Ëþáîâü óðûâêàìè - â êàêèõ-òî íîìåðàõ Ïîëóïóñòûõ ãîñòèíèö ïÿòèçâåçäíûõ, Ñ îò÷àÿíüåì è íåæíîñòüþ â ãëàçàõ, È ïîöåëóåì – æàðêèì ëè, ìîðîçíûì - Çàâèñèò îò ñåçîíà. È âñåõ ïðàâ Ëèøåííûå ñóïðóæåñêèõ, çàêîííûõ, Ìû âñòðåòèëèñü, ó ñóäåá äâóõ óêðàâ Äåíü íà äâîèõ. Îòêëþ÷èì òåëåôîíû, Çàêðîåì äâåðü – è áóäåò âñå: òâîé âçäîõ Äðîæàùèé, çàìèðàþùèé â èñòîìå. È íå

Novos Come?os Encantados

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Ïðîñìîòðû: 180
Ñêà÷àòü îçíàêîìèòåëüíûé ôðàãìåíò
ÊÓÏÈÒÜ È ÑÊÀ×ÀÒÜ ÇÀ: 312.39 ðóá. ×ÒÎ ÊÀ×ÀÒÜ è ÊÀÊ ×ÈÒÀÒÜ
Novos Come?os Encantados Brenda Trim Quando a vida sai dos trilhos, abra?ar a aventura ? a maneira mais r?pida de consertar as coisas. Um dia eu era apenas uma vi?va diante da perspectiva de um ninho vazio, levando uma vida que era tudo, menos encantada. Do nada, descubro minhas ra?zes m?gicas e minha heran?a como o Guardi? do portal entre o Reino Fe?rico e a Terra. Fiquei em choque. Depois veio o medo. Afinal, ningu?m planeja recome?ar aos quarenta e cinco. Eu pretendia envelhecer com meu marido. Pensei que levar?amos uma vida normal. Ent?o, quem seria eu para perder essa oportunidade de viver em um mundo que sempre pensei que fosse imagin?rio. Eu sou meio bruxa, meio fe?rica, e estou enfrentando perigos t?o reais quanto a dor em meu joelho ruim. Ibuprofeno e a cafe?na me d?o for?as para seguir em frente, e eu poderia fazer isso pelo resto da vida. Quem achar que a casa da minha fam?lia ? um alvo f?cil, tome cuidado: a nova Guardi? da cidade n?o vai ceder sem lutar. Afinal, ela j? aprendeu a deixar para tr?s sua exist?ncia simples e a acreditar no poder extraordin?rio que existe dentro dela. O que poderia impedi-la agora? Novos Come?os Encantados Contents 1. CAP?TULO UM (#u51abab51-b7cc-5855-85b7-dbbd775fa507) 2. CAP?TULO DOIS (#ud3ad58d3-18e5-56e5-a655-99e098ec5977) 3. CAP?TULO TR?S (#ue7aad7b2-5250-53ee-9efa-59ce88d797ec) 4. CAP?TULO QUATRO (#u58787e79-30d5-5033-baa3-494b59beb8c1) 5. CAP?TULO CINCO (#u83985b38-3423-5897-a252-b6f57ef13d6b) 6. CAP?TULO SEIS (#ubd6f000b-3044-5bff-aa7b-972cf68a6cef) 7. CAP?TULO SETE (#ub4361675-64ce-530b-b66d-e40ffbd5fa0e) 8. CAP?TULO OITO (#u20abed7f-c94a-576b-b932-6570023e9e90) 9. CAP?TULO NOVE (#u57b46f2d-526c-549f-b1a8-c376f90e04dc) 10. CAP?TULO DEZ (#u17a5e530-fbeb-5e6d-b503-4691da66fa3f) 11. CAP?TULO ONZE (#ubc42acba-aa96-5a6f-9697-f04a670f34bb) 12. CAP?TULO DOZE (#u3fe0e62f-7f1b-51a8-b176-6dc97af35176) 13. CAP?TULO TREZE (#u385f3817-46f9-52b4-8954-03c9277cf06c) 14. CAP?TULO QUATORZE (#u61a9c716-761d-5362-ab50-3655548a9ba1) 15. CAP?TULO QUINZE (#u8579fc6e-adde-57a4-86c0-21173d553343) 16. CAP?TULO DEZESSEIS (#u8a265353-00dd-5f1b-b3ff-de1fe55df8d1) 17. CAP?TULO DEZESSETE (#ude1acd5d-1f7b-5111-8e57-25295aeb667f) 18. CAP?TULO DEZOITO (#ue201a9ab-1be6-50c7-bc74-dfe18c6bf13c) 19. CAP?TULO DEZENOVE (#ub69b960e-b21b-5153-9d4b-22e0d25f537a) 20. CAP?TULO VINTE (#u87d86ff9-37cd-5030-aee5-e0f267e2eea2) TRECHO DO LIVRO # 2 (#u9b613ba6-477f-5906-9962-517970efb667) Nota da autora (#u82d0375d-02fa-541b-b3e4-9f11822d7ecf) Direitos autorais © maio de 2020 por Brenda Trim Editor: Chris Cain Arte de capa por Fiona Jayde Tradu??o: Elaine Lima [bad img format] * * * Este livro ? uma obra de fic??o. Nomes, personagens, lugares e incidentes s?o o produto da imagina??o da autora ou s?o usados de forma fict?cia e n?o devem ser interpretados como real. Qualquer semelhan?a com eventos, locais ou pessoas reais, vivas ou mortas, ? mera coincid?ncia. AVISO: A reprodu??o n?o autorizada desta obra ? ilegal. A viola??o criminal de direitos autorais ? investigada pelo FBI e ? pun?vel com at? 5 anos de pris?o federal e multa de US $ 250.000. Todos os direitos reservados. Com exce??o das cita??es usadas nas resenhas, este livro n?o pode ser reproduzido ou usado no todo ou em parte por qualquer meio existente sem a permiss?o por escrito dos autores. [bad img format] Created with Vellum (http://tryvellum.com/created) Dedicat?ria “E, ?s vezes, voc? simplesmente sabe que ? hora de come?ar algo novo e confiar na magia dos novos come?os.” ~ Fiona Shakleton CAP?TULO UM Emmie me soltou e enxugou uma l?grima que escorria de seu olho enquanto olhava ao redor do lugar. — Posso ver por que voc? quer ficar aqui. Este lugar ? incr?vel, m?e. Bem, tirando o cemit?rio e os mausol?us assustadores. Sempre odiei eles nas vezes que viemos aqui quando eu era crian?a, e pelo visto n?o mudou nada. De qualquer forma, saber o quanto voc? ama este lugar far? estar t?o longe de voc? valer a pena. Apertei a m?o da minha filha mais velha e balancei minha cabe?a concordando. Nunca imaginei que me sentiria assim quando viesse ? Inglaterra para me despedir da minha av?. — Pela primeira vez desde que seu pai morreu, sinto como se estivesse em casa aqui em Pymm's Pondside. A ?nica desvantagem ? n?o poder simplesmente entrar em um carro e ir visitar voc?, seu irm?o e irm?. — N?s n?o nos importamos de vir at? voc?, m?e. Voc? j? fez mais do que o suficiente por n?s. J? era hora de voc? ter algo s? seu — disse Skylar, minha filha mais nova, enquanto entrava na conversa. Ela estava encostada na cerca branca que cercava o enorme jardim que minha av? manteve em perfeitas condi??es. O que era algo que eu n?o estava t?o ansiosa assim para cuidar. Meu joelho ruim do?a s? de pensar no que ele sofreria. Greyson se afastou da lagoa que ficava em frente ? propriedade que eu tinha acabado de herdar e revirou os olhos para sua g?mea. Dos meus filhos, Skylar era a minha garotinha doce, j? Emmie era a respons?vel dos tr?s, e Greyson era o cabe?a quente. — Pare de ficar choramingando. Mam?e n?o vai te mandar uma passagem para a Inglaterra toda vez que voc? ficar com saudades. Minha cabe?a come?ou a latejar antecipando a briga dos dois, que eu j? estava acostumada. Emmie estava na faculdade h? dois anos, mas os g?meos tinham acabado de ingressar. Sendo a mais apegada dos tr?s, Skylar voltava para casa quase todos os fins de semana. A viagem de tr?s horas n?o a incomodava, j? Greyson ficava no campus quase o tempo inteiro. Ao me mudar para a Inglaterra, ia ser imposs?vel para eles voltarem para casa para uma visita de fim de semana. Sou uma m?e horr?vel pois nem mesmo saber que estava deixando os meus filhos sem a base deles por perto me fez mudar de ideia. Mas cada fibra do meu ser gritava que era aqui que eu deveria estar. Onde eu precisava estar. Vivi os ?ltimos 22 anos por outra pessoa. Agora era a minha vez. Passei um bra?o em volta de Greyson e o outro ao redor de Skylar. — O que eu sempre lhe disse, Grey? ? seu trabalho cuidar de suas irm?s. Elas fazem muito por voc?. Espero que voc? dedique um tempo para elas, enquanto todos n?s nos adaptamos a esta nova condi??o. Greyson baixou a cabe?a e respirou fundo. — Desculpa, m?e. Voc? tem raz?o, eu n?o vou pensar s? em mim. — Eu n?o vou deixar que voc? fa?a isso — acrescentou Emmie. — Nunca pensei que ficaria feliz em voltar a morar com voc?s, doidos, mas estou realmente animada. A poeira subiu no ar quando o carro que eu chamei para lev?-los ao aeroporto apareceu na estrada de terra. A emo??o ficou engasgada em minha garganta e meus olhos queimaram com l?grimas. Eu tinha perdido muito na minha vida, e parecia que agora eu estava perdendo eles tamb?m. — Eu vou sentir falta de voc?s. Skylar me apertou com mais for?a. — Sentiremos sua falta tamb?m, mas n?o ser? assim pra sempre. Nunca se sabe, podemos decidir nos mudar para c? quanto terminar a faculdade. Soltei os g?meos e abracei Emmie em seguida. — Agora, lembrem-se de que voc?s precisam assinar o contrato da casa de voc?s antes do in?cio do semestre. O corretor entrar? em contato com voc?, Emmie, para acertar a data e a hora, mas voc?s tr?s precisam estar presentes. No segundo em que pisei na propriedade da minha av?, liguei para um corretor de im?veis em Salisbury e combinei de vender minha casa. Eu juro que os deuses estavam ao meu favor, porque a casa vendeu antes que a semana terminasse. Emmie estava muito feliz por encontrar uma casa nova para ela se mudar com os g?meos. Rapidamente, os tr?s encontraram exatamente o que queriam. Usando o dinheiro da venda da minha casa, fiz uma oferta na nova moradia das crian?as, perto do campus. — Cuidarei disso, m?e. N?o se preocupe conosco, estaremos de volta no pr?ximo ver?o. — Me ligue se precisar de alguma coisa. — Eu abracei cada um deles mais uma vez e os mandei embora. Virando-me, observei minha nova casa. Pymm's Pondside era o nome da casa de campo branca. Quando crian?a, vinha visitar este local e achava legal que eles davam nomes ?s suas casas. Mas cham?-la de casa de campo n?o seria o certo. O lugar era quase t?o grande quanto a minha casa em Salisbury, mas tinha charme para dar e vender. O telhado marrom me lembrava uma constru??o de palha. Cada ?ngulo era arredondado, criando uma apar?ncia suave e convidativa para a casa de cinco quartos. As venezianas das janelas combinavam com o marrom do telhado e a hera que crescia de um lado era como se tivesse sa?do de um conto de fadas. Sempre pensei isso e agora, aquele lugar era meu. Eu at? tinha um cemit?rio. Achei que nunca diria isso na minha vida. A parte mais louca ? que isso me fez sentir mais perto de uma fam?lia que eu nunca conheci. Virei minha cabe?a para a esquerda e olhei para as l?pides. Nos fundos do local havia alguns mausol?us. Sim, era algo super assustador, mas tamb?m muito legal. Quer dizer, havia um cemit?rio a trinta metros de onde eu dormia. Ainda bem que sempre os amei, ou n?o teria sido capaz de ficar na casa. Afastando-me do cemit?rio, olhei para o jardim que havia passado dias me perguntando se deveria remov?-lo. N?o s? estremeci com o pensamento de ter que ajoelhar tanto, mas tamb?m n?o tinha um dedo verde. Eu n?o era t?o ruim quanto Violet, minha melhor amiga, mas as plantas n?o floresciam muito bem sob meus cuidados. Al?m disso, estou come?ando uma vida nova agora. Admito que n?o tenho vontade nenhuma de remover as ervas daninhas da maldita coisa. Na verdade, eu estava relutante em arrancar as plantas. Elas fazem parte do charme do lugar. Eu fui at? a lagoa e sorri, enquanto olhava para o grande por??o de ?gua. Tinha visto veados, coelhos e pequenos ursos bebendo tarde da noite ou de manh? cedo. Toda a propriedade era cercada por bosques. A ?rea era exuberante, gra?as ao clima chuvoso do norte da Inglaterra. Abrindo o pequeno port?o da cerca do jardim, sa? em busca de um pouco de manjeric?o para colocar no meu sandu?che de tomate para o almo?o. Havia tantas ervas e plantas, e eu s? conhe?o um ter?o delas… acho. Alecrim e hortel? eram as mais ?bvias. O resto eu aprenderia com o tempo, se n?o perdesse tudo para o mato. Encontrei o que procurava no canto mais pr?ximo do cemit?rio. Meu olhar desviou para o t?mulo recente. Minha vis?o turvou quando li o nome da minha av?. Um ping come?ou na minha cabe?a. Essa era a ?nica maneira que eu poderia descrever aquilo. Havia algo batendo nas paredes do meu cr?nio, quase como se fosse uma abelha presa em uma panela. Nunca senti algo assim antes. O estresse do m?s passado deve estar me afetando. Respirei fundo e pensei em minha av?. Isidora Shakleton era inesquec?vel e uma parte importante daquela cidade. A maioria dos residentes de Cottlehill Wilds compareceu ao funeral dela. O ping desapareceu quando me virei e voltei para a casa. O interior era t?o aconchegante quanto parecia do lado de fora. A porta dos fundos dava direto na cozinha, onde deixei o manjeric?o antes de passar pela pequena sala de estar e subir as escadas para o meu quarto. A colcha de retalhos que minha av? fez ainda estava em sua cama. Minhas roupas e alguns dos meus pertences favoritos foram enviados para mim. O resto foi deixado para as crian?as. Eu realmente preciso de um novo edredom… e len??is. Fiz planos para ir at? a cidade para que pudesse comprar uma bela colcha e talvez um colch?o novo. Eu juro que havia mais calombo na coisa do que na minha bunda e coxas. O que queria dizer muito. Tendo a minha idade, seria chocante se a pessoa n?o carregasse uns quinze ou dez quilos a mais. Eu com certeza tinha meus pneuzinhos… al?m das dores nas juntas. Pensei, enquanto me abaixava para pegar a toalha que Skylar deixou jogada no piso de madeira. Essa era uma coisa que eu n?o sentiria falta. As crian?as, assim como meu falecido marido, nunca colocavam nada no lugar. C?us, como isso me dava nos nervos. Passei minha vida inteira cuidando de outras pessoas… tanto no trabalho quanto em casa. Juro que cuidar de pessoas estava no meu DNA. Depois de terminar meu bacharelado em enfermagem, trabalhei em tempo integral na UTI de um hospital local por vinte anos e depois cuidei de Tim no final de sua vida. Talvez fosse isso o que havia de t?o convidativo na casa da minha av?, n?o havia ningu?m aqui para eu cuidar. Depois de lavar a pasta de dente que deixaram grudada na pia, me virei e gritei. — Que porra ? essa? — Minha boca se escancarou quando notei as toalhas de volta no ch?o. De onde diabos elas surgiram? Eu apenas as peguei e coloquei no cesto de roupa suja. Fui para os outros quartos e tirei os len??is das camas antes de endireitar as capas sobre os colch?es. Quando terminei com o quarto em que Greyson estava hospedado, tropecei nos len??is que n?o estavam mais na pequena pilha organizada que tinha deixado. Fazendo uma pausa, coloquei minhas m?os em meus quadris e olhei ao redor. Algu?m estava brincando comigo? N?o encontrei nada fora do comum, ent?o peguei a pilha e coloquei na cesta, em seguida carreguei minha carga escada abaixo. Quando entrei no c?modo min?sculo nos fundos da cozinha, onde ficavam a m?quina de lavar e a secadora, parei repentinamente quando notei o sab?o tombado para o lado. — Tudo bem, v?, se voc? est? assombrando o lugar para me assustar, n?o h? necessidade. N?o vou fazer muitas mudan?as por aqui. Foi quase como se a casa suspirasse ao meu redor. Balan?ando a cabe?a com a minha idiotice, coloquei uma carga na m?quina de lavar e entrei na cozinha. A vis?o do banquinho de madeira gasto perto da ilha da cozinha me lembrou de todos os dias em que costumava sentar l? quando crian?a e ouvir minha av? me contar hist?rias sobre Fe?ricos e Bruxas. Eu invejava sua criatividade, nunca poderia inventar contos t?o elaborados quanto os dela. Ela tecia contos sobre portais, fadas, drag?es e gnomos. Quando me tornei m?e e meus filhos come?aram a pedir por hist?rias, escolhia as minhas favoritas, daquelas que ela me contou. Skylar amava o conto de uma pixie que buscou asilo com uma bruxa para fugir de uma besta cruel que a estava ca?ando. A pixie mal conseguiu evitar a besta e disparou por alguns bosques quando se deparou com uma barreira. Ela bateu com as pequenas m?os na barreira, implorando por ajuda. A bruxa ajudou e deu ? pixie um pouco de madeira para viver e a fada deu ? bruxa flores frescas em troca. O conto favorito de Emmie era sobre uma fam?lia de gnomos que estava escapando de alguns barghests, c?es negros monstruosos e sobrenaturais. J? Greyson preferia o conto sobre os transmorfos de drag?es que precisavam fugir do vil Rei que os criou com a inten??o de devastar e matar. Com minha mente perdida em mem?rias, preparei um sandu?che e estava me afastando da janela quando um movimento chamou minha aten??o. Eu respirei fundo e imediatamente comecei a engasgar com minha comida. Amassando a comida na minha m?o, corri para a porta dos fundos e disparei por ela. Eu ainda estava tossindo quando desci correndo os degraus. Depois de mais algumas tosses, consegui limpar minha garganta. — Posso ajudar? — Ainda parecia que a comida estava empacada no cano errado. A mulher parou com a m?o em uma erva de jardim e olhou para mim. Ela parecia ter quase trinta anos, talvez trinta e poucos, e tinha um cabelo ruivo deslumbrante. Minhas m?os alisaram minha camiseta rosa quando eu olhei para seu top e barriga chapada. Ela ergueu uma das m?os e sorriu. — Ah, oi. Voc? deve ser Fiona, a neta de Isidora. Eu sou Aislinn. Achei que voc? j? estaria em um avi?o e voltando para casa agora. Eu vi o carro partir horas atr?s. Cruzei os bra?os sobre o peito, espalhando maionese no meu seio esquerdo. Eu estava toda desarrumada, mas n?o me importei no momento. N?o tinha ideia de como eram as coisas com a minha av?, mas n?o queria que as pessoas vagassem pela minha propriedade sempre que quisessem. — Esta ? minha propriedade e decidi ficar. Ou?a, n?o tenho certeza de que acordo voc? fez com minha av?, mas gostaria de um aviso antes que sa?sse por a? roubando minhas coisas. Os olhos de Aislinn saltaram das ?rbitas e sua m?o caiu para o lado do corpo. — Sinto muito. Como eu disse, imaginei que voc? tivesse ido embora. Eu s? precisava de um pouco de cardo santo para uma po??o, e Isidora sempre me permitiu colher os poucos ingredientes que preciso em troca de ajuda na manuten??o daqui. Isso trouxe um sorriso aos meus l?bios. Minhas m?os relaxaram e peda?os de tomate ca?ram de dentro do p?o. — Nesse caso, voc? ? mais que bem-vinda. Honestamente, eu estava pensando em me livrar do jardim. Eu juro que tenho um “dedo preto”. Al?m disso, n?o tenho ideia do que seja tudo isso, ou para que serve. Aislinn riu e cortou alguns galhos da planta que estava segurando. — Se voc? ? parente de Isidora, voc? ser? capaz de manter as coisas vivas, mas ajudo com prazer. Esta se tornou minha terapia desde que meu marido me deixou, h? um ano. Seu marido n?o veio morar com voc?? Eu balancei minha cabe?a de um lado para o outro quando um n? se formou na minha garganta. Sempre que falava sobre Tim, eu ficava ? beira de desabar. J? havia passado tempo suficiente para que eu tivesse superado. Mas eu sabia melhor do que ningu?m que n?o existia essa tal coisa de superar quando se tratava de algo assim. O luto era uma montanha-russa que te pega desprevenido, quando voc? menos espera, a dor surge. A perda de algu?m que voc? ama nunca para de doer, n?o importa quanto tempo tenha passado. — Meu marido faleceu h? alguns anos. C?ncer. — Ao dizer isso, me prevenia das perguntas inevit?veis sobre o que o matou. — Meus filhos voltaram hoje para casa, para as aulas da faculdade. Eles vir?o me visitar, mas n?o v?o morar comigo. — Eu sinto muito pelo seu marido. Voc? est? recome?ando, isso ? bom. Isso ajudar? a criar uma vida sem ele. Dessa forma, a dor n?o vai te consumir toda vez que voc? olhar ao seu redor. Meu queixo caiu com a percep??o da jovem. Eu nunca teria esperado que ela fosse t?o s?bia. — Honestamente, eu nunca pensei sobre isso. Foi muito dif?cil deix?-lo ir. Apesar de como do?a comer em nosso restaurante favorito e ir ao nosso parque, eu ignorei essa dor porque parecia uma trai??o fazer qualquer outra coisa. S? quando cheguei aqui e senti essa sensa??o de pertencimento que comecei a pensar mais no meu desejo de criar uma vida nova para mim. Aislinn passou pelo port?o e parou ao meu lado. Ela era pelo menos sete cent?metros mais baixa do que meus um metro e setenta e era magra como uma vara, mas exalava uma aura verde. Bem, devo ter pensando isso porque ela gosta de jardinagem. — Por ser uma Shakleton, voc? definitivamente pertence aqui. Preciso voltar para casa para fazer esta po??o, mas se voc? precisar de alguma coisa, trabalho na Pena de F?nix. Na verdade, voc? deveria vir alguma hora para tomar uma bebida. Por minha conta. Eu estendi minha m?o limpa e apertei a dela. — Obrigada. Nos falaremos, tenho certeza. Eu a observei partir, mas n?o consegui ver qual caminho ela tomou ao sair para a estrada, porque parado do outro lado do caminho estava um homem. Ele era musculoso e intimidante. Eu n?o diria que ele era lindo. Ele era muito assustador para isso, embora sua beleza fosse ineg?vel. Eu ergui minha m?o e acenei para ele. — Oi. Eu sou a Fiona. Acabei de me mudar para a casa da minha av?. — O cara n?o disse uma palavra enquanto ficava parado com os p?s separados e os bra?os cruzados sobre o peito enquanto estreitava os olhos azuis para mim. Esperei alguns minutos antes de perceber que ele n?o se apresentaria. Engolindo em seco, voltei para minha casa. Quando entrei na cozinha, ele tinha ido embora. Talvez eu perguntasse a Aislinn quem era o homem atraente, por?m furioso. Pymm's Pondside estava se revelando ser mais do que eu esperava quando voltei para a cozinha para ver talheres espalhados sobre a ilha. Uma determina??o familiar caiu sobre mim. Isso ia ser ?timo… mas eu n?o tinha outra escolha. Perdi minha av?, larguei meu emprego, vendi minha casa e me mudei para outro pa?s. Eu n?o poderia exatamente continuar de onde parei. Aquela outra vida estava jogada ao vento agora. CAP?TULO DOIS — Aaaaai! — Eu segurei minha cabe?a quando o tal ping come?ou novamente. Eu me perguntei pela milion?sima vez se este era um sintoma da pr?-menopausa. As ondas de calor estavam acontecendo cada vez mais e eu encontrei um cabelo grisalho ontem, ent?o n?o me surpreenderia se fosse. Dizem que os quarenta s?o os novos trinta e na ?poca eu concordei. Aos quarenta, n?o havia muito o que diminu?sse o meu ritmo. Aos quarenta e cinco, j? n?o tenho tanta certeza. Em certos momentos eu me sinto uma anci?. Eu empurrei a irrita??o de lado e forcei meus p?s a me levarem at? a cafeteira. Na semana passada, percebi que precisava encontrar algo para fazer com meu tempo. Sempre trabalhei em tempo integral e n?o suporto a ideia de ficar sem ter o que fazer. At? tenho gostado de n?o ter o estresse do hospital, mas preciso de algo. Eu gostaria que Violet tivesse mais tempo. Era bom morar na mesma cidade que ela agora, mas ela tinha uma livraria e n?o tinha tempo para ficar comigo o dia todo. Pensei em perguntar se poderia ajudar na loja, mas n?o queria me impor. Uma coisa era falar diariamente no computador e outra era visit?-la o tempo todo. Al?m disso, n?o ajudava em nada o fato da recep??o calorosa que experimentei quando cheguei a Pymm's Pondside ter diminu?do. Era mais como se alguma for?a estivesse tentando me fazer ir embora. A casa parecia me querer ali e querer me afastar ao mesmo tempo. Era um jogo cansativo de puxa-empurra. Consegui respirar fundo quando o ping em minha cabe?a parou. Foi quando a batida come?ou. Parecia que o aquecedor de ?gua estava prestes a explodir, mas eu estava relutante em chamar o encanador da cidade para voltar aqui. A ?ltima vez que ele veio, ele me disse que n?o via raz?o para os sons. N?o ajudou que durante a hora e meia em que ele esteve aqui, n?o ouviu nada. Decidindo n?o pensar duas vezes, eu enchi uma x?cara do meu pretinho b?sico e tomei um gole da bebida cafeinada enquanto olhava para a lagoa pela janela. As manh?s aqui eram absolutamente as minhas favoritas. A vegeta??o ao meu redor despertava com uma parte de mim que raramente conseguia alimentar quando vivia em Salisbury. N?o que l? fosse t?o ?rido quanto o Texas, mas Cottlehill Wilds deixava no chinelo as duas ?reas em termos de vida vegetal. A solid?o silenciosa me cercava. Eu tinha me acostumado a viver sozinha, mas sempre havia barulho ao redor. Eu morava perto do centro da cidade, o que significava que ouvia ve?culos passando o dia todo. Nunca notei quanta polui??o sonora havia onde eu morava. Abrindo a porta dos fundos, sa? e cruzei at? a mesa colocada sob um grande bordo. Sentada ? mesa de ferro trabalhado, bebi meu caf? enquanto planejava meu dia. Eu precisava descobrir se havia algo que eu pudesse fazer na cidade. Era outra coisa que adorava sobre morar aqui. Havia uma rua principal cheia de lojas pitorescas. A padaria tinha o melhor creme de leite que j? provei, e a livraria de Violet era muito bem abastecida. Talvez eu perguntasse se eles precisavam de ajuda na loja de bebidas. Eles possu?am uma sele??o fabulosa de merlots. A empolga??o com essa nova fase da minha vida ainda borbulhava em mim. Nunca antes passei tanto tempo pensando no que eu queria para mim mesma. Parecia decadente passar tanto tempo imaginando o que eu queria fazer com meu tempo agora. At? este ponto, as decis?es sempre foram t?o naturais. Escolher a faculdade que eu queria frequentar foi f?cil e conheci Tim durante meu primeiro ano. As coisas simplesmente aconteceram a partir da?. N?o que tenha sido amor ? primeira vista, mas eu sabia que ?amos nos casar. Quando ele fez o pedido no nosso ?ltimo ano, foi mais uma formalidade do que qualquer outra coisa. Ter tr?s filhos, uma carreira e um marido me mantiveram ocupada o suficiente que acabei n?o trazendo os meus g?meos para visitar minha av? com muita frequ?ncia. A culpa por isso tirou um pouco da minha empolga??o. Eu deveria ter visitado mais. Eu deveria ter feito um esfor?o para vir pelo menos a cada dois anos. Tinha que ter me esfor?ado, pois sabia que me arrependeria depois. Quando meus pais morreram em um acidente de carro durante meu segundo ano na faculdade, me arrependi de n?o ter escolhido uma faculdade mais perto de casa. Eu perdi muito dos ?ltimos anos da vida deles. Isso me fez pensar na decis?o de ficar aqui. Eu n?o veria muito meus filhos. Eu tinha dinheiro suficiente para comprar passagens de avi?o para eles uma vez por ano sem esgotar minhas economias, e muitas coisas aconteceriam em suas vidas entre as visitas. Pelo menos eu tinha Violet por perto. Ela e eu ?ramos amigas desde que eu conseguia me lembrar. Eu a conheci durante minhas primeiras visitas ? minha av? e mantivemos contato ao longo dos anos. Ela era a primeira pessoa para quem ligava quando algo acontecia, e um grande motivo para minhas poucas visitas aqui em minha vida adulta. E ent?o havia Aislinn. Eu n?o tinha passado muito tempo com ela na semana passada, mas ela apareceu v?rias vezes e eu a observei cuidar do jardim enquanto convers?vamos. Eu gostei de como ela falava o que pensava, mesmo que ela fosse estranha e falasse sobre po??es. Eu ainda estava me ajustando aos termos que o Ingleses usavam para rem?dios caseiros. Ent?o havia o homem misterioso que eu tinha visto no dia em que meus filhos foram embora. Violet me informou que seu nome era Sebastian e que morava perto de Pymm's Pondside. Eu o vi espreitando v?rias vezes, mas ele nunca disse nada enquanto ficava l? parado me olhando. Meus olhos percorreram a floresta ao meu redor. O cara havia me assombrado quase todos os momentos em que eu estava acordada. Eu n?o sabia nada sobre ele, mas sua express?o s?ria e corpo sexy n?o me deixavam em paz, ent?o continuei pensando no porqu?. Eu odiava n?o compreender algo. Quando ganhava um quebra-cabe?a, n?o conseguia larg?-lo antes de resolv?-lo. Com um suspiro, levantei-me e fui pegar um biscoito para o caf? da manh?. No segundo em que entrei em casa, as batidas come?aram, seguidas pelas escadas rangendo. Os cabelos da minha nuca se arrepiaram. Era a primeira vez que a escada fazia barulho. Minha respira??o ficou presa na garganta quando peguei uma faca do faqueiro de madeira. Segurando-a na minha frente, procurei por um intruso. Saindo da cozinha na ponta dos p?s, eu enfiei minha cabe?a pela abertura da porta. N?o havia nada nas escadas. Um grito deixou-me quando uma das portas do arm?rio da sala de estar abriu sozinha. Este lugar ? definitivamente assombrado! — Vov?, ? voc?? Me desculpe por n?o ter vindo mais vezes nos ?ltimos dez anos. — Minhas bochechas coraram e eu revirei os olhos para mim mesma. O lugar n?o era assombrado. Mas eu adoraria poder falar com a vov? novamente. Ela sempre tinha resposta para tudo e no momento a ?nica coisa da qual tinha certeza era que eu estava esquecendo algo, mas n?o tinha ideia do qu?. Subi as escadas correndo e chequei os c?modos do andar de cima. N?o tinha ningu?m na casa. De volta ? sala eu parei ao lado do sof? desgastado com as m?os nos quadris. — Eu n?o sei o que est? acontecendo, mas esta ? a minha casa agora e eu n?o vou tolerar mais essa merda. Isso significa que voc? pode parar com os ru?dos e ficar abrindo portas. Eu sou uma Shakleton e eu n?o vou a lugar nenhum. Eu expirei lentamente, mas antes que pudesse dar a volta e ir pegar a minha comida, fui tomada por uma onda de eletricidade. Aquilo me atingiu em cheio, me levando a ter uma taquicardia. Eu n?o conseguia erguer o bra?o para checar meu pulso, mas tinha certeza que meu batimento card?aco era bem mais que duzentos e trinta por minuto. Foi t?o r?pido que n?o consegui recuperar o f?lego. Tentei dar um passo e no come?o, achei que n?o tinha conseguido me mover um s? cent?metro. Ent?o meu bra?o bateu em algo que me fez cambalear para tr?s. Eu saltei quando senti algo atr?s de mim logo em seguida. Meus olhos estavam bem abertos, mas n?o vi nada na minha frente. Poderia jurar que havia um campo de for?a invis?vel me cercando e eu podia ver os motes de poeira caindo ao seu redor. Garota, voc? precisa dar um tempo de Guerra nas Estrelas e parar de falar consigo mesma Est? come?ando a soar como uma louca. A eletricidade virou energia que tomou todas as c?lulas do meu corpo. Senti como se elas passassem de passas enrugadas para uvas gordas em segundos. Nunca percebi que estava desidratada ou esgotada at? ser restaurada. S? que n?o foram os fluidos que me encheram… Poder. Eu tremi quando a palavra passou pela minha mente. Tinha que ser uma rea??o retardada ? cafe?na, essa era a ?nica explica??o. J? os sons da casa, minha mente anal?tica me dizia que o encanamento era a raz?o daqueles barulhos, mas o encanador me garantiu que os canos da minha casa estavam em uma condi??o impec?vel. Foi quando a influ?ncia da minha av? subiu para minha cabe?a e eu conjurei esp?ritos como a verdadeira raz?o. Ser? que eu irritei o fantasma? Ser? que fiz isso enquanto falava comigo mesma e declarava que a casa provavelmente me deixou louca, mas ? que a minha mente reagia antes de ter tempo de censurar o que sa?a da minha boca. Rangendo meus dentes contra a cont?nua inunda??o de energia, eu me recusei a recuar. A casa era minha, assim como tudo nela. Tinha a herdado da minha av? e pretendia me orgulhar por isso. As luzes piscaram ao meu redor e parecia que eu tinha passado por um funil. Tornou-se ainda mais dif?cil respirar. Eu estava sofrendo um ataque card?aco? Mas eu n?o sentia como se fosse isso. Os sintomas de uma mulher sofrendo um infarto agudo do mioc?rdio s?o: n?usea, azia, tontura, suores frios e ficar extraordinariamente cansada. O suor que escorria pelas minhas costas estava t?o quente quanto o rabo de um diabo, e eu n?o estava sentindo vontade de vomitar. Quando dei por mim, manchas negras dan?avam na minha vis?o como a press?o constru?da no meu corpo. Meus olhos se fecharam lentamente e a escurid?o tomou conta de mim. [bad img format] * * * — Fiona! Fiona, voc? est? bem? Voc? tem que acordar. — Aaaai — resmunguei com a voz fren?tica. Minha cabe?a estava me matando e eu queria dormir um pouco mais. — Oh, gra?as aos Deuses. Achava que voc? estava morta. — A voz era familiar, mas minha mente demorou a processar al?m do fato de que algu?m estava na minha casa. Meus olhos abriram de uma s? vez e eu me sentei rapidamente. Minha m?o foi para minha cabe?a enquanto eu escaneava o lugar. — Aislinn? O que diabos aconteceu? — Meu sangue parecia espesso enquanto corria pelas minhas veias. Minha mente estava lenta e eu estava tendo dificuldade em me concentrar em qualquer coisa no momento. Aislinn sentou-se no ch?o ao meu lado e deu um profundo e pesado suspiro. — N?o fa?o ideia. Vim ver se voc? queria almo?ar comigo. Quando voc? n?o atendeu a porta e eu vi o velho carro que voc? comprou do George na garagem, ent?o eu verifiquei a fechadura e entrei quando ela girou na minha m?o. Te encontrei inconsciente no ch?o. Como se em resposta ? observa??o dela, minhas costas come?assem a reclamar alto e claro. Meu lado e ombro do?am, como se eu fosse um diabo atropelado. N?o havia d?vida de que eu estava no ch?o h? algum tempo. Deus, n?o era divertido envelhecer. Se eu me sentasse em qualquer lugar por mais de cinco minutos, eu precisava de um guindaste para me levantar. — Fui eletrocutada. — Passei a m?o nos meus cabelos, surpresa que n?o estavam totalmente arrepiados. Aislinn inclinou a cabe?a e olhou para a tomada mais pr?xima de n?s. Est?vamos no meio da sala de estar a pelo menos um metro e meio de cada parede, sem aparelhos ou l?mpadas por perto. — Hum, isso n?o faz o menor sentido. O que realmente aconteceu? Meus ombros levantaram e ca?ram. — Eu estava convencida h? alguns minutos de que a casa era assombrada e por um segundo pensei que talvez um fantasma tinha me atacado, mas isso n?o faz sentido. Aislinn riu e se levantou. — N?o ? assim que os fantasmas funcionam. Eles n?o s?o capazes de produzir energia assim e eles n?o s?o condutores tamb?m. Eles mal t?m vitalidade suficiente para se manifestarem na maioria das vezes. Eu aceitei a m?o dela e grunhi quando finalmente consegui ficar de p? tamb?m. Ela fez o ato de se erguer do ch?o parecer muito mais f?cil do que realmente era. — O que voc? quer dizer com eles n?o t?m poder suficiente? Fantasmas realmente existem? — Lembrei-me de todas as hist?rias que minha av? me contou, mas nenhuma delas girava em torno de esp?ritos. Aislinn me observou de perto por v?rios segundos. O sil?ncio somado a maneira como ela estava olhando para mim era altamente desconfort?vel. — Fantasmas existem e eu venho pensando h? semanas que sua av? deve estar andando por aqui de alguma forma. ? a ?nica explica??o para isso. Voc? n?o mostrou poder at? agora e algo tem que ser respons?vel por sustentar as prote??es no lugar. Um milh?o de pensamentos e perguntas se embolaram na minha mente de uma vez s?. O que ela quis dizer com a vov? ainda estava por perto? E, que poder? Eu n?o conseguia decidir qual pergunta fazer primeiro, ent?o eu fui para a cozinha e peguei o pote de ch? do arm?rio. Depois de encher a chaleira com ?gua, a coloquei para ferver. Respirei fundo, virei-me e vi que Aislinn tinha me seguido e estava sentada na ilha como eu costumava fazer quando crian?a. — Certo, Voc? vai ter que me explicar isso lentamente. Sei que algo est? acontecendo aqui, mas fantasmas n?o existem. Certo? Mas o que quer que seja, eu quero entender. Aislinn sorriu e balan?ou a cabe?a. — Eu provavelmente n?o sou a melhor pessoa para explicar tudo isso, mas darei o meu melhor. Violet est? na livraria ou eu ligaria para ela para me ajudar. Voc? sabe que a magia existe, certo? E, que voc? possui magia. — N?o… n?o existe. — A parte cient?fica de mim falou. Eu queria rir da cara dela e fingir que aquilo n?o passou de uma brincadeira antes de pedir ? senhora louca para sair. Mas eu me forcei a realmente considerar suas palavras. — Desde que me mudei para c?, n?o tenho tanta certeza de que estou certa quanto a isso. Coisas que eu n?o consigo explicar continuam acontecendo. Ela tinha que estar errada. Eu n?o passo de uma vi?va comum de meia-idade. Me lembrei de algo de quando eu era crian?a. A menos que minha mem?ria estivesse pregando pe?as em mim minha av? costumava acender velas com um estalar de dedos. E ent?o houve a vez que ela fez a lagoa ficar da cor turquesa. Por muito tempo acreditei que ela era uma bruxa. Ent?o comecei o ensino m?dio, fui para a faculdade e percebi que ela tinha usado algum tipo de corante para mudar a cor. — Sua av? era uma das bruxas mais fortes da nossa cidade. Ela superava qualquer outra pessoa e todos esperamos que voc? tamb?m. Embora, admito que alguns assumiram que voc? n?o ? nada mais do que uma mundana j? que n?o mostrou nenhuma habilidade ou produziu po??es para vender em Fogueiras e Fog?es. Peguei duas canecas e coloquei os saquinhos de ch? nelas. — Vov? n?o era nada mais do que uma normal, mas exc?ntrica, av?. O que ? Fogueiras e Fog?es? E o que voc? quer dizer com po??es? N?o sou muito a favor de rem?dios caseiros. Estou firmemente do lado da medicina moderna. Embora eu admita que muitas plantas t?m propriedades curativas e s?o usadas em muitos medicamentos. Aislinn riu e balan?ou a cabe?a. — Uma coisa de cada vez. Primeiro, voc? j? fez algo estranho ou fez algo acontecer quando voc? estava com raiva ou com medo? Eu pausei o turbilh?o de pensamentos que estava tendo e considerei sua pergunta. N?o havia verdade no que ela estava dizendo. Ou havia? — Explodir pneus conta? — Meu tom era provocante quando escolhi um fen?meno irrealista, quando me dei conta que a raz?o pela qual escolhi esse exemplo muito peculiar foi por causa de um incidente que eu n?o consegui explicar na ?poca da faculdade. Aislinn arqueou uma sobrancelha enquanto sorria para mim. — Agora que voc? tem que explicar. A chaleira come?ou a assobiar e eu derramei a ?gua quente nas canecas e depois entreguei-lhe uma. Adicionei tr?s colheres de a??car e um pouco de leite enquanto tentava lembrar de tudo e silenciar a nega??o gritando em minha cabe?a. — Quando eu estava na faculdade havia essa garota que morava no meu dormit?rio. Ela acreditava que o mundo deveria girar em torno dela. Um dia ela pediu ao meu marido Tim, s? que ele n?o era meu marido na ?poca, para encontr?-la no restaurante onde ela trabalhava e lev?-la para dan?ar depois do turno. Ela n?o sabia que eu estava ouvindo do meu carro que estava estacionada h? duas vagas de dist?ncia dela. Estava t?o brava que desejei que o pneu dela furasse e ela faltasse ao trabalho. Para minha surpresa alguns segundos depois o pneu do lado que ela estava encostada estourou, fazendo ela cair de bunda no ch?o. Aislinn estava rindo no final da minha explica??o. — Isso foi definitivamente magia. Pneus n?o explodem assim do nada. Voc? fez isso acontecer. Parece que herdou a magia da sua av? no final das contas. Eu tinha raz?o. E o resto do que aconteceu esta manh? ? provavelmente porque voc? acabou de ser nomeada como a nova Guardi?. Mas n?o deve ser s? isso. Ou eu n?o teria sentido o fluxo de antes. — Guardi?? Do que diabos voc? est? falando? — Eu estava rapidamente chegando ao meu limite. Eu n?o queria ficar chateada com a ?nica outra pessoa na cidade que falava comigo, mas eu odiava ser feita de tola. Abri minha boca para dar uma boa tirada nela por me achar ing?nua o bastante para acreditar na hist?ria da carochinha que ela acabou de contar, mas preferi fechar a boca e n?o falar nada. A energia borbulhando pelo meu corpo me dizia que ela estava certa. Ela efervescia como comprimidos anti?cidos na ?gua. Aquilo n?o era normal. E, nem voc?. Eu me encolhi ao ouvir aquela voz dentro da minha cabe?a. Parecia muito com a da vov?. — Como eu disse, n?o sou a melhor pessoa para explicar tudo isso, mas voc? ? a Guardi? do portal. Sua fam?lia tem sido respons?vel por garantir que os Fe?ricos Sombrios n?o cruzem para este reino por mais de cem anos. Agora esse papel ? seu. Minha mand?bula despencou e meu cora??o parou por um segundo. Havia uma parte de mim que sabia que ela estava certa, mas minha mente cient?fica se recusou a acreditar. Eu fiquei parada l? enquanto minha mente lutava contra si mesma. A parte de mim que me fez uma excelente enfermeira racionalizou que eu provavelmente bati minha cabe?a e ainda estava inconsciente sofrendo de uma hemorragia cerebral. Que nada disso era real. Uma parte escondida de mim subiu ? superf?cie. Era algo que s? surgia quando eu estava em Pymm's Pondside. Essa parte lembrou de todas as estranhezas feitas pela minha av? que eu tinha visto, al?m dos incidentes que ocorreram desde que eu assumi a casa. Eu belisquei meu bra?o para ver se eu estava, de fato, acordada. — Ai! Ah meu Deus! Por isso fui atingida pela eletricidade depois que informei ? casa que ela agora pertencia a mim e que ela n?o conseguiria me afastar. Embora, eu n?o tenho certeza se acredito em magia ou algo assim. Tudo isso ? demais para mim. Aislinn pegou o pote de biscoitos que eu mantinha no meio da ilha da cozinha e levantou a tampa. Pegando um biscoito de passas com aveia, ela deu uma mordida. — O que voc? quer dizer com isso ? demais para voc?? Isidora nunca te contou nada? Como ela poderia deix?-la no escuro quando ela sabia que isso passaria para voc?? Balancei a cabe?a. — Ent?o, magia existe? E Fe?ricos? S?o tipo como a Sininho? A boca de Aislinn escancarou e ela balan?ou a cabe?a de um lado para o outro. — Nem todos da nossa esp?cie se parecem com a Sininho. Eu sou uma Fe?rica. Bem, metade na verdade. E h? todos os tipos de criaturas em nosso mundo. Duendes, pixies, ninfas, tanto de floresta quando de ?gua, barghests, grimms, e muito mais. A prop?sito, foi uma pixie que se revelou para Walt Disney anos atr?s que inspirou a Sininho. Eu franzi meus l?bios e estreitei os olhos. — Voc? ? uma desses Fe?ricos? Suas orelhas s?o pontudas? Aislinn terminou seu biscoito e esfregou as m?os. De p?, ela caminhou at? a pia. — Na verdade sou. N?o sou t?o poderosa quanto um sangue puro, mas tenho algumas habilidades. E n?o, eu n?o tenho orelhas pontudas. Meu lado humano diluiu essa caracter?stica. — Ela estendeu a m?o e tocou a ponta da babosa que estava meio morta quando cheguei. A coisa se ergueu e ficou verde vibrante instantaneamente. As hastes ca?das e marrons n?o existiam mais. Eu ca? contra o balc?o e mal consegui me segurar para n?o cair no ch?o de madeira pela segunda vez naquele dia. — O que diabos eu devo fazer com tudo isso? Isso ? insano. Espere… — engasguei quando dei por mim e foi como ser atingida por uma tonelada de tijolos. — Todas as hist?rias da minha av? s?o verdadeiras! N?o havia d?vida que se o que Aislinn estava dizendo era verdade, ent?o minha av? estava me preparando a vida toda sem dizer diretamente. — Puta merda! — Conhecendo Isidora, essas hist?rias foram realmente de experi?ncias que ela teve. Eu adorava ouvir sobre todas as criaturas que ela tinha encontrado. Ela era infame por chutar a bunda de Fe?ricos e negar-lhes permiss?o para entrar em nosso reino. — ? isso que uma Guardi? faz? ? isso que eu devo fazer agora? — A ideia soou emocionante. Eu estava entediada at? dizer chega e considerando procurar um emprego trabalhando na loja de vinhos. Aislinn acenou com a cabe?a e pegou sua caneca. — Voc? decidir? qual Fe?rico permitir cruzar e qual manter fora. Meu cora??o acelerou com a simples ideia de negar a algum idiota malvado a habilidade de vir para a Terra. — Eu n?o sei o que ? mais chocante, se o fato que existem outros mundos al?m do nosso ou que cabe a mim dizer quem pode vir aqui. Ou que magia existe. Eu n?o conseguia assimilar tudo isso. Aislinn riu. — Eu n?o gostaria de ter essa fun??o, mas sei que ? importante. O Rei Voron tenta colocar os p?s aqui h? s?culos. Se ele conseguir, ele dominar? este reino tamb?m. Terminei meu ch?, passei ?gua na minha x?cara e olhei para Aislinn. — Eu perguntaria como eu deveria tomar essas decis?es, mas cheguei ao meu limite. Que tal aquele almo?o agora? — Eu estava faminta e tinha inadvertidamente pulado o caf? da manh?. Eu precisava fazer algo normal por um tempo antes que minha mente voltasse para o balde de irrealidade que tinha acabado de ser despejado em mim. CAP?TULO TR?S — Tem certeza que quer ir a p? para casa? Fica h? quase tr?s quil?metros daqui. — perguntou Aislinn, erguendo o olhar de sua bolsa, com as chaves do carro na m?o e uma express?o c?tica. Sim, eu duvidaria da minha capacidade tamb?m se eu estivesse no meu ju?zo perfeito, mas n?o estava. E eu odiei que a pergunta dela me fizesse sentir como se eu fosse velha. — Tenho certeza. Preciso tomar pouco de ar fresco e o exerc?cio ser? bom para mim. — Tudo isso era verdade, mas n?o era realmente o motivo. Uma vez que eu estivesse sozinha em casa, todos o turbilh?o de pensamentos que consegui manter ? dist?ncia na minha mente voltariam desenfreados e eu n?o tinha certeza se n?o acabaria tendo um colapso. Minha cabe?a virou sem permiss?o e se concentrou no interior da cafeteria que acabamos de sair. Ser? que Bruce, o dono do X? Cara, era um an?o sobrenatural? Ou um outro tipo de Fe?rico? Ele tinha que ter algum tipo de magia para fazer sandu?ches t?o gostosos. — Ele ? um tipo de Fe?rico que chamamos de an?es. Muito diferente das pessoas pequeninas — disse Aislinn, como se estivesse lendo minha mente. Espere. Ser? que ela realmente lia mentes? — Voc? pode ler minha mente? — Aquilo seria terr?vel. Eu teria que parar de passar tempo com ela, o que seria uma droga porque eu realmente gostava daquela mulher briguenta. Aislinn riu. — De jeito nenhum. ? bem ?bvio o que est? passando pela sua cabe?a. Mas n?o te culpo. Se eu n?o tivesse crescido sendo ensinada sobre um mundo oculto, que existe apenas em poucos lugares fora de Cottlehill Wilds, eu j? teria dado entrada em um hospital psiqui?trico. Uma gargalhada explodiu de mim. — Confie em mim, estou perto disso. Mas minha av? sempre me contava hist?rias sobre Fe?ricos e magia. S? nunca imaginei que era tudo verdade. De qualquer forma, obrigada pelo almo?o. Te vejo em breve. Eu me forcei a come?ar a caminhada de volta. A cidade estava movimentada enquanto eu caminhava lentamente pela rua principal e passava pela pra?a no centro. ? primeira vista o lugar era como qualquer outro pequeno munic?pio, no entanto, tudo parecia diferente para mim hoje. Havia um brilho em torno de algumas lojas e nada em outras. O restaurante Ostra de Safira pulsava com energia ao passar por ele. O Hora do Ch? era cercado por plantas que lhe dava uma aura verde e uma sensa??o vibrante. Quando cheguei ao desvio que cortava caminho para os penhascos e a minha casa, estava convencida que havia algum tipo de fen?meno presente nesses locais. Era quase como se fosse uma indica??o de que o lugar era propriedade de um sobrenatural. No meio do caminho me virei para a esquerda em vez de direita e parei na beirada de um penhasco, observando o oceano que se estendia ? dist?ncia. Quando eu estava em casa, em Pymm's Pondside, era imposs?vel dizer que o oceano estava a apenas um quil?metro e meio de dist?ncia. Parada l?, sentia como se estivesse literalmente em outro mundo. Al?m disso, senti que minhas pernas estavam quase desmoronando depois da caminhada que tinha acabado de fazer. N?o ? como se eu estivesse fora de forma, mas as dores que eu j? estava sentindo eram suficientes para me fazer arrepender de n?o ter aceitado a carona de Aislinn at? em casa. Balan?ando a cabe?a, me virei e comecei a descer a estrada que me levaria para casa. A agita??o da cidade de repente ficou para tr?s, deixando-me cercada por ?rvores e arbustos. As casas a essa altura eram bem mais afastadas em vez de uma ao lado da outra, ou at? mesmo parede com parede. Eu n?o tinha visitado ningu?m por aqui e n?o fazia ideia de como as propriedades deles se pareciam por tr?s das paredes de plantas e arbustos, que agiam como sentinelas fornecendo-os privacidade. Chutando uma pedra, eu observei ela bater em uma barreira invis?vel ? minha direita. Eu mal consegui desviar quando ela foi atirada de volta em minha dire??o. Eu me perguntava onde Sebastian morava. Violet me disse que ele vivia perto da minha casa. Eu fiquei chocada quando decidi me aventurar no mundo da persegui??o e perguntar a Aislinn e Violet quem era o cara misterioso. N?o passou despercebido por mim que no momento em que o descrevi com seus olhos azuis penetrantes e corpo musculoso, ambas as mulheres sabiam de quem eu estava falando. Fiquei surpresa que elas o conheciam o bastante para se referirem a ele pela vers?o abreviada de seu nome. Ele n?o parecia do tipo que falava com as pessoas, com ningu?m na verdade. A imagem dele cruzando os bra?os e olhando feio para mim passou pela minha mente. Bas, como Violet e Aislinn se referiam a ele, fazia at? uma carranca parecer sexy. Eu n?o conseguia imaginar que algu?m fosse capaz de sorrir, mesmo assim aquilo n?o me impediu. Eu estava atra?da por ele, de uma forma ou de outra. Eu n?o poderia negar que estava curiosa se o rosto dele suavizaria quando ele me beijasse. O qu?? N?o, nem em sonho! Eu alcancei minha casa rapidamente e parei para olhar para o jardim. As ervas daninhas estavam come?ando a crescer, ent?o atravessei o port?o e peguei as luvas da mesa montada ? minha direita. — Droga — gemi ao ficar de joelhos. Aquilo provavelmente foi um erro. Eu nunca mais conseguiria me levantar. Sem mencionar que a dor nas minhas juntas me manteria acordada a noite toda. Enquanto eu ficava ajoelhada l? arrancando as ervas daninhas do ch?o, Sebastian invadiu os meus pensamentos, de novo. Droga. Foi por isso que tinha vindo at? aqui. Para ter uma distra??o. Agarrando as teimosas ervas daninhas, puxei uma atr?s da outra enquanto for?ava minha mente a focar na atividade que estava fazendo. Infelizmente, fazia muito tempo desde que eu tinha sido de alguma forma beijada ou tocada. Desde que o Tim morreu, nenhum homem tinha despertado o meu interesse. E certamente nunca tinha ficado t?o atra?da a ponto de querer levar um para a cama. Estava acostumada a viver com essa parte de mim morta e enterrada. Por?m, ver Sebastian parado l? com sua carranca tinha mudado algo em mim. Agora meu corpo estava desperto e n?o me deixava ignorar minhas necessidades. Sentando-se para tr?s em meus tornozelos, eu fechei meus olhos e suspirei, tentando expulsar aquele calor latejante de dentro de mim. Era algo do qual eu tinha ficado muito boa em fazer durante o per?odo em que Tim ficou doente. O som de algo agitando a ?gua me assustou e eu fiquei de p? com um pulo. — Merda! — gritei quando meus joelhos come?aram a reclamar na mesma hora. Ficar velha era uma merda. A vis?o de flores desabrochando nas vit?rias-r?gias apagou qualquer pensamento sobre meu corpo rangendo. Manquei at? o port?o e passei por ele apressadamente. O que diabos eu fiz? E… como? Eu j? tinha feito pequenas coisas acontecerem algumas vezes na vida, mas nada neste n?vel. A lagoa era pelo menos uns nove metros de comprimento e uns sete metros e meio de largura, e coberto por vit?rias-r?gias que agora tinham deslumbrantes flores brancas nelas. Minha mente se recusava a acreditar que eu era a respons?vel pelo aparecimento delas. Eles tinham que estar ? beira de florescer antes. Era um dia ensolarado e brilhante. Os raios tinham que ter persuadido os bot?es a abrirem. S? que n?o havia nenhum bot?o antes, ou qualquer ind?cio deles. Parada ali, minha boca escancarada em descren?a, n?o havia outra explica??o j? que elas definitivamente n?o existiam momentos atr?s. Tirando as luvas, eu as coloque na mesa, depois entrei e lavei minhas m?os. O que deu in?cio a um frenesi de limpeza. Lavei as bancadas, depois me mudei para as portas do arm?rio antes de passar para despensa. Aquele ping est?pido come?ou em minha cabe?a novamente. Aquilo estava drenando as minhas for?as e eu j? estava perdendo o g?s quando finalmente terminei de limpar a cozinha e fui para a sala de estar. Antes de dar o dia por encerrado, eu tinha que rearranjar os m?veis para que ficassem do jeito que eu gostava. Quando meu marido morreu h? alguns anos, aprendi que n?o havia necessidade de manter a casa da mesma maneira para homenagear a sua mem?ria. Eu o amava, mas ele tinha partido. N?o importava se eu mudasse a posi??o dos m?veis ou comprasse novos que ele teria odiado. Eu ainda o amaria. Nada nem ningu?m, poderia mudar esse fato. Minhas costas protestaram quando empurrei o sof? para a parede oposta e o ping ainda estava me deixando louca. Minha av? tinha arranjado tudo ao redor da lareira. N?o havia nada melhor do que uma lareira acesa no inverno, mas eu planejava criar um lugar que eu pudesse assistir televis?o quando a minha chegasse na pr?xima semana. N?o havia TV a cabo em Cottlehill Wilds, mas havia internet. Gra?as a Deus pelo streaming. Tinha contratado um plano fam?lia quando Emmie come?ou a faculdade para que ela tivesse algo para acessar sem ter que pagar por isso. Quando mudei a namoradeira de lugar, dei um passo para tr?s e odiei o novo arranjo. A mesa de centro n?o se encaixava com a disposi??o dos outros m?veis. Abri a porta do lado da casa e empurrei a mesinha de madeira para o lado de fora. Voltando, eu gemi para a bagun?a que eu tinha feito. As dores evolu?ram para agonia e eu mal conseguia me mover. Hora de tomar banho. Pegando uma garrafa de vinho e meu e-reader, eu praticamente engatinhei pelas escadas e entrei no meu banheiro. Eu precisava de uma pausa e tinha que fazer algo para parar aquele maldito ping. Andando at? a banheira de modelo antigo, com pezinhos em formato de garras e tudo, eu liguei as torneiras e tampei o ralo. Minha av? tinha v?rios potes cheios de l?quido em uma prateleira de madeira no banheiro. Eu tinha jogado fora os que tinha um perfume que me lembravam dela e deixei o resto. Derramando um pouco de um l?quido que cheirava a jasmim e ma??, virei-me para tirar minhas roupas e congelei. Mancando at? a janela, meus olhos se arregalaram quando vi Sebastian parado perto do cemit?rio da fam?lia. Um segundo depois eu estava correndo escada abaixo, apesar dos meus joelhos protestando. Mas quando cheguei l? fora, ele n?o estava em lugar nenhum. Eu fiquei l? e virei em um c?rculo e depois xinguei. O que diabos ele estava fazendo aqui de novo? Se ele queria falar comigo por que ele foi embora? A boa not?cia era que o ping finalmente parou. Eu n?o tinha ideia de como encontrar Sebastian, ent?o voltei para dentro. Quando ouvi o barulho de ?gua no andar de cima, lembrei que tinha deixado a torneira da banheira ligada. Eu tropecei na minha pressa para subir, tinha abusado muito do meu velho corpo hoje. Cheguei ao banheiro bem na hora em que a ?gua quente come?ava a transbordar. Fechando a torneira, eu puxei a tampa do ralo e permiti que v?rios cent?metros fossem drenados. Checando a janela para ter certeza que ningu?m estava me observando eu puxei a camisa sobre minha cabe?a, depois tirei meus sapatos e meias, em seguida, o resto das minhas roupas. C?us, era delicioso afundar na ?gua perfumada. Minhas dores diminu?ram e peguei meu dispositivo e abri o ?ltimo livro que estava lendo. Pensando bem, n?o era ? toa que eu gostava tanto de hist?rias envolvendo criaturas paranormais e fantasiosas. Era parte de quem eu sou. Eu me perdi na hist?ria at? a ?gua esfriar. Com um suspiro, pousei minha ta?a de vinho no ch?o e me levantei. Tive o prazer de descobrir que meus joelhos e costas me suportavam sem muita reclama??o. Quaisquer que fossem aqueles ?leos, eles tinham que ter poderes m?gicos. Um banho nunca tinha me feito sentir t?o bem assim antes. Eu estava seca e vestida quando o sol come?ou a se p?r. Eu estava com fome de novo depois de uma longa tarde de caminhada, arrancar ervas daninhas e limpeza. Quando cheguei l? embaixo, cheguei ao limite do imposs?vel pela segunda vez naquele dia. — Como ? que eu fiz isso acontecer? — Perguntei para o ar enquanto observava uma sala de estar perfeitamente organizada. O sof? e a namoradeira estavam do lado oposto, com a cadeira complementando os assentos. A pintura de uma paisagem que pairava sobre a lareira tinha sumido e suportes vazios estavam em seu lugar. Precisamente onde eu planejava pendurar a TV de tela plana. Eu realmente preciso descobrir como funciona essa merda toda. Embora, eu n?o me importava de fazer flores crescerem e fazer a casa se ajeitar sozinha. Eu me virei e fui para a cozinha para pegar algo para um jantar leve. Nada me apetecia e eu n?o tinha desejo de cozinhar. Por uma fra??o de segundo eu fiquei l? desejando alguns tacos de peixe como uma tola. Parte de mim realmente esperava que eu pudesse fazer as coisas aparecerem apenas desejando-as, enquanto o resto de mim sabia que aquilo era imposs?vel. Eventualmente fui for?ada a admitir a derrota e peguei uma ma??, um pouco de manteiga de amendoim e um refrigerante. Eu estava l? comendo quando o calor eclodiu sobre o meu corpo. O suor escorria por todos os meus poros e eu fiquei tonta. Abri o freezer e fiquei na frente dele esperando que aquilo me esfriasse. Pela janela eu notei as ?rvores balan?ando com a brisa e eu estava tentada a andar l? fora, mas o ar frio da geladeira parecia bom demais para me mover. Um segundo depois, a porta dos fundos se abriu e os ventos sopraram pela casa. Eu me assustei, fechei a porta do freezer e fui l? fora procurar o que fez a porta se abrir assim. O sol estava apenas se pondo e o c?u era uma bela mistura de rosa e laranja. Um ru?do de cascalho sendo esmagado se intrometeu na quietude do meu momento de paz e me virei para ver Sebastian andando pela estrada. — Voc? est? me seguindo, Sebastian? Sua cabe?a virou em minha dire??o e seus olhos arregalaram um pouco antes de estreitarem. Minhas m?os foram para minha boca e eu desejei me enfiar em um buraco. Eu tinha acabado de provar a ele que eu era o pior tipo de perseguidora do mundo. — Eu n?o estou seguindo voc?. Eu vim para Pymm's Pondside. — Sua voz era mais ?spera do que o cascalho sob suas botas pretas e me atingia de maneiras que n?o deveriam acontecer. Limpando minha garganta, cruzei meus bra?os sobre meu peito. — Sim, posso ver isso. Por que voc? continua vindo aqui? Quer alguma coisa? Ele me observou sem dizer nada. As palavras de Aislinn sobre meu novo trabalho como Guardi? brotaram em minha mente. A mulher n?o tinha me dado mais nenhuma informa??o sobre o assunto. Talvez ele quisesse atravessar para o reino Fe?rico. — Ah, hum, voc? quer atravessar para… — Minhas palavras vacilaram enquanto minhas bochechas aqueciam. Eu n?o tinha ideia de como aquilo funcionava. N?o queria que esse cara pensasse que eu era uma idiota. Ele inclinou a cabe?a. — Para Eidothea? O que voc? sabe sobre portal para o reino Fe?rico? Meus ombros levantaram e ca?ram. — N?o sei de nada. — Doeu ter que admitir aquilo. Por alguma raz?o eu queria que ele visse a mulher brilhante que eu era. Aquela que aprendia as coisas mais r?pido do que qualquer um ao meu redor e tinha se formado em primeiro lugar da classe na escola de enfermagem. Era por isso que eu era a ?nica enfermeira capaz de conectar pacientes ao aparelho de ECMO no meu hospital anterior. — Nem sei se acredito em nada do que Aislinn disse sobre magia, os Fe?ricos, e meu suposto trabalho. — Eu estava preocupado com isso. ? por isso que eu vim para c?. — Por qu?? Voc? est? aqui para me ajudar? — Por favor, esteja aqui para me ajudar. Minha cabe?a estava uma bagun?a e precisava de algu?m para me ensinar sobre tudo aquilo. Certamente havia regras que eu deveria seguir. A ?ltima coisa que eu queria fazer era cometer um erro porque eu n?o sabia das coisas. Oh, Deus! E se eu deixar algum Fe?rico serial killer passar pelo portal? Sebastian n?o respondeu, apenas ficou me encarando. Vaga-lumes come?aram a rodear minha cabe?a. Espantei eles com uma m?o enquanto mantinha meus olhos em Sebastian. O zumbido tornou-se persistente at? que finalmente me virei para ver que estava enganada sobre o que estava voando ao meu redor. Na verdade, eram pessoas pequeninas voando. Assim como a Sininho! Estas criaturas tinham asas iridescentes e cabelos e roupas coloridos vibrantes. — O que s?o eles? Aislinn nunca me contou o que eles eram. Sebastian diminuiu um pouco da dist?ncia entre n?s. — Eles s?o pixies. E esses s?o brownies, ou duendes amigos. Segui o dedo dele e notei pequenas criaturas marrons rastejando sob a cerca e indo para o jardim. — O que ? que eles fazem? Eles est?o tentando atravessar? — Voc? realmente tem que dar um jeito de aprender antes que o Rei Voron envie algo terr?vel para estabelecer uma base neste reino. — Depois de rosnar essas palavras, Sebastian come?ou a se afastar. Minha boca comprimiu em uma linha fina para evitar xing?-lo enquanto ele ia embora. Engolir a raiva e a frustra??o n?o foi f?cil, especialmente quando considerei como isso tinha acabado de cair no meu colo e ele estava esperando que eu fizesse milagres. Com um grunhido, dei um pis?o na grama. Eletricidade escaparam das minhas m?os. Gritei e agitei minhas m?os no ar. Um raio branco brilhante voou para a esquerda e atingiu uma ?rvore. Chamas irromperam ao longo da casca e uma figura alta e esbelta saiu de dentro dela gritando. Corri ao redor da lagoa e a alcancei num piscar de olhos. Meu cora??o bateu descontroladamente no meu peito enquanto queimaduras brotavam ao longo dos bra?os dela. Agindo por instinto, corri para a lagoa e peguei o m?ximo de ?gua com as m?os. Quando voltei para ela com um punhado de ?gua, o fogo j? apagado, e ela estava me encarando. Derramei o l?quido sobre o bra?o dela. — Sinto muito. Eu n?o queria te machucar. Eu perdi a cabe?a. Os cantos dos seus finos l?bios castanhos se ergueram e seus olhos verdes brilharam. — Est? tudo bem, Bas tem esse efeito nas pessoas. Eu sou Theamise. Sua av? me convidou para viver no Bordo quando ele estava morrendo por causa de um fungo. Acenei com a cabe?a como se j? soubesse disso. Quando eu menos percebia, algo novo era jogado para cima de mim. Exceto que eu sabia sobre aquilo. Vov? me contou a hist?ria sobre a ?rvore estar ? beira da morte e que ela fez um acordo com uma ninfa para salv?-la. Parecia imposs?vel que essas criaturas sequer existissem. Se n?o fossem as hist?rias que minha av? me contou, eu ficaria muito mais chocada. Esperava que fosse mais f?cil aceitar que tudo isso fosse real porque n?o podia continuar tendo as mesmas discuss?es na minha cabe?a. S?rio, eu fazia esquizofr?nicos parecerem s?os. Eu n?o tinha mais vinte anos. Ser atingida com tudo isso estava afetando a minha mente. Mas como todos os Shakleton, eu me recusava a permitir que isso me sobrecarregasse. Com um susto, percebi que minha m?e fugiu de tudo isso. N?o achei que ela negasse a exist?ncia desse mundo. Afinal, ela me mandava para ficar com a m?e dela todo ver?o. Mas por que ela ou meu pai nunca me contaram sobre nada disso? N?o pude deixar de me perguntar o que a fez se afastar. Nada disso importa agora! Certo. Eu precisava dar um jeito na situa??o antes que ela sa?sse do controle. Algo estava obviamente acontecendo no meu novo mundo e eu tinha que descobrir o qu?, antes que acabasse com a bunda no ch?o, literalmente. — Eu realmente sinto muito sobre sua ?rvore. Espero n?o ter causado nenhum dano permanente, mas preciso correr e falar com uma amiga bem r?pido. — Eu entendo. Vou curar, assim como a ?rvore. N?o se preocupe conosco. —Theamise acenou para mim e voltou para o Bordo. Corri para a casa, peguei minha bolsa e chaves e pulei no meu carro. Violet n?o morava longe, e eu precisava perguntar se ela sabia alguma coisa sobre o que estava acontecendo. Talvez ela tivesse um livro que me ajudasse. Independentemente disso, precisava da minha melhor amiga para ajudar com um bom choque de realidade. Estacionei em frente ? livraria Livre-se. O sino tocou quando abri a porta e Violet olhou por cima do caixa. — Ei, Fiona. O que houve? Eu deveria saber que ela perceberia a minha ang?stia. Eu verifiquei o corredor ao meu lado e o seguinte antes de me aproximar dela. — Preciso de sua ajuda. — Expliquei o que aconteceu naquele dia e o que Aislinn me disse antes. Violet suspirou e me lan?ou um olhar de simpatia que eu j? tinha visto umas mil vezes antes. — Aislinn disse a verdade. Sua av? foi a ?ltima Guardi? e voc? ? a ?nica herdeira viva, ent?o quando voc? reivindicou a casa voc? reivindicou a posi??o. — Como eu nunca soube de tudo isso? Por que voc? nunca me contou que a magia existia? Violet mordeu o l?bio. — Eu presumi que voc? nasceu uma Mundana e ? por isso que seus pais se mudaram com voc?. ? dif?cil para um Mundano crescer entre os sobrenaturais. — Eu n?o seria a pessoa a falar sobre o mundo que existia ao seu redor, especialmente se n?o houvesse nada que voc? pudesse fazer para se proteger dele. Peguei uma das canetas com pontas felpudas do mostru?rio e comecei a esfreg?-la entre as minhas palmas, precisando de uma distra??o. — Eu n?o consigo acreditar que tudo isso ? real. Que todas as hist?rias da vov? eram verdadeiras. — ? muito para assimilar. Imagino que voc? sinta como se um tapete fosse puxado debaixo dos seus p?s — disse Violet, enquanto observava a minha agita??o. — Exatamente! Sebastian n?o ajudou em nada, e Aislinn me contou um pouco, mas n?o o que eu realmente preciso saber. Eu quero enfiar minha cabe?a na areia e fingir que nunca ouvi nada disso. — Mas voc? n?o vai — interveio Violet com um sorriso de quem sabe tudo. — Voc? enfrenta os problemas de frente, mesmo quando eles parecem imposs?veis ou s?o dolorosos de lidar. — Voc? me conhece bem. N?o posso ignorar nada disso, por isso estou aqui. Preciso saber como devo proteger esse portal. Nem sei onde ele fica. Voc? tem alguma coisa que possa me ajudar? — Eu posso ser uma bruxa, mas eu n?o posso dar-lhe essas respostas. Essa ? uma informa??o que s? sua fam?lia sabe — informou Violet, se encolhendo um pouco. Meus ombros afundaram e eu senti vontade de bater em alguma coisa. — Como diabos eu vou fazer este trabalho quando eu n?o tenho nenhuma informa??o? Sebastian acabou de me dizer que o Rei Voron enviaria algo terr?vel atrav?s do portal e que eu seria respons?vel pelo fim do mundo. Voc? n?o tem um livro que pode pelo menos me dar informa??es sobre o que estou lidando? Violet acenou com uma m?o. — Em primeiro lugar, n?o d? ouvido a ele. Ele faz do mau humor uma forma de arte. Segundo, gostaria de ter algo que ajudasse. Meu melhor conselho ? que voc? fa?a uma busca em sua casa. Sua av? teve que ter deixado algo que a ajudasse, ela sabia que voc? voltaria algum dia. — Ela podia ter me enviado uma carta. Ou deixado uma na mesa da cozinha. Diabos, nem que fosse um e-mail. Feito qualquer coisa para me dar a informa??o que eu preciso. O peso do mundo est? literalmente nos meus ombros de meia-idade e eles est?o prestes a desistir. Violet riu e balan?ou a cabe?a. — Parece que voc? tem andado em c?rculos o dia inteiro. Vamos jantar, depois eu posso ajud?-la a fazer uma busca em sua casa. Assenti, a emo??o de repente tomando conta de mim. Foi como se algo tivesse encaixado com um clique dentro do meu peito. Violet deu um pulinho com um sorriso largo erguendo os seus l?bios. — Ei, n?s acabamos de formar um coven de duas pessoas? — Ela deve ter sentido algo parecido com o que tinha acabado de sentir. — Eu acho que est? mais para tr?s pessoas. Acho que Aislinn n?o gostaria de ficar de fora — corrigi. — Nisso voc? est? certa. Deixe-me fechar a loja e podemos sair daqui. — Isso seria fant?stico. Obrigada. — Eu n?o tinha nenhum desejo de fazer a busca sozinha. Era bom ter algu?m me apoiando. Eu poderia ter acabado de embarcar em um epis?dio de "Al?m da Imagina??o", mas havia muitas pessoas ao redor para me ajudar a navegar pela escurid?o. Eu n?o estava sozinha e isso aliviou minha preocupa??o mais do que qualquer coisa. Uma coisa que aprendi era que voc? precisa se cercar de amigos e fam?lia como apoio, ou voc? ser? comido vivo pelas reviravoltas da vida. CAP?TULO QUATRO — Ser? que isso aqui ? algo importante? — Eu segurei o livro no alto, sem saber se as marcas estranhas na capa do livro significavam alguma coisa. Violet enfiou a cabe?a na sala de artesanato um segundo depois. As sobrancelhas dela franziram e ela estudou a capa marrom na minha m?o. — Essa n?o ? a escrita de sua av? ou o Grim?rio da sua fam?lia. Parece um livro Fe?rico. Essa ? a l?ngua Fe?rica. Eu n?o imagino Isidora teria deixado notas nele. Eu balancei a cabe?a e suspirei. — Bem, eu n?o achei mais nada. Isso ? in?til. Parece que minha av? n?o pensou em me deixar um bilhete ou uma pista sobre este mundo. Talvez eu devesse voltar para a Carolina do Norte para ficar com meus filhos. Violet se aproximou de mim e apertou minha m?o. — Voc? mencionou algo encaixando no lugar. Voc? se sente diferente agora? Olhando pela janela, eu vi a lagoa e as vit?rias-r?gias florescendo. — Honestamente, estou sobrecarregada, mas ainda sinto que ? aqui que estou destinada a estar. Mas eu n?o tenho ideia do que deveria fazer como Guardi? e isso me irrita. Eu n?o estou acostumada a n?o saber das coisas. Violet riu e saiu da sala, me puxando com ela. — Agora, isso soa como Isidora. Ela era a chamada na cidade pela maioria das pessoas se eles estivessem precisando de po??es ou receitas ou precisassem de ajuda com os entes queridos. O que importa ? que voc? se sente como se pertencesse. — Isso n?o ? o que importa. N?o posso ajudar ningu?m com nada. Eu nem sei o que s?o po??es. Eu diria que n?o tenho magia para aprender, mas sei que seria mentira. — Isso j? ? alguma coisa. S? de dizer que tem certeza que tem magia j? te faz muito diferente da mulher com quem falei h? algumas semanas. Est? dizendo isso por causa do que lhe disseram? Ou alguma coisa aconteceu? — Violet soltou minha m?o e foi para a cozinha. Eu fui atr?s dela enquanto ela ia para o fog?o. — Eu fiz algumas flores aparecerem quando eu estava no jardim arrancando ervas daninhas. Eu estava sobrecarregada na hora e as emo??es meio que vazaram de mim. Mas quando eu realmente paro para analisar a minha vida, eu acho que sempre houve algo sob a superf?cie. Quando estava em trabalho de parto com meus filhos, fiz com que os monitores fetais quebrassem. E quando as pessoas me deixavam com raiva de alguma forma aconteciam coisas como bebidas derramadas, defeitos no guarda-roupa e diarreia quando direcionava minha raiva para eles. Nunca pensei muito nisso, supondo que estava sendo paranoica. Depois das ?ltimas semanas eu passei a considerar esses eventos de forma diferente. Violet se apoiou no balc?o enquanto se inclinava e gargalhava. — Diarreia? Essa ? cl?ssica. Quanto a aprender a usar magia, posso ajudar com po??es e outros feiti?os com a sua parte ligada ? bruxaria. Mas voc? tamb?m ? parte Fe?rica e eu j? n?o posso ajudar com essa metade. Nem com o papel que voc? aceitou como Guardi?. ? a? que o Grim?rio da sua fam?lia vem a calhar. — Voc? mencionou isso antes. Seria um livro, certo? Como ele se parece? Eu n?o encontrei nada que tivesse o hist?rico da minha fam?lia. Violet ligou o fog?o e colocou a chaleira para ferver. — Eu nunca o vi, mas ? muito mais do que sua hist?ria familiar. ? um compilado de feiti?os e magia que seus ancestrais criaram. Aposto que tamb?m h? informa??es sobre o portal e seus deveres nele. — Ent?o parece que eu preciso encontrar esse maldito livro. — De repente me senti derrotada. Eu procurei pela maior parte da casa, mas n?o encontrei nada. — Voc? pode me dizer por que minha fam?lia tem esse papel? Por que n?o posso passar o trabalho para algu?m como Sebastian? Ele seria capaz de lutar contra qualquer um que n?o deveria atravessar para a Terra. Violet balan?ou a cabe?a e pegou o leite da geladeira. — T?-lo no comando seria um desastre. Ele nunca permitiria que ningu?m passasse. N?o sei a hist?ria toda, mas sei que sua fam?lia se estabeleceu em Pymm's Pondside h? muito tempo, quando havia muitas pontes do Reino Fe?rico para este mundo. ? medida que a magia secava no mundo, o portal em sua terra permaneceu. Suspeito que algu?m da sua linhagem o criou como uma maneira de visitar a fam?lia aqui e vinculou sua exist?ncia ? sua linhagem quando o Reino Fe?rico come?ou a perder seu poder. Eu virei para encar?-la e quase derrubei as canecas que eu tinha acabado de pegar com o choque. — Como um reino inteiro pode perder energia? Isso parece imposs?vel. Violet suspirou e colocou saquinhos de ch? nas canecas que eu coloquei na ilha da cozinha. — Tem a ver com o Rei e quando ele assumiu o trono. Ele consumiu uma parte significativa da magia do reino e at? roubou a magia de algumas das criaturas que vivem nele. Foi a ?nica maneira dele vencer o rei anterior. Aquilo era fascinante. — Ent?o, h? tipo uma fam?lia real escondida que pode tomar o trono de volta e restaurar o Reino Fe?rico ? sua antiga gl?ria? — Era um plot comum em romances de fantasia, meu g?nero favorito. Violet riu disso e pegou a chaleira quando ela come?ou a assobiar. Ela derramou a ?gua quente nas canecas. — As hist?rias n?o mencionam isso. N?o sou Fe?rica, mas pelo que sei, o trono ? tomado ? for?a. N?o ? algo que ? passado de herdeiro para herdeiro. O mais forte reina Eidothea e o seu povo. Mas h? um alto escal?o e apenas essas fam?lias do topo t?m a capacidade de lutar pelo trono. Suspeito que sua fam?lia pertence a esse n?vel mais alto. Eu recuei como se ela tivesse me dado um tapa. Eu n?o queria ter nada a ver com seres que explorassem outros para ganho pessoal. — Aff. Gra?as aos Deuses eu n?o sou uma pessoa vil que passaria por cima de outros para poder tomar o trono. — O Reino Fe?rico precisa de um governante que pense no bem maior. Talvez ent?o o equil?brio entre nossos mundos possa ser restabelecido. — Violet colocou a??car em seu ch?, em seguida, ergueu a caneca fumegante para seus l?bios. Eu tamb?m ergui a minha e deixei o vapor arom?tico me acalmar. — E o que poderia acontecer? N?o vejo humanos aceitando que Fe?ricos existem. Eles lan?ariam bombas nucleares para destruir todos n?s se soubessem que criaturas m?ticas eram reais. — N?o havia como negar a forma como reagimos ao medo. Pensei em comprar uma arma depois que Tim morreu. No final, percebi que seria mais um risco do que ajuda. — ? verdade. De qualquer forma isso n?o importa agora. N?o h? ningu?m vivo capaz de desafiar o Rei Voron. Eu ofeguei e derrubei meu ch? quando minhas m?os voaram para minha cabe?a. Aquele ping terr?vel tinha come?ado novamente e estava muito mais forte do que nunca. — Fiona, voc? est? bem? O que houve? — A voz da Violet parecia que vinha de muito longe. Eu n?o conseguia me concentrar em nada, exceto no barulho e no pux?o em meu peito. — Minha cabe?a — grunhi com os dentes cerrados. — Tem esse ping incessante. Uma m?o correu para cima e para baixo nas minhas costas, esfregando c?rculos. Descubra de onde vem essa merda! Respirei fundo, v?rias vezes, e me concentrei na fonte por v?rios segundos. Violet estava perguntando se ela deveria me levar a algu?m ou algo na cidade chamado Zreegy. Eu n?o tinha ideia de quem ou o que Zreegy era. Tudo o que eu conseguia pensar era em acabar de uma vez por todas esse ping e pux?o. Estava piorando e agora era insuportavelmente doloroso. Depois de v?rios segundos, deixei minhas m?os ca?rem e olhei para os olhos azuis de Violet. A preocupa??o dela era o lembrete que eu precisava de que havia alguns na cidade que se importavam comigo. — Voc? est? bem? — perguntou ela, depois de alguns segundos. Eu assenti e passei a l?ngua em meus l?bios secos. — Estou bem agora. ? que sinto esse ping na minha cabe?a desde que cheguei e est? piorando. Eu pensei que estava vindo da casa, mas agora eu suspeito que est? vindo de fora. Violet se virou e foi para a despensa. — Pode ser apenas as linhas ley e voc? est? sens?vel ao poder que corre atrav?s delas, mas vamos sair e descobrir o que est? causando isso. N?o agora, fique onde est?. Voc? est? descal?a e h? peda?os de cer?mica por todo o ch?o. Eu nem tinha ouvido a caneca quebrar. Eu continuei focada no ping que agora estava ficando cada vez mais suave. — Voc? sabe que eu estaria perdida sem voc? e Aislinn. Saber que posso contar com voc?s duas acaba com qualquer d?vida sobre minha decis?o de ficar. Mas o que voc? quer dizer com as linhas ley e por que eu seria sens?vel a elas? — Linhas ley s?o caminhos de magia concentrada. Aqui em Cottlehill Wilds v?rias diferentes convergem. Isso atrai sobrenaturais ? nossa localiza??o e ? uma das raz?es pelas quais temos uma popula??o significativa vivendo aqui. A outra raz?o ? o portal. Suspeito que foi essa converg?ncia que possibilitou que o portal fosse criado aqui. — Reitero que estaria perdida sem voc?. Eu entendo o conceito que voc? est? descrevendo, mas minha mente se recusa a acreditar nisso completamente. Violet jogou os detritos afiados no lixo e eu limpei o l?quido com algumas toalhas de papel. — Eu senti uma liga??o com voc? desde que eu consigo me lembrar. Eu s? queria que voc? soubesse sobre sua magia quando Trent decidiu que ele me deixaria pela sua secret?ria. Poder?amos ter lan?ado uma maldi??o de intestinos soltos como brincamos daquela vez. Isso teria espantando a vadia de vinte e poucos anos. Eu gargalhei e enfiei meus p?s nas sand?lias que mantinha perto da porta dos fundos. — Agora, esse ? um tipo de magia que eu apoio. Por que os homens fazem isso quando chegam aos 40? Como se isso os fizessem ficar mais jovens? Ele ter? que trabalhar duas vezes mais para manter a ninfeta. Aquele idiota. Voc? merece muito melhor. Violet bufou e me seguiu para fora de casa. — De seus l?bios aos ouvidos dos Deuses. Agora, vamos ver o que podemos aprender aqui fora. Voc? tem alguma ideia de onde o ping vem? Pensei nisso enquanto o ar da noite nos cercava. O cheiro de beladona e jasmim dominava o jardim. Eu realmente precisava fazer alguma pesquisa para descobrir o que eu tinha l? fora, e como fazer po??es. Talvez eu pudesse encontrar o ex da Violet e dar-lhe algo para lhe dar dor de barriga. — Eu n?o tenho ideia. Acontece de forma intermitente e nos momentos mais estranhos. Como eu disse, primeiro pensei que tinha a ver com a casa porque come?ou logo depois que eu informei Pymm's Pondside que eu ficaria aqui. Violet levantou a m?o e murmurou: — Revelare. — Eu n?o tenho ideia de que l?ngua estrangeira ela estava falando, mas a energia pulsou pelo ar e minha pele come?ou a formigar em resposta. Um brilho azul bem claro escoou dos meus poros um segundo depois. Havia um brilho verde vindo do jardim e v?rios vindos do cemit?rio. — O que voc? acabou de fazer? — Virei-me em c?rculo e observei a floresta e as plantas ao meu redor. O Bordo com a ninfa brilhava marrom e as flores espalhadas pelo jardim brilhavam tamb?m. Eu me concentrei nas l?pides me perguntando por que cada uma exibia uma cor diferente. Ent?o havia a cripta. Praticamente todas as cores do arco-?ris emanavam do pr?dio de pedra. — Eu lancei um feiti?o de revela??o. Com a magia, tudo se resume ? inten??o e eu queria revelar qualquer coisa que sua av? possa ter escondido. H? muito mais coisas escondidas aqui, ent?o n?o sei se isso vai nos ajudar. Violet acenou com os bra?os para abranger tudo. — O que ? isso? — Eu me movi pela folhagem antes que Violet respondesse. Havia um brilho negro que me puxava para frente. N?o era nada amea?ador, mas era definitivamente uma escurid?o que se parecia com o luto que carrego dentro de mim h? muito tempo. Os passos de Violet faziam barulho atr?s de mim enquanto eu continuava. — Tudo isso aqui ? sua terra. Sua av? acolheu v?rios seres perdidos e permitiu que vivessem em Pymm's Pondside, ent?o voc? encontrar? muitos aqui. — Como posso conhecer todos os seres que vivem aqui comigo? ? assustador n?o saber quem est? por perto. — As ?rvores brilhavam aleatoriamente, assim como os buracos nos troncos e arbustos. A lua estava alta no c?u, me indicando que j? era tarde. Eu n?o sa?a de casa ap?s as oito da noite h? muito tempo. Era bom estar fora a esta hora da noite. Quase me fez sentir como se tivesse vinte anos novamente. Bem, se eu ignorasse o corpo dolorido, ondas de calor e fadiga. Antes que Violet pudesse responder, parei abruptamente. Sebastian estava parado no meio da floresta com os bra?os cruzados sobre o peito. — O que voc? est? fazendo aqui? Voc? mora na minha propriedade? Um grunhido retumbou em seu peito. — N?o. Voc? deixou Pymm's Pondside cerca de tr?s metros para tr?s. Volte para sua casa. Violet parou ao meu lado. — Ol? para voc? tamb?m, Bas. Linda noite, n?o ?? — Por que voc? lan?ou um feiti?o de revela??o? Eu n?o queria que ela soubesse onde eu moro. — O olhar que ele lan?ou em minha dire??o foi o suficiente para me fazer estremecer, dobrar o rabo e querer fugir rastejando para casa. — Eu n?o dou a m?nima onde voc? mora. S? estou tentando entender meu papel. E n?o temos tempo para ficar aqui discutindo com voc? — informei e continuei andando. ? dist?ncia, avistei uma bolha iridescente. — Eu n?o estava discutindo com voc?, Guardi?. Mas voc? deve ir embora antes que se machuque. Voc? n?o sabe no que est? se metendo. Parei de andar e virei meus olhos semicerrados para o cara. — Eu saberia onde estou me metendo se voc? puxasse esse peda?o de pau enfiado na sua bunda e me oferecesse alguma ajuda. Seu queixo caiu por um segundo antes que ele o fechasse. — Por que eu faria tal coisa? Se eu quisesse me envolver nessa merda, teria voltado para o Reino Fe?rico. E n?o ficado aqui perto de gentinha como voc?. — Qual ? o teu problema? — Eu praticamente gritei com ele. Violet saltou para frente e agarrou meu bra?o. — Vamos continuar. Estarei aqui para pegar meu athame no final desta semana, Bas — gritou ela por cima do ombro enquanto me arrastava para longe. — Esse cara ? um idiota. Ele ? capaz de gostar de algu?m? N?o, quer saber? N?o me importo. O que ? um athame? — Eu realmente queria saber por que Sebastian me odiava. N?o que eu acreditasse que ele fosse muito legal com outros ou algo assim. Ele era mal-humorado da mesma forma quando falava com outros. Embora ele parecesse reservar o extremo da sua antipatia para mim. — Um athame ? uma l?mina cerimonial. ? o principal instrumento ritual?stico ou ferramenta m?gica (https://en.wikipedia.org/wiki/Magical_tools_in_Wicca) entre as bruxas. N?s os usamos em rituais de magia cerimonial. Sua av? deveria ter deixado um para voc?, mas se voc? n?o conseguir encontrar, Bas ? aquele de quem voc? vai querer comprar outro. — Sem ofensa, mas n?o vou comprar nada daquele homem, n?o importa o qu?o sexy ele seja. Violet emitiu um som sufocado que terminou em um acesso de tosse. Ela olhou para tr?s por cima do ombro e acelerou o passo. — Bas ? um Fe?rico com uma audi??o excepcional. O sangue foi drenado da minha cabe?a ao mesmo tempo que todo o meu corpo queimou. Recusei-me a ver se ele estava me observando. O que eu estava sentindo n?o era nada mais do que uma onda de calor. Pelo menos foi o que eu disse a mim mesma. — Voc? poderia ter me dito isso antes. De qualquer forma, n?o importa o qu?o atraente algu?m seja se for um idiota. — Eu disse a ?ltima frase um pouco mais alto, esperando que ele ouvisse isso. Violet balan?ou a cabe?a e apontou para a nossa frente. — Chegamos ao limite da barreira da cidade. Ela oferece uma certa prote??o para n?s. Eu levantei a m?o em dire??o a barreira iridescente na nossa frente. Um zing passou por meus dedos quando a toquei. — Isso ? como um feiti?o de prote??o ou algo assim? Violet balan?ou a cabe?a. — Na verdade n?o. ? mais um aviso para a cidade. Quando um humano sem magia ou sangue Fe?rico passa por ela, ela envia um sinal para que aqueles de n?s que se destacam possam se esconder antes de serem vistos. Tamb?m ajuda a esconder a exist?ncia do portal em nossa cidade. ? por isso que n?o somos invadidos por Fe?ricos neste mundo. Eu examinei a ?rea ao nosso redor e deixei cair meu bra?o. Os penhascos estavam ? nossa frente, com Cottlehill Wilds atr?s de n?s. A barreira terminava ? esquerda, mas n?o era vis?vel ? direita. — Eu estava me perguntando como voc?s conseguem permanecer escondidos. Isso deve alert?-los sobre quaisquer rec?m-chegados. Nunca tinha visto pixies ou gnomos quando meus filhos e eu chegamos. Agora eles est?o em toda parte. Violet come?ou a fazer o caminho de volta para a minha casa, mas tomou o cuidado de escolher um caminho a v?rios metros de dist?ncia daquele que levava ? propriedade de Sebastian. — Voc? acertou. A barreira tamb?m nos avisa quando algu?m que tem magia mas n?o vive aqui atravessa a fronteira. Agora que voc? reivindicou seu lugar aqui, voc? n?o ativar? mais o feiti?o. J? os seus filhos sim, sempre que vierem visitar. Caminhamos em sil?ncio enquanto eu analisava tudo o que havia acontecido naquele dia. A noite estava clara e o c?u repleto de estrelas. Tudo parecia familiar, mas tamb?m parecia t?o novo e estranho. Os passos de Violet vacilaram quando nos deparamos com uma ?rea onde a folhagem havia morrido. Toda a vida vegetal estava seca e marrom em um c?rculo de um metro. — Isso n?o parece nada bom. Os olhos azuis de Violet estavam semicerrados quando encontraram os meus. — N?o ?. N?o posso dizer ao certo o que ?, mas fique alerta. Algo pode ter cruzado o portal depois que sua av? morreu e antes de voc? chegar. Ela nos deu po??es que deveriam ter evitado isso, mas teve um per?odo de algumas horas entre ela falecer e ser encontrada. Meu cora??o come?ou a bater forte contra minhas costelas e minha respira??o ficou presa na garganta. — O que podemos fazer a esse respeito? Precisamos fazer uma po??o ou algo assim? Violet balan?ou a cabe?a e caminhou t?o r?pido que est?vamos praticamente correndo de volta para minha casa. — N?o. Voc? assumindo o papel de nova Guardi? fortificou o feiti?o ao redor da terra e bloqueou o portal. Voc? precisa encontrar o Grim?rio da sua fam?lia, ou, pelo menos, o portal para que voc? possa monitor?-lo fisicamente. Sebastian estava certo sobre uma coisa. Nenhum dos capangas de Voron ser? capaz de cruzar e tomar Cottlehill Wilds para si agora que voc? est? aqui. — Sem press?o — respondi enquanto arfava e bufava. Queria chegar em casa, tomar um banho quente e ir para a cama. Toda essa merda poderia esperar at? a manh?. Eu havia atingido meu limite. Meu corpo cansado precisava da cama macia que acabara de chegar e v?rias horas ininterruptas de sono. Êîíåö îçíàêîìèòåëüíîãî ôðàãìåíòà. Òåêñò ïðåäîñòàâëåí ÎÎÎ «ËèòÐåñ». Ïðî÷èòàéòå ýòó êíèãó öåëèêîì, êóïèâ ïîëíóþ ëåãàëüíóþ âåðñèþ (https://www.litres.ru/pages/biblio_book/?art=64891846&lfrom=688855901) íà ËèòÐåñ. Áåçîïàñíî îïëàòèòü êíèãó ìîæíî áàíêîâñêîé êàðòîé Visa, MasterCard, Maestro, ñî ñ÷åòà ìîáèëüíîãî òåëåôîíà, ñ ïëàòåæíîãî òåðìèíàëà, â ñàëîíå ÌÒÑ èëè Ñâÿçíîé, ÷åðåç PayPal, WebMoney, ßíäåêñ.Äåíüãè, QIWI Êîøåëåê, áîíóñíûìè êàðòàìè èëè äðóãèì óäîáíûì Âàì ñïîñîáîì.
Íàø ëèòåðàòóðíûé æóðíàë Ëó÷øåå ìåñòî äëÿ ðàçìåùåíèÿ ñâîèõ ïðîèçâåäåíèé ìîëîäûìè àâòîðàìè, ïîýòàìè; äëÿ ðåàëèçàöèè ñâîèõ òâîð÷åñêèõ èäåé è äëÿ òîãî, ÷òîáû âàøè ïðîèçâåäåíèÿ ñòàëè ïîïóëÿðíûìè è ÷èòàåìûìè. Åñëè âû, íåèçâåñòíûé ñîâðåìåííûé ïîýò èëè çàèíòåðåñîâàííûé ÷èòàòåëü - Âàñ æä¸ò íàø ëèòåðàòóðíûé æóðíàë.