Какое, в сущности, нелепое занятие писать стихи: ......................и "глаз луны", и "солнца диск" как мир стары. ............................Души широкие объятия толпе навстречу распахнуть... - ................................................подобный риск к чему тебе? - ........................Глухой стеной - непонимание; раздавлен тяжестью

Um Rastro De Esperan?a

Um Rastro De Esperan?a Blake Pierce "Uma trama din?mica que faz voc? se prender desde o primeiro cap?tulo at? o final.--Midwest Cr?tica de Livros, Diane Donovan (em rela??o a Sem Pistas)Do autor n?1 em best-seller do g?nero, Blake Pierce traz uma nova obra-prima de suspense psicol?gico. UM RASTRO DE ESPERAN?A o ?ltimo livro da s?rie Keri Locke, dando ? s?rie um dram?tico fim.Em UM RASTRO DE ESPERAN?A (Livro 5 da s?rie de mist?rios Keri Locke), Keri Locke, detetive especialista em encontrar pessoas desaparecidas na divis?o de homic?dios do LAPD, nunca esteve t?o perto de encontrar a sua filha. Finalmente, ela consegue uma nova pista—e dessa vez, ela far? qualquer coisa para ressuscitar o seu lar.Ao mesmo tempo, um novo e urgente caso ? passado para Keri: uma garota de 18 anos que desapareceu depois de um trote da sua irmandade. Na corrida para ach?-la, Keri mergulha no mundo imaculado do campus universit?rio, e percebe que nada ? o que aparenta ser.Um suspense psicol?gico obscuro que far? o seu cora??o pulsar, UM RASTRO DE ESPERAN?A ? o livro n? 5 de uma nova s?rie extremamente fascinante—com uma nova personagem apaixonante—que far? voc? virar p?ginas e p?ginas at? tarde da noite."Uma obra-prima de suspense e mist?rio! O autor fez um magn?fico trabalho desenvolvendo personagens com um lado psicol?gico t?o bem descrito que nos sentimos dentro de suas mentes, sentimos seus medos e torcemos pelo sucesso deles. A trama ? muito inteligente e manter? voc? entretido (a) ao longo do livro. Cheio de reviravoltas, este livro mant?m voc? acordado (a) at? a virada da ?ltima p?gina.--Cr?tico de Livros e Filmes, Roberto Mattos (em rela??o a Sem Pistas) U M RA S T R O D E E S P E R A N ? A (UM MIST?RIO DE KERI LOCKE—LIVRO 5) B L A K E P I E R C E Blake Pierce Blake Pierce ? o autor da s?rie de enigmas RILEY PAGE, com doze livros (com outros a caminho). Blake Pierce tamb?m ? o autor da s?rie de enigmas MACKENZIE WHITE, composta por oito livros (com outros a caminho); da s?rie AVERY BLACK, composta por seis livros (com outros a caminho), da s?rie KERI LOCKE, composta por cinco livros (com outros a caminho); da s?rie de enigmas PRIM?RDIOS DE RILEY PAIGE, composta de dois livros (com outros a caminho); e da s?rie de enigmas KATE WISE, composta por dois livros (com outros a caminho). Como um ?vido leitor e f? de longa data do g?nero de suspense, Blake adora ouvir seus leitores, por favor, fique ? vontade para visitar o site www.blakepierceauthor.com para saber mais a seu respeito e tamb?m fazer contato. Direitos Autorais © 2017 por Blake Pierce. Todos os direitos reservados. Exceto conforme o permitido sob as Leis Americanas de Direitos Autorais (EUA Copyright Act, de 1976), nenhuma parte desta publica??o pode ser reproduzida, distribu?da ou transmitida de qualquer forma ou por qualquer meio, ou armazenada em um sistema de banco de dados ou de recupera??o, sem a pr?via autoriza??o do autor. Este e-book ? licenciado apenas para seu prazer pessoal. Este e-book n?o pode ser revendido ou distribu?do para outras pessoas. Se voc? gostaria de compartilhar este livro com outra pessoa, adquira uma c?pia adicional para cada destinat?rio. Se voc? est? lendo este livro e n?o o comprou, ou ele n?o foi comprado apenas para o seu uso, ent?o, por favor, devolva o livro e compre a sua pr?pria c?pia. Obrigado por respeitar o trabalho duro deste autor. Esta ? uma obra de fic??o. Nomes, personagens, empresas, organiza??es, locais, eventos e incidentes s?o um produto da imagina??o do autor ou s?o usados ??ficticiamente. Qualquer semelhan?a com pessoas reais, vivas ou mortas, ? mera coincid?ncia. Imagem do casaco Copyright KN, usada sob licen?a da Shutterstock.com. LIVROS DE BLAKE PIERCE S?RIE UM THRILLER PSICOL?GICO DE JESSIE HUNT A ESPOSA PERFEITA (Livro #1) O PR?DIO PERFEITO (Livro #2) A CASA PERFEITA (Livro #3) O SORRISO PERFEITO (Livro #4) S?RIE UM MIST?RIO PSICOL?GICO DE CHLOE FINE A PR?XIMA PORTA (Livro #1) A MENTIRA MORA AO LADO (Livro #2) BECO SEM SA?DA (Livro #3) VIZINHO SILENCIOSO (Livro #4) VOLTANDO PRA CASA (Livro #5) S?RIE UM MIST?RIO DE KATE WISE SE ELA SOUBESSE (Livro #1) SE ELA VISSE (Livro #2) SE ELA CORRESSE (Livro #3) S?RIE OS PRIM?RDIOS DE RILEY PAIGE ALVOS A ABATER (Livro #1) ? ESPERA (Livro #2) A CORDA DO DIABO (Livro #3) AMEA?A NA ESTRADA (Livro #4) S?RIE UM MIST?RIO DE RILEY PAIGE SEM PISTAS (Livro #1) ACORRENTADAS (Livro #2) ARREBATADAS (Livro #3) ATRA?DAS (Livro #4) PERSEGUIDA (Livro #5) A CAR?CIA DA MORTE (Livro #6) COBI?ADAS (Livro #7) ESQUECIDAS (Livro #8) ABATIDOS (Livro #9) PERDIDAS (Livro #10) ENTERRADOS (Livro #11) DESPEDA?ADAS (Livro #12) SEM SA?DA (Livro #13) ADORMECIDO (Livro #14) S?RIE UM ENIGMA DE MACKENZIE WHITE ANTES QUE ELE MATE (Livro #1) ANTES QUE ELE VEJA (Livro #2) ANTES QUE ELE COBICE (Livro #3) ANTES QUE ELE LEVE (Livro #4) ANTES QUE ELE PRECISE (Livro #5) ANTES QUE ELE SINTA (Livro #6) ANTES QUE ELE PEQUE (Livro #7) ANTES QUE ELE CACE (Livro #8) S?RIE UM MIST?RIO DE AVERY BLACK RAZ?O PARA MATAR (Livro #1) RAZ?O PARA CORRER (Livro #2) RAZ?O PARA SE ESCONDER (Livro #3) RAZ?O PARA TEMER (Livro #4) RAZ?O PARA SALVAR (Livro #5) RAZ?O PARA SE APAVORAR (Livro #6) S?RIE UM MIST?RIO DE KERI LOCKE RASTRO DE MORTE (Livro #1) RASTRO DE UM ASSASSINO (Livro #2) UM RASTRO DE IMORALIDADE (Livro #3) UM RASTRO DE CRIMINALIDADE (Livro #4) UM RASTRO DE ESPERAN?A (Livro #5) SUM?RIO CAP?TULO UM (#ued712e3b-d0f9-506b-9428-ce6d761818bf) CAP?TULO DOIS (#u47b5ca27-63fd-59a7-b51d-88f0f58c5626) CAP?TULO TR?S (#uabbc6f34-fdb6-52a0-a3e6-2c6730b0c010) CAP?TULO QUATRO (#uacc6acb3-67e2-5896-977d-367f62ff6a89) CAP?TULO CINCO (#ub888c0fa-6cd2-5575-b13a-ed88a140a1bc) CAP?TULO SEIS (#u9be46051-6053-5c42-966a-eb2837b2fc06) CAP?TULO SETE (#ud823d044-f7b3-561f-9c8e-3ca9e618345e) CAP?TULO OITO (#u8020f34a-4085-5c03-9739-e8192fea5628) CAP?TULO NOVE (#ud2d55640-c46e-5254-a063-e13829de3354) CAP?TULO DEZ (#litres_trial_promo) CAP?TULO ONZE (#litres_trial_promo) CAP?TULO DOZE (#litres_trial_promo) CAP?TULO TREZE (#litres_trial_promo) CAP?TULO QUATORZE (#litres_trial_promo) CAP?TULO QUINZE (#litres_trial_promo) CAP?TULO DEZESSEIS (#litres_trial_promo) CAP?TULO DEZESSETE (#litres_trial_promo) CAP?TULO DEZOITO (#litres_trial_promo) CAP?TULO DEZENOVE (#litres_trial_promo) CAP?TULO VINTE (#litres_trial_promo) CAP?TULO VINTE E UM (#litres_trial_promo) CAP?TULO VINTE E DOIS (#litres_trial_promo) CAP?TULO VINTE E TR?S (#litres_trial_promo) CAP?TULO VINTE E QUATRO (#litres_trial_promo) CAP?TULO VINTE E CINCO (#litres_trial_promo) CAP?TULO VINTE E SEIS (#litres_trial_promo) CAP?TULO VINTE E SETE (#litres_trial_promo) CAP?TULO VINTE E OITO (#litres_trial_promo) CAP?TULO VINTE E NOVE (#litres_trial_promo) CAP?TULO TRINTA (#litres_trial_promo) CAP?TULO TRINTA E UM (#litres_trial_promo) CAP?TULO TRINTA E DOIS (#litres_trial_promo) CAP?TULO TRINTA E TR?S (#litres_trial_promo) CAP?TULO TRINTA E QUATRO (#litres_trial_promo) CAP?TULO TRINTA E CINCO (#litres_trial_promo) CAP?TULO TRINTA E SEIS (#litres_trial_promo) CAP?TULO TRINTA E SETE (#litres_trial_promo) CAP?TULO TRINTA E OITO (#litres_trial_promo) CAP?TULO TRINTA E NOVE (#litres_trial_promo) CAP?TULO QUARENTA (#litres_trial_promo) CAP?TULO QUARENTA E UM (#litres_trial_promo) CAP?TULO QUARENTA E DOIS (#litres_trial_promo) CAP?TULO UM Quando a Detetive Keri Locke abriu os olhos, ela imediatamente soube que algo estava fora de lugar. Primeiramente, ela n?o sentia como se estivesse dormindo por muito tempo. Seu cora??o estava acelerado e ela sentia completamente pegajosa. Mais parecia como se ela houvesse desmaiado ao inv?s de dormido por um longo per?odo. Em segundo lugar, ela n?o estava na cama. Pelo contr?rio, ela estava deitada de costas no sof? da sala de estar do seu apartamento e o Detetive Ray Sands, parceiro dela e, recentemente, seu namorado, estava sobre ela com uma express?o preocupada no rosto. Ela tentou falar, para pergunt?-lo o que estava errado, mas sua boca estava seca e o som n?o saiu sen?o um rangido rouco. Ela n?o conseguia se lembrar de como chegara at? ali ou o que havia acontecido antes de ela perder a consci?ncia. Mas deve ter sido algo importante para reagir daquela maneira. Ela viu nos olhos de Ray que ele n?o estava certo sobre o que dizer. N?o era t?pico dele. Ele n?o era do tipo que ? pego de surpresa. Um afro-americano policial de um metro e noventa e cinco e um ex-lutador profissional de boxe que perdera o olho esquerdo em uma luta, ele era direto em quase tudo o que fazia. Keri tentou se empurrar para cima com os bra?os para ficar em uma posi??o mais elevada, mas Ray a impediu, repousando a m?o gentilmente em seu ombro e balan?ando a cabe?a. "D? um tempo a si mesma," ele disse. "Voc? ainda parece um pouco abalada." "Por quanto tempo eu apaguei?" vacilou Keri. "Nem um minuto," ele respondeu. “Por que eu apaguei?" ela perguntou. Os olhos de Ray se arregalaram. Ele abriu a boca para responder, mas parou, claramente perdido. "O que foi?" "Voc? n?o se lembra?" ele perguntou incr?dulo. Keri balan?ou a cabe?a. Ela pensou ter sentido um zumbido nos ouvidos, mas ent?o percebeu que era outra voz. Ela olhou para mesinha de centro e viu seu telefone sobre ela. Estava ligado e algu?m estava falando. "Quem est? ao telefone?" ela perguntou. "Ah, voc? o deixou cair quando entrou em colapso e eu o coloquei ali at? que eu pudesse reanim?-la." "Quem ??" Keri perguntou novamente, notando que ele havia evitado sua pergunta. "? a Susan," ele disse relutantemente. "Susan Granger." Susan Granger era uma prostituta de quinze anos de idade, a qual Keri havia resgatado de seu cafet?o no ano passado e colocado em um lar comunit?rio para garotas. Desde ent?o, as duas haviam ficado pr?ximas, com Keri agindo como uma esp?cie de mentora para a danificada, por?m vivaz garota. "Por que Susan est? lig??" E, ent?o, a mem?ria a atingiu como uma onda quebrando por todo seu corpo. Susan havia ligado para contar a Keri que sua pr?pria filha, Evie, que fora raptada h? seis anos, estava prestes a ser a participante central em uma cerim?nia grotesca. Susan havia descoberto que na pr?xima noite em uma casa em algum lugar de Hollywood Hills, Evie seria leiloada para quem fizesse a maior oferta, o qual teria permiss?o de ter com ela sexualmente antes de mat?-la em um tipo de sacrif?cio ritual?stico. Foi por isso que eu desmaiei. "D?-me o telefone," ela ordenou a Ray. "Eu n?o tenho certeza de que voc? j? est? pronta para isso," ele disse, obviamente sentindo que agora ela pedia se lembrar de tudo. "D?-me o maldito telefone, Ray." Ele a entregou sem mais palavras. "Susan, voc? ainda est? a??" ela disse. "O que aconteceu?" exigiu Susan, sua voz no limite do p?nico. "Em um minuto voc? estava a? e ent?o nada. E pude ouvir alguma coisa acontecendo, mas voc? n?o respondeu." "Eu desmaiei," admitiu Keri. "Precisei de um momento para me recompor." "Oh," disse Susan baixinho. "Sinto muito por ter feito isso a voc?." "A culpa n?o ? sua, Susan. Apenas fui pega de surpresa. ? muito para se processar de uma vez s?, especialmente quando eu n?o estou me sentindo cem por cento." "Como voc? est? indo?" perguntou Susan, a preocupa??o em sua voz era quase palp?vel. Ela estava se referindo ?s les?es de Keri, adquiridas em uma luta de vida ou morte com um sequestrador de crian?as h? apenas dois dias. Ela havia sido liberada do hospital somente na manh? de ontem. Os m?dicos determinaram que os hematomas em seu rosto, onde o sequestrador havia lhe dado dois socos, juntamente com um peito bem machucado e um joelho inchado, n?o eram suficientes para mant?-la por mais um dia. O sequestrador, um fan?tico desequilibrado chamado Jason Petrossian, levou a pior. Ela ainda estava no hospital com escolta armada. A garota que ele raptara, Jessica Rainey de doze anos de idade, estava se recuperando em casa com a fam?lia. "Eu vou ficar bem," disse Keri tranquilizando-a. "Apenas algumas batidas e contus?es. Fico feliz que voc? tenha ligado, Susan. N?o importa o qu?o ruins sejam as not?cias, saber ? melhor do que n?o saber. Agora eu posso tentar fazer algo a respeito." "O que voc? pode fazer, Detetive Locke?" disse Susan, sua voz ficando mais alta enquanto as palavras trope?avam para fora. "Como eu disse, sei que Evie ? o Pr?mio de Sangue no Vista. Mas eu n?o sei onde ele vai acontecer." "Acalme-se, Susan," disse Keri firmemente enquanto se colocava sentada. Sua cabe?a se sentia um pouco tonta e ela n?o protestou quando Ray colocou uma m?o de suporte em suas costas enquanto ele se sentava ao lado dela no sof?. "Vamos descobrir como encontr?-la. Mas, primeiro, eu preciso que voc? me diga tudo que voc? sabe sobre toda essa coisa do Vista. N?o se preocupe em repetir. Eu quero cada detalhe que eu puder lembrar." "Voc? tem certeza?" perguntou Susan hesitante. "N?o se preocupe. Estou bem agora. Eu s? precisava de um momento para absorver tudo isso. Mas eu sou uma detetive da Unidade de Pessoas Desaparecidas. Isso ? o que eu fa?o. Apenas porque eu estou procurando por minha pr?pria filha, n?o muda o trabalho. Ent?o, me conte tudo." Ela apertou o bot?o do viva-voz para que Ray tamb?m pudesse ouvir. "OK," disse Susan. "Como eu lhe disse antes, h? um clube de ricos frequentadores de prost?bulos que promovem festas de sexo repentinas no Hollywood Hills. Eles as chamam de Hill House Parties. A casa ? preenchida de garotas, quase todas prostitutas menores de idade como eu era. Eles normalmente as fazem a cada dois ou tr?s meses e, na maior parte do tempo, eles d?o apenas um aviso com poucas horas de anteced?ncia, normalmente por mensagem de texto. Estou fazendo sentido?" "Absolutamente," disse Keri. "Eu me lembro de voc? me contar sobre isso. Ent?o, me lembre do evento Vista." "O Vista ? tipo a maior festa deles. Acontece apenas uma vez por ano e ningu?m sabe quando. Eles gostam de dar um aviso um pouco maior nessa, porque ningu?m quer perd?-la. Esse, provavelmente, ? o motivo pelo qual minha amiga j? ouviu falar dela, mesmo que ainda seja apenas amanh? ? noite." "E o Vista ? diferente das outras House Hill Parties, certo?" incitou Keri, sabendo que Susan estava relutante em revisitar os detalhes, dando-a permiss?o para ela o fazer. "Sim. Em todas as outras festas, os clientes pagam por qualquer garota que eles se interessem e fazem o que quiserem com ela. Os caras podem ficar com qualquer um que quiserem e uma garota pode ser usado ? noite toda por qualquer um. Mas o Vista ? diferente. Naquela noite, os organizadores escolhem uma garota?ela normalmente ? especial de alguma forma?e a tornam o Pr?mio de Sangue." Ela parou de falar e Keri podia sentir que ela n?o queria continuar, n?o queria ferir a mulher que a resgatara e a ajudou a enxergar um futuro para si mesma. "Est? tudo bem, Susan," insistiu Keri. "Continue. Eu preciso saber de tudo." Ela ouviu a garota dar um suspiro profundo no outro lado da linha antes de continuar. "Ent?o o evento come?a por volta das nove da noite. Por um momento, ? como qualquer outra festa Hill House comum. Mas, ent?o, eles trazem a garota que fora escolhida como o Pr?mio de Sangue. Como eu disse, normalmente h? algo diferente a respeito dela. Talvez ela seja virgem. Talvez ela tenha acabado de ser raptada no dia, ent?o ela tem estado nas not?cias. Uma vez, foi uma ex-estrela infantil que foi pega pelas drogas e acabou nas ruas." "E esse ano ? Evie," instigou Keri. "Sim, h? uma garota chamada Lupita dos meus dias de prostitui??o em Venice com a qual eu mantenho contato. Ela ainda trabalha nas ruas e ela ouviu uns caras falando sobre como eles iriam usar a filha da policial esse ano. Eles est?o usando o apelido 'mini porco' para descrev?-la." "Muito criativo," resmungou Keri amargamente. "E voc? disse que eles a escolheram porque eu estou chegando muito perto?" "Certo," confirmou Susan. "Os comandantes estavam cansados de mud?-la de lugar. Eles disseram que ela se tornou um risco com voc? constantemente ca?ando por ela. Eles querem apenas acabar com ela e jogar o corpo em algum lugar, para que voc? saiba que ela est? morta e pare de procurar. Eu sinto muito, Detetive." "Continue," disse Keri. Seu corpo estava dormente e sua voz soava como se estivesse vindo de algum lugar distante, fora de si. "Ent?o ? basicamente um leil?o. Todos grandes gastadores v?o dar lances nela. Algumas vezes chega ?s centenas de milhares. Esses caras s?o competitivos. Mais ainda, h? o fato de que, ao puni-la, ? como se eles estivessem atingindo voc?. Tenho certeza de que isso aumentar? o valor. E eu acho que eles est?o todos excitados por como termina." "Relembre-me dessa parte," perguntou Keri, fechando seus olhos para se preparar. Ela sentiu a hesita??o de Susan, mas n?o pressionou, deixando a garota se juntar o que era necess?rio para contar. Ray se deslocou para um pouco mais pr?ximo a ela no sof? e removeu o bra?os, enrolando-o em volta dos ombros dela. "Quem quer que ven?a o leil?o ? levado para uma sala separada enquanto o Pr?mio de Sangue ? preparado. Ela ? banhada e ? posta em um vestido chique. Algu?m a maquia no estilo de estrela de cinema. Ent?o, ela ? enviada para uma sala onde o cara tem a chance de ter com ela. A ?nica regra ? que ele n?o pode machucar o rosto dela." Keri notou que a voz de Susan ficou mais dura, como se ela estivesse desligando a parte dela que sentia emo??o para que pudesse passar por isso. Keri n?o a culpava. A garota continuou. "Quero dizer, ele pode fazer coisas com ela agora, voc? sabe. Ele s? n?o pode bater nela ou dar tapas acima do pesco?o. Ela precisa estar bem apresent?vel para o grande evento depois. Eles n?o se importam se a m?scara dela est? borrada porque ela esteve chorando. Isso adiciona ao drama. Apenas sem hematomas." "O que acontece depois?" "O cara tem que ter terminado um pouco antes de meia noite, porque ? quando o sacrif?cio final acontece. Eles a colocam em um vestido fresco e a amarram para que ela n?o possa se mover muito. Ela pode se contorcer um pouco. Eles gostam disso. Mas n?o muito." Embora os olhos dela estivessem fechados, Keri sentiu Ray enrijecer ao seu lado. Ele parecia estar segurando a respira??o. Ela percebeu que ela estava fazendo a mesma coisa e for?ou-se a exalar quando escutou Susan interromper para engolir. "O cara se veste com um robe preto e um capuz para esconder sua identidade," ela prosseguiu. "Isso porque a coisa ? mostrada em uma TV na sala principal onde todos os demais est?o. Eu acho que ? gravado tamb?m. ? ?bvio, nenhum desses caras quer uma evid?ncia em v?deo de eles assassinando uma adolescente.” "Quando est?o ambos preparados, o cara entra e fica atr?s dela. Ela profere algum texto preparado, eu n?o sei qual. Ent?o lhe ? entregue uma faca e logo ? batida da meia noite, ele corta sua garganta. Ela morre, bem ali em frente ? c?mera. Todos recitam algo. Ent?o, eles desligam a TV e a festa continua. Isso ? praticamente tudo.” Keri finalmente abriu os olhos. Ela sentiu uma l?grima pingar nas suas bochechas, mas se recusou a enxug?-la. Ela gostava da maneira que ela quase queimava sua pele, como uma chama h?mida. Enquanto ela pudesse manter aquela chama de f?ria justa viva em seu peito, ela tinha certeza de que tamb?m poderia manter Evie com vida. CAP?TULO DOIS Por um longo tempo, ningu?m falou. Keri n?o achava que ela conseguiria. Ao inv?s disso, ela deixou a onda de ira a preencher, fazendo seu sangue ferver e seus dedos formigarem. Finalmente, Ray limpou sua garganta. "Susan, aqui ? o parceiro da Detetive Locke, Ray Sands. Posso lhe fazer uma pergunta?" "Claro, Detetive." "Como voc? sabe disso tudo? Digo, voc? j? esteve em uma dessas festas?" "Como eu contei a Detetive Locke, eu fui levada para a Hill House Party uma vez quando eu tinha cerca de onze anos. Eu nunca fui levada de volta, mas eu conhe?o garotas que foram. Uma de minhas amigas foi levada duas vezes. E voc? pode imaginar como a not?cia se espalha. Qualquer garota que esteve na vida em LA sabe todos os detalhes sobre o Vista. Se torna quase uma lenda urbana. Os cafet?es, algumas vezes, usam isso para manter as garotas na linha. 'Me responda e voc? pode ser o Pr?mio de Sangue esse ano.' S? que essa lenda ?, na verdade, real." Algo no tom de Susan?a mistura de medo e tristeza?arrancou Keri do seu sil?ncio. Essa jovem menina fez tanto progresso nos meses recentes. Mas Keri temia que pedir a ela para retornar, mesmo que apenas em mem?ria, para o lugar sombria que ela habitara por anos era injusto e cruel. Susan havia compartilhado tudo o que ela podia, a custo de seu pr?prio bem-estar emocional. Era hora de deix?-la tentar ser uma crian?a novamente. Agora, os adultos precisavam tomar frente. "Susan," ela disse, "muito obrigada por me contar tudo isso. Eu sei que n?o foi f?cil para voc?. Com a informa??o que voc? nos deu, eu acho que podemos ter um excelente come?o na busca de Evie. Eu n?o quero que voc? se preocupe mais com isso, OK?" "Eu poderia verificar um pouco mais," insistiu a garota. "N?o. Voc? j? fez o suficiente. ? tempo de voltar para sua nova vida. Eu prometo inteirar voc? das coisas. Mas, por agora, eu preciso que voc? se foque no trabalho da escola. Talvez ler um novo livro da Nancy Drew para conversarmos na semana que vem. N?s continuamos daqui, mocinha." Elas disseram adeus e Keri desligou. Ela olhou para Ray. "Voc? acha que n?s temos um bom come?o em achar a Evie?" ele perguntou c?tica. "N?o, mas eu n?o poderia dizer isso a ela. Al?m disso, pode n?o ser ?timo. Mas ? um come?o." * Keri e Ray sentaram no Ronnie's Diner, ambos perdidos em pensamentos. O intenso fluxo matinal no conjunto indescrit?vel na Marina del Rey terminara e a maioria dos clientes no local desfrutava de um desjejum descontra?do. Ray insistiu que eles deixassem o apartamento e Keri concordou. Ela estava vestida de maneira mais casual do que o de costume, em uma blusa de manga comprida e jeans desbotados, com uma jaqueta leve para proteg?-la da fresca manh? de janeiro. Ela usava um bon? de baseball, abaixado por sobre a metade superior de sua face. Ela deixou seu cabelo loiro-sujo, normalmente preso para tr?s em um rabo de cavalo profissional, intencionalmente solto pendendo para frente a fim de engolir seu rosto e esconder os hematomas que ela sabia que iriam fazer os outros a encararem. Ela se arqueou para baixo na cabine deles enquanto tomava um gole de caf?, escondendo ainda mais sua modesta silhueta. Keri, de quase trinta e seis anos de idade, tinha parcos um metro e sessenta e sete. Recentemente, ela come?ou a usar vestimentas mais justas, j? que ela havia cortado o ?lcool e voltou para sua forma s?lida. Mas n?o hoje. Nessa manh?, ela esperava passar despercebida. J? era agrad?vel sair depois de dois dias de cama recomendados pelo m?dico. Mas Keri tamb?m esperava que uma mudan?a de cen?ria a daria uma perspectiva fresca em como encontrar Evie. E isso funcionou at? algum ponto. Quando a comida deles chegou, eles concordaram em n?o envolver a equipe deles formalmente, a Unidade de Pessoas Desaparecidas da Divis?o Pac?fico, na busca. A unidade esteve ajudando Keri na busca por sua filha em idas e vindas por anos, sem resultado. N?o havia motivo para assumir que o desfecho seria diferente sem nova evid?ncia para seguir. Mas havia outra raz?o para manter sigilo. Esta era realmente a ?ltima chance de Keri encontrar sua filha. Ela sabia a hora exata que Evie estaria em certo lugar de LA?no Hollywood Hills ? meia noite amanh??mesmo se ela ainda n?o tivesse a localiza??o espec?fica. Mas se a equipe come?asse a cutucar e a not?cia de que eles sabiam do evento Vista se espalhasse, as pessoas que estavam com Evie poderiam cancelar o evento ou apenas mat?-la antecipadamente para evitar complica??es. Keri precisava manter as coisas quietas. N?o pronunciado, mas entendido entre os parceiros e novo casal, havia outro ponto. Eles n?o poderiam ter certeza de que eles n?o estavam sendo monitorados pela pessoa que eles mais precisavam manter afastada?Jackson Cave. No ano passado, Keri havia abatido um sequestrador de crian?as em s?rie chamado de Alan Jack Pachanga, por fim matando-o enquanto resgatava uma adolescente. E, embora Pachanga n?o fosse mais um problema, seu advogado era. Jackson Cave, o advogado do cara, era um expressivo advogado corporativo com um ostensivo escrit?rio no alto de um edif?cio no centro. Mas ele tamb?m fazia carreira em representar a esc?ria da sociedade. Ele parecia ter uma afinidade particular por predadores de crian?as. Ele alegava que muito disso era trabalho pro bono e que mesmo o pior dentre n?s merece um representante de qualidade. Mas Keri descobriu informa??o que parecia conect?-lo a uma vasta rede de sequestradores de crian?as, rede da qual ela suspeitava que ele estivesse obtendo lucros e ajudando a dirigir. Um dos abdutores na rede era um homem que atendia pelo t?tulo de Colecionador. No ?ltimo outono, quando Keri descobriu que o Colecionador era o sequestrador de Evie, ela o ludibriou para um encontro. Mas o Colecionador, cujo nome real era Brian Wickwire, descobriu seu ardil e atacou-a. Ela acabou matando-o em uma luta, mas n?o sem antes que ele jurasse que ela nunca encontraria Evie. Infelizmente, ela n?o possu?a evid?ncias que pudessem provar a conex?o de Jackson Cave ao homem que tomou sua filha ou ? grande rede que ele parecia coordenar. Pelo menos nenhuma que ela adquirira legalmente. Em desespero, ela invadiu o escrit?rio dele uma vez e encontrou um arquivo codificado que havia se provado ?til. Mas o fato de que ela o havia roubado o tornava inadmiss?vel no tribunal. Al?m disso, as conex?es entre Cave e a rede eram t?o bem encobertas e t?nues que provar o envolvimento dele seria quase imposs?vel. Ele n?o havia chegado a essa posi??o de poder no topo do mundo legal de Los Angeles sendo descuidado ou desatento. Ela at? tentou convencer seu ex-marido, Stephen, um rico agente de talentos de Hollywood, a ajudar a pagar por um investigador particular para seguir Cave. Um bom investigador estava bem al?m dos recursos dela. Mas Stephen se recusou, dizendo essencialmente que ele pensava que Evie estava morta e que Keri estava delirante. ? claro que Jackson Cave n?o tinha tais limita??es financeiras. E, uma vez que ele percebeu que Keri estava na cola dele, ele come?ou a vigi?-la. Ambos, ela e Ray, encontraram escutas em seus lares e carros. Agora, cada um deles fazia varreduras por escutas regularmente em tudo, das roupas at? os telefones aos sapatos antes de discutirem qualquer coisa delicada. Eles tamb?m suspeitavam que at? mesmo o escrit?rio do LAPD estivesse sendo monitorado e agiam de acordo. Foi quando eles se sentaram em um barulhento restaurante, vestindo roupas que eles vasculharam por dispositivos de grava??o, tendo certeza de que ningu?m nas mesas pr?ximas parecia estar escutando, enquanto formulavam o plano. Se havia uma pessoa que eles n?o queriam que soubesse do Vista, ela era Jackson Cave. Nos seus m?ltiplos confrontos verbais com ele, havia ficado claro para Keri que alguma coisa mudara em Cave. Ele pode t?-la visto meramente como uma amea?a aos seus neg?cios no in?cio, mais um obst?culo para superar. Mas n?o mais. Afinal, ela havia assassinado dois dos seus maiores ganhadores, roubado arquivos do seu escrit?rio, descriptografado c?digos e colocado seus neg?cios, e talvez sua liberdade, em risco. Claro, ela estava fazendo tudo isso para encontrar sua filha. Mas ela sentia que Cave havia come?ava a enxerg?-la mais do que apenas um mero oponente, alguma mulher policial desesperada para encontrar sua filha. Ele parecia consider?-la quase como sua n?meses, como uma esp?cie de inimigo mortal. Ela n?o queria mais apenas derrot?-la. Ele queria destru?-la. Keri estava certa de que esse era o motivo para Evie se o Pr?mio de Sangue no Vista. Ela duvidava de que Cave soubesse onde Evie estava sendo mantida ou quem estava com ela. Mas ele certamente conhecia as pessoas que sabiam essas coisas. E ele quase certamente instruiu, pelo menos indiretamente, que Evie fosse sacrificada na festa de amanh? como forma de acabar irreparavelmente com Keri. N?o havia sentido em segui-lo ou interrog?-lo formalmente. Ele era inteligente e cuidadoso demais para cometer algum erro, especialmente j? que ele sabia que ela estava na cola dele. Mas ele estava por tr?s de tudo isso?disso Keri tinha certeza. Ela apenas tem que encontrar outra maneira de resolver isso. Com senso de resolu??o renovado, ela olhou acima para perceber que Ray estava a observando de perto. "H? quanto tempo voc? est? me encarando?" ela perguntou. "Alguns minutos, pelo menos. Eu n?o queria interromper. Voc? parecia que estava em algum tipo de pensamento bem profundo. Teve alguma epifania?" "Na verdade n?o," ela admitiu. "Ambos sabemos quem est? por tr?s disso, mas eu n?o acho que isso nos ajuda muito. Eu preciso come?ar do zero e esperar rastrear algumas pistas novas." "Voc? quis dizer 'n?s', certo?" disse Ray. "Voc? n?o tem que ir para o trabalho hoje? Voc? esteve fora por um tempo enquanto tomava conta de mim." "Voc? deve estar brincando, Tinker Bell," ele disse com um sorriso, fazendo alus?o ? massiva disparidade de tamanho entre eles. "Voc? acha que eu vou simplesmente ir para o escrit?rio com tudo isso acontecendo? Eu vou usar cada dia de f?rias, de doen?a e de folga que eu tiver caso seja preciso." Keri sentiu seu peito inteiro se aquecer de encanto, mas tentou esconder. "Eu agrade?o isso, Godzilla," ela disse. "Mas comigo ainda em suspens?o, por causa da investiga??o do AI, n?s talvez precisaremos que voc? tire vantagem de alguns daqueles recursos oficiais da pol?cia aos quais voc? tem acesso." Keri estava tecnicamente em suspens?o enquanto o Assuntos Internos investigava as circunst?ncias que rodearam a morte de Brian "O Colecionador" Wickwire pelas suas m?os. O supervisor deles, Tenente Cole Hillman, havia indicado que isso provavelmente seria terminado em breve em favor dela. Mas at? l?, Keri estava sem distintivo, sem arma expedida pelo departamento, sem autoridade formal e sem acesso aos recursos da pol?cia. "Havia algo em particular que voc? pensou que eu pudesse estar dando uma olhada?" perguntou Ray. "Na verdade, sim. Susan mencionou que uma das garotas Pr?mio de Sangue anterior era uma antiga atriz infantil que se tornou viciada e acabou nas ruas. Se ela foi estuprada e assassinada, especialmente tendo sua garganta cortada, deve haver algum registro disso, certo? Eu n?o me lembro de estar nos notici?rios, mas talvez eu tenha perdido. Se voc? puder localizar isso, talvez o trabalho da per?cia tenha inclu?do DNA do s?men do homem que a violou." "? poss?vel que ningu?m tenha sequer pensado em verificar por DNA," adicionou Ray. "Se eles encontraram essa garota morta com a garganta cortada, eles podem n?o ter visto necessidade de fazer qualquer coisa a mais. Se n?s pudermos descobrir quem ela era, talvez n?s possamos fazer mais testes, colocando urg?ncia e identificando com quem ela estava." "Exatamente," concordou Keri. "Apenas se lembre de ser discreto. Envolve o m?nimo poss?vel de pessoas. N?s n?o sabemos quantos ouvidos nosso amigo advogado tem no edif?cio." "Entendido. Ent?o, o que voc? planeja fazer enquanto eu procuro em velhos registros de garotas adolescentes assassinadas?" "Eu vou entrevistar uma poss?vel testemunha." "Quem ? essa?" perguntou Ray. "A amiga prostituta de Susan, Lupita?aquela que disse que escutou aqueles caras conversando sobre o Vista. Talvez ela consiga se lembrar de mais com uma ajudinha." "OK, Keri, mas se lembre de ir com devagar. Aquela ?rea de Venice ? pesada e voc? ainda n?o est? com for?a total. Al?m disso, pelo menos por agora, voc? nem ? mesmo uma policial." "Obrigado pela preocupa??o, Ray. Mas eu acho que voc? sabe por agora. Ir devagar simplesmente n?o ? o meu estilo.” CAP?TULO TR?S Quando Keri encostou o carro em frente ao endere?o em Venice que Susan a enviara por mensagem, ela se for?ou a esquecer da dor cont?nua no seu peito e joelhos. Ela estava entrando em um territ?rio potencialmente perigoso. E desde que ela n?o era um policial em of?cio no momento, teria que ficar em alerta m?ximo. Ningu?m aqui lhe daria o benef?cio da d?vida. Era apenas metade da manh? e quando atravessou a Pacific Avenue nesse trecho decadente de Venice, sua ?nica companhia eram os surfistas tatuados, indiferentes ao frio e em dire??o ao oceano apenas a um quarteir?o de dist?ncia, e sem teto amontoados nas portas do com?rcio ainda fechado. Ela chegou ao prec?rio complexo de apartamentos, caminhou pela porta da frente e subiu tr?s lances de escada at? o quarto onde Lupita estava, supostamente, esperando-a. Os neg?cios n?o retornavam at? depois do almo?o, ent?o era um bom hor?rio para dar uma passada. Keri se aproximou da porta e estava prestes a bater quando escutou um barulho vindo de dentro. Ela verificou e encontrou a porta destrancada e a abriu silenciosamente, enfiando a cabe?a para dentro. Na cama no quarto sem adornos estava uma garota de cabelos pretos que parecia ter cerca de quinze anos. Em cima dela estava um homem esguio na casa dos trinta anos. Os len??is cobriam os detalhes, mas ele estava se impulsionando para baixo agressivamente. Em todos os poucos segundos ele dava tapas no rosto da garota. Keri lutou contra o forte ?mpeto de entrar e arrancar o cara de cima dela. Mesmo sem o distintivo, era sua inclina??o natural. Mas ela n?o tinha ideia se era um cliente e a atividade em andamento era o procedimento operacional padr?o. Tristes experi?ncias a haviam ensinado que algumas vezes ir ao resgate era contra produtivo em longo prazo. Se esse fosse um cliente e Keri interrompesse, o cara poderia ficar irritado e reclamar para o cafet?o de Lupita, o qual descontaria nela. A n?o ser que uma garota estivesse desejando sair da vida de uma vez por todas, como Susan havia feito, interromper, embora seguir a lei, poderia apenas deixar as coisas pior para ela no final. Keri entrou um pouco mais no quarto e pegou os olhos de Lupita. A garota de apar?ncia fr?gil com cabelos escuros cacheados deu-lhe um olhar familiar, um misto de s?plica, medo e cautela. Keri soube quase imediatamente o que significava. Ela precisava de ajuda, mas n?o de muita ajuda. Esse claramente era um cliente, talvez um novo, inesperado de ?ltimo minuto, porque ele estava aqui quando Lupita havia concordado em encontrar Keri. Mas ela fora ordenada a servi-lo de qualquer maneira. Era prov?vel que a surra fosse inesperada. Mas ela n?o estava em uma posi??o de fazer obje??o caso seu cafet?o tenha dado permiss?o. Keri sabia como lidar com isso. Ela foi ? frente rapidamente e silenciosamente, tirando um cassetete de borracha do bolso interno de sua jaqueta. Os olhos de Lupita se arregalaram e Keri pode perceber que o cliente notou. Ele estava come?ando a virar a cabe?a para olhar para tr?s quando o cassetete atingiu a parte posterior do seu cr?nio. Ele caiu para frente, desmoronando em cima da garota, inconsciente. Keri levou os dedos aos l?bios, indicando para Lupita permanecer quieta. Ela deu a volta para o lado da cama para se certificar que o cliente estava apagado. Ele estava. "Lupita?" ela perguntou. A garota assentiu. "Eu sou a Detetive Locke," ela disse, negligenciando dizer que por enquanto, ela n?o era uma detetive tecnicamente. "N?o se preocupe. Se formos r?pidas, isso n?o ser? um problema. Quando seu cafet?o perguntar, aqui vai o que aconteceu: um cara baixinho encapuzado entrou, apagou seu cliente e roubou a carteira dele. Voc? nunca viu o rosto dele. Ele amea?ou te matar se voc? fizesse qualquer barulho. Quando eu deixar esse quarto, conte at? vinte, ent?o comece a gritar por ajuda. N?o h? como voc? ser culpada. Entendido?" Lupita assentiu novamente. "OK," disse Keri enquanto buscava nas cal?as jeans do homem e tirava sua carteira. "Eu n?o acho que ele ficar? desmaiado mais do que um minuto ou dois, ent?o vamos direto ao que interessa. Susan disse que voc? ouviu alguns caras falando sobre o Vista que vai acontecer amanh? ? noite. Voc? sabe quem estava falando? Um deles era seu cafet?o?" "Aham," sussurrou Lupita. "Eu n?o reconheci as vozes. E quando eu olhei pelo corredor, eles haviam sa?do." "Tudo bem. Susan me contou o que eles disseram sobre a minha filha. O que eu gostaria que voc? se focasse ? na localiza??o. Eu sei que eles sempre fazem esse neg?cio do Vista no Hollywood Hills. Mas eles foram mais espec?ficos que isso? Eles mencionaram uma rua? Algum ponto de refer?ncia?" "Eles n?o mencionaram uma rua. Mas um deles estava reclamando que seria uma inconveni?ncia esse ano, porque havia port?es. De fato, ele disse "o residencial ? fechado." Ent?o estou assumindo que ? mais do que apenas uma casa." "Isso ? realmente de grande ajuda, Lupita. Algo mais?" "Um deles disse que estava desapontado, porque n?o estaria perto o suficiente para ver o letreiro de Hollywood. Eu acho que no ano passado, a casa era bem pr?xima a ele. Mas, dessa vez, estava longe demais, em uma ?rea diferente. Isso ajuda?" "Na verdade sim. Significa que ? provavelmente perto de West Hollywood. Isso reduz a ?rea. ? de muita ajuda. Algo mais?" O homem em cima dela gemeu levemente e come?ou a se mover. "N?o consigo pensar em mais alguma coisa," balbuciou Lupita, quase inaud?vel. "Certo. ? mais do que eu tinha antes. Voc? foi uma grande ajuda. E se em algum momento voc? decidir que quer sair da vida, voc? pode me encontrar atrav?s de Susan." Lupita, apesar de sua situa??o, sorriu. Keri retirou o bon?, tirou uma bala clava preta do seu bolso e a colocou. Havia pequenas fendas para os olhos e boca. "Agora, se lembre," ela disse em uma voz grave, na inten??o de esconder sua pr?pria voz, "espere vinte segundos ou eu a matarei." O homem em cima de Lupita estava recobrando a consci?ncia, ent?o Keri se virou e correu para fora do quarto. Ela se desceu as escadas correndo e estava no meio do caminho quando ouviu gritos pedindo por ajuda. Ela os ignorou e seguiu at? a porta da frente, tirou a bala clava, o enfiou no bolso, e colocou o bon? na cabe?a. Ela vasculhou a carteira do cara e, depois de tirar o dinheiro?todos os vinte e tr?s d?lares?jogou-a no canto ao lado da porta. T?o casualmente quanto poss?vel, ela atravessou a rua de volta ao carro. Ao entrar no ve?culo, ela p?de ouvir os gritos de homens zangados em dire??o ao quarto de Lupita. Quando havia sa?do da ?rea, ligou para Ray a fim de ver se ele havia tido sorte com sua pista. Ele atendeu ap?s um toque e ela podia perceber pela voz dele que n?o havia ido bem. "O que h? de errado?" ela perguntou. "? um beco sem sa?da, Keri. Eu voltei dez anos e n?o consegui encontrar qualquer registro de uma antiga estrela infantil que foi encontrada com a garganta cortada. Eu encontrei um registro de uma antiga atriz infantil chamada Carly Rose, que passou por tempos dif?ceis e desapareceu quando adolescente. Ela teria cerca de vinte anos agora. Poderia facilmente ser ela. Ou ela pode ter apesar sofrido overdose em um t?nel do metr? e nunca foi encontrada. Dif?cil saber. Tamb?m achei registros de outras garotas entre onze e catorze anos que batiam com uma descri??o similar?gargantas cortadas. Corpos apenas largados em lix?es ou at? mesmo em esquinas. Mas normalmente elas eram garotas que estavam nas ruas h? um tempo. E est?o todos bem espelhados ao longo do tempo." "Isso realmente faz sentido para mim," disse Keri. "Essas pessoas provavelmente n?o tinham remorsos sobre despejar os corpos das garotas que trabalhavam nas ruas ou n?o tinham fam?lia. Mas eles n?o iriam querer chamar aten??o deixando os corpos de garotas de bons lares que foram recentemente raptadas ou uma garota que era bem reconhecida. Essas podem come?ar investiga??es reais. E aposto que essas garotas foram queimadas, enterradas ou jogadas no oceano. S?o aquelas que ningu?m daria continuidade que eles apenas jogaram em qualquer lugar." Keri escolheu ignorar o fato de que ela havia dito tudo isso de maneira t?o casual. Se ela permanecesse no assunto, ficaria incomodado por qu?o habituada ela estava a esses tipos de atrocidades. "Isso se encaixa," concordou Ray, soando igualmente inabalado. "Isso tamb?m pode explicar o intervalo de anos. Se eles usaram prostituta de rua um ano, ent?o usaram algumas crian?as sequestradas do sub?rbio antes de voltarem para outra prostituta adolescente, seria mais dif?cil de estabelecer um padr?o. Quero dizer, se uma adolescente surgisse uma vez por ano com a garganta cortada, isso poderia gerar interesse tamb?m." "Bom ponto," disse Keri. "Ent?o n?o havia mais com o que seguir." "N?o. Desculpe. Teve mais sorte?" "Um pouco," ela disse. "Baseada no que Lupita disse, parece que o local pode ser em West Hollywood, em uma propriedade fechada." "Promissor," notou Ray. "Acho que sim. H? mil dessas naquelas colinas." "N?s podemos pedir para Edgerton para fazer as refer?ncias cruzadas para ver se as escrituras das propriedades batem com algu?m que n?s conhecemos. Com empresas de fachada, ? provavelmente pedir muito. Mas nunca se sabe com o que aquele cara vai aparecer." Isso era verdade. O Detetive Kevin Edgerton era um g?nio quando se tratava de qualquer coisa de tecnologia. Se algu?m podia emergir com uma conex?o significativa, era ele. "OK, vamos deix?-lo tentar," disse Keri. "Mas fa?a que ele procure sob o radar. E n?o d? detalhes demais a ele. Quanto menos pessoas souberem o que est? acontecendo, menor a chance de algu?m deixar vazar, sem querer, alguma coisa que passa uma dica para as pessoas erradas." "Entendido. O que voc? vai fazer?" Keri pensou por um momento e percebeu que ela n?o tinha novas pistas para seguir. Isso significava que ela tinha que fazer o que sempre fazia quando atingiu um muro de tijolos?um novo come?o. E havia uma pessoa com a qual ela percebeu que definitivamente precisava de um novo come?o. "Na verdade," ela disse, "voc? pode pedir para Castillo me ligar, mas pe?a para ela ligar por fora, usando o pr?prio celular?" "OK. No que voc? est? pensando?" perguntou Ray. "Estou pensando que j? ? hora de me reaproximar de um velho amigo." CAP?TULO QUATRO Keri esperou ansiosamente em seu carro, olhando para o rel?gio enquanto aguardava do lado de fora dos escrit?rios do Weekly L.A., o jornal alternativo no qual ela havia pedido para a Oficial Jamie Castillo para se encontrar com ela. Tamb?m era onde a sua amiga, Margaret "Mags" Merrywether, trabalhava como colunista. O tempo estava come?ando a se esgotar. J? eram 12:30 de sexta-feira, aproximadamente trinta e seis horas de quando sua filha seria estuprada e assassinada ritualisticamente para o prazer de um grupo de homens ricos de alma doentia. Keri viu Jamie descendo a rua e afastou os pensamentos sombrios da sua cabe?a. Ela precisava permanecer focada em como prevenir a morte da sua filha, n?o ficar obcecada com o qu?o nefasto ? hist?ria poderia se desenrolar. Como ela pedira, Jamie vestia um casaco civil por cima do uniforme para chamar menos aten??o. Keri acenou para ela do assento do motorista, chamando sua aten??o. Jamie sorriu e se dirigiu para o carro, seu cabelo preto esvoa?ando no vento mordente apesar de estar preso em um rabo de cavalo. Ela era mais alta que Keri em alguns cent?metros e mais atl?tica tamb?m. Ela era uma entusiasta de parkour e Keri havia visto do que ela podia fazer sob press?o. A Oficial Jamila Cassandra Castillo ainda n?o era uma detetive. Mas Keri tinha certeza de que uma vez que ela fosse, seria ?tima. Adicionalmente ?s suas habilidades f?sicas, ela era durona, inteligente, perseverante e leal. Ela j? havia colocado sua pr?pria seguran?a e at? mesmo seu emprego em risco por Keri. Se ela j? n?o fosse parceira com Ray, Keri saberia quem seria sua pr?xima op??o. Jamie entrou no carro cautelosamente, estremecendo-se involuntariamente e Keri se lembrou de por que. Enquanto estava ? ca?a do suspeito que deu Keri suas les?es atuais, Jamie estivera nas proximidades de uma bomba que detonou no apartamento do cara. A explos?o matou um agente do FBI, queimou outro consideravelmente e deixou Ray com um peda?o de vidro em sua perna direita, algo que ele n?o havia mencionado desde ent?o. Jamie acabou com uma concuss?o e alguns machucados s?rios. "Voc? n?o tinha acabado de ser liberado do hospital hoje?" perguntou Keri incr?dula. "Aham," ela disse com orgulho na voz. "Eles me liberaram essa manh?. Eu fui para casa, troquei meu uniforme e chegou ao trabalho em dez minutos. Mas o Tenente Hillman me deu um torra." "Como est?o seus ouvidos?" perguntou Keri, fazendo refer?ncia ? perda de audi??o que Jamie sofrera nos momentos ap?s a explos?o da bomba. "Eu posso te ouvir bem agora. Estou com um zumbido intermitente. O m?dico disse que deve passar em uma semana ou duas. Sem danos permanentes." "Eu n?o posso acreditar que voc? est? trabalhando hoje," resmungou Keri, balan?ando a cabe?a. "E eu n?o posso acreditar que eu esteja pedindo para voc? ir ao infinito e al?m no seu primeiro dia de volta." "Sem problemas," Jamie a garantiu. "Eu precisava sair um pouco. Todos est?o me tratando como uma boneca de porcelana. Mas eu tenho que voltar de uma vez ou sair. Mas eu trouxe o que voc? pediu." Ela tirou um arquivo da bolsa e entregou-o a Keri. "Obrigada." "Por nada. E antes que voc? pergunte, eu usei o nome de usu?rio 'geral' quando pesquisei pelo banco de dados, ent?o n?o ser? rastreado at? mim. Eu presumo que h? um motivo pelo qual voc? n?o queria que eu usasse meu pr?prio ID. E eu assumo ainda que h? um motivo pelo qual voc? n?o comentou alguma coisa sobre o porqu? voc? pediu por essas coisas?" "Assumiu corretamente," disse Keri, esperando que Jamie deixasse por isso. "E eu assumo que voc? n?o vai me dizer o que est? acontecendo ou me deixar ajudar de alguma maneira?" "? para o seu pr?prio bem, Jamie. Quanto menos voc? souber, melhor. E quanto menos as pessoas saberem que voc? me ajudou, melhor para o que eu estou fazendo." "OK. Eu confio em voc?. Mas se voc? ver que em algum ponto no caminho voc? precisa de ajuda, voc? tem meu n?mero." "Tenho," disse Keri, dando um aperto de m?os com Castillo. Ela esperou at? que o policial retornasse para seu carro e saiu para a rua antes que ela o fizesse. Segurando o arquivo que Castillo lhe dera firmemente contra o corpo, Keri subiu apressadamente os degraus para o edif?cio do Weekly L.A no qual Mags, e esperan?osamente algumas respostas, esperavam por ela. * Duas horas depois, houve uma batida na porta da sala de confer?ncias onde Keri se acomodou e estava estudando os documentos. A ampla mesa no centro da sala estava coberta com pap?is. "Quem ??" ela perguntou. A porta se abriu ligeiramente. Era Mags. "Apenas passando," ela disse. "Queria ver se voc? precisa de alguma ajuda, querida." "Na verdade, eu poderia dar uma folga. Entre." Mags entrou, fechou e trancou a porta atr?s de si, certificou-se de que as persianas estavam completamente fechadas de modo que ningu?m pudesse ver dentro da sala e foi at? Keri. Mais uma vez, Keri admirou-se com como ela havia se tornado amiga com o que era essencialmente a vers?o em carne e osso de Jessica Rabbit. Margaret Merrywether tinha mais de um metro e oitenta de altura, mesmo sem o salto alto que ela normalmente usava. Escultural, com pele cor de leite, amplas curvas, cabelos vermelho flamejantes combinando com seus l?bios vermelho rubi e olhos verde brilhantes, ela parecia ter sa?do das p?ginas de uma revista de alta moda para mulheres Amazonas. E tudo isso antes que ela abrisse a boca para revelar um sotaque que sugeria Scarlett O'Hara, apenas levemente cortado por uma l?ngua ?cida que estava mais para Rosalind Russell em Jejum de Amor. Apenas aquele tom levemente mordaz insinuou o ?lter ego de Margaret (Mags para seus amigos). Afinal ela tamb?m passava pelo pseud?nimo "Mary Brady", a colunista do jornal alternativo que fazia furos de reportagem que haviam derrubado pol?ticos locais, descoberto m?s condutas corporativas e apontou policiais corruptos. Mags tamb?m era a feliz m?e divorciada de dois, que ficou ainda mais rica ap?s separar-se do seu ex-marido banqueiro. Keri a encontrou enquanto trabalhava em um caso e, depois de alguma suspeita inicial de que toda a sua personalidade era alguma forma elaborada de performance art?stica, uma amizade floresceu. Keri, que n?o tinha muitos amigos fora do trabalho, estava feliz em ser a chata para algu?m. Mags se sentou na cadeira ao lado de Keri e olhou para a colagem de documentos policiais e recortes de jornais espalhados na mesa. "Ent?o, querida, voc? me pediu para coletar c?pias de cada artigo que o jornal j? escreveu sobre Jackson Cave. E eu vejo que voc? pediu para algu?m no departamento para fazer o mesmo com tudo o que eles t?m sobre ele. Ent?o, voc? se trancou aqui por duas horas. Voc? est? pronta para me dizer o que est? acontecendo?" "Eu estou," disse Keri. "S? me d? um momento primeiro." Ela se levantou, tirou um detector de escutas da bolsa e procedeu em varrer a sala de confer?ncias inteira. Revistas levantou suas sobrancelhas, mas n?o pareceu atordoada. "Sabe, querida," ela come?ou, "dificilmente seria eu a lhe dizer est? sendo cautelosa demais. Mas eu mando fazer esse tipo de coisa profissionalmente duas vezes por semana." "N?o tenho d?vidas", disse Keri. "Mas obrigada por me deixar contente em faz?-lo. Um amigo nerd no qual eu confio me deu isso." "Algu?m no departamento?" perguntou Mags. "N?o, na verdade ele ? o seguran?a de um shopping. ? uma longa hist?ria, mas digamos que o cara sabe o que faz, e ele me devia um favor, ent?o quando eu pedi uma recomenda??o para um detector de escutas bom, ele me deu isso de presente." "Parece uma longa hist?ria que eu gostaria de escutar quando tivermos um pouco mais de tempo," disse Mags. Keri assentiu distraidamente enquanto continuava a varrer a sala. Mags sorriu e esperou pacientemente. Quando Keri havia acabado e n?o encontrou coisa alguma, ela se sentou novamente. "OK, aqui vai," ela disse e lan?ou-se na sua hist?ria com Cave, muito da qual Mags j? estava familiarizada. De fato, sua amiga havia at? recentemente a ajudado a extrair informa??o de um assassino de aluguel com uma conex?o com Cave em um engodo. Ele era um homem conhecido apenas como o Vi?vo Negro, um personagem misterioso que dirigia um Lincoln Continental preto sem placas. Meses antes, Keri o assistiu nas imagens das c?meras de seguran?a matando o homem que estava com Evie, ele enfiou Evie em seu porta-malas e desapareceu com ela pela noite, tudo, Keri suspeitava, sob ordens de Cave. De alguma maneira, Mags conseguiu encontrar um jeito de entrar em contato com o Vi?vo Negro anonimamente. No fim, ele ficou feliz em passar uma pista sobre o paradeiro de Evie por um pre?o consider?vel. Ele parecia ser leal a algu?m, o que funcionou bem para Keri naquela inst?ncia, porque sua informa??o levou, por fim, a tomar conhecimento da exist?ncia do evento Vista. Mas enquanto alguns dos detalhes, como a conex?o com o Vi?vo Negro, eram velhas not?cias para ela, Mags n?o disse coisa alguma. Ela n?o interrompeu sequer uma vez, embora tenha tirado um bloco de anota??es e tomado notas ocasionalmente. Ela escutou com aten??o, do in?cio at? o fim com a liga??o de Susan Granger nesta manh? sobre Evie ser o Pr?mio de Sangue no Vista. Quando ela teve certeza de que Keri havia acabado, fez uma pergunta. "Entendo os seus motivos, Keri. E estou horrorizada por voc?. Mas eu ainda n?o entendo. Por que voc? est? olhando fixamente para centenas de pap?is sobre o Sr. Cave?" "Porque eu estou desesperada, Mags. N?o tenho mais pistas; N?o tenho mais ideias. A ?nica coisa que eu sei com certeza ? que Jackson Cave est?, de alguma forma, envolvido no caso da minha filha." "Voc? tem certeza?" perguntou Mags. "Sim," disse Keri. "Eu n?o acho que ele estivesse inicialmente. Provavelmente ele n?o tinha ideia de que uma das v?timas de seus sequestradores fosse minha filha. Afinal, eu nem era detetive na ?poca. Eu era uma professora universit?ria. O desaparecimento dela ? a raz?o pela qual me tornei uma policial. Eu nem sei em qual ponto eu realmente atra? o interesse dele. Mas em algum momento ele deve ter juntado as pe?as que a crian?a que a mulher policial estava em busca fora raptada por algu?m que ele havia comissionado." "E voc? acha que ele foi atr?s da localiza??o dela?" perguntou Mags. "Voc? acha que ele sabe onde ela est? agora?" "Essas s?o duas quest?es bem diferentes. Tenho certeza de que em algum ponto ele realmente investigou a localiza??o dela. Seria do interesse dele saber em quais circunst?ncias ela estava. Mas isso teria sido bem antes que eu come?asse a farej?-lo. Uma vez que ele suspeitou que eu o investigava, n?o tenho d?vidas de que ele se certificou de que ele n?o pudesse ser conectado a ela. Ele sabe que se eu pensasse que ele pudesse me levar at? Evie, eu o seguiria dia e noite. Provavelmente ele se preocupa que eu o sequestre e o torture para conseguir a localiza??o dela." "Voc? o faria?" perguntou Mags, mais curiosamente do que acusadoramente. "Faria. Um milh?o de vezes, eu faria." "Eu tamb?m," sussurrou Mags. "Ent?o eu n?o acho que Jackson Cave saiba onde minha filha est? ou quem est? com ela. Mas eu acho realmente que ele conhece indiv?duos que conhecem indiv?duos que sabem onde ela est?. Eu acho que ele poderia descobrir a localiza??o atual dela se ele estivesse inclinado a tal. E eu acho que ele poderia direcion?-la para estar em um local espec?fico em um hor?rio em particular se ele assim o quisesse. Isso ? o que eu acho que est? acontecendo. Acho que Evie ? o Pr?mio de Sangue, porque ele quer que seja ela. E, de algum modo, os desejos dele foram convenientes para pessoas que podem fazer isso acontecer." "Ent?o voc? quer seguir esse rastro?" "N?o," disse Keri. "O labirinto de ele at? ela ? complicado demais para eu desvendar, mesmo se eu tivesse tempo ilimitado, o que eu obviamente n?o tenho. Esse ? uma toca de coelho que eu n?o vou entrar. Mas eu comecei a perceber, todo esse tempo eu estive olhando para Jackson Cave como um oponente, o planejador que est? me mantendo distante de minha filha, essa for?a mal?vola direcionada a destruir minha fam?lia." "Ele n?o ??" perguntou Mags, soando surpresa e quase ofendida. "Ele ?. Mas n?o ? assim que ele se v?. E ? tudo o que ele sempre foi. Eu percebi que eu tenho que esquecer meus preconceitos para aprender quem ? esse cara e o que o faz funcionar." "Por que voc? se importa com o que o faz funcionar?" "Porque eu n?o posso derrot?-lo se eu n?o entender como ele pensa, quais s?o os motivos dele. E se eu n?o entender o que ? realmente importante para ele l? no fundo, eu nunca terei vantagem sobre ele. E isso ? o que eu realmente preciso, Mags?vantagem. Esse cara n?o vai oferecer qualquer informa??o para mim. Mas se eu puder determinar o que mais importa para ele, talvez eu possa usar isso para ter minha filha de volta." "Como?" "Eu n?o fa?o ideia... ainda." CAP?TULO CINCO Quando Ray entrou na sala de confer?ncias tr?s horas depois, Keri ainda n?o tinha vantagem. Mas ela achava que tinha melhor no??o de quem era Jackson Cave. "? ador?vel v?-lo, Detetive Sands," disse Mags quando ele entrou trazendo sandu?ches de baguete e caf?s gelados. "? bom ver voc? tamb?m, Ruiva," ele disse enquanto jogava os sandu?ches na mesa. "Bem, eu confesso," ela respondeu Keri n?o tinha certeza de quando Ray come?ou a chamar Margaret Merrywether de "Ruiva", mas ela ficou mordida com isso. E apesar de sua rea??o agora, Keri estava bem certa de que Mags tamb?m n?o se importava. "Eu trouxe os registros financeiros e das propriedades do cara," disse Ray. "Mas eu n?o acho que eles v?o ser a resposta. Eu os revisei com Edgerton e ele n?o conseguiu encontrar qualquer coisa suspeita. Mas para um cara com aquela quantidade de dinheiro e poder, apenas isso j? ? meio que suspeito." "Concordo," disse Keri. "Mas suspeita n?o ? o suficiente para agir." "Ele queria chamar Patterson, mas eu disse a ele para segurar isso por enquanto." Detetive Garrett Patterson seguia pelo apelido "Trabalho Pesado," e por uma boa raz?o. Ele era o segundo melhor cara de TI na unidade atr?s de Edgerton e enquanto lhe faltasse os talentos intuitivos de Edgerton para encontrar conex?es invis?veis em informa??es complexas, ele tinha outra habilidade. Ele amava se debru?ar sobre min?cias de registros para entrar aquele crucial, por?m diminuto, detalhe que outros deixaram passar. "Foi a decis?o correta," disse Keri ap?s um momento. "Ele pode descobrir alguma coisa com os registros de propriedades. Mas eu me preocupo que ele n?o consiga deixar de contar a Hillman ou lan?ar uma rede muito ampla e disparar alertas. Eu n?o quero envolv?-lo, a n?o ser que n?o tenhamos outra escolha." "Pode chegar a isso," disse Ray. "Isso ?, a n?o ser que voc? tenha decifrado o c?digo Cave nas ?ltimas horas." "Eu n?o diria que sim," admitiu Keri. "Mas n?o revelamos algumas coisas surpreendentes." "Como o qu??" "Bem, para come?ar," Mags entrou, "Jackson Cave n?o foi sempre um completo imbecil." "Isso ? uma surpresa," disse Ray, desembrulhando um sandu?che e dando uma grande mordida. "Em que sentido?" "Ele costumava trabalhar no escrit?rio da promotoria," respondeu Mags. "Ele foi um promotor de justi?a?" perguntou Ray, quase engasgando com sua comida. "O defensor de estupradores e molestadores de crian?as?" "Foi h? muito tempo atr?s," disse Keri. "Ele entrou para a promotoria logo ao sair da faculdade de direito na USC?trabalhou l? por dois anos." "N?o conseguiu corromp?-la?" sugeriu Ray, "Na realidade, as taxas de condena??o dele eram bem impressionantes. Aparentemente, ela n?o gostava de fazer acordos normalmente, ent?o ele levava a maior parte dos casos para julgamento. Ele conseguiu dezenove condena??es e dois j?ris pendurados. Nenhuma absolvi??o." "Isso ? bom," reconheceu Ray. "Ent?o porque ele trocou de time?" "Isso precisou de alguma pesquisa," disse Keri. "Na verdade, foi Mags quem descobriu. Voc? quer explicar?" "Seria de grande prazer," ela disse, olhando para cima do mar de p?ginas em frente a ela. "Eu suponho que uma vida inteira fazendo pesquisas entediantes compensa de vez em quando. Jackson Cave tinha um meio irm?o chamado Coy Trembley, Eles tinham pais diferentes, mas cresceram juntos. Coy era tr?s anos mais velho que Jackson." "Coy tamb?m era advogado?" perguntou Ray. "Dificilmente," disse Mags. "Coy esteve em problemas com a lei pela adolesc?ncia e pelos vinte anos?coisa pequena na maioria. Mas quando ele tinha trinta e um, foi preso por abuso sexual. Basicamente ele foi acusado de se for?ar em uma garota de nove anos de idade que morava pra baixo na rua." "E Cave o defendeu?" "N?o oficialmente. Mas ele pegou uma licen?a de nove meses do escrit?rio da procuradoria logo depois da pris?o. Ele n?o foi o advogado em registro de Trembley e o nome dele n?o est? em qualquer dos documentos legais entregues a corte durante o caso." "Eu ou?o um 'mas' chegando," disse Ray. "Voc? ouve corretamente, querido," declarou Mags. "Mas para constar, o seu emprego declarado durante esse per?odo foi de 'consultor legal'. E eu comparei a linguagem nas minutas do caso de Trembley. Algumas das constru??es e da l?gica s?o bem similares aos casos mais recentes de Cave. Eu acho que ? justo assumir que ele estava secretamente auxiliando o irm?o.” "Como ele foi?" perguntou Ray. "Muito bem. O caso Coy Trembley terminou em um j?ri pendurado. Os promotores estavam debatendo sobre julgar novamente quando o pai da pequena garota apareceu no apartamento de Trembley e atirou cinco vezes nele, incluindo uma vez no rosto. Ele n?o sobreviveu." "Jeez," resmungou Ray. "Pois ?," concordou Keri. "Foi por volta dessa ?poca que Cave entrou de aviso no escrit?rio da promotoria. Ele ficou fora do mapa por tr?s meses depois disso. Ent?o, de repente, reemergiu com uma nova firma que lidava principalmente com clientes corporativos. Mas ele tamb?m fez algumas coisas de defesa de colarinho branco e aumentando aos longos dos anos, trabalho pro-bono para um pessoal parecido com seu meio irm?o." "Espera," demandou Ray incr?dulo. "Eu deveria acreditar que esse cara se tornou um advogado de defesa para honrar a mem?ria do seu irm?o morto ou algo assim, para defender os direitos dos moralmente grotescos?" Keri balan?ou a cabe?a. "N?o sei, Ray," ela disse. “Pelos anos, Cave quase nunca falou sobre seu irm?o. Mas quando ele o fez, quase sempre manteve que Coy foi falsamente acusado. Ele foi bem convicto sobre isso. Acho que ? poss?vel que ele tenha come?ado sua pr?tica com inten??es nobres." "OK. Vamos dizer que eu d? a ele o benef?cio da d?vida acerca disso. Que diabos aconteceu com ele ent?o?" Mags continuou da?. "Bem, est? bem claro que a culpa da maior parte dos seus clientes pro-bono iniciais era altamente duvidosa. Alguns deles pareciam ter sido apenas ter escolhidos em filas ou tirados da rua. Ocasionalmente ele os safava; normalmente n?o o fazia. Enquanto isso, ele estava contornando, fazendo discursos em confer?ncias pela liberdade dos direitos civis?bons discursos na verdade, bem passionais. Houve at? uma conversa de que ele pudesse se candidatar para promotor algum dia." "Parece como uma hist?ria de sucesso americana at? agora," disse Ray. "E foi," concordou Keri. "Isto ?, at? cerca de dez anos atr?s. Foi quando ele pegou o caso de um cara que n?o se encaixava no perfil. Ele era um sequestrador de crian?as em s?ria que aparentemente o fazia profissionalmente. E ele pagava Cave belamente para represent?-lo." "Por que ele pegou esse caso do nada?" perguntou Ray. "N?o est? cem por cento claro," disse Keri. "Seu trabalho corporativo ainda n?o havia decolado. Ent?o pode ter sido uma decis?o financeira. Talvez ele n?o visse esse cara como sendo t?o censur?vel como outros. As acusa??es contra ele foram por rapto por encomenda, n?o abuso ou molesta??o. O cara basicamente sequestrava crian?as e as vendia para quem ofertasse mais. Ele era, usando uma descri??o generosa, um ‘profissional’. Seja qual fosse a raz?o, Cave aceitou esse cara, o absolveu e ent?o as comportas se abriram. Ele come?ou a pegar todo o tipo de clientes similares, muitos dos quais eram menos... profissionais." "Por volta da mesma ?poca," acrescentou Mags, "o trabalho corporativo deslanchou. Ele se mudou de um sobrado de uma loja no Echo Park para o escrit?rio no alto de um edif?cio no centro que ele possui agora. E ele nunca olhou para tr?s." "N?o sei," disse Ray c?tico. “? dif?cil ver atrav?s a trajet?ria saindo de defensor dos direitos civis das minorias at? chegar ao tubar?o dos tribunais que representa ped?filos e, possivelmente, coordena um circuito de escravos sexuais infantis. Eu sinto que est? nos faltando uma pe?a." "Bem, voc? ? um detetive, Raymond," disse Mags sarcasticamente. "Ent?o, detecte." Ray abriu a boca, prestes a devolver, antes de perceber que estava sendo provocado. Todos os tr?s riram, satisfeitos pela chance de quebrar a tens?o que eles n?o perceberam que estava se formando. Keri pulou de volta. "Tem que estar relacionado ao sequestrador em s?rie que ele representou. Foi quando tudo mudou. N?s dever?amos olhar mais nisso." "O que voc? tem sobre ele?" perguntou Ray. "O caso dele termina no nada," disse Mags frustrada. "Cave representou o sujeito, o liberou e, ent?o, o cara saiu do mapa. N?o fomos capazes de encontrar qualquer coisa sobre ele desde ent?o." "Qual era o nome do cara?” perguntou Ray. “John Johnson,” respondeu Mags. "Soa familiar," resmungou Ray. "S?rio?" disse Keri surpresa. "Porque h? quase nada sobre ele. Parece que era uma identidade falsa. N?o h? registros sobre ele existir depois que foi absolvido. ? como se ele tivesse deixado o tribunal e, ent?o, desaparecido completamente." "Ainda sim, o nome diz alguma coisa," disse Ray. "Acho que foi antes de voc? entrar na for?a. Voc? tentou pegar uma foto de admiss?o?" "Comecei," disse Keri. "Existem setenta e sete John Johnsons no banco de dados cujas fotos foram tiradas no m?s da pris?o dele. N?o tive chance de passar por todas elas." "Voc? se importa se eu der uma olhada?" "V? em frente," disse Keri, levantando a tela e deslizando o notebook at? ele. Ela podia dizer que ele estava pensando em algo, mas n?o queria dizer em voz alta ainda caso esteja errado. Enquanto ele rolava pelas imagens, ele conversou quase inadvertidamente. "Ambas disseram que foi como se ele sumisse do mapa, como se desaparecesse, certo?" "Aham," disse Keri, o observando de perto, sentindo sua respira??o acelerar. "Quase como um... fantasma?" ele perguntou. "Aham," ela repetiu, Ele parou de rolar e olhou para uma imagem na tela antes de olhar acima para Keri, "Eu acho que seja porque ele ? um fantasma: de forma mais acurada, 'O Fantasma,'" Ray virou a tela para que Keri pudesse ver a foto. Quando ela encarava a foto do homem que mandou Jackson Cave pelo seu obscuro caminho pela primeira vez, um calafrio desceu por sua espinha. Ela o conhecia. CAP?TULO SEIS Keri tentou controlar suas emo??es enquanto uma onda de adrenalina navegava pelo seu sistema, fazendo seu corpo inteiro formigar. Ela reconhecia o homem olhando de volta para ela. Mas ela n?o o conhecia como John Johnson. Quando eles se encontraram pela primeira vez, ele atendia pelo nome de Thomas Anderson, mas todos se referiam a ele como O Fantasma. Eles se falaram apenas duas vezes, as duas na Unidade de Corre??o Twin Towers no centro de Los Angeles, onde ele estava atualmente sendo encarcerado por crimes n?o dissimilares ?queles dos quais John Johnson fora absolvido. "Quem ? esse, Keri?" perguntou Mags, meio preocupada, metade irritada pelo longo sil?ncio. Keri percebeu que ele esteve olhando muda para a foto de admiss?o nos ?ltimos segundos. "Desculpe-me," ele respondeu, chacoalhando-se de volta para o momento. “Seu nome ? Thomas Anderson. Ele est? sendo mantido no pres?dio do condado pelo rapto e venda de crian?as, a maioria para fam?lias de fora do estado que n?o preenchiam as qualifica??es para ado??o. E n?o posso acreditar que n?o me ocorreu que Johnson e Anderson pudessem ser o mesmo cara." "Cave lida com muitos sequestradores, Keri," disse Ray. "N?o h? raz?o para que voc? tivesse feito essa conex?o." "Como voc? o conhece?" perguntou Mags. "Eu trombei com ele no ano passado quando eu estava investigando arquivos de casos sobre sequestradores. Em um ponto, eu pensei que ele pudesse ter pegado Evie. Eu fui at? Twin Towers para entrevist?-lo e ficou claro bem rapidamente que ele n?o era o cara. Ele at? me deu algumas pistas que me ajudaram a finalmente ca?ar o Colecionador. E agora que eu penso nisso, ele ? a primeira pessoa que mencionou Jackson Cave para mim?ele disse que Cave foi seu advogado." "Voc? nunca havia escutado sobre Cave antes disso?" perguntou Mags. "N?o, eu escutei dele. Ele ? not?rio aos policiais da Pessoas Desaparecidas. Mas nunca havia encontrada um dos seus clientes ou tinha motivos para pensar nele como alguma coisa al?m de um lixo geral at? que Anderson me fez mais ciente dele. At? eu encontrar Thomas Anderson, Jackson Cave nunca esteve no meu radar." "E voc? n?o acha que isso ? uma coincid?ncia?" perguntou Mags. "Com Anderson, eu n?o tenho certeza de que qualquer coisa seja coincid?ncia. N?o ? estranho que ele tenha saindo impune como 'John Johnson', mas ent?o tenha sido preso fazendo a mesma coisa de sequestro usando sua identidade real, Thomas Anderson? Por que n?o usou uma identidade falsa novamente? Digo, o cara foi um bibliotec?rio por mais de trinta anos. Ele basicamente arruinou a vida usando seu nome real." "Talvez ele pensou que Cave poderia salv?-lo uma segunda vez?" sugeriu Ray, "Mas a? est? a coisa," disse Keri. "Mesmo que, tecnicamente, Cave tenha sido seu advogado de defesa, em seu ?ltimo julgamento, no que ele foi condenado, Anderson se defendeu. E supostamente, a defesa foi excelente. Os boatos s?o de que ele era t?o convincente que se o caso n?o fosse forjado em a?o, ele teria sa?do ileso." "Se esse cara era um g?nio, contrap?s Mags, “como o caso contra ele foi t?o forte em primeiro lugar”?" "Eu perguntei a mesma coisa," respondeu Keri. "E ele concordou comigo que era estranho que algu?m t?o inteligente e meticuloso como ele fosse pego daquela maneira. Ele n?o chegou a dizer isso, mas ele essencialmente me indicou que ele quis ser condenado." "Mas por que nesse mundo?!" perguntou Mags. "Essa ? uma pergunta excelente, Margaret," disse Keri, fechando o notebook. "E ? uma que eu pretendo abordar com o Sr. Anderson bem agora." * Keri estacionou seu carro na estrutura massiva do outro lado das Twin Towers e caminhou at? o elevador. Algumas vezes, se ela precisasse visitar no dia, a massiva institui??o de encarceramento do condado estava t?o ocupada que ela precisava ir at? o d?cimo andar descoberto para encontrar uma vaga de estacionamento. Mas eram quase 8 da noite e ela encontrou uma vaga no segundo andar. Ao atravessar a rua, ela repassou o plano. Tecnicamente, por coisa da sua suspens?o e da investiga??o do AI, ela n?o tinha autoriza??o para se encontrar com um prisioneiro em uma sala de interrogat?rio. Mas isso ainda n?o era de amplo conhecimento. Ela estava esperando que sua familiaridade com os agentes da pris?o a permitiria blefar seu caminho at? l?. Ray se ofereceu para acompanh?-la para facilitar o caminho. Mas ela se preocupou que isso levasse a questionamentos, potencialmente colocando-o em problemas. Mesmo se n?o ocorresse dessa maneira, poderia ser requisitado a ele que se sentasse na entrevista com Anderson. Keri sabia que o cara n?o se abriria sob essas circunst?ncias. Por fim, ela n?o necessitava de ter se preocupado. "Como vai, Detetive Locke?" o Oficial de Seguran?a Beamon perguntou enquanto ela se aproximava do detector de metais no lobby. "Estou surpreso em voc? de p? e andando por a? depois briga com o psicopata mais cedo essa semana." "Ah, sim," concordou Keri, decidindo usar seu confronto passado em sua vantagem, "eu tamb?m, Freddie. Parece que eu estava em uma luta pelo t?tulo, n?? Na verdade, eu ainda estou de licen?a at? ficar em forma. Mas eu estava ficando agitada no apartamento, ent?o eu pensei que pudesse dar uma olhada em um caso antigo,. ? informal, ent?o eu nem trouxe a arma e o distintivo. ? tranquilo se eu entrevistar algu?m mesmo se eu estiver fora do hor?rio?" "Claro, Detetive. Eu s? gostaria que voc? pegasse leve. Mas eu sei que voc? n?o vai. Assine. Pegue seu distintivo de visitante e siga para o andar de interrogat?rio. Voc? conhece a manobra." Keri conhecia a manobra e quinze minutos depois ela estava sentada em uma sala de interrogat?rio, esperando pela chegada do prisioneiro #2427609 ou Thomas "O Fantasma" Anderson. O guarda a avisara que eles estavam se aprontando para desligar as luzes e que poderia levar um tempo extra para traz?-lo. Ela tentou ficar calma enquanto esperava, mas sabia que era uma batalha perdida. Anderson sempre parecia entrar na pele dele, como se ele estivesse secretamente descascando seu escalpo para revelar seu c?rebro e ler seus pensamentos. V?rias vezes, ela sentia como se fosse um gatinho de estima??o e ele estivesse segurando um daqueles lasers, mandando-a a galope em dire??es aleat?rias ao seu bel prazer. Ainda sim, foi a informa??o que ele fornecera, mais do que todas as outras informa??es, que a fez seguir pelo caminho que a colocou mais pr?xima de encontrar Evie Fora proposital ou apenas sorte? Ele nunca lhe dera qualquer indicativo de que os encontros deles fossem algo mais al?m de causalidade. Mas se ele estava t?o ? frente do jogo assim, por que ele o faria? A porta se abriu e ele andou por ela, aparentando exatamente como ela se lembrava. Anderson, em meados dos seus cinquenta, estava mais para baixo, cerca de um metro e setenta, com uma silhueta quadrada bem constru?da, que sugeria que usava a academia da pris?o regularmente. As algemas em seus antebra?os musculosos pareciam apertadas. Ainda, ele parecia mais magro do que ela se lembrava, como se tivesse perdido algumas refei??es. Seu cabelo espesso estava partido rigorosamente, mas para grande surpresa, n?o era o preto carv?o do qual ela se recordava. Agora era mais uma combina??o de sal e pimenta. Nas beiradas do macac?o da pris?o, ela ainda podia enxergar as por??es das m?ltiplas tatuagens que cobriam o lado direito do corpo dele at? o pesco?o. Seu lado esquerda ainda estava imaculado. Enquanto ele era direcionado para a cadeira de metal do outro lado da mesa, seus olhos cinzentos nunca a deixaram. Ela sabia que ele estava a absorvendo, estudando-a, medindo-a, tentando aprender o m?ximo que ele podia sobre a situa??o dela antes que ela dissesse uma palavra. Depois que ele estava sentado, o guarda tomou um posto ao lado da porta. "Estamos bem, Oficial... Kiley," disse Keri, mirando seu crach?. "Procedimento, senhora," o guarda disse bruscamente. Ela o encarou. Ele era novo... e jovem. Ela duvidava que ele j? estivesse na lista, mas ela n?o poderia arcar com qualquer pessoa, corrupta ou limpa, escutando essa conversa. Anderson sorriu ligeiramente para ela, sabendo o que estava por vir. Isso provavelmente seria divertido para ele. Ela se levantou e olhou para o guarda at? que ele sentisse os olhos dela e olhasse para o lado. "Em primeiro lugar, n?o ? senhora. ? Detetive Locke. Em segundo lugar, n?o dou a m?nima sobre seu procedimento, novato. Quero falar com esse prisioneiro em particular. Se voc? n?o pode acomodar isso, ent?o eu preciso conversar com voc? em particular e n?o vai ser um papo confort?vel." "Mas..." Kiley come?ou a balbuciar enquanto alternava de um p? para o outro. "Mas nada, Oficial. Voc? tem duas escolhas aqui. Voc? pode me deixar falar com esse preso em particular. Ou podemos ter aquela conversa! Qual vai ser?" "Talvez eu devesse chamar meu superv?" "Que n?o est? na lista de escolhas, Oficial. Sabe de uma coisa? Vou decidir para voc?. Vamos l? fora para que eu possa conversar com voc? um pouco. Algu?m poderia pensar que derrubar um fan?tico religioso ped?filo me daria passaporte pelo resta da semana, mas eu acho que agora eu tenho que instruir um agente carcer?rio tamb?m." Ela chegou para a ma?aneta da porta e come?ou a puxar quando Oficial Kiley finalmente perdeu o que restava da sua coragem. Ela ficou impressionada com quanto tempo ele durou. "Deixa para l?, Detetive," ele disse apressadamente. “Vou esperar do lado de fora. Apenas por favor, tenha cuidado. Este prisioneiro tem uma hist?ria de incidentes violentos”. "Claro que sim," disse Keri, sua voz agora toda com mel amanteigado. "Obrigado por ser t?o am?vel. Tentarei ser breve." Ele saiu e fechou a porta e Keri voltou ao seu lugar, cheia de confian?a e energia que estavam faltando h? apenas trinta segundos. "Isso foi divertido," disse Anderson suavemente. "Tenho certeza," respondeu Keri. "Pode apostar que eu espero informa??es preciosas em retorno por fornec?-lo com entretenimento de tal qualidade." "Detetive Locke," disse Anderson em um tom de indigna??o zombeteira, "voc? ofende meus sentimentos delicados. Passaram-se meses desde que nos vimos e, ainda sim, seu primeiro instinto ao me ver ? exigir informa??es? Sem ol?? Sem como voc? vai?" "Ol?," disse Keri. "Eu perguntaria como voc? est?, mas est? claro que voc? n?o est? ?timo. Voc? perdeu peso. O cabelo ficou grisalho. A pele perto de seus olhos ficou fl?cida. Voc? est? doente? Ou alguma coisa est? pesando na sua consci?ncia?” "Embora, na verdade," ele admitiu. "V?, os rapazes aqui vem me tratando um pouco grosseiramente ultimamente. N?o estou mais no grupo dos populares. Ent?o, eu tenho o meu jantar 'emprestado' ocasionalmente. De vez em quando recebo uma massagem de costela n?o solicitada. Al?m disso, eu tenho um toque do c?ncer." "Eu n?o sabia?" disse Keri baixinho, genuinamente surpreendida. Todos os sinais f?sicos de desgaste faziam mais sentido agora. “Como voc? poderia?” ele perguntou. "Eu n?o anunciei isso. Eu poderia ter-lhe dito na minha audi?ncia da condicional em novembro, mas voc? n?o estava l?. Eu n?o consegui, a prop?sito. Mas n?o foi sua culpa. Sua carta foi encantadora, muito obrigado." Keri escreveu uma carta em nome de Anderson depois que ele a ajudou. Ela n?o defendeu sua liberta??o, mas ela foi generosa em sua descri??o de sua ajuda ? for?a policial. "Voc? n?o ficou surpreso que n?o tenha conseguido, presumo?" "N?o," ele disse. "Mas ? dif?cil n?o ter esperan?a. Era minha ?ltima chance real de sair daqui antes que a doen?a me pegue. Eu tive sonhos vagando em uma praia em Zihuatanejo. Infelizmente, n?o ? para ser. Basta de conversa furada, Detetive. Vamos para o porqu? de voc? realmente estar aqui. E lembre-se, as paredes t?m ouvidos." "OK," ela come?ou, ent?o se inclinou e sussurrou, "voc? sabe sobre amanh? ? noite?" Anderson assentiu com a cabe?a. Keri sentiu uma onda de esperan?a subir em seu peito. "Voc? sabe onde vai ser?" Ele balan?ou a cabe?a. "Eu n?o posso te ajudar com o onde," ele sussurrou de volta. "Mas eu posso conseguir ajud?-la com o porqu?." "Que bem isso me faz?" ela exigiu amargamente. "Saber o porqu? pode ajudar a encontrar o onde." "Deixe-me perguntar um porque diferente," ela disse, percebendo a raiva estava ficando com o melhor dela, mas n?o incapaz de cont?-la. "Est? bem." "Por que voc? sequer est? me ajudando?" ela perguntou. "Voc? vem me guiando o tempo todo, desde que eu te conheci?" "Aqui ? que eu posso dizer a voc?, Detetive. Voc? sabe o que eu fiz como trabalho, como eu coordenei o roubo de crian?as de suas fam?lias para serem dadas a outras fam?lias, geralmente por taxas robustas. Foi um neg?cio muito lucrativo. Eu era capaz de conduzi-lo ? dist?ncia usando um nome falso e viver uma vida feliz e descomplicada”. “Como John Johnson?” "N?o, minha vida feliz era como Thomas Anderson, bibliotec?rio. Meu ?lter ego era John Johnson, facilitador de sequestro. Quando fui pego, me voltei para algu?m que ambos sabemos ter se certificado que John Johnson fosse exonerado e que Thomas Anderson nunca fosse conectado a ele. Isso foi quase uma d?cada atr?s. Nosso amigo n?o queria fazer isso. Ele disse que representava apenas os maltratados pelo sistema e que eu era, e ? engra?ado pensar nisso agora, um c?ncer nesse sistema.” "Isso ? engra?ado," concordou Keri, sem rir. "Mas como voc? sabe, eu posso ser convincente. Que o convenci que eu estava levando as crian?as de fam?lias ricas e indignas e dando-lhes para fam?lias carinhosas sem os mesmos recursos. Ent?o, eu o ofereci uma enorme quantia para me absolver. Eu acho que ele sabia que eu estava mentindo. Afinal, como essas fam?lias de baixa renda poderiam me pagar? E os parentes que perderam suas crian?as eram todos realmente terr?veis? Nosso amigo ? muito inteligente. Ele devia saber. Mas eu lhe dei algo para segurar, algo para dizer a si mesmo quando ele pegou seis zeros em dinheiro vivo de mim." "Seis zeros?" repetiu Keri incr?dula. “Como eu disse, ? um neg?cio muito lucrativo. E esse pagamento foi apenas o primeiro. Ao longo do julgamento, eu o paguei cerca de meio milh?o de d?lares. E com isso, ele estava em seu caminho. Depois que fui absolvido e retomei o trabalho sob meu pr?prio nome, ele at? come?ou a me ajudar a facilitar os raptos para essas fam?lias "mais merecedoras". Conquanto ele pudesse encontrar uma maneira de justificar as transa??es, ele ficaria confort?vel com elas, at? mesmo entusiasmado." "Ent?o voc? o deu aquela primeira mordida do fruto proibido?" "Assinei. E ele descobriu que gostava do sabor. De fato, ele descobriu que ele tinha gosto por uma grande variedade de coisas que n?o estava ciente de que poderia gostar." "O que exatamente voc? est? dizendo?" perguntou Keri. “Vamos apenas dizer que, em algum momento, ele perdeu a necessidade de justificar as transa??es. Voc? sabe esse evento amanh? ? noite?" "Sim?" "Foi cria??o dele," disse Anderson. "Veja bem, ele n?o participa. Mas ele percebeu que havia um mercado para esse tipo de coisa e para todas as festividades menores e semelhantes ao longo do ano. Ele preencheu esse nicho. Ele essencialmente controla a vers?o de luxo desse mercado na ?rea de Los Angeles. E pensar que antes de mim, ele trabalhava em um escrit?rio de um c?modo ao lado de uma loja de donuts representando imigrantes ilegais sendo acusados aleatoriamente de crimes sexuais por policiais querendo atingir metas." "Ent?o voc? desenvolveu uma consci?ncia?" perguntou Keri atrav?s de dentes cerrados. Ela estava enojada, mas queria respostas e preocupou-se de que ser muito evidente com essa avers?o pudesse desligar Anderson. Ele parecia sentir como ela se sentia, mas prosseguiu de qualquer maneira. "Ainda n?o. N?o foi isso que aconteceu para mim. Aconteceu muito depois. Eu vi essa hist?ria em um jornal local por volta de uma ano e meio atr?s sobre uma detetive e seu parceiro que resgataram essa pequena menina que fora raptada pelo namorado da sua bab?, um verdadeiro monstro." "Carlo Junta," Keri disse automaticamente. “Certo”. De qualquer forma, na hist?ria, eles mencionaram que essa detetive era a mesma mulher que se juntou a academia de pol?cia alguns anos antes. E eles mostraram um clipe de uma entrevista ap?s sua formatura na academia. Ela disse que se juntou ? for?a porque sua filha foi sequestrada. Ela disse que, embora n?o pudesse salvar sua pr?pria filha, talvez por ser policial, ela poderia ajudar a salvar a filha de outra fam?lia. Isso soa familiar? "Sim," disse Keri baixinho. "Ent?o," Anderson continuou, "porque eu trabalhava em uma biblioteca e tinha acesso a todos os tipos de grava??es antigas, eu voltei e achei a hist?ria sobre quando a filha dessa mulher foi sequestrada e sua confer?ncia com rep?rteres logo depois quando ela implorou pelo retorno seguro da sua filha." Keri remontou a confer?ncia, a qual era quase um borr?o. Ela se lembrava de falar em uma d?zia de microfones enfiados na sua cara, implorando ao homem que arrancara sua filha no meio de um parque, que havia jogando-a em uma van como se fosse uma boneca de pano, para devolv?-la. Lembrou-se do grito de "Por favor, mam?e, me ajude" e os cachinhos louros se distanciando enquanto Evie, com apenas oito na ?poca, desaparecia pelo gramado verde. Ela se recordou dos pedacinhos de cascalho que ainda estavam incrustados em seus p?s durante a confer?ncia com a m?dia, presos ali quando ela correu de p?s descal?os pelo estacionamento, perseguindo a van at? que esta a deixasse na poeira. Ela se lembrava de tudo. Anderson havia parado de falar. Ela olhou para ele e viu que seus olhos estavam cheios de l?grimas, assim como os dela. Ele pressionou. "Depois disso, eu vi outra hist?ria alguns meses mais tarde onde esta detetive resgatava outra crian?a, desta vez um menino tomado enquanto caminhava para a pr?tica de beisebol." “Jimmy Tensall.” "E um m?s depois, ela encontrou uma menininha que havia sido arrancada para fora de um carrinho no supermercado. A mulher que a roubou possu?a uma certid?o de nascimento falsa pronta e estava planejando voar para o Peru com o beb?. Voc? a pegou no port?o quando ela estava prestes a embarcar no avi?o." "Eu me lembro.” "Foi quando eu decidi que eu n?o podia fazer mais isso. Cada transa??o lembrava-me da confer?ncia de imprensa onde voc? estava suplicando por sua filha. Eu n?o conseguia manter isso de forma equitativa. Eu amoleci, eu acho. E logo por essa ?poca, nosso amigo cometeu um erro." "Qual foi?" perguntou Keri, sentindo uma sensa??o formigante que s? vinha quando ela sentia alguma coisa grande prestes a ser revelada. Thomas Anderson olhou para ela e ela podia dizer que ele estava lutando com algum tipo de grande decis?o interna. Ent?o, sua fronte deixou de se franzir e seus olhos clarearam. Ele parecia ter tomado uma decis?o. "Voc? confia em mim?" ele perguntou em voz baixa. "Que diabos de pergunta ? essa? Mas nem fod?" Mas antes que ela terminasse a senten?a, ele empurrou a mesa que os separava, colocou as algemas em seus punhos ao redor do pesco?o dela e puxou-a para o ch?o, escorregando em um canto da sala de interrogat?rio. Quando o Oficial Kiley invadiu a sala, Anderson usou seu corpo como um escudo, mantendo-a na frente dele. Ela sentiu uma picada aguda no pesco?o e olhou para baixo para ver o que era. Parecia uma al?a de escova de dente afiada. E estava pressionada contra sua jugular. CAP?TULO SETE Keri estava completamente desnorteada. Um instante antes, Anderson estava se desmanchando com o pensamento da sua filha perdida. Agora ele estava segurando um peda?o de pl?stico supera fiado na sua garganta. Seu primeiro instinto foi fazer um movimento para quebrar a sua pegada. Mas ela sabia que n?o funcionaria. N?o havia como ela fazer qualquer coisa antes que ele fosse capaz de enfiar a estaca pl?stica em sua veia. Al?m disso, alguma coisa n?o estava certa. Anderson nunca havia lhe dado a sensa??o de que ele tinha mal?cia em rela??o a ela. Ele parecia realmente gostar dela. Ele parecia querer ajud?-la. E se ele realmente tivesse c?ncer, esse era um exerc?cio infrut?fero. Ele mesmo disse que logo estaria morto. Essa ? a maneira de evitar a agonia, sua vers?o de suic?dio por um policial? "Largue isso, Anderson!" gritou o Oficial Kiley, sua arma apontada na dire??o deles. "Abaixe sua arma, Kiley," disse Anderson surpreendentemente calmo. "Voc? vai alvejar a ref?m acidentalmente e ent?o sua carreira estar? acabada antes que tenha sequer come?ado. Siga o procedimento. Alerte seu superior. Traga um negociador at? aqui. N?o deve demorar. O departamento tem sempre um de plant?o. Provavelmente algu?m pode estar nessa sala em dez minutos." Kiley ficou ali, sem saber como proceder. Seus olhos se moviam de um lado para o outro entre Anderson e Keri. Suas m?os tremiam. "Ele est? certo, Oficial," disse Keri, tentando seguir o tom tranquilizador de Anderson. "Apenas siga o procedimento padr?o e vai tudo funcionar. O prisioneiro n?o vai a lugar nenhum. Saia e verifique se a porta est? trancada. Fa?a suas chamadas. Estou bem. O Sr. Anderson n?o vai me machucar. Ele claramente quer negociar. Ent?o voc? precisa trazer algu?m que tenha autoriza??o para fazer isso, OK?" Kiley assentiu com a cabe?a, mas seus p?s permaneceram enraizados no lugar. "Agente Kiley," Keri disse, desta vez mais firmemente, "v? l? fora e chame o seu supervisor. Agora mesmo!" Isso pareceu fazer Kiley acordar. Ele recuou para fora da sala, fechou e trancou a porta, pegou o telefone na parede, nunca os perdendo de vista. "N?o temos muito tempo," Anderson sussurrou no ouvido da Keri enquanto ele relaxava ligeiramente o pl?stico pressionando contra sua carne. "Desculpe-me por isso, mas ? a ?nica forma que eu poderia me certificar que poder?amos conversar em total confid?ncia." "S?rio?" Keri sussurrou de volta, metade furiosa, metade aliviada. "Cave tem pessoas em todos os lugares, aqui e l? fora. Depois disso, eu estou acabado com certeza. N?o vou durar at? o fim da noite. Posso nem durar a hora. Mas estou mais preocupado com voc?. Se ele acha que voc? sabe tudo que sei, ele pode apenas eliminar voc?, independentemente das consequ?ncias." "Ent?o, o que voc? sabe?" perguntou Keri. "Eu disse a voc? que Cave cometeu um erro. Ele veio a mim e disse que estava preocupado com voc?. Ele havia feito uma verifica??o e encontrou que um dos seus capangas sequestrara sua filha. E, como voc? descobriu, foi Brian Wickwire?o Colecionador. Cave n?o mandou ou sabia sobre isso. Wickwire operava muito por conta pr?pria e v?rias vezes Cave ajudava a facilitar o transporte das garotas depois do fato. Foi o que ele fez com Evie e ele nunca pensou duas vezes." "Ent?o, ele n?o tinha Evie como alvo?" perguntou Keri. Ela havia suspeitado dessa maneira, mas queria ter certeza. "N?o. Ela era apenas uma bonita garota loira pela qual Wickwire pensou que pudesse conseguir um bom pre?o em troca. Mas depois que voc? come?ou a resgatar meninas e gerar manchetes, Cave voltou nos seus registros e viu que ele estava ligado ao rapto dela atrav?s de Wickwire. Ele estava preocupado que voc? eventualmente encontrasse um caminho at? ele e me pediu para esconder Evie em algum lugar bem secreto e para mant?-lo fora disso. Ele n?o queria saber." "Ele estava cobrindo seus rastros antes mesmo que eu suspeitasse que ele estivesse envolvido?" perguntou Keri, impressionada com a vis?o de futuro de Cave. "Ele ? um cara esperto," concordou Anderson. "Mas o que ele n?o percebeu foi que ele estava pedindo exatamente a pessoa errada por ajuda. Ele n?o poderia saber. Afinal, eu sou aquele que o corrompeu em primeiro lugar. Por que ele suspeitaria de mim? Mas eu tomei a decis?o de ajud?-la. Claro, eu fiz o fiz de forma que eu pensei que me manteria protegido." Apenas ent?o Kiley abriu uma fresta da porta. "O negociador est? a caminho," ele disse, sua voz tremulante. "Ele estar? aqui em cinco minutos. Apenas fiquem calmos. N?o fa?a nada maluco, Anderson." "N?o me fa?a fazer nada maluco!" Anderson gritou de volta para ele, pressionando a escova de dente de volta no pesco?o de Keri e perfurando sua pele sem querer. Kiley fechou rapidamente a porta. "Ai," ela disse. "Acho que voc? arrancou sangue." "Desculpe-me," ele disse, soando surpreendentemente acanhado. "? dif?cil manejar esparramado no ch?o assim." "Apenas controle um pouco, OK?" "Vou tentar. H? muita coisa acontecendo, sabe? Enfim, eu conversei com Wickwire e disse-lhe para colocar Evie em um local em Los Angeles onde ela iria ser bem cuidada, caso precis?ssemos dela mais tarde. Eu queria ter certeza de que ela n?o sa?sse da cidade. E eu n?o queria que ela passasse... por mais do que ela precisava." Keri n?o respondeu, mas ambos sabiam que n?o havia qualquer coisa que ele pudesse fazer a respeito dos anos antes disso e os horrores que sua filha deve ter sofrido nesse per?odo. Anderson continuou rapidamente, claramente n?o querendo atrasar-se mais do que ela nesse pensamento. "Eu n?o sabia o que ele fez com ela, mas acabou que ele a colocou com o cara mais velho que voc? encontrou eventualmente." "Se voc? havia decidido me ajudar, por que voc? simplesmente n?o descobriu a localiza??o dela por conta pr?pria?" "Duas raz?es", disse Anderson. "Primeiro, Wickwire n?o ia me dar a localiza??o dela. Era informa??o privilegiada e ele a mantinha bem guardada. Segundo, e n?o estou orgulhoso disso, sabia que seria preso se trouxesse sua filha para voc?." "Mas voc? foi preso intencionalmente de qualquer maneira, alguns meses depois por sequestros de crian?as," protestou Keri. "Eu fiz isso posteriormente, quando percebi que precisava tomar a??es dr?sticas. Eu sabia que eventualmente voc? pesquisaria por sequestradores e traficantes de crian?as e acabaria me achando. E eu sabia que poderia te colocar no caminho certo sem fazer Cave suspeitar de mim. Quanto a ser preso intencionalmente, isso ? verdade. Mas voc? pode se lembrar de que eu me defendi no tribunal. E se voc? verificar o registro de corte de perto, voc? vai descobrir que tanto o promotor e o juiz cometeram v?rios erros, erros aos quais eu os induzi, os quais quase certamente levariam a minha condena??o. Eu s? estava esperando at? a hora certa para apelar. Claro que tudo ? discut?vel agora." Keri olhou para cima e viu uma como??o fora da janela da sala. Ela era capaz de ver m?ltiplos agentes passado, pelo menos um deles estava carregando uma arma longa. Era um atirador de elite. "Eu n?o queria ser fria, mas n?s precisamos encerrar isso," ela disse. "N?o h? como dizer se algu?m l? fora tem um dedo no gatilho co?ando ou se Cave ordenou um dos seus minions a te abater como precau??o." "? verdade, Detetive," concordou Anderson. "Aqui estou eu tagarelando sobre minha convers?o moral quando o que voc? quer saber ? como ter sua filha de volta. Estou certo?" "Est?. Ent?o me conte. Como fa?o para recuper?-la?” "Genuinamente, eu n?o sei. N?o sei onde ela est?." Eu n?o acredito que Cave saiba onde ela est?. Ele pode saber a localiza??o do evento Vista amanh? ? noite, mas n?o h? chance de que ele compare?a. Ent?o ? in?til t?-lo seguido. "Ent?o, voc? est? dizendo n?o tenho esperan?a de conseguir ela de volta?" exigiu Keri descrente. Passei por tudo isso para essa resposta? "Provavelmente n?o, Detetive," ele admitiu. "Mas talvez voc? pode conseguir faz?-lo entreg?-la de volta." "Do que voc? est? falando?" “Jackson Cave costumava consider?-la um aborrecimento, um obst?culo para administrar seus neg?cios. Mas isso mudou no ano passado. Ele ficou obcecado por voc?. Ele n?o s? pensa que voc? est? por a? para destruir seus neg?cios. Ele acha que voc? quer destru?-lo pessoalmente. E porque ele distorceu a realidade para tornar-se o mocinho, ele acha que voc? ? a vil?." "Ele acha que eu sou a bandida?" repetiu Keri, incr?dula. "Sim. Lembre-se, ele manipula o pr?prio c?digo moral como aprouver para que ele possa funcionar. Se ele pensasse que estivesse fazendo coisas malignas, ele n?o poderia conviver consigo mesmo. Mas ele encontrou maneiras de justificar at? mesmo os atos mais hediondos. Ele me disse uma vez que as meninas nestes c?rculos de escravos sexuais estariam morrendo de fome nas ruas, se n?o fosse por ele." "Ele ficou louco," disse Keri. "Ele est? fazendo o que pode para poder se olhar ao espelho todas as manh?s, Detetive. E hoje em dia, parte disso significa acreditar que voc? est? em uma ca?a ?s bruxas. Ele v? voc? como o inimigo. Ele te v? como sua n?meses. E isso o torna muito perigoso. Porque eu n?o estou certo do qu?o longe ele ir? para impedi-la." "Ent?o, assim como eu posso fazer um cara assim entregar Evie de volta para mim?" "Se voc? for at? ele e o convencer de que n?o est? atr?s dele, que tudo o que voc? quer ? sua filha, talvez ele ceda a compaix?o. Se voc? puder persuadi-lo de que, uma vez que consiga sua filha segura em seus bra?os, voc? o esquecer? para sempre, talvez at? mesmo sair da for?a policial, ele pode ficar convencido a depor as armas. Neste instante, ele acha que voc? quer a destrui??o dele. Mas se for poss?vel faz?-lo acreditar que voc? n?o o quer, que voc? quer apenas ela, talvez haja uma chance." "Voc? acha que isso realmente funcionaria?" perguntou Keri, incapaz de esconder o ceticismo na voz. "Eu dizer apenas 'd?-me minha filha de volta e eu vou deix?-lo em paz para sempre' e ele aceitar?" "Eu n?o sei se vai funcionar. Mas eu sei que voc? n?o tem op??es. E voc? n?o tem qualquer coisa a perder tentando." Keri estava revirando a ideia em sua cabe?a quando houve uma batida na porta. "O negociador est? aqui," Kiley gritou. "Ele est? vindo pelo corredor agora." "Um minuto!" gritou Anderson. "Diga a ele para se manter afastado. Eu vou dizer a ele quando entrar." "Eu direi a ele," disse Kiley, embora sua voz indicasse que ele estava desesperado para entregar a comunica??o o quanto antes. "Uma ?ltima coisa," sussurrou Anderson em seu ouvido, ainda mais baixo do que antes, se isso era poss?vel. "Voc? tem um espi?o infiltrado na sua unidade." "O qu?? Divis?o do Oeste de LA?" perguntou Keri perplexa. "Na sua Unidade de Pessoas Desaparecidas. Eu n?o sei quem ?. Mas algu?m est? fornecendo informa??es para o outro lado. Ent?o tome cuidado. Mais do que o habitual, quero dizer." Uma nova voz gritou do outro lado da porta. "Sr. Anderson, aqui ? Cal Brubaker. Sou o negociador. Posso entrar?" "S? um segundo, Cal," Anderson gritou. Ent?o ele se inclinou ainda mais para perto de Keri. "Tenho a sensa??o de que esta ? a ?ltima vez que n?s conversaremos, Keri. Quero que voc? saiba que eu acho que voc? ? uma pessoa muito impressionante. Espero que voc? encontre Evie. De verdade. Entre, Cal." Quando a porta se abriu, ele levou a escova de dente de volta para o pesco?o dela, mas n?o tocou a pele. Um homem barrigudo em meados dos quarenta e com um tufo de cabelo desgrenhado cinzento e ?culos finos e de arma??o circular que Keri suspeitava serem apenas para amenizar o clima na sala. Ele usava jeans azuis e uma camisa de lenhador amarrotada, completa, com o padr?o xadrez preto e vermelho. Beirava o ris?vel, como a vers?o "fantasiada" do que um negociador de ref?ns n?o amea?ador poderia parecer. Anderson olhou para ele e ela pode ver que ele se sentia da mesma maneira. Ele parecia estar lutando contra a ?nsia de revirar os olhos. “Oi, Sr. Anderson. Voc? pode me dizer o que est? te incomodando essa noite?" ele disse em um tom praticado e n?o agressivo. "Na verdade, Cal," respondeu Anderson suavemente, "enquanto esper?vamos por voc?, a Detetive Locke me convenceu. Percebi que eu estava apenas me permitindo me sobrecarregar com minha situa??o e reagi... mal. Acho que estou pronto para me render e aceitar as consequ?ncias de minhas escolhas." "OK," disse Cal surpreso. "Bem, essa ? a negocia??o mais indolor da minha vida. J? que voc? est? tornando as coisas t?o f?ceis para mim, tenho que perguntar: voc? tem certeza de que n?o h? alguma coisa que voc? queira?" "Talvez algumas pequenas coisas," disse Anderson. "Mas eu n?o acho que voc? n?o vai ter problemas com qualquer uma delas. Eu gostaria de me certificar que a Detetive Locke seja levada diretamente para a enfermaria. Acidentalmente, eu a cutuquei com a ponta da escova de dente e n?o tenho certeza de qu?o higi?nica ela est?. Ela deve limp?-la imediatamente. E eu realmente agradeceria se voc? pedisse ao Agente Kiley, o cavalheiro que me trouxe aqui, que me algemasse e me levasse para onde quer que eu esteja indo. Tenho a sensa??o de que alguns desses outros caras seja mais brusco que o necess?rio. E talvez, uma vez que eu largue o objeto pontiagudo, voc? pudesse pedir para o atirador abaixar a arma. Ele est? me deixando um pouco nervoso. Pedidos razo?veis?” "Todos razo?veis, Sr. Anderson," concordou Cal. "Eu vou fazer o meu melhor para acomod?-los. Por que voc? n?o d? o pontap? inicial largando a escova de dente e deixando a detetive ir?" Anderson se inclinou para perto de forma que apenas Keri pudesse ouvi-lo. "Boa sorte", ele sussurrou de maneira quase inaud?vel antes de deixar cair a escova de dente e levantar os bra?os para que ela pudesse deslizar sob as algemas. Ela deslizou para longe dele e lentamente ficou de p? com o aux?lio da mesa tombada. Cal estendeu a m?o para oferecer assist?ncia, mas ela n?o aceitou. Uma vez de p? e firme, ela se virou para olhar Thomas "O Fantasma" Anderson pelo o que ela estava certa de ser a ?ltima vez. "Obrigada por n?o me matar," ela sussurrou, tentando soar sarc?stica. "Pode apostar," ele disse sorrindo docemente. Enquanto ela caminhava em dire??o a porta da sala de interrogat?ria, ela se abriu e cinco homens com o aparato completo da SWAT irromperam para dentro, passando por ela. Ela n?o olhou para tr?s para ver o que eles fizeram quando ela saiu pela porta e entrou no corredor. Parecia que Cal Brubaker fora fiel a pelo menos parte de sua palavra. O atirador, encostado na parede distante, com sua arma ao seu lado, havia recuado. Mas o Oficial Kiley n?o estava ? vista. Ao andar pelo corredor, acompanhada por uma policial que disse que estava levando-a para a enfermaria, Keri estava certa de que ela pode ouvir o som de cabos das armas chocando-se contra ossos humanos. E embora ela n?o tenha escutado gritos subsequentes, ela ouviu grunhidos, seguidos por profundos e incessantes gemidos. CAP?TULO OITO Keri se apressou de volta ao carro, esperando deixar a estrutura de estacionamento antes que algu?m notasse que ela havia partido. Seu cora??o batia no ritmo dos sapatos, batendo forte e r?pido no concreto. Sua viagem ? enfermaria foi um presente de Anderson. Ele sabia que depois de uma situa??o com ref?ns, ela certamente enfrentaria horas de interrogat?rio, horas que ela n?o tinha para gastar. Exigindo que ela fosse permitida a ir para a enfermaria, ele garantiu a ela uma janela na qual teria pouca supervis?o e possivelmente poderia sair antes de ser encurralada por um bando de detetives da Divis?o Central. Foi exatamente o que ela fez. Depois que uma enfermeira havia limpado a pequena ferida no pesco?o dela e coberto com ataduras, Keri fingiu um breve ataque de p?nico ap?s uma situa??o como ref?m e pediu para ir ao banheiro. Como ela n?o era um detento, foi f?cil escapar depois disso. Ela desceu pelo elevador com a equipe de limpeza de saia ?s 9 da noite. O Oficial de Seguran?a Beamon devia estar em intervalo, porque havia um novo cara respons?vel pelo lobby e ela n?o ligou para ela. Uma vez fora do pr?dio, ela come?ou a atravessar a rua em dire??o ao estacionamento, ainda esperando que algum detetive viesse correndo atr?s dela exigindo saber por que ela estava interrogando um prisioneiro quando estava em suspens?o. Mas ela n?o ouviu coisa alguma. De fato, ela ficou completamente s? com seus passos e batidas do cora??o quando os zeladores fora de servi?o desceram a rua at? a parada de ?nibus e a esta??o de metr?. Aparentemente, nenhum deles dirigia para o trabalho. Foi s? quando chegou ao segundo andar da escadaria que ouviu o som de outros sapatos abaixo. Eram altos e pesados e pareciam sair do nada. Ela os teria notado mais cedo se estivessem andando antes. Eles n?o podiam ter vindo do outro lado da rua. Era quase como se algu?m estivesse esperando por sua chegada para come?ar a se mover. Ela foi em dire??o ao seu carro, perto da metade da fileira da esquerda. Os passos seguiram e ficou claro agora que n?o era um conjunto de sapatos, mas dois, ambos claramente pertencentes a homens. Suas marchas eram pesadas e pesadas como lenho e ela podia ouvir um deles chiando ligeiramente. Era poss?vel que esses homens fossem detetives, mas ela duvidava disso. Eles provavelmente j? teriam se identificado se quisessem question?-la. E se fossem policiais com m? inten??o, n?o se aproximariam dela na estrutura de estacionamento da Twin Towers. Havia c?meras por toda parte. Se eles estavam na folha de pagamento de Cave e quisessem lhe fazer mal, eles teriam esperado at? que ela estivesse fora da propriedade da cidade. Keri escorregou sua m?o involuntariamente at? o coldre, antes de se lembrar de que havia deixado sua arma pessoal no porta-malas. Ela queria evitar perguntas da seguran?a e decidiu que levar sua pe?a pessoal para a cadeia da cidade talvez n?o atingisse esse objetivo. Pela mesma raz?o, sua pistola de tornozelo estava no mesmo lugar. Ela estava desarmada. Sentindo o pulso acelerar, Keri se obrigou a manter a calma, para n?o acelerar o seu ritmo para alertar esses caras que ela estava ciente deles. Eles deviam saber. Mas manter a ilus?o, poderia lhe dar tempo. O mesmo que olhar por cima do ombro ? ela se recusou a faz?-lo. Isso era certo para coloc?-los correndo atr?s dela. Em vez disso, ela casualmente olhou nas janelas de alguns dos SUVs mais brilhantes, na esperan?a de ter uma no??o de com quem estava lidando. Depois de alguns carros, ela foi capaz de mensur?-los. Dois homens, ambos de terno: um grande, o outro enorme com uma barriga que pendia sobre seu cinto. Era dif?cil cogitar a idade, mas o maior tamb?m parecia mais velho. Ele era o mais calmo. Nenhum dos dois estava segurando armas, mas o mais gordo tinha o que parecia ser um Taser e o mais jovem estava com algum tipo de cassetete em m?os. Aparentemente, algu?m queria que ela fosse capturada viva. Tentando parecer indiferente, ela tirou as chaves da bolsa, ajustando as extremidades pontiagudas entre os n?s dos dedos viradas para fora quando apertou o bot?o para destravar o carro, agora apenas a seis metros de dist?ncia. Os dois homens ainda estavam a cerca de tr?s metros dela, mas n?o havia como chegar at? o carro, abrir a porta, entrar, fechar a porta e tranc?-la antes que eles a pegassem, mesmo com o tamanho deles. Ela se xingou silenciosamente por estacionar de frente. O apito que seu carro fez pareceu assustar o gordo e ele trope?ou um pouco. Depois disso, Keri sabia que fingir que n?o havia notados os caras a essa altura pareceria mais suspeito do que se virar, ent?o ela parou abruptamente e girou rapidamente, pegando-os de surpresa. "Como est?o, rapazes?" ela perguntou docemente, como se descobrir dois caras pesados logo atr?s dela fosse a coisa mais natural do mundo. Ambos deram mais alguns passos antes de parar estranhamente a um metro e meio dela. O mais novo parecia estar perdido. O mais velho come?ou a abrir a boca para falar. Os sentidos de Keri estavam formigando. Por alguma raz?o, ela notou que ele tinha deixado escapar um peda?o de cabelo no lado esquerdo do pesco?o da ?ltima vez que ele fizera a barba. Quase sem pensar, ela apertou o bot?o de alarme no controle remoto do carro. Os dois homens olhavam involuntariamente naquela dire??o. Foi quando ela se moveu. Ela se lan?ou para frente rapidamente, balan?ando o punho direito, aquele com as chaves expostas, no lado esquerdo do rosto dele. Tudo come?ou a se mover em c?mera lenta. Ele a viu muito tarde e quando ele come?ou a levantar o bra?o esquerdo para tentar bloquear o soco, ela fez contato. Keri sabia que foi um golpe direto, porque pelo menos uma das chaves se aprofundou muito antes de encontrar resist?ncia. O grito come?ou quase imediatamente quando sangue jorrou do seu olho. Ela n?o parou para admirar sua obra. Ao inv?s, ela usou seu momento para mergulhar para frente, batendo o ombro direito em seu joelho esquerdo, mesmo quando ele j? estava caindo ao ch?o. Ela ouviu um estalo chocante e sabia que os ligamentos do seu joelho haviam sido rasgados violentamente quando ele caiu no ch?o. Ela eliminou o som da cabe?a enquanto tentava rolar suavemente para ficar de p?. Infelizmente, atirar-se contra uma pessoa t?o massiva sacudiu seu corpo da cabe?a aos p?s, reagravando a dor dos ferimentos que sofrera apenas alguns dias antes. Seu peito parecia ter sido golpeado com uma frigideira. Ela estava bem certa de que havia batido seu joelho machucado no ch?o de concreto da estrutura de estacionamento ao mergulhar e a colis?o deixou seu ombro direito latejando. Mais imediatamente preocupante do que isso era que o esmagamento do cara havia diminu?do o movimento dela o suficiente para o mais jovem e mais apto recuperar seus sentidos. Quando Keri saiu do rolamento e tentou recobrar o equil?brio, ela j? estava se movendo em dire??o a ela, seus olhos brilhando em um misto intenso de f?ria e medo, o cassetete em sua m?o direita come?ava a descer. Ela percebeu que n?o seria capaz de evit?-lo completamente e virou o corpo de modo que o golpe acertasse seu lado esquerdo ao inv?s do direito. Ela sentiu o esmagamento brutal contra suas costelas no torso esquerdo, logo abaixo do ombro, seguido de uma dor pungente que irradiava do ponto de impacto. O ar deixou o corpo dela como ela caiu de joelhos na frente dele. Seus olhos se encheram de ?gua imediatamente ao ser acertada, mas ela ainda conseguiu ter uma vis?o sinistra logo em frente a ela. Os p?s do mais novo come?aram a subir nos ded?es, seus calcanhares saindo do ch?o. Demorou menos do que uma fra??o de segundo para Keri processar o que isso significava. Ele estava subindo. levantando o cassetete sobre a cabe?a para que fosse capaz de exercer toda sua for?a nela para um golpe de knockout. Ela viu seu p? esquerdo come?ar a avan?ar e soube que isso significava que ele estava come?ando um movimento descendente. Ignorando tudo?sua inabilidade em respirar, a dor ricocheteando do seu peito esquerdo at? o ombro e das costelas at? o joelho e sua vis?o emba?ada?ela mergulhou para frente diretamente nele. Ela sabia que n?o tinha muita for?a empurrando de joelhos, mas esperava que fosse o suficiente para evitar um impacto direto no topo do cr?nio. Ao faz?-lo, ela impulsionou sua m?o direita, a que ainda portava as chaves, na dire??o da virilha do cara, esperando fazer algum contato. Tudo aconteceu de uma vez. Ela sentiu o bast?o acertar a parte superior das suas costas ao mesmo tempo em que escutou o grunhido. A pancada a atordoou, mas apenas por um segundo, quando ent?o ela percebeu que o homem havia perdido a pegada no cassetete quase imediatamente ap?s o contato. Ela escutou o porrete bater no concreto e rolar para longe quando ela foi ao ch?o. Olhando para cima, ela viu o homem se dobrando, ambas as m?os segurando a regi?o da virilha. Ele estava xingando em voz alta e sem parar. Pelo menos por enquanto, ele parecia n?o se importar com ela. Keri olhou para o homem gordo, que estava a alguns metros de dist?ncia, ainda rolando no ch?o, gritando em agonia, ambas as m?os cobrindo seu olho esquerdo, aparentemente sem notar seu joelho, que estava dobrado em uma dire??o n?o humana. Keri deu um gole de ar, que parecia o primeiro em muito tempo e se for?ou para a a??o. Levante-se e mova-se. Essa ? sua chance: Talvez seja sua ?nica. Ignorando a dor que sentia em todos os lugares, ela se empurrou para cima do duro ch?o e meio correu, meio mancou at? o carro. O mais jovem olhou de relance e fez uma tentativa simb?lica de estender a m?o e alcan??-la. Mas ela se afastou dele e trope?ou em dire??o ao carro, entrou, trancou, ligou, e saiu sem sequer olhar pelo espelho retrovisor. Parte dela esperava que o cara mais novo esperava que o cara estivesse l? tr?s e que ela ouvisse um baque ao bater nele. Ela apertou o acelerador e rasgou pela esquina do segundo andar rapidamente at? o primeiro. Ao aproximar-se da cancela de sa?da, ficou surpresa ao ver o mais jovem trope?ando abaixo pelas escadas e indo vacilando em dire??o ao carro. Ela podia ver o horror na face do atendente da cancela, que olhava entre o homem encurvado cambaleando em sua dire??o e o carro cantando pneus acelerando para o mesmo ponto. Ela quase se sentiu mal por ele. Mas n?o foi o suficiente para evitar que ela acelerasse pela sa?da, arrebentando o port?o de madeira e enviando peda?os dele voando pela noite. * Ela passou a noite na casa de Ray. Uma que n?o parecia seguro para voltar para a pr?pria casa. Ela n?o sabia quem viria atr?s dela. Mas se eles estavam desejando atac?-la em um estacionamento repleto de c?meras do outro lado de uma pris?o, seu apartamento n?o parecia ser t?o dif?cil. Al?m disso, a jeito que ela se sentia, Keri n?o estava em qualquer condi??o de defender-se de agressores adicionais essa noite. Ray havia enchido a banheira para ela. Ela ligou para ele no caminho at? l? para que ele soubesse o b?sico da situa??o e misericordiosamente ele n?o estava salpicando-a com perguntas enquanto ela tentava se recompor. Ao se deitar na ?gua, deixando seu calor atenuar seus ossos doloridos, ele se sentou em uma cadeira ao lado da banheira, intermitentemente adulando-a com colheradas de canja. Eventualmente, ap?s secar-se e colocar um dos pijamas de Ray, ela se sentia bem o suficiente para fazer uma aut?psia. Eles sentaram em seu sof? na sala de estar, iluminado por uma meia d?zia de velas. Nenhum deles comentou sobre o fato de que as armas de ambos descansavam na mesa de centro em frente a eles. "Parece t?o descarado," disse Ray, referindo-se a ousadia do ataque de estrutura de estacionamento, "e meio desesperado." "Concordo," disse Keri. “Assumindo que eles eram os lacaios do Cave, isso me faz pensar que ele estava realmente preocupado que Anderson derramasse os feij?es na sala de interrogat?rio”. Mas o que eu n?o consigo entender ?, se ele estava querendo ir assim t?o longe, por que ele n?o mandou esses caras atirarem pelas costas e acabarem logo com isso? Qual ? o neg?cio com o Taser e o cassetete? "Talvez ele quisesse descobrir o que voc? sabe, ver quem mais sabe, antes de livrar-se de voc?. Ou talvez nem seja Cave. Voc? disse que Anderson lhe contou que h? um infiltrado na unidade, certo? Talvez mais algu?m n?o queria que essa informa??o escapasse." "Eu acho que isso ? poss?vel," admitiu Keri, "embora ele tenha sido t?o silencioso quando ele contou essa parte em particular que eu quase n?o pude ouvi-lo. ? dif?cil imaginar que mesmo em uma sala com escutas, algu?m pegasse essa parte. Para ser honesta, eu ainda estou tendo dificuldade em processar mesmo essa por??o de informa??o." "Sim, eu tamb?m," concordou Ray. "Ent?o, para onde vamos daqui, Keri? Eu fiquei naquela sala de confer?ncias com Mags por mais algumas horas, mas n?s n?o descobrimos qualquer novidade de verdade. N?o tenho certeza de como proceder.” "Acho que vou seguir o conselho de Anderson," ela respondeu. "O que, voc? diz ir ver Cave?" ele perguntou incr?dulo. "Amanh? ? s?bado. Voc? simplesmente vai aparecer na porta da frente da casa dele?" "N?o sei qual outra op??o eu tenho." "O que te faz pensar que vai ajudar em algo?" ele perguntou. "Pode ser que n?o. Mas Anderson est? certo. A n?o ser que alguma coisa surja em breve, estou sem op??es, Ray. Evie vai ser assassinada diante das c?meras em vinte e cinco horas! Se conversar com Jackson Cave?apelar com ele pela vida da minha filha?tiver mesmo uma ?nica chance de funcionar, ent?o eu vou tentar." Ray assentiu, cruzando a m?o dela com a dele e envolvendo seus grandes bra?os ao redor dos seus ombros. Ele foi gentil, mas ela contraiu de dor mesmo assim. "Desculpe," ele sussurrou baixinho. "? claro?faremos o que for necess?rio. Mas eu vou com voc?." "Ray, eu n?o tenho grandes esperan?as que isso v? funcionar. Mas ele definitivamente n?o vai dizer qualquer coisa se voc? estiver ao meu lado. Eu tenho que fazer isso sozinha." "Mas ele pode ter tentado te matar essa noite." "Provavelmente apenas aleijar," ela disse com um sorriso fraco, tentando abaixar a temperatura. "Al?m disso, ele n?o vai fazer isso se eu aparecer na casa dele. Ele n?o vai estar me esperando. E seria arriscado demais. Que tipo de ?libi ele teria se alguma coisa acontecesse comigo enquanto eu estivesse na casa dele? Ele pode estar delirando, mas n?o ? est?pido." "Certo," cedeu Ray. "Eu n?o vou com voc? at? a casa dele. Mas pode apostar que eu estarei pr?ximo." "Um namorado t?o bom," disse Keri, aconchegando-se para perto dele apesar do desconforto que o movimento causou. "Vou apostar que voc? vai arranjar uma viatura l? fora patrulhando a vizinhan?a para ter certeza de que sua pequena donzela dorme segura pela noite." "Que tal duas?" ele disse. "Eu n?o vou deixar que nada aconte?a com voc?." "Meu cavaleiro de armadura brilhante," disse Keri, bocejando apesar dos esfor?os. "Eu ainda posso lembrar-me dos dias quando eu era uma professora de criminologia na LMU e voc? veio falar para os meus alunos." "Tempos singelos," disse Ray baixinho. "E eu tamb?m me recordo dos dias obscuros depois que Evie foi raptada, quando eu comecei a beber whisky ao inv?s de ?gua, quando Stephen se divorciou de mim por dormir com tudo que se movia e a universidade me demitiu por corromper um dos meus estudantes." "N?s n?o temos que catar todos os buracos na estrada da mem?ria, Keri." "S? estou dizendo, quem foi que me tirou de uma cova de auto avers?o, tirou a poeira e me fez aplicar para a academia de pol?cia?" "Esse seria eu," Ray murmurou suavemente. "Correto," Keri murmurou concordando. "V?? Cavaleiro na armadura brilhante." Ela repousou a cabe?a em seu peito, permitindo-se relaxar, reconfortar-se no ritmo da sua respira??o enquanto ele inspirava e expirava vagarosamente. Quando suas p?lpebras ficaram pesadas e ela flutuou para o sono, um ?ltimo pensamento coerente passou por sua cabe?a: Ray na verdade n?o mandou dois carros de pol?cia para a vizinhan?a. Ela verificou pela janela enquanto se trocava mais cedo e contou pelo menos quatro unidades. E isso foi tudo o que ela pode ver. Ela esperava que fosse suficiente. CAP?TULO NOVE Keri segurava o volante com for?a, tentando n?o deixar as curvas fechadas da estrada montanhosa deix?-la mais nervosa do que ela j? estava. Eram 7:45 da manh?, um pouco mais de dezesseis horas at? que sua filha fosse sacrificada de forma ritual?stica na frente de d?zias de ped?filos ricos. Ela dirigia pelas sinuosas colinas de Malibu em uma manh? fria mas limpa e ensolarada manh? de s?bado em janeiro para a casa de Jackson Cave. Ela esperava convenc?-lo a retornar sua filha para ela em seguran?a. Se ela n?o pudesse, esse seria o ?ltimo dia na vida de Evie Locke. Keri e Ray haviam acordado cedo, logo depois das 6 da manh?. Ela n?o estava com fome, mas Ray insistiu que ela for?asse alguns ovos mexidos goela abaixo e torradas para acompanhar suas duas x?caras de caf?. Eles estavam fora do apartamento pelas sete. Ray conversou brevemente com um dos agentes de patrulha l? fora, que disse que nenhuma das suas unidades havia reportado qualquer atividade suspeita durante a noite. Ele os agradeceu e os enviou de volta. Ent?o, ele e Keri entraram nos seus respectivos carros e dirigiram separadamente para Malibu. Naquela hora da manh? de s?bado, as ruas normalmente entupidas de Los Angeles estavam virtualmente vazias. Dentro de vinte minutos, eles estavam na Pacific Coast Highway, pegando os ?ltimos resqu?cios do nascer do sol sobre as Montanhas de Santa M?nica. Конец ознакомительного фрагмента. Текст предоставлен ООО «ЛитРес». Прочитайте эту книгу целиком, купив полную легальную версию (https://www.litres.ru/pages/biblio_book/?art=51922866&lfrom=688855901) на ЛитРес. Безопасно оплатить книгу можно банковской картой Visa, MasterCard, Maestro, со счета мобильного телефона, с платежного терминала, в салоне МТС или Связной, через PayPal, WebMoney, Яндекс.Деньги, QIWI Кошелек, бонусными картами или другим удобным Вам способом.
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