*** Òâîåé Ëóíû çåëåíûå öâåòû… Ìîåé Ëóíû áåñïå÷íûå ðóëàäû, Êàê ñâåòëÿ÷êè ãîðÿò èç òåìíîòû,  ëèñòàõ âèøíåâûõ ñóìðà÷íîãî ñàäà. Òâîåé Ëóíû ïå÷àëüíûé êàðàâàí, Áðåäóùèé â äàëü, òðîïîþ íåâåçåíüÿ. Ìîåé Ëóíû áåçäîííûé îêåàí, È Áðèãàíòèíà – âåðà è ñïàñåíüå. Òâîåé Ëóíû – ïå÷àëüíîå «Ïðîñòè» Ìîåé Ëóíû - äîâåð÷èâîå «Çäðàâñòâóé!» È íàøè ïàðàëëåëüíûå ïóòè… È Ç

Transformada

Transformada Morgan Rice Mem?rias de um Vampiro #1 TRANSFORMADA ? um livro que pode competir com CREP?SCULO e DI?RIOS DO VAMPIRO, e far? com que voc? queira continuar lendo at? a ?ltima p?gina! Se voc? gosta de aventura, amor e vampiros, este ? o livro para voc?! --Vampirebooksite. com TRANSFORMADA ? o livro 1 da s?rie best-seller MEM?RIAS DE UM VAMPIRO, que inclui dez livros at? o momento. Em TRANSFORMADA (Livro 1 da s?rie Mem?rias de um Vampiro), Caitlin Paine, de 18 anos, ? arrancada de sua vida nos sub?rbios e for?ada a frequentar uma perigosa escola de ensino m?dio na cidade de Nova York, quando a sua m?e se muda novamente. O ?nico raio de sol naquele ambiente ? Jonah, um novo colega de classe que parece gostar dela instantaneamente. Mas antes que o seu romance possa florescer, Caitlin descobre que est? mudando. Ela ? dominada por uma for?a sobre-humana, uma sensibilidade ? luz, um desejo de se alimentar - por sentimentos que ela n?o entende. Ela procura respostas para o que est? acontecendo com ela, e os seus desejos a levam ao lugar errado, na hora errada. Seus olhos se abrem para um mundo oculto, bem debaixo dos seus p?s, prosperando nos subterr?neos de Nova York. Ela se v? presa entre dois cl?s, bem no meio de uma guerra de vampiros. ? nesse momento que Caitlin conhece Caleb, um misterioso e poderoso vampiro que a resgata das for?as do mal. Ele precisa da sua ajuda para lev?-lo at? um lend?rio artefato perdido. E ela precisa dele para obter respostas, e prote??o. Juntos, eles precisar?o responder a uma pergunta crucial: quem foi o verdadeiro pai dela? Mas Caitlin acaba presa entre dois homens quando algo mais cresce entre eles: um amor proibido. Um amor entre as ra?as que arriscar? a vida de ambos e os for?ar? a decidir se arriscar?o tudo um pelo outro… "TRANSFORMADA ? a hist?ria ideal para leitores jovens. Morgan Rice fez um belo trabalho criando uma reviravolta interessante para o que poderia ser um conto de vampiros t?pico. Inovador e ?nico, TRANSFORMADA tem os elementos cl?ssicos encontrados em muitas hist?rias paranormais para jovens adultos. O primeiro livro da s?rie Mem?rias de um Vampiro se concentra em uma menina.. uma menina extraordin?ria! TRANSFORMADA ? f?cil de ler, mas tem um ritmo extremamente acelerado.. Recomendado para qualquer pessoa que goste de ler romances paranormais leves. Apropriado para maiores de 12 anos. " --The Romance Reviews "TRANSFORMADA atraiu a minha aten??o desde o come?o e nunca parou.. Esta hist?ria ? uma aventura incr?vel com um ritmo acelerado e cheia de a??o desde o in?cio. N?o h? nenhum momento mon?tono. Morgan Rice fez um ?timo trabalho trazendo o leitor para dentro da hist?ria. Ela tamb?m tornou f?cil torcer por Caitlin e desejar desesperadamente que ela consiga encontrar a sua verdade.. Eu estarei esperando ansiosamente pelo segundo livro da s?rie. " --Paranormal Romance Guild "TRANSFORMADA ? uma leitura simp?tica, f?cil e sombria que voc? pode ler ao mesmo tempo em que l? outros livros, j? que ? curto.. Voc? com certeza ir? se divertir! " --books-forlife. blogspot. com transformada (livro n?mero 1 na s?rie Mem?rias de um Vampiro) morgan rice ELOGIOS SELECIONADOS PARA TRANSFORMADA "TRANSFORMADA ? a hist?ria ideal para leitores jovens. Morgan Rice fez um belo trabalho criando uma reviravolta interessante para o que poderia ser um conto de vampiros t?pico. Inovador e ?nico, TRANSFORMADA tem os elementos cl?ssicos encontrados em muitas hist?rias paranormais para jovens adultos. O primeiro livro da s?rie Mem?rias de um Vampiro se concentra em uma menina... uma menina extraordin?ria! TRANSFORMADA ? f?cil de ler, mas tem um ritmo extremamente acelerado... Recomendado para qualquer pessoa que goste de ler romances paranormais leves. Apropriado para maiores de 12 anos." --The Romance Reviews “TRANSFORMADA atraiu a minha aten??o desde o come?o e nunca parou... Esta hist?ria ? uma aventura incr?vel com um ritmo acelerado e cheia de a??o desde o in?cio. N?o h? nenhum momento mon?tono. Morgan Rice fez um ?timo trabalho trazendo o leitor para dentro da hist?ria. Ela tamb?m tornou f?cil torcer por Caitlin e desejar desesperadamente que ela consiga encontrar a sua verdade... Eu estarei esperando ansiosamente pelo segundo livro da s?rie.” --Paranormal Romance Guild “TRANSFORMADA ? uma leitura simp?tica, f?cil e sombria que voc? pode ler ao mesmo tempo em que l? outros livros, j? que ? curto... Voc? com certeza ir? se divertir! “ --books-forlife.blogspot.com "TRANSFORMADA ? um livro que pode competir com CREP?SCULO e DI?RIOS DO VAMPIRO, e far? com que voc? queira continuar lendo at? a ?ltima p?gina! Se voc? gosta de aventura, amor e vampiros, este ? o livro para voc?!" --Vampirebooksite.com “Rice faz um ?timo trabalho de trazer o leitor para dentro da hist?ria desde o in?cio, usando uma incr?vel qualidade descritiva que transcende a mera pintura do cen?rio... Bem escrito e extremamente r?pido de ler, TRANSFORMADA ? um bom in?cio para uma nova s?rie de vampiros que certamente ser? um sucesso com leitores que procurem uma hist?ria leve, por?m interessante.” --Black Lagoon Reviews Sobre Morgan Rice Morgan ? a autora da s?rie ?pica de fantasia best-seller, O ANEL DO FEITICEIRO, atualmente com dez livros. Morgan Rice ? a autora do best-seller MEM?RIAS DE UM VAMPIRO, uma s?rie infanto-juvenil com dez livros que foram traduzidos em seis idiomas, e que come?a com o livro TRANSFORMADA (Livro 1)! Morgan tamb?m ? a autora dos best-sellers ARENA UM e ARENA DOIS, os primeiros dois livros da TRILOGIA DA SOBREVIV?NCIA, um suspense de a??o p?s-apocal?ptico que se passa no futuro. Morgan adora ler os seus coment?rios, por isso sinta-se livre para visitar www.morganricebooks.com (http://www.morganricebooks.com) e entrar em contato. Livros de Morgan Rice O ANEL DO FEITICEIRO UMA MISS?O DE HER?IS (Livro 1) UMA MARCHA DE REIS (Livro 2) UM BANQUETE DE DRAG?ES (Livro 3) UM CONFLITO DE HONRA (Livro 4) UMA PROMESSA DE GL?RIA (Livro 5) UMA TAREFA DE VALOR (Livro 6) UM RITUAL DE ESPADAS (Livro 7) UMA DOA??O DE ARMAS (Livro 8) UM C?U DE FEITI?OS (Livro 9) UM MAR DE ESCUDOS (Livro 10) A TRILOGIA DA SOBREVIV?NCIA ARENA UM: COMERCIANTES DE ESCRAVOS (Livro 1) ARENA DOIS (Livro 2) MEM?RIAS DE UM VAMPIRO TRANSFORMADA ( Livro 1) AMADA (Livro 2) TRA?DA (Livro 3) DESTINADA (Livro 4) DESEJADA (Livro 5) PROMETIDA (Livro 6) JURADA (Livro 7) ENCONTRADA (Livro 8) RESSUSCITADA (Livro 9) NECESS?RIA (Livro 10) (http://itunes.apple.com/WebObjects/MZStore.woa/wa/viewAudiobook?id=489725251&s=143441) Ou?a (http://itunes.apple.com/WebObjects/MZStore.woa/wa/viewAudiobook?id=489725251&s=143441) a s?rie MEM?RIAS DE UM VAMPIRO em ?udio! Agora dispon?vel em: Amazon (http://www.amazon.com/Turned-Book-1-Vampire-Journals/dp/B006M6VYJM/ref=tmm_aud_title_0) Audible (http://www.audible.com/pd/ref=sr_1_1?asin=B006LAKL34&qid=1323958119&sr=sr_1_1) iTunes (http://itunes.apple.com/WebObjects/MZStore.woa/wa/viewAudiobook?id=489725251&s=143441) Copyright © 2011 de Morgan Rice Todos os direitos reservados. Exceto conforme permitido sob a Lei Americana de Direitos Autorais de 1976, nenhuma parte desta publica??o pode ser reproduzida, distribu?da ou transmitida em qualquer forma ou de qualquer maneira, ou armazenada em um banco de dados ou sistema de recupera??o, sem a permiss?o pr?via da autora. Este e-book est? licenciado apenas para o seu entretenimento pessoal. Este e-book n?o pode ser revendido ou dado para outras pessoas. Se voc? desejar compartilhar este livro com outra pessoa, por favor, adquira uma c?pia adicional para cada recipiente. Se voc? estiver lendo este livro e n?o o adquiriu, ou se ele n?o foi adquirido apenas para o seu uso, por favor, devolva-o e adquira a sua pr?pria c?pia. Obrigado por respeitar o trabalho ?rduo desta autora. Esta ? uma obra de fic??o. Nomes, personagens, empresas, organiza??es, lugares, eventos e incidentes s?o produtos da imagina??o da autora ou s?o usados ficcionalmente. Qualquer semelhan?a com pessoas vivas ou mortas ? mera coincid?ncia. “? saud?vel, ent?o, sair de casa mal vestido e aspirar este humor ?mido da manh?? Como! Bruto est? doente, e se esgueira do leito agasalhado, para expor-se ao cont?gio vil da noite?” --William Shakespeare, J?lio C?sar ?ndice Cap?tulo Um Cap?tulo Dois Cap?tulo Tr?s Cap?tulo Quatro Cap?tulo Cinco Cap?tulo Seis Cap?tulo Sete Cap?tulo Oito Cap?tulo Nove Cap?tulo Dez Cap?tulo Onze Cap?tulo Doze Cap?tulo Treze Cap?tulo Quatorze Cap?tulo Quinze Cap?tulo Dezesseis Cap?tulo Dezessete Cap?tulo Um Caitlin Paine sempre temeu seu primeiro dia em uma nova escola. Haviam as coisas grandes, como conhecer novos amigos, novos professores, memorizar novos corredores. E haviam as coisas pequenas, como ter um arm?rio novo, o cheiro de um lugar novo, os sons que ele fazia. Mais do que qualquer coisa, ela temia os olhares. Ela sentia que todos em um lugar novo sempre a encaravam. Tudo o que ela queria era o anonimato. Mas ele n?o parecia estar no seu destino. Caitlin n?o conseguia entender por que ela era t?o not?vel. Medindo 1,67 m, ela n?o era especialmente alta, e com seus cabelos e olhos castanhos (e peso normal), ela se sentia comum. Certamente n?o se sentia bonita, como as outras meninas. Aos 18 anos, ela era um pouco mais velha, mas n?o o suficiente para faz?-la se destacar. Existia alguma outra coisa. Ela tinha algo que fazia as pessoas olharem duas vezes. Ela sabia, l? no fundo, que era diferente. Mas n?o sabia exatamente como. Se havia algo pior do que um primeiro dia, era come?ar no meio do ano, depois que todos os outros j? haviam tido tempo para se conhecer. Hoje, este primeiro dia, no meio de mar?o, seria um dos piores. Ela conseguia sentir isso. No entanto, na sua imagina??o, ela nunca pensou que seria t?o ruim assim. Nada do que ela tinha visto—e ela tinha visto muito—a havia preparado para isso. Caitlin parou na frente da sua nova escola, uma ampla escola p?blica de Nova York, naquela manh? gelada de mar?o, e se perguntou, por que eu? Ela vestia pouqu?ssimas roupas, apenas um su?ter e leggings, e n?o estava nem remotamente preparada para o caos barulhento que a saudou. Centenas de jovens estavam l?, chamando, gritando e empurrando uns aos outros. Parecia o p?tio de uma pris?o. Era tudo alto demais. Estes jovens riam alto demais, xingavam demais, empurravam uns aos outros com for?a demais. Ela teria pensado que aquilo era uma grande briga se n?o conseguisse encontrar alguns sorrisos e risadas de esc?rnio. Eles apenas tinham energia demais, e ela, exausta, com frio, sem dormir, n?o podia entender de onde essa energia vinha. Ela fechou os olhos e desejou que tudo sumisse. Ela colocou as m?os nos bolsos e sentiu algo: seu ipod. Sim. Colocou seus fones de ouvido e ligou o aparelho. Ela precisava abafar tudo aquilo. Mas nada aconteceu. Ela olhou para baixo e viu que a bateria havia acabado. ?timo. Ela checou seu telefone, esperando por alguma distra??o, qualquer coisa. Nenhuma nova mensagem. Ela olhou para cima. Olhando para aquele mar de novos rostos, ela se sentiu sozinha. N?o por ser a ?nica garota branca—na verdade, ela preferia isso. Alguns dos seus melhores amigos em outras escolas eram negros, hisp?nicos, asi?ticos, indianos—e alguns dos seus piores inimigos haviam sido brancos. N?o, n?o era isso. Ela se sentia sozinha porque o ambiente era urbano. Ela estava pisando em concreto. Um sino alto soou para permitir a entrada dela nesta “?rea recreativa,” e ela teve que atravessar grandes port?es de metal. Agora, ela estava presa—enjaulada por enormes port?es de metal com arame farpado no topo. Ela se sentiu como se tivesse ido para a pris?o. Olhar para a enorme escola, as barras e grades em todas as janelas, n?o a fez se sentir melhor. Ela sempre havia se adaptado ? novas escolas facilmente, grandes ou pequenas—mas todas elas se localizavam nos sub?rbios. Aqui, n?o havia nada al?m de cidade. Ela sentiu que n?o conseguia respirar. Aquilo a apavorava. Outro sino alto soou e ela foi, com centenas de jovens, arrastando os p?s na dire??o da entrada. Ela foi empurrada com for?a por uma garota grande, e deixou seu di?rio cair. Ela o juntou (bagun?ando seu cabelo), e olhou para cima para ver se a garota iria se desculpar. Mas ela j? havia sumido, tendo seguido em frente com a multid?o. Ela ouviu risos, mas n?o p?de dizer se eles estavam direcionados ? ela. Ela segurou seu di?rio, a ?nica coisa que mantinha seus p?s no ch?o. Ele havia estado com ela em todo o lugar. Ele tinha notas e desenhos de todos os lugares em que ela havia estado. Ele era um mapa da sua inf?ncia. Ela finalmente chegou ? entrada e precisou se espremer para passar por ela. Era como entrar em um trem durante a hora do rush. Ela esperava que a temperatura estivesse mais quente quando entrasse, mas as portas abertas atr?s dela mantinham uma brisa severa soprando em suas costas, tornando o frio ainda pior. Dois grandes guardas de seguran?a estavam parados na entrada, acompanhados de dois policiais da cidade de Nova York, em seus uniformes completos, armas visivelmente ao seu lado. “CONTINUEM ANDANDO!” comandou um deles. Ela n?o conseguia entender por que dois policiais armados precisavam guardar a entrada de uma escola de ensino m?dio. A sua sensa??o de pavor cresceu. A sensa??o ficou muito pior quando ela olhou para cima e viu que teria que passar por um detector de metais com seguran?a de aeroporto. Mais quatro policiais armados estavam parados nos dois lados do detector, com mais dois guardas de seguran?a. “ESVAZIEM SEUS BOLSOS!” gritou um guarda. Caitlin notou os outros jovens enchendo pequenos recipientes de pl?stico com itens de seus bolsos. Ela rapidamente fez o mesmo, adicionando o seu ipod, carteira, chaves. Ela passou pelo detector, e o alarme chiou. “VOC?!” gritou o guarda. “Para o lado!” Claro. Todos os garotos olhavam enquanto ela era obrigada a levantar os bra?os, e o guarda passava o scanner de m?o por todo o seu corpo. “Voc? est? usando alguma joia?” Ela passou a m?o no pulso, e ent?o no pesco?o, e de repente, se lembrou. Sua cruz. “Tire-a,” gritou o guarda. Era a gargantilha que a sua av? havia dado a ela antes de morrer, uma pequena cruz de prata, gravada com uma descri??o em latim que ela nunca havia traduzido. Sua av? contou a ela que a cruz havia sido passada para ela pela sua av?. Caitlin n?o era religiosa e n?o entendia realmente o que aquilo significava, mas ela sabia que a cruz tinha centenas de anos e era, de longe, a coisa mais valiosa que ela tinha. “Prefiro n?o tirar,” ela respondeu. O guarda a encarou, frio como gelo. De repente, uma confus?o come?ou. Pessoas gritaram quando um policial agarrou um garoto alto e magro e o empurrou contra uma parede, retirando uma faca do seu bolso. O guarda foi ajud?-lo e Caitlin aproveitou a oportunidade para sumir com a multid?o caminhando pelo corredor. Bem-vinda ? escola p?blica de Nova York, Caitlin pensou. ?timo. Ela j? estava contando os dias para a formatura. * Os corredores eram os mais largos que ela j? havia visto. Ela n?o podia imaginar como eles poderiam ficar cheios, no entanto, eles estavam completamente lotados, com todos os garotos espremidos, ombro contra ombro. Deviam haver milhares de jovens nesses corredores, o mar de rostos se alongando infinitamente. O barulho aqui era ainda pior, batendo nas paredes, condensado. Ela queria cobrir os ouvidos. Mas ela nem sequer tinha espa?o suficiente para levantar os bra?os. Ela se sentiu claustrof?bica. O sino tocou e a energia aumentou. J? atrasada. Ela examinou seu cart?o de salas novamente e finalmente encontrou a sala distante. Ela tentou cortar caminho atrav?s do mar de corpos, mas n?o estava chegando a lugar nenhum. Finalmente, depois de v?rias tentativas, ela percebeu que precisava ficar mais agressiva. Ela tamb?m come?ou a cotovelar e empurrar. Um corpo por vez, ela conseguiu passar por todos os garotos atrav?s do corredor largo, e abriu a pesada porta de sua sala de aula. Ela se preparou para todos os olhares, j? que ela, a nova garota na escola, havia chegado atrasada. Ela imaginou o professor a repreendendo por interromper uma sala de aula silenciosa. Mas ela ficou chocada em ver que este n?o era o caso. Esta sala, constru?da para 30 alunos, mas abrigando 50, estava lotada. Alguns garotos estavam sentados em suas carteiras, e outros caminhavam entre as fileiras, gritando e berrando uns com os outros. Era o caos. O sino havia tocado cinco minutos atr?s, no entanto, o professor, desgrenhado, usando um terno amassado, n?o havia sequer come?ado a aula. Ele sentou com os p?s em cima da mesa, lendo o jornal, ignorando a todos. Caitlin caminhou at? ele e colocou seu novo cart?o de identifica??o na mesa. Ela ficou parada l? e esperou que ele olhasse para cima, mas ele nunca o fez. Ela finalmente limpou a garganta. “Com licen?a.” Ele baixou o jornal relutantemente. “Meu nome ? Caitlin Paine. Eu sou nova. Acho que tenho que lhe dar isso.” “Eu sou apenas um substituto,” ele respondeu, e levantou o jornal, bloqueando-a. Ela ficou parada ali, confusa. “Ent?o,” ela perguntou, “…voc? n?o faz a chamada?” “O seu professor vai voltar na segunda,” ele retrucou. “Ele vai cuidar disso.” Percebendo que a conversa havia acabado, Caitlin pegou seu cart?o de identifica??o de volta. Ela se virou e olhou para a sala. O caos ainda n?o havia acabado. Se houvesse alguma esperan?a, pelo menos ela n?o era ?bvia. Ningu?m ali parecia se importar com ela, ou at? mesmo not?-la. Por outro lado, observar a sala lotada era preocupante: n?o parecia haver nenhum lugar para sentar. Ela se preparou e, agarrando seu di?rio, caminhou hesitante pelas fileiras de carteiras, vacilando algumas vezes enquanto caminhava entre garotos brig?es gritando uns com o outros. Quando ela chegou ao fundo, finalmente conseguiu ver a sala inteira. Nenhuma cadeira vazia. Ela ficou parada l?, se sentindo como uma idiota, e sentiu que os outros garotos come?avam a not?-la. Ela n?o sabia o que fazer. Com certeza ela n?o iria ficar ali parada pelo per?odo inteiro, e o professor substituto n?o parecia se importar com o que acontecesse. Ela se virou e olhou novamente, procurando, indefesa. Ela ouviu risos vindos de algumas fileiras distantes, e tinha certeza de que eles estavam direcionados a ela. Ela n?o se vestia como estes jovens, e n?o se parecia com eles. As suas bochechas coraram e ela come?ou a se sentir totalmente vis?vel. Quando ela estava se aprontando para sair da sala de aula, e talvez at? desta escola, ela ouviu uma voz. “Aqui.” Ela se virou. Na ?ltima fila, ao lado da janela, um garoto alto estava em p? ao lado de sua carteira. “Sente-se,” ele disse. “Por favor.” A sala se silenciou um pouco enquanto os outros esperavam para ver como ela iria reagir. Ela caminhou at? ele. Ela tentou n?o olhar em seus olhos—grandes, verdes e brilhantes—mas n?o conseguiu evitar. Ele era lindo. Tinha a pele macia, levemente bronzeada—ela n?o sabia dizer se ele era negro, hisp?nico, branco, ou alguma combina??o—mas ela nunca havia visto pele t?o macia e suave, complementando o maxilar delineado. O cabelo dele era curto e castanho, e ele era magro. Havia algo nele, algo fora do lugar ali. Ele parecia fr?gil. Um artista, talvez. N?o era comum para ela ficar encantada com um rapaz. Ela havia visto as suas amigas terem suas paix?es, mas ela nunca havia realmente entendido aquilo. At? agora. “Onde voc? vai sentar?” ela perguntou. Ela tentou controlar a voz, mas n?o soou muito convincente. Ela esperou que ele n?o ouvisse o qu?o nervosa ela estava. Ele deu um sorriso largo, revelando dentes perfeitos. “Aqui mesmo,” ele disse, e foi em dire??o do grande peitoril da janela, a apenas alguns cent?metros de dist?ncia. Ela olhou para ele, e ele retornou o seu olhar, seus olhos se encontrando totalmente. Ela disse a si mesma para deixar de olhar, mas n?o conseguiu. “Obrigado,” ela disse, e ficou instantaneamente furiosa consigo mesma. Obrigado? ? s? isso que voc? conseguiu dizer? Obrigado!? “? isso a?, Barack!” uma voz berrou. “D? a sua cadeira para a boa mo?a branca!” Os risos seguiram, e o barulho na sala de repente come?ou de novo, enquanto todos os ignoravam novamente. Caitlin o viu baixar a cabe?a, constrangido. “Barack?” ela perguntou. “Esse ? mesmo o seu nome?” “N?o,” ele respondeu, ficando vermelho. “? apenas do que eles me chamam. Como Obama. Eles acham que eu pare?o com ele.” Ela olhou atentamente e percebeu que ele realmente se parecia com Obama. “? porque eu tenho descend?ncia negra, branca e porto-riquenha.” “Bem, eu acho que isso ? um elogio,” ela disse. “N?o do jeito que eles dizem,” ele respondeu. Ela o observou enquanto ele se sentava no peitoril da janela, sua confian?a diminu?da, e ela p?de perceber que ele era sens?vel. Vulner?vel, at?. Ele n?o pertencia ? este grupo de garotos. Era estranho, mas ela quase sentiu como se precisasse proteg?-lo. “Eu sou Caitlin,” ela disse, esticando a m?o e olhando nos olhos dele. Ele olhou para cima, surpreso, e seu sorriso voltou. “Jonah,” ele respondeu. Ele apertou a m?o dela firmemente. Uma sensa??o de dorm?ncia subiu pelo seu bra?o quando ela sentiu a pele macia dele envolver a sua m?o. Ela sentiu como se os dois se fundissem. Ela continuou segurando a m?o dele um segundo a mais, e n?o conseguiu deixar de sorrir de volta. * O restante da manh? foi confuso, e Caitlin estava com fome quando chegou at? a cantina. Ela abriu as portas duplas e ficou impressionada com o enorme sal?o, o incr?vel barulho que parecia vir de mil garotos, todos gritando. Era como entrar em um gin?sio. Com exce??o de que, a cada sete metros, outro guarda de seguran?a estava parado, nos corredores, vigiando cuidadosamente. Como j? era de se esperar, ela n?o tinha ideia de onde ir. Ela examinou o enorme sal?o e finalmente encontrou uma pilha de bandejas. Ela pegou uma e entrou no que ela pensou ser a fila para a comida. “N?o entra na minha frente, vadia!” Caitlin se virou e viu uma garota grande e acima do peso, quinze cent?metros mais alta do que ela, olhando para baixo com um olhar amea?ador. “Desculpe, eu n?o sabia—” “A fila ? l? atr?s!” outra garota retrucou, apontando com o ded?o. Caitlin olhou e viu que pelo menos cem garotos estavam na fila. Parecia uma espera de vinte minutos. Quando ela come?ou a ir na dire??o do fim da fila, um garoto na fila empurrou outro, e ele voou na frente dela, caindo duramente no ch?o. O primeiro garoto pulou em cima do outro e come?ou a soc?-lo no rosto. A cantina explodiu em um rugido de excita??o, enquanto d?zias de garotos se reuniam em torno deles. “BRIGA! BRIGA!” Caitlin deu v?rios passos para tr?s, assistindo horrorizada ? cena de viol?ncia ? seus p?s. Quatro guardas finalmente chegaram e pararam a briga, separando os dois garotos ensanguentados, carregando-os para longe. Eles n?o pareciam estar com nenhuma pressa. Depois que Caitlin finalmente pegou sua comida, ela examinou a sala, esperando por um sinal de Jonah. Mas ele n?o estava em lugar nenhum. Ela caminhou pelas fileiras, passando mesa ap?s mesa, todas cheias de garotos. Haviam poucos lugares vazios, e os que estavam vazios n?o pareciam muito convidativos, ao lado de grandes grupos de amigos. Finalmente, ela escolheu um lugar em uma mesa vazia perto do fundo. Havia apenas um garoto na ponta da mesa, um garoto chin?s baixinho e fr?gil com aparelho nos dentes, mal vestido, que mantinha sua cabe?a abaixada e se concentrava em sua comida. Ela se sentiu s?. Ela olhou para baixo e checou seu telefone. Haviam algumas mensagens no Facebook dos seus amigos da ?ltima cidade. Eles queriam saber o que ela estava achando da nova casa. Por alguma raz?o, ela n?o estava a fim de responder. Eles pareciam estar t?o longe. Caitlin comeu pouqu?ssimo, uma sensa??o vaga de n?usea do primeiro dia ainda com ela. Ela tentou pensar em outra coisa. Ela fechou os olhos. Ela pensou em seu novo apartamento, no quinto andar de um pr?dio imundo sem elevador na rua 132. A sua n?usea piorou. Ela respirou fundo, se esfor?ando para focar em algo, qualquer coisa boa em sua vida. Seu irm?o mais novo. Sam. 14 anos, parecendo ter 20. Sam nunca lembrava que era o mais novo: ele sempre agia como o seu irm?o mais velho. Ele havia se tornado forte e duro com todas as mudan?as de cidade, com a partida de seu pai, com a forma como a m?e tratava a ambos. Ela p?de perceber que tudo aquilo estava afetando-o e que ele estava come?ando a se fechar. As brigas frequentes dele na escola n?o a surpreendiam. Ela temia que aquilo apenas ficasse pior. Mas quando se tratava de Caitlin, Sam a amava absolutamente. E ela a ele. Ele era a ?nica coisa constante na sua vida, o ?nico com quem ela podia contar. Ele parecia manter o seu ?ltimo ponto fraco no mundo para ela. Ela estava determinada a fazer o poss?vel para proteg?-lo. “Caitlin?” Ela pulou. Parado ao lado dela, bandeja em uma m?o e estojo de violino na outra, estava Jonah. “Se importa se eu me juntar a voc??” “Sim—quer dizer, n?o,” ela disse, nervosa. Idiota, ela pensou. Pare de ficar t?o nervosa. Jonah deu aquele sorriso e sentou na frente dela. Ele sentou ereto, com postura perfeita, e colocou o seu estojo de violino cuidadosamente ao seu lado. Ele colocou sua comida gentilmente na mesa. Havia algo nele, alguma coisa que ela n?o conseguia identificar. Ele era diferente de todas as pessoas que ela havia conhecido. Era como se ele pertencesse a uma outra era. Ele realmente n?o pertencia a este lugar. “Como foi o seu primeiro dia?” ele perguntou. “N?o foi o que eu esperava.” “Eu sei como ?,” ele disse. “Isso ? um violino?” Ela apontou com a cabe?a para o instrumento dele. Ele o mantinha pr?ximo, e mantinha uma m?o sobre ele, como se tivesse medo que algu?m o roubasse. “? uma viola, na verdade. ? s? um pouco maior, mas o som ? muito diferente. Mais suave.” Ela nunca havia visto uma viola, e esperava que ele a colocasse na mesa e a mostrasse para ela. Mas ele n?o fez nenhuma men??o de faz?-lo e ela n?o queria se intrometer. Ele ainda estava com a m?o sobre o instrumento, e parecia querer proteg?-lo, como algo pessoal e privado. “Voc? pratica bastante?” Jonah encolheu os ombros. “Algumas horas por dia,” ele disse casualmente. “Algumas horas!? Voc? deve ser ?timo!” Ele encolheu os ombros novamente. “Eu sou bom, eu acho. Existem muitos outros m?sicos melhores do que eu. Mas eu espero que esta seja a minha passagem para fora deste lugar.” “Eu sempre quis tocar piano,” Caitlin disse. “Por que n?o toca?” Ela ia dizer, eu nunca tive um, mas n?o o fez. Ao inv?s disso, ela deu de ombros e voltou a olhar para a comida. “Voc? n?o precisa ter um piano,” Jonah disse. Ela olhou para cima, surpresa ao perceber que ele havia lido a sua mente. “Existe uma sala de ensaio nessa escola. Com tudo de ruim aqui, pelo menos h? alguma coisa boa. Eles d?o aulas gratuitas. Tudo o que voc? precisa fazer ? se inscrever.” Os olhos de Caitlin se abriram. “Mesmo?” “Tem uma folha de inscri??o do lado de fora da sala de m?sica. Pe?a pela Sra. Lennox. Diga a ela que voc? ? minha amiga.” Amiga. Caitlin gostou do som daquela palavra. Lentamente, ela sentiu uma felicidade crescendo dentro dela. Ela deu um sorriso largo. Os olhos dos dois se encontraram por um momento. Olhando para aqueles olhos verdes e brilhantes, ela desejou profundamente lhe fazer um milh?o de perguntas: Voc? tem namorada? Por que est? sendo t?o legal? Voc? gosta mesmo de mim? Mas, ao inv?s disso, ela mordeu a l?ngua e n?o disse nada. Temendo que o tempo deles juntos fosse acabar em breve, ela procurou por algo para perguntar que prolongasse a sua conversa. Ela tentou pensar em algo que garantisse que ela o veria novamente. Mas ela ficou nervosa e im?vel. Ela finalmente abriu a boca, e no momento em que o fez, o sino tocou. O local explodiu em barulho e movimento, e Jonah levantou, segurando a sua viola. “Estou atrasado,” ele disse, pegando sua bandeja. Ele olhou para a bandeja dela. “Posso levar a sua?” Ela olhou para baixo, percebendo que havia esquecido dela, e sacudiu a cabe?a. “OK,” ele disse. Ele ficou parado ali, t?mido de repente, sem saber o que dizer. “Bem…at? mais.” “At? mais,” ela respondeu desajeitadamente, sua voz apenas um sussurro. * Com o fim do seu primeiro dia de aula, Caitlin saiu do pr?dio e encontrou uma tarde ensolarada de mar?o. Apesar de uma brisa forte estar soprando, ela n?o sentia mais frio. Apesar de todos os garotos em torno dela estarem gritando enquanto sa?am, ela n?o estava mais incomodada com o barulho. Ela se sentiu viva, e livre. O resto do dia havia passado como uma n?voa; ela n?o conseguia se lembrar do nome de um ?nico professor. Ela n?o conseguia parar de pensar em Jonah. Ela se perguntou se havia agido como uma idiota na cantina. Ela tinha atropelado as palavras, quase n?o tinha feito nenhuma pergunta a ele. Tudo o que ela conseguiu perguntar foi sobre aquela viola est?pida. Ela devia ter perguntado onde ele morava, de onde ele era, para qual faculdade ele queria ir. Mas principalmente, se ele tinha uma namorada. Algu?m como ele tinha que estar namorando algu?m. Naquele exato momento, uma garota bonita e hisp?nica passou por Caitlin. Caitlin a olhou da cabe?a aos p?s quando ela passou, e se perguntou por um segundo se era ela. Caitlin virou na rua 134, e por um segundo, esqueceu para onde estava indo. Ela nunca havia ido ? p? da escola para casa e, por um momento, ela n?o conseguia lembrar de onde ficava o seu novo apartamento. Ela ficou parada l?, na esquina, desorientada. Uma nuvem cobriu o sol e um vento forte soprou, e de repente, ela sentiu frio novamente. “Ei, amiga!” Caitlin virou-se e percebeu que estava na frente de um bar imundo de esquina. Quatro homens estranhos estavam sentados em cadeiras de pl?stico na frente do bar, parecendo n?o sentir o frio, sorrindo para ela como se ela fosse a sua pr?xima refei??o. “Venha aqui, amor!” gritou outro. Ela se lembrou. Rua 132. ? isso. Ela se virou rapidamente e caminhou em um passo acelerado por outra rua lateral. Ela olhou por cima do ombro algumas vezes para ver se aqueles homens a estavam seguindo. Felizmente, eles n?o estavam. O vento frio queimava o seu rosto e a acordou, enquanto ela come?ava a entender a dura realidade da sua nova vizinhan?a. Ela olhou para os carros abandonados, as paredes pichadas, o arame farpado, as barras em todas as janelas, e de repente, se sentiu muito sozinha. E com medo. Faltavam apenas 3 quadras para chegar ao seu apartamento, mas ela sentiu como se fosse uma eternidade. Ela desejou ter um amigo ao seu lado—at? melhor, Jonah—e perguntou a si mesma se ela conseguiria fazer esta caminhada sozinha todos os dias. Mais uma vez, ela sentiu raiva da m?e. Como ela podia continuar fazendo-a se mudar, colocando-a em novos lugares que ela odiava? Quando aquilo acabaria? Vidro quebrado. O cora??o de Caitlin bateu mais r?pido quando ela percebeu uma certa atividade na esquerda, do outro lado da rua. Ela caminhou r?pido e tentou manter a cabe?a baixa, mas quando chegou mais perto, ela ouviu gritos e risadas grotescas, e n?o p?de deixar de notar o que estava acontecendo. Quatro garotos enormes— de 18 ou 19 anos, talvez—estavam em p?, na frente de outro garoto. Dois deles seguravam os seus bra?os, enquanto um terceiro avan?ava e o socava no est?mago, e um quarto socava o seu rosto. O garoto, talvez 17 anos, alto, magro e indefeso, caiu no ch?o. Dois dos garotos avan?aram e o chutaram no rosto. Contra a sua pr?pria vontade, Caitlin parou e observou. Ela estava horrorizada. Ela nunca havia visto nada como aquilo. Os outros dois garotos deram alguns passos em torno da sua v?tima, ent?o levantaram suas botas bem alto e as abaixaram. Caitlin estava com medo de que eles fossem pisotear o menino at? a morte. “N?O!” ela gritou. Houve um som terr?vel de quebra quando eles abaixaram os p?s. Mas n?o era o som de ossos quebrados—em vez disso, era o som de madeira. Madeira sendo quebrada. Caitlin viu que eles estavam pisoteando um pequeno instrumento musical. Ela olhou mais atentamente, e viu pequenos peda?os de uma viola por toda a cal?ada. Ela levou a m?o at? a boca, horrorizada. “Jonah!?” Sem pensar, Caitlin atravessou a rua at? o grupo de garotos, que agora j? haviam notado a sua presen?a. Eles olharam para ela e seus sorrisos malignos se alargaram enquanto eles cutucavam uns aos outros. Ela caminhou diretamente at? a v?tima e viu que realmente era Jonah. O seu rosto estava sangrando e machucado, e ele estava inconsciente. Ela olhou para o grupo de garotos, sua raiva superando o seu medo, e ficou entre Jonah e eles. “Deixem ele em paz!” ela gritou para o grupo. O garoto no meio, com pelo menos 1,95 m de altura e musculoso, riu. “Ou o qu??” ele perguntou com uma voz muito grossa. Caitlin sentiu o mundo passar por ela, e percebeu que acabara de ser empurrada pelas costas. Ela levantou os cotovelos enquanto ca?a no concreto, mas isso mal amorteceu a sua queda. Pelo canto do seu olho, ela p?de ver seu di?rio voar, os pap?is soltos se espalhando por todo o lugar. Ela ouviu risos. E ent?o, pegadas vindo na dire??o dela. Com o cora??o batendo forte no peito, a adrenalina dela entrou em a??o. Ela conseguiu rolar e se levantar desajeitadamente antes que eles a alcan?assem. Ela fugiu por um beco pr?ximo, correndo ? toda velocidade. Eles a seguiam de perto. Em uma de suas muitas escolas, quando Caitlin acreditava que teria um longo futuro em algum lugar, ela teve aulas de atletismo e corrida, e percebeu que era boa nisso. A melhor do time, na verdade. N?o em longas dist?ncias, mas em corridas de 100 metros. Ela conseguia vencer at? mesmo a maioria dos rapazes. E agora, tudo aquilo havia voltado para ela. Ela correu o mais r?pido que p?de, e os garotos n?o conseguiram alcan??-la. Caitlin olhou para tr?s e viu que eles estavam se afastando, e se sentiu otimista sobre conseguir fugir de todos. Ela apenas precisava fazer as curvas certas. O beco terminava em um T, e ela podia virar para a esquerda ou para a direita. Ela n?o teria tempo de mudar de ideia se quisesse manter a sua vantagem, e teria que decidir r?pido. No entanto, ela n?o conseguia ver o que a esperava depois da curva. Cegamente, ela virou para a esquerda. Ela rezou para que fosse a escolha certa. Vamos l?. Por favor! Seu cora??o parou quando ela fez a curva acentuada para a esquerda e viu a rua sem sa?da em sua frente. Escolha errada. Uma rua sem sa?da. Ela correu para o muro, procurando por uma sa?da, qualquer sa?da. Percebendo que n?o havia nenhuma, ela se virou para confrontar seus agressores, que se aproximavam. Sem f?lego, ela os viu fazer a curva e se aproximar. Ela podia ver por cima de seus ombros que, se ela tivesse virado para a direita, estaria livre. Claro. J? era de se esperar. “OK, vadia,” um deles disse, “agora, voc? vai sofrer.” Percebendo que ela n?o tinha como fugir, eles caminharam na dire??o dela, ofegantes, sorridentes e saboreando a viol?ncia que estava por vir. Caitlin fechou os olhos e respirou fundo. Ela tentou desejar que Jonah se acordasse, aparecesse na esquina, acordado e poderoso, pronto para salv?-la. Mas abriu os olhos e ele n?o estava l?. Apenas os seus agressores. Chegando mais perto. Ela pensou em sua m?e, no quanto a odiava, em todos os lugares nos quais ela foi for?ada a morar. Ela pensou no seu irm?o Sam. Ela pensou em como a sua vida seria depois daquele dia. Ela pensou em toda a sua vida, em como ela sempre tinha sido tratada, em como ningu?m a entendia, em como nada dava certo para ela. E algo aconteceu. De alguma forma, ela havia alcan?ado o seu limite. Eu n?o mere?o isso. EU N?O mere?o isso! E ent?o, repentinamente, ela sentiu. Era uma onda, algo diferente de tudo o que ela havia experimentado. Era uma onda de raiva, inundando-a, limpando o seu sangue. Ela estava centralizada em seu est?mago, e se espalhou dali. Ela conseguia sentir seus p?s enraizados no ch?o, como se ela e o concreto fossem um s?, e ent?o p?de sentir uma for?a primitiva se apoderar dela, fluindo pelos seus pulsos, pelos seus bra?os, chegando at? os seus ombros. Caitlin deixou escapar um rugido primitivo que surpreendeu e assustou at? a ela mesma. Quando o primeiro garoto se aproximou dela e colocou sua m?o grande no pulso dela, ela observou quando a sua m?o reagiu sozinha, agarrando o pulso do agressor e torcendo-o para tr?s em um ?ngulo reto. O rosto do garoto se contorceu em choque enquanto o seu pulso, e depois o seu bra?o, era quebrado em dois. Ele caiu de joelhos, gritando. Os outros tr?s garotos arregalaram os olhos, surpresos. O maior dos tr?s avan?ou contra ela. “Sua filha da—” Antes que ele pudesse terminar, ela havia pulado e plantado seus dois p?s no meio do seu peito, fazendo-o voar por cerca de tr?s metros e cair em uma pilha de latas de lixo. Ele ficou l?, sem se mexer. Os outros dois garotos olharam um para o outro, em choque. E verdadeiramente assustados. Caitlin avan?ou e, sentindo uma for?a desumana fluir dentro dela, ouviu a si mesma rosnar quando pegou os dois garotos (cada um com o dobro do tamanho dela), e os levantou do ch?o com uma ?nica m?o. Com ambos pendurados no ar, ela os balan?ou para tr?s, depois bateu um contra o outro com uma for?a incr?vel. Os dois ca?ram no ch?o. Caitlin ficou ali, respirando, espumando de raiva. Todos os quatro garotos n?o se moviam. Ela n?o sentiu al?vio. Pelo contr?rio, ela queria mais. Mais garotos com quem brigar. Mais corpos para jogar. E ela queria algo mais. De repente, ela tinha a vis?o perfeita, e era capaz de focar em seus pesco?os expostos. Ela conseguia enxergar coisas min?sculas, e podia ver, de onde estava, as veias pulsando em cada um. Ela queria morder. Se alimentar. Sem entender o que estava acontecendo com ela, ela virou a cabe?a para tr?s e soltou um gritou sobrenatural, ecoando nos pr?dios e por toda a quadra. Era um grito primitivo de vit?ria, e cheio de raiva n?o satisfeita. Era o grito de um animal que queria mais. Cap?tulo Dois Caitlin ficou parada na frente da porta de seu novo apartamento, e de repente, percebeu onde estava. Ela n?o tinha ideia de como havia chegado ali. A ?ltima coisa de que se lembrava era de ter estado no beco. De alguma forma, ela havia chegado em casa. No entanto, ela lembrava de cada segundo do que aconteceu naquele beco. Ela tentou apagar aquilo da mente, mas n?o conseguiu. Ela olhou para seus bra?os e m?os, esperando que eles estivessem diferentes—mas eles estavam normais. Exatamente como sempre foram. A raiva que havia tomado conta dela, que a transformou, havia sumido t?o r?pido quanto chegou. Mas os efeitos dela permaneciam: um deles era um sentimento de estar oca. Dormente. E ela sentiu algo mais. Ela n?o conseguia entender o que era. Imagens continuavam surgindo em sua mente, imagens dos pesco?os expostos daqueles garotos. Do cora??o deles pulsando. E ela sentiu uma fome. Um desejo. Caitlin realmente n?o queria voltar para casa. Ela n?o queria ter que lidar com a m?e, especialmente hoje, n?o queria ter que lidar com uma casa nova, desempacotar suas coisas. Se n?o fosse pelo fato de Sam estar l?, ela poderia simplesmente dar meia volta e ir embora. Para onde iria, ela n?o tinha a m?nima ideia—mas, pelo menos, ela estaria caminhando. Ela respirou fundo e colocou a m?o na ma?aneta. Ou a ma?aneta estava quente, ou a m?o dela estava fria como gelo. Caitlin entrou no apartamento muito iluminado. Ela conseguiu sentir o cheiro de comida no fog?o—ou provavelmente, no micro-ondas. Sam. Ele sempre chegava em casa cedo e fazia seu pr?prio jantar. Sua m?e n?o chegaria at? mais tarde. “Parece que n?o foi um bom primeiro dia.” Caitlin se virou, chocada ao ouvir o som da voz de sua m?e. Ela estava sentada l?, no sof?, fumando um cigarro, olhando para Caitlin com desprezo. “O que voc? fez, j? estragou esse su?ter?” Caitlin olhou para baixo e percebeu pela primeira vez as manchas de sujeira; provavelmente por cair no cimento. “Por que voc? est? em casa t?o cedo?” Caitlin perguntou. “Primeiro dia para mim tamb?m, n?o ??” ela retrucou. “Voc? n?o ? a ?nica. O chefe me mandou para casa mais cedo.” Caitlin n?o podia aguentar o tom desagrad?vel de sua m?e. Ela sempre agia de maneira arrogante com ela, e hoje, Caitlin j? estava cansada daquilo. Ela decidiu dar ? m?e um pouco do seu pr?prio veneno. “?timo,” Caitlin respondeu rispidamente. “Isso quer dizer que n?s vamos nos mudar de novo?” Sua m?e se levantou de repente. “Veja l? como fala!” ela gritou. Caitlin sabia que a m?e estava apenas esperando por uma desculpa para gritar com ela. Ela decidiu que era melhor jogar a isca e acabar logo com aquilo. “Voc? n?o devia fumar perto do Sam,” Caitlin respondeu friamente, depois entrou em seu quarto min?sculo e bateu a porta, trancando-a. Imediatamente, sua m?e bateu na porta. “Saia da?, sua pirralha! Isso ? jeito de falar com a sua m?e!? Sou eu quem coloca comida na sua mesa…” Naquela noite, Caitlin, distra?da, conseguiu abafar a voz da m?e. Em vez disso, ela ficou relembrando os eventos do dia. O som da risada daqueles garotos. O som do seu pr?prio cora??o batendo em seus ouvidos. O som do seu pr?prio rugido. O que, exatamente, havia acontecido? Como ela havia conseguido tanta for?a? Foi apenas uma descarga de adrenalina? Uma parte dela desejou que fosse. Mas outra parte dela sabia que n?o era. O que era ela? As batidas em sua porta continuaram, mas Caitlin mal as ouvia. Seu telefone celular estava em sua mesa, vibrando como louco, acendendo com mensagens instant?neas, SMS, e-mails, conversas do Facebook—mas ela mal ouvia aquilo tamb?m. Ela foi at? a sua pequena janela e olhou para baixo, para a esquina da avenida Amsterdam, e um novo som chegou at? a sua mente. Era o som da voz de Jonah. A imagem do seu sorriso. Uma voz baixa, forte, suave. Ela se lembrou de qu?o delicado ele era, qu?o fr?gil ele parecia. Ent?o, ela o viu ca?do no ch?o, ensanguentado, seu precioso instrumento em peda?os. Uma nova onda de raiva cresceu. A sua raiva se transformou em preocupa??o—preocupa??o em saber se ele estava bem, se ele conseguiu caminhar, se chegou em casa. Ela o imaginou chamando por ela. Caitlin. Caitlin. “Caitlin?” Uma nova voz estava do outro lado da porta. Uma voz de menino. Confusa, ela voltou ? realidade. “? Sam. Me deixe entrar.” Ela foi at? a porta e inclinou a cabe?a contra ela. “Mam?e saiu,” disse a voz do outro lado. “Ela foi comprar cigarros. Vamos, me deixe entrar.” Ela abriu a porta. Sam ficou parado ali, olhando para ela, com preocupa??o no rosto. Aos 15 anos, ele parecia mais velho. Ele havia crescido r?pido, e media quase um 1,80 m, mas ainda n?o havia se desenvolvido, e era desajeitado e desengon?ado. Com cabelos pretos e olhos castanhos, a colora??o dele era parecida com a dela. Eles definitivamente pareciam ser parentes. Ela podia ver a preocupa??o no rosto dele. Ele a amava mais do que qualquer coisa. Ela o deixou entrar, fechando a porta rapidamente. “Desculpe,” ela disse. “Eu s? n?o consigo lidar com ela hoje.” “O que aconteceu entre voc?s duas?” “O mesmo de sempre. Ela estava no meu p? desde o momento em que entrei em casa.” “Eu acho que ela teve um dia dif?cil,” Sam disse, tentando apaziguar as coisas entre elas, como sempre. “Eu espero que eles n?o a despe?am novamente.” “Quem se importa? Nova York, Arizona, Texas…Quem se importa com o que vir?? As nossas mudan?as nunca v?o acabar.” Sam franziu a testa quando sentou na cadeira da sua mesa, e ela se sentiu mal imediatamente. ?s vezes, ela era ?spera com as palavras, falava sem pensar, e desejou que pudesse retirar o que havia dito. “Como foi o seu primeiro dia?” ela perguntou, tentando mudar de assunto. Ele encolheu os ombros. “Foi bom, eu acho.” Ele tocou a cadeira com o p?. Ele olhou para ela. “E o seu?” Ela encolheu os ombros. Devia haver algo na express?o dela, j? que ele continuou com o olhar fixado nela. “O que aconteceu?” “Nada,” ela disse, defensiva. Ela se virou e caminhou na dire??o da janela. Ela podia senti-lo olhando para ela. “Voc? parece…diferente.” Ela parou, se perguntando se ele sabia, se a sua apar?ncia exterior mostrava qualquer mudan?a. Ela engoliu em seco. “Como?” Sil?ncio. “Eu n?o sei,” ele respondeu finalmente. Ela olhou para fora da janela, assistindo sem rea??o ? um homem no bar da esquina passando um saquinho de maconha a um comprador. “Eu odeio esse lugar novo,” ele disse. Ela se virou e olhou para ele. “Eu tamb?m.” “Eu at? estava pensando em...” ele abaixou a cabe?a, “…ir embora.” “O que voc? quer dizer?” Ele encolheu os ombros. Ela olhou para ele. Ele parecia realmente deprimido. “Para onde?” ela perguntou. “Talvez…encontrar o papai.” “Como? N?s n?o temos nenhuma ideia de onde ele est?.” “Eu poderia tentar. Eu poderia encontr?-lo.” “Como?” “Eu n?o sei…. Mas eu poderia tentar.” “Sam. Ele pode at? estar morto a essa altura.” “N?o diga isso!” ele gritou, e seu rosto ficou vermelho. “Desculpe,” ela disse. Ele se acalmou. “Mas voc? j? pensou que, mesmo se n?s o encontrarmos, ele pode n?o querer nos ver? Afinal, ele foi embora. E ele nunca tentou manter contato.” “Talvez por que a mam?e n?o deixe.” “Ou talvez por que ele simplesmente n?o gosta de n?s.” As rugas na testa de Sam ficaram mais profundas ao se levantar novamente. “Eu procurei por ele no Facebook.” Os olhos de Caitlin se arregalaram, surpresos. “Voc? o achou?” “Eu n?o tenho certeza. Haviam quatro pessoas com o mesmo nome dele. Dois deles tinham perfis privados e nenhuma foto. Eu mandei uma mensagem para os dois.” “E?” Sam balan?ou a cabe?a. “Ainda n?o tive resposta.” “O papai n?o estaria no Facebook.” “Voc? n?o sabe disso,” ele respondeu, mais uma vez na defensiva. Caitlin suspirou, caminhou at? a sua cama e se deitou. Ela olhou para o teto amarelo, com a tinta descascando, e se perguntou como todos eles haviam chegado ?quele ponto. Haviam cidades onde eles tinham sido felizes, at? momentos em que a m?e deles parecia quase feliz. Como quando ela estava namorando aquele cara. Feliz o suficiente, pelo menos, para deixar Caitlin em paz. Haviam cidades, como a ?ltima, onde ela e Sam tinham feito alguns bons amigos, nas quais eles realmente pareciam poder ficar—pelo menos por tempo suficiente para se formar. E ent?o, tudo pareceu mudar t?o r?pido. Mais uma mudan?a. Dizer adeus a todos. Era pedir demais ter uma inf?ncia normal? “Eu poderia voltar para Oakville,” Sam disse de repente, interrompendo seus pensamentos. Sua ?ltima cidade. Era incr?vel como ele sempre sabia exatamente o que ela estava pensando. “Eu poderia ficar com amigos.” O dia estava a afetando. Era simplesmente demais para ela. Ela n?o estava pensando claramente e, em sua frustra??o, o que ela estava ouvindo era que Sam estava se preparando para abandon?-la tamb?m, que ele n?o se importava mais com ela. “Ent?o v?!” ela explodiu de repente, sem querer. Era como se outra pessoa tivesse dito aquilo. Ela ouviu a dureza em sua pr?pria voz, e se arrependeu imediatamente. Por que ela tinha que dizer coisas como aquela? Por que ela n?o conseguia se controlar? Se ela estivesse com um humor melhor, se ela estivesse mais calma e n?o tivesse que lidar com tanta coisa de uma s? vez, ela n?o teria dito aquilo. Ou ela teria sido mais gentil. Ela teria dito algo do tipo, eu sei que o que voc? est? tentando dizer ? que nunca iria embora daqui, n?o importa o quanto as coisas ficassem ruins, porque voc? n?o iria me deixar sozinha para lidar com tudo isso. E eu amo voc? por isso. E eu tamb?m nunca abandonaria voc?. Nesta nossa inf?ncia problem?tica, pelo menos n?s temos um ao outro. Em vez disso, o seu humor havia falado mais alto. Em vez disso, ela tinha sido ego?sta, e explodido. Ela sentou na cama e p?de ver a m?goa no rosto dele. Ela queria retirar o que disse, dizer que sentia muito, mas estava sobrecarregada demais. Por alguma raz?o, ela n?o conseguia abrir a boca. No sil?ncio, Sam levantou lentamente da cadeira dela e saiu do quarto, fechando gentilmente a porta. Idiota, ela pensou. Voc? ? t?o idiota. Por que voc? tem que trat?-lo do mesmo jeito que a mam?e trata voc?? Ela deitou novamente, olhando para o teto. Ela entendeu que havia outra raz?o pela qual ela havia explodido. Ele havia interrompido os pensamentos dela, e ele o havia feito justamente quando eles estavam ficando piores. Um pensamento ruim havia cruzado pela sua mente, e ele a havia interrompido antes que ela tivesse uma chance de resolv?-lo. O ex-namorado da sua m?e. Tr?s meses atr?s. Tinha sido a ?nica vez que a m?e dela realmente parecia feliz. Frank, 50 anos. Baixinho, musculoso, perdendo cabelo. Robusto como um touro. Com cheiro de col?nia barata. Ela tinha 16 anos. Ela estava de p? na pequena lavanderia, dobrando suas roupas, quando Frank apareceu na porta. Ele era nojento, estava sempre olhando para ela. Ele se abaixou e pegou uma das calcinhas dela, e ela podia sentir suas bochechas corarem por vergonha e raiva. Ele a levantou e riu. “Voc? deixou cair,” ele disse, rindo. Ela a puxou das m?os dele. “O que voc? quer?” ela respondeu, irritada. “Isso ? jeito de falar com o seu novo padrasto?” Ele avan?ou meio passo. “Voc? n?o ? meu padrasto.” “Mas eu vou ser—em breve.” Ela tentou voltar a dobrar suas roupas, mas ele avan?ou mais um passo. Perto demais. O cora??o dela pulava em seu peito. “Eu acho que est? na hora de nos conhecermos um pouco melhor,” ele havia dito, tirando o cinto da cintura. “Voc? n?o acha?” Apavorada, ela tentou passar por ele e sair do pequeno c?modo, mas quando tentou, ele bloqueou sua passagem, a segurou com for?a e a jogou contra a parede. Foi ent?o que aquilo aconteceu. Uma f?ria a inundou. Uma f?ria diferente de tudo o que ela havia experimentado. Ela sentiu seu corpo se aquecer, pegar fogo, dos dedos dos p?s at? o couro cabeludo. Quando ele se aproximou dela, ela pulou e o chutou, plantando os dois p?s no meio do seu peito. Apesar de ter um ter?o do tamanho dele, ele voou pela porta, quebrando a madeira das juntas, e continuou voando, 3 metros at? o outro c?modo. Era como se uma bola de canh?o o tivesse jogado pela casa. Caitlin havia ficado parada l?, tremendo. Ela nunca tinha sido uma pessoa violenta, nunca tinha sequer dado um soco em algu?m. Al?m disso, ela n?o era muito grande ou forte. Como ela tinha conseguido chut?-lo daquele jeito? Como ela tinha a for?a para fazer aquilo? Ela nunca tinha visto ningu?m—muito menos um homem adulto—voar pelo ar, ou quebrar uma porta. De onde a for?a dela tinha vindo? Ela caminhou at? ele e parou ali. Ele estava totalmente inconsciente, ca?do de costas. Ela se perguntou se havia o matado. Mas, naquele momento, com a raiva ainda dentro dela, ela n?o se importava. Ela estava mais preocupada consigo mesma, com quem—ou o qu?—ela realmente era. Ela nunca viu Frank novamente. Ele terminou o namoro com a m?e dela no dia seguinte, e nunca mais voltou. Sua m?e havia suspeitado que algo tivesse acontecido entre os dois, mas nunca disse nada. No entanto, ela culpou Caitlin pelo fim do namoro, por estragar o ?nico momento de felicidade em sua vida. E ela n?o havia deixado de culp?-la desde ent?o. Caitlin voltou a olhar para o seu teto descascado, o cora??o batendo forte novamente. Ela pensou na raiva de hoje, e se perguntou se os dois epis?dios estavam ligados. Ela sempre havia acreditado que Frank tinha sido apenas um incidente estranho e isolado, alguma explos?o estranha de for?a. Mas agora, ela se perguntava se aquilo era algo mais. Existia algum tipo de poder dentro dela? Ela era algum tipo de aberra??o? Quem era ela? Cap?tulo Tr?s Caitlin correu. Seus agressores estavam de volta, e a perseguiam pelo beco. Uma rua sem sa?da estava em sua frente, um enorme muro, mas ela correu de qualquer jeito, direto naquela dire??o. Conforme corria, ela ganhou velocidade, uma velocidade imposs?vel, e os pr?dios passaram por ela como um borr?o. Ela conseguia sentir o vento em seu cabelo. Quando chegou mais perto, ela pulou e, em um ?nico salto, estava no topo do muro, a nove metros de altura. Mais um salto, e ela voou pelo ar novamente, nove metros, seis metros, caindo no concreto sem perder o ritmo, ainda correndo, correndo. Ela se sentiu poderosa, invenc?vel. Sua velocidade aumentava mais e mais, e ela sentiu que podia voar. Ela olhou para baixo e, diante dos seus olhos, o concreto virou grama—grama alta, verde e balan?ando. Ela correu por uma campina, o sol brilhando, e reconheceu o lugar como a casa de sua primeira inf?ncia. Na dist?ncia, ela podia sentir que seu pai estava l?, de p?, no horizonte. Enquanto corria, ela sentia que estava chegando mais perto dele. A imagem dele come?ou a ficar mais clara. Ele estava l?, com um sorriso largo e os bra?os abertos. Ela ansiava por v?-lo novamente. Ela correu o m?ximo que pode. Mas sempre que chegava mais perto, ele se distanciava. De repente, ela estava caindo. Uma grande porta medieval se abriu, e ela entrou em uma igreja. Ela caminhou pelo corredor pouco iluminado, tochas queimando em ambos os lados. Na frente de um altar, estava um homem de costas para ela, ajoelhado. Quando ela chegou mais perto, ele se levantou e se virou. Era um padre. Ele olhou para ela, e seu rosto se encheu de medo. Ela sentiu seu sangue correndo em suas veias, e viu a si mesma se aproximar dele, sem poder parar. Ele levantou uma cruz, com medo. Ela se lan?ou sobre ele. Ela sentiu seus dentes ficarem longos, longos demais, e assistiu enquanto eles perfuravam o pesco?o do padre. Êîíåö îçíàêîìèòåëüíîãî ôðàãìåíòà. Òåêñò ïðåäîñòàâëåí ÎÎÎ «ËèòÐåñ». Ïðî÷èòàéòå ýòó êíèãó öåëèêîì, êóïèâ ïîëíóþ ëåãàëüíóþ âåðñèþ (https://www.litres.ru/pages/biblio_book/?art=43696703&lfrom=688855901) íà ËèòÐåñ. Áåçîïàñíî îïëàòèòü êíèãó ìîæíî áàíêîâñêîé êàðòîé Visa, MasterCard, Maestro, ñî ñ÷åòà ìîáèëüíîãî òåëåôîíà, ñ ïëàòåæíîãî òåðìèíàëà, â ñàëîíå ÌÒÑ èëè Ñâÿçíîé, ÷åðåç PayPal, WebMoney, ßíäåêñ.Äåíüãè, QIWI Êîøåëåê, áîíóñíûìè êàðòàìè èëè äðóãèì óäîáíûì Âàì ñïîñîáîì.
Íàø ëèòåðàòóðíûé æóðíàë Ëó÷øåå ìåñòî äëÿ ðàçìåùåíèÿ ñâîèõ ïðîèçâåäåíèé ìîëîäûìè àâòîðàìè, ïîýòàìè; äëÿ ðåàëèçàöèè ñâîèõ òâîð÷åñêèõ èäåé è äëÿ òîãî, ÷òîáû âàøè ïðîèçâåäåíèÿ ñòàëè ïîïóëÿðíûìè è ÷èòàåìûìè. Åñëè âû, íåèçâåñòíûé ñîâðåìåííûé ïîýò èëè çàèíòåðåñîâàííûé ÷èòàòåëü - Âàñ æä¸ò íàø ëèòåðàòóðíûé æóðíàë.