acho que estou mais nervosa do que eles, e isso quer dizer alguma coisa.??? Stefan pegou-a pela m??o e passando pela plateia que estava lotada, conduziu-a para um pequeno bar no fundo da casa de show. Mai observou que a plateia era de maioria adolescentes e tinha um grande n??mero de garotas. Por alguma raz??o muitas delas tinham em seu rostos uma pintura que simulava cortes diagonais que atravessava de um lado ao outro. Stefan reparou a mesma coisa. ????? aquela m??sica do YouTube ??? Garota Navalha. Elas n??o perceberam que se trata de cortar os pulsos e fazem apenas a maquiagem.??? Mai se lembrou da m??sica agora, algo que Joe tinha escrito aparentemente sobre sua ex-namorada que constantemente se cortava. N??o havia nenhuma imagem da banda no v?­deo do YouTube, mas algu?©m tinha inclu?­do algumas imagens para a m??sica ??? fotos de uma garota com uma pintura colorida de um corte diagonal que atravessava seu rosto de um lado ao outro, copiando David Bowie no ??lbum Aladdin Sane. Suspeitavam que a foto era do pr??prio Joe, embora ele n??o admitisse isso. Ap??s quarenta minutos de show, Mai olhou nos olhos de Stefan e acenou em dire?§??o ao fundo da casa de show, pela lateral da multid??o que pulava. Ele a alcan?§ou e eles entraram no bar. ???O que houve???? ???Dor de cabe?§a,??? ela disse. ???Eles s??o mais barulhentos do que eu me lembrava. Voc?? j?? conseguiu detectar alguma melodia???? ???N??o seja cruel. Eles est??o bem, embora eu esteja farto das divaga?§?µes de Joe no meio das m??sicas. Ele deveria apenas contar um, dois, tr??s, quatro e ent??o cantar.??? Mai encontrou uma fr??gil cadeira no bar, sentou-se e inclinou sua cabe?§a para baixo apoiando-a com suas m??os. O som da m??sica ultrapassava a parede que separava o bar, era uma batida pesada sobreposta com um tipo de lam??ria que Joe fazia quando esticava ao m??ximo a varia?§??o da sua voz em toda m??sica. Esse era o ???som??? deles, um truque com a inten?§??o de diferenci??-los da concorr??ncia. Eles poderiam ir t??o longe enquanto os acordes vocais de Joe permanecessem intactos. Mel e ??gua era o que ele precisavam, pensou Mai, lembrando-se da receita infal?­vel de sua m??e. Ela levantou a cabe?§a e olhou ao redor. Que lugar era aquele? Ela tinha dado o endere?§o ao taxista mas n??o sabia onde realmente era, algum lugar desabitado do ??rtico ao norte de Londres. Tinha a sensa?§??o de ser algum tipo de boate prec??ria em uma falida e depressiva cidade ao norte. Poderia ser lugar de comediantes que contavam suas piadas sexistas, talvez com shows de striptease aos domingos. Bingo na segunda-feira ?  noite para aposentados locais. Por que ser?? que Alfie estava tocando em um lugar desses? Ser?? que a gravadora estava tentando dar algum um golpe com impostos, dizendo ?  receita que eles estavam gastando milh?µes com novos lan?§amentos, quando de fato estavam fazendo shows na Sib?©ria? Stefan colocou a bedida no balc??o em frente ?  ela. Tinha uma efervesc??ncia com um tipo de agita?§??o que ela n??o podia discernir. ?????gua t??nica,??? ele disse. ???Beba devagar. Vou voltar para l??. Ore por mim.??? Conforme ele abria a porta corta-fogo para voltar ao show, o som da banda ecoava estrondosamente. N??o havia mais ningu?©m no bar, exceto dois atendentes chatos e um homem que ela achava que conhecia, que estava sentado ?  uma mesa a quem ela observava. Assim que ele percebeu que ela o observava, ele olhou para ela e esbo?§ou um sorriso inseguro. Ent??o ela o reconheceu ??? ele estava no mesmo ensaio que ela estava algumas semanas atr??s. Ele provavelmente era de uma gravadora, para acompanhar o desempenho da banda em seu primeiro show. Ela apoiou sua cabe?§a novamente sobre sua m??os e respirou profundamente, tentando acalmar a pulsa?§??o da sua t??mpora direita. Ela podia sentir o cheiro de ??lcool amanhecido nas po?§as no ch??o e do cigarro velho que sem d??vida estava impregnado como DNA no papel de parede. Quando ele se aproximou e falou com ela, ela teve certeza de que era ele. Ela deveria ter advinhado que ele iria falar com ela. ???Voc?? est?? bem? Precisa de alguma coisa???? Ela n??o se moveu, n??o queria dar-lhe nenhuma oportunidade. ???Senhorita Rose???? ???Estou bem, obrigada. Um pouco de dor de cabe?§a. Voc?? deveria ir assistir ao show. The Gastric Band. Parece que eles est??o mais descontra?­dos.??? Ela ouviu dele uma risada e ela sorriu para dentro das palmas de suas m??os. Ele disse, ???Eu soube que eles n??o est??o escrevendo nada por enquanto. Est??o com problemas.??? Ela sorriu novamente. ???Eles est??o cientes disso.??? ???Pelo menos eles n??o for?§am a m??sica deles goela abaixo.??? Nesse momento ela olhou para ele. ???N??o funcionou. Voc?? estragou a piada.??? Ele estava p??lido mas n??o tinha uma m?? apar??ncia, algo em torno dos vinte e quatro a vinte e seis anos, ela pensou. Talvez mais velho. C?­lios longos e bom de conversa. Um ar de confian?§a provocante que beirava um certo carisma. Hmm. ???Eles n??o esperam ver voc?? l?? dentro, com sorriso encorajador, batendo palmas junto com o magnata Richard Branson ou outra pessoa???? ???Eu verifiquei o teste do som. N??o ?© a mesma coisa n??o conhecer as m??sicas. Tem certeza que voc?? est?? bem? Eu poderia ficar com voc?? l?? fora, se quiser, enquanto voc?? vomita.??? ????? o que est?? parecendo? Pronta para vomitar.??? ???Hey, como voc?? sabe o nome da pr??xima m??sica???? Agora ela riu alto. ???Eu estava pensando em us??-la como t?­tulo da minha autobiografia de celebridade, uma vez que encontrei um escritor fantasma que iria faz??-la por um pre?§o mais em conta.??? ???A gravadora pode colocar alguns em seu caminho. Posso me sentar???? ???S?? se voc?? me divertir.??? ???Vou continuar ent??o ou eu estarei sentado l?? com a minha reputa?§??o em frangalhos.??? Ela se aproximou do balc??o e puxou uma outra cadeira alta para perto dela. Ele se sentou e apontou para o copo meio vazio. ???Outro???? ???N??o, obrigada. E isso ?© t??nica antes que voc?? pense alguma outra coisa.??? ???Ah, certo, voc?? est?? nos ensaios, n??o est??.??? ???Alfie lhe disse o qu?????? ???N??o, eu li no jornal em algum lugar. Eu tento n??o falar com Alfie, se ?© que voc?? deva saber.??? Ela ficou intensamente interessada. ???Por que???? ???Ele odeia conversa banal, voc?? n??o percebeu? E como um representante da gravadora eu n??o posso fazer nada a n??o ser ter uma conversa banal para n??o interferir no ego deles. Nunca irrite, essas s??o as instru?§?µes dos grandes chefes.??? ???Os grandes chefes s??o estere??tipo chin??s? Quem diria.??? ???Tentamos manter isso em segredo. De qualquer modo, os integrantes de bandas s??o notoriamente sens?­veis e o seu Alfie ?© o pr?­ncipe entre os mais sens?­veis. Eu n??o deveria estar lhe contando isso. Com esse seu amor bem evidente.??? ???E voc?? n??o deveria. A primeira coisa que vou fazer ?© contar a ele e voc?? ser?? demitido.??? ???Ai. Ent??o me diga sobre voc?? e o papel de Deannah? Voc?? realmente quer o papel? Ou ?© apenas parte da cortina da fuma?§a do showbiz? E voc?? e Helena Cross s??o realmente melhores amigas e assim por diante.??? ???N??o, realmente, que se dane ela. Esse ?© um recado dado, de qualquer modo. Voc?? a conhece???? ???Apenas adorada de longe. T??o longe quanto ?© poss?­vel ficar daquela boca grande e daqueles olhos amedrontadores.??? ???Ent??o voc?? a conhece. Confie em mim, ainda mais assustadores de perto.??? ???Diferente de voc??, ent??o.??? ???Isso ?© um teste, ent??o.??? ???Ah droga. Sinto muito.??? Um teste era exatamente o que ela sentiu sobre o que tinha acabado de acontecer, ela o olhou fixamente mas n??o sorriu. Ele olhou para baixo, desceu da cadeira e levantou a m??o. ????? melhor eu entrar, como voc?? disse. Verifique se eles est??o tocando as m??sicas certas. N??o quero que de repente eles estourem como Andy Williams.??? ???Ou Tom Jones.??? ???N??o, o c?©u ?© proibido. Olhe em volta.??? ???Hey, qual ?© o seu nome???? ???Se pensa que eu lhe direi, voc?? est?? enganada.??? Ela sabia que poderia ter achado gra?§a e o chamado de volta, mas ela gostou do poder que ela sentiu naquele momento. Foi um bom teste e tamb?©m foi agrad??vel porque ela realmente gostou dele. Se ela n??o tivesse gostado dele teria sido mais f??cil, pois de qualquer modo ela n??o teria sentido nada quando o dispensou. Finalmente os ??ltimos se foram e ent??o ela se direcionou para os bastidores, escolhendo onde pisava no meio do lixo pegajoso da pista. Stefan se jogou em uma das cadeiras do bar e disse a ela que iria esperar at?© que ela tivesse elogiado Alfie o suficiente. O representante da gravadora n??o estava mais l??, tinha desaparecido. Ela se espremeu passando por mais assistentes que carregavam os mesmos rolos de fitas adesivas e guitarras, passou por uma porta aberta que deixava o ar t??o frio quanto nitrog??nio l?­quido com cheiro de batata frita com sal e vinagre, passou por uma garota que estava vomitando ruidosamente no corridor e, finalmente chegou ao mesmo camarim onde tinha se encontrado com a banda antes do show. Quando ela passou pela porta, era como se tivesse soado um alarme silencioso. Os integrantes da banda se viraram para ela, com express??o de surpresa e apreens??o em seus olhos, os bra?§os levantados pela metade, um grande sil??ncio repentino mais alto que um trov??o amortecendo o ar. Ela percebeu tudo isso imediatamente e se virou para a direita, onde ela tinha percebido um movimento. Duas garotas, nuas da cintura para cima, em p?© como se esperassem o ??nibus e no meio de uma conversa casual. Elas estavam com a pintura do corte diagonal que atravessava seus rostos e um de seus seios. Azul em uma garota e vermelho na outra. Elas mal pareciam ter dezessete anos. Mai soube que os integrantes da banda tinham discutido para saber quem iria primeiro conversar com elas. Ela queria ir para cima delas e brigar. Ela queria rir diante de algo t??o previs?­vel. Ela queria se virar e perguntar a elas o que achavam que estavam fazendo. Ela queria repentinamente bater em alguma coisa. Ela se virou e saiu da sala. Ela sabia que Alfie iria atr??s dela ... e ele foi, batendo seus passos no piso de concreto. Colocou a m??o em seu bra?§o quente. ???Mai, n??o pense ...??? Ela parou mas n??o conseguia olhar para ele. Lembre-se o que ?© esse sentimento, ela disse a si mesma. A press??o por tr??s dos seus olhos, o aperto na garganta e a tradicional acelera?§??o em seu peito. A raiva consciente e gelada na parte de tr??s da sua cabe?§a. O que parece? Prossiga, considere, lembre-se. ???N??o h?? uma boa explica?§??o poss?­vel, h?????? ela disse, olhando fixamente para uma sinaliza?§??o de sa?­da de emerg??ncia, um homem correndo em uma est??pida placa verde. Por que n??o ?© vermelha? O verde aparece melhor durante um inc??ndio ... ? ???Por favor, Mai ... N??o sou est??pido. Eu sabia que voc?? poderia aparecer nos bastidores no final do show. Al?©m do mais, eu sou o ??nico que tenho uma namorada, ent??o eu estava apenas?­?­ ??? ??? ???Pegando uma carona? Muito bom.??? A m??o dele soltou o bra?§o dela como se ele tivesse sido atingido repentinamente por uma descarga el?©trica. ???Voc?? pode acreditar em mim ou n??o, se quiser. Eu n??o tenho que me explicar para voc??.??? ???Verdade. N??o h?? a necessidade de explica?§?µes.??? ???Voc?? n??o tem sido muito amig??vel ultimamente.??? Agora ela n??o poderia deixar de olh??-lo ??? seu rosto longo, cabelos suados para tr??s, olhos com o contorno vermelho pelas luzes do palco. A vez dele de olhar, talvez constrangido. ???Amig??vel como uma pessoa amig??vel deve ser. N??o necessariamente rindo o tempo todo.??? Ele apertou a mand?­bula. ???Eu ando um pouco estressado, se ?© que n??o percebeu e se voc?? conseguir olhar para al?©m do seu pr??prio umbigo.??? A raiva subiu-lhe de suas entranhas. ???Voc?? ?© um ego?­sta, covarde, voc?? n??o vale nada. Voc?? teve mais incentivo de mim do que eu tive de voc??. Quem comprou aquele equipamento que voc?? espancou essa noite? Quem deu entrada para pagar aquela lata velha que voc?? chama de carro???? ???Ah sim, voc?? ?© t??o respeit??vel. Porque sua carreira vale mais do que a minha, n??o ?©? Ent??o voc?? pode me dar esmolas.??? ???Eram esmolas? Eu estava ajudando voc?? a se estabilizar para que voc?? n??o tivesse que se preocupar. Acontece que eu era uma institui?§??o de caridade.??? ???Chame do que voc?? quiser. Voc?? dizia que sua ajuda era livre de condi?§?µes, mas elas estavam l??, n??o ?©???? Ela olhou para ele, sem entender. Era isso o que ele tinha pensado? Que havia um pre?§o a pagar pela generosidade dela? Ela tinha percebido que n??o tinha entendido nada. Ela se sentia como uma mission??ria que tinha acabado de descobrir que a tribo tinha uma vis??o de valores diferentes da dela e que eles eram provavelmente perigosos. Ela disse, ???Inacredit??vel,??? e em seguida saiu. Dois homens que estavam carregando guitarras olharam para ela e depois olharam para o lado. Ela carregava uma raiva como um odor que fazia com que as pessoas se afastassem. Ela pensou, dane-se ele, ele precisa de mim mais do que eu preciso dele. Ele pode ficar com aquelas garotas se quiser. Ela tamb?©m pensou, surpreendendo a si mesma, segure-se, n??o deixe que percebam, as pessoas est??o observando. Ela diminuiu o passo, levantou os ombros e ergueu a cabe?§a. Respirou profundamente e segurou as l??grimas dos seus olhos. Empurrou as portas para dentro do bar, onde Stefan estava encostado de lado, com a boca levemente aberta. Ela se sentou do lado oposto e depois de um momento ele abriu seus olhos p??lidos olhando para ela. Ele engoliu a saliva e franziu a testa. ???Pronta para voltar ao planeta Terra???? ???N??o mesmo.??? Stefan sentou-se em estado de alerta. ???O que aconteceu? Sua apar??ncia est?? p?©ssima, desculpe-me por dizer. P?©ssima ?© um eufemismo.??? ???Voc?? precisa me animar, seria bom. Voc?? chamou o t??xi???? Ele apontou para fora da janela. ???Motor em funcionamento. Voc?? est?? bem???? Ela esbo?§ou um sorriso t?­mido. ???A vida ?© um grande aprendizado, n??o ?© mesmo? N??o estou gostando das li?§?µes atuais.??? Stefan se levantou e estendeu sua m??o para ela. Eles se dirigiram para a porta de sa?­da. O ar frio era como um tapa na cara, clareando suas ideias. Ela disse, ???N??o repare se eu chorar no t??xi. Eu apenas percebi que n??o posso vive em paz e eu estou triste por isso, ok???? ???Paz n??o existe. Procure por algo mais simples da pr??xima vez. O fim do Europop, por exemplo.??? Ela sorriu apesar de sua condi?§??o. ???Can?§?µes de amor suecas nunca mais.??? Stefan olhou-a indignado. ???Deixe o Abba em paz. Eles governam meu mundo.??? CAP??TULO SEIS MAI VEIO CAMBALEANDO para for a do quarto, viu Billie comendo cereal e assistindo ao programa matinal na TV. Sete horas da manh?? e o mundo j?? estava conspirando contra ela para que se sentisse desinformada. Mal tinha amanhecido mas a rispidez e o barulho da cidade j?? tinham come?§ado. ???N??o ouvi voc?? entrar. Voc?? j?? saiu ou isso ?© apenas um aquecimento???? ???Assim que eu terminar isso. Trouxe o meu cereal, espero que n??o se importe. S?? um pouco de leite.??? ???Leite ?© caro. Eu talvez tenha que descontar do seu pagamento. Novidades???? ???Veja.??? Como se tivesse sido preparado, a imagem mudou para mostrar em ??ngulo estendido dois apresentadores, um homem de cabelos grisalhos e uma mulher loira, ambos com dentes de sobra na boca, um sof?? em destaque ?  direita deles. Helena Cross. Loira e com sorriso for?§ado, pernas longas esticadas para frente, com um dos bra?§os apoiado no sof??. ???Oh meu Deus, a noiva do Frankenstein.??? As perguntas come?§aram ??? como ela estava? Como foi trabalhar com cinco membros de esquerda do Parlamento naquela rotina de dan?§a? O que ela far?? no futuro pr??ximo? E ent??o, o objetivo real: N??s soubemos que voc?? est?? liderando a pesquisa do Daily Paper para encontrar uma estrela para o papel de Deannah. E como voc?? se sente com isso? ... ?© uma honra, seria uma grande oportunidade, pois trata-se de um grande papel em um grande filme, poderia ser o in?­cio de uma carreira profissional para qualquer um que conseguisse o papel ... Billie: ???In?­cio de carreira profissional???? ???Ingl??s ?© seu segundo idioma, depois da engana?§??o.??? Como voc?? encara a concorr??ncia? Afinal, existem muitas jovens atrizes talentosas l?? for a neste momento. Eu me sinto apenas honrada por estar participando. Mas voc?? deve ter alguma ideia ... Bem, Ginny Blake e Deborah Cash est??o indo muito bem nas pesquisas. Ambas seriam ??timas para o pael, elas duas s??o jovens e muito talentosas. E Mai Rose? H?? muito apoio para ela. Claro, ela tamb?©m ?© muito talentosa, mas eu acho que ela est?? muito ocupada com sua nova pe?§a no momento, e ?© ??bvio que o filme de a?§??o em que participa ser?? lan?§ado em breve. Eu a encontrei numa noite dessas, na verdade. Ouvi dizer que ela est?? muito musculosa por causa das cenas de a?§??o. Oh, ent??o voc??s se conhecem? Sim, somos amigas h?? muito tempo. Na verdade, ela pegou o meu lugar no Terra?§o Amberside quando eu tive que sair. Ela fez muito bem. Ent??o ela estar?? com voc?? na competi?§??o? Uma risada, tocando com a m??o no bra?§o do apresentador. Tenho certeza que ela n??o ir?? se envolver. Ela est?? com toda a sua carreira muito bem planejada. O que vir?? depois para Helena Cross? Quero dizer, se voc?? n??o ganhar o papel? Oh, eu n??o fico pensando em um future distante. N??o fico planejando, calculando minha carreira como uma garota. Deixo que meu assessor fa?§a o trabalho sujo! Os entrevistadores a agradeceram e mudaram para a parte das not?­cias de fofocas do entretenimento ... Por falar em Mai Rose, soubemos de uma fofoca ontem tarde da noite de que ela terminou seu longo relacionamento com Alfie Cox, o baterista da nova banda The Gastric Band. Fontes disseram que houve uma briga acalorada entre os dois nos bastidores e depois, a senhorita Rose saiu secretamente com um homem muito gato loiro e sarado ... ???Desligue.??? Billie encontrou o controle remote e desligou a TV. Ela moveu sua cabe?§a logo acima da parte de tr??s do sofa e olhou para Mai, passando os olhos sobre o rosto de Mai como se tivesse procurando por algum dano f?­sico. Mai sentiu frio. O aquecedor n??o estava ligado por muito tempo e o inverno estava come?§ando a se intensificar, mas o frio era mais profundo do que qualquer sensa?§??o f?­sica. Parecia que o gelo estava come?§ando a penetrar suas veias, diminuindo sua habilidade de sentir, provar e tocar. Ela estava se fechando em resposta ao que o mundo parecia atentar contra ela. Ela se perguntava se ela tinha escolhido esta resposta ao inv?©s da raiva, medo ou frustra?§??o. Por que frio? Por que a frieza do cora?§??o? Billie disse, ???Voc?? quer que eu fa?§a algo para voc??? Eu posso ficar por apenas meia hora ??? George est?? precisando de mim esta manh??.??? ???N??o,??? disse Mai. ???Cuide dos c??es e pode ir.??? ???N??o se preocupe com aquela imbecil. Toda essa autopromo?§??o sair?? pela culatra.??? ???V??.??? Billie levantou-se, ouvindo o sentimento por tr??s das palavras de Mai. Ela levou a tigela de cereal para a cozinha e depois voltou e ficou em p?© na porta. ???Vou cozinhas esta noite. Deixarei alguma coisa pronta para voc??. Saboroso e nutritivo. Sem fruta.??? Mai acenou com a cabe?§a em sinal de concord??ncia e seguiu para o banheiro. Talvez um banho pudesse aquec??-la. Depois ela poderia passar um tempo planejando seu dia. Pensando e preparando alguma coisa. Primeiro ?­tem de sua agenda, banho. Segundo ?­tem, telefonar para Eric. Fim do segundo ato ??? Mai teve que escutar uma fala longa e intense ao mesmo tempo que demonstrava uma paix??o idealista. O ator era experiente e tinha uma boa voz, ent??o n??o era dif?­cil. O nome dele era David ??? homem de classe media, bom e est??vel, cabelo penteado para tr??s, quase quarenta anos. Piscava para ela de tempo em tempo como se para dizer, estou do seu lado em toda esta palha?§ada. Nesta manh?? Pedro decidiu caminhar para tr??s e ficar no fundo da sala. Ele parecia mais interessado em ouvir do que em assistir. Ele tamb?©m apertava seus l??bios. Mai estava ouvindo David enquanto observava Pedro. Eles repassaram lentamente as ??ltimas cinco p??ginas do Ato at?© satisfazer as fun?§?µes cr?­ticas de Pedro o suficiente para que eles pudessem fazer uma pausa para o almo?§o. David pegou-a pelo bra?§o de forma amig??vel. ???Fale um pouco. Segunda-feira sua voz estava ??tima, muito forte. Hoje soou um pouco como piano. Ele pegar?? no seu p?© at?© que voc?? equilibre isso.??? ???Obrigada. Estou com outras coisas em minha mente.??? ???Coloque sua mente no ensaio, querida, pelo menos enquanto estiver aqui.??? ???Desculpe.??? ???Sem problema. Oh, e esteja certa de que voc?? ir?? destruir aquela imbecil.??? Mai deu um sorriso for?§ado ??? o primeiro sentimento honesto que ela sentiu naquela manh??. Antes que come?§assem o trabalho da parte da tarde, Pedro veio at?© ela e a levou para fora. Ele caminhou com ela pelos port?µes da escola e parou perto dela enquando observavam o movimento do tr??fego e de pedestres. Ele colocou sua m??o no ombro dela e falou calmamente. ???Esta tarde vamos dar in?­cio ao Terceiro Ato. Trata-se do eixo central da pe?§a. Podemos ver o desespero da mulher mais velha em busca de um amor perdido, e a trai?§??o do seu amante quando ele se dirige a voc??. Mai, voc?? n??o tem muito o que fazer neste Ato, mas voc?? deve estar l?? constantemente, como uma sombra que sustenta todos os outros personagens. A felicidade de muitos deles est?? nas suas m??os ??? o escritor condenado que ama voc??, mas que por sua vez ?© amado por outra; o escritor mais velho que est?? come?§ando a amar voc??, a mulher que deveria am??-lo. E voc?? ?© uma garota do interior, ing??nua e inquieta para aprender, que caiu na armadilha do sonho da fama e do sucesso.??? ???Pedro, o que voc?? quer que eu fa?§a???? ???You are the centre of this play. Esta tarde eu quero que voc?? mostre suas falas, ?© claro, mas eu quero que voc?? deixe os outros perceberem que voc?? est?? assistindo. Hoje eles estar??o atuando para ganhar o seu amor, e voc?? deve estar l??, quando olharem para voc??.??? ???Isso ?© tudo???? ???N??o, n??o ?© tudo. De amanh?? em diante eu quero que voc?? se vista de acordo com sua personagem. Chega de jeans e moletons largos. Uma saia, talvez botas e uma blusa simples. Esteja dentro dessa garota, e se torne desej??vel para aqueles que a desejam. Eu sei que voc?? est?? envolvida nessa competi?§??o est??pida dos jornais. Voc?? tem que ganhar o amor de milhares de pessoas que n??o te conhecem. Mas ?  partir de amanh??, voc?? deve ganhar o amor de todos n??s aqui que conhecemos voc??.??? Ela sentiu uma estranha sensa?§??o em suas entranhas, uma necessidade de fazer esse trabalho. Ela tinha entendido o que ele quis dizer embora houvesse parte do seu intelecto que se rebelava contra isso. Ela tinha ganhado os cora?§?µes de milh?µes de pessoas na TV ??? mas eram as hist??rias que a colocavam em problemas e dificuldades que a mantinha viva. Ela apenas tinha que aparecer. Pedro estava querendo que ela ganhasse o mesmo amor, que se colocasse dentro da personagem ??? algo que nunca ningu?©m tinha pedido que ela fizesse. Come?§aram a surgir ideias na sua cabe?§a. Ela sorriu porque sabia que tinha sido acionada por um desafio. A tarde pertencia principalmente a Linda, uma mulher que Mai tinha visto na televis??o por muitos anos mas que tamb?©m tinha tido um longo est??gio na sua carreira. Mai observava como ela ouvia os outros personagens ??? o seu filho, o jovem homem a quem ela queria como amante, aqueles que dependiam dela para viver. Ela viu como ela se manteve im??vel e deixou que sua voz fizesse o trabalho. Ela sabia que mais a frente no Ato, a personagem se tornaria emotiva e perturbada e queria ver como Linda iria conduzir a mudan?§a de um est??gio muito f?­sico ??? para outro de se jogar aos p?©s do seu amante em desespero. E depois revelar ?  plateia que isso tudo era apenas um modo de conseguir t??-lo de volta. Ela tamb?©m percebeu que os outros atores estavam assistindo atentamente. Ela tinha o carisma e a for?§a adequados para o seu papel. Mai disse a si mesma, assista e aprenda. E pratique sua voz. Os olhos, a voz e depois os gestos m?­nimos para o m??ximo impacto. Eric tinha escolhido um bar no distrito comercial de South Bank que tinha uma bela vista para a Tower Bridge, que estava iluminada como um cart??o postal gigante ?  noite. Ele tinha trocado sua jaqueta esporte bege por um elegante terno e estava comendo amendoim. ???Voc?? j?? reparou como eles deixam seu h??lito ruim???? disse ela, deslizando pelo assento indo para perto dele. ???Voc?? j?? reparou h?? quanto tempo eu estou te esperando? Voc?? disse, seis horas.??? ???Surgiu um imprevisto que se chama trabalho.??? ???Peguei um coquetel de vinho branco.??? Ele fez um gesto apontando para uma ta?§a com um l?­quido amarelo. ???Vinho branco? Parece suco de banana.??? Ele ignorou o coment??rio dela. ???Ent??o isso ?© por causa da Enquete para Deannah, parece que ?© assim que eles est??o come?§ando a chamar isso. Ter?? uma marca e um logotipo na pr??xima semana. O que est?? acontecendo???? ???Ningu?©m do jornal me disse nada ainda. Voc?? est?? me preservando ou algo parecido? Eu preciso sair daqui e conversar com as pessoas, n??o ?©? Helena Cross estava na TV esta manh??. O que eu preciso fazer para conseguir alguma visibilidade aqui???? Eric olhou para seus olhos ca?­dos, como se o absurdo daquela conversa tivesse mergulhado em ??guas mais profundas. Ele se abaixou e pegou uma c??pia do jornal Daily Paper e jogou-o sobre a mesa. ???Voc?? nem viu isso? ?? de hoje.??? Mai folheou at?© encontrar a se?§??o de entretenimento. Duas p??ginas mostravam Mai de perfil ?  esquerda olhando para Helena Cross que estava ?  direita olhando-a de volta. As fotos tinham sido fortemente editadas pelo Photoshop para retirar os planos de fundo e colocar sobrancelhas franzidas em cada uma delas. Eric disse, ???Pelo jeito voc?? j?? est?? l??, mostrando todo o seu poder. Ali??s, o que significa isso sobre voc?? e Alfie? Est?? certo???? ???Quer dizer alguma coisa,??? ela disse. ???Eu estou exatamente tentando descobrir o qu??. Onde eles conseguiram essas fotos? Eu pare?§o uma mulher das cavernas com essas sobrancelhas falsas. O que eu digo na entrevista???? ???Que voc?? est?? extremamente entusiasmada, que deseja boa sorte a todas e que ven?§a a melhor. Eles procuraram alguma coisa sobre voc?? e Helena disputarem o mesmo papel no Terra?§o Amberside. Diz que ela ainda est?? ferida sobre o injusto processo para a forma?§??o do elenco naquele projeto. E que este ser?? diferente, ser?? por meio de vota?§??o por parte do grande p??blico ingl??s e assim por diante.??? ???Pare?§o bem aqui???? ???H?? tanta coisa que eu posso fazer com o material que voc?? me d??,??? ele disse. ???Talvez voc?? devesse voltar com o jovem Ringo Starr e fazer tudo de forma apaixonada. A?­ voc?? vai assistir ao pr??ximo filme de Helena, uma mat?©ria especial na Hello! onde ela mostra sua linda casa e o novo homem da sua vida, alguma coisa nas revistas de adolescentes tamb?©m. Jackie ainda est?? em cartaz???? Mai fechou os olhos. ???Posso pensar grande pelo menos uma vez???? ???O que ??? entrevista no Financial Times???? ???N??o sei ... algo um pouco maior, para poder obter votos dos adultos. Eu ainda tenho muitos f??s adolescentes por causa do Terra?§o Amberside.??? ???Se ?© que eles ainda se lembram de voc??.??? ???Obrigada. Mas eu quero ampliar minha lista de interessados. Isso tamb?©m ajudaria o jornal se a competi?§??o tivesse um pouco mais de ... qual ?© a palavra???? ???Gravidade.??? ???Seriedade. ?? isso. Eles t??m essas coisas nas revistas de fins de semana ??? Dez coisas que eu sei, Quinze coisas que eu aprendi.??? ???Pensei em uma meia d??zia de coisas que poderiam ser uma boa ideia para fazer. Eu sei o que quer dizer. Eu tenho um informante no Indy. Vou ver se eu posso fazer alguma coisa.??? ???Ent??o vamos l??. Voc?? pode at?© dizer que a ideia foi sua.??? ???Enquanto isso, tcharan, tenho algo em vista para amanh??. Um dos programas semanais da TV.??? Mai suspirou. ???Odeio essas coisas. Posso estar ocupada? Indisposta???? ???N??o se voc?? quiser ganhar. Grande audi??ncia, fascinada por fofocas. Voc?? ter?? sua foto na capa.??? ???Oh ??timo. Amanh?? que horas???? ???Me ligue quande estiver livre. Eles s??o flex?­veis.??? ???Claro que s??o. Voc?? n??o sabia que sou uma grande estrela???? O bar estava come?§ando a lotar e Eric terminou seu drink mas parecia inquieto. ???Algo mais? Eu tenho uma vida privada, voc?? sabe.??? Mai colocou sua m??o na gola do terno dele. ???Alco??licos an??nimos? Happy Hour no Ritz???? ???A primeira noite de Stephen no Teatro Donmar. Vou encontrar a m??e dele l??. Primeira vez que iremos conversar em quase dois anos. Tive que ver o sangrento Samuel Beckett para poder falar com ela novamente. Qu??o ir??nico ?© isso???? ???N??o estou dizendo nada.??? ???Exatamente.??? Ela podia sentir o cheiro antes de chegar ?  porta. Alguma carne com um toque oriental. Ela tinha tido uma r??pida lembran?§a ??? quando crian?§a, antes de seu pai falecer, algumas coisas espalhadas na mesa da cozinha, potes cobertos com papel alum?­nio, molho de laranja denso. Ela tinha mais ou menos cinco anos de idade e seu pai tinha convidado algu?©m para jantar sem avisar Geraldine. Ent??o, comida chinesa para viagem, a primeira que Mai tinha visto ??? ou sentido. O homem se sentou na sala em frente ao calor da lareira, lenhas estalando, Geraldine colocando o molho nos pratos, olhos fixos, boca apertada, uma atmosfera ruim na casa. Foi embora. Ela nunca soube quem era esse homem e nunca mais o viu nem teve not?­cia. Dentro, o aroma tomava conta. Ela entrou dentro da cozinha e tirou seu cachecol, empurrando os c??es com seu joelho. ???Suponho que seja bife com anis estrelado.??? Billie disse, ???N??o brigue com Jamie e com Heston. Eles vieram correndo para dentro de casa e derrubaram azeite de oliva e espalharam por todo lado. Voc?? est?? com fome???? ???E agora na expectativa. D??-me cinco minutos.??? Ela se trocou e lavou o rosto. Depois voltou com seu roup??o e pensou no que iria vestir para satisfazer Pedro no dia seguinte. Ela tinha uma saia que, com alguma imagina?§??o, poderia ser descrita vagamente como algo adequado. Mas o mais pr??ximo que ela poderia conseguir de uma blusa simples era algo que uma das seguidoras da Stella McCartney tinha lhe dado. Era uma blusa de mangas curtas com um padr??o florido em amarelo com fundo branco e colarinho branco. Se os camponeses gostam de flores, ent??o isso era antiquado bem ao estilo campon??s. Billie tinha colocado ?  mesa, que dificilmente era utilizada, no final da sala de jantar. A TV estava ligada com o volume baixo mas estava mostrando grupos de pessoas vestidas com sobretudo em confronto. Provavelmente um document??rio sobre as rela?§?µes trabalhistas ??? a frase que sua m??e usava para descrever qualquer tipo de programa de n??o-fic?§??o que n??o estivesse diretamente relacionado com as artes. Billie trouxe dois pratos fumegantes de cozido de carne ?  mesa. Mai acrescentou vegetais e molho. ???Eu fiz compras,??? disse Billie. ???Deixei o recibo na cozinha. Tinha uma fila absurda no Sainsburys esta manh??.??? Mai achou que ela estava nervosa. Essa era a primeira vez que Billie tinha realmente cozinhado para elas duas e isso era como se ela tivesse passado dos limites. Ela tinha a estranha sensa?§??o de ter sido la?§ada e trazida para perto de alguma coisa que ela n??o sabia o que era. Domesticidade? Amizade? A carne estava derretendo e divertidamente temperada, o anis estrelado estava dando o toque oriental. Ela pegou o ultimo peda?§o de p??o do cesto e limpou o prato. ???Fale para o Jamie que eu gostei.??? ???Estava bom? N??o estava muito salgado???? ???Estava ??timo.??? Um barulho vindo do quarto. ???Seu telefone.??? Mai acenou demonstrando desinteresse. ???Eles deixar??o mensagem.??? Ela cochilou no sofa enquanto Billie lavou a lou?§a ??? ela tinha insistido. O aroma da carne ainda continuava. Mai lembrou-se do rosto da sua m??e, linda, cabelos escuros, sobrancelhas arqueadas e uma pequena covinha do meio do seu queixo. Sempre com uma pitada de rosa nas bochechas que nunca foi artificial, apenas seu tom natural de pele. Qual era a real semelhan?§a entre seus pais? Sua m??e estava sempre fora, trabalhando, e tinha a bab?? ??? uma garota das Filipinas que preparava estranhas comidas orientais, ela e Jake. Peixe e batatas fritas eram coisas do outro mundo, assim como a lula era para seus colegas de escola. Havia sempre molhos fervendo nos pratos. O pai dela estava frequentemente em casa com eles. Ela n??o tinha nenhuma outra mem??ria visual dele, exceto o ??lbum de fotografias da fam?­lia, mas ela sentia que ele era fisicamente forte, um homem din??mico, algu?©m que poderia enganar uma linda e jovem atriz. Ele era inquieto ??? levava-os ao cinema para uma estravag??ncia, ou a algum parque tem??tico em algum lugar. Jake correria para os brinquedos de girar e os de perigosos de velocidade, ela seguraria a m??o de seu papai e assistiria Jake se comportar como um personagem indestrut?­vel de desenho animado. N??o era de se admirar que ele acabaria entrando para o ex?©rcito. E ent??o, seu pai se foi. Geraldine vestida de luto. Muitas pessoas na casa. Diziam para que ela e Jake ficassem quietos mas eram tratados gentilmente pelos adultos. Ela n??o se lembrava de ter ido ?  igreja mas havia fotografias dela, de Jake e de Geraldine no meio dos enlutados, pr??ximo ?  uma porta g??tica. A imprensa ??? estava sempre l??, sempre em cima, atr??s de uma s??rdida oportunidade. Ela n??o sabia por que Geraldine mantinha os recortes, mas estavam cuidadosamente arquivados em scrapbooks como se a morte do seu marido fosse apenas um outro est??gio de sua carreira ... Muito tempo como centro das aten?§?µes definitivamente mexeu com suas prioridades, ela pensou. O telefone dela tocou novamente no quarto. Depois parou, ela se levantou e foi verificar as mensagens. Alfie: ???Sou eu de novo. Por favor me ligue. Estou recebendo um monte de porcaria dos caras, toda essa publicidade.??? Sim, era tudo sobre ele. Agora ela e Billie eram um velho casal, deitado no sofa assistindo ao jornal da noite. Paxman destruindo um politico e defendendo cortes na ??rea da sa??de. Ela s?? estava assistindo porque sua m??e se recusava a assistir qualquer assunto pol?­tico em sua casa. Assistir aos jornais de qualquer tipo era um ato de rebeldia. Vamos ? s manchetes, muitos jornais espalhados em sua mesa. Discuss?µes na C??mara por causa dos cortes. Uma vit??ria esportiva na ??ndia. E, para descontrair, Helena Cross est?? liderando a competi?§??o do Daily Paper. Depois vem Ginny Blake. Mai Rose finalmente apareceu mas est?? muito atr??s da Senhorita Cross... Boa noite. ???Ganhei o dia. Obrigada, Paxo.??? Billie bocejou. ???Voc?? tem falado com o Eric? Como est??o as coisas???? Mai se levantou e se espregui?§ou. Ela realmente n??o queria falar sobre o assunto. Uma infantilidade. ???Ele est?? cuidando do assunto. Um Rottweiler em pele de cordeiro.??? ???Ent??o agora vai come?§ar, voc?? vai ver.??? ???Por que voc?? ?© sempre positive, mesmo diante das evid??ncias???? ???Geralmente porque as alternativas s??o muito duras de suportar.??? Ela se levantou e deu um abra?§o desajeitado em Mai. ???Estarei aqui amanh?? ? s sete.??? ???Voc?? vai acabar se mudando se continuar nesse ritmo.??? Billie deu-lhe uma olhada torta e foi buscar seu casaco. No quarto havia uma mensagem do Eric em seu telefone: Entrevista amanh??. Ligue para agendarmos um hor??rio. Vamos torcer. No clube Estragon. Ela desenterrou sua roupa antiquada e deixou pronta para vesti-la na manh?? seguinte. E preparou uma explica?§??o para a jornalista sem d??vida com quadris sarados do Daily Paper que esperava encontrar uma atriz vestindo a mais recente cria?§??o das passarelas. Mai provavelmente teria que convenc??-la de que a blusa era da marca Jonathan Anderson, embora n??o fosse larga o suficiente. Enquanto ela n??o soubesse disso, as coisas n??o ficariam bem. CAP??TULO SETE AP??S A DIFICULDADE para subir o morro, eles conseguiram tomar caf?©. Geraldine sentou-se enquanto Joan foi para o balc??o, voltou com dois caf?©s com leite fumegantes em copos protegidos com papel??o. Ela se movia levemente na diagonal enquanto caminhava, como um carrinho de supermercado com problema em uma das rodas, tentando poupar seu fr??gil joelho. Geraldine estava animada pelo protesto que ecoava da esta?§??o Brighton, como de costume. Ela gostava de movimento, de mudan?§as, da ideia de estar aqui agora, e depois em um lugar diferente em um per?­odo de quase uma hora. Craig nunca entendeu isso. Ele era uma contradi?§??o ??? um homem caseiro que se tornou impaciente ??? mas que n??o ficava tranquilo em lugar nenhum. A locomo?§??o era simplesmente o pre?§o que se paga para ser infeliz em lugares diferentes. Embora, ?© claro, ser infeliz era sua emo?§??o por escolha, a melodia constante, a chave de casa, as duas linhas no n?­vel de esp?­rito que sua pequena bolha de equil?­brio constantemente procurava. Se eu n??o estivesse infeliz, eu deveria estar, parecia ser a melodia. Ele morreu de ataque card?­aco durante uma partida de golfe, mas o ataque foi o resultado de um cora?§??o que estava muito pesado para a alma que o continha. Ela n??o pensava em Craig h?? quase uma semana ??? praticamente um recorde. Provavelmente conversar com Mai foi o que tinha trazido-o a sua mente. A do?§ura que resulta na dor de dente. Joan, sua vizinha de quadris largos com uma patol??gica urg??ncia em gastar, estava tentando atrair sua aten?§??o. Ela era respeitosa com Geraldine ? s vezes, de um modo irritante, mas pelo menos sua presen?§a tornava a viagem menos solit??ria. ???Est?? t??o calada, mas me diga ??? o que Mai est?? achando da competi?§??o? Seria um grande papel, n??o seria? O de Deannah, eu quero dizer.??? Geraldine reconheceu o brilho nos olhos de Joan, a pequena luz da lux??ria que veio dos seus olhos por estar pr??ximo a uma celebridade. Ela tinha sentido isso na pele, anos atr??s, quando seu rosto estava constantemente estampado nas capas de revistas e nas revistas de cinema ??? o modo em que homens e mulheres perfeitamente normais se sentiam diminuidos, inferiores, menores, mais apagados quando ela chegava nos lugares. Como m??e de Mai, ela sabia exatamente como isso seria no final de tal abnega?§??o e tinha tentado o seu melhor nos ??ltimos dois anos para manter Mai envolvida em uma no?§??o de lugar mundano e comum. ????? a publicidade,??? disse ela. ????? algo que gira em torno de voc?? sem voc?? ter que fazer nada. ?? como quando voc?? visita o circo ??? h?? muita manipula?§??o por tr??s das cameras para manter os animais em ordem e para impedir os palha?§os de cairem de suas bicicletas. Mas voc?? nunca v?? tudo o que que est?? por tr??s, v??? Publicidade ?© isso ??? uma m??quina invis?­vel que controla o mundo. E voc?? nunca v?? isso at?© ser atingida por isso, ou quando joga voc?? fora.??? Joan recusou-se desviar do assunto. ????? sempre muito bom incluir belas met??foras, minha jovem senhora, mas voc?? n??o respondeu a minha pergunta, respondeu? A Mai quer o papel, ou n??o???? Geraldine preferia gostar mais disso, ser mais persistente na busca por fofocas, porque ela n??o era muito bajuladora. ???Eu gosto do papel da jovem,??? ela disse. ???Voc?? pode me falar mais a respeito. Agora, qual ?© a pergunta???? Joan deu gentilmente um tapa no bra?§o dela. ???Voc?? tem quarenta e cinco anos e ainda continua deslumbrante. Pode me provocar se quiser, mas voc?? n??o pode escapar do fato de voc?? e Mai serem a realeza para algumas pessoas.??? Geraldine apertou as extremidades da boca. ???O que, eu e meus dois filmes? Meia d??zia de shows na TV e dois longas em cartaz no centro de Londres? Voc?? precisa sair mais, Joany.??? ????? exatamente por isso que estamos aqui hoje, n??o ?©? Agora pare de me insultar e tome o seu caf?©. Temos cinco minutos.??? A linha de Brighton at?© Londres passava pela janela dela como um filme que ela tinha visto uma d??zia de vezes. Ela tentava detector altera?§?µes na sua edi?§??o ??? um novo conjunto habitacional perto de Haywards Heath, uma rotat??ria adicional ao sul de East Croydon ??? mas a paisagem permanecia melanc??loca como sempre. Ela precisava fugir, ver o sol, tirar um tempo para ela e sem o peso de Mai for?§ando-a para baixo. Mai nunca tinha pedido sua ajuda, desde seus dezesseis anos de idade. Mas Geraldine sabia que ela precisava da sua ajuda. Ela era uma garota com uma profiss??o que costuma usar voc?? e depois o joga fora. Novidade era tudo, a menos que voc?? pudesse provar que tinha algo mais a oferecer. Um talento para diverter, como muitos tinham ditto. Mai tinha talento. Ela tinha encontrado algo em seus pais e o levou para seu interior, digeriu isso e depois usou para criar ... o qu??? O que exatamente Mai fez, e como ela e sua m??e poderiam ver isso? Ela deveria estar t??o acostumada com a exposi?§??o do sentimento da filha que nada seria t??o impactante. Ela deveria ter visto isso antes, cada mania, cada inflex??o, cada apar??ncia de entusiasmo ou tristeza. Mas Mai continuava surpreendendo-a. Ela parecia encontrar um lugar dentro dela onde ela via, ouvia ou sentia alguma coisa ... e ent??o descobria uma maneira de tornar isso vis?­vel de uma outra forma. Isso ?© arte. Algo que Geraldine nunca tinha tido verdadeiramente ??? com ela era apenas uma combina?§??o de apar??ncias e uma certa ousadia fr??gil que persuadiam pessoas a acreditar que ela estava atuando. Com Mai, era realmente como se ela tivesse sido abduzida por uma for?§a alien?­gena tornando-se uma outra pessoa. Algu?©m que nem mesmo sua m??e poderia reconhecer. Êîíåö îçíàêîìèòåëüíîãî ôðàãìåíòà. Òåêñò ïðåäîñòàâëåí ÎÎÎ «ËèòÐåñ». Ïðî÷èòàéòå ýòó êíèãó öåëèêîì, êóïèâ ïîëíóþ ëåãàëüíóþ âåðñèþ (https://www.litres.ru/pages/biblio_book/?art=40851685&lfrom=688855901) íà ËèòÐåñ. Áåçîïàñíî îïëàòèòü êíèãó ìîæíî áàíêîâñêîé êàðòîé Visa, MasterCard, Maestro, ñî ñ÷åòà ìîáèëüíîãî òåëåôîíà, ñ ïëàòåæíîãî òåðìèíàëà, â ñàëîíå ÌÒÑ èëè Ñâÿçíîé, ÷åðåç PayPal, WebMoney, ßíäåêñ.Äåíüãè, QIWI Êîøåëåê, áîíóñíûìè êàðòàìè èëè äðóãèì óäîáíûì Âàì ñïîñîáîì.
Íàø ëèòåðàòóðíûé æóðíàë Ëó÷øåå ìåñòî äëÿ ðàçìåùåíèÿ ñâîèõ ïðîèçâåäåíèé ìîëîäûìè àâòîðàìè, ïîýòàìè; äëÿ ðåàëèçàöèè ñâîèõ òâîð÷åñêèõ èäåé è äëÿ òîãî, ÷òîáû âàøè ïðîèçâåäåíèÿ ñòàëè ïîïóëÿðíûìè è ÷èòàåìûìè. Åñëè âû, íåèçâåñòíûé ñîâðåìåííûé ïîýò èëè çàèíòåðåñîâàííûé ÷èòàòåëü - Âàñ æä¸ò íàø ëèòåðàòóðíûé æóðíàë.