*** Òâîåé Ëóíû çåëåíûå öâåòû… Ìîåé Ëóíû áåñïå÷íûå ðóëàäû, Êàê ñâåòëÿ÷êè ãîðÿò èç òåìíîòû,  ëèñòàõ âèøíåâûõ ñóìðà÷íîãî ñàäà. Òâîåé Ëóíû ïå÷àëüíûé êàðàâàí, Áðåäóùèé â äàëü, òðîïîþ íåâåçåíüÿ. Ìîåé Ëóíû áåçäîííûé îêåàí, È Áðèãàíòèíà – âåðà è ñïàñåíüå. Òâîåé Ëóíû – ïå÷àëüíîå «Ïðîñòè» Ìîåé Ëóíû - äîâåð÷èâîå «Çäðàâñòâóé!» È íàøè ïàðàëëåëüíûå ïóòè… È Ç

Sanidade Antes, Magia Depois

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Sanidade Antes, Magia Depois Brenda Trim Ser a Guardi? n?o ? t?o legal quanto parece. Minha nova vida ? estranha e dif?cil. Voc? acha que a magia ? algo natural para aqueles que a possui? A? que voc? se engana! ? mais prov?vel que eu exploda algo do que lance uma prote??o sobre a coisa. Mas quando um Fe?rico Sombrio atravessa o portal e a crian?a da minha melhor amiga ? sequestrada, terei que aprender como lan?ar um feiti?o de localiza??o. O problema ?, antes que eu possa sequer come?ar, sou puxada pelo portal e acabo presa no reino Fe?rico. Nessa hora n?o tenho escolha a n?o ser arrega?ar minhas mangas e descobrir como solucionar isso. Todos que eu amo precisam de mim. Eu precisava desesperadamente de ajuda. Perdida no reino dos Fe?ricos, sou for?ada a procurar ajuda em um lugar onde meus inimigos governam com punho de ferro. Meu novo treinador ? poderoso, paciente e muito inesperado. O exato oposto de Sebastian. Mesmo que ambos sejam extremamente bonitos, n?o tenho tempo para um confronto de machos alfa sobre os direitos dos meus afetos. Uma entidade maligna est? perseguindo sobrenaturais em Cottlehill Wilds, e eu preciso voltar atrav?s do portal para ajudar Violet a encontrar seus filhos. Acontece que aprender a dominar a magia ? o menor dos meus problemas. Sanidade antes, magia depois Contents 1. CAP?TULO UM (#u6b1608d1-3548-5d03-a27a-15c6d4706179) 2. CAP?TULO DOIS (#u4acdca80-5c35-57dd-bb07-ebd186ec000c) 3. CAP?TULO TR?S (#u6afdb1c8-6cd5-5c71-84a7-2f8fa169585c) 4. CAP?TULO QUATRO (#ub2cc8fa4-8f6f-5019-bb86-898eb658996a) 5. CAP?TULO CINCO (#u384184c4-42bf-5f0c-bca6-39d910a691ff) 6. CAP?TULO SEIS (#ueff09cea-3805-5b1e-8d5e-dd0287ffb0c0) 7. CAP?TULO SETE (#u4bea9285-5182-52c9-b8c6-6d79ab8a3ff3) 8. CAP?TULO OITO (#u9d4cb381-323f-5322-9c4b-91461f697fe1) 9. CAP?TULO NOVE (#uf6b1d28f-1bb2-5e2a-8f8f-459681189cb1) 10. CAP?TULO DEZ (#ue02e7c63-8f68-55be-920c-f4bcf53620ca) 11. CAP?TULO ONZE (#uff418662-d9df-5fd4-a3b8-172be0e909d9) 12. CAP?TULO DOZE (#uce3d0957-c012-5c7e-adf8-287a2d1a3eed) 13. CAP?TULO TREZE (#u0fec3734-6c88-5699-8ca9-93a332734ad1) 14. CAP?TULO QUATORZE (#ucaeb0fb6-0142-559d-a607-ea2c693a9297) 15. CAP?TULO QUINZE (#u26f0608e-a744-5600-bd8d-2e1574931498) 16. CAP?TULO DEZESSEIS (#ub63d24e7-bfdb-506d-9d0c-4e841b5172f4) 17. CAP?TULO DEZESSETE (#u5ba837cf-8ce9-51fc-a750-6f19bc84f522) 18. CAP?TULO DEZOITO (#ua1e0710c-6873-59d1-a9ec-6df434c5049c) 19. CAP?TULO DEZENOVE (#uc44dbc65-901c-5031-a461-222b190ab94f) 20. CAP?TULO VINTE (#u0f08fdbc-3594-5a83-b084-1b91323e5cd1) 21. TRECHO DO LIVRO # 3 (#u0c9f8a7f-1c26-5968-8147-566e9338323b) Nota do autor (#u30672e45-88ad-5e49-a074-c4f44bfe4954) Direitos autorais © maio de 2020 por Brenda Trim Editor: Chris Cain Arte de capa por Fiona Jayde [bad img format] * * * Este livro ? uma obra de fic??o. Nomes, personagens, lugares e incidentes s?o o produto da imagina??o da autora ou s?o usados de forma fict?cia e n?o devem ser interpretados como real. Qualquer semelhan?a com eventos, locais ou pessoas reais, vivas ou mortas, ? mera coincid?ncia. AVISO: A reprodu??o n?o autorizada desta obra ? ilegal. A viola??o criminal de direitos autorais ? investigada pelo FBI e ? pun?vel com at? 5 anos de pris?o federal e multa de US $ 250.000. Todos os direitos reservados. Com exce??o das cita??es usadas nas resenhas, este livro n?o pode ser reproduzido ou usado no todo ou em parte por qualquer meio existente sem a permiss?o por escrito da autora. [bad img format] Created with Vellum (http://tryvellum.com/created) Dedicat?ria Se voc? focar sua mente naquilo que sonha, voc? vai alcan?ar! CAP?TULO UM — N?o est? funcionando. — Eu ainda parecia aquela crian?a em Harry Potter que ficava explodindo tudo. Al?m de uma adolescente chorona, em vez de uma bruxa h?brida de 45 anos. N?o podia evitar, estava falhando em tudo. Eu estava ansiosa e tensa enquanto esper?vamos o pr?ximo golpe. Alguns meses atr?s, enfrentei a poderosa Rainha Fe?rica e consegui feri-la e afugent?-la do reino quando tentou me matar. Ningu?m sabe como consegui isso, mas todos concordamos que ela voltaria em busca de vingan?a pelo que fiz a ela. — Voc? vai pegar o jeito — assegurou Camille. Minha mentora feiticeira sugeriu que eu tentasse minhas habilidades com po??es para que pudesse abrir um estande no F&F, a feira m?gica que nossa cidade realiza no parque da pra?a. Eu n?o precisava do dinheiro, gra?as ? heran?a da minha av?, mas precisava da distra??o e todos os meus amigos concordaram que era a melhor maneira de eu conhecer os sobrenaturais da cidade. Para mim, era uma quest?o de desenvolver relacionamentos com outras pessoas como eu e encontrar uma maneira de acalmar meus nervos. Estar sempre no limite estava me deixando nervosa, al?m de deixar minha magia mais inst?vel do que o normal. Eu estou sobrevivendo gra?as ao caf?, o que pode ser parcialmente respons?vel por meu nervosismo, mas a sobrecarga de cafe?na n?o tinha como ser o ?nico motivo. Ser viciada no elixir dos deuses por tr?s d?cadas ou mais significava que meu corpo era praticamente imune. — N?o tenho certeza, passei uma vida como uma norm, uma normal, sem um pingo de magia. Talvez eu tenha perdido a conex?o com meu poder. — Eu n?o tinha ideia de como tudo isso funcionava. Eu estava aprendendo, mas meu conhecimento era como o de uma crian?a de cinco anos quando se tratava de qualquer coisa sobrenatural. Camille fez um aceno com a m?o e jogou a lama do meu caldeir?o na lata de lixo em que ela tinha despejado sal antes de come?armos. Aparentemente, a subst?ncia neutralizaria qualquer poder remanescente. Tamb?m me manteria segura quando lan?asse meu c?rculo de poder. Quem diria que o sal era t?o ?til? Camille gesticulou para o grande livro aberto na longa mesa de trabalho de madeira. — N?o ? poss?vel. Sinto que h? algo mais acontecendo aqui, mas n?o consigo definir o que ?. Pegue o Grim?rio da sua fam?lia Aquilo me deixou apreensiva. Era a primeira vez que ela mencionava algo desse tipo. Eu me perguntei o que estava faltando. Provavelmente muito, j? que eu n?o tinha ideia do que era normal. — Como assim? Por que voc? n?o disse algo antes? — Eu n?o tinha certeza at? que come?amos um trabalho mais detalhado como este. N?o conheci ningu?m como voc? antes, ent?o, de in?cio, descartei minhas preocupa??es. Vamos ver se h? algo diferente acontecendo. Eu coloquei o livro na nossa frente e o abri. — Eu s? o folheei algumas vezes. O que devo procurar? — Qualquer coisa que Isidora tenha escrito sobre voc? ou seu nascimento. — Nunca vi nada aqui que falasse sobre mim, n?o diretamente. Eu s? vi feiti?os e po??es. Eu gostaria que o livro apenas me mostrasse o que estou procurando. — Meus dedos formigaram e o vento soprou pela sala, fazendo meu cabelo bater em meu rosto. As p?ginas do livro esvoa?aram e pararam cerca de tr?s quartos dele. Com os olhos arregalados, olhei boquiaberta para o Grim?rio e depois para Camille. — O que ? isso? — Camille pegou um envelope e o segurou entre o polegar e o indicador. — Eu nunca vi isso antes. — Peguei o envelope e percebi como minha m?o tremia. Respirando fundo, levantei a aba e tirei uma carta escrita ? m?o. — Est? endere?ada a mim. — Eu verifiquei o envelope e percebi que n?o tinha notado o meu nome escrito do lado de fora. — Aposto que ? da Isidora. Do que se trata? — Camille estava certa. A assinatura no final da p?gina era da minha av?. Meus olhos voltaram para o topo e eu hesitei em l?-la. De repente, desejei que Sebastian estivesse l? comigo. Este era um daqueles momentos que eu sabia que ia mudar minha vida. Como quando embarquei no avi?o para a Inglaterra para ir ao funeral da minha av?. Bas, meu meio que namorado, mal saiu do meu lado por semanas. Ele se recusou a dividir minha cama comigo e tinha se instalado no meu sof?. Ele saiu quando Camille lhe disse que praticar?amos fazer po??es. Presumi que ele tinha voltado para sua casa na floresta aqui perto, mas n?o fazia ideia. Eu poderia ligar para ele, mas decidi que era melhor n?o. Em vez disso, digitei uma mensagem para Violet e Aislinn, minhas duas melhores amigas. Precisava das minhas garotas aqui comigo. — Violet e Aislinn estar?o aqui em breve. Vamos ver o que vov? tinha a dizer. Camille acenou com a cabe?a, mas n?o disse nada. — Minha querida, Fiona. Se voc? est? lendo isso significa que eu passei desta para uma outra vida… — Eu li em voz alta, mas minha voz falhou e eu continuei a leitura em sil?ncio. Meu cora??o acelerou quando li suas desculpas por manter minha heran?a escondida de mim por tanto tempo. — O que ? uma nicotisa? Nesta hora Camille perdeu sua compostura e sua boca escancarou. — Por que voc? est? perguntando isso? O que a carta diz? — Diz que ela e minha m?e selaram o meu poder assim que eu nasci porque perceberam que eu era uma nicotisa. ? por isso que minha m?e se mudou daqui, para que fosse mais f?cil me esconder. — Isso explica por que ela e seu pai partiram t?o abruptamente. Nunca entendi por que decidiram se mudar para o outro lado do mundo. N?o era como se seu pai ligasse para a carreira dele antes. — Camille estava batendo na mesa com um dedo enquanto falava. Coloquei minha m?o sobre a dela. — Ol????? — Aislinn cantou no andar de baixo, praticamente gritando. — Estamos aqui em cima — chamei. — Certo, ent?o o que era t?o importante que voc? me fez fechar a loja mais cedo para o almo?o? — A voz de Violet ecoou pelas escadas antes de entrarem na sala. Eu rapidamente expliquei o que elas tinham perdido e continuei lendo. — ? importante que voc? invoque meu esp?rito para que eu possa ajud?-la a entender sua transi??o. Bem, um pouco tarde para isso, vov?. — Como ela prop?e que voc? fa?a isso? — Camille inclinou-se e passou o olho pela p?gina. Pelo jeito que ela acenou com a cabe?a, a carta pareceu ter respondido sua pergunta. — Ela ? brilhante, mesmo morta, ainda quebra as regras e for?a limites. Virei a cabe?a para olhar para a minha mentora. — Como assim? — Isidora tinha um dom para fazer o imposs?vel, mesmo que fosse contra a conven??o tradicional — explicou Camille. Aislinn atravessou a sala e leu a carta por cima do meu outro ombro. — E ela n?o sabia o significado da palavra imposs?vel. Ela acreditava que sempre havia uma maneira, voc? s? precisava considerar um problema ou feiti?o por todos os ?ngulos. Violet ergueu um dedo. — N?o se esque?a da parte mais importante… voc? tem que pensar fora da caixa. Camille se virou e come?ou a pegar potes de uma das estantes. — Eu n?o tenho ideia de como ela conseguiu isso, mas ela detalha aqui que precisamos preparar uma po??o com euphrasia officinalis, canela, artem?sia, violeta africana e goma ?rabe, entre outros ingredientes. A maioria dos itens da lista eram familiares, mas eu nunca, num milh?o de anos, teria considerado mistur?-los daquela maneira. — Bruxas realmente usam olho de salamandra e ba?o de enguia? O que isso faz na po??o? Porque essa combina??o parece horr?vel. — Eu n?o gostaria estar no seu lugar, definitivamente — riu Violet. — Espere. O que voc? quer dizer com isso? Como assim voc? n?o queria estar no meu lugar? — Minhas palavras sa?ram t?o r?pido que eu n?o tinha certeza se algu?m poderia me entender. Aislinn deu um tapinha no meu ombro. — Porque voc? ter? que beber isso quando estiver pronto. Minha cabe?a balan?ou de um lado para o outro antes mesmo que eu respondesse. — N?o, eu dispenso. Camille me lan?ou um olhar severo. — Eu n?o tenho ideia do que Isidora teve que fazer para ancorar sua alma a este plano, mas posso dizer que foi necess?rio um sacrif?cio para evitar que ela cruzasse o v?u para o outro lado. Eu n?o vou deixar que isso tenha sido em v?o. Eu engoli o n? da minha garganta. — N?o, voc? tem raz?o. Vamos come?ar a cozinhar. — Bem, essa parte ? com voc? — avisou Violet, enquanto ajudava a pegar ingredientes e os colocava na mesa. — N?o posso, explodirei tudo. ? o que eu tenho feito por horas hoje. — Olhei para Camille, que teve a ousadia de rir. — Voc? tem que fazer isso por conta pr?pria — disse Camille. — Lembre-se, tenha paci?ncia e me?a tudo com cuidado. Estabelecer o equil?brio certo ? o elemento mais importante na hora de preparar uma por??o. Aislinn lia os ingredientes, enquanto Camille ou Violet me entregavam o pote correto e eu derramava ou pegava a quantidade necess?ria e jogava no caldeir?o. Em seguida, acendi e regulei o fogo do jeito necess?rio para aquecer os elementos enquanto eu misturava no sentido anti-hor?rio. O l?quido borbulhava e fervia. Eu mal contive o v?mito que subiu em minha garganta quando olhei para a panela e vi uma f?rmula verde escura com peda?os flutuando ao longo da superf?cie. Minha m?o movia a colher de pau enquanto eu tentava n?o respirar pelo nariz. Cheirava ainda pior do que parecia. Eu n?o tinha ideia de como eu ia conseguir jogar essa porcaria goela abaixo. Me lembrei de quando n?o quis comer couve-de-bruxelas quando era crian?a, mas agora gostava delas. De alguma forma, eu n?o achei que este seria um desses gostos adquiridos. — Como saberei quando estiver pronto? Camille olhou para a po??o que minha av? me deixou. — Quando fica rosa. — Eu devo ter feito algo errado. Duvido que essa mistura turva v? mudar… — Minhas palavras morreram quando as pe?as volumosas derreteram no l?quido e a po??o come?ou a mudar de cor cada vez que eu girava a colher. — Caramba, eu amo magia — exclamei e peguei uma colher cheia do que parecia mais uma margarita de morango do que qualquer coisa m?gica. Se voc? ignorasse as fa?scas disparando do topo. — ? ?til — concordou Violet. Eu trouxe a colher para os meus l?bios e tive que respirar pela minha boca quando o odor p?trido me atingiu. Podia at? parecer gostoso agora, mas cheirava a merda. Antes que minha mente pudesse processar, eu derramei uma grande por??o goela abaixo. Minha garganta imediatamente se fechou e eu n?o conseguia colocar oxig?nio nos meus pulm?es, depois a coisa inundou meu es?fago e jorrou no meu intestino como uma torrente. O fogo explodiu e se espalhou por mim da cabe?a aos p?s, ao mesmo tempo que notei que a coisa tinha gosto de minhoca morta na beira da estrada, apodrecendo ao sol. Depois de v?rios minutos agonizantes, eu balancei a cabe?a e vi Violet e Aislinn pairando perto de mim. — Estou bem. — Minhas palavras sa?ram mais como um coaxar do que qualquer outra coisa. Peguei um copo d'?gua, mas Camille o tirou de mim com um aceno de cabe?a. — Voc? n?o pode beber nada. Nunca se sabe como outras subst?ncias v?o interferir com uma po??o. Eu fiz uma careta. — Por que isso n?o podia ter um gosto melhor? — Toda magia requer um pre?o. Po??es podem machucar e te deixam doente. — Pisquei e olhei para Camille. Ela n?o poderia ter mencionado isso antes? Como diabos ela esperava que eu vendesse merda para as pessoas sem saber disso? Eu teria clientes reclamando constantemente e querendo seu dinheiro de volta. — ? hora de recitar o feiti?o. — A voz de Aislinn me tirou das minhas rumina??es. — Certo. — Eu me concentrava na carta e nas palavras que minha av? escreveu quando notei que eu estava brilhando com uma luz azul. Pelo menos agora voc? sabe que fez a po??o direito. Deixe minha voz ser ouvida do outro lado. E alcance a ancorada ao meu lado. Ignore os limites da f?sica e d? forma ao sem forma. Pelas leis de nossa antiga magia, que assim seja. O vento soprou mais forte e apagou as velas. Do lado de fora os trov?es soaram e as nuvens se abriram. A chuva golpeou a janela quando correntes de energia azul deixaram meus dedos para formar um ciclone do outro lado do s?t?o. Protegi meus olhos do redemoinho e assisti atrav?s da prote??o criada pelos meus bra?os. A luz se fundiu na forma de uma pessoa. Quando o vento acalmou, baixei os bra?os e vi uma figura que nunca pensei que veria novamente. — V?! — Corri para o lado dela e joguei meus bra?os em sua volta. Eles atravessaram pelo seu corpo, deixando-me tremendo de frio. — J? era hora de voc? me invocar, crian?a. Por que demorou tanto? Coloquei minhas m?os nos quadris e estreitei meus olhos. — Desculpe, mas fui pega de surpresa com toda essa coisa de h?brida Bruxa-Fe?rica. Depois, fui atacada e quase morta pela Rainha dos Fe?ricos. E antes disso eu tinha que encontrar o portal e ent?o aprender como evitar que os fe?ricos atravessassem. Um aviso teria sido bom! Eu estava mais do que feliz por t?-la de volta e n?o tinha percebido at? aquele momento como eu estava com raiva por ter sido mantida no escuro. Aparentemente, eu n?o era a ?nica. Aislinn limpou a garganta. — N?o se esque?a que voc? teve que pegar o seu grim?rio de volta das m?os do Filaron tamb?m. — Aquela pequena peste roubou meu grim?rio? — perguntou vov?, seu brilho ficando vermelho nas bordas. Ela tinha um brilho azul-claro e transparente, mas quando ela rosnou de raiva, ela mudou. Sua forma ficou um pouco mais s?lida e apareceu um filamento vermelho em torno dela. — Eu n?o o chamaria de pequeno, mas ele ? uma peste. — respondi, erguendo um ombro. Filarion era um ladr?ozinho de uma figa. Um ladr?o muito bonito, mas que n?o prestava. — Tudo o que importa agora ? que voc? conseguiu realizar o feiti?o e eu estou aqui com voc?. Camille, ? bom v?-la. Preciso que voc?, Aislinn e Violet ajudem a lan?ar um feiti?o para dissipar a assinatura de energia de Fiona. Camille lan?ou um olhar para vov? que deixou claro que ela estava chateada. Eu me perguntava se era porque ela n?o contou quem, ou melhor, o que eu era ou se era outra coisa. — Eu j? lhe disse antes, Isidora. N?o sou uma idiota, independentemente do que voc? possa pensar. Eu estava planejando abordar o assunto depois que eu ensinasse a sua neta como fazer po??es. Aposto que foi por isso que a Rainha Fe?rica a atacou. Ela queria roubar o poder da sua neta junto com o portal. Mas eu quero saber como voc? conseguiu voltar sem atravessar. — Sim, ela s? pensa em ser o mais poderoso ser vivo. Imagine como a luta teria acabado e como ela seria se tivesse uma bateria recarreg?vel de magia dentro dela — apontou Aislinn. — Eu n?o tenho ideia do que voc? acabou de dizer. Por favor, me explique. E preciso saber como posso manter meus amigos seguros. Desde que voc?s come?aram a sair comigo e os Fe?ricos vieram morar em Pymm's Pondside, eles foram atacados. Eu n?o quero ser a raz?o pela qual algu?m acabe ferido. — Eu tinha culpa suficiente nas minhas costas no momento. — Isso ? besteira. Voc? n?o ? respons?vel pelo que aquele ser sujo com sede de poder fez. O que importa ? que entenda que agora voc? ? como um reator nuclear. Voc? emite um sinal que ? imposs?vel para os sobrenaturais n?o notarem ou resistirem. — Minha av? flutuava ao redor da sala enquanto ela falava. Isso ia levar algum tempo para me acostumar, mas eu a tinha de volta! — Isso ? porque eu sou uma nicotisa certo? O que isto significa exatamente? — E, como voc? descobriu isso? Ela se mudou quando tinha cinco anos! E, n?o pense que eu esqueci que voc? ainda n?o respondeu como voc? est? aqui com a gente agora. — Havia um pouco de agressividade no tom de voz de Camille. Estava claro que ela n?o se dava muito bem com a minha av?. Havia uma hist?ria n?o contada no meio disso, mas eu n?o tinha as faculdades mentais para abordar o assunto no momento. Vov? olhou para Camille e virou para mim com um sorriso. — Sab?amos que voc? era diferente assim que nasceu. Come?ou quando voc? nasceu com uma energia que ajudou a acalmar sua m?e. Mas eu tive certeza quando voc? invocou sua mamadeira um dia, quando eu estava cuidando de voc? enquanto sua m?e trabalhava na cabine dela na F&F. Agora, respondendo sua pergunta Camille: n?o tinha certeza se teria essa capacidade, mas liguei meu esp?rito ? Fiona. Eu n?o tinha certeza se funcionaria. N?o encontrei nada sobre lan?ar um feiti?o enquanto fazia proje??o astral. Eu tinha que lan?ar o feiti?o na minha alma, n?o no meu corpo. A ideia de ter o corpo da minha av? amarrado a mim revirou meu est?mago, mas foi nisso que minha mente focou no meio de tudo o que ela disse. — Ceeeeerto. Gostaria de poder invocar as coisas agora. Eu estava precisando desesperadamente de uma x?cara de caf?, daqueles de levantar defunto se eu fosse sobreviver a essa conversa. Ou talvez uma dose, ou dez, de tequila. Minha cabe?a j? estava come?ando a doer, um aviso que a cafe?na era necess?ria. Minha habilidade de me concentrar na conversar iria rapidamente por ladeira abaixo se eu ignorasse essa necessidade. Violet deu um tapa no meu bra?o. — Acho que voc? n?o entendeu, mas isso ? incr?vel. N?s n?o despertamos os nossos poderes antes dos vinte anos. Caso contr?rio, seria imposs?vel esconder nossa exist?ncia. Imagina seus filhos invocando um sorvete ou os brinquedos at? eles enquanto voc? anda pelas lojas? Vov? balan?ou a cabe?a para cima e para baixo. — Mas isso n?o foi devido ? sua peculiaridade como nicotisa. Ela lhe d? a habilidade de lan?ar magia por conta pr?pria sem precisar invocar os elementos, mas foi o seu lado Fe?rico que ampliou tudo. Quando voc? tinha tr?s anos, eu lancei um feiti?o em voc? que diluiu seu poder. Seus pais sentiram que voc? estava chamando muita aten??o dos Fe?ricos e decidiram se mudar pouco antes do seu sexto anivers?rio. Aquilo pareceu sinistro. E se encaixava com o que estava acontecendo desde que voltei para Pymm's Pondside h? alguns meses. Honestamente, minha cabe?a estava nadando e eu tive dificuldade em aceitar tudo isso. Uma coisa que os ?ltimos meses me prepararam foi para aceitar que o m?stico era real e que eu fazia parte desse mundo. Caso contr?rio, teria me internado num hosp?cio. — Vamos dissipar a assinatura de energia dela — Camille interveio como se tivesse lido minha mente. Violet, Aislinn e Camille se reuniram ao meu redor. Camille desenhou um c?rculo de sal, cercando todas n?s, ent?o elas murmuraram: — Sors. Compartilhar? Eu estava aprendendo latim gra?as ao meu novo lado bruxa, mas a escolha do feiti?o delas n?o fazia sentido. — Por que n?o dissipo ou dispergo? — Porque estamos compartilhando sua assinatura. — Minha boca se abriu com a explica??o de Aislinn. Vov? suspirou e flutuou na minha frente. — Este ? apenas o primeiro passo. Vejo que voc? j? lan?ou feiti?os de prote??o sobre voc? e Pymm's Pondside. Esses escudos agora ser?o muito mais eficazes. — Voc? n?o me ouviu antes? Eu n?o quero coloc?-las em mais perigo! — Eu n?o queria gritar com a minha v?, mas recusava fazer aquilo. Vov? colocou as m?os nos quadris da forma que sempre fazia e me prendeu com seu olhar. Aquele olhar que me levou de volta no tempo e me lembrou de como era ser punida por ela. Eu queria me contorcer sob a aten??o da minha av?. — Voc? n?o est? colocando-as em mais perigo. S? espero que n?o estejamos fechando a porta do celeiro depois que o cavalo saiu. A Rainha j? te tem como alvo, mas isso vai impedir qualquer um de canalizar voc?. E voc? n?o tem escolha a n?o ser aceitar a ajuda delas. Sua luz fica mais brilhante e mais f?cil de seguir quanto mais voc? desenvolve seu poder. Vov? flutuou at? a janela e olhou para fora antes de virar para o grupo. — Temos que come?ar os trabalhos agora. Voc? precisa de mais pr?tica com po??es e come?ar a aprender as runas Fe?ricas. — Caf? primeiro, depois podemos voltar ao trabalho. — Fui at? a porta, confiando que n?o perderia minha av? de novo. N?o havia como eu continuar sem um impulso. E um pouco de comida. CAP?TULO DOIS — Voc? acha que terei que devolver o quarto da vov?? Acabei de comprar um colch?o novo. E criei um closet s? para colocar as minhas coisas. — Quando minhas coisas finalmente chegaram em Pymm's Pondside, percebi que os arm?rios n?o seriam grandes o suficiente para guardar todas as minhas roupas, ent?o, com a ajuda de Violet e Aislinn, criamos magicamente um closet. Aislinn pousou sua x?cara de caf? e ergueu os ombros. — N?o fa?o ideia. Fantasmas dormem? Espera. O que voc? vai fazer quando seus filhos vierem visitar durante as f?rias no pr?ximo m?s? — Eu n?o acho que fantasmas dormem ou precisem de um quarto, mas essa ? a menor das suas preocupa??es. Voc? ? uma… voc? sabe o qu?, e precisa ter certeza de que isso continuar? em segredo. Mas agora voc? tem Isidora para ajud?-la a aprender tudo o que voc? precisa saber. — Se eu n?o estava enganada, Violet parecia chateada. — Isso n?o muda em nada o Bruxas Quarentonas. Somos uma equipe, certo? N?o consigo nem imaginar enfrentar toda essa merda com a Rainha sem voc?s. N?o me interpretem mal. Estou feliz por ter a vov? de volta e estou ansiosa para aprender com ela, mas preciso de voc?s duas. Violet sorriu e Aislinn cutucou meu ombro. — N?o esque?a o Bas. Voc? precisa dele tamb?m. Revirei os olhos, mas n?o consegui impedir o sorriso de se espalhar pelo meu rosto. — Verdade. Ele ? ?til durante uma luta. — Eu j? tinha desistido da ideia de namorar e pensei que meu “porto” estava fechado para sempre quando perdi Tim, mas Sebastian mudou isso. — Entre outras coisas… — disse Violet, mexendo as sobrancelhas. — A campainha sobre a porta tocou e todas se viraram naquela dire??o para ver a nossa fofoqueira favorita, Mae, entrar na livraria de Violet. A cicatriz espessa e elevada ao longo de sua garganta estava ? mostra, um lembrete brutal de que ela tinha sido violentamente atacada em algum ponto e que suas cordas vocais estavam permanentemente danificadas. Isso havia tornado suas habilidades de sereia in?teis, o que significava que ela n?o poderia mais sobreviver no oceano. De repente, me perguntei se escapar da minha casa e da minha av? tinha sido uma boa ideia, afinal. Claro, minha av? morta tinha retornado para mim como um fantasma e passou a maior parte do dia me importunando para dominar meu poder para que eu pudesse us?-lo contra meus inimigos, mas isso n?o era t?o ruim, n?o ?? Afinal de contas, Mae nunca trouxera boas not?cias nas outras vezes que veio at? a loja. Violet se virou para a rec?m-chegada com um sorriso no rosto. — Boa tarde, Mae. O que a traz aqui? — Voc? estava fechada mais cedo. Zreegy foi chamada para a casa de Tunsall e Tierny, mas ela chegou tarde demais. Ela precisou chamar Gardoss. — A voz de Mae falhou no final e seu olhar saltou ao redor da sala como se ela estivesse verificando se n?o foi ouvida. Eu bati na lateral da minha x?cara e considerei o que ela disse. Meu cora??o disparou quando ela disse o nome de Tunsall. Tierny tinha que ser amiga dela, ou talvez irm?. — Quem ? Tierny e Gardoss? Mae se aproximou de mim e disse em voz baixa: — Tierny era irm? de Tunsall. E, Gardoss ? irm?o de Bruce e o equivalente Fe?rico de Lance. Meu cora??o acelerado parou de bater e meu peito apertou. Esfreguei a ?rea distraidamente. — Ent?o, ele ? um policial? A cabe?a de Aislinn balan?ou para cima e para baixo, e ela acrescentou antes que Mae pudesse dizer mais alguma coisa: — Ele investiga crimes aos quais os policiais n?o conseguem atender. — Por que ele est? aqui? — A voz de Violet vacilou enquanto ela falava. Mae baixou o olhar e passou um dedo sob o olho. — Houve outra morte. Tunsall n?o p?de ligar para Lance quando encontrou sua irm?, ent?o ela ligou para Gardoss. Os assassinatos n?o mostram nenhum sinal de ter fim. S? espero que Gardoss possa fazer algo antes que outra pessoa se machuque. Violet engasgou e sua m?o voou para cobrir a boca. Seu olhar estava preocupado quando encontrou o meu. — N?s pensamos que haviam parado. Aislinn estreitou os olhos e lan?ou a Violet um olhar que dizia, mantenha sua boca fechada, a menos que queira que todos estejam na sua porta pedindo sangue. Eu apreciei o apoio. Seria f?cil para as duas se voltarem contra mim e me culpar pelas mortes recentes na cidade. Afinal, foi por minha causa e por meu bat-sinal que os assassinatos come?aram. Bem, ao menos era isso o que eu suspeitava. E eu j? podia ver Mae contando a todos o que eu era e incitando uma revolta com os Supes pela minha cabe?a. Mae jogou suas longas mechas cinzas sobre um ombro. — Parece que nosso breve adiamento acabou. Gostaria que sua av? ainda estivesse aqui. Ela saberia o que fazer. Vou ver se Bruce tem mais informa??es. — Na porta, Mae se virou para mim e me examinou por v?rios segundos. — Voc? parece diferente. N?o consigo definir o que ?, mas algo mudou. Encolhi um ombro tr?mulo. Meu pobre cora??o de meia-idade n?o conseguia uma folga. Quando come?ava a diminuir a velocidade, voltava a disparar. Tinha que ser mais cuidadosa. Eu n?o tinha mais vinte anos. Se minha incapacidade de correr mais de um quil?metro fosse uma indica??o, n?o havia muito que aquele velho m?sculo pudesse aguentar. — Estou mais perto dos quarenta e um hoje do que ontem. E n?o tomei cafe?na suficiente hoje. Mae deu uma risadinha. — Deve ser isso. Eu sou como uma fera raivosa sem meu cafezinho pela manh?. Vejo voc?s mais tarde. Eu me virei para minhas amigas. — Precisamos descobrir se foi a Rainha. Se ela est? de volta, precisamos saber. — Voc? tem raz?o. Vamos para a casa dela e ver se podemos descobrir alguma coisa — sugeriu Aislinn, ent?o se virou para Violet. — Voltaremos para te informar quando terminarmos. — Voc? tem aquela po??o de invisibilidade que fizemos semana passada? — N?o era isso que eu esperava ouvir Violet dizer. Eu pisquei e balancei minha cabe?a. — Eu n?o a trouxe comigo. Al?m disso, n?o tenho certeza se ? uma boa ideia tom?-la. Visto que n?o explodiu, tenho quase certeza de que fiz algo errado. Aislinn riu disso. — N?s ficaremos bem. Se Gadross estiver l?, a Rainha n?o se atreveria a ficar rodiando. Outro cliente entrou e tomamos isso como nossa deixa. Com um aceno, segui Aislinn porta afora e me dirigi para o meu Mustang vintage. Vintage era um c?digo para enferrujado e mal rodando. Aislinn agarrou minha m?o e me parou antes que eu destrancasse a porta. — N?o precisamos dirigir. Ela mora perto o suficiente para ir a p?. Assentindo, eu examinei a rua. O sol ainda estava alto, mas eu n?o conseguia afastar a sensa??o de ser observada. Desde que sa? da loja, minha nuca formigava em alerta. Aislinn estava descendo a rua a v?rios metros de dist?ncia quando desisti de procurar o que n?o conseguia ver e corri para o lado dela. — Precisaremos ficar fora do caminho de Gadross se ele ainda estiver l?. Ele n?o vai gostar muito da gente conduzindo a nossa pr?pria investiga??o. Eu arqueei uma sobrancelha para minha amiga. — H? algo acontecendo entre voc? e Gadross? Eu sinto uma hostilidade mais profunda. A boca de Aislinn franziu como se ela tivesse acabado de chupar um lim?o. — Isso foi h? muito tempo e nunca foi al?m de alguns encontros. N?o. N?o foi bem isso. Era mais um caso do que qualquer outra coisa. A imagem de Bruce passou pela minha mente e uma risada explodiu de minha boca. Eu n?o conseguia imaginar aquela maravilhosa mulher alta fazendo sexo com um cara de menos de um metro de altura, com uma grande barba espessa e carrancudo. — Ele n?o parece muito inteligente se deixou voc? escapar. Isso ser? um problema? — Isso ? passado. Jurei nunca mais voltar a me relacionar com ele. Estamos bem. — Ah, que bom. — O buraco do coelho n?o poderia se tornar ainda mais estranho. Gra?as a Deus que de estranho eu entendia. — Ent?o, onde estamos indo? Aislinn nos levou para fora da rua principal e para a floresta que pontilhava a regi?o. Cerca de tr?s metros da estrada, ela desviou em dire??o a uma grande ?rvore de folhagem perene que tinha fuma?a saindo da parte de tr?s. Na frente dela estava um homem baixo e atarracado que se parecia muito com Bruce. Aquele tinha que ser Gadross, s? que ele era um pouco mais alto que o irm?o. E seu cabelo era de um tom mais claro de castanho, mas seus olhos dourados eram id?nticos. Aislinn se escondeu atr?s de um arbusto e eu me abaixei ao lado dela. Quando olhei em volta do arbusto, n?o vi Gadross, apenas a ?rvore. Mais especificamente a casa no tronco. Eu me perguntei como conseguiam esconder a casa dos humanos. N?o havia como confundir a porta roxa neon situada na parte inferior do largo tronco. Cerca de um metro acima disso havia um conjunto de janelas de cada lado da base do portal. Havia fuma?a atr?s do vidro, mas eu podia ver o que pareciam ser mob?lias de boneca em v?rias cores. Eu tinha um sof? rosa e uma cama amarela para minha boneca quando era crian?a. O sof? que dava para ver atrav?s da janela parecia o mesmo. At? a casca na base era de um tom mais claro de marrom do que o resto das ?rvores. O diferencial de cores abrangia o tronco at? cerca de quase dois metros de comprimento. At? chegava a ter um V invertido no topo como a borda do telhado de uma casa normal. Os galhos eram muito mais baixos nesta ?rvore do que as que a cercavam tamb?m. Isso tinha que ser intencional, visto que dava alguma prote??o ao segundo conjunto de janelas, que eu n?o tinha visto at? que inclinei minha cabe?a para ter um ?ngulo diferente. — Vamos dar a volta — sussurrou Aislinn. Eu assenti e gesticulei para ela ir na frente. Eu poderia chegar l? sem o aux?lio dela, mas ela sabia o caminho e independentemente do que ela dissesse, eu aposto que o policial sobrenatural pegaria mais leve com ela se f?ssemos pegas. Minhas coxas imediatamente come?aram a reclamar enquanto caminh?vamos agachadas no ch?o. Eu me exercitava regularmente, mas n?o tinha sido t?o consistente como de costume. Tampouco mantive minha resolu??o de ano-novo de adicionar treinos com agachamentos e coisas do g?nero ? minha rotina. Minha bunda precisava ser tonificada. Eu ainda n?o estava igual uma coalhada, mas era apenas uma quest?o de tempo. Al?m disso, como minha filha, Emmie, me disse, minha bunda tinha ca?do e estava achatando com a mesma velocidade que meus seios estavam despencando para o meu umbigo. Juro que aquelas partes do corpo seguiam o seu objetivo como se houvesse uma torta de lim?o como recompensa na reta final. Uma pequena figura correu em nossa dire??o antes mesmo de chegarmos ao outro lado da casa. — Tunsall? L?grimas transbordando de seus grandes olhos verdes, Tunsall olhou para mim com o l?bio inferior tr?mulo. — Voc? veio para ajudar? Minha cabe?a balan?ou para cima e para baixo antes que Aislinn pudesse dizer qualquer coisa. — A gente far? o que puder para te ajudar. O que aconteceu? O olhar de Tunsall mudou de mim para a parte de tr?s de sua casa. Notei que a colora??o marrom claro continuava a tomar o tronco. Eu n?o poderia dizer se havia janelas ali, porque toda a parte de tr?s da ?rvore tinha sumido. Tive um vislumbre perfeito das brasas e da mob?lia carbonizada. — Minha irm? e eu fomos atacadas h? uma hora. O fogo disparou pelas janelas e Tierny me jogou pela janela antes de uma bomba explodir. Ela… ela se foi. — O min?sculo brownie come?ou a chorar e colocou os bra?os em volta da cintura. Aislinn colocou alguns dedos num de seus ombros. — Gadross conseguiu descobrir alguma coisa? Ela fungou e enxugou os olhos com as costas da m?o. — N?o sei. Ele n?o disse nada ainda. — Onde seu pai estava quando isso aconteceu? — Eu examinei a ?rea, mas n?o vi mais ningu?m. Minha audi??o n?o era agu?ada o suficiente para captar movimentos na ?rea ao nosso redor. — Ele n?o foi libertado. Me desculpa, Fiona. Eu sabotei voc? por nada. Aislinn bufou. — Eu poderia ter dito a voc? que ela n?o o deixaria ir. Pessoas m?s como ela nunca cumprem suas promessas. Eu queria defender Tunsall, mas concordava com Aislinn, ent?o mantive minha boca fechada. Tunsall enrijeceu e se afastou de Aislinn. — Eu sei que voc? tem raz?o, mas o que voc? teria feito se ela estivesse amea?ando sua fam?lia? Eu n?o tive escolha. — Sempre h? uma escolha. E o que mais importa ? se voc? poder? ou n?o viver com sua decis?o e conseguir se olhar no espelho no fim. N?o h? nada pior do que trair sua integridade. Voc? nunca obt?m um al?vio da repulsa que sentir? toda vez que se olhar no espelho ou do autodesprezo em sua mente. O que voc? fez machucou a mim e aos meus amigos, mas eu entendo que voc? estava fazendo isso para salvar sua fam?lia. S? espero que voc? tenha aprendido a li??o nesse processo porque Aislinn est? certa, voc? nunca pode confiar em algu?m que n?o valoriza a vida. Tunsall abaixou a cabe?a. — Eu irei me redimir contigo, eu prometo. Eu fiz um aceno com a m?o para indicar que aquilo n?o era necess?rio e ca? de bunda. Eu n?o conseguia mais ficar agachada. Minhas coxas estavam queimando como um pecador na igreja. — Ai! — Levantando uma banda do bumbum, peguei algo oval e vermelho-escuro debaixo de mim. Era iridescente e mais duro do que o a?o. Ele brilhou quando o levantei acima da minha cabe?a. — Onde voc? conseguiu isso? — exigiu Aislinn, enquanto pegava o objeto da minha m?o. — Eu sentei nele. Por qu?? O que ? isso? — ? uma escama de drag?o, mas o que ela est? fazendo aqui? — Os olhos de Aislinn saltaram entre a casa de Tunsall e o objeto em sua m?o. Eu li sobre drag?es outro dia e me lembrei de algo sobre eles serem capazes de soltarem fogo. — Ah meu Deus! Um drag?o fez isso? Por que a Rainha chamaria os cachorros grandes quando ela poderia usar muito menos recursos para se livrar de Tunsall e sua irm?? — Voc? tem raz?o. Um drag?o n?o poderia ter feito isso. Se tivesse sido um, n?o teria restado nada em p? — explicou Aislinn. — Faz sentido… N?o imagino que eles possam controlar o tamanho da bola de fogo que cospem da boca. — Eu me virei para Tunsall. — Voc? ou sua irm? irritaram mais algu?m? Talvez a Rainha n?o estivesse por tr?s das mortes, afinal. Talvez elas estivessem procurando no lugar errado. A Rainha usou outros em sua trama para roubar meu poder, mas quando se tratava do ?mago da quest?o, ela fazia o trabalho sozinha. Eu apreciava essa ?tica de trabalho. E entendia isso. N?o havia nada como a satisfa??o de chocar as pessoas e provar exatamente do que voc? ? capaz. Especialmente quando as pessoas te subestimam ou julgam com base em algo como o seu t?tulo. A maioria pensaria que uma rainha nunca sujaria as m?os. Assim como poucos m?dicos me consideravam capaz de conectar pacientes ? ECMO quando geralmente era o trabalho de um m?dico. — Eu e minha fam?lia somos muito reservados. Nem sei como entramos no radar da Rainha para ser sincera. Eu achava que era porque Isidora confiava em n?s e sempre permitiu passagem livre por Pymm's Pondside. Agora j? n?o fa?o ideia. — Talvez tenha sido a Rainha — arrisquei. — Esta escama pode ter sido plantada aqui para despistar. — H? uma maneira de testar essa teoria. Voc? sente a presen?a dela aqui? Depois de seu encontro com ela, voc? deve ser capaz de detectar vest?gios de sua presen?a — informou Aislinn. Respirando fundo, fechei meus olhos e foquei nos elementos ao meu redor. Inicialmente, o po?o m?gico que eu tinha me acostumado a convocar era um leito de lago seco. Dentro de alguns segundos, o poder gotejou e me preencheu. Sem ter uma pista, concentrei-me na terra, depois nas plantas e ?rvores, e depois nos seres pr?ximos. Meu dedo formigava com cada novo elemento. Eu estava cercada por todos os elementos e eles adicionavam outra camada ? magia que carregava em meu peito. No in?cio, foi uma confus?o de respostas na forma de energia e elementos. Tentei identificar a energia de Aislinn no meio de tudo isso. Minha pele zumbiu quando consegui isolar sua vibra??o do resto. Depois disso, foi f?cil separar os diferentes fios. Lembrei-me de como a energia da Rainha me sufocou e repuxou minhas entranhas. Eu agora sabia que ela estava tentando roubar minha bateria, por falta de uma descri??o melhor. Gra?as ? forma como me foi explicado, eu sempre veria um cilindro de l?tio em meu peito, alimentando minha magia. Mantendo a vibra??o da Rainha em mente, eu vasculhei a ?rea ao nosso redor. N?o havia nem um ind?cio de sua presen?a. O que eu senti foi pura maldade. Era o que eu imaginava que sentiria se olhasse na mente de um assassino em s?rie. — N?o foi ela. Foi algo muito, muito pior do que isso. Tunsall estava tremendo como uma folha e a tez de Aislinn havia perdido toda a cor. — Quem seria o respons?vel ent?o? Eu balancei minha cabe?a e tentei empurrar o peso que havia ca?do sobre mim para longe. — N?o tenho ideia, mas nunca senti nada t?o horr?vel. — Nenhum de n?s sobreviver? ao que quer que este ser planejou para nossa cidade. Eu mantive esses pensamentos para mim, n?o querendo causar um p?nico em massa. CAP?TULO TR?S Quando voltei para casa, uma hora depois, estava exausta e pronta para uma soneca. Sempre que o caos aparecia em minha vida, ele tendia a assumir o controle. Eu n?o tinha dormido ou tomado cafe?na o bastante. Quando esses dois fatores combinavam, criavam a tempestade perfeita e eu sofria para continuar funcionando. Eu estava seriamente come?ando a duvidar da afirma??o de minha av? de que eu tinha algum tipo de bateria interna. Eu mal podia levantar meu bra?o para acenar para o Fe?rico seriamente sexy que olhava para mim do outro lado do quintal. J? o meu cora??o n?o parecia sentir a fadiga quando come?ou a disparar no meu peito. Deus, ele era sexy demais. — Ei. — Foi uma sauda??o fraca, mas n?o tinha mais nada a oferecer no momento. — Quando voc? ia me contar que Isidora voltou, Borboleta? — Aquela carranca sempre presente estava no lindo rosto de Bas, o que indicava que ele estava irritado. Ele n?o poderia estar muito bravo porque estava usando o apelido que ele escolheu para mim recentemente. Muito parecido com a primeira vez que o conheci. Lutei contra a vontade de me desculpar. Eu n?o devia uma explica??o a ele. Claro, eu estava animada para ver at? onde esse relacionamento iria e estava me apaixonando por ele, mas eu n?o tive tempo sozinha para assimilar aquilo. Eu estava fazendo o que precisava para cuidar de mim mesma e garantir que n?o perdesse a cabe?a desde que soube da morte de Tierny. Minha vida n?o girava e nunca mais giraria em torno das necessidades de outra pessoa antes das minhas. Era uma das vantagens de um recome?o. Eu podia definir o cen?rio desde o in?cio. E esperar que meus horm?nios excessivamente ansiosos n?o me tra?ssem. Eu lancei um olhar feio para o Sebastian. — Ol?, Fiona. Como foi o seu dia? Parece que fazer po??es foi produtivo. — Pigarreei para me livrar do tom de voz rouco que tinha feito e voltar ao meu tom de voz normal. — Foi bastante agitado. Ainda estou processando tudo, mas estou mais preocupada com a malevol?ncia que captei na casa de Tunsall, quando fui investigar o assassinato de sua irm?. Eu tinha aprendido uma ou duas coisas sobre equil?brio e a import?ncia do autocuidado. Passei mais da metade da minha vida cuidando dos meus filhos e do meu falecido marido. Eu tinha perdido o meu equil?brio depois que Tim morreu. Felizmente, eu tinha meus filhos para me manter ocupada. E justamente quando me deparei com o ninho vazio, minha av? morreu e eu me mudei para outro pa?s do outro lado do globo. Eu sabia que n?o se deve tomar decis?es importantes na vida em momentos como aquele, mas parecia certo e n?o me arrependi por um segundo. Claro, eu me perguntava se havia algo m?gico me atraindo para c?. Eu diria que as chances s?o boas de que a vov?, al?m de lan?ar um feiti?o para amarrar seu esp?rito a mim, colocou um encantamento em mim para que eu quisesse permanecer em Pymm's Pondside e assumir os neg?cios da fam?lia. Bas baixou a cabe?a e esfregou a nuca. — Entendi. Eu fui grosso. — Ele reduziu a dist?ncia e passou os bra?os em volta de mim, em seguida, deu um beijo suave em meus l?bios antes de se afastar. Eu queria sua boca de volta. De repente, meu cansa?o foi embora e meu corpo estava se animando para uma aventura totalmente diferente. — Mas fiquei chocado quando voltei meia hora atr?s e encontrei Isidora flutuando na cozinha e observando Kairi pela janela acima da pia… Espera. Tierny foi morta? O que aconteceu? Suspirei e entrelacei meus dedos com os dele, em seguida, o puxei em dire??o ? casa. Vov? precisava ouvir isso tamb?m. — Vov?! — gritei enquanto tirava meus sapatos no anexo. Eu estava entrando na cozinha e indo em dire??o ? cafeteira quando ela flutuou pelo teto. — O que foi? O que aconteceu? Eu soltei a m?o de Sebastian. — Mae passou na livraria enquanto est?vamos l? e nos informou que houve outro assassinato e Gardoss foi chamado para investigar. Aislinn e eu decidimos ir ao local e ver se era obra da Rainha Fe?rica. — Isso foi est?pido. Nunca a procure sem eu estar com voc? — interrompeu Bas. Eu me virei e lancei um olhar feio para ele antes de continuar. Dei a eles um breve resumo do que encontramos quando chegamos e, em seguida, mostrei a escama e minha teoria de que ela foi plantada para apontar a investiga??o na dire??o errada. — Colocar a culpa nos drag?es prejudicaria ainda mais o relacionamento entre eles e os principais residentes da cidade. — A figura transl?cida da av? parecia vibrar cada vez mais r?pido enquanto ela falava. — Isso causaria uma rixa entre Fe?ricos e Transmorfos, dividindo ainda mais a popula??o sobrenatural. Passei anos tentando acabar com esta rixa e uni-los. Sebastian ajeitou as costas e ergueu a m?o como se fosse alcan?ar a vov?, mas depois a deixou cair ao seu lado. — Sem voc?, eles lutariam abertamente sem motivo. Em vez disso, concordamos que precisamos trabalhar juntos para garantir que os humanos nunca saibam sobre n?s. Eu me servi de uma x?cara de caf? e acrescentei creme de hortel?. — Isso seria muito ruim. Farei o que puder para ajudar na situa??o. E o primeiro passo ? descobrir quem ? o respons?vel pela morte de Tierny. Quem quer que seja, tem algumas inten??es seriamente m?s para nossa esp?cie. A energia maliciosa era assustadora. Sebastian se aproximou e esfregou a m?o nas minhas costas, deixando-a l? para me confortar. — Provavelmente foi a Rainha. Ela deve estar ficando desesperada. Especialmente agora que sua energia n?o ? mais facilmente detectada. Vov? assentiu, o que era um movimento estranho quando a ?rvore do lado de fora era vis?vel atrav?s de seu rosto. — Isso ajudar? a manter a aten??o longe de voc?. S? podemos esperar que ela acredite que estava errada sobre o que voc? ?. Afinal, toda a briga que voc?s duas tiveram, n?o enfraqueceria uma nicotisa como faria com outros h?bridos. Os olhos de Sebastian se arregalaram e sua mand?bula cerrou. — Voc? ? uma nicotisa. — Foi uma declara??o, n?o uma pergunta ou esclarecimento. — Eu deveria saber, e voc? deveria ter me contado. Eu poderia ter feito mais para impedir a Rainha de descobrir isso. Isso complica as coisas. Vov? cruzou os bra?os sobre o peito enquanto o vermelho cintilava nas bordas de sua forma fantasmag?rica. — Por que eu deveria ter confiado em voc?? Sim. Somos amigos h? muito tempo e n?o, voc? nunca me deu motivos para duvidar de voc?, mas com suas conex?es anteriores, eu n?o poderia ter certeza. E, eu nunca colocaria a vida de Fiona em perigo. ? por isso que sacrifiquei um relacionamento mais pr?ximo com minha neta. — L?grimas pareciam brilhar seus olhos. Eu n?o tinha considerado o qu?o dif?cil foi para ela quando mandou meus pais e eu embora todos aqueles anos atr?s. Um pensamento surgiu na minha cabe?a e saiu da minha boca antes que eu tivesse tempo para pensar sobre isso. — Se era t?o perigoso, por que eu vinha para c? todo ver?o? — De que outra forma eu renovaria o feiti?o? Eu balancei a cabe?a. — Me desculpe, eu n?o continuei voltando. A vida ficou t?o ocupada, mas se eu soubesse… — Minha voz falhou. N?o tinha certeza do que teria feito se soubesse. — Quando voc? completou treze anos, o feiti?o j? estava cimentado no lugar. Agora, sobre a Rainha e esta energia. Tem certeza de que n?o foi ela? Eu n?o estava completamente pronta para deixar o assunto para tr?s, mas n?o tinha certeza do quanto mais eu realmente precisava saber. — Minha magia tocou a dela, ou algo assim, quando n?s lutamos, e eu a senti. H? essa determina??o raivosa ligada a ela que estava faltando na energia hoje. Ao redor da casa de Tierny havia ?dio e fome. Quem fez isso gostou de matar a brownie e queria mais. — Talvez o assassino n?o esteja fazendo isso numa tentativa de roubar o portal de voc?, afinal. Podemos ter nos enganado ao presumir que essa era a inten??o deles — disse Bas, apoiando as m?os no balc?o. Suas sobrancelhas estavam franzidas e seus l?bios repuxados. Eu diria que esse era seu olhar pensativo, mas ele usava aquela carranca na maior parte do tempo. O calor encheu minhas bochechas quando me lembrei de como Aislinn me disse que eu poderia ser capaz de suavizar as rugas na testa dele. Eu fui casada por algumas d?cadas e tinha tr?s filhos, mas n?o tinha certeza e estava nervosa sobre levar o relacionamento para o pr?ximo n?vel com ele. Parte de mim estava al?m das inseguran?as e da preocupa??o sobre se ele gostaria ou n?o do meu corpo. Enquanto a outra parte gritava para fazer abdominais e comprar um hidratante melhor para disfar?ar as rugas. — Eu n?o acho que seja a mesma pessoa. Este era muito diferente dos anteriores. Al?m disso, eles podem usar o sangue que tiraram dos outros para mais alguma coisa? — Tomei outro gole do meu caf?, apreciando o sabor da menta. Algumas pessoas gostavam de um toque de especiaria de torta de ab?bora no caf?, eu preferia um toque de menta. — N?o que eu saiba. Isidora, as bruxas podem usar sangue Fe?ricos em feiti?os? Vov? acenou com a m?o no ar e a energia do gesto me atingiu em ondas. Ela formigou em todos os lugares que tocou. — Claro, mas ? dif?cil de trabalhar. Deve ser coletado com precis?o, como acontece com os rituais Fe?ricos. Poucas bruxas est?o dispostas a fazer tal magia nefasta. Tudo tem um custo, e quando voc? executa magia de sangue, isso devora sua alma e, eventualmente, o deixar? louco. Estremeci com o pensamento. — N?o, dispenso. Eu posso ter me enganado. A rainha pode ter matado Tierny. Tudo o que sei ? que quem fez isso estava al?m da raiva. — Da ?ltima vez que ouvi, a Rainha estava furiosa. Isso mudou? — Eu fiquei boquiaberta com a pergunta da vov?. Ela realmente sabia de tudo o que acontecia em Cottlehill. — Isso n?o mudou. Foi o que a levou a atacar Fiona. Um canto da boca da vov? se curvou. — Bem, isso e o fato de que voc? est? interessado na minha neta. O rosto de Sebastian tingiu de rosa e ele mudou de sua t?pica express?o carrancuda para dar sua vers?o de sorriso. — Isso certamente piora as coisas, mas tudo come?ou antes que eu agisse quanto a isso. — Ele est? certo, vov?. Ela estava matando fe?ricos muito antes de ele dizer uma palavra para mim. Qual ? a hist?ria entre voc?s? — Lembro-me dele me dizendo que eles tinham um relacionamento, mas nunca me deu detalhes. Sebastian respirou fundo e fechou os olhos por um segundo. — Voc? sabe que ela ? casada com Vodor. Bem, ela e o rei est?o distantes h? s?culos. O que voc? pode n?o saber ? que Fe?ricos s?o criaturas luxuriosas e sexo fora de uma parceria ? comum. Minhas partes femininas ficaram alertas quando ele mencionou que Fe?ricos estavam sempre com tes?o. Eu queria deix?-lo nu e mostrar a ele como eu estava excitada. S? o tom de sua voz era como uma car?cia ?ntima. Merda. Ele ainda estava falando. Pare de pensar besteira e volte a prestar aten??o. — O rei tem um har?m desde que atingiu a maioridade, mas a rainha n?o. Pelo menos n?o oficialmente. O problema surgiu quando ela se apaixonou por outra pessoa. Ela falou sobre derrubar o rei com seu amante. De alguma forma, a not?cia chegou at? os pais dela e eles n?o ficaram felizes. Eles arranjaram um matrim?nio com Vodor quando ele estava tentando disputar o trono. Ela implorou ao homem que ela amava que se apresentasse na disputa, mas ele recusou. — Os olhos de Bas ficaram distantes e pude v?-lo revivendo os eventos enquanto falava. Seu corpo ficava cada vez mais r?gido com o passar do tempo. — Por que ele recusou? — A carranca estava de volta e eu odiei aquilo. Eu esperava que minha voz o ancorasse no presente. Ele piscou v?rias vezes e finalmente se concentrou em mim, mas foi a vov? que me respondeu. — Pol?tica. Somente aqueles no alto escal?o da sociedade Fe?rica s?o poderosos o suficiente para assumir o trono. O crit?rio das separa??es de classes entre os fe?ricos vai al?m da renda. Eles valorizam o poder mais do que qualquer coisa. ? por isso que a Rainha quer roubar o seu, Fiona. Voc? poderia eclipsar o status dela. — Ela est? certa — acrescentou Bas. — O homem que ela amava n?o era da classe alta e, apesar de ser poderoso o suficiente para ascender, n?o tinha vontade de faz?-lo. A Rainha ficou chateada quando ele recusou. Ela sempre foi uma megaloman?aca e, mesmo assim, queria o homem mais poderoso como seu companheiro. Essa recusa a envergonhou e foi um grande esc?ndalo. Nunca se ouviu falar que a Rainha queria algu?m que fosse oficialmente de uma fam?lia mais fraca do que a de Vodor. — Voc? ? o tal homem, certo? — N?o havia d?vida disso em minha mente. Ele exalava essa aura revestida de uma for?a ineg?vel. Sebastian ergueu um ombro. — Sim, mas isso n?o ? importante. Precisamos nos concentrar na Rainha e por que ela est? t?o silenciosa. — Isso ? mais importante do que voc? imagina. Ela n?o te superou. Eu imagino que ela sente que voc? a desprezou ao rejeit?-la e depois indo embora. Isso, junto ao seu desejo por meu poder, a torna altamente perigosa. E isso poderia t?-la levado ao limite. Ela pode, agora, estar atacando sem se importar com quem fere. — Essa parece a explica??o mais plaus?vel que j? ouvi a noite toda — concordou vov? com um aceno de cabe?a. — E n?o se esque?a de suas maneiras, Fiona. Voc? n?o ofereceu ch? a Bas nem nada para comer. Revirei os olhos para minha av?, mas n?o pude evitar minha vergonha. Ela e minha m?e me ensinaram melhor e eu as estava fazendo parecerem desleixadas. — Eu n?o tenho certeza sobre voc?, mas eu preciso de um pouco de vinho. Voc? aceita um pouco de u?sque? Vou colocar uma pizza no forno. — Eu pego. — Bas foi at? o arm?rio e pegou o u?sque, em seguida, puxou o vinho branco da geladeira. Um sorriso cruzou seu rosto quando ele pegou a ta?a de vinho sem haste do balc?o. Dizia: Eu harmonizo bem com vinho. Depois de preaquecer o forno, coloquei uma pizza congelada com tomate, alho e manjeric?o numa assadeira e me sentei na ilha da cozinha. — Estamos seguros aqui? — Eu n?o conseguia afastar a sensa??o de que n?o era capaz de derrotar a Rainha. O que significava que todos os que viviam em Pymm's Pondside estavam em perigo. Isso agora inclu?a minha av? tamb?m. — Suas prote??es s?o t?o boas quanto qualquer outra que eu j? conjurei — respondeu vov?. Ela estava sorrindo para mim. O orgulho era inconfund?vel. — Obrigada, mas elas s?o impenetr?veis? N?o quero que mais ningu?m se machuque por minha causa. — Eu encontrei todas as pedras enfeiti?adas que Tunsall plantou, ent?o essa parte j? est? resolvida. E voc? j? restringiu a entrada pelo portal. Vov? fez um barulho que soou como se ela estivesse sufocando. — Voc? proibiu qualquer um de entrar em Pymm's Pondside? Levantei-me e coloquei a pizza no forno. — Sim. Eu n?o tive escolha. Kairi e eu quase morremos porque a Rainha manipulou Tunsall para fazer seu trabalho sujo. Eu precisava ter certeza de que isso n?o aconteceria novamente. — E aqueles que procuram passagem pelo portal? Voc? j? pensou em como tal feiti?o os afetaria? A maioria deles est? fugindo do tirano em Eidothea e voc? bloqueou a ?nica passagem segura que resta para eles. Engoli em seco e me virei para encarar minha av?. Ela estava com as m?os nos quadris, mas fiquei feliz em ver que ela n?o estava vermelha nas bordas. — ? por isso que o portal est? em sil?ncio desde a minha luta com a Rainha. Achei que tinha a ver com ela por algum motivo. Eu n?o tinha ideia de que isso aconteceria. — Eu engoli o pedido de desculpas. Eu n?o tinha nada pelo que lamentar. Tudo isso era novo para mim e eu estava dando o meu melhor com o que tinha. — Claro que n?o. Eu culpo Filarion. Se aquela doninha n?o tivesse invadido e roubado meu livro, voc? teria visto minha carta e eu estaria aqui desde o in?cio para ajudar. O mais importante agora ? afrouxar as barreiras. Sebastian terminou sua bebida e pousou o copo. — Existe algo que podemos fazer para garantir que ningu?m com inten??es maliciosas possa atravessar? Vov? flutuou mais perto do forno quando eu o abri e ficou me observando enquanto eu removia a pizza. — Isso ? complicado. — Isso ? o que eu pensei que tinha feito antes — interrompi. Quando lancei minhas prote??es, eu at? mantive esse desejo na frente da minha mente. — A magia n?o ? capaz de avaliar uma pessoa a menos que ela pratique magia nefasta. Isso muda uma pessoa, como eu disse antes, e por causa disso podemos manter essas pessoas fora. Mas ela n?o ? capaz de detectar o que algu?m est? pensando. Ou se eles t?m ci?mes de voc?. Nem pode dizer quando voc? est? com fome e lhe fornecer uma refei??o. Torna-se complicado ao lidar com um indiv?duo que est? sendo for?ado a cumprir as ordens de outra pessoa. — Certo. Isso faz sentido… Ent?o eu s? me resta ter esperan?as de que ningu?m mais seja manipulado como Tunsall foi? Bas balan?ou a cabe?a. — Isso n?o seria s?bio. Garanto que ela encontrar? outra pessoa para manipular, mais cedo ou mais tarde. Essa ? uma de suas constantes. Eu joguei minhas m?os para o ar. — Tem alguma coisa que eu possa fazer? Kairi quase foi morta da ?ltima vez. Eu prometi a ela um lugar seguro para morar depois que ela preferiu fugir de Vodor, em vez de dar a ele um peda?o de si mesma. — Ela sabia que a pior coisa que ela poderia fazer por seu povo era dar a ele poder sobre quem vive debaixo d'?gua. Eu respeitava isso e queria ter certeza de que ela poderia viver da forma mais segura poss?vel, mesmo que estivesse longe de todos que amava. Vov? flutuou de volta para a janela. — N?s podemos chamar Theamise. Ela e suas irm?s podem ficar de olho nas fronteiras e nos avisar se algo parecer suspeito. Bas serviu outro copo de u?sque enquanto eu cortava a pizza. — Sim. N?o pareceria estranho a ningu?m se elas puxassem conversa com eles. Algumas perguntas bem formuladas e ela deve ser capaz de determinar se algu?m est? agindo fora do normal. Fui at? a geladeira, peguei uma fruta e a coloquei na ilha. — Acho uma boa ideia. Vou levar alguma coisa para comer no caminho e falarei com ela e Kairi, ent?o poderei remover as prote??es. N?o gosto da ideia de Fe?ricos ficarem presos em Eidothea e em perigo. Peguei um prato e enchi com a comida antes de sair. Sebastian me seguiu com nossas bebidas e pizza. A culpa me consumia por ter eliminado uma rota de fuga na qual os Fe?ricos confiavam. Eu n?o poderia imaginar se Kairi ainda estivesse em Eidothea. O Rei a teria pego e conseguido o que queria. E teria sido minha culpa. Eu esperava que o peso em meus ombros diminu?sse agora que vov? estava comigo e fosse capaz de me ajudar a entender essa merda toda. CAP?TULO QUATRO — Ent?o, est? tudo quieto porque voc? acidentalmente bloqueou o portal? — Violet bateu seu copo de margarita no meu. Est?vamos no Penas de F?nix, o pub onde Aislinn era atendente. — Bom trabalho, Fi. A primeira vez que viemos aqui, Aislinn passou mais tempo conversando conosco do que servindo aos outros. Perguntei por que ela n?o tinha medo de ser demitida e ela riu ao dizer que gostaria de ver sua m?e tentar. Aparentemente, sua fam?lia era dona do lugar h? d?cadas. De qualquer forma, passei a ?ltima meia hora contando a elas o que aconteceu quando voltei para casa na noite anterior. Aislinn riu e ergueu um copo de refrigerante para n?s de sua posi??o atr?s do bar. — Essa ? uma boa maneira de manter sua carga de trabalho baixa. Eu rosnei baixo em minha garganta. — Eu n?o estava tentando me livrar do meu trabalho. Eu culpo a vov?. Isso n?o teria acontecido se ela tivesse me contado sobre, hum… — Eu lancei meu olhar ao redor, me certificando de que ningu?m estava por perto. Era s? o que faltava, eu revelar a exist?ncia de sobrenaturais aos humanos. — A nossa fam?lia. J? ? ruim o suficiente que Kairi sofreu por semanas quando eu n?o tinha ideia do que era esperado. Eu tive que sair fazendo as coisas do meu jeito de novo porque n?o sabia o que mais poderia fazer. Aislinn parou de limpar a parte superior do balc?o. — N?o h? nada que voc? possa fazer para mudar o que aconteceu, e voc? solucionou o problema, n?o ?? Balancei minha cabe?a para cima e para baixo. — Vov? estava t?o hesitante quanto eu em diminuir a prote??o sem uma maneira de monitorar quem cruzasse para Pymm’s Pondside. Na verdade, foi muito simples, uma vez que Bas sugeriu a ideia de convocar Theamise para ajudar se algu?m aparecesse. Eu n?o tinha ideia de que ela tinha esse impacto nas ?rvores mais pr?ximas da casa. As folhas est?o rareando e a casca est? descascando agora que ela se mudou para os arredores de minha propriedade. Violet revirou os olhos. — Que parte de ninfa da floresta voc? n?o entendeu? Eu dei um tapinha em seu ombro enquanto minha cabe?a fazia uma boa imita??o de um sprinkler, girando de um lado para o outro enquanto verificava quem poderia ouvir. — Quieta! E, sim. Eu entendo isso agora. Tudo isto ? novo para mim. Isso nunca me ocorreu antes. Da? a raz?o de estarmos aqui bebendo. Violet riu e tomou um longo gole de sua margarita. — E eu pensei que est?vamos aqui para que voc? pudesse evitar sua av?. Voc? n?o parece muito inclinada a passar tempo com ela. — Ora, por qu?? Voc? tem reclamado por n?o saber o suficiente sobre sua heran?a e agora que voc? tem a fonte perfeita na ponta dos dedos, voc? quase n?o passa tempo com ela. — Era ?bvio que Aislinn estava genuinamente curiosa. Eu n?o conseguia parar de me contorcer na banqueta do bar enquanto tomava um gole da minha margarita. Por que eu n?o estava em casa conversando com a vov? mesmo? Eu deveria estar l?. Aquilo era tudo que eu queria h? meses, mas no momento eu n?o conseguia passar muito tempo com ela. Enquanto considerava a pergunta de Aislinn, percebi que havia uma parte de mim que se sentia desconfort?vel perto dela. Eu estava me acostumando com quest?es m?gicas, mas isso era um outro n?vel. Para piorar, ela disse que eu era diferente da maioria dos outros da minha esp?cie. J? era ruim o suficiente eu ter tanto poder que fazia de mim um alvo. Terminei minha bebida e coloquei o copo no balc?o. — Cada vez que me viro, ela tem informa??es novas para mim. Aparentemente, meus pais foram mortos por um feiti?o lan?ado do outro lado do mundo. J? ela foi morta num inc?ndio. Ela acha que talvez foi um drag?o, mas n?o tem certeza. Ah, e Emmie despertar? seus poderes nos pr?ximos dois anos, ent?o eu tenho que encontrar uma maneira de contar aos meus filhos o que eles s?o. Aislinn inclinou a cabe?a. Ela era a mais nova de n?s tr?s, com 38 anos. — Eles ficar?o bem. Aposto que at? v?o achar isso legal. Violet balan?ou a cabe?a. — N?o tenho certeza quanto a isso. Eles ser?o diferentes e precisar?o manter um controle r?gido sobre suas emo??es ou se destacar?o. E Emmie me parece ser introvertida. — Ela odeia ser o centro das aten??es, mas ela tem uma boa cabe?a sobre os ombros, ent?o o controle deve ser f?cil para ela. E ajuda que todos eles vivam juntos agora. Ela mant?m os g?meos na linha e garante que n?o fa?am festas selvagens e essas coisas. Mas ela vai praticamente se matar tentando manter Skylar e Greyson fora de problemas. Esses dois v?o ser dif?ceis e n?o posso voltar para ajudar. Aislinn pegou meu copo e o lavou. — Voc? quer outra? — Sim. Deixei Sebastian e minha av? quando sa?. Ela o estava interrogando sobre suas inten??es e por que fiz isso aqui brilhar. Eu n?o tinha ideia de que o ?mbar nunca tinha brilhado antes. — Eu ergui o amuleto que Bas havia feito d?cadas atr?s. Ele tinha mencionado algo sobre ser para minha fam?lia ou para mim. N?o consigo me lembrar exatamente. Eu estava muito ocupada tentando n?o cobi?ar o cara enquanto tentava descobrir por que ele me odiava ao mesmo tempo. E, ent?o, havia as outras coisas que ele fez. Ele tinha um talento irreal para criar joias, armas e ferramentas impressionantes. Violet estendeu a m?o para o amuleto quando ficou r?gida e seus olhos se arregalaram. Seu rosto ficou branco como um fantasma e seu rosto se contorceu de terror. — O que foi? — dissemos Aislinn e eu ao mesmo tempo. — Meus filhos! — Violet n?o disse mais nada enquanto pegava o celular da bolsa. Comecei a roer a unha do polegar, enquanto Aislinn praticamente subia por cima do balc?o. Violet estava prendendo a respira??o quando tirou o celular da orelha e apertou a tecla. Ela procurou o n?mero do seu outro filho e chamou. Ela respirou fundo e eu comecei a mastigar meu l?bio inferior enquanto esper?vamos que eles atendessem. Ela estava chorando quando terminou a chamada e ligou para o ex-marido. — Ei! Sou eu. Voc? teve not?cias de Ben e Bailey esta noite? L?grimas encheram seus olhos enquanto ela ouvia a resposta dele. Eu pulei do meu banquinho e coloquei a m?o em seu ombro. — N?o. Eles n?o atenderam quando liguei, ent?o pensei em verificar com voc?. Tenho certeza de que n?o ? nada. — Sua voz falhou, indicando que ela estava muito mais preocupada do que aparentava. Ele disse outra coisa que a fez serrar a mand?bula. Juro que ouvi algo estalar. — N?o h? raz?o para voc? fazer nada. Eu disse que iria mant?-lo informado. Eu estava apenas checando eles. Ela apertou a tecla de desligar enquanto ele ainda falava e olhou para mim. — As prote??es que coloquei ao redor da casa foram ativadas. Eles n?o est?o respondendo. Aislinn se virou para seu colega bar e disse que ela teria que sair. Peguei minha bolsa. — Isso n?o significa necessariamente que algo aconteceu, mas vamos verificar para ter certeza. Violet assentiu e se levantou. Ela trope?ou e se segurou no balc?o. Passei um bra?o em volta de Violet quando suas pernas tremeram com seu primeiro passo. Aislinn nos encontrou no final do balc?o. Rezei para que nada acontecesse com os filhos de Violet. Eles eram o seu mundo. Ela era uma das melhores m?es que eu j? conheci. Ela estava sempre fazendo pequenas coisas para eles. Ela fazia o imposs?vel para sempre estocar prote?nas especiais para Bailey porque ela era vegetariana. Eles tinham um ?timo relacionamento. Meu cora??o disparou ao mesmo tempo que uma sensa??o ruim apertou em volta do meu peito quando sa?mos para o ar frio do inverno. Nossa respira??o soprou em nuvens brancas, eu apertei o ombro de Violet tentando tranquiliz?-la e faz?-la se acalmar. Fiquei surpresa por ela ainda n?o ter desmaiado com a forma como seus pulm?es pareciam terem parado de funcionar. Pelo menos foi assim que pareceu quando notei que a nuvem branca na frente de seu rosto lembrava a cena em filmes de terror quando a pr?xima v?tima infeliz acabava trancada num por?o e abria um grande freezer. Sabe aquela cena em que a n?voa de gelo branca gira no ar acima do freezer logo antes de dispersar e a pessoa come?a a gritar ao ver partes de corpo congeladas. Certo, n?o ? a melhor imagem para se ter no momento. Limpei isso da minha mente e me agarrei ? cren?a de que eles estavam bem. Eu n?o tinha certeza se a mulher que se tornou minha melhor amiga sobreviveria se alguma coisa acontecesse com eles. Coloquei Violet no banco do passageiro em meu Mustang, enquanto Aislinn pulava no banco de tr?s. — Eles est?o bem. Talvez eles estejam assistindo a um filme e desligaram os telefones. — Aislinn estendeu a m?o atrav?s dos assentos e apertou a m?o de Violet. Violet fungou e seu corpo come?ou a tremer. — N?o, algo aconteceu. Meu instinto diz isso. Temos que encontr?-los. Eles t?m que estar bem… — Sua voz falhou no final e seus ombros tremeram com um solu?o. Saindo do estacionamento, virei para a rua e tive que checar minha velocidade. Meu p? se recusava a afrouxar o pedal. Eu n?o tinha ideia do que faria se fossem os meus filhos. Como m?e, minha vida consistiu em nutri-los e proteg?-los durante metade da minha vida. O c?u escureceu e o ar ficou mais denso quando entrei na rua de Violet dois minutos depois. — Est? sentindo isso? Violet voltou os olhos cheios de l?grimas para mim. Uma olhada no meu espelho retrovisor e vi o reflexo de Aislinn balan?ando a cabe?a de um lado para o outro. — N?o sinto nada. E voc?, V? — Eu n?o posso sentir qualquer coisa neste momento. E eu digo literalmente. Meu corpo est? dormente — sussurrou Violet, enquanto seu olhar permanecia cravado em sua casa. Parei ao lado do meio-fio e ela saiu pela porta antes que eu desligasse o motor. Aislinn e eu a seguimos um segundo depois. — O que voc? consegue sentir? — Os olhos de Aislinn percorreram a vizinhan?a ao nosso redor. A cidade era pequena com mais da metade da popula??o sendo sobrenatural. Eram cerca de dezesseis quil?metros, com a pra?a principal sendo o centro. A maioria das casas ficavam mais pr?ximas do centro, com um punhado em ?reas remotas. Violet morava no meio da cidade, n?o muito longe de sua livraria. Violet parou na soleira e olhou para n?s. Seu rosto era da cor da m?scara de Michael Myers e seus olhos azuis estavam brilhantes e cheios de preocupa??o. Foi ent?o que percebi que a porta da frente estava entreaberta. Aislinn e eu corremos para alcan??-la. Meu est?mago azedou e a bile encheu o fundo da minha garganta. A porta aberta combinada com aquela sensa??o opressora da qual eu n?o conseguia me livrar e a certeza de Violet de que seus filhos estavam em apuros me convenceram de que ela estava certa. — Violet, espere. Deixe-me ir primeiro. — Corri passando por ela antes que ela pudesse me dizer n?o ou entrar primeiro. Sua casa tinha um piso plano aberto e depois de um curto corredor se abria para uma sala de estar com uma cozinha conectada. Tudo o que vi foram alguns cobertores e almofadas espalhadas pelo ch?o. Meu peito apertou e tive dificuldade para respirar. Tentei captar qualquer ind?cio de magia lan?ada na ?rea, mas era muito nova nesse lado da minha heran?a para saber se o que sentia era alguma coisa ou n?o. Violet parou no meio da sala e se abaixou para pegar algo debaixo da mesa de centro. Comecei a tremer como ela quando notei o celular de Bailey em sua m?o. A adolescente nunca ficava sem a coisa. — Bailey! Ben! — gritou Violet, mas n?o houve resposta. — Vou verificar os quartos deles — ofereci e corri para o segundo andar, onde os tr?s quartos estavam localizados. O quarto de Bailey foi o primeiro. Ela n?o estava l?. Sua mochila estava na pequena mesa no canto, mas n?o havia mais nada fora do lugar. Sua cama estava feita e suas roupas estavam no cesto. Entrei no quarto de Ben e vi a cena oposta. Seu edredom azul-escuro estava amarrotado na ponta da cama e eu n?o conseguia ver o ch?o debaixo das pilhas de roupas, sapatos e equipamentos de jogo. Eu me perguntei como ele conseguia encontrar alguma coisa naquele luga, mas aquilo tamb?m correspondia ao garoto que eu conhecia. Espiei o quarto principal e encontrei-o impec?vel com a cama feita. O que quer que tenha acontecido, n?o havia chegado ao segundo andar. Voltei para a sala e disse isso a Violet e Aislinn. — Precisamos ligar para a pol?cia e pedir ajuda. Violet assentiu e enxugou as l?grimas que agora escorriam pelo seu rosto. — Vou ligar para Lance. — E eu vou ligar para Camille e Sebastian. Podemos lan?ar alguns feiti?os de localiza??o e encontr?-los. — Eu queria tranquiliz?-la e dizer que eles estavam bem e que chegar?amos a eles a tempo, mas n?o o fiz. Eu sabia que n?o devia dar falsas promessas a ela. — N?o vamos parar de procur?-los at? que os encontremos — prometeu Aislinn. — Sebastian estar? aqui em cinco minutos. Camille mora no final da rua e deve chegar aqui… — Agora mesmo. — A voz de Camille me cortou no meio da frase. — Me conte o que aconteceu. — Fiquei aliviada ao ver a poderosa bruxa. Ela e minha av? podiam n?o se dar bem, mas precis?vamos da experi?ncia dela, agora mais do que nunca. Violet disse a ela o que sabia, o que n?o era muito. Lance chegou quando ela estava terminando sua explica??o e ela teve que come?ar a contar novamente os eventos. S? que desta vez Violet deixou de fora como sentiu que algo estava errado com seus filhos. Ele n?o era membro da comunidade sobrenatural e n?o tinha conhecimento de nossa exist?ncia. Lance ligou para uma unidade para coletar evid?ncias e estava conversando com Violet sobre a necessidade de monitorar suas liga??es no caso de algu?m pedir resgate. Era ?bvio que as crian?as n?o haviam partido por conta pr?pria, e ele esperava que algu?m fizesse exig?ncias em breve. — Voc? consegue pensar em algu?m que queira machucar voc? ou seus filhos? — Lance estava procurando um lugar para come?ar uma investiga??o. Poucas evid?ncias forenses foram deixadas para tr?s. Sem uma amea?a, eles n?o tinham nada para continuar. — E quanto ao seu ex-marido? Violet revirou os olhos. — Aquele idiota est? muito ocupado come?ando uma nova vida para se preocupar comigo ou com as crian?as. Ele ? um idiota traidor, mas nunca faria algo assim. — Temos que olhar para todos os ?ngulos. Vou precisar de suas informa??es de contato para fazer o acompanhamento. Se algu?m entrar em contato com voc?, me ligue imediatamente. Nesse ?nterim, quero que voc? baixe um aplicativo para gravar todas as chamadas que voc? receber. — Lance continuou a dar instru??es a Violet. Sa? da casa para cumprimentar Sebastian quando ele chegou menos de um minuto depois. — O que aconteceu? Seja o que for, envolve magia e muita. Eu inclinei minha cabe?a. Ele conseguiu sentir o mesmo que eu? Ningu?m mais mencionou sentir nada. — N?o sabemos. Senti essa press?o no peito no segundo em que virei para a rua e ficou muito pior quando entramos na casa, mas ningu?m mais sentiu. H? um sinal de luta, mas nada que desse realmente uma pista. Bas franziu os l?bios e se virou para acenar para Lance, enquanto ele descia o caminho. N?s dois voltamos para dentro para encontrar Camille preparando-se para fazer o feiti?o para localizar as crian?as. Ela puxou a mesa da cozinha para o meio do espa?o e limpou-a. Sabendo do que ela precisaria, fui at? a cozinha e peguei uma tigela de ?gua mais quatro velas e voltei enquanto ela tirava ervas e sal, junto com seu athame da bolsa que ela levava para todos os lugares. Acendi as velas e as coloquei nos quatro cantos, correspondendo aos pontos numa b?ssola. Com r?pida efici?ncia, Camille derramou um c?rculo de sal em torno dela e ficou no centro. Ela tra?ou o c?rculo, seu dedo come?ando no norte antes de seguir para o leste, sul e oeste, em seguida, de volta ao norte. A luz azul flu?a de seu dedo para o per?metro enquanto ela progredia. Minha pele formigou quando uma onda de energia projetou de Camille. Era uma onda leve e brilhante. Minha mentora foi para o lado da mesa e murmurou um feiti?o de rastreamento para as crian?as. A ?gua come?ou a rodar e turvar e assim permaneceu. N?o mostrou como encontrar as crian?as. Foi anticlim?tico. Eu esperava que tiv?ssemos uma explos?o de fogos de artif?cio que iluminaria o caminho at? as crian?as. Mudando de t?tica, Camille lan?ou um feiti?o de revela??o e tivemos um breve vislumbre das crian?as amontoadas no que parecia ser uma caverna ?mida. Violet gritou e saltou na dire??o da tigela de ?gua. Minhas pernas estavam em movimento antes que eu pensasse em minhas a??es, e peguei Violet no meio do salto, em seguida, puxei-a para fora do curso. Ca?mos no ch?o num emaranhado de membros. Eu levei uma cotovelada na minha bochecha pelos meus esfor?os, mas a ?ltima coisa que precis?vamos no momento era Violet ser queimada pelo c?rculo de prote??o. Camille veio em nossa dire??o e cortou o sal, dissipando com seguran?a o c?rculo que ela havia lan?ado. — Eles est?o vivos por enquanto. E parecem estar em algum lugar subterr?neo. Bas se abaixou e me ajudou a ficar de p?. — Deixe-me tentar. — Ele ajudou Violet a se levantar e deu-lhe um abra?o. Eu nunca o tinha visto t?o expressivo antes. Ele sempre foi t?o rabugento e distante. Ver esse lado dele n?o me fez pensar que ele na verdade tinha um cora??o mole, mas fez me apaixonar por ele ainda mais. Depois de soltar Violet, Sebastian empurrou a mesa de volta ? sua posi??o original, em seguida, varreu o sal para o lado com o p?. Ele fechou os olhos e desenhou uma runa no ar com o dedo. Criei uma nota mental para perguntar a ele sobre isso mais tarde. Mas no momento tinha que me segurar no encosto do sof? enquanto a terra se movia embaixo de mim. A luz envolveu Bas e a energia me atingiu no meio do meu peito como um golpe. A magia de Camille era leve e formigava, mas a de Sebastian era como um soco no est?mago. Eu senti a energia vazando ao nosso redor e viajando para ele, s? que foi como se tudo me atingisse de uma vez, em vez de me acariciar como a de Camille tinha feito. A luz mudou de cor antes de desaparecer quando ele abriu os olhos. — Eles est?o realmente no subsolo, mas algo est? me impedindo de alcan??-los. Isso n?o deveria ser poss?vel. — A Rainha poderia estar com eles? — Na mesma hora eu desejei n?o ter feito a pergunta. Violet se encolheu quando perguntei se seus filhos poderiam ter sido levados por nosso inimigo vil. Sebastian passou o bra?o em volta de mim e me puxou para o seu lado. — N?o podemos descartar isso, Borboleta. — Eu sorri ao ouvir o seu apelido recente para mim. Eu amei ver que esse cara taciturno tamb?m mostrava o seu lado doce perto dos outros. — Mas eu duvido que ela seja forte o suficiente para manter uma barreira t?o forte. Mas quem os tiver vai pagar. Eles n?o contavam com um Fe?rico, uma bruxa, dois mesti?os e uma nicotisa contra eles. Como diabos isso aconteceu? Colocamos prote??es em todas as nossas casas. Ocorreu-me que eu tinha afrouxado as barreiras antes. N?o tinha considerado que todas estariam conectadas. Outra trag?dia caiu aos meus p?s. Eu estava farta de ser usada por esses idiotas malvados. Isto tinha que acabar. Agora. Mas primeiro, eu precisava encontrar Bailey e Ben. Eles eram prioridades. Êîíåö îçíàêîìèòåëüíîãî ôðàãìåíòà. Òåêñò ïðåäîñòàâëåí ÎÎÎ «ËèòÐåñ». Ïðî÷èòàéòå ýòó êíèãó öåëèêîì, êóïèâ ïîëíóþ ëåãàëüíóþ âåðñèþ (https://www.litres.ru/pages/biblio_book/?art=66501062&lfrom=688855901) íà ËèòÐåñ. Áåçîïàñíî îïëàòèòü êíèãó ìîæíî áàíêîâñêîé êàðòîé Visa, MasterCard, Maestro, ñî ñ÷åòà ìîáèëüíîãî òåëåôîíà, ñ ïëàòåæíîãî òåðìèíàëà, â ñàëîíå ÌÒÑ èëè Ñâÿçíîé, ÷åðåç PayPal, WebMoney, ßíäåêñ.Äåíüãè, QIWI Êîøåëåê, áîíóñíûìè êàðòàìè èëè äðóãèì óäîáíûì Âàì ñïîñîáîì.
Íàø ëèòåðàòóðíûé æóðíàë Ëó÷øåå ìåñòî äëÿ ðàçìåùåíèÿ ñâîèõ ïðîèçâåäåíèé ìîëîäûìè àâòîðàìè, ïîýòàìè; äëÿ ðåàëèçàöèè ñâîèõ òâîð÷åñêèõ èäåé è äëÿ òîãî, ÷òîáû âàøè ïðîèçâåäåíèÿ ñòàëè ïîïóëÿðíûìè è ÷èòàåìûìè. Åñëè âû, íåèçâåñòíûé ñîâðåìåííûé ïîýò èëè çàèíòåðåñîâàííûé ÷èòàòåëü - Âàñ æä¸ò íàø ëèòåðàòóðíûé æóðíàë.