Недавно я проснулся утром тихим, А в голове – настойчивая мысль: Отныне должен я писать стихи. И так наполнить смыслом свою жизнь! Я первым делом к зеркалу пошёл, Чтоб убедиться в верности решенья. Взгляд затуманен. В профиль – прям орел! Типичный вид поэта, без сомненья. Так тщательно точил карандаши, Задумчиво сидел в красивой позе. Когда душа

Rebelde, Pe?o, Rei

Rebelde, Pe?o, Rei Morgan Rice De Coroas e Gl?ria #4 Morgan Rice surgiu com o que promete ser mais uma s?rie brilhante, submergindo-nos numa fantasia de valentia, honra, coragem, magia e f? no seu destino. Morgan conseguiu mais uma vez produzir um conjunto forte de personagens que nos faz torcer por eles em todas as p?ginas… Recomendado para a biblioteca permanente de todos os leitores que adoram uma fantasia bem escrita. Books and Movie Reviews, Roberto Mattos (sobre a Ascens?o dos Drag?es) Ceres, de 17 anos, uma mi?da bonita e pobre da cidade Imperial de Delos, acorda e d? por si presa. Com o seu ex?rcito destru?do, o seu povo capturado, a rebeli?o reprimida, ela tem de se recompor, de alguma forma, ap?s ter sido tra?da. Pode o seu povo erguer-se novamente? Thanos navega para a Ilha dos Prisioneiros, pensando que Ceres est? viva, e d? por si na sua pr?pria armadilha. Na sua perigosa viagem, ele permanece atormentado pela ideia de Stephania, sozinha, com o filho dele, e sente-se dividido com o caminho da sua vida. No entanto, enquanto ele luta para voltar para Delos, para encontrar ambos os seus dois amores, ele descobre uma trai??o t?o grande, que a sua vida nunca mais poder? voltar a ser a mesma. Stephania, uma mulher desprezada, n?o fica de bra?os cruzados. Ela vira todo o poder da sua f?ria sobre os que ela mais ama - e a sua trai??o, a mais perigosa de todas, pode ser o que finalmente derruba o reino para sempre. REBELDE, PE?O, REI conta uma hist?ria ?pica de amor tr?gico, vingan?a, trai??o, ambi??o e destino. Repleta de personagens inesquec?veis e com a??o de fazer o cora??o bater, transporta-nos para um mundo que nunca vamos esquecer e faz-nos apaixonar pela fantasia mais uma vez. Uma a??o carregada de fantasia que ir? certamente agradar aos f?s das hist?rias anteriores de Morgan rice, juntamente com os f?s de trabalhos tais como O CICLO DA HERAN?A de Christopher Paolini… F?s de fic??o para jovens adultos ir?o devorar este ?ltimo trabalho de Rice e suplicar por mais. The Wanderer, A Literary Journal (sobre a Ascens?o dos Drag?es) O Livro n. ?5 da s?rie DE COROAS E GL?RIA ser? publicado em breve! REBELDE, PE?O, REI (DE COROAS E GL?RIA—LIVRO 4) MORGAN RICE Morgan Rice Morgan Rice ? a best-seller n?1 e a autora do best-selling do USA TODAY da s?rie de fantasia ?pica O ANEL DO FEITICEIRO, composta por dezassete livros; do best-seller n?1 da s?rie OS DI?RIOS DO VAMPIRO, composta por doze livros; do best-seller n?1 da s?rie TRILOGIA DA SOBREVIV?NCIA, um thriller p?s-apocal?ptico composto por tr?s livros; da s?rie de fantasia ?pica REIS E FEITICEIROS, composta por seis livros; e da nova s?rie de fantasia ?pica DE COROAS E GL?RIA. Os livros de Morgan est?o dispon?veis em edi??es ?udio e impressas e as tradu??es est?o dispon?veis em mais de 25 idiomas. Morgan adora ouvir a sua opini?o, pelo que, por favor, sinta-se ? vontade para visitar www.morganricebooks.com (http://www.morganricebooks.com) e juntar-se ? lista de endere?os eletr?nicos, receber um livro gr?tis, receber ofertas, fazer o download da aplica??o gr?tis, obter as ?ltimas not?cias exclusivas, ligar-se ao Facebook e ao Twitter e manter-se em contacto! Sele??o de aclama??es para Morgan Rice "Se pensava que j? n?o havia motivo para viver depois do fim da s?rie O ANEL DO FEITICEIRO, estava enganado. Em A ASCENS?O DOS DRAG?ES Morgan Rice surgiu com o que promete ser mais uma s?rie brilhante, fazendo-nos imergir numa fantasia de trolls e drag?es, de valentia, honra, coragem, magia e f? no seu destino. Morgan conseguiu mais uma vez produzir um conjunto forte de personagens que nos faz torcer por eles em todas as p?ginas… Recomendado para a biblioteca permanente de todos os leitores que adoram uma fantasia bem escrita." --Books and Movie Reviews Roberto Mattos "Uma a??o carregada de fantasia que ir? certamente agradar aos f?s das hist?rias anteriores de Morgan rice, juntamente com os f?s de trabalhos tais como O CICLO DA HERAN?A de Christopher Paolini…F?s de fic??o para jovens adultos ir?o devorar este ?ltimo trabalho de Rice e suplicar por mais." --The Wanderer, A Literary Journal (referente a Ascens?o dos Drag?es) "Uma fantasia espirituosa que entrela?a elementos de mist?rio e intriga no seu enredo. A Busca de Her?is tem tudo a ver com a cria??o da coragem e com a compreens?o do prop?sito da vida e como estas levam ao crescimento, maturidade e excel?ncia… Para os que procuram aventuras de fantasia com sentido, os protagonistas, estratagemas e a??es proporcionam um conjunto vigoroso de encontros que se relacionam com a evolu??o de Thor desde uma crian?a sonhadora a um jovem adulto que procura sobreviver apesar das dificuldades… Apenas o princ?pio do que promete ser uma s?rie de literatura juvenil ?pica." --Midwest Book Review (D. Donovan, eBook Reviewer) "O ANEL DO FEITICEIRO re?ne todos os ingredientes para um sucesso instant?neo: enredos, intrigas, mist?rio, valentes cavaleiros e relacionamentos que florescem repletos de cora??es partidos, decep??es e trai??es. O livro manter? o leitor entretido por horas e agradar? a pessoas de todas as idades. Recomendado para a biblioteca permanente de todos os leitores do g?nero de fantasia." --Books and Movie Reviews, Roberto Mattos. "Neste primeiro livro cheio de a??o da s?rie de fantasia ?pica Anel do Feiticeiro (que conta atualmente com 14 livros), Rice introduz os leitores ao Thorgrin "Thor" McLeod de 14 anos, cujo sonho ? juntar-se ? Legi?o de Prata, aos cavaleiros de elite que servem o rei... A escrita de Rice ? s?lida e a premissa intrigante." --Publishers Weekly Livros de Morgan Rice O CAMINHO DA ROBUSTEZ APENAS OS DIGNOS (Livro n? 1) DE COROAS E GL?RIA ESCRAVA, GUERREIRA, RAINHA (Livro n.? 1) VADIA, PRISIONEIRA, PRINCESA (Livro n.? 2) CAVALEIRO, HERDEIRO, PR?NCIPE (Livro n.? 3) REBELDE, PE?O, REI (Livro n.? 4) SOLDADO, IRM?O, FEITICEIRO (Livro n.? 5) REIS E FEITICEIROS A ASCENS?O DOS DRAG?ES (Livro n.? 1) A ASCENS?O DOS BRAVOS (Livro n.? 2) O PESO DA HONRA (Livro n.? 3) UMA FORJA DE VALENTIA (Livro n.? 4) UM REINO DE SOMBRAS (Livro n.? 5) A NOITE DOS CORAJOSOS (Livro n.? 6) O ANEL DO FEITICEIRO EM BUSCA DE HER?IS (Livro n.? 1) UMA MARCHA DE REIS (Livro n.? 2) UM DESTINO DE DRAG?ES (Livro n.? 3) UM GRITO DE HONRA (Livro n.? 4) UM VOTO DE GL?RIA (Livro n.? 5) UMA CARGA DE VALOR (Livro n.? 6) UM RITO DE ESPADAS (Livro n.? 7) UM ESCUDO DE ARMAS (Livro n.? 8) UM C?U DE FEITI?OS (Livro n.? 9) UM MAR DE ESCUDOS (Livro n.? 10) UM REINADO DE A?O (Livro n.? 11) UMA TERRA DE FOGO (Livro n.? 12) UM GOVERNO DE RAINHAS (Livro n.? 13) UM JURAMENTO DE IRM?OS (Livro n.? 14) UM SONHO DE MORTAIS (Livro n.? 15) UMA JUSTA DE CAVALEIROS (Livro n.? 16) O DOM DA BATALHA (Livro n.? 17) TRILOGIA DE SOBREVIV?NCIA ARENA UM: TRAFICANTES DE ESCRAVOS (Livro n?1) ARENA DOIS (Livro n.? 2) ARENA TR?S (Livro n.? 3) VAMPIRO, APAIXONADA ANTES DO AMANHECER (Livro n.? 1) MEM?RIAS DE UM VAMPIRO TRANSFORMADA (Livro n.? 1) AMADA (Livro n.? 2) TRA?DA (Livro n.? 3) PREDESTINADA (Livro n.? 4) DESEJADA (Livro n.? 5) COMPROMETIDA (Livro n.? 6) PROMETIDA (Livro n.? 7) ENCONTRADA (Livro n.? 8) RESSUSCITADA (Livro n.? 9) ALMEJADA (Livro n.? 10) DESTINADA (Livro n.? 11) OBCECADA (Livro n.? 12) (http://www.amazon.com/Quest-Heroes-Book-Sorcerers-Ring/dp/B00F9VJRXG/ref=la_B004KYW5SW_1_13_title_0_main?s=books&ie=UTF8&qid=1379619328&sr=1-13) Oi?a (http://www.amazon.com/Quest-Heroes-Book-Sorcerers-Ring/dp/B00F9VJRXG/ref=la_B004KYW5SW_1_13_title_0_main?s=books&ie=UTF8&qid=1379619328&sr=1-13) a s?rie O ANEL DO FEITICEIRO em formato Audiobook! 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Se est? a ler este livro e n?o o comprou, ou se ele n?o foi comprado apenas para seu uso pessoal, por favor, devolva-o e adquira a sua pr?pria c?pia. Obrigado por respeitar o trabalho ?rduo desta autora. Esta ? uma obra de fic??o. Nomes, personagens, empresas, organiza??es, lugares, eventos e incidentes s?o produto da imagina??o da autora ou foram usados de maneira fict?cia. Qualquer semelhan?a com pessoas reais, vivas ou falecidas, ? mera coincid?ncia. Imagem da capa Copyright Ivan Bliznetsov, usada com autoriza??o da Shutterstock.com CONTE?DO CAP?TULO UM (#ub8d70c74-9e52-580e-a00b-091ca67435ce) CAP?TULO DOIS (#ue1f08819-df8a-5bb3-97b9-0b50ad91b5a4) CAP?TULO TR?S (#uee5c9658-7bdb-5ec4-ac20-e19f6914bf72) CAP?TULO QUATRO (#u0a04c2ee-22c4-5b61-bbfd-aec476a06d7f) CAP?TULO CINCO (#u5d8ae8ed-e934-5682-872e-c72fa8952d87) CAP?TULO SEIS (#u58a607e7-9746-5e39-ba9c-1d719f56901e) CAP?TULO SETE (#u1dd4cc9a-5db0-520f-a398-c6cf87534c5e) CAP?TULO OITO (#ud45c3981-b52d-5b27-92db-e5f5a74f0bbd) CAP?TULO NOVE (#u03e179a3-1800-5536-b320-17c6cfd40faf) CAP?TULO DEZ (#litres_trial_promo) CAP?TULO ONZE (#litres_trial_promo) CAP?TULO DOZE (#litres_trial_promo) CAP?TULO TREZE (#litres_trial_promo) CAP?TULO CATORZE (#litres_trial_promo) CAP?TULO QUINZE (#litres_trial_promo) CAP?TULO DEZASSEIS (#litres_trial_promo) CAP?TULO DEZASSETE (#litres_trial_promo) CAP?TULO DEZOITO (#litres_trial_promo) CAP?TULO DEZANOVE (#litres_trial_promo) CAP?TULO VINTE (#litres_trial_promo) CAP?TULO VINTE E UM (#litres_trial_promo) CAP?TULO VINTE E DOIS (#litres_trial_promo) CAP?TULO VINTE E TR?S (#litres_trial_promo) CAP?TULO VINTE E QUATRO (#litres_trial_promo) CAP?TULO VINTE E CINCO (#litres_trial_promo) CAP?TULO VINTE E SEIS (#litres_trial_promo) CAP?TULO VINTE E SETE (#litres_trial_promo) CAP?TULO VINTE E OITO (#litres_trial_promo) CAP?TULO VINTE E NOVE (#litres_trial_promo) CAP?TULO TRINTA (#litres_trial_promo) CAP?TULO TRINTA E UM (#litres_trial_promo) CAP?TULO UM Thanos sentia um buraco no est?mago com o balan?ar do navio pelo mar, com as correntes a levarem-no cada vez para mais longe de casa. J? tinham passado alguns dias desde que tinham avistado terra. Ele estava na proa do barco, a olhar para a ?gua, ? espera de, finalmente, ver alguma coisa. Apenas o impedia de ordenar ao capit?o para virar o barco, pensar no que poderia estar adiante, em quem poderia estar adiante. Ceres. Ela estava algures e ele iria encontr?-la. "Tens a certeza?", perguntou o capit?o, chegando-se ao seu lado. "N?o conhe?o ningu?m que queira fazer uma viagem ? Ilha dos Prisioneiros." O que ? que Thanos poderia dizer? Que n?o sabia? Que se sentia um pouco como o barco, empurrado para a frente pelos seus remos mesmo enquanto o vento o tentava empurrar de volta? A necessidade de encontrar Ceres, por?m, superava tudo o resto. Tal incitava Thanos, enchendo-o de excita??o ante a perspetiva de encontr?-la. Ele tinha tido tanta certeza de que ela tinha morrido, que nunca mais a veria. Quando ele soube que ela poderia estar viva sentiu-se t?o aliviado como se fosse desmaiar. No entanto, ele n?o podia negar que tamb?m pensava em Stephania, olhando para o passado e, at? mesmo, por breves momentos, fazendo-o pensar em voltar. Afinal, ela era a sua esposa e ele abandonara-a. Ela estava gr?vida do seu filho e ele tinha-se ido embora. Ele tinha-a deixado l? no cais. Que tipo de homem fazia isso? "Ela tentou matar-me", lembrou-se Thanos a si mesmo. "O qu??", perguntou o capit?o, e Thanos percebeu que tinha falado em voz alta. "Nada", disse Thanos. Ele suspirou. "A verdade ? que eu n?o sei. Estou ? procura de uma pessoa, e a Ilha dos Prisioneiros ? o ?nico lugar para onde ela poderia ter ido." Ele sabia que o navio de Ceres tinha-se afundado no caminho para a ilha. Se ela tivesse sobrevivido, ent?o fazia sentido que ela tivesse l? chegado, n?o era? Isso explicava, tamb?m, porque ? que Thanos n?o a tinha visto desde ent?o. Thanos tinha de acreditar que ela teria voltado para ele se tivesse conseguido. "Parece um risco terrivelmente grande n?o saber", disse o capit?o. "Ela vale o risco", assegurou-lhe Thanos. "Ela deve ser algo especial para ser melhor do que Lady Stephania", disse o contrabandista com um olhar que fez com que Thanos lhe quisesse dar um murro. "Est?s a falar sobre a minha esposa", disse Thanos, Ele mesmo reconheceu ali um problema ?bvio. Ele n?o podia defend?-la quando tinha sido ele que a tinha abandonado e quando tinha sido ela a ordenar a sua morte. Ela provavelmente merecia tudo o dissessem sobre ela. Agora, se, ao menos, ele se conseguisse convencer a si pr?prio disso. Se apenas os seus pensamentos sobre Ceres n?o continuassem a ser pontuados por pensamentos de Stephania, da forma como ela tinha estado com ele nas festas do castelo, como ela tinha estado em momentos tranquilos, da apar?ncia dela na manh? ap?s a noite do casamento deles… "Tens a certeza que me consegues levar para a Ilha dos Prisioneiros em seguran?a?", perguntou Thanos. Ele nunca estivera l?, mas toda a ilha deveria ser uma fortaleza bem guardada de um lugar inescap?vel para aqueles que eram levados para l?. "Oh, isso ? f?cil", assegurou o capit?o. "N?s passamos por l? ?s vezes. Os guardas vendem alguns dos prisioneiros que tratam como escravos. Atem-nos em estacas na costa para n?s os vermos quando nos aproximamos." Thanos tinha decidido h? muito que ele odiava aquele homem. Por?m, ele escondia-o, porque naquele momento o contrabandista era a ?nica hip?tese que ele tinha para chegar ? ilha e encontrar Ceres. "Eu n?o quero propriamente esbarrar contra os guardas", ele relevou. O outro homem encolheu os ombros. "Isso n?o ? dif?cil. Aproximamo-nos, deixamos-te num pequeno barco e continuamos como se fosse uma visita normal. Depois esperamos por ti na costa. N?o por muito tempo, lembra-te. Se esperarmos demasiado tempo eles podem desconfiar." Thanos n?o tinha d?vidas de que o contrabandista o abandonaria caso houvesse alguma amea?a ao seu navio. S? a perspetiva do lucro o trouxera at? ali. Um homem assim n?o entenderia o amor. Para ele, era provavelmente algo que se contratava ? hora nas docas. Mas ele tinha conseguido levar Thanos at? t?o longe. E isso era o que importava. "Percebes que mesmo se encontrares essa mulher na Ilha dos Prisioneiros", disse o capit?o, "ela pode j? n?o ser como te lembras". "Ceres sempre ser? Ceres", insistiu Thanos. Ele ouviu o outro homem bufar. "F?cil de dizer, mas tu n?o sabes as coisas que eles fazem l?. Eles vendem-nos alguns como escravos e a maioria deles n?o consegue fazer nada sozinho, a menos que lhe digamos. "E tenho a certeza de que ficas feliz com isso", respondeu Thanos. "N?o gostas muito de mim, pois n?o?", perguntou o capit?o. Thanos ignorou a pergunta, olhando para o mar. Ambos sabiam a resposta e, naquele momento, ele tinha melhores coisas em que pensar. Ele tinha de encontrar uma maneira de localizar Ceres, independentemente do que… "Aquilo ? terra?, perguntou, apontando. De in?cio, n?o era mais do que um ponto no horizonte, mas mesmo assim, parecia sombrio, rodeado por nuvens e com ondas agitadas. Ao aproximar-se, Thanos sentia um medo crescente e amea?ador dentro de si. A ilha surgia numa s?rie de picos de granito cinzento como os dentes de alguma grande besta. Um basti?o estava no ponto mais alto da ilha e, acima dele, havia um farol a incandescer incessantemente, como se para avisar todos os que fossem at? ali, para se afastarem. A maior parte da ilha parecia in?spita, mas Thanos via ?rvores num dos lados. ? medida que se aproximavam ainda mais, ele conseguia ver janelas que pareciam estar esculpidas diretamente na rocha da ilha, como se todo o local tivesse sido esvaziado para tornar a pris?o maior. Ele via tamb?m praias de xisto, com ossos brancos descolorados a perfurarem. Thanos ouviu gritos, empalidecendo ao perceber que n?o conseguia distinguir se eram de aves marinhas ou de pessoas. Thanos fez deslizar o seu pequeno barco at? ao xisto da praia, estremecendo de repulsa ao ver algemas fixadas l? abaixo da linha da mar?. A sua imagina??o disse-lhe imediatamente o que eram: eram para torturar ou executar prisioneiros usando as ondas que chegavam. Um conjunto de ossos abandonados na costa contava a sua pr?pria hist?ria. O capit?o do barco de contrabando virou-se para ele e sorriu. "Bem-vindo ? Ilha dos Prisioneiros." CAP?TULO DOIS Para Stephania, o mundo parecia desolador sem Thanos. Parecia-lhe um frio, apesar do calor do sol. Vazio, apesar da agita??o das pessoas ao redor do castelo. Ela olhava para a cidade. Ela teria ficado feliz se a tivesse incendiado, porque nada daquilo tinha qualquer significado para ela. Tudo o que conseguia fazer era ficar sentada junto ?s janelas dos seus aposentos, sentindo como se algu?m tivesse arrancado o seu cora??o. Talvez algu?m ainda o fizesse. Ela tinha arriscado tudo por Thanos, afinal. Qual era exatamente a pena por ajudar um traidor? Stephania sabia a resposta para isso, porque era a mesma que qualquer outra coisa no Imp?rio: o que quer que fosse que o rei decidisse. Ela tinha poucas d?vidas de que ele iria querer a sua morte por causa disso. Uma das suas aias ofereceu-lhe um t?nico calmante ? base de plantas. Stephania ignorou-o, mesmo quando ela o colocou numa pequena mesa de pedra ao seu lado. "Minha senhora", disse a mi?da. "Alguns dos outros... eles est?o a questionar-se... n?o nos dever?amos estar a preparar para deixar a cidade?" "Para deixar a cidade", disse Stephania. Ela conseguia ouvir o qu?o plana e est?pida a sua pr?pria voz soava. "? s? porque... n?o estamos em perigo? Com tudo o que aconteceu e com tudo o que nos mandaste fazer... para ajudar Thanos." "Thanos!". O nome despertou-a da sua letargia por um momento, ficando seguidamente com raiva. Stephania pegou na po??o de ervas. "N?o te atrevas a mencionar o nome dele, sua mi?da est?pida! Sai. Sai! " Stephania atirou a ch?vena com a sua infus?o fumegante. A sua aia baixou-se, o que j? de si era irritante, mas o som da ch?vena a partir-se mais do que compensou. Um l?quido castanho derramou-se pela parede. Stephania ignorou aquilo. "Que ningu?m me incomode!", gritou ela ? mi?da. "Ou arranco-te a pele por isso." Stephania precisava de ficar sozinha com os seus pensamentos, mesmo que fossem pensamentos tenebrosos sobre uma parte dela se querer atirar da varanda dos quartos apenas para acabar com tudo. Thanos tinha-se ido embora. Tudo o que ela tinha feito, tudo para o qual ela tinha trabalhado… e Thanos tinha-se ido embora. Ela nunca tinha acreditado no amor, antes de Thanos. Ela estava convencida de que era uma fraqueza que s? abria as pessoas para a dor, mas com ele tinha-lhe parecido que valia o risco. Agora, tinha-se constatado que ela tinha raz?o. O amor apenas tornava mais f?cil que o mundo te magoasse. Stephania ouviu o som da abertura da porta. Ele virou-se novamente, procurando algo mais para atirar. "Eu disse que n?o queria ser incomodada!", retrucou ela, antes de ver quem era. "Que pouca gratid?o para com o facto de eu ter feito com que fosses escoltada at? aqui t?o cuidadosamente para garantir a tua seguran?a", disse Lucious ao entrar. Lucious estava vestido como um pr?ncipe de um livro de contos, num veludo branco trabalhado com desenhos de ouro e pedras preciosas. Ele tinha a adaga no cinto, mas havia removido a sua armadura dourada e a sua espada. At? o seu cabelo estava com um aspeto limpo, sem qualquer m?cula da cidade. Para Stephania ele parecia-se mais como um homem pronto para cantar can??es por debaixo da sua janela do que para organizar a defesa da cidade. "Escoltada", disse Stephania com um sorriso apertado. "Chama-lhe o que quiseres." "Certifiquei-me que viajavas em seguran?a pelas ruas da nossa cidade", disse Lucious, "com os meus homens a garantir que tu n?o eras v?tima dos rebeldes ou que n?o eras sequestrada por aquele teu marido assassino. Sabias que ele tinha escapado?" Stephania franziu o cenho. Qual era o jogo de Lucious? "Claro que sei", respondeu-lhe Stephania. Ela levantou-se, porque ela n?o gostava que Lucious se aproximasse dela. "Eu estava l?." Ela viu Lucious a erguer uma sobrancelha fingindo-se surpreendido. "Porque que ? que est?s a admitir ter tido um papel na fuga do teu marido, Stephania? Porque nenhuma das evid?ncias aponta para isso." Stephania olhou para ele com firmeza. "O que ? que fizeste?" "Eu n?o fiz nada", disse Lucious, obviamente a desfrutar bastante. "Na verdade, tenho estado arduamente ? procura da verdade da quest?o. Muito arduamente." O que, para Lucious, significava torturar pessoas. Stephania n?o tinha nenhuma obje??o ? crueldade, mas ela certamente n?o tirava tanto prazer disso como ele. Ela suspirou. "Para de fazer joguinhos, Lucious. O que ? que fizeste?" Lucious encolheu os ombros. "Eu tenho tratado de que as coisas funcionem da maneira que eu quero", disse ele. "Quando eu falar com o meu pai, vou dizer-lhe que Thanos matou uns quantos guardas no caminho, enquanto outro admitiu ter ajudado por simpatia pelos rebeldes. Infelizmente, ele n?o sobreviveu para contar a sua hist?ria novamente. Um cora??o fraco." Lucious obviamente assegurou-se de que ningu?m havia visto que Stephania tinha sobrevivido. At? mesmo Stephania sentiu repulsa com tal frieza, embora houvesse uma outra parte dela j? a pensar no que tal significava para si no contexto de tudo o resto. "Infelizmente, parece que uma das tuas aias foi apanhada no enredo", disse Lucious. "Thanos seduziu-a, ao que parece." A raiva apoderou-se de Stephania, ent?o. "Elas s?o as minhas aias!" N?o era apenas pensar que mulheres que a haviam servido lealmente eram feridas, apesar de isso j? ser bastante mau. Era o pensamento de que Lucious ousaria prejudicar algu?m que era t?o obviamente dela. N?o era apenas o pensamento dos que a haviam servido serem magoados, era o insulto que isso implicava! "E essa era a quest?o", disse Lucious. "Muitas pessoas tinham-na visto a fazer os teus recados. E quando eu ofereci ? mi?da a sua vida em troca de tudo o que ela sabia, ela foi muito ?til." Stephania desviou o olhar. "Porqu? ? que fazes tudo isto, Lucious? Podias ter-me deixado ir com Thanos." "Thanos n?o te merecia", disse Lucious. "Ele certamente n?o merecia ser feliz." "E porque ? que encobriste o meu papel nisso?", perguntou Stephania. "Podias ter-te chegado para tr?s e assistido ? minha execu??o." "Pensei nisso", admitiu Lucious. "Ou pelo menos, pensei em perguntar ao rei por ti quando lhe dissemos. Mas havia demasiadas hip?teses de ele simplesmente executar-te sem pensar, e n?s n?o poder?amos ter isso." Apenas Lucious falaria sobre algo assim t?o abertamente, ou pensaria que Stephania era apenas algo que ele poderia pedir ao seu pai, como uma preciosa bugiganga. S? de pensar nisso, Stephania ficou com a pele arrepiada. "Mas ent?o ocorreu-me", disse Lucious, "que eu estou a gostar demasiado do jogo entre n?s para fazer algo assim. N?o ? assim que eu te quero, de qualquer maneira. Eu quero que sejas minha semelhante, minha parceira. Verdadeiramente minha." Stephania caminhou para a varanda, tanto para apanhar ar fresco como para qualquer outra coisa. T?o pr?ximo, o cheiro de Lucious era de ?gua de rosas e perfumes caros obviamente projetados para disfar?ar o sangue por debaixo do resto dos seus esfor?os f?sicos do dia. "O que est?s a dizer? ", perguntou Stephania, embora j? tivesse uma boa ideia do que Lucious desejasse de si. Ela tinha decidido descobrir tudo o que havia para saber sobre os outros na corte, incluindo os apetites de Lucious. Embora talvez ela n?o tivesse feito assim um trabalho t?o bom. Ela n?o se tinha apercebido de que Lucious havia estado a intrometer-se na rede de informadores e espi?es dela. Ela n?o tinha sabido acerca das coisas que Thanos andava a fazer, at? ser demasiado tarde. Por?m, ela n?o poderia comparar os dois. Lucious n?o tinha moral absolutamente nenhuma nem respeitava os limites, procurando ativamente novas maneiras de prejudicar os outros. Thanos era forte e de princ?pios, amoroso e protetor. Mas tinha sido ele que a tinha abandonado. Ele a abandonara, sabendo o que poderia acontecer depois. Lucious deu-lhe a m?o, agarrando-a com mais suavidade do que o seu comportamento habitual. Mesmo assim, Stephania teve de lutar contra o desejo de encolher-se quando ele levou a m?o dela aos seus l?bios, beijando o interior do seu pulso, exatamente onde o pulso pulsava. "Lucious", disse Stephania, afastando a m?o dela. "Sou uma mulher casada." "Raramente isso ? uma barreira para mim", observou Lucious. "E s? honesta, Stephania, duvido que tamb?m seja para ti." Stephania voltou a exaltar-se. "Tu n?o sabes nada sobre mim." "Eu sei tudo sobre ti", disse Lucious. "E quanto mais eu vejo, mais eu sei que tu e eu somos perfeitos um para o outro." Stephania afastou-se, mas Lucious seguiu-a. Claro que sim. Ningu?m jamais o tinha negado. "Pensa nisto, Stephania", disse Lucious. "Eu pensei que tu n?o passavas de uma cabe?a oca, mas ent?o eu soube sobre a teia de aranha que teceste em Delos. Sabes o que eu senti nessa altura? "Raiva por terem feito de ti um tolo?", sugeriu Stephania. "Cuidado", disse Lucious. "Tu n?o irias querer que eu me zangasse contigo. N?o, eu senti admira??o. Antes, eu achava que tu eras boa para levar para a cama por uma noite ou duas. Depois, percebi que tu ?s algu?m que realmente entende como o mundo funciona." Oh, Stephania percebia melhor do que alguma vez algu?m como Lucious conseguiria saber. Ele tinha a sua posi??o que o protegia de tudo o que o mundo lhe aprontava. Stephania tinha apenas a sua intelig?ncia. "E tu decidiste que n?s ser?amos a combina??o perfeita", disse Stephania. "Diz-me ent?o, o que pretendes fazer sobre o meu casamento com Thanos?" "Essas coisas podem ser postas de lado", disse Lucious, como se fosse t?o simples quanto estalar os dedos. "Depois do que ele tem feito, eu teria pensado que tu ficarias feliz por estar livre de tal apego." Haveria uma vantagem em serem os sacerdotes a faz?-lo, porque de outra forma Stephania arriscava-se a ser prejudicada pelos crimes de Thanos. Ela seria sempre a mulher casada com o traidor, mesmo que Lucious tivesse assegurado que ningu?m jamais conseguiria lig?-la aos crimes. "Ou, se n?o quiseres isso", disse Lucious, "eu tenho a certeza que n?o vai demorar muito para garantir a morte dele. Afinal, tu quase conseguiste que ele fosse morto antes. Independente de para onde ele tenha ido, poderia arranjar-se outro assassino. Poderias fazer luto por um... per?odo adequado. Tenho a certeza de que o preto te ficaria bem. Tudo te fica t?o bem." Havia algo no olhar de Lucious que deixava Stephania desconfort?vel, como se estivesse a tentar imagin?-la sem roupa. Ela olhou-o diretamente nos olhos, tentando manter o seu tom profissional. "E depois? ", perguntou ela. "E depois tu casavas com um pr?ncipe mais adequado", disse Lucious. "Pensa em tudo o que poder?amos fazer juntos, as coisas que tu sabes e as coisas que eu posso fazer. Poder?amos governar o Imp?rio juntos e a rebeli?o nunca nos tocaria. Tens de admitir, n?s far?amos um casal ador?vel." Naquele momento, Stephania riu-se. Ela n?o conseguiu evitar. “N?o, Lucious. N?s n?o far?amos, porque eu n?o sinto nada por ti para al?m de desprezo. Tu ?s um bandido, e pior, ?s a raz?o pela qual eu perdi tudo. Porque ? que, alguma vez, eu equacionaria casar contigo?" Ela viu o rosto de Lucious a ficar s?rio. "Eu poderia… eu poderia obrigar-te a fazer o que eu quisesse. Achas que eu j? n?o poderia deixar que se soubesse o teu papel na fuga de Thanos? Talvez eu tenha mantido a tua aia, por garantia", Lucious apontou. "Est?s a tentar for?ar-me a casar? ", perguntou Stephania. Que tipo de homem faria isso? Lucious estendeu as m?os. "Tu n?o ?s assim t?o diferente de mim, Stephania. Tu jogas o jogo. Tu n?o quererias um tolo que te desse flores e joias. Al?m disso, irias aprender a amar-me. Quer quisesses ou n?o." Ele estendeu-lhe a m?o novamente. Stephania colocou a m?o no peito dele. "Se me tocares, n?o sais deste quarto vivo." "Queres que eu revele que ajudaste Thanos a escapar?", perguntou. "Esqueces-te da tua parte", disse Stephania. "Afinal, tu sabias de tudo isto. Como o rei reagiria se eu lhe dissesse isso?" Naquele momento, ela esperava que Lucious se enraivecesse, talvez at? que ficasse violento. Mas, em vez disso, ela viu-o sorrir. "Eu sabia que tu eras perfeita para mim", disse ele. "Mesmo na tua posi??o, tu encontras uma maneira de ripostar, e lindamente. Juntos, n?o haver? nada que n?o possamos fazer. Por?m, vai levar algum tempo para te aperceberes disso, eu sei. Passaste por muita coisa." Ele soava exatamente como um pretendente preocupado devia soar, o que s? fez com que Stephania confiasse menos nele. "Demora o tempo que for preciso para pensares sobre tudo o que eu te disse", disse Lucious. "Pensa em tudo o que um casamento comigo te poderia oferecer. Certamente por compara??o com ser a mulher que era casada com um traidor. Tu podes n?o me amar ainda, mas pessoas como n?s n?o tomam decis?es com base nesse tipo de tolice. N?s tomamos decis?es porque somos superiores, e reconhecemos aqueles que s?o como n?s quando os vemos." Stephania n?o era nada como Lucious, mas ela sabia que era melhor n?o o dizer. Ela s? queria que ele se fosse embora. "Enquanto isso", disse Lucious perante a falta de resposta dela, "eu tenho um presente para ti. Aquela tua aia pensou que talvez pudesses precisar disto. Ela disse-me todo o tipo de coisas sobre ti enquanto implorava pela sua vida." Ele tirou um frasco da sua bolsa do cinto e colocou-o na pequena mesa perto da janela. "Ela contou-me sobre o motivo pelo qual tiveste de fugir do festival da Lua de Sangue", disse Lucious. "Sobre a tua gravidez. Claramente, eu nunca poderia criar o filho de Thanos. Bebe isto e n?o haver? nenhum problema. Em todos os sentidos." Stephania queria atirar-lhe o frasco. Ela pegou nele para fazer exatamente isso, mas Lucious j? tinha passado da porta. Ela ia atir?-lo de qualquer maneira, mas deteve-se, sentando-se ? janela a olhar para o frasco. Estava claridade, a luz do sol brilhava atrav?s dele de uma maneira que o fazia parecer muito mais inocente do que era. Ao beb?-lo ela ficaria livre para se casar com Lucious, o que era um pensamento horr?vel. No entanto, tal iria coloc?-la numa das posi??es mais poderosas do Imp?rio. Ao beb?-lo, os ?ltimos vest?gios de Thanos desapareceriam. Stephania ficou ali sentada, sem saber o que fazer e, lentamente, as l?grimas come?aram a escorrer-lhe pelas ma??s do rosto. Talvez, afinal, ela o fosse beber. CAP?TULO TR?S Ceres lutava desesperadamente para voltar ? tona em dire??o ? consci?ncia, empurrando-se atrav?s dos v?us da escurid?o que a puxavam para baixo, como uma mulher a afogar-se e a debater-se para chegar ? superf?cie. Mesmo at? naquele momento, ela conseguia ouvir os gritos dos moribundos. A emboscada. A batalha. Ela tinha de esfor?ar-se por acordar, ou tudo teria sido em v?o... De repente, ela abriu os olhos e colocou-se de p?, pronta para continuar a luta. Pelo menos, ela tentava. Algo a apanhou pelos pulsos e tornozelos, detendo-a. O sono finalmente abandonou-a e ela viu onde estava. Ceres estava rodeava de muros de pedra, curvando-se num espa?o que mal chegava para ela ficar deitada. N?o havia nenhuma cama, apenas um duro ch?o de pedra. Uma janela pequena com barras deixava a luz entrar. Ceres sentia o peso limitativo do a?o ao redor dos seus pulsos e tornozelos, e ela conseguia ver o pesado suporte onde as correntes a ligavam ? parede e a porta grossa amarrada com faixas de ferro que a proclamavam prisioneira. A corrente desaparecia por uma ranhura na porta, sugerindo que ela podia ser puxada pelo lado de fora, diretamente na dire??o do suporte, para a prender contra a parede. Naquele momento, Ceres ficou furiosa por estar ali presa daquela maneira. Ela puxou o suporte, tentando simplesmente arranc?-lo da parede com a for?a que os seus poderes lhe davam. Nada aconteceu. Era como se houvesse uma n?voa dentro da sua cabe?a e ela estivesse a tentar olhar atrav?s da mesma para a paisagem mais al?m. ?s vezes, a luz da mem?ria parecia quebrar aquela n?voa, mas era uma coisa fragmentada. Ela conseguia lembrar-se dos port?es para a cidade a abrirem-se e dos "rebeldes" a acenarem para eles entrarem. A atacar, dando tudo pelo que eles pensavam ser a batalha-chave para a cidade. Ceres caiu para tr?s, magoando-se. Algumas feridas eram mais profundas do que apenas as f?sicas. "Algu?m nos traiu", disse Ceres com suavidade. Eles tinham estado ? beira da vit?ria, e algu?m os tinha tra?do. Por causa de dinheiro, ou medo, ou necessidade de poder, algu?m tinha denunciado tudo o que eles haviam trabalhado, deixando-os cavalgar na dire??o de uma armadilha. Ceres lembrou-se ent?o. Lembrou-se da vis?o do sobrinho de Lorde Oeste com uma flecha a sair da sua garganta. Lembrou-se do olhar de desamparo e descren?a que tinha cruzado o rosto dele antes de cair da sela. Lembrou-se de flechas a apagarem o sol, de barricadas e de fogo. Os homens de Lorde Oeste tinham tentado disparar contra os arqueiros que os atacavam. Ceres tinha visto as habilidades deles enquanto arqueiros a cavalo para Delos, capazes de ca?ar com arcos pequenos e disparar em pleno galope, se precisassem. Quando eles dispararam as suas primeiras flechas em resposta, Ceres at? se atreveu a ter esperan?a, porque parecia que aqueles homens seriam capazes de superar qualquer coisa. Mas n?o foram. Com os arqueiros de Lucious escondidos nos telhados, eles estavam em grande desvantagem. Algures no caos, os potes de fogo tinham-se juntado ?s flechas. Ceres tinha sentido o horror daquilo ao ver os homens a come?arem a arder. S? Lucious teria usado o fogo como arma na sua pr?pria cidade, sem se importar se as chamas se espalhariam para as casas vizinhas. Ceres tinha visto cavalos a empinarem-se e homens a serem atirados para o ch?o quando as suas montarias entravam em p?nico. Ceres deveria ter sido capaz de salv?-los. Ela tinha tentado alcan?ar o poder dentro de si mas s? encontrou o vazio, um vazio desolador onde deveria haver for?a preparada e poder para destruir os seus inimigos. Ela ainda estava ? procura do seu poder, quando o seu cavalo se empinou, fazendo-a cair... Ceres for?ou a sua mente a voltar ao presente, porque havia alguns lugares onde a sua mem?ria n?o se queria demorar. O presente n?o era muito melhor, pois Ceres conseguia ouvir l? fora os gritos de um homem que estava obviamente a morrer. Ceres dirigiu-se at? ? janela, lutando at? aos limites do que as suas correntes lhe permitiam. Mesmo isso era um esfor?o. Ela sentia como se alguma coisa se tivesse apagado dentro de si, limpando qualquer r?stia de for?a que ela pudesse ter. Sentia-se como se mal se conseguisse levantar e, muito menos, como se mal conseguisse lutar contra as correntes que a seguravam. Ela conseguiu chegar l?, enrolando as m?os ao redor das barras como se conseguisse arranc?-las. Na verdade, no entanto, eram praticamente a ?nica coisa que a segurava naquele momento. Quando ela olhou para o p?tio que ficava para l? da sua nova cela, ela precisou daquele apoio. Ceres viu os homens de Lorde Oeste ali, em p?, nas fileiras dos soldados. Todos estavam cobertos com o que sobrava das suas armaduras, embora em muitos casos alguns dos seus peda?os tivessem sido partidos ou arrancados delas. Nenhum tinha as suas armas. Eles tinham as m?os atadas e muitos estavam ajoelhados. Havia algo triste naquele cen?rio. Falava da derrota deles mais claramente do que praticamente qualquer outra coisa poderia falar. Ceres reconheceu outros que ali estavam, rebeldes. Ver aqueles rostos provocou-lhe uma rea??o ainda mais visceral. Os homens de Lorde Oeste tinham vindo com ela de bom grado e tinham arriscado as suas vidas por si. Ceres sentia essa responsabilidade. Ela conhecia os homens e mulheres que ali estavam. Ela viu Anka amarrada no centro de tudo, com os seus bra?os amarrados atr?s a um poste, t?o altos que ela n?o conseguia sentar-se ou ajoelhar-se para descansar. Uma corda no n?vel da garganta amea?ava come?ar a sufoc?-la cada vez que ela ousava relaxar. Ceres conseguia ver sangue no seu rosto, deixado ali casualmente, como se ela n?o se importasse absolutamente nada. Ver aquilo tudo foi suficiente para que Ceres se sentisse enfurecida. Eles eram todos amigos. Eram pessoas que Ceres conhecera h? anos em alguns casos. Alguns deles estavam feridos. Um lampejo de raiva apoderou-se de Ceres, porque ningu?m estava a tentar ajud?-los. Em vez disso, eles estavam ajoelhados ou de p?, como os soldados. Ent?o, ela avistou as coisas que estavam ao p? do s?tio onde eles estavam ? espera. Ceres n?o sabia para que ? que muitas delas serviam, mas podia imaginar, com base no resto. Havia pilares para empalar e blocos para decapitar, forcas e braseiras com ferros quentes. E mais. T?o mais que Ceres mal conseguia compreender a mente que conseguia decidir fazer tudo aquilo. Ent?o ela viu Lucious l? entre eles e percebeu. Aquilo era responsabilidade dele e, de certa forma, dela. Se ao menos ela tivesse sido mais r?pida a persegui-lo quando ele lan?ou o seu desafio. Se ao menos ela tivesse encontrado uma maneira de mat?-lo antes disso. Lucious estava em p? por cima do soldado que gritava, retorcendo uma espada atrav?s dele, provocando-lhe um novo som de agonia. Ceres conseguia ver uma pequena multid?o de torturadores encarapu?ados de preto e assassinos ? volta ele, como se estivessem a tomar notas, ou, possivelmente, apenas a apreciar algu?m exaltado a cumprir o seu papel. Ceres desejava conseguir alcan??-los e mat?-los a todos. Lucious ergueu os olhos e Ceres sentiu o momento em que os seus olhos se encontraram com os dela. Era algo semelhante ao tipo de coisa que os bardos cantavam, referindo-se aos olhos dos amantes a encontrarem-se numa sala, s? que ali s? havia ?dio. Ceres teria imediatamente matado Lucious de qualquer maneira que conseguisse. E ela conseguia ver o que ele tinha reservado para si. Ela viu o sorriso dele a espalhar-se lentamente na sua fei??o, retorcendo a sua espada num toque final, com os seus olhos ainda em Ceres, antes de se endireitar, enxugando distraidamente as m?os ensanguentadas num pano. Ele ficou ali como um ator prestes a discursar perante uma audi?ncia em espera. Para Ceres, ele parecia simplesmente um talhante. "Todos os homens e mulheres aqui s?o traidores do Imp?rio", declarou Lucious. "Mas eu acho que todos n?s sabemos que n?o ? culpa vossa. Voc?s foram enganados. Corrompidos por outros. Corrompidos por um em particular." Ceres viu-o disparar mais um olhar na sua dire??o. "Ent?o vou oferecer aos comuns de voc?s miseric?rdia. Rastejem at? mim. Implorem para eu vos tornar escravos e vos deixar viver. O Imp?rio est? sempre a precisar de mais escravos." Ningu?m se mexeu. Ceres n?o sabia se devia de ficar orgulhosa ou de gritar com eles para aceitarem a oferta. Afinal, eles tinham de saber o que estava por vir. "N?o?", perguntou Lucious, com um tom de surpresa. Ceres pensou que, talvez, genuinamente ele esperasse que todos ali se entregassem voluntariamente ? escravatura para salvarem as suas vidas. Talvez ele n?o entendesse efetivamente o que era a rebeli?o ou que havia coisas piores do que a morte. "Ningu?m?" Ceres viu a pretens?o de um controlo calmo a escapar-se dele, naquele momento, como uma m?scara, revelando o que estava por baixo. "Isto ? o que acontece quando os tolos come?am a escutar escumalha que os querem enganar!", disse Lucious. "Voc?s esquecem-se dos vossos lugares! Voc?s esquecem-se que h? consequ?ncias para tudo o que voc?s os camponeses fazem! Bem, vou lembrar-vos que h? consequ?ncias. Voc?s v?o morrer, cada um de voc?s, e as pessoas v?o murmurar cada vez que pensarem igualmente em trair os seus superiores. E, para me certificar disso, vou trazer as vossas fam?lias para assistir. Eu incendiar os seus casebres lastim?veis e vou fazer com que prestem aten??o enquanto voc?s gritam!" Ele f?-lo-ia, tamb?m; Ceres n?o tinha d?vida disso. Ela viu-o apontar para um dos soldados e, depois, para um dos instrumentos que estavam ? espera. "Comecem com esta. Comecem com qualquer um deles. Eu n?o me importo. Apenas certifiquem-se de que todos sofrem antes de morrerem". Ele apontou um dedo para a cela de Ceres. "E certifiquem-se de que ela ? a ?ltima. Fa?am com que ela assista ? morte de cada um deles. Quero que ela enlouque?a com isso. Quero que ela entenda o qu?o impotente ela realmente ?, n?o importando o quanto sangue dos Anci?os ela se vanglorie de ter perante os seus homens. Naquele momento, Ceres desviou-se das barras para tr?s, mas devia haver homens ? espera do outro lado da porta, porque as correntes nos seus pulsos e tornozelos apertaram-se, arrastando-a de volta para a parede e dando-lhe pouca folga para se conseguir mexer. Ela definitivamente n?o conseguia desviar o olhar da janela, atrav?s da qual conseguia ver um dos carrascos a verificar a agudeza de um machado. "N?o", disse ela, tentando encher-se de uma confian?a que ela n?o sentia naquele exato momento. "N?o, eu n?o vou deixar que isto aconte?a. Eu vou encontrar uma maneira de acabar com isto." Ela n?o se limitou a concentrar em si mesma, em busca do seu poder. Ela mergulhou no espa?o onde ela normalmente teria encontrado a energia que a esperava. Ceres for?ou-se a ir atr?s do estado de esp?rito que tinha aprendido com o Povo da Floresta. Ela perseguiu o poder que tinha adquirido com tanta certeza como se estivesse a perseguir algum animal escondido. No entanto, o poder permaneceu t?o esquivo como um animal escondido. Ceres tentou tudo o que se conseguia lembrar. Ela tentou acalmar-se. Ela tentou lembrar-se das sensa??es que tinham estado l? antes, quando tinha usado os seus poderes. Com um esfor?o de vontade, ela tentou for??-lo a fluir atrav?s de si. Em desespero, Ceres tentou at? mesmo implorar ao seu poder, persuadindo-o como se fosse verdadeiramente um ser separado, em vez de ser simplesmente um fragmento de si mesma. Nada disso funcionou e Ceres atirou-se contra as correntes que a seguravam. Sentiu-as a morderem-lhe os pulsos e os tornozelos enquanto se lan?ava para a frente, mas ela n?o conseguia ganhar praticamente espa?o nenhum. Ceres deveria ter sido capaz de estalar o a?o facilmente. Ela deveria ter sido capaz de se libertar e salvar todos os que ali estavam. Ela deveria ter sido capaz, mas naquele momento, ela n?o conseguia, e a pior parte era que ela nem sabia porqu?. Porque ? que os poderes que ela j? usara tanto a tinham abandonado t?o de repente? Porque ? que isso estava a acontecer? Porque ? que ela n?o conseguia fazer o que ela queria? Ceres sentia as l?grimas a tocarem-lhe as bordas dos olhos enquanto ela lutava desesperadamente para ser capaz de fazer alguma coisa. Para poder ajudar. L? fora, as execu??es come?aram e Ceres n?o conseguia fazer nada para det?-las. Pior, ela sabia que quando Lucious acabasse com aqueles que estavam l? fora, seria a vez dela. CAP?TULO QUATRO Sartes acordou, pronto para lutar. Tentou levantar-se, sendo chicoteado e empurrado para baixo pela bota de uma figura de apar?ncia rude. "Achas que h? espa?o para te mexeres aqui?", retrucou ele. O homem tinha tatuagens e a cabe?a rapada, n?o tendo um dedo por causa de alguma briga ou de outra coisa qualquer. Houve um tempo em que Sartes provavelmente teria sentido um arrepio de medo ao ver um homem como aquele. Por?m, isso tinha sido antes do ex?rcito e da revolta que se tinha seguido. Tinha sido antes de ele ter visto como ? que era o verdadeiro mal. Havia ali outros homens, amontoados num espa?o com paredes de madeira, com a luz a entrar apenas atrav?s de algumas fendas. Era suficiente para Sartes os ver. E o que ele via estava longe de ser encorajador. O homem ? sua frente era provavelmente um dos que tinha um aspeto menos amea?ador. Por um momento, Sartes sentiu efetivamente medo por eles serem muitos, mas n?o apenas pelo que eles lhe pudessem fazer. O que ? que poderia estar iminente quando ele estava preso num espa?o com homens assim? Sartes sentia movimento e arriscou, virando as costas para a multid?o de bandidos, para conseguir ver atrav?s de uma das fendas nas paredes de madeira. No lado de fora, ele viu uma paisagem rochosa e empoeirada a passar. Ele n?o reconheceu a ?rea, mas qu?o longe de Delos poderia ele estar? "Uma carro?a", disse ele. "N?s estamos numa carro?a." "Oi?am o rapaz", disse o homem da cabe?a rapada. Ele aproximou grosseiramente o seu tom de voz ao de Sartes, torcido de todo o reconhecimento. "Estamos numa carro?a. Que g?nio banal ? este rapaz. Bem, g?nio, que tal manteres a tua boca fechada? Era mau estarmos a caminho dos lagos de betume sem tu ires." "Dos lagos de betume?", perguntou Sartes, e ele viu um trejeito de raiva atravessar o rosto do outro homem. "Pensei que te tinha dito para ficares calado", disse, de repente, o bandido. "Talvez se eu empurrar alguns dos teus dentes pela garganta abaixo, n?o te esque?as." Um outro homem esticou-se. O espa?o confinado parecia nem sequer ser suficiente para ele. "O ?nico que oi?o falar ?s tu. E que tal calarem-se ambos?" A velocidade com que o homem de cabe?a rapada o fez disse muito a Sartes sobre o qu?o perigoso aquele outro homem era. Sartes duvidava que aquele fosse um momento em que ele tivesse feito algum amigo, mas ele sabia, por causa do ex?rcito, que homens como aquele n?o tinham amigos: tinham parasitas e v?timas. Era dif?cil ficar calado agora que ele sabia para onde estavam a ir. Os lagos de betume eram um dos piores castigos que o Imp?rio tinha; eram t?o perigosos e desagrad?veis que aqueles que para l? eram enviados teriam sorte se vivessem um ano. Eram lugares quentes e mortais, onde os ossos de drag?es mortos podiam ser vistos a perfurar o ch?o, e os guardas n?o hesitavam em atirar para dentro do betume um prisioneiro doente ou a sucumbir. Sartes tentava lembrar-se de como tinha chegado ali. Ele tinha estado a vigiar a rebeli?o, a tentar encontrar um port?o que permitisse que Ceres entrasse para a cidade com os homens de Lorde Oeste. Ele tinha-o encontrado. Sartes conseguia lembrar-se da euforia que tinha sentido naquele momento, porque tinha sido perfeito. Ele tinha corrido de volta para os outros para lhes contar. Ele estava bastante perto quando a figura encapu?ada o agarrou; t?o perto que tinha sentido como se conseguisse alcan?ar e tocar a entrada para o ref?gio da rebeli?o. Ele tinha-se sentido como se estivesse finalmente em seguran?a e eles tinham-lhe retirado isso. "Lady Stephania envia os seus cumprimentos." As palavras ecoavam na mem?ria de Sartes. Aquelas tinham sido as ?ltimas palavras que ele tinha ouvido antes de eles o deixarem inconsciente. Ao mesmo tempo eles diziam-lhe quem estava a fazer aquilo e que ele tinha falhado. Eles tinham-no deixado chegar t?o perto e depois tinham-lhe retirado isso. Eles tinham deixado Ceres e os outros sem as informa??es que Sartes tinha sido capaz de encontrar. Ele deu por si preocupado com a sua irm?, o seu pai, Anka e a rebeli?o, sem saber o que lhes iria acontecer sem a porta que ele tinha conseguido encontrar para eles. Seriam eles capazes de entrar na cidade sem a sua ajuda? Teriam sido capazes de faz?-lo, Sartes corrigiu-se a si pr?prio, porque, naquele momento, de uma forma ou de outra, alguma coisa j? teria acontecido. Eles teriam encontrado outra porta, ou uma forma alternativa de entrarem na cidade, n?o teriam? Eles tinham de o ter feito, porque, de outra forma, qual era a alternativa? Sartes n?o queria pensar nisso, mas era imposs?vel de evitar. A alternativa era eles terem falhado. Na melhor das hip?teses, talvez tivessem percebido que n?o havia nenhuma maneira de entrarem sem tomarem um port?o, e tenham dado por si encurralados l? enquanto o ex?rcito avan?ava. Na pior das hip?teses... na pior das hip?teses, eles podiam at? j? estar mortos. Sartes abanou a cabe?a. Ele n?o iria acreditar nisso. Ele n?o podia. Ceres iria encontrar uma maneira de passar por tudo aquilo e vencer. Anka era t?o engenhoso como qualquer pessoa que ele j? tivesse conhecido. O seu pai era forte e s?lido, enquanto os outros rebeldes tinham a determina??o que vinha com o facto de saberem que a sua causa era justa. Eles iriam encontrar uma maneira de dominar. Sartes tinha de pensar que o que estava a acontecer com ele seria tempor?rio tamb?m. Os rebeldes iriam ganhar, o que significava que eles iriam capturar Stephania e que ela iria dizer-lhes o que tinha feito. Eles viriam atr?s dele, da mesma forma que o seu pai e Anka tinham vindo quando ele havia estado preso no acampamento do ex?rcito. Mas a que lugar eles teriam de ir. Sartes olhava para fora enquanto a carro?a percorria o seu caminho aos pinotes atrav?s da paisagem, e viu que a sua monotonia dava lugar a buracos e arredores rochosos, a borbulhar lagoas de escurid?o e calor. Mesmo de onde ele estava, ele conseguia sentir o cheiro forte e amargo do betume. Havia pessoas ali, a trabalhar em filas. Sartes conseguia ver as correntes a lig?-los aos pares enquanto eles dragavam o betume com baldes e o recolhiam para que outros o pudessem usar. Ele conseguia ver sobre eles os guardas de p? com chicotes e, enquanto Sartes observava, um homem sucumbiu com a pancada que estava a receber. Os guardas libertaram-no das suas correntes e pontapearam-no at? ao lago de betume mais pr?ximo. O betume demorou muito tempo a engolir os gritos dele. Naquele momento, Sartes quis desviar o olhar mas n?o conseguiu. Ele n?o conseguia tirar os olhos do horror de tudo aquilo. Das gaiolas ao ar livre que eram obviamente as casas dos prisioneiros. Dos guardas que os tratavam como nada mais do que animais. Ele ficou a observar at? a carro?a parar e ser aberta por soldados com armas numa m?o e correntes na outra. "Prisioneiros saiam", gritou um. "Saiam, ou incendiamos esta carro?a com voc?s ai dentro, sua escumalha!" Em desordem juntamente com os outros, Sartes saiu para a luz. Agora ele poderia assimilar todo o horror daquilo. Os vapores do local eram quase avassaladores. Os lagos de betume ? volta deles borbulhavam em estranhas e imprevis?veis combina??es. Mesmo enquanto Sartes observava, um peda?o de terra perto de um dos lagos cedeu, caindo para dentro do betume. "Estes s?o os lagos de betume", anunciou o soldado que tinha falado. "N?o te incomodes a tentar habituares-te a eles. Voc?s todos ir?o morrer muito antes de isso acontecer." A pior parte era que eles talvez tivessem raz?o, suspeitou Sartes quando eles lhe puseram uma algema no tornozelo. CAP?TULO CINCO Thanos fez deslizar o seu pequeno barco pelo xisto da praia acima, desviando o olhar dos grilh?es fixados abaixo da linha da mar?. Ele fez o seu caminho at? sair da praia, sentindo-se exposto a cada passo que dava na rocha cinzenta daquele lugar. Seria demasiado f?cil ser visto ali, e Thanos, definitivamente, n?o queria ser visto num lugar como aquele. Ele escalou por um caminho e parou, sentindo a raiva juntar-se ? sua repulsa ao ver o que estava ao longo de cada lado do caminho. Estavam ali instrumentos, forcas e espig?es, rodas de tortura e cadafalso, todos, obviamente, destinados a dar uma morte desagrad?vel para aqueles que l? estavam. Thanos tinha ouvido falar da Ilha dos Prisioneiros, mas mesmo assim, a crueldade daquele lugar tinha feito com que ele o quisesse destruir completamente. Ele continuou pelo caminho acima, a pensar em como seria para qualquer um que fosse levado l? para baixo, cercado por paredes rochosas e sabendo que s? a morte o aguardava. Tinha Ceres realmente acabado naquele lugar? Pensar nisso era o suficiente para Thanos sentir um n? no est?mago. ? frente, Thanos ouviu gritos, vaias e lam?rias que quase pareciam como se fossem tanto de animais como de humanos. Houve algo naquele som que o fez congelar, com o seu corpo a dizer-lhe para estar pronto para a viol?ncia. Apressou-se a sair do caminho, levantando a cabe?a acima do n?vel das rochas que bloqueavam a sua vis?o. O que ele viu para l? das rochas f?-lo ficar pasmado a olhar. Um homem estava a correr, com os p?s descal?os que deixavam manchas de sangue no ch?o de pedra. Ele usava roupas que estavam rasgadas e despeda?adas, com uma manga solta do ombro e uma grande racha nas costas que mostrava uma ferida por baixo. Ele tinha o cabelo selvagem e uma barba ainda mais selvagem. Apenas o fato de as suas roupas rasgadas serem de seda mostrava que ele n?o tinha vivido de uma forma selvagem toda a sua vida. O homem atr?s dele parecia, se alguma coisa, ainda mais selvagem. Havia algo nele que fazia com que Thanos se sentisse como a presa de um qualquer animal enorme apenas a olhar para ele. Ele usava uma mistura de couros que parecia terem sido roubados de uma d?zia de diferentes fontes, e tinha manchas de lama num padr?o que Thanos suspeitava ter sido desenhado para que ele se misturasse com a floresta. Ele segurou um taco e uma adaga pequena, e os gritos que emitia, enquanto perseguia o outro homem faziam com que Thanos ficasse com os cabelos em p?. Por instinto, Thanos come?ou a avan?ar. Ele n?o podia ficar de bra?os cruzados a assistir a algu?m a ser assassinado, at? mesmo ali, onde todos os que tinham sido para l? enviados tinham cometido algum crime. Ele desatou a correr subida acima, descendo depois at? um local onde os dois passariam a correr. O primeiro dos homens esquivou-se ? sua volta. O segundo parou com um sorriso de dentes afiados. "Parece que temos outro para apanhar", disse ele, investindo contra Thanos. Thanos reagiu com a velocidade de quem treina h? muito, desviando-se a balan?ar do primeiro golpe de faca. O taco apanhou-a no ombro, mas ele ignorou a dor. Ele rodou o seu punho bruscamente, sentindo o impacto ao ligar-se ? mand?bula do outro homem. O homem selvagem caiu, ficando inconsciente antes de bater no ch?o. Thanos olhou em volta e viu o primeiro homem a olhar para ele. "N?o te preocupes", disse Thanos, "Eu n?o te vou magoar. Chamo-me Thanos." "Herek", disse o outro homem. Para Thanos, a sua voz parecia enferrujada, como se ele n?o falasse com ningu?m h? muito tempo. "Eu…" Outro grito surgiu de tr?s na dire??o da ?rea arborizada da ilha. Parecia serem muitas vozes reunidas em algo que mesmo a Thanos lhe parecia aterrador. "R?pido, por aqui." O outro homem agarrou o bra?o de Thanos, puxando-o para uma s?rie de rochas mais altas. Thanos seguia, agachando-se num espa?o que n?o conseguia ser visto do caminho principal, mas onde eles ainda conseguiam ver sinais de perigo. Enquanto estavam ali agachados, Thanos conseguia sentir que o outro homem estava com medo. Ele tentava ficar o mais im?vel poss?vel. Thanos desejava que lhe tivesse ocorrido apanhar a faca do homem que ele tinha atirado ao ch?o, mas j? era tarde demais para isso. Em vez disso, apenas lhe restava ficar ali enquanto eles esperavam que os outros perseguidores descessem ao local onde eles tinham estado. Ele viu-os a aproximarem-se em grupo, e nenhum deles era igual. Todos tinham armas que obviamente tinham sido feitas com qualquer coisa que tivessem ? m?o, enquanto aqueles que ainda usavam mais do que simples peda?os de roupa vestiam uma estranha mistura de coisas, obviamente roubadas. Havia homens e mulheres ali, que pareciam esfomeados e perigosos, meio-famintos e ferozes. Thanos viu uma das mulheres a tocar o homem inconsciente com o seu p?. Naquele momento, ele sentiu um arrepio de medo, porque se o homem acordasse, ele poderia dizer aos outros o que tinha acontecido, e isso ia p?-los ? procura. No entanto, ele n?o acordou, porque a mulher ajoelhou-se e cortou-lhe a garganta. Thanos ficou tenso com aquilo. Ao seu lado, Herek colocou-lhe a m?o no bra?o. "Os Abandonados n?o t?m tempo para fraquezas de qualquer tipo", sussurrou ele. "Eles atacam qualquer um que consigam, porque aqueles l? em cima na fortaleza n?o lhes d?o nada." "Eles s?o prisioneiros?", perguntou Thanos. "Todos n?s somos prisioneiros aqui", respondeu Herek. "At? mesmo os guardas s?o simplesmente presos que subiram ao topo e que apreciam a crueldade o suficiente para fazer o trabalho do Imp?rio. S? que tu n?o ?s um prisioneiro, pois n?o? Tu n?o pareces ter passado pela fortaleza." "N?o sou", admitiu Thanos. "Este lugar... s?o prisioneiros a fazer isto a outros prisioneiros?" O pior era que ele conseguia imaginar. Era o tipo de coisa que o rei, o seu pai, podia pensar. Colocar prisioneiros numa esp?cie de inferno e, depois, dar-lhes a hip?tese de evitar mais dor apenas caso eles comandassem aquilo. "Os Abandonados s?o os piores", disse Herek. "Se os prisioneiros n?o se subjugarem, se eles forem muito loucos ou muito teimosos, se n?o trabalharem ou ripostarem muito, s?o mandados para aqui sem nada. Os guardas perseguem-nos. A maioria implora para ser trazida de volta." Thanos n?o queria pensar sobre isso, mas tinha de o fazer, porque Ceres poderia estar ali. Ele mantinha os olhos no grupo de prisioneiros selvagens enquanto continuava a sussurrar para Herek. "Eu estou ? procura de uma pessoa", disse Thanos. "Ela talvez tenha sido trazida para aqui. O nome dela ? Ceres. Ela lutou no Stade." "A princesa lorde de combate", sussurrou-lhe Herek. "Eu vi-a a lutar no Stade. Mas n?o, eu teria sabido se ela tivesse sido trazida para aqui. Eles gostavam de fazer desfilar os rec?m-chegados ? nossa frente, para que eles pudessem ver o que os esperava. Eu ter-me-ia lembrado dela." O cora??o de Thanos mergulhou como uma pedra atirada numa po?a. Ele tinha tido tanta certeza de que Ceres estaria ali. Ele tinha feito tudo para chegar at? ali, simplesmente porque era a ?nica pista que ele tinha do seu paradeiro. Se ela n?o estava ali... onde ? que poderia estar? A esperan?a que ele tinha tido come?ou a desvanecer-se, com tanta certeza quanto o sangue que sa?a dos p?s de Herek, onde as rochas os tinham cortado. O sangue para o qual os Abandonados estavam a olhar fixamente, at? mesmo naquele momento, seguindo o seu rasto... "Corre!", gritou Thanos, com a urg?ncia a superar o seu desgosto ao mesmo tempo que arrastava Herek consigo. Ele passou por cima da terra despeda?ada das rochas, indo na dire??o da fortaleza, simplesmente porque ele achou que era uma dire??o que aqueles que os seguiam n?o quereriam tomar. No entanto, eles seguiram-nos. Thanos teve de puxar Herek consigo para mant?-lo a correr. Uma lan?a passou pela sua cabe?a. Thanos encolheu-se mas n?o parou. Ele atreveu-se a olhar para tr?s e as formas magras dos prisioneiros estavam a aproximar-se, a persegui-los com tanta certeza como uma matilha de lobos. Thanos sabia que tinha de se virar e lutar, mas ele n?o tinha armas. Na melhor das hip?teses, ele poderia apanhar uma pedra. Figuras, em couros escuros e t?nicas de correntes, erguiam-se das rochas em frente a segurar arcos. Thanos reagiu por instinto, arrastando-se a ele e a Herek para o ch?o. Flechas sobrevoaram e Thanos viu o grupo de prisioneiros selvagens a ca?rem como milho ceifado. Uma prisioneira virou-se para fugir mas uma flecha apanhou-a nas costas. Thanos levantou-se enquanto um trio de homens caminhava na dire??o deles. O que estava ? frente tinha cabelos grisalhos e rosto angular, e colocou o arco ?s costas quando se aproximou, desembainhando uma faca longa. "?s o pr?ncipe Thanos?", perguntou ele ao aproximar-se. Naquele momento, Thanos sabia que tinha sido tra?do. O capit?o contrabandista tinha desistido da sua presen?a, ou por causa do ouro ou porque simplesmente n?o se queria dar ao trabalho. Ele for?ou-se a ficar erguido. "Sim, sou eu", disse ele. "E tu ?s?" "Eu sou Elsius, guardi?o deste lugar. Em tempos chamavam-me de Elsius o Talhante. Elsius o Assassino. Agora, aqueles que eu mato merecem o seu destino." Thanos j? tinha ouvido aquele nome. Tinha sido um nome que as crian?as com quem ele havia crescido tinham usado para se tentarem assustar uns aos outros. Era o nome de um nobre que tinha matado sem parar. At? mesmo o Imp?rio pensou nele como sendo demasiado diab?lico para ficar em liberdade. Inventaram-se hist?rias das coisas que ele tinha feito aos que apanhava. Pelo menos, Thanos esperava que essas hist?rias tivessem sido inventadas. "Vais tentar matar-me agora?" Thanos tentou parecer desafiante, apesar de n?o ter armas. "Ah, n?o, meu pr?ncipe, temos planos muito melhores para ti. J? para a tua companhia... " Thanos viu que Herek tentou levantar-se, mas n?o foi suficientemente r?pido. O l?der avan?ou e esfaqueou-o com en?rgica efici?ncia, com a l?mina a deslizar para dentro e fora do outro homem sem parar. Ele segurava Herek, como se para impedi-lo de morrer antes de estar pronto. Finalmente, ele deixou cair o cad?ver do prisioneiro. Quando se virou para Thanos, o seu rosto era um ricto que n?o tinha quase nada de humano. "Qual ? a sensa??o de te tornares um prisioneiro, Pr?ncipe Thanos?", perguntou-lhe. CAP?TULO SEIS Lucious tinha-se habituado a amar o cheiro das casas em chamas. Havia algo reconfortante nisso, algo que o excitava tamb?m com a perspetiva de tudo o que estava por acontecer. "Espera por eles", disse ele, do seu poleiro no topo de um grande cavalo de batalha. Os seus homens estavam espalhados ? sua volta para cercar as casas que estavam a incendiar. Elas mal podiam ser consideradas casas, realmente. Eram apenas casebres t?o pobres de camponeses que nem sequer valia a pena saque?-los. Talvez eles filtrassem as cinzas depois. Por enquanto, por?m, havia que aproveitar e divertirem-se. Lucious viu um lampejo de movimento quando as primeiras come?aram a fugir das suas casas a gritar. Ele apontou uma manopla, com a luz do sol a apanhar o ouro da sua armadura. "Ali!" Ele esporeou o seu cavalo para que aquele galopasse, levantou uma lan?a e atirou-a para baixo na dire??o de uma das figuras em movimento. Ao lado dele, os seus homens apanhavam homens e mulheres, golpeando e matando, deixando-os viver apenas ocasionalmente quando parecia ?bvio que eles iriam ser mais lucrativos nos mercados de escravos. Lucious tinha descoberto que havia uma certa arte em incendiar uma aldeia. Era importante n?o se apressarem numa corrida cega e incendiarem tudo. Isso era o que os amadores faziam. Se se precipitassem, sem prepara??o, as pessoas iriam simplesmente fugir. Se incendiassem as coisas pela ordem errada, havia a possibilidade de ficarem para tr?s coisas valiosas. Se deixassem demasiados caminhos de fuga, as fileiras de escravos ficariam mais curtas do que era suposto. A chave era a prepara??o. Ele fez com que os seus homens se organizassem num cord?o fora da aldeia muito antes de cavalgar com a sua armadura t?o vis?vel. Alguns dos camponeses tinham fugido s? de o ver, e Lucious tinha gostado disso. Era bom ser temido. Era correto que assim fosse. Naquele momento, eles j? estavam na etapa seguinte, onde tinham queimado algumas das casas menos valiosas. A partir do topo, claro, arremessando tochas para os telhados de colmo. As pessoas n?o conseguiam fugir quando disparavam para os seus esconderijos ao n?vel do solo, e quando elas n?o conseguiam correr, n?o havia entretenimento. Mais tarde, haveria mais saques tradicionais, seguidos de tortura para com aqueles de quem se suspeitava terem simpatias rebeldes, ou que simplesmente escondiam objetos de valor. E depois as execu??es, ? claro. Lucious sorria s? de pensar nisso. Normalmente, ele s? dava exemplos. Naquele dia, por?m, ele ia ser mais... vasto. Ele deu por si a pensar em Stephania enquanto cavalgava pela aldeia, desembainhando a sua espada para cortar para a esquerda e para a direita. Habitualmente, ele n?o teria reagido bem ao ser rejeitado da forma que tinha sido. Se alguma das jovens mulheres daquela aldeia o tentasse, Lucious, provavelmente, iria mandar esfol?-la viva, em vez de simplesmente envi?-la para os fossos das escravas. Por?m, Stephania era diferente. N?o era s? porque ela era bonita e elegante. Ao pensar que ela era s? aquilo, ele pensava na ideia de ela simplesmente lhe obedecer como um animal de estima??o glorioso. Agora que ela tinha acabado por ser mais do que isso, Lucious percebeu que os seus sentimentos estavam a mudar, tornando-se maiores. Ela n?o era apenas o ornamento perfeito para um futuro rei; era algu?m que entendia a forma como o mundo funcionava, e que estava preparada para arranjar esquemas de forma a conseguir o que queria. Essa tinha sido a principal raz?o pela qual Lucious tinha decidido deix?-la ir; ele estava a gostar demasiado do jogo entre eles. Ele tinha-a encostado contra a parede e ela tinha estado disposta a derrub?-lo juntamente com ela. Ele questionava-se qual seria a pr?xima movimenta??o dela. Ele despertou dos seus pensamentos ao ver dois dos seus homens a deterem uma fam?lia com a ponta da espada: um homem gordo, uma mulher mais velha e tr?s filhos. "Porque ? que eles ainda est?o a respirar?", perguntou Lucious. "Sua alteza", implorou o homem, "por favor. A minha fam?lia sempre foi o s?bdito mais leal do teu pai. N?o temos nada a ver com a rebeli?o." "Ent?o est?s a dizer que eu estou enganado?", perguntou Lucious. "Somos fi?is, sua alteza. Por favor." Lucious inclinou a cabe?a para um lado. "Muito bem, tendo em conta a tua lealdade, vou ser generoso. Vou deixar que um dos teus filhos sobreviva. E at? vou deixar que sejas tu a escolher qual. Na verdade, ordeno-te que o fa?as." "M-mas... n?o podemos escolher entre as nossas crian?as", disse o homem. Lucious virou-se para os seus homens. "Veem? Mesmo quando eu lhes ordeno, eles n?o obedecem. Matem-nos a todos e n?o me fa?am perder tempo com mais como estes. Todos nesta vila devem ser mortos ou colocados nas fileiras de escravos. N?o me fa?am ter de repetir." Quando os gritos come?aram atr?s de si, ele afastou-se, vendo mais casas em chamas. Aquela manh? estava realmente a transformar-se numa bela manh?. CAP?TULO SETE "Trabalhem mais r?pido, suas crias pregui?osas!", gritou o guarda. Sartes estremeceu com o bater do chicote nas suas costas. Se ele pudesse, ter-se-ia virado e lutado contra o guarda, mas sem uma arma era puro suic?dio. Em vez de uma arma, ele tinha um balde. Acorrentado a um outro prisioneiro, era suposto ele recolher o betume e derram?-lo para dentro de grandes barris e ser levado de volta para longe dos lagos, onde podia ser usado para calafetar barcos e vedar telhados, alinhar as pedras mais suaves e impermeabilizar paredes. Era um trabalho duro e ter de faz?-lo acorrentado a outra pessoa tornava-o ainda mais dif?cil. O rapaz a quem Sartes estava acorrentado n?o era maior do que ele e parecia muito mais magro. Sartes ainda n?o sabia o seu nome, porque os guardas puniam qualquer um que falasse demais. Eles provavelmente pensavam que eles estavam a engendrar uma revolta, pensava Sartes. Olhando para alguns dos homens ao seu redor, talvez eles tivessem raz?o. Os lagos de betume eram um lugar para onde algumas das piores pessoas em Delos eram enviadas, e isso via-se. Havia brigas por comida, e simplesmente terminava para quem era mais forte, embora nenhum deles durasse muito tempo. Sempre que os guardas estavam a ver, os homens mantinham as suas cabe?as para baixo. Aqueles que n?o o faziam rapidamente eram espancados ou atirados para o betume. O rapaz que estava no momento acorrentado a Sartes n?o parecia se encaixar com tantos dos outros. Ele era magricela e esguio, parecendo que se podia partir com o esfor?o de puxar o betume dos lagos. A sua pele estava suja por causa disso e coberta de queimaduras onde o betume tinha tocado. Uma pluma de g?s afastou-se do lago. Sartes conseguiu prender a respira??o, mas o seu companheiro n?o teve tanta sorte. Ele come?ou a tossir. Sartes sentiu o estic?o na corrente quando o seu companheiro trope?ou e, ele viu, caiu de seguida. Sartes n?o teve de pensar. Deixou cair o balde, lan?ando-se para a frente esperando ser suficientemente r?pido. Ele sentiu os seus dedos em torno do bra?o do outro rapaz, que eram t?o finos que os dedos de Sartes pareciam uma segunda algema ? sua volta. O rapaz trope?ou em dire??o ao betume e Sartes puxou-o de l?. Sartes conseguia sentir o calor que vinha de l? e quase recuou ao sentir a sua pele a queimar. Em vez disso, ele continuou a segurar o outro rapaz, n?o o largando at? o ter posto em seguran?a em terra firme. O rapaz tossia e cuspia, parecendo estar a tentar formar palavras. "Est? tudo bem", Sartes assegurou. "Tu est?s bem. N?o tentes falar." "Obrigado", disse ele. "Ajuda-me... Os guardas…" "O que ? que est? a acontecer aqui?", gritou um guarda, com um golpe de chicote que fez Sartes gritar. "Porque ? que est?s a descansar aqui?" "Foram os vapores, senhor", disse Sartes. "Simplesmente, por um momento, levaram-no a melhor." Tal rendeu-lhe mais um golpe. Naquele momento, Sartes desejou ter uma arma. Algo que ele pudesse usar para contra-atacar. Mas n?o havia mais nada para al?m do balde, al?m de que havia demasiados guardas para isso. Claro que Ceres provavelmente teria encontrado uma maneira de lutar contra todos eles com o balde. Pensar nisso f?-lo sorrir. "Quando eu quiser que tu fales, eu digo-te", disse o soldado. Ele pontapeou o rapaz que Sartes tinha salvado. "Levanta-te, tu. Se n?o podes trabalhar, n?o serves para nada. Se n?o serves para nada, podes ir para dentro do betume como todos os outros." "Ele consegue ficar de p?", disse Sartes, e rapidamente ajudou o outro rapaz a fazer exatamente isso. "Olha, ele est? bem. Foram apenas os vapores." Desta vez, ele n?o se importou de o soldado lhe bater, porque pelo menos isso significava que ele n?o estava a bater no outro rapaz. "Voltem ao trabalho, ent?o, ambos voc?s. Voc?s j? desperdi?aram muito tempo." Eles voltaram para recolher o betume. Sartes fazia o seu poss?vel para recolher o m?ximo que conseguia, porque o outro rapaz claramente n?o estava ainda suficientemente forte para fazer muito. "Chamo-me Sartes", sussurrou ele, vigiando os guardas. "Bryant", sussurrou de volta o outro rapaz, embora parecesse nervoso ao faz?-lo. Sartes ouviu-o tossir novamente. "Muito obrigado, salvaste-me. Se algum dia eu poder pagar-te, f?-lo-ei." Ele calou-se quando os guardas passaram novamente. "Os vapores s?o maus", disse Sartes para o manter a conversar. "Eles comem os teus pulm?es", respondeu Bryant. "At? mesmo alguns dos guardas morrem." Ele disse-o como se fosse normal, mas Sartes n?o conseguia ver nada de normal naquilo. Sartes olhou para o outro rapaz. "Tu n?o te pareces muito com um criminoso." Ele viu o olhar de dor que atravessou o rosto do outro rapaz. "A minha fam?lia... o Pr?ncipe Lucious foi ? nossa quinta e queimou-a. Ele matou os meus pais. Ele levou a minha irm?. Ele mandou-me para aqui sem nenhuma raz?o." Era uma hist?ria demasiado familiar para Sartes. Lucious era mau. Tudo lhe servia de desculpa para causar sofrimento. Ele despeda?ava fam?lias s? porque ele podia. "Ent?o porque n?o fazer justi?a?", sugeriu Sartes. Ele continuava a escavar betume para fora do lago, certificando-se de que nenhum guarda se aproximava. O outro rapaz olhou para ele como se ele fosse louco. "Como ? que ? suposto eu fazer isso? Eu sou apenas uma pessoa." "A rebeli?o ? muito mais do que uma pessoa", salientou Sartes. "Como se eles se tivessem preocupado com o que acontece comigo", respondeu Bryant. "Eles nem sequer sabem que estamos aqui." "Ent?o n?s vamos ter de ir at? eles," Sartes sussurrou de volta. Sartes viu uma express?o de p?nico nas fei??es do outro rapaz. "N?o podes. Mesmo se falares em fugir, os guardas v?o pendurar-nos acima do betume e baixar-nos l? para dentro aos poucos. Eu j? vi isso. Eles v?o matar-nos." "E o que acontecer? se ficarmos aqui?" Sartes quis saber. "Se tivesses sido acorrentado a um dos outros hoje, o que ? que teria acontecido?" Bryant abanou a cabe?a. "Mas h? os lagos de betume e os guardas, e eu tenho a certeza que existem armadilhas. Os outros prisioneiros tamb?m n?o v?o ajudar." "Mas est?s a pensar nisso agora, n?o est?s?", perguntou Sartes. "Sim, haver? riscos, mas isso ? melhor do que morrer garantidamente." "Como ? que mesmo suposto n?s o fazermos?", perguntou Bryant. "Eles mant?m-nos em gaiolas durante a noite, e mant?m-nos amarrados um ao outro o dia todo." Sartes tinha uma resposta para isso, pelo menos. "Ent?o n?s vamos fugir juntos. Encontramos o momento certo. Confia em mim, eu sei como sair de situa??es m?s." Ele n?o disse que isso iria ser pior do que tudo o que ele j? havia confrontado antes e tamb?m n?o deixou que o seu novo amigo soubesse o qu?o m?s as probabilidades eram. Ele n?o precisava de assustar Bryant mais do que ele j? estava, mas eles efetivamente precisavam de ir. Ele sabia que se ficassem mais tempo nenhum deles sobreviveria. CAP?TULO OITO Enquanto caminhava entre o trio de prisioneiros, de volta em dire??o ? fortaleza que dominava a ilha, Thanos sentia-se t?o tenso quanto um animal prestes a saltar. A cada passo, ele dava por si ? procura de uma rota de fuga, mas, em terreno aberto, com os arcos que os seus captores seguravam, n?o havia nenhuma. "Bem que poderias ser sensato", disse Elsius atr?s dele. "Eu n?o vou dizer que o teu destino ser? melhor se fores junto connosco, mas vais durar mais tempo. N?o h? para onde fugir nesta ilha, exceto para os Abandonados, e eu vou-te apanhar muito antes disso." "Ent?o talvez eu devesse faz?-lo o quanto antes", disse Thanos, tentando encobrir a sua surpresa pelo outro homem ter lido as suas inten??es t?o facilmente. "Uma flecha nas costas n?o pode ser assim t?o mau." "N?o ? pior do que um golpe de espada", disse Elsius. "Oh sim, n?s ouvimos falar sobre isso, mesmo aqui. Os guardas trazem-nos not?cias quando nos atiram novas pessoas para castigar. Mas acredita em mim, se eu te apanhar, n?o haver? nada de r?pido nisso. Agora, continua a andar, prisioneiro." Thanos assim o fez, mas ele sabia que n?o conseguiria chegar at? a parte fortificada da ilha. Se ele o fizesse, nunca mais veria a luz do dia. O melhor momento para escapar era sempre cedo, enquanto ainda se tinha for?as. Portanto, Thanos continuou a olhar em redor, tentando avaliar o terreno e o seu momento. "N?o vai funcionar", disse Elsius. "Eu conhe?o os homens. Eu sei o que eles v?o fazer. ? incr?vel o que tu aprendes sobre eles, enquanto os cortas. V?s as suas almas verdadeiras nesse momento, acho eu." "Tu sabes o que eu acho?", perguntou Thanos. "Conta-me. Tenho a certeza de que o insulto vai trazer alegria ao meu dia. E dor ao teu." "Eu acho que tu ?s um cobarde", disse Thanos. "Eu ouvi falar dos teus crimes. Uns quantos assass?nios de pessoas que n?o s?o capazes de contra-atacar. Dirigir por pouco tempo um gangue de bandidos que lutaram por ti. ?s pat?tico." Thanos ouviu a gargalhada atr?s dele. "Oh, isso ? o melhor que consegues fazer?", perguntou Elsius. "Estou ofendido. O que ? que estavas a tentar fazer? Atrair-me para eu me aproximasse para que conseguisses atacar? Achas realmente que eu sou assim t?o est?pido? Voc?s os dois, detenham-no. Pr?ncipe Thanos, se te mexeres, eu coloco-te uma flecha em algum lugar doloroso." Thanos sentiu os bra?os dos dois guardas a envolverem-no, segurando-o firmemente no lugar. Eram homens fortes, obviamente usados ??para lidar com prisioneiros indisciplinados. Thanos sentiu-se a ser virado para ficar de frente para Elsius, que estava a segurar o seu arco absolutamente nivelado, pronto para disparar. Tal como Thanos tinha esperado. Thanos agitou-se contra os guardas que o prendiam e, em seguida, ouviu Elsius a rir-se. "N?o digas que eu n?o te avisei." Ele ouviu o som met?lico da corda do arco, mas Thanos n?o estava a trabalhar para se libertar da maneira que eles poderiam estar ? espera. Em vez disso, ele girou, arrastando um dos guardas na dire??o do caminho da flecha, sentindo o choque a percorrer o outro homem quando uma cabe?a de flecha apareceu do outro lado do seu peito. Thanos sentiu-se liberto quando o guarda agarrou a flecha, n?o hesitando. Ele atirou-se ao outro guarda, apanhando uma faca da sua cintura e empurrando-o contra Elsius. Com os dois entrela?ados, ele agarrou o arco do guarda que estava a morrer, apanhando tantas flechas quanto conseguia, enquanto corria. Thanos ziguezagueava enquanto percorria o seu caminho em cima de pedras fragmentadas, correndo para o abrigo mais pr?ximo. Provavelmente tinha-lhe salvado a vida ele n?o ter tentado correr de volta em dire??o ao seu barco, mas sim em dire??o ?s ?rvores. "N?o h? nada para esse lado a n?o ser os Abandonados!", gritou Elsius atr?s dele. Thanos baixou-se quando uma flecha assobiou ao passar pela sua cabe?a, suficientemente perto para lhe tocar no cabelo. O assassino atr?s dele era muito bom a disparar. Thanos disparou de volta, mal olhando. Se ele parasse por tempo suficiente para fazer pontaria corretamente, ele n?o tinha d?vida de que iria rapidamente ser morto por uma das flechas que passavam por si enquanto corria. Ou pior, ele podia simplesmente ficar ferido o suficiente para que Elsius o apanhasse e arrastasse para o lado fortificado da ilha. Thanos mergulhou para tr?s de uma pedra, ouvindo uma flecha l? ro?ar. Ele disparou novamente, correu e, em seguida, fez uma pausa, com algum instinto a faz?-lo esperar quando uma flecha passou de repente. Nesse preciso momento, ele correu na dire??o das ?rvores. Ele tentou que a sua corrida fosse imprevis?vel, mas prioritariamente, concentrou-se na velocidade. Quanto mais depressa ele chegasse ?s ?rvores para se proteger, melhor. Ele disparou outra flecha sem olhar, desviando-se para o lado por instinto enquanto uma outra flecha passava por si. Em seguida, atirou-se para tr?s da ?rvore mais pr?xima, exatamente no momento em que uma flecha perfurou o tronco. Thanos parou por um momento, a escutar. Por cima do bater do seu cora??o, ele conseguia ouvir Elsius a dar ordens. "V?o e tragam mais guardas", ordenou ele. "Eu pr?prio vou continuar a perseguir o nosso pr?ncipe." Thanos come?ou a rastejar por entre as ?rvores. Ele sabia que tinha de percorrer terreno naquele momento, antes que chegassem mais guardas armados. Em n?mero suficiente eles seriam facilmente capazes de cerc?-lo. E ent?o ele n?o seria capaz de fugir, independentemente de qu?o bem ele lutasse. No entanto, ele ainda tinha de ter cuidado. Ele conseguia ouvir Elsius algures atr?s dele, pelo barulho de ramos e pela quebra ocasional de galhos. O homem mais velho ainda tinha o seu arco, e ele j? tinha provado o qu?o disposto estava a us?-lo. "Eu sei que consegues ouvir-me", disse Elsius atr?s dele. O seu tom era de conversa??o, como se fosse a coisa mais normal do mundo falar assim com um homem que estava a tentar matar. "Ter?s ca?ado, ? claro, sendo um pr?ncipe." Thanos n?o respondeu. "Oh, eu sei", disse Elsius. "Tu n?o queres denunciar a tua posi??o. Queres ficar perfeitamente escondido e ? minha frente. As pessoas que eu costumava perseguir no mundo costumavam tentar fazer isso. Tamb?m n?o funcionou para eles." Uma flecha saiu das ?rvores, falhando Thanos por pouco, que se baixou. Ele disparou em resposta e, depois, desatou a correr por entre as ?rvores. "? mais isso", respondeu Elsius. "Certifica-te que de os Abandonados n?o te apanham. A mim, eles temem. Tu... tu ?s apenas uma presa." Thanos ignorou-o e continuou a correr, dando voltas e mais voltas aleatoriamente at? ter a certeza que j? havia uma dist?ncia suficiente entre ele e o seu perseguidor. Ele fez uma pausa. Ele j? n?o conseguia ouvir Elsius. No entanto, ele conseguia ouvir o som de algu?m a amaldi?o?-los, meio zangado, meio em pranto. Ele percorreu o seu caminho para a frente com cuidado, n?o confiando. N?o confiando em nada. Ele chegou ? beira de uma pequena clareira. Nela, para sua surpresa, estava uma mulher pendurada pelo seu tornozelo, de cabe?a para baixo, presa numa armadilha. O seu cabelo escuro estava preso numa tran?a que pendia para baixo, ro?ando o ch?o. Ela usava cal?as ?speras e t?nica de marinheiro, amarrada com uma faixa. Ela praguejava inquestionavelmente como um marinheiro enquanto tentava desenvencilhar-se da corda que a detinha, sem qualquer sucesso discern?vel. Todos os instintos de Thanos lhe diziam que aquilo era parte de alguma armadilha maior. Ou aquilo era uma manobra deliberada para atras?-lo, ou, na menor das hip?teses, o praguejar da mulher iria trazer rapidamente os Abandonados. No entanto, ele n?o poderia deix?-la assim. Thanos foi at? ? clareira, erguendo a faca que segurava. "Quem ?s tu?", perguntou a mulher. "Afasta-te, esc?ria dos Abandonados! Se eu tivesse a minha espada…" "Talvez seja melhor n?o fazeres barulho antes que atraias todos os prisioneiros para aqui", disse Thanos enquanto a libertava da armadilha. "Chamo-me Thanos." "Felene", respondeu a mulher. "O que ? que est?s aqui a fazer, Thanos?" "A fugir de homens que me querem matar, a tentar voltar para o meu barco", disse Thanos. Ele teve uma ideia e come?ou a repor o la?o da armadilha. "Tens um barco?", perguntou Felene. Thanos notou que ela mantinha a dist?ncia. "Uma maneira para sair deste rochedo abandonado pelos deuses? Parece que eu vou contigo, ent?o." Thanos abanou a cabe?a. "Talvez n?o queiras ficar perto de mim. As pessoas que me est?o a perseguir estar?o aqui em breve." "N?o pode ser pior do que o que eu tenho estado a lidar aqui at? agora." Mais uma vez, Thanos abanou a cabe?a. "Sinto muito, mas eu n?o te conhe?o. Tu podes estar nesta ilha para qualquer coisa. Pelo que sei, tu vais apunhalar-me pelas costas assim que eu te der uma oportunidade." A mulher parecia que ia argumentar, mas um som vindo das ?rvores f?-la olhar para cima como um cervo assustado e f?-la correr ainda mais para dentro da floresta. Thanos aproveitou a deixa dela e deslizou de volta para as ?rvores. Ele viu Elsius sair para a clareira, com o arco desembainhado. Thanos alcan?ou o arco que tinha apanhado, percebendo que j? n?o tinha flechas. Sem quaisquer melhores op??es, ele saiu detr?s da ?rvore onde estava escondido. "Eu pensei que serias uma melhor presa do que isto", disse Elsius. "Aproxima-te e vais descobrir o qu?o perigoso eu consigo ser", respondeu Thanos. "Oh, n?o ? assim que isto funciona", respondeu Elsius, mas ele deu um passo adiante de qualquer maneira. Thanos ouviu o estalido quando o la?o travou, e observou Elsius a ser puxado para cima. Ca?ram flechas da sua aljava. Thanos apanhou-as rapidamente e partiu de volta para as ?rvores. Ele j? conseguia ouvir os sons de outros que se aproximavam; Abandonados ou guardas, isso n?o importava. Thanos correu por entre as ?rvores, capaz de se dirigir para o seu barco agora que n?o estava a ser seguido. Ele pensou ter vislumbrado figuras atrav?s das folhagens e, atr?s de si, Thanos ouviu um grito que s? podia ser de Elsius. Um dos Abandonados saiu de rompante das ?rvores perto de Thanos, lan?ando-se para a frente. Thanos deveria ter sabido que n?o poderia esperar evit?-los a todos. O homem deu balan?o a um machado que parecia ter sido feito a partir do osso da perna de um inimigo morto. Thanos entrou no balan?o e apunhalou-o, empurrando-o para longe, e continuando a correr. Ele conseguia ouvir outros, naquele momento. Gritos de ca?a que vinham atrav?s das ?rvores. Ele surgiu de rompante em terreno aberto e viu um grupo de guardas de Elsius a aproximar-se vindos do outro lado. Thanos assustou-se quando, por tr?s dele, pelo menos, uma d?zia de figuras em armaduras fragmentadas apareceram das ?rvores. Thanos cortou para a direita, esquivou-se passando por uma figura que avan?ava, e continuou a correr quando os dois grupos colidiram um contra o outro. Alguns continuaram a persegui??o, mas Thanos viu mais alguns deles come?arem a lutar entre si. Ele viu os Abandonados a embaterem nos guardas numa onda e a lutarem contra eles. Eles tinham a ferocidade, mas aqueles do lado fortificado da ilha tinham armadura real e armas melhores. Thanos duvidava que eles tivessem alguma hip?tese de vencer, e ele n?o tinha a certeza se queria que eles vencessem. Ele correu em torno das rochas da ilha, tentando encontrar o seu caminho de volta para o seu barco. Se ele conseguisse chegar at? l?... bem, seria dif?cil, uma vez que os contrabandistas o haviam tra?do, mas ele iria encontrar uma maneira de sair da ilha. A parte dif?cil estava em tentar encontrar o seu caminho. Se ele tivesse corrido diretamente de volta ao longo da rota que ele tinha tomado em primeiro lugar, refazendo os seus passos, teria sido f?cil de encontrar, mas n?o teria conseguido fugir dos homens que o seguiam. Mas Thanos tamb?m n?o se atrevia a parar completamente, mesmo tendo os sons de persegui??o atr?s dele dado lugar a sons de batalha. Pareceu-lhe ter reconhecido o in?cio do caminho para a praia. Correu para baixo, mantendo os olhos abertos para poss?veis emboscadas. N?o parecia haver ningu?m ali. S? mais um pouco e ele estaria de volta ao seu barco e ele seria capaz… Ele dobrou a esquina da praia e parou. Um dos Abandonados estava ali, maci?o e musculado. Ele estava de p? sobre o barco de Thanos, ou, pelo menos, sobre o que restava dele. Enquanto Thanos observava, o prisioneiro atingia o barco com uma espada que parecia um palito de f?sforo nas suas m?os, partindo algumas das pranchas que permaneciam. Thanos ficou desesperado. Agora n?o havia forma de escapar. CAP?TULO NOVE Quando Lucious voltou para o castelo, as execu??es ainda continuavam. Era assim que deveria ser. Ele n?o queria que os seus homens terminassem aquilo muito rapidamente. Ele queria estar ali para se divertir. Mais do que isso, ele queria que Ceres estivesse ali para ver aquilo por tanto tempo quanto poss?vel. Lucious fez quest?o de olhar para cima em dire??o ? sua janela, onde ele sabia que ela estaria acorrentada no lugar, for?ada a olhar l? para fora para a cena por tanto tempo quanto poss?vel. Havia uma certa satisfa??o nisso. Muito mais do que havia em olhar para o p?tio onde as execu??es estavam para acontecer. L?, homens e mulheres estavam ajoelhados em fileiras, enquanto os carrascos se movimentavam entre eles com machados. Enquanto observava, ele viu um a empurrar um homem para o ch?o, erguendo o machado acima da cabe?a e balan?ando-o num arco perfeito que deixou uma cabe?a a rolar pelo ch?o. "O que ? isto?", quis saber Lucious, levantando a voz com raiva. Ele tinha estado afastado uma hora ou duas, no m?ximo. Mas, no entanto, parecia que toda uma linha de homens de Lorde Oeste j? tinha sido morta, praticamente todos decapitados. "Estamos apenas a fazer o que disseste, sua alteza", disse o carrasco. "Matar estes homens." "E a fazer uma bagun?a!", disse, de repente, Lucious. Ou melhor, eles n?o estavam a fazer bagun?a suficiente. "Decapit?-los? Eu quero que eles sofram! Quero que voc?s sejam inventivos. N?o vos disse para usarem todos os meios de execu??o de que se conseguissem lembrar?" "Muitos dos homens de Lorde Oeste t?m feito quest?o de dizer que s?o nobres", explicou o carrasco. "E que, como tal, t?m o direito de escolher a morte pela espada ou pelo machado em vez de…" Naquele momento, Lucious atingiu-o com a sua m?o coura?ada a afundar-se profundamente no est?mago do homem. O carrasco era um homem grande, mas com Lucious a bater-lhe assim com tanta for?a, ele ainda assim dobrou-se. Lucious arrebatou-lhe o machado das m?os num movimento r?pido e, em seguida, num movimento em redor atingiu as costas do carrasco. Quando ele caiu, a gritar, Lucious puxou a arma para fora. "Eles n?o t?m nenhum direito para al?m daqueles que eu digo que eles t?m! E mesmo com um machado, voc?s devem ser capazes de lhes dar uma morte digna de horror. Aqui, deixem-me que vos mostre!" Ele atacou uma e outra vez, golpeando o carrasco at? ter a certeza de que todos os outros ali entendiam o que os esperava se n?o obedecessem. Quando terminou, Lucious olhou em torno de um alvo adequado por onde come?ar. Talvez se ele desse um exemplo ?queles cretinos eles entendessem finalmente o que ele lhes era exigido. "Eu quero que voc?s fa?am disto algo sobre o qual as pessoas falar?o daqui a mil anos", disse ele. "? assim t?o dif?cil de entender? Eu quero que voc?s fa?am estes homens durarem antes de darem o seu ?ltimo grito. Eu quero que seja cortada a garganta a todos que oi?am os seus filhos falarem em se revoltarem, porque a alternativa ? t?o terr?vel. Agora, tragam-me Lorde Oeste. N?s vamos come?ar com ele." O sil?ncio que reinava no p?tio n?o fazia muito pelo humor de Lucious. "N?o me digam que voc?s j? o decapitaram." Lucious viu um dos torturadores a ser empurrado para a frente. "Bem, o que ? que se passa?" Конец ознакомительного фрагмента. Текст предоставлен ООО «ЛитРес». Прочитайте эту книгу целиком, купив полную легальную версию (https://www.litres.ru/pages/biblio_book/?art=43696599&lfrom=688855901) на ЛитРес. Безопасно оплатить книгу можно банковской картой Visa, MasterCard, Maestro, со счета мобильного телефона, с платежного терминала, в салоне МТС или Связной, через PayPal, WebMoney, Яндекс.Деньги, QIWI Кошелек, бонусными картами или другим удобным Вам способом.
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