*** Òâîåé Ëóíû çåëåíûå öâåòû… Ìîåé Ëóíû áåñïå÷íûå ðóëàäû, Êàê ñâåòëÿ÷êè ãîðÿò èç òåìíîòû,  ëèñòàõ âèøíåâûõ ñóìðà÷íîãî ñàäà. Òâîåé Ëóíû ïå÷àëüíûé êàðàâàí, Áðåäóùèé â äàëü, òðîïîþ íåâåçåíüÿ. Ìîåé Ëóíû áåçäîííûé îêåàí, È Áðèãàíòèíà – âåðà è ñïàñåíüå. Òâîåé Ëóíû – ïå÷àëüíîå «Ïðîñòè» Ìîåé Ëóíû - äîâåð÷èâîå «Çäðàâñòâóé!» È íàøè ïàðàëëåëüíûå ïóòè… È Ç

Um Rito de Espadas

Um Rito de Espadas Morgan Rice Anel Do Feiticeiro #7 Em UM RITO DE ESPADAS (Livro #7 da s?rie: O Anel do Feiticeiro), Thor luta com o seu legado, travando uma batalha interna para chegar a aceitar aquele que ? seu pai enquanto deve decidir se revela seu segredo e que curso de a??o ele deve tomar. De volta para casa no Anel, com Mycoples ao seu lado e a Espada do Destino em suas m?os, Thor est? determinado a vingar-se do ex?rcito de Andronicus, libertar a sua p?tria e, finalmente, propor casamento a Gwendolyn. Mas ele chega a descobrir que h? for?as ainda maiores do que a sua e que elas podem simplesmente colocar-se em seu caminho. Gwendolyn retorna e se esfor?a para se tornar o governante que est? destinada a ser, usando sua sabedoria para unir as for?as d?spares e expulsar Andronicus de uma vez por todas. Reunida com Thor e seus irm?os, ela se sente agradecida por uma tr?gua na viol?ncia e pela chance de comemorar sua liberdade. Mas as coisas mudam rapidamente, demasiado rapidamente e antes que ela perceba, sua vida ? virada de cabe?a para baixo novamente. Sua irm? mais velha, Luanda, presa de uma feroz rivalidade com ela, est? determinada a lutar pelo poder, enquanto o irm?o do Rei MacGil chega com seu pr?prio ex?rcito para tomar o controle do trono. Com espi?es e assassinos por todos os lados, uma aguerrida Gwendolyn descobre que ser rainha n?o ? t?o seguro quanto ela pensou. O amor de Reece por Selese finalmente tem a chance de florescer. Mas ao mesmo tempo, seu antigo amor reaparece e ele se v? dividido. Mas os tempos ociosos s?o logo superados pela batalha e Reece, Elden, O’Connor, Conven, Kendrick, Erec e at? mesmo Godfrey devem enfrentar e superar as adversidades juntos se quiserem sobreviver. Suas batalhas os levar?o para todos os cantos do Anel e derrubar Andronicus e salvar-se da destrui??o completa se convertem em uma corrida contra o tempo. Enquanto poderosas e inesperadas for?as batalham pelo controle do Anel, Gwen percebe que ela deve fazer o que for preciso para encontrar Argon e traz?-lo de volta. Em uma chocante reviravolta final, Thor aprende que, embora seus poderes sejam supremos, ele tamb?m tem uma fraqueza oculta – uma que poder? lev?-lo a sua queda final. Ser? que Thor e os outros liberar?o o Anel e derrotar?o Andronicus? Ser? que Gwendolyn se tornar? a rainha que todos precisam que ela seja? O que ser? da Espada do Destino, de Erec, Kendrick, Reece e Godfrey? E qual ? o segredo que Alistair est? escondendo? Com sua ambienta??o em um mundo sofisticado e sua caracteriza??o de ?poca, UM RITO DE ESPADAS ? um conto ?pico sobre amigos e amantes, rivais e pretendentes, sobre cavaleiros e drag?es, intrigas e maquina??es pol?ticas, sobre atingir a maioridade, cora??es partidos, decep??o, ambi??o e trai??o. ? uma hist?ria de honra e coragem, de destinos, de feiti?aria. ? uma fantasia que nos leva a um mundo que nunca esqueceremos e que vai interessar a todas as idades e g?neros. Morgan Rice Um Rito de Espadas (LIVRO #7 DA S?RIE: O ANEL DO FEITICEIRO) Sobre Morgan Rice Morgan Rice ? a autora do best-seller #1 DI?RIOS DE VAMPIROS, uma s?rie destinada a jovens adultos composta por onze livros (mais em progresso); da s?rie #1 e best-seller – TRILOGIA DE SOBREVIV?NCIA, um thriller p?s-apocal?ptico que compreende dois livros (outro ser? adicionado); da s?rie #1 e best-seller – O ANEL DO FEITICEIRO, composta por quatorze livros de fantasia ?pica (outros ser?o acrescentados). Os livros de Morgan est?o dispon?veis em ?udio e p?gina impressa e suas tradu??es est?o dispon?veis em: Alem?o, Franc?s, Italiano, Espanhol, Portugu?s, Japon?s, Chin?s, Sueco, Holand?s, Turco, H?ngaro, Checo e Eslovaco (em breve estar?o dispon?veis em mais idiomas). Morgan apreciar? muit?ssimo seus coment?rios, por favor, fique ? vontade para visitar www.morganricebooks.com (http://www.morganricebooks.com/), fa?a parte de nosso newsletter, receba um livro gratuito, ganhe brindes, baixe nosso aplicativo gratuito, obtenha as novidades exclusivas em primeira m?o, conecte-se ao Facebook e Twitter e permane?a em contato! Cr?tica aclamada sobre Morgan Rice “Uma fantasia vivaz que tece elementos de mist?rio e intriga em sua linha de hist?ria. EM BUSCA DE HER?IS se enfoca em armar-se de coragem e viver uma vida com prop?sito que leva ao crescimento, a maturidade e a excel?ncia… Para aqueles que buscam aventuras e fantasia substanciais, os protagonistas; o estratagema e a a??o fornecem um conjunto vigoroso de encontros que se concentram na evolu??o de Thor, de um garoto sonhador para um jovem adulto que enfrentar? enormes adversidades para sobreviver… Isso ? apenas o come?o do que promete ser uma s?rie ?pica juvenil.     Midwest Book Review (D. Donovan, e-Book Reviewer) “O ANEL DO FEITICEIRO re?ne todos os ingredientes para um sucesso instant?neo: tramas, intrigas, mist?rio, bravos cavaleiros e florescentes relacionamentos repletos de cora??es partidos, enganos e trai??es. O livro manter? o leitor entretido por horas e agradar? a pessoas de todas as idades. Recomendado para fazer parte da biblioteca permanente de todos os leitores do g?nero de fantasia”     --Books and Movie Reviews, Roberto Mattos “Uma divertida fantasia ?pica Morgan Rice [O ANEL DO FEITICEIRO] inclui tra?os cl?ssicos do g?nero e uma ambienta??o consistente fortemente inspirada na Esc?cia antiga e sua hist?ria, al?m de uma boa dose de intrigas da corte.”     —Kirkus Reviews “Eu amei a maneira como Morgan Rice construiu o personagem de Thor e o mundo em que ele vive. A paisagem e as criaturas que a ocupam foram muito bem descritas… Eu gostei muito [da trama]. Ela ? curta e doce… A quantidade de personagens secund?rios ? simplesmente a adequada, assim eu n?o me confundo com eles. H? aventuras e momentos angustiantes, mas a a??o descrita n?o chega a ser grotesca. O livro seria perfeito para um leitor adolescente… O in?cio de algo not?vel est? ali…”     --San Francisco Book Review “Neste primeiro livro cheio de a??o, da s?rie de fantasia ?pica O Anel do Feiticeiro, (composta atualmente por 14 ?timos livros), Morgan Rice apresenta aos leitores um jovem de 14 anos de idade: Thorgrin “Thor” McLeod, cujo sonho ? juntar-se ? Legi?o do Ex?rcito Prata, os cavaleiros de elite que servem ao rei… O estilo de Rice ? s?lido e a premissa ? intrigante. ”     --Publishers Weekly “[EM BUSCA DE HER?IS] ? uma s?rie r?pida e f?cil de ler. Os finais dos cap?tulos est?o escritos de maneira a instigar voc? a seguir lendo para ver o que acontece e fazem com que voc? n?o queira soltar o livro. H? alguns erros no livro e alguns nomes est?o misturados, mas isso n?o distrai da narrativa geral. O final do livro me fez querer come?ar a ler o seguinte livro imediatamente, e foi isso o que eu fiz. Todos os nove livros da s?rie O Anel do Feiticeiro podem ser comprados atualmente na loja do Kindle e Em Busca de Her?is j? est? dispon?vel em forma gratuita para que voc? possa come?ar sua leitura! Se voc? estiver buscando uma leitura r?pida e divertida durante as f?rias, este livro vai lhe proporcionar isso perfeitamente.”     --FantasyOnline.net Livros de Morgan Rice O ANEL DO FEITICEIRO EM BUSCA DE HER?IS (Livro #1) UMA MARCHA DE REIS (Livro #2) UM DESTINO DE DRAG?ES (Livro #3) UM GRITO DE HONRA (Livro #4) UM VOTO DE GL?RIA (Livro #5) UMA CARGA DE VALOR (Livro #6) UM RITO DE ESPADAS (Livro #7) UM ESCUDO DE ARMAS (Livro #8) UM C?U DE FEITI?OS (Livro #9) UM MAR DE ESCUDOS (Livro #10) UM REINADO DE A?O (Livro #11) UMA TERRA DE FOGO (Livro #12) UM GOVERNO DE RAINHAS (Livro #13) UM JURAMENTO DE IRM?OS (Livro #14) TRILOGIA DE SOBREVIV?NCIA ARENA UM: TRAFICANTES DE ESCRAVOS (Livro #1) ARENA DOIS (Livro #2) DI?RIOS DE UM VAMPIRO TRANSFORMADA (Livro #1) AMADA (Livro #2) TRA?DA (Livro #3) DESTINADA (Livro #4) DESEJADA (Livro #5) PROMETIDA EM CASAMENTO (Livro #6) JURADA (Livro #7) ENCONTRADA (Livro #8) RESSUSCITADA (Livro #9) SUPLICADA (Livro #10) DESTINADA (Livro #11) Ou?a a s?rie O ANEL DO FEITICEIRO em formato audiobook!! Copyright © Morgan Rice 2013 Todos os direitos reservados. Exceto os permitidos, sujeitos ? Lei de direitos autorais dos Estados Unidos de 1976, nenhuma parte desta publica??o pode ser reproduzida; distribu?da; ou transmitida, em qualquer forma ou por qualquer meio; ou armazenada em um banco de dados ou sistema de recupera??o, sem a pr?via autoriza??o da autora. Este e-book ? licenciado unicamente para seu usufruto pessoal. Este e-book n?o pode ser revendido ou cedido a outras pessoas. Caso voc? deseje compartilhar este livro com outra pessoa, por favor, adquira uma c?pia extra para cada uma delas. Se voc? estiver lendo este livro sem o haver comprado, ou o mesmo n?o foi adquirido para seu uso exclusivo, por gentileza, devolva-o e adquira sua pr?pria c?pia. Obrigada por respeitar o trabalho ?rduo desta autora. Esta ? uma obra de fic??o. Nomes, personagens, empresas, organiza??es, lugares, eventos e incidentes ou s?o o produto da imagina??o da autora ou s?o utilizados ficcionalmente. Qualquer semelhan?a com pessoas reais, vivas ou mortas, ? mera coincid?ncia. A imagem da capa ? de justdd, e usada sob licen?a da Shutterstock.com CONTE?DO CAP?TULO UM (#x11_x_11_i0) CAP?TULO DOIS (#x12_x_12_i0) CAP?TULO TR?S (#x13_x_13_i0) CAP?TULO QUATRO (#x14_x_14_i0) CAP?TULO CINCO (#x15_x_15_i0) CAP?TULO SEIS (#x16_x_16_i0) CAP?TULO SETE (#x17_x_17_i0) CAP?TULO OITO (#x18_x_18_i0) CAP?TULO NOVE (#x19_x_19_i0) CAP?TULO DEZ (#x20_x_20_i0) CAP?TULO ONZE (#litres_trial_promo) CAP?TULO DOZE (#litres_trial_promo) CAP?TULO TREZE (#litres_trial_promo) CAP?TULO QUATORZE (#litres_trial_promo) CAP?TULO QUINZE (#litres_trial_promo) CAP?TULO DEZESSEIS (#litres_trial_promo) CAP?TULO DEZESSETE (#litres_trial_promo) CAP?TULO DEZOITO (#litres_trial_promo) CAP?TULO DEZENOVE (#litres_trial_promo) CAP?TULO VINTE (#litres_trial_promo) CAP?TULO VINTE E UM (#litres_trial_promo) CAP?TULO VINTE E DOIS (#litres_trial_promo) CAP?TULO VINTE E TR?S (#litres_trial_promo) CAP?TULO VINTE E QUATRO (#litres_trial_promo) CAP?TULO VINTE E CINCO (#litres_trial_promo) CAP?TULO VINTE E SEIS (#litres_trial_promo) CAP?TULO VINTE E SETE (#litres_trial_promo) CAP?TULO VINTE E OITO (#litres_trial_promo) CAP?TULO VINTE E NOVE (#litres_trial_promo) CAP?TULO TRINTA (#litres_trial_promo) CAP?TULO TRINTA E UM (#litres_trial_promo) CAP?TULO TRINTA DOIS (#litres_trial_promo) CAP?TULO TRINTA E TR?S (#litres_trial_promo) CAP?TULO TRINTA E QUATRO (#litres_trial_promo) CAP?TULO TRINTA E CINCO (#litres_trial_promo) CAP?TULO TRINTA E SEIS (#litres_trial_promo) CAP?TULO TRINTA E SETE (#litres_trial_promo) CAP?TULO TRINTA E OITO (#litres_trial_promo) CAP?TULO TRINTA E NOVE (#litres_trial_promo) CAP?TULO QUARENTA (#litres_trial_promo) “Que tendes a confiar-me? Sendo assunto do bem p?blico, em frente de um dos olhos me p?es a honra e diante do outro a feia morte, e eu olharei para ambas indiferentemente. Sejam-me em tudo os deuses favor?veis, como a honra prezo e a morte eu n?o receio.”     --William Shakespeare     J?lio C?sar CAP?TULO UM Thorgrin estava montado nas costas de Mycoples, ela voava atrav?s da enorme extens?o dos campos do Anel, rumo ao Sul, dirigindo-se ao lugar onde Gwendolyn pudesse estar. Thor agarrava fortemente a Espada do Destino, ele olhou para baixo e viu esparramada, a expans?o infinita composta por um milh?o de homens do ex?rcito de Andronicus, ela cobria o anel como se fosse uma praga de gafanhotos. Ele sentiu o pulsar da espada na palma da m?o e sabia o que ela estava pedindo-lhe para fazer. Proteger o Anel. Expulsar os invasores. Era quase como se a espada estivesse ordenando-o a fazer isso – algo que Thor faria de bom grado. Muito em breve, Thor daria a volta e faria com que todos e cada um dos invasores pagassem caro. Agora que o escudo protetor havia sido restaurado, Andronicus e seus homens estavam presos; j? n?o era poss?vel que mais refor?os do Imp?rio pudessem ingressar ao Anel e Thor n?o descansaria at? matar todos e cada um dos homens do Imp?rio. Mas ainda n?o era o tempo de matar. A prioridade de Thor era o seu ?nico e verdadeiro amor, a mulher por quem ele havia estado ansiando desde que tinha havia deixado aquelas fronteiras: Gwendolyn. Thor morria de vontade de v?-la mais uma vez, morria de vontade de abra??-la e de saber que ela estava viva. Dentro do bolso de sua camisa, o anel de sua m?e ardia e ele mal podia esperar para d?-lo a Gwen, ele mal podia esperar para professar seu amor e pedi-la em casamento. Ele queria que ela soubesse que nada havia mudado entre eles, independentemente do que pudesse ter acontecido com ela. Thor ainda a amava tanto ou ainda mais do que antes e ele precisava que Gwen se convencesse disso. Mycoples roncou suavemente e Thor p?de sentir a vibra??o atrav?s das escamas dela. Thor percebia que Mycoples tamb?m estava ansiosa para chegar at? Gwendolyn, antes que algo acontecesse com ela. Mycoples descia e ia tra?ando seu caminho dentro e fora das nuvens, batendo suas grandes asas. Ela parecia contente de estar ali, dentro do Anel, levando Thor. O v?nculo entre ela e Thor simplesmente ia ficando cada vez mais forte; Thor sentia que Mycoples compartilhava todos os seus pensamentos e desejos. Era como montar em uma extens?o de si mesmo. Os pensamentos de Thor foram se desviando de Gwendolyn enquanto ele voava entrando e saindo das nuvens. As palavras da ex-rainha dominavam seus pensamentos e se repetiam em sua mente, por mais que Thor desejasse cal?-las. A revela??o da ex-rainha lhe do?a muito al?m do que ele poderia imaginar. Andronicus? Seu pai? N?o era poss?vel. Uma parte de Thor esperava que fosse apenas mais um dos jogos psicol?gicos e cru?is da ex-rainha, quem, afinal, o havia odiado desde o in?cio. Talvez ela quisesse inculcar falsos pensamentos em sua mente para poder perturb?-lo e mant?-lo longe de sua filha, qualquer que fossem os seus motivos. Thor queria desesperadamente acreditar que as coisas eram assim. Mas bem no fundo, quando a ex-rainha havia dito aquelas palavras, elas tinham ressoado dentro do corpo e da alma de Thor. Ele sentia que tais palavras podiam ser verdadeiras. Por mais que desejasse pensar o contr?rio, Thor soube – no exato segundo em que a ex-rainha as havia pronunciado – que Andronicus, de fato, era o seu pai. O pensamento pairava sobre Thor como um pesadelo. Ele sempre havia esperado e rezado, em algum lugar no fundo de sua mente, para que o seu verdadeiro pai fosse o Rei MacGil e tamb?m havia rezado para que de alguma forma Gwen n?o fosse realmente filha do Rei, assim os dois poderiam ficar juntos. Thor sempre tinha esperan?a de que no dia em que ele soubesse quem seu pai realmente era, tudo faria sentido no mundo e o seu destino se tornaria claro. Saber que seu pai n?o era um her?i era uma coisa. Ele poderia aceitar isso. Mas ao saber que seu pai era um monstro – o pior de todos os monstros – o homem que Thor, mais do que tudo queria ver morto, era demais para ele. Thor tinha o sangue de Andronicus em suas veias. O que isso poderia significar? Ser? que isso significava que ele, Thor, tamb?m estava destinado a se tornar um monstro? Isso significaria que ele tinha alguma m? inclina??o oculta em suas veias? Ser? que Thor estava destinado a se tornar como ele? Ou seria poss?vel que ele pudesse ser diferente do pai, apesar de compartilhar seu sangue? Ser? que o destino viajava atrav?s do sangue? Ou ser? que cada gera??o tra?ava o seu pr?prio destino? Thor tamb?m se esfor?ava para entender como tudo isso se relacionava com a Espada do Destino. Se a lenda fosse verdadeira ao afirmar que s? um MacGil poderia empunh?-la, significaria ent?o que Thor era um MacGil? Se assim fosse, como poderia Andronicus ser seu pai? N?o seria poss?vel que Andronicus, de alguma forma, fosse um MacGil? Pior ainda, como poderia Thor compartilhar uma not?cia dessas com Gwendolyn? Como ele poderia dizer-lhe que ele era o filho de seu inimigo mais odiado? O filho do homem que a havia atacado? Certamente, ela odiaria Thor. Ela iria ver o rosto de Andronicus toda vez que ela olhasse para Thor. Mesmo assim, Thor tinha de contar-lhe, ele jamais conseguiria ocultar esse segredo dela. Ser? que ele arruinaria seu relacionamento? O sangue de Thor fervia de raiva. Ele queria golpear Andronicus por ser seu pai, por ter feito tanto mal a ele. Enquanto voavam, Thor olhava para baixo e examinava a terra. Ele sabia que Andronicus estava l? embaixo, em algum lugar. Muito em breve, Thor iria v?-lo cara a cara. Ele iria encontr?-lo, confront?-lo e mat?-lo. Mas primeiro ele tinha de encontrar Gwendolyn. Eles atravessavam a Floresta do Sul e Thor sentia que ela estava perto. Ele tinha uma sensa??o de vazio no peito, a sensa??o de que algo horr?vel estava prestes a acontecer com ela. Ele pediu a Mycoples para voar mais e mais r?pido, sentindo que qualquer momento poderia ser o ?ltimo momento de Gwendolyn. CAP?TULO DOIS Gwendolyn estava sozinha no parapeito superior da Torre de Ref?gio, vestida com as vestes pretas que as freiras tinham lhe dado. Ela j? estava sentindo como se tivesse estado ali por toda a vida. Ela havia sido recebida em sil?ncio por apenas uma freira, sua guia, a qual havia falado com ela apenas uma vez, para instru?-la sobre as regras do lugar: n?o estava permitido falar, nem interagir com nenhuma das mulheres. Cada mulher vivia ali em seu pr?prio universo separado. Cada mulher queria estar sozinha. Aquela era uma torre de ref?gio, um lugar para aquelas que buscavam a cura. Ali, Gwendolyn estaria a salvo de todos os males do mundo. Mas tamb?m estaria sozinha. Completamente sozinha. Gwendolyn entendeu tudo muito bem. Ela tamb?m desejava estar sozinha. Ela ficou ali, no topo da torre, olhando para a vista deslumbrante das copas das ?rvores da floresta do Sul do Anel e se sentia mais sozinha do que nunca. Ela sabia que deveria ser forte, sabia que ela era uma lutadora. Ela era a filha de um rei e mulher, ou quase mulher de um grande guerreiro. Mas Gwendolyn tinha de admitir que por mais que ela desejasse ser forte, seu cora??o e seu esp?rito ainda estavam feridos. Ela morria de saudades de Thor e temia que ele nunca voltasse para ela. E mesmo que ele voltasse, Gwen temia que ele nunca mais desejasse estar ao seu lado novamente, quando ele descobrisse o que tinha acontecido com ela. Gwen tamb?m sentia um grande vazio sabendo que Sil?sia tinha sido destru?da, que Andronicus tinha sido vitorioso e que todos os seus entes queridos ou haviam sido capturados ou j? estavam mortos. Andronicus estava em toda parte agora. Ele havia ocupado o Anel completamente e n?o restava mais nenhum lugar para onde ir. Gwen se sentia sem esperan?as, exausta; muito esgotada para algu?m de sua idade. Pior ainda, ela sentia que havia decepcionado todo mundo; ela sentia que era como se j? tivesse vivido muitas vidas, ela j? n?o queria ver mais nada. Gwendolyn deu um passo ? frente e subiu na borda, na borda do parapeito, al?m dos limites onde ela poderia estar. Ela abriu os bra?os lentamente e estendeu as palmas das m?os para cima. Ela sentiu uma rajada de vento frio, dos ventos gelados do inverno. Eles afetaram o seu equil?brio e ela balan?ou ? beira do precip?cio. Ela olhou para baixo e viu a o abismo profundo aos seus p?s. Gwendolyn olhou para o c?u e pensou em Argon. Ela se perguntava onde ele estaria, se ele estaria preso em seu pr?prio universo, cumprindo sua puni??o por causa dela. Ela daria qualquer coisa para v?-lo ali, para ouvir a sabedoria dele por ?ltima vez. Talvez isso a salvasse e fizesse com que ela desse a volta. Mas ele se havia ido. Ele tamb?m tinha pagado um alto pre?o e n?o podia voltar. Gwen fechou os olhos e pensou mais uma vez em Thor. Se t?o somente ele estivesse ali, ele poderia mudar tudo. Se ao menos houvesse uma pessoa viva no mundo que realmente a amasse, talvez isso lhe desse uma raz?o para continuar a viver. Ela olhou para o horizonte, esperando al?m da raz?o, poder ver Thor. Quando olhou para as nuvens que se moviam rapidamente, Gwen pensou ter ouvido vagamente, em algum lugar no horizonte, o rugido de um drag?o. Era t?o distante, t?o suave, ela devia estar imaginando coisas. Era apenas sua mente pregando pe?as nela. Ela sabia que n?o era poss?vel que algum drag?o estivesse ali, dentro do Anel. Da mesma forma que ela sabia que Thor estava longe, perdido para sempre no Imp?rio, em algum lugar de onde ele nunca mais voltaria. As l?grimas rolaram pelo rosto de Gwen enquanto ela pensava em Thor, na vida que poderiam ter tido. Eles haviam estado t?o unidos antes. Ela imaginou o olhar em seu rosto, o som de sua voz, seu riso. Ela tinha estado t?o segura de que eles eram insepar?veis, segura de que nada nunca iria arrancar um do outro. “THOR!” Gwendolyn jogou a cabe?a para tr?s e gritou, balan?ando na borda. Ela desejou ardentemente que ele voltasse para ela. Mas a voz dela ecoou no vento e desvaneceu. Thor estava a um mundo de dist?ncia. Gwendolyn se inclinou e segurou o amuleto que Thor havia lhe dado, aquele que tinha salvado sua vida uma vez. Ela sabia que sua ?nica chance tinha sido utilizada. Agora, n?o havia mais chances. Gwendolyn olhou para baixo por cima da borda e viu o rosto de seu pai. Ele estava cercado por uma luz branca e estava sorrindo para ela. Ela se inclinou para frente e ficou com um p? pendurado sobre a borda, enquanto fechava os olhos para a brisa. Ela pairava ali, presa entre dois mundos, entre os vivos e os mortos. Ela estava perfeitamente equilibrada, mas ela sabia tamb?m que a pr?xima rajada de vento iria decidir por ela, em que dire??o ela iria. Thor, pensou ela. Perdoe-me. CAP?TULO TR?S Kendrick cavalgava diante do vasto e crescente ex?rcito de MacGils, silesianos e conterr?neos libertos do Anel enquanto todos eles sa?am pelos port?es principais de Sil?sia em dire??o ? estrada larga que os levava ao Leste, para encontrar o ex?rcito de Andronicus. Ao lado dele cavalgavam Srog, Brom, Atme e Godfrey e atr?s deles, Reece, O’Connor, Conven, Elden e Indra, al?m de milhares de guerreiros. Enquanto cavalgavam, eles passavam ao lado dos corpos carbonizados de milhares de soldados do Imp?rio, eles estavam negros e rijos, queimados pelo sopro das labaredas do drag?o; os outros jaziam mortos, marcados pela Espada do Destino. Thor havia desencadeado ondas de destrui??o, como se fosse um ex?rcito de um homem s?. Kendrick processava os acontecimentos e estava completamente admirado com o alcance da destrui??o de Thor, o poder de Mycoples e da Espada do Destino. Kendrick estava maravilhado com o rumo dos acontecimentos. H? apenas alguns dias, todos tinham sido presos sob o jugo de Andronicus e for?ados a admitir a derrota; Thor ainda se encontrava no Imp?rio, a Espada do Destino n?o passava de um sonho perdido e havia pouca esperan?a de seu retorno. Kendrick e os outros tinham sido crucificados e abandonados para morrer na cruz e parecia que tudo estava perdido. Mas agora eles cavalgavam novamente como homens livres, como soldados e cavaleiros, todos revigorados pela chegada de Thor e a mar? dos acontecimentos agora era favor?vel para eles. Mycoples tinha sido uma d?diva de Deus, uma for?a de destrui??o que havia ca?do do c?u; a cidade de Sil?sia agora permanecia livre e o interior do Anel, em vez de estar repleto de soldados do Imp?rio, estava cheio com os cad?veres de seus homens. A estrada que levava ao Leste estava coberta com seus cad?veres, at? onde a vista alcan?ava. No entanto, por mais encorajador que tudo isso fosse, Kendrick sabia que meio milh?o de homens de Andronicus estava ? espera deles, do outro lado das montanhas. Eles tinham sido repelidos temporariamente, mas ainda n?o tinham sido totalmente exterminados. Kendrick e os outros n?o iriam se contentar com ficar esperando sentados em Sil?sia que Andronicus se reagrupasse e atacasse mais uma vez. Eles tampouco lhe dariam a menor chance de escapar e recuar para o Imp?rio. O Escudo estava ativo e mesmo que Kendrick e os outros estivessem superados em n?mero pelos homens do Imp?rio, pelo menos agora eles teriam uma chance de lutar. Agora, o ex?rcito de Andronicus estava em fuga e Kendrick e os outros estavam determinados a continuar com a s?rie de vit?rias que Thor tinha come?ado. Kendrick olhou por cima do ombro para os milhares de soldados e homens livres que cavalgavam com ele e viu a determina??o em seus rostos. Todos eles tinham provado a escravid?o, provado o sabor da derrota e agora ele podia ver o quanto todos eles apreciavam mais uma vez sua liberdade. Liberdade n?o apenas para si mesmos, mas tamb?m para suas esposas e fam?lias. Todos e cada um deles estavam amargurados e determinados a fazer com que Andronicus pagasse por tudo o que havia feito, al?m de assegurar-se de que ele n?o atacaria novamente. Aquele era um ex?rcito de homens prontos para lutar at? a morte e todos cavalgavam como se fossem um s?. Em todos os lugares por onde cavalgavam, eles libertavam mais e mais homens, livrando-os de suas obriga??es enquanto absorviam novos membros e formavam um ex?rcito imenso que ficava cada vez maior. O pr?prio Kendrick ainda estava se recuperando de seu tempo na cruz. Seu corpo ainda n?o estava t?o forte como era antes e a dor em seus pulsos e tornozelos, machucados pelas cordas, ainda era muito persistente. Ele olhou para Srog, Brom e Atme, seus vizinhos durante o tempo em que ele esteve na cruz, ele viu que eles tamb?m j? n?o eram t?o fortes quanto tinham sido anteriormente. A crucifica??o tinha cobrado um alto tributo sobre todos eles. No entanto, todos eles ainda cavalgavam orgulhosamente, animados. N?o havia nada como a chance de lutar pela vida e a chance de obter vingan?a, para fazer com que algu?m se esquecesse de seus ferimentos. Kendrick estava radiante por ter seu irm?o mais novo Reece e os outros irm?os da Legi?o, os quais haviam regressado de sua miss?o, todos cavalgando ao seu lado, mais uma vez. Ele tinha ficado destro?ado ao observar o massacre dos soldados da Legi?o ali em Sil?sia, ent?o ter aqueles homens de regresso a casa aliviava um pouco a sua dor. Ele sempre esteve perto de Reece enquanto ele crescia, Reece havia sido seu protetor e tinha assumido o papel de um segundo pai para ele, durante todo o tempo em que o Rei MacGil tinha estado muito ocupado. Em alguns aspectos, o fato de que Reece era apenas seu meio-irm?o tinha permitido a Kendrick achegar-se mais a ele; n?o havia nenhuma press?o para que eles fossem mais unidos, ent?o eles se tornaram achegados de uma maneira totalmente natural. Kendrick nunca tinha sido capaz de achegar-se aos seus outros irm?os mais jovens – Godfrey havia passado seu tempo com aqueles desajustados na taverna e Gareth, bem Gareth era Gareth. Reece tinha sido o ?nico dos irm?os que tinham abra?ado o campo de batalha e que queria levar a mesma vida que Kendrick tamb?m tinha escolhido. Kendrick n?o poderia estar mais orgulhoso dele. No passado, quando Kendrick tinha cavalgado com Reece, ele sempre tinha sido seu protetor, sempre tinha estado de olho nele; mas desde o seu retorno, Kendrick podia ver que Reece tinha se tornado um verdadeiro guerreiro, ele estava mais aguerrido, por isso Kendrick j? n?o sentia a necessidade de estar pendente dele. Ele se perguntava que tipo de pen?rias Reece devia ter sofrido no Imp?rio para que ele fosse transformado em um guerreiro t?o endurecido e habilidoso. Kendrick estava ansioso para sentar-se com ele e ouvir suas hist?rias. Kendrick estava radiante por ver que Thor tamb?m estava de volta, n?o s? porque Thor os havia libertado, mas tamb?m porque ele gostava e respeitava Thor imensamente e se preocupava com ele como se fosse seu irm?o. Kendrick ainda reproduzia em sua mente a imagem de Thor dando a volta e empunhando a espada. Ele n?o conseguia superar isso. Era uma vis?o que ele jamais esperava ver em sua vida; na verdade, ele nunca esperou poder ver algu?m empunhar a Espada do Destino, muito menos Thor, seu pr?prio escudeiro, um menino franzino e humilde de uma aldeia agr?cola da periferia do Anel. Um forasteiro. Algu?m que nem sequer era um MacGil. Ou seria? Kendrick ficou imaginando. A lenda continuou dando voltas em sua mente: apenas um MacGil poderia empunhar a espada. No fundo de seu cora??o, Kendrick tinha de admitir que ele sempre esperou que ele mesmo pudesse ser o ?nico capaz de empunh?-la. Ele esperava que isso fosse o selo final sobre sua legitimidade como um verdadeiro MacGil, como o filho primog?nito. Ele sempre tinha sonhado que de alguma forma, um dia, as circunst?ncias lhe permitiriam tentar. Mas ele nunca tinha tido essa chance e tampouco invejava Thor por ter realizado tal fa?anha. Kendrick n?o era mesquinho; pelo contr?rio, ele maravilhava-se com o destino de Thor. No entanto, ele n?o podia compreend?-lo. A lenda seria falsa? Ou Thor seria um MacGil? Como isso era poss?vel? A menos que Thor tamb?m fosse filho do rei MacGil. Kendrick ponderava. Seu pai tinha sido conhecido por dormir com muitas mulheres fora de seu casamento, e de fato, foi em uma dessas aventuras que o pr?prio Kendrick tinha sido concebido. Seria por isso que Thor havia sa?do correndo de Sil?sia, depois de falar com sua m?e, a ex-rainha? O que eles haviam discutido, exatamente? Sua m?e n?o lhe diria. Aquela era a primeira vez que ela ocultava um segredo dele, de todos eles. Por que agora? Que segredo ela estaria escondendo? O que ela poderia ter dito, que tinha feito Thor fugir assim, deixando a todos sem dizer uma palavra? Tudo isso fez Kendrick pensar em seu pr?prio pai, em sua pr?pria linhagem. Por mais que ele desejasse o contr?rio, ele queimava por dentro com a ideia de que ele era um filho ileg?timo. Pela milion?sima vez ele se perguntou quem seria sua verdadeira m?e. Ele tinha ouvido v?rios rumores ao longo de sua vida sobre diferentes mulheres com quem o seu pai, o Rei MacGil, tinha dormido, mas ele nunca soube ao certo. Kendrick decidiu que quando tudo se acalmasse – se ? que isso sucederia – e as coisas no Anel voltassem ao normal, ele iria descobrir com certeza quem era sua m?e. Ent?o ele iria confront?-la. Ele iria perguntar-lhe por que ela o havia deixado, porque ela nunca tinha sido uma parte de sua vida. Como ela conheceu seu pai. Ele realmente s? queria conhec?-la; queria simplesmente ver o rosto dela; ver se ele se parecia com ela e fazer com que ela lhe dissesse que ele era de fato um filho leg?timo, t?o leg?timo como qualquer outra pessoa. Kendrick estava contente com o fato de que Thor tinha voado para longe para recuperar Gwendolyn, mas uma parte dele tamb?m desejava que Thor tivesse ficado. Eles estavam lan?ando-se em uma batalha contra dezenas de milhares de homens de Andronicus e o n?mero de seus soldados era bem menor. Kendrick sabia que eles precisavam de Thor e de Mycoples agora mais do que nunca. Mas Kendrick nasceu e foi criado como um guerreiro e ele n?o era homem de sentar-se e esperar que os outros travassem suas batalhas no lugar dele. Em vez disso, ele fez o que seu instinto lhe mandou fazer: cavalgar para enfrentar e conquistar o m?ximo do ex?rcito do Imp?rio que fosse poss?vel, com seus pr?prios homens. Ele n?o tinha armas especiais, tais como Mycoples ou a Espada do Destino, mas ele tinha suas pr?prias m?os, as mesmas que ele tinha usado desde que era um garoto. E isso sempre tinha sido suficiente. Eles subiram uma colina e ao chegar ao topo, Kendrick olhou para o horizonte e viu ao longe uma pequena cidade MacGil: L?cia, a primeira cidade ao leste de Sil?sia. Os cad?veres do Imp?rio bordejavam a estrada, era evidente que a onda de destrui??o causada por Thor tinha terminado ali. No horizonte distante, Kendrick podia ver um batalh?o de homens do ex?rcito de Andronicus recuando, cavalgando para o Leste. Ele sup?s que eles estavam voltando para o acampamento principal de Andronicus, para a seguran?a do outro lado das montanhas. O corpo principal do ex?rcito estava em retirada, mas eles tinham deixado para tr?s uma divis?o menor para tomar L?cia. Milhares de homens de Andronicus estavam estabelecidos na cidade, montando guarda diante dela. Igualmente vis?veis estavam os seus cidad?os, escravizados pelos soldados. Kendrick se lembrou do que tinha acontecido com os cidad?os de Sil?sia, de como eles tinham sido tratados e seu rosto ficou vermelho devido ao seu desejo de vingan?a. “ATACAR!” Kendrick exclamou. Ele levantou sua espada bem alto e atr?s dele ouviram-se os gritos vigorosos de milhares de soldados. Kendrick esporou seu cavalo e todos eles correram simultaneamente, descendo a colina, indo para L?cia. Os dois ex?rcitos se prepararam para enfrentar-se e apesar de estarem igualados em termos de n?meros, Kendrick sabia muito bem que eles n?o estavam igualados em termos de motiva??o. Essa divis?o remanescente do ex?rcito de Andronicus era formada por invasores em fuga, ao passo que Kendrick e seus homens estavam prontos para lutar por suas pr?prias vidas, prontos para proteger sua terra natal. Seu grito de guerra subiu aos c?us quando eles avan?aram para os port?es de L?cia. Eles vieram t?o r?pido que v?rias dezenas de soldados do Imp?rio que estavam montando guarda, se viraram e se entreolharam em total confus?o. Era evidente que eles n?o esperavam aquele ataque. Os soldados do Imp?rio deram a volta, correram para dentro dos port?es e giraram furiosamente as manivelas para baixar a ponte levadi?a. Mas eles n?o foram suficientemente r?pidos. V?rios dos arqueiros de Kendrick lideravam o caminho, eles dispararam habilmente suas flechas, as quais atingiam certeiramente o peito, as costas e os pontos fracos das armaduras dos homens do Imp?rio, matando-os instantaneamente. Kendrick arremessou uma lan?a e o mesmo fez Reece ao lado dele. Kendrick encontrou seu alvo: um grande guerreiro que apontava com um arco. Ele ficou impressionado ao ver a facilidade com que Reece arremessou sua lan?a e atravessou o cora??o de outro soldado. O port?o permaneceu aberto e os homens de Kendrick n?o hesitaram. Com um grande grito de guerra, eles irromperam pelos port?es, dirigindo-se diretamente para o cora??o da cidade, n?o dispostos a recuar diante de um confronto. Ouviu-se um grande ru?do de metal contra metal quando Kendrick e os outros levantaram espadas, machados, lan?as e alabardas ao encontrar-se com milhares de soldados do Imp?rio que avan?aram contra eles em seus cavalos. Kendrick foi o primeiro a fazer impacto, ele levantou seu escudo e bloqueou um golpe, ao mesmo tempo em que brandia sua espada e matava dois soldados. Sem hesitar, ele se virou e bloqueou outro golpe de espada, logo depois ele enfiou a espada na barriga de um soldado do Imp?rio. Enquanto o homem morria, Kendrick pensava em vingan?a; ele pensava em Gwendolyn, em seu povo, em todas as pessoas do Anel que haviam sofrido. Reece, ao lado dele, balan?ou sua ma?a e golpeou um soldado em um lado de sua cabe?a, derrubando-o do cavalo, logo depois ele levantou seu escudo e bloqueou um golpe lateral. Ele girou sua ma?a ao redor e abateu o seu atacante. Elden, ao lado dele, correu para a frente com seu grande machado e desceu-o sobre um soldado que apontava para Reece, o machado perfurou o escudo do soldado e atingiu seu peito. O’Connor disparou v?rias flechas com uma precis?o mortal, mesmo para uma dist?ncia t?o pequena, j? Conven lan?ava-se para a batalha e lutava de forma imprudente, ele ia avan?ando mais que todos os demais homens, sem nem mesmo se preocupar em levantar seu escudo. Ao inv?s disso, ele brandia duas espadas enquanto se dirigia para o grosso dos soldados do Imp?rio, como se quisesse morrer. Mas, surpreendentemente, ele n?o morria. Em vez disso, ele abatia os homens a torto e ? direita. Indra os seguia n?o muito atr?s. Ela era destemida, muito mais do que a maioria dos homens. Ela usava o punhal com habilidade e ast?cia, abrindo caminho atrav?s das fileiras e apunhalando os soldados do Imp?rio na garganta. Ao fazer isso, ela pensava em sua terra natal, pensava em quanto seu pr?prio povo tinha sofrido sob a bota opressora do Imp?rio. Um soldado do Imp?rio veio descendo seu machado para a cabe?a de Kendrick e ele n?o teve tempo de evit?-lo, ent?o ele se preparou para o golpe; por?m Kendrick ouviu um grande estrondo e viu quando seu amigo Atme, quem se encontrava ao lado dele, absorvia o golpe com seu escudo. Logo depois, Atme usou sua lan?a curta e perfurou os intestinos de seu atacante. Kendrick sabia que mais uma vez ele lhe devia sua vida. Quando outro soldado apontou diretamente contra Atme com um arco e flecha, Kendrick avan?ou, levantou sua espada e desferiu um golpe que atingiu o arco e o fez voar pelos ares, a flecha saiu disparada, sem rumo, voando por cima da cabe?a de Atme. Kendrick golpeou o cavalete do nariz do soldado com o punho de sua espada, derrubando-o do seu cavalo e fazendo com que ele fosse pisoteado at? a morte. Agora ele e Atme estavam quites. E assim prosseguiu a batalha, cada ex?rcito ia golpe a golpe, homens ca?am em ambos os lados, por?m os que mais ca?am eram os homens do Imp?rio, enquanto os homens de Kendrick, alimentados pela raiva, avan?avam mais e mais cidade adentro. Finalmente, seu ?mpeto varreu a todos como uma mar?. Os homens do Imp?rio eram guerreiros fortes, mas eles estavam acostumados apenas a atacar e foram pegos de surpresa; assim, eles n?o foram capazes de organizar-se e conter a onda destrutiva do ex?rcito de Kendrick. Eles sofriam as investidas e ca?am em enormes quantidades. Depois de quase uma hora de intensos combates, as perdas do Imp?rio ocasionaram uma retirada em grande escala. Algu?m do seu lado tocou uma corneta e um por um, os soldados come?aram a retirar-se cavalgando para longe, tentando sair da cidade. Com um grito ainda mais alto, Kendrick e seus homens se lan?aram atr?s deles, perseguindo-os por todo o caminho atrav?s de L?cia e perseguindo-os fora dos port?es traseiros. O restante do batalh?o do Imp?rio, talvez uma centena de homens, cavalgavam por suas vidas em um caos semiorganizado, enquanto corriam em dire??o ao horizonte. Ouviu-se outro grande grito em L?cia, eram os cativos MacGil que haviam sido libertados. Os homens de Kendrick cortaram suas cordas e os libertaram enquanto prosseguiam. Os ex-cativos n?o perderam tempo: eles rapidamente tomaram os cavalos e as armas dos cad?veres dos soldados do Imp?rio e juntaram-se aos homens de Kendrick. O ex?rcito de Kendrick aumentou para quase o dobro do seu tamanho e milhares de seus homens agora perseguiam os soldados do Imp?rio. Eles subiam e desciam as colinas fechando o cerco sobre eles. O’Connor e os outros arqueiros conseguiram derrubar alguns deles, seus corpos ca?am aqui e ali. A persegui??o continuou, Kendrick se perguntava para onde eles estariam indo, quando ele e seus homens subiram uma colina particularmente alta. Ao olhar para baixo ele viu uma das maiores cidades MacGil ao leste de Sil?sia: Vin?sia, ela estava situada entre duas montanhas, alojada no vale. Era uma cidade importante, muito maior do que L?cia, com suas grossas muralhas de pedra e seus s?lidos port?es de ferro. Era para l?, Kendrick percebeu, que os homens restantes do batalh?o do Imp?rio tinham fugido, visto que a cidade estava protegida por dezenas de milhares de homens de Andronicus. Kendrick fez uma pausa com os seus homens no topo da colina e avaliou a situa??o. Vin?sia era uma cidade grande e eles estavam em n?mero bem menor. Ele sabia que seria temer?rio tentar e que a medida mais segura a tomar seria voltar para Sil?sia e estar gratos pela sua vit?ria naquele dia. Mas Kendrick n?o estava com disposi??o para decis?es seguras e tampouco estavam seus homens. Eles queriam sangue. Eles queriam vingan?a. E em um dia como aquele, as probabilidades j? n?o importavam mais. J? era hora de que os homens do Imp?rio soubessem de que os MacGils estavam feitos. “ATACAR!” Kendrick gritou. Um forte grito se ouviu e milhares de homens correram para a frente, avan?ando de forma imprudente, morro abaixo, em dire??o ? cidade grande e ao seu maior oponente, todos preparados para renunciar ?s suas vidas e para arriscar tudo pela honra e pelo valor. CAP?TULO QUATRO Gareth tossia e ofegava enquanto ia percorrendo tropegamente seu caminho atrav?s da paisagem desolada. Os l?bios ele estavam rachados devido ? falta de ?gua, seus olhos estavam fundos e com olheiras. Ele havia passado por dias angustiantes durante os quais, mais de uma vez, ele pensou que morreria. Gareth tinha escapado por um triz dos homens de Andronicus em Sil?sia, ele havia se escondido em uma passagem secreta metida na parede e ficou ali aguardando. Ele havia permanecido ali, metido como um rato dentro da escurid?o, ? espera de um momento oportuno. Ele sentia que tinha estado ali por v?rios dias. Ele havia testemunhado tudo, tinha visto com descren?a quando Thor tinha chegado montado em um drag?o, tinha visto tamb?m quando ele matou todos aqueles homens do Imp?rio. No meio da confus?o e do caos que se seguiu, Gareth encontrou a sua chance de escapar. Gareth tinha se esgueirado para fora atrav?s do port?o traseiro de Sil?sia, enquanto ningu?m estava olhando e tinha tomado a estrada Sul. Ele havia tra?ado o seu caminho ao longo da borda do Canyon, caminhando sempre pela floresta, de modo a n?o ser detectado. J? n?o era necess?ria tanta precau??o. As estradas estavam desertas, mesmo. Todo mundo estava fora no Leste, lutando na grande batalha pelo Anel. Enquanto prosseguia, Gareth observava os corpos carbonizados dos homens de Andronicus, eles cobriam todo o caminho, ent?o ele percebeu que as batalhas ali no Sul, j? tinham sido travadas. Gareth fez o seu caminho avan?ando cada vez mais para o Sul, seu instinto o conduzia de volta ? Corte do Rei, ou para o que restasse dela. Ele sabia que ela havia sido devastada pelos homens de Andronicus e que provavelmente estivesse em ru?nas, mas ainda assim, ele queria ir para l?. Ele queria ficar longe de Sil?sia e ir para o lugar que ele sabia que poderia ser um porto seguro. O ?nico lugar que todos os outros tinham abandonado. O ?nico lugar do qual ele, Gareth, uma vez havia sido rei supremo. Ap?s dias de caminhada, j? se encontrando fraco e delirante de fome, Gareth finalmente tinha sa?do do bosque e visto ? dist?ncia, a Corte do Rei. L? estava ela, suas paredes ainda estavam de p?, pelo menos parcialmente, embora estivessem carbonizadas e em ru?nas. Ao seu redor estavam os cad?veres dos homens de Andronicus, evidenciando que Thor havia estado ali. Com exce??o dos cad?veres, a corte se encontrava vazia, n?o havia nada mais, al?m do assobio do vento. Tudo isso era perfeito para Gareth. De todas as maneiras, ele n?o estava pensando em entrar na cidade. Ele tinha ido ali em busca de uma pequena estrutura escondida do lado de fora dos muros da cidade. Era um lugar que ele havia frequentado quando crian?a, uma estrutura circular de m?rmore, que se elevava apenas alguns metros acima do solo e estava adornada com est?tuas talhadas sobre seu teto. Ela sempre parecia antiga, devido a sua pouca altura parecia que havia brotado da terra. E era assim. Era a cripta dos MacGils. O lugar onde seu pai e seu av?, tinham sido enterrados. A cripta era a ?nica estrutura que Gareth sabia que seria deixada intacta. Afinal, quem iria se preocupar em atacar um t?mulo? Aquele era o ?nico lugar que lhe restava, ele sabia que ningu?m jamais se preocuparia em procurar por ele ali, aquele era o lugar onde ele poderia procurar abrigo. Era um lugar onde ele poderia se esconder e permanecer completamente sozinho. Era um lugar onde ele poderia estar com seus antepassados. Por mais que Gareth odiasse seu pai, curiosamente, ele se encontrou desejando estar mais perto dele ultimamente. Gareth cruzou apressadamente o campo aberto, uma rajada de vento frio lhe fez estremecer e ele enrolou o manto esfarrapado apertadamente ao redor de seus ombros. Ele ouviu o grito estridente de um p?ssaro de inverno e quando ele olhou para cima viu uma enorme e terr?vel criatura preta voando em c?rculos no alto, certamente com cada grito, ela antecipava a queda dele, sua pr?xima refei??o. Gareth n?o podia culp?-la. Ele sentia que j? estava nas ?ltimas e tinha certeza que ele parecia ser uma bela refei??o para o p?ssaro. Gareth finalmente chegou ao edif?cio, ele agarrou a ma?aneta da porta de ferro maci?o com as duas m?os e puxou-a com toda a for?a, o mundo girava, Gareth estava quase delirante de exaust?o. A porta rangeu e ele precisou usar toda a sua for?a para ergu?-la. Gareth se meteu rapidamente na tumba escura, a porta de ferro bateu com for?a e ecoou atr?s dele. Ele retirou a tocha apagada do suporte que estava na parede, golpeou sua pederneira e acendeu-a, ela brindava apenas a luz suficiente para iluminar os degraus enquanto Gareth mergulhava cada vez mais fundo na escurid?o. ? medida que ele descia os degraus, o lugar se tornava cada vez mais frio e as correntes de ar se intensificavam, o vento assobiava ao penetrar pelas pequenas rachaduras. Ele n?o podia evitar sentir que eram seus antepassados quem estavam uivando para ele, repreendendo-o. “DEIXEM-ME EM PAZ!” Ele gritou em resposta. Sua voz ecoou novamente pelas paredes da cripta. “VOC? VAI TER O SEU PR?MIO EM BREVE!” Ainda assim o vento persistia. Gareth, enfurecido, desceu mais fundo, at? que finalmente chegou ? grande c?mara de m?rmore, escavada com o seu teto de tr?s metros de altura. Todos os seus antepassados jaziam ali, sepultados em sarc?fagos de m?rmore. Gareth marchou solenemente pelo corredor, seus passos ecoavam no m?rmore, em dire??o ao final da cripta, onde seu pai jazia. O velho Gareth teria esmagado o sarc?fago de seu pai. Mas agora, por alguma raz?o, ele estava come?ando a sentir apre?o por ele. Ele mal conseguia entender. Talvez fosse porque o efeito do ?pio estava passando; ou talvez fosse porque Gareth sabia que em breve, ele mesmo tamb?m estaria morto. Gareth chegou ao alto sarc?fago, debru?ou-se sobre ele e inclinou sua cabe?a para baixo. Ele surpreendeu a si mesmo quando come?ou a chorar. “Eu sinto sua falta, pai.” Gareth gemia, sua voz ecoou no vazio. Ele chorava sem cessar, as l?grimas escorriam pelo seu rosto, at? que finalmente seus joelhos ficaram fracos, ele cedeu ? exaust?o e caiu ao lado do m?rmore, ele ficou ali, sentado no ch?o, encostado na tumba. O vento uivava como resposta e Gareth baixou a tocha, cuja chama se extinguia cada vez mais na escurid?o. Gareth sabia que logo tudo seria escurid?o e que, em breve, ele iria se juntar a todos aqueles que ele mais amava. CAP?TULO CINCO Steffen caminhava taciturno pela estrada solit?ria da floresta, enquanto regressava lentamente da Torre de Ref?gio. Seu cora??o estava destro?ado ao deixar Gwendolyn, a mulher a quem ele havia jurado proteger, l? sozinha. Sem ela, ele n?o era nada. Desde que Stephen a conhecera, ele sentia que tinha finalmente encontrado um prop?sito na vida: proteger Gwendolyn, dedicar sua vida a recompens?-la por permitir que ele, um mero servo, pudesse ascender, e acima de tudo, recompens?-la por ser a primeira pessoa na sua vida a n?o detest?-lo nem a subestim?-lo com base em sua apar?ncia. Steffen tinha se sentido orgulhoso por ajud?-la a alcan?ar a Torre em seguran?a. Mas deix?-la ali fez com que ele ficasse sentindo-se vazio por dentro. Para onde ele iria agora? O que ele faria? Sem Gwen para proteger, sua vida se encontrava sem rumo mais uma vez. Ele n?o podia voltar ? Corte do Rei ou a Sil?sia: Andronicus tinha derrotado a ambas e ele recordava a destrui??o que tinha visto quando fugiu de Sil?sia. Era a ?ltima coisa de que ele se lembrava: todo o seu povo era cativo ou escravo. N?o fazia sentido voltar. Al?m disso, Steffen n?o queria atravessar o Anel novamente e ficar t?o longe de Gwendolyn. Steffen caminhou sem rumo por horas, percorrendo as trilhas sinuosas da floresta, meditando at? que lhe ocorresse um lugar para onde ir. Ele seguiu a estrada do Norte e subiu at? o topo de uma colina, desde aquele ponto de observa??o, ele avistou ? dist?ncia uma pequena aldeia, no topo de outra colina. Ele dirigiu-se para l? e quando ele chegou, ele virou-se para tr?s e viu que aquela aldeia tinha o que ele precisava: uma vis?o perfeita da Torre de Ref?gio. Se Gwendolyn alguma vez quisesse sair dela, ele queria estar por perto para assegurar-se de que ele estaria l? para acompanh?-la e proteg?-la. Afinal, sua lealdade era para com ela agora. Ele n?o devia sua lealdade a um ex?rcito ou a uma cidade, mas sim a Gwendolyn. Ela era sua na??o. Ao chegar ? pequena e humilde aldeia, Steffen decidiu que ficaria ali, naquele lugar, onde ele poderia sempre ver a Torre e estar pendente de Gwendolyn. Ao passar atrav?s de seus port?es, ele viu que era uma cidadezinha pobre e sem gra?a, outra pequena aldeia nos arredores mais distantes do Anel. Ela estava t?o escondida na floresta do Sul que os homens de Andronicus, certamente, nem sequer se incomodariam em chegar at? ali. Steffen chegou sob os olhares de surpresa de dezenas de moradores, seus rostos estavam marcados pela ignor?ncia e falta de compaix?o, todos olhavam para ele boquiabertos revelando o desprezo e esc?rnio t?o familiares que ele tinha recebido desde que tinha nascido. Ele podia sentir os olhos zombeteiros de todos sobre ele, enquanto todos eles examinavam sua apar?ncia. Steffen queria dar a volta e correr, mas ele se obrigou a n?o fazer isso. Ele precisava estar perto da Torre e por amor a Gwendolyn, ele suportaria qualquer coisa. Um morador, um homem corpulento em seus quarenta anos e vestido com roupas esfarrapadas, tal como os outros, se virou e dirigiu-se a Stephen amea?adoramente. “O que n?s temos aqui, uma esp?cie de homem deformado?” Os outros riram, deram a volta e se aproximaram. Steffen manteve a calma, ele j? contava com aquele tipo de sauda??o, a qual ele tinha recebido durante toda sua vida. Ele havia descoberto que quanto mais provincianas eram as pessoas, mais alegria elas sentiam em ridiculariz?-lo. Steffen recostou-se e assegurou-se de que seu arco estivesse pronto, caso aqueles alde?es fossem al?m de cru?is, violentos. Ele sabia que se fosse preciso, ele poderia abater v?rios deles em um piscar de olhos. Mas ele n?o estava ali em prol da viol?ncia. Ele estava ali para encontrar abrigo. “Ele pode ser mais do que apenas uma simples aberra??o, n?o ??” Perguntou outro homem, enquanto um grupo grande e crescente de alde?es amea?adores come?ou a rode?-lo. “Pelas suas divisas, eu diria que ele ?.” Disse outro. “Isso parece uma armadura real.” “E o arco – ? de couro fino.” “Sem mencionar as flechas. A ponta delas ? de ouro, n?o ??” Eles pararam a escassos metros de dist?ncia e olhavam para ele carrancudos e de forma amea?adora. Eles lhe fizeram lembrar os valent?es que o atormentavam quando ele era crian?a. “Ent?o, quem voc? ?, seu bicho estranho?” Um deles perguntou zombeteiramente. Steffen respirou fundo, determinado a manter a calma. “Eu n?o quero fazer dano a ningu?m.” Ele come?ou a dizer. O grupo caiu na gargalhada. “Dano? Voc?? E que dano voc? poderia nos causar?” “Voc? n?o seria capaz de fazer dano nem ?s nossas galinhas!” Riu outro homem. Steffen ficou vermelho enquanto as risadas aumentavam; mas ele n?o se deixaria levar pelas provoca??es. “Eu preciso de um lugar para ficar, e de comida. Tenho as m?os calejadas e as costas fortes para o trabalho. Deem-me um trabalho e eu me ocuparei nele. Eu n?o preciso de muito. Apenas do mesmo que qualquer pessoa.” Steffen queria mergulhar no trabalho bra?al de novo, tal como ele havia feito durante todos aqueles anos nos por?es do castelo, servindo ao Rei MacGil. Isso distrairia sua mente da situa??o. Ele poderia realizar um trabalho duro e viver uma vida de anonimato, j? que ele havia estado acostumado a fazer isso muito antes de conhecer Gwendolyn. “Voc? se considera um homem?” Um deles gritou, rindo. “Talvez possamos encontrar alguma utilidade para ele.” Exclamou outro. Steffen olhou para ele com esperan?a. “Isso mesmo, ele pode lutar contra nossos c?es ou galinhas!” Todos riram. “Eu pagaria um bom dinheiro para ver isso!” “H? uma guerra l? fora, caso voc?s n?o tenham notado.” Disse Steffen friamente. “Eu tenho certeza de que, mesmo em uma cidade provincial e rudimentar como esta, voc?s podem precisar de ajuda para armazenar provis?es.” Os alde?es se entreolharam, perplexos. “Claro que sabemos da guerra.” Disse um deles. “ Mas nossa aldeia ? muito pequena. Os ex?rcitos n?o v?o se incomodar em vir at? aqui.” “Eu n?o gosto do jeito que voc? fala.” Disse outro. “Todo cheio de prosa! Parece que voc? teve alguma instru??o. Voc? acha que ? melhor do que n?s?” “Eu n?o sou melhor do que ningu?m.” Disse Steffen. “Isso ? mais do que ?bvio.” Riu outro. “Chega de brincadeira!” Gritou um dos moradores em um tom s?rio. Ele se adiantou e empurrou os outros para o lado com sua m?o forte. Ele era mais velho do que os outros e parecia ser um homem s?rio. A multid?o acalmou-se em sua presen?a. “Se voc? estiver falando s?rio…” Disse o homem com sua voz profunda e brusca. “… Eu posso usar um par de m?os extra em meu moinho. O pagamento ? um saco de gr?os por dia e uma jarra de ?gua. Voc? dorme no celeiro, junto com o resto dos rapazes da aldeia. Se isso for de seu agrado, eu lhe darei trabalho.” Steffen assentiu com a cabe?a, satisfeito ao ver finalmente, um homem s?rio. “Eu n?o pe?o mais do que isso.” Disse Stephen. “Venha por aqui.” Disse o homem, abrindo caminho entre a multid?o. Steffen o seguiu e foi levado at? uma enorme moenda feita de madeira, ao redor da qual havia adolescentes e homens. Cada um deles suava e estava coberto de terra, eles estavam posicionados nas pistas lamacentas e empurravam a roda de madeira maci?a, cada um pegava um raio e avan?ava com ele. Steffen ficou ali, examinando o trabalho, ele percebeu que seria um trabalho extenuante. Um trabalho realmente esgotante. Steffen virou-se para dizer ao homem que ele aceitaria o trabalho, mas o homem j? tinha ido embora, supondo que ele faria isso. Os moradores, depois de dizer suas ?ltimas pilh?rias, voltaram aos seus afazeres enquanto Steffen olhava para a frente, para a roda, para a nova vida que estava diante dele. Por um vislumbre no tempo, ele tinha sido fraco, tinha se permitido sonhar. Tinha imaginado uma vida de castelos, de realeza e de classe. Tinha visto a si mesmo sendo uma pessoa importante, a m?o direita da Rainha. Ele deveria ter pensado melhor antes de sonhar t?o alto. Ele, ? claro, n?o estava destinado a isso. Ele nunca tinha estado. Tudo o que tinha acontecido com ele, ter conhecido Gwendolyn, tinha sido um mero golpe de sorte. Agora, sua vida estaria relegada ao trabalho bra?al. Mas, pelo menos, essa era a vida que ele conhecia. Uma vida a qual ele estava habituado. Uma vida de dificuldades. E mesmo que Gwendolyn n?o estivesse presente nela, essa vida estaria bem para ele. CAP?TULO SEIS Thor instou Mycoples a voar mais r?pido enquanto corriam por entre as nuvens, chegando cada vez mais perto da Torre de Ref?gio. Thor sentia com cada c?lula de seu ser que Gwen estava em perigo. Ele sentia uma vibra??o que corria desde as pontas de seus dedos e percorria todo o seu corpo, dizendo-lhe, advertindo-o: V? mais r?pido. A vibra??o sussurrava para ele: Mais r?pido. “Mais r?pido!” Thor pressionou Mycoples. Mycoples rugiu baixinho em resposta e bateu suas grandes asas com mais for?a. Thor n?o teve nem sequer a necessidade de proferir as palavras – Mycoples entendeu tudo antes mesmo que ele dissesse isso, mas ele falou as palavras mesmo assim. Elas fizeram com que ele se sentisse melhor. Ele estava se sentindo impotente. Ele sentia que algo andava mal com Gwen e que cada segundo contava. Eles finalmente sa?ram de um bloco de nuvens e ao fazer isso, Thor foi invadido por uma sensa??o de al?vio quando ele avistou ? dist?ncia a Torre de Ref?gio. Era uma obra de arquitetura antiga e misteriosa, uma torre estreita e perfeitamente cil?ndrica que se elevava direto para o c?u, atingindo uma altura pr?xima a das nuvens. A torre estava constru?da com uma antiga e brilhante pedra negra e Thor podia sentir o poder que emanava dela at? mesmo ali, onde ele se encontrava. Quando eles voaram mais perto dela, de repente Thor avistou algo no alto, no topo da torre. Era uma pessoa. Ela estava em p? no parapeito, com os bra?os abertos e as palmas das m?os estendidas. Seus olhos estavam fechados e ela estava balan?ando ao vento. Thor soube imediatamente de quem se tratava. Gwendolyn. Seu cora??o disparou quando ele a viu de p?, l?. Ele sabia o que ela estava pensando. E ele sabia o porqu?. Thor pensou que ela tinha desistido de viver e ele n?o podia deixar de sentir que era o culpado disso. “MAIS R?PIDO!” Thor exclamou. Mycoples bateu suas asas ainda mais fortemente e ent?o eles voaram t?o r?pido que Thor ficou quase sem f?lego. Enquanto se aproximavam, Thor viu quando Gwen deu um passo para tr?s, para fora da borda, e voltou para a seguran?a do telhado. Seu cora??o se encheu de al?vio. Sem nem sequer v?-lo, Gwen mudou de ideia por conta pr?pria e decidiu n?o saltar. Mycoples rugiu e Gwen olhou para cima e viu Thor pela primeira vez. Seus olhos se encontraram mesmo desde aquela grande dist?ncia e ele viu quando a surpresa inundou o rosto dela. Mycoples pousou no telhado, e assim que ela fez isso Thor pulou, ele mal esperou que ela assentasse, ele correu imediatamente para Gwendolyn. Gwen virou-se e olhou para ele, seus olhos estavam arregalados em completa surpresa. Parecia que ela estava vendo um fantasma. Thor correu para ela, seu cora??o estava aos pulos, inundado com a emo??o, ele estendeu seus bra?os. Eles se abra?aram fortemente, ent?o Thor a agarrou fortemente, a levantou em seus bra?os e girou-a uma vez ap?s outra. Thor a ouviu chorar em seu ouvido, ele sentiu as l?grimas quentes dela escorrendo pelo seu pesco?o, ele mal podia acreditar que estava realmente ali, abra?ando-a, em carne e osso. Ele mal podia acreditar que isso estava realmente acontecendo. Aquele era o sonho que ele tinha visto em sua mente, dia ap?s dia, noite ap?s noite, enquanto ele estava nos confins do Imp?rio, quando ele tinha tido a certeza de que nunca mais voltaria e que jamais poria os olhos em Gwendolyn novamente. E ali estava ele agora, segurando-a em seus bra?os. Por haver estado longe dela por tanto tempo, tudo sobre ela parecia novidade. Parecia perfeito. E ele jurou que ele nunca mais daria por sentado um momento com ela novamente. “Gwendolyn.” Ele sussurrou em seu ouvido. “Thorgrin.” Ela sussurrou em resposta. Eles se abra?aram por um tempo que Thor n?o soube calcular, ent?o, lentamente, eles se inclinaram e se beijaram. Foi um beijo longo e apaixonado, nenhum deles queria se afastar. “Voc? est? vivo.” Disse ela “Voc? est? aqui. Eu n?o acredito que voc? esteja aqui.” Mycoples resfolegou e Gwendolyn olhou por cima do ombro de Thor, ent?o Mycoples bateu as asas uma vez. O rosto de Gwen corou com medo. “N?o tenha medo.” Disse Thor. “O nome dela ? Mycoples. Ela ? minha amiga. E ela vai ser sua amiga tamb?m. Deixe-me mostrar-lhe.” Thor pegou a m?o de Gwen e guiou-a lentamente pelo parapeito. Ele podia sentir o medo de Gwen enquanto eles se aproximavam. Ele compreendia. Afinal, aquele era um drag?o de verdade e estava mais perto do que Gwen jamais tinha estado de um deles em toda sua vida. Mycoples olhou para Gwen com seus enormes olhos vermelhos, ela resfolegou delicadamente, bateu suas asas e arqueou seu pesco?o para tr?s. Thor percebeu algo parecido com ci?mes e, talvez, curiosidade. “Mycoples, eu lhe apresento Gwendolyn.” Mycoples virou a cabe?a para longe, orgulhosamente. Ent?o, de repente ela se aproximou novamente e ao fazer isso, ela olhou bem nos olhos de Gwendolyn, como se estivesse vendo atrav?s dela. Ela inclinou-se para t?o perto que seu rosto estava quase tocando o rosto de Gwendolyn. Gwen engasgou de surpresa, espanto, e talvez de medo. Ela estendeu a m?o tr?mula, colocou-a suavemente no longo nariz de Mycoples e tocou suas escamas roxas. Depois de alguns segundos de tens?o, Mycoples finalmente piscou os olhos, baixou o nariz e esfregou-o contra o ventre de Gwen em um sinal de afeto. Mycoples ficou esfregando o nariz contra o ventre de Gwen, como se tivesse uma fixa??o com ele, Thor n?o conseguia entender por que ela atuava assim. Em seguida, com a mesma rapidez, Mycoples virou a cabe?a e desviou o olhar para o horizonte. “Ela ? linda.” Gwen sussurrou. Ela se virou e olhou para Thor. “Eu havia perdido as esperan?as de que voc? voltasse.” Disse ela. “Eu n?o pensei que voc? voltaria.” “Nem eu.” Disse Thor. “Pensar em voc? foi o que me sustentou. Deu-me raz?o para sobreviver. Para retornar.” Eles se abra?aram novamente, apertando-se com for?a enquanto a brisa os acariciava, ent?o, finalmente, eles se separaram. Gwendolyn olhou para baixo e notou a Espada do Destino no quadril de Thor, seus olhos se arregalaram. Ela engasgou com a surpresa. “Voc? trouxe de volta a espada.” Disse ela. Ela olhou para ele, incr?dula. “Foi voc? quem a ergueu.” Thor assentiu com a cabe?a. “Mas como…?” Ela come?ou a falar, ent?o parou. Ela estava, claramente, perplexa. “Eu n?o sei.” Disse Thor. “Eu simplesmente fui capaz de levant?-la.” Seus olhos se abriram com esperan?a quando ela percebeu algo mais. “Ent?o o escudo est? ativo outra vez.” Ela disse esperan?osa. Thor acenou de volta solenemente. “Andronicus est? preso.” Disse ele. “N?s j? libertamos a Corte do Rei e Sil?sia.” O semblante de Gwendolyn levantou-se com alegria e al?vio. “Foi voc?.” Ela disse ao perceber tudo. “Voc? libertou nossas cidades.” Thor deu de ombros, modestamente. “Foi principalmente obra de Mycoples. E da espada. Eu apenas segui o curso dos eventos.” Gwen estava radiante. “E nosso povo? Ele est? a salvo? Algu?m sobreviveu?” Thor assentiu com a cabe?a. “A maioria est? viva e se encontra bem.” Ela sorriu, parecendo mais jovem novamente. “Kendrick espera por voc? em Sil?sia.” Disse Thor. “… Junto com Godfrey, Reece, Srog e muitos, muitos outros. Eles est?o todos vivos e bem, e a cidade est? livre.” Gwendolyn correu e abra?ou Thor, segurando-o firmemente. Ele podia sentir o enorme al?vio percorrendo-a. “Eu pensei que tudo havia acabado…” Disse ela chorando baixinho. “… Que tudo estava perdido para sempre.” Thor balan?ou a cabe?a. “O Anel sobreviveu.” Disse ele. “Andronicus est? em fuga. N?s vamos voltar e elimin?-lo de uma vez por todas. E ent?o vamos reconstruir tudo.” De repente, Gwendolyn virou as costas para ele e desviou o olhar, ela olhava para o c?u enquanto enxugava uma l?grima. Ela envolveu seus ombros apertando o seu manto ao redor deles, seu rosto estava cheio de apreens?o. “Eu n?o sei se eu poderei regressar.” Ela disse hesitante. “Algo me sucedeu enquanto voc? estava longe.” Thor se virou e olhou para ela, segurando seus ombros. “Eu sei o que aconteceu com voc?.” Disse ele. “Sua m?e me contou. N?o h? nada do qual voc? deva sentir vergonha.” Disse ele. Gwendolyn olhava para ele, os olhos dela estavam cheios de surpresa e admira??o. “Voc? j? sabe?” Ela perguntou, perplexa. Thor assentiu com a cabe?a. “Isso n?o me afeta.” Disse ele. “Eu amo voc? da mesma maneira. Ou ainda mais. O nosso amor – isso ? o que realmente importa. Ele ? inquebrant?vel. Eu vou vingar voc?. Eu vou matar Andronicus com minhas m?os. E o nosso amor, ele nunca vai morrer.” Gwen correu e abra?ou Thor apertadamente, as l?grimas escorriam pelo seu pesco?o. Ele podia sentir como ela estava aliviada. “Eu amo voc?.” Gwen disse no ouvido dele. “Eu tamb?m a amo.” Respondeu ele. Thor ficou ali, abra?ando-a, seu cora??o estava acelerado com a emo??o. Ele queria ali, naquele momento, mais do que nunca, pedi-la em casamento. Mas ele sentia que n?o podia, n?o antes de revelar-lhe o seu segredo, n?o antes que ele lhe contasse quem era seu pai. Esse pensamento o encheu de vergonha e humilha??o. Ali estava ele, a pessoa que havia acabado de jurar que mataria o homem que ambos mais odiavam. Como era poss?vel ent?o, que suas palavras revelassem que Andronicus era seu pai? Thor tinha certeza de que se ele fizesse isso, Gwendolyn o odiaria para sempre. E ele n?o podia arriscar-se a perd?-la. N?o depois de tudo o que tinha acontecido. Ele a amava muit?ssimo. Assim, em vez disso, Thor meteu a m?o em um bolso interior de sua camisa e com as m?os tr?mulas, tirou o colar, o que ele tinha encontrado entre os tesouros do drag?o. Era um cord?o de ouro brilhante com um pingente de ouro em forma de cora??o cravejado com diamantes e rubis. Ele segurou-o contra a luz e Gwen ficou sem palavras ao v?-lo. Thor veio por tr?s dela e abotoou-o em volta do pesco?o. “Uma pequena amostra de meu amor e afeto.” Disse ele. Ele pendia maravilhosamente no pesco?o dela, o ouro brilhava na luz, refletindo tudo. O anel queimava no bolso de Thor. Ele prometeu a si mesmo que iria d?-lo a ela quando fosse o momento certo. Quando ele conseguisse reunir a coragem de lhe dizer a verdade. Mas aquele n?o era o momento apropriado, por mais que ele desejasse que fosse. “Ent?o como voc? pode ver, voc? pode retornar.” Thor disse, acariciando o rosto dela com as costas da m?o. “Voc? tem de voltar. O seu povo precisa de voc?. Eles precisam de um l?der. O Anel, sem um l?der n?o ? nada. Eles esperam que voc? os oriente. Andronicus ainda habita metade do Anel. Nossas cidades ainda precisam ser reconstru?das.” Ele olhou nos olhos dela e podia ver que ela estava pensando. “Diga que sim.” Thor insistiu. “Volte comigo. Esta torre n?o ? o lugar ideal para que uma mulher jovem viva o resto de seus dias. O Anel precisa de voc?. Eu preciso de voc?.” Thor estendeu uma m?o e esperou. Gwendolyn olhou para baixo, hesitante. Ent?o, finalmente ela estendeu a m?o e tomou a m?o dele. Seus olhos brilhavam mais e mais, irradiando amor e carinho. Ele podia v?-la lentamente voltando a ser a velha e querida Gwendolyn que ele tinha conhecido: cheia de vida, de amor e de alegria. Era como se ela fosse uma flor que estava desabrochando diante de seus olhos. “Sim.” Ela disse suavemente, sorrindo. Eles se abra?aram e ele a apertou fortemente, ent?o Thor jurou nunca mais deix?-la ir embora outra vez. CAP?TULO SETE Erec abriu os olhos para encontrar-se deitado nos bra?os de Alistair, olhando para seus olhos azuis e cristalinos, os quais brilhavam com amor e carinho. Ela exibia um pequeno sorriso no canto dos l?bios e ele sentia o calor que irradiava de suas m?os e percorria seu corpo. Ao verificar seu estado, ele sentiu-se completamente curado, renascido, era como se ele nunca tivesse sido ferido. Ela o havia trazido de volta da morte. Erec se sentou e olhou nos olhos de Alistair com surpresa, ele encontrou-se mais uma vez perguntando-se quem ela realmente era e como ela poderia ter tais poderes. Erec se sentou e co?ou a cabe?a, ele imediatamente se lembrou: os homens de Andronicus; o ataque; a defesa da ravina; o rochedo. Erec ficou de p? e viu todos os seus homens olhando na dire??o dele, como se estivessem ? espera de sua ressurrei??o e de seu comando. Seus rostos estavam cheios de al?vio. “Por quanto tempo eu estive inconsciente?” Ele se virou e perguntou para Alistair, ansioso. Ele se sentia culpado por ter abandonado seus homens por tanto tempo. Mas ela sorriu docemente para ele. “Por menos de um Segundo.” Disse ela Erec n?o podia compreender como isso poderia ser poss?vel. Ele se sentia t?o revigorado, era como se ele tivesse dormido por anos. Ele sentia uma nova for?a em seu passo, ent?o ele ficou de p?, virou-se e correu para a entrada da ravina e viu sua obra: a enorme pedra que ele havia golpeado agora estava im?vel, impedindo que os homens de Andronicus pudessem passar. Eles haviam conseguido o imposs?vel: tinham repelido um ex?rcito muito maior. Pelo menos por enquanto. Antes que Erec pudesse comemorar, ele ouviu um grito repentino vindo do alto. Ele olhou para cima e viu quando um de seus homens, l? no topo do penhasco, deu um grito e em seguida caiu para tr?s, dando voltas sobre si mesmo, at? cair no ch?o j? morto. Erec olhou para baixo e viu uma lan?a incrustada no corpo do homem. Ele olhou para cima novamente e em seguida percebeu que havia uma grande agita??o ali, ele ouvia gritos e mais gritos ecoando por todos os lugares. Ele avistou dezenas de homens de Andronicus ali no topo, lutando corpo a corpo com os homens do Duque, todos iam golpe a golpe. Erec percebeu logo o que tinha acontecido: o comandante do Imp?rio havia dividido suas for?as, enviando alguns homens atrav?s da ravina e enviando outros para a parte alta da montanha. “PARA CIMA!” Erec ordenou. “SUBAM!” Os homens do Duque o seguiam enquanto ele corria pelas paredes da montanha, de espada na m?o, tentando escalar a subida ?ngreme de rocha e poeira. A cada v?rios metros ele escorregava e se apoiava com a palma da m?o, raspando-a contra a pedra, ele se agarrava firmemente, fazendo tudo o que podia para n?o cair para tr?s. Ele corria, mas a parede era t?o ?ngreme que a corrida se assemelhava mais a uma escalada; cada etapa era uma luta ?rdua, as armaduras tiniam ao redor dele enquanto seus homens resfolegavam e arfavam pelo caminho, como cabras montesas, direto para o penhasco. “ARQUEIROS!” Gritou Erec. Abaixo, v?rias dezenas de arqueiros do Duque, os quais tamb?m estavam escalando a montanha, pararam e apontaram para o topo do penhasco. Eles lan?aram uma saraivada de flechas e v?rios soldados do Imp?rio gritaram e ca?ram para tr?s, despencando pela lateral do penhasco. Um corpo despencou na dire??o de Erec; ele se esquivou e quase foi atingido por ele. Um dos homens do Duque n?o teve tanta sorte, j? que um cad?ver o atingiu e o derrubou de costas no ch?o, ele caiu no ch?o com um grito, morrendo esmagando pelo peso. Os arqueiros do Duque atacaram e se posicionaram em cima e na parte de baixo da montanha, eles disparavam suas flechas cada vez que um soldado do Imp?rio colocava a cabe?a sobre a borda do penhasco e assim os mantinham ? dist?ncia. Mas a luta l? em cima estava dif?cil, havia combate corpo a corpo e nem sempre as flechas atingiam o seu alvo; uma flecha perdida feriu acidentalmente as costas de um dos homens do Duque. O soldado gritou e arqueou as costas, ent?o um soldado do Imp?rio aproveitou-se da situa??o e o apunhalou, fazendo-o cair de costas, o soldado gritava enquanto ca?a pelo penhasco. Mas como o soldado do Imp?rio estava exposto, outro arqueiro acertou uma flecha em seu ventre e o abateu tamb?m, o cad?ver dele caiu de cara pela borda. Erec redobrou seus esfor?os, assim como aqueles em torno dele, ele corria o mais r?pido que podia para cima do penhasco. Quando estava a poucos metros de dist?ncia do topo, ele escorregou e come?ou a cair; ele se debateu, estendeu a m?o e agarrou uma raiz grossa que emergia entre as pedras. Ele se aferrava a sua vida enquanto pendurava-se na raiz, pouco depois ele conseguiu recuperar o equil?brio, levantou-se e continuou subindo at? o topo. Erec alcan?ou o topo antes dos outros e correu para a frente com um grito de guerra e sua espada levantada bem alto. Ele estava ansioso para ajudar a defender seus homens, os quais estavam aguentando em seus postos no topo, mas estavam sendo for?ados a recuar. Havia apenas algumas dezenas de seus homens ali em cima e cada um estava envolvido em um combate corpo a corpo com os soldados do Imp?rio. Os homens de Erec estavam em franca desvantagem, eram dois contra um. A cada segundo que passava, mais e mais soldados do Imp?rio iam aparecendo no topo. Erec lutava como um louco, atacando e apunhalando dois soldados de uma s? vez, enquanto liberava seus homens. N?o havia ningu?m mais r?pido do que ele no campo de batalha e tampouco havia em todo o Anel. Com suas duas espadas na m?o e desferindo golpes por todos os lados, Erec usava suas habilidades ?nicas como campe?o do Ex?rcito Prata para combater os soldados do Imp?rio. Erec era uma verdadeira m?quina de destrui??o, ele girava, se abaixava e golpeava, avan?ando cada vez mais para o n?cleo dos soldados do Imp?rio. Ele se esquivava, dava cabe?adas e se defendia e ia t?o r?pido que ele simplesmente optou por n?o usar seu escudo. Erec ia abrindo alas atrav?s deles como o vento, derrubando dezenas de soldados antes que eles praticamente tivessem a chance de se defender. E todos os homens do Duque, ao seu redor, se uniram a ele. Logo o resto dos homens do Duque, que vinham atr?s de Erec, tamb?m chegou ao topo. Brandt e o Duque lideravam o caminho, lutando ao lado com Erec. Em breve a situa??o se inverteu e eles se encontraram repelindo os homens do Imp?rio, seus cad?veres iam se acumulando ao redor deles. Erec se defendeu do ?ltimo soldado do Imp?rio que ainda restava ali no topo e foi fazendo com que ele recuasse para a borda do precip?cio, em seguida, Erec inclinou-se para tr?s e chutou-o, mandando-o pelo abismo, o soldado gritava enquanto ca?a para tr?s. Erec e seus homens ficaram ali, recuperando o f?lego. Erec avan?ou e caminhou por todo o amplo patamar, at? chegar ? beira do lado do Imp?rio do penhasco. Ele queria ver o que havia abaixo. O Imp?rio, sabiamente, tinha parado de enviar homens ali em cima, mas Erec tinha a terr?vel sensa??o de que eles ainda poderiam ter algum contingente de reserva. Seus homens aproximaram-se dele e olharam para baixo, tamb?m. Nada na imagina??o de Erec o havia preparado para o que ele viu a seguir. Seu cora??o afundou no peito. Apesar das centenas de homens que eles tinham conseguido matar; apesar do fato de que eles haviam bloqueado com sucesso a ravina e tomado o terreno elevado, ali abaixo ainda havia dezenas de milhares de soldados do Imp?rio. Erec mal podia acreditar. Eles haviam usado todos os seus recursos para chegar onde estavam e todo o dano que tinham causado n?o tinha feito a menor diferen?a no ex?rcito intermin?vel do Imp?rio. O Imp?rio simplesmente continuaria enviando mais e mais homens ali. Erec e seus homens poderiam matar dezenas, talvez at? centenas deles. Mas no final das contas, milhares deles iriam avan?ar. Erec ficou ali, sentindo-se completamente sem esperan?a. Pela primeira vez em sua vida, ele sabia que estava prestes a morrer ali, naquela terra, naquele dia. N?o havia nenhuma maneira de que ele pudesse contornar aquela situa??o. Ele n?o se arrependia. Ele tinha montado uma defesa her?ica, e se ele tivesse de morrer, n?o haveria melhor maneira, ou lugar para fazer isso. Ele agarrou sua espada e preparou-se, a ?nica coisa que o fazia hesitar era o fato de que Alistair devia estar a salvo. Talvez, ele pensou, na pr?xima vida ele pudesse passar mais tempo com ela. “Bem, foi bom enquanto durou.” Disse uma voz. Erec se virou e viu Brandt de p? ao seu lado, com a m?o no punho da sua espada, tamb?m resignado. Os dois lutaram in?meras batalhas juntos, haviam sido superados em n?mero muitas vezes e ainda assim Erec nunca tinha visto aquela express?o no rosto do seu amigo. Ela devia estar refletindo a sua pr?pria: ela indicava que a morte estava ali. “Pelo menos n?s morreremos empunhando nossas espadas.” Disse o Duque. Aquelas palavras eram o eco exato dos pensamentos de Erec. L? embaixo, os homens do Imp?rio pareciam perceber isso, eles olharam para cima. Milhares deles come?aram a se reunir para marchar em un?ssono, em dire??o ao penhasco, de armas em punho. Centenas de arqueiros do Imp?rio come?aram a se ajoelhar e Erec sabia que em poucos momentos o derramamento de sangue come?aria. Ele se preparou e respirou fundo. De repente, ouviu-se um barulho estridente que provinha de algum lugar do c?u, fora do horizonte. Erec olhou para cima e examinou os c?us, perguntando a si mesmo se ele n?o estaria ouvindo coisas. Uma vez, ele tinha ouvido o grito de um drag?o e ele pensou que talvez ele soasse assim. Havia sido um som que ele nunca tinha esquecido, um som que ele tinha ouvido durante seu treinamento, durante a Centena. Era um grito que ele jamais pensou que ouviria novamente. N?o era poss?vel. Um drag?o? Ali no Anel? Erec esticou o pesco?o e ? dist?ncia, atrav?s das nuvens que se dispersavam, ele teve uma vis?o que ficaria marcada em sua mente para o resto de sua vida: voando em dire??o a eles e batendo suas grandes asas, havia um enorme drag?o roxo com olhos vermelhos, enormes e brilhantes. A vis?o encheu Erec de terror, mais do que qualquer ex?rcito poderia fazer. Mas quando ele olhou mais de perto, sua express?o passou a ser de total confus?o. Ele pensou que tinha visto duas pessoas montadas nas costas do drag?o. Erec entrecerrou os olhos e as reconheceu. Ser? que seus olhos estavam lhe pregando uma pe?a? L?, montado nas costas do drag?o, estava Thorgrin e atr?s dele, agarrando sua cintura, a filha do rei MacGil. Gwendolyn. Antes que Erec pudesse come?ar a processar o que estava vendo, o drag?o voou em picada e mergulhou em dire??o ao ch?o como uma ?guia. Ele abriu a boca e emitiu um som horr?vel, um som t?o agudo que fez com que uma pedra que estava ao lado de Erec come?asse a rachar. A terra inteira tremeu quando o drag?o mergulhou, abriu a boca e soltou um fogo diferente de qualquer coisa que Erec j? tinha visto. O vale ficou repleto de gritos e berros de milhares de soldados do Imp?rio, quando onda ap?s onda de fogo os engolia. Todo o vale se iluminou com as chamas. Thor dirigia o drag?o para cima e para baixo ao longo das fileiras dos homens de Andronicus e ia acabando com dezenas deles em um piscar de olhos. Os soldados restantes deram a volta e fugiram, correndo para o horizonte. Thor os perseguiu tamb?m e ordenou ao seu drag?o que lan?asse mais e mais fogo. Em poucos instantes, todos os homens que se encontravam abaixo de Erec – os homens que ele tinha tanta certeza de que causariam sua morte, eles pr?prios estavam mortos. J? nada mais restava deles, exceto seus cad?veres carbonizados, fogo, chamas e suas almas extintas. Todo o batalh?o do Imp?rio j? n?o existia mais. Erec olhou ao redor boquiaberto, em estado de choque, ele viu quando o drag?o subiu para o alto, bateu suas grandes asas e voou sobre eles. Ele seguiu para o Norte. Seus homens proferiram gritos de grande alegria, quando o drag?o passou por eles. Erec ficou sem palavras e com uma enorme admira??o pelo hero?smo de Thor; por seu destemor; por seu controle sobre aquela fera e seu controle sobre o poder dela. Erec tinha recebido uma segunda chance na vida, ele e todos os seus homens, pela primeira vez em muito tempo, estavam se sentindo otimistas. Agora eles poderiam vencer. Vencer at? mesmo o milh?o de homens de Andronicus. Com uma criatura como aquela, eles realmente poderiam vencer. “Homens, marchem!” Ordenou Erec. Ele estava determinado a seguir o rastro do drag?o, o cheiro de enxofre, o fogo no c?u, para onde quer que isso os levasse. Thorgrin havia retornado e era hora de se juntar a ele. CAP?TULO OITO Kendrick marchava em seu cavalo, cercado por seus homens, milhares deles se concentravam fora de Vin?sia, a grande cidade onde o batalh?o de Andronicus havia se refugiado. Uma alta ponte levadi?a, de ferro, barrava os port?es da cidade, cujas muralhas de pedra eram grossas. Milhares de homens de Andronicus fervilhavam dentro e fora da cidade, seu n?mero ultrapassava amplamente o ex?rcito de Kendrick. Ele j? n?o contava mais com o fator surpresa. Para piorar a situa??o, ele avistou os milhares de homens de Andronicus, enviados como refor?os, aproximando-se pela parte de tr?s da cidade, inundando as plan?cies. Justo quando Kendrick pensava que os havia posto em fuga, a situa??o foi rapidamente revertida. Na verdade, o ex?rcito que agora marchava em dire??o ? Kendrick era uma for?a ordenada e disciplinada, era uma enorme onda de destrui??o. A ?nica alternativa agora era a recuar para Sil?sia, para mant?-la temporariamente at? que o Imp?rio a tomasse mais uma vez, at? que todos eles fossem escravizados novamente. Isso era algo que ele jamais poderia permitir. Kendrick nunca tinha sido homem de recuar diante de um confronto, mesmo que estivesse superado em n?mero. O mesmo se podia dizer dos outros bravos guerreiros do ex?rcito de MacGil, de Sil?sia e do Ex?rcito Prata. Kendrick sabia que todos lutariam com ele at? a morte. Enquanto ele apertava ainda mais o punho de sua espada, ele soube que lutar at? a morte era precisamente o que ele teria de fazer naquele dia. Os homens do Imp?rio soltaram um grito de guerra e os homens de Kendrick responderam com outro grito de guerra, ainda mais alto. Kendrick e seus homens correram ladeira abaixo, ao encontro do ex?rcito que se aproximava, sabendo que era uma batalha que n?o poderiam vencer, entretanto, eles estavam determinados a trav?-la de qualquer maneira. Os homens de Andronicus aceleraram e tamb?m correram em dire??o a eles. Kendrick sentiu o vento correndo por seu cabelo, sentiu a vibra??o do cabo da espada na m?o, ent?o ele soube que seria apenas uma quest?o de tempo at? que ele se visse perdido naquele grande clangor de metal, naquele grande rito, um familiar rito de espadas. Kendrick ficou surpreso ao ouvir algo parecido com um forte grito, acima de sua cabe?a; ele esticou o pesco?o, olhou para o c?u e viu algo irrompendo entre as nuvens, ele teve de olhar duas vezes. Ele j? tinha visto aquilo antes – Thor aparecendo montado em Mycoples – ainda assim a vis?o lhe tirou o f?lego. Especialmente porque, dessa vez, Gwendolyn tamb?m estava montada nas costas de Mycoples. O cora??o de Kendrick se inflou enquanto os observava mergulhar, percebendo o que estava prestes a acontecer. Ele deu um sorriu largo, levantou a espada bem alto e avan?ou ainda mais r?pido, percebendo pela primeira vez que naquele dia a vit?ria, finalmente, seria deles. * Thor e Gwen voavam montados em Mycoples, tra?ando seu caminho por entre as nuvens, o drag?o batia suas grandes asas cada vez mais r?pido, em obedi?ncia ao pedido de Thor. Thor percebeu que Kendrick e os outros l? embaixo estavam em perigo, ent?o ele mergulhou para o solo, atravessando rapidamente as nuvens. Diante dele, a paisagem se abria em uma vista panor?mica: ele viu, entre as colinas do Anel, a vasta extens?o da divis?o de Andronicus correndo para os homens de Kendrick pelas plan?cies abertas. Thor pediu a Mycoples que descesse rapidamente. “Para baixo!” Sussurrou ele. Mycoples mergulhou em um voo rasante, chegando t?o perto do ch?o que se Thor quisesse ele at? poderia saltar, em seguida, ela abriu a boca e soprou fogo, o calor das chamas quase chamuscou Thor. Ondas e ondas de fogo rolavam atrav?s das plan?cies. Logo se ouviram os gritos aterrorizados dos homens do Imp?rio. Mycoples causou uma destrui??o jamais vista pelo homem, fazendo o campo arder em chamas por v?rios quil?metros, milhares dos homens de Andronicus foram abatidos. Aqueles que sobreviveram deram a volta e fugiram. Thor deixaria o resto deles a cargo de Kendrick. Thor se virou em dire??o ? cidade e viu milhares de soldados do Imp?rio l? dentro. Ele sabia que n?o podia manobrar Mycoples em uma ?rea t?o confinada, com paredes ?ngremes e estreitas, seria muito arriscado faz?-la descer ali. Thor viu centenas de soldados que apontavam para o c?u com flechas e lan?as, ele temia os danos que eles podiam fazer a Mycoples desde uma dist?ncia t?o curta. Ele n?o gostava nada disso. Ele sentiu o pulsar da Espada do Destino em sua m?o e sabia que aquela era uma batalha que ele pr?prio teria de travar. Thor dirigiu Mycoples para baixo, para a frente da cidade, fora das enormes portas levadi?as de ferro. Quando Mycoples pousou, ele se inclinou e sussurrou no ouvido dela. “O port?o. Queime-o e eu atacarei por l?.” Mycoples permaneceu ali e gritou de volta para ele, batendo suas asas em desafio. Era evidente que ela queria ficar com Thor e lutar ao seu lado dentro da cidade. Mas Thor n?o lhe daria essa chance. “Esta batalha ? minha.” Insistiu ele. “Eu preciso que voc? leve Gwendolyn para um lugar seguro.” Mycoples pareceu ceder. De repente, ela se inclinou para tr?s e soprou fogo no port?o de ferro, at? fazer com que ele se dissipasse totalmente. Thor inclinou-se para Mycoples. “V?!” Ele sussurrou para ela. “Leve Gwendolyn para um lugar seguro.” Thor pulou das costas dela e assim que fez isso, ele sentiu o pulsar da Espada do Destino em sua m?o. “Thor!” Exclamou Gwen. Mas Thor j? estava correndo para os port?es derretidos. Ele ouviu Mycoples decolar e sabia que ela estava levando Gwen para um lugar seguro. Thor correu pelas portas abertas e avan?ou pelo o p?tio, direto para o cora??o da cidade, em dire??o ? massa de milhares de homens. A Espada do Destino vibrava na m?o de Thor como uma coisa viva, levando-o como se ele fosse mais leve que o ar. Tudo o que ele tinha a fazer era segur?-la. Thor sentia seu bra?o, pulso e corpo movendo-se freneticamente, cortando e atacando em todas as dire??es. A espada ecoava atrav?s do ar atravessando os homens como se eles fossem de manteiga, matando dezenas com um ?nico golpe. Thor girava e causava danos em todas as dire??es. A princ?pio, os soldados do Imp?rio tentaram atac?-lo de volta, por?m ao ver que Thor cortava seus escudos; penetrava suas armaduras; cortava suas armas como se elas nem sequer existissem e depois de ver que Thor matava fileira ap?s fileira de homens, eles perceberam que estavam lutando contra um turbilh?o m?gico e impar?vel de destrui??o. A cidade foi invadida pelo caos. Os milhares de soldados do Imp?rio deram a volta e tentaram fugir e escapar de Thor. Mas n?o havia nenhum lugar para onde eles pudessem ir. Liderado pela espada, Thor era muito r?pido, era como um raio espalhando-se pela cidade. Os soldados, em p?nico, corriam para as muralhas da cidade, pisoteando-se em debandada, tentando sair. Thor n?o iria deix?-los escapar. Ele corria por todos os cantos da cidade, a espada o transportava a uma velocidade jamais sentida por ele. Ao pensar em Gwendolyn e no que Andronicus tinha feito com ela, ele matava soldado ap?s soldado, tomando vingan?a. Era hora de corrigir os erros que Andronicus tinha infligido ao Anel. Andronicus era seu pai. Esse pensamento queimava atrav?s dele como um inc?ndio. Com cada golpe de espada Thor imaginava que o estava matando, acabando com sua linhagem. Thor queria ser outra pessoa, queria descender de outro algu?m. Ele queria um pai de quem ele pudesse se orgulhar. Qualquer um, menos Andronicus. E se ele matasse o suficiente daqueles homens, talvez, apenas talvez, ele pudesse livrar-se dele. Thor lutava em transe, ele girava em todas as dire??es, at? que finalmente percebeu que n?o estava golpeando mais nada. Ele olhou em volta e viu que cada soldado, cada um dos milhares dos homens de Andronicus, jazia no ch?o, morto. A cidade estava cheia de corpos. N?o havia mais ningu?m para matar. Thor ficou sozinho na pra?a da cidade, respirando com dificuldade, a espada brilhava em sua m?o, nem uma alma se mexia. Thor ouviu um grito de alegria distante; ele saiu de seu devaneio e correu para o port?o da cidade. Ele viu ao longe, os homens de Kendrick, atacando e perseguindo o restante do ex?rcito, fazendo-os bater em retirada. Quando Thor correu para fora do port?o da cidade, Mycoples o viu e desceu, ela estava ? espera de seu retorno, Gwen ainda se encontrava montada em suas costas. Thor montou o drag?o e eles subiram mais uma vez pelo ar. Eles sobrevoaram o ex?rcito de Kendrick e Thor os viu: dali de cima, eles eram como formigas abaixo dele. Eles comemoraram a vit?ria enquanto voavam sobre eles. Finalmente, eles estavam na frente do ex?rcito de Kendrick, na frente da grande massa de homens, cavalos e poeira. Mais adiante estava o restante das legi?es de Andronicus, totalmente disperso. “Para baixo.” Thor sussurrou. Eles mergulharam e surgiram na retaguarda dos homens de Andronicus, ao fazer isso, Mycoples lan?ou labaredas de fogo, acabando com uma fileira de soldados ap?s outra, uma grande muralha de fogo avan?ava sobre eles cada vez mais r?pido. Os gritos se ouviam bem alto, em pouco tempo, Thor havia dizimado toda a retaguarda. Finalmente, n?o havia mais ningu?m para matar. Eles continuaram a voar, cruzando as plan?cies extensas, Thor queria assegurar-se de que n?o havia restado mais nenhum soldado do Imp?rio. ? dist?ncia, Thor viu a grande cordilheira, as Highlands separando o Leste do Oeste. Entre eles e as Highlands n?o havia um ?nico soldado do Imp?rio vivo. Thor estava satisfeito. Todo o reino Ocidental do Anel havia sido liberado. Os assassinatos j? tinham sido suficientes para o dia. O sol come?ou a se p?r e tudo o que estava ? frente, no lado oriental das Highlands, poderia permanecer ali por enquanto. Thor voou em um c?rculo e dirigiu-se de volta para Kendrick. O campo corria abaixo dele, logo ele ouviu os gritos e aplausos dos homens que olhavam para o c?u e diziam o seu nome em coro. Ele pousou diante do ex?rcito, desmontou e ajudou Gwendolyn a descer do drag?o. Eles foram abra?ados pelo grande grupo, todos eles correram para a frente, um grande grito de j?bilo pela vit?ria foi ouvido entre os soldados que se amontoavam por todos os lados. Kendrick, Godfrey, Reece, seus irm?os da Legi?o e do Ex?rcito Prata e todos os que Thor apreciava correram para abra??-lo e para abra?ar Gwendolyn. Todos estavam finalmente unidos. Finalmente, eles eram livres. CAP?TULO NOVE Andronicus atravessava seu acampamento pisando firme e em um ataque impulsivo de f?ria, ele estendeu suas longas garras e cortou a cabe?a do jovem soldado que, para sua pr?pria desgra?a estava de p? nas proximidades. Enquanto marchava, Andronicus decapitava um soldado ap?s outro, at? que finalmente seus homens perceberam seu mau humor e correram para ficar longe dele. Eles sabiam muito bem que n?o era prudente ficar perto dele quando ele estava em um estado de ?nimo como aquele. Os soldados se separaram quando Andronicus irrompeu por seu acampamento de dezenas de milhares, todos mantinham uma dist?ncia prudente. At? mesmo seus generais ficaram a uma dist?ncia segura, caminhando devagar atr?s dele, eles sabiam muito bem que era melhor nem chegar perto quando ele estava furioso daquele jeito. A derrota era uma coisa. Mas uma derrota como a que ele havia sofrido era algo sem precedentes na hist?ria do Imp?rio. Andronicus jamais havia provado o sabor da derrota antes. Sua vida tinha sido uma longa sequ?ncia de vit?rias, cada uma mais brutal e satisfat?ria do que a outra. Antes, ele n?o sabia o que se sentia ao ser derrotado. Agora ele sabia; e ele n?o gostava nada disso. Os ?ltimos acontecimentos davam voltas e mais voltas na mente de Andronicus. Como era poss?vel que as coisas tivessem dado t?o errado? Ainda ontem, parecia que sua vit?ria havia sido completa, parecia que o Anel era seu. Ele tinha destru?do a Corte do Rei e conquistado Sil?sia; ele tinha subjugado todos os MacGils e humilhado seu l?der, Gwendolyn; ele tinha torturado seus melhores soldados no alto das cruzes; ele j? havia assassinado Kolk e estava prestes a executar Kendrick e os outros. Argon havia se intrometido em seus assuntos, tinha arrebatado Gwendolyn para longe antes que ele pudesse mat?-la. Andronicus estava prestes a corrigir isso, ele iria recuper?-la e execut?-la, juntamente com todos os outros. Ele tinha estado a um dia de uma completa vit?ria e da grandeza. E ent?o tudo mudou t?o rapidamente e, para pior. Thor e aquele drag?o tinham aparecido no horizonte como uma m? apari??o, eles tinham descido como uma nuvem e com suas grandes chamas e a Espada do Destino tinham conseguido acabar com divis?es inteiras de homens. Andronicus havia testemunhado tudo desde uma dist?ncia segura; ele teve o bom senso pr?prio da batalha, de retirar-se para aquele lado das Highlands, enquanto suas patrulhas continuavam a trazer-lhe relat?rios ao longo do dia, informando os danos que Thor e o drag?o tinham feito. No Sul, nas proximidades de Sav?ria, um batalh?o inteiro havia sido dizimado; as coisas na Corte do Rei e em Sil?sia era igualmente ruins. Agora todo o Reino Ocidental do Anel, o qual uma vez tinha estado sob seu controle, estava livre. Isso era inconceb?vel. Ele fervia de raiva quando pensava na Espada do Destino. Ele tinha ido t?o longe para tir?-la de dentro do Anel e agora ela havia regressado e com isso, o escudo havia sido ativado. Isso significava que ele estava preso ali com os homens que ele tinha; ele podia ir embora, ? claro, mas ele n?o poderia mais mandar refor?os para o interior. Ele calculava que ainda tinha meio milh?o de soldados ali, daquele lado das Highlands, eles eram mais do que suficiente para superar os MacGils; mas contra Thor, a Espada do Destino e o drag?o, os n?meros j? n?o importavam. Agora as probabilidades, ironicamente, estavam contra ele. Era uma situa??o na qual ele nunca tinha se visto antes. E como se as coisas n?o pudessem piorar ainda mais, seus espi?es tamb?m tinham trazido relatos de dist?rbios em sua terra, a capital do Imp?rio, eles lhe informaram que Romulus estava conspirando para tomar-lhe o seu trono. Andronicus rosnava de raiva enquanto caminhava com f?ria por seu acampamento, ponderando suas op??es, procurando algu?m, algu?m para culpar. Ele sabia como um comandante que era, que a coisa mais s?bia a fazer taticamente, seria retirar-se e deixar o Anel antes que Thor e seu drag?o o encontrassem. Seria melhor que ele reservasse todas as for?as que lhe restavam, embarcasse em um de seus navios e navegasse de volta para o Imp?rio sofrendo sua vergonha e tentasse manter seu trono. Afinal, o Anel era apenas um pontinho na imensid?o do Imp?rio e cada grande comandante tinha direito a pelo menos uma derrota. Ele ainda iria governar noventa e nove por cento do mundo e ele sabia que deveria estar mais do que satisfeito com isso. Mas o Grande Andronicus n?o procedia assim. Andronicus n?o era um homem prudente nem se contentava facilmente. Ele sempre tinha seguido suas paix?es e embora soubesse que era arriscado, ele n?o estava pronto para deixar aquele lugar, admitir a derrota, nem permitir que o anel escorregasse de seu punho de ferro. Mesmo que tivesse de sacrificar todo o seu Imp?rio, ele iria encontrar uma maneira de esmagar e dominar aquele lugar, sem importar o que isso lhe custasse. Andronicus n?o podia controlar o drag?o ou a Espada do Destino. Mas Thorgrin… Essa era uma quest?o diferente. Ele era seu filho. Andronicus parou e suspirou com o pensamento. Que ironia: o seu pr?prio filho, o ?ltimo obst?culo para sua domina??o do mundo. De alguma forma parecia adequado. At? mesmo inevit?vel. Andronicus sabia muito bem que as pessoas mais achegadas a algu?m s?o justamente as que mais lhe causam dano. Ele se lembrou da profecia. Deixar seu filho viver tinha sido um erro, ? claro. Seu grande erro na vida. Mas Andronicus tinha um fraco por ele, mesmo sabendo que a profecia declarava que isso poderia levar a sua pr?pria morte. Ele tinha deixado Thor vivo e agora havia chegado a hora de pagar o pre?o por isso. Andronicus continuou avan?ando furioso pelo acampamento, seguido por seus generais, at? que finalmente ele chegou ? periferia e se deparou com uma tenda menor do que as outras: era uma tenda escarlate em um mar de tendas pretas e douradas. Havia apenas uma pessoa que teria a aud?cia de ter uma tenda de cor diferente, a ?nica pessoa que seus homens temiam. Rafi. Ele era o feiticeiro pessoal de Andronicus, a criatura mais sinistra que ele j? havia encontrado. Rafi tinha aconselhado Andronicus durante cada passo do caminho, o havia protegido com sua energia mal?vola e tinha sido o respons?vel por sua ascens?o mais do que ningu?m. Andronicus odiava ter de recorrer a ele agora, odiava ter de admitir o quanto precisava dele. Mas quando ele encontrava um obst?culo que n?o era terrenal, algo que requeria a magia, era sempre a Rafi a quem ele recorria. Andronicus se aproximou da tenda, duas criaturas do mal, altas e magras, ocultas em capas vermelhas, olharam para ele com seus olhos amarelos e brilhantes que se projetavam atrav?s de seus capuzes. Eram as ?nicas criaturas em todo aquele acampamento que se atreviam a n?o inclinar a cabe?a em sua presen?a. “Eu convoco Rafi.” Andronicus declarou. As duas criaturas, sem se virar, estenderam a m?o e cada uma delas puxou uma das abas da tenda. Assim que elas fizeram isso, um odor horr?vel saiu de dento da tenda, Andronicus recuou ao senti-lo. Houve uma longa espera. Todos os generais pararam atr?s de Andronicus e aguardaram expectantes, o mesmo ocorreu em todo o acampamento, todos haviam se virado para ver. O acampamento caiu em um pesado sil?ncio. Finalmente, do lado de fora da tenda escarlate surgiu uma criatura alta e magra, ela era duas vezes mais alta que Andronicus e t?o magra como o ramo de uma oliveira. A criatura estava vestida com a t?nica escarlate mais escura que existia, seu rosto n?o era vis?vel, ele estava escondido em algum lugar na escurid?o por tr?s de sua capa. Rafi ficou ali e olhava fixamente para Andronicus quem podia ver apenas os olhos amarelos olhando-o de volta sem piscar, metidos em sua carne muito p?lida. Seguiu-se um sil?ncio tenso. Finalmente, Andronicus deu um passo adiante. “Eu quero que Thorgrin morra.” Andronicus disse. Ap?s um longo sil?ncio, Rafi riu. Foi um som profundo e perturbador. “Pais e filhos.” Disse ele. “? sempre a mesma hist?ria.” Andronicus queimava por dentro, impaciente. “Voc? pode ajudar?” Insistiu ele. Rafi ficou ali em sil?ncio por muito tempo, tempo suficiente para que Andronicus considerasse a possibilidade de mat?-lo. Mas ele sabia que isso seria est?pido. Certa vez, em um acesso de raiva, Andronicus tentou apunhal?-lo impetuosamente, mas a espada tinha derretido na sua m?o em pleno golpe. O cabo da espada tinha queimado a m?o dele tamb?m; foram necess?rios v?rios meses para que ele se recuperasse da dor. Ent?o Andronicus ficou parado ali, rangendo os dentes e suportando o sil?ncio. Finalmente, Rafi ronronou debaixo de seu capuz. “As energias que cercam o rapaz s?o muito fortes.” Disse Rafi lentamente. “Mas todo mundo tem um ponto fraco. Ele foi elevado com magia. Ele pode ser derrubado com magia tamb?m.” Andronicus deu um passo ? frente, intrigado. “De que magia estamos falando?” Rafi fez uma pausa. “De um tipo que voc? jamais encontrou. Respondeu ele. “De um tipo reservado apenas para um ser como Thor. Ele ? sua semente, mas ele ? mais do que isso. Ele ? muito poderoso, muito mais do que voc? mesmo. “Se ele viver para ver esse dia.” Andronicus enfureceu. “Diga-me como eu posso captur?-lo.” Exigiu ele. Rafi balan?ou a cabe?a. “Essa sempre foi sua fraqueza.” Disse ele. “Voc? escolhe capturar e n?o mat?-lo.” “Primeiro vou captur?-lo.” Andronicus rebateu. “Ent?o eu vou mat?-lo. Existe uma maneira diferente de fazer isso ou n?o?” Seguiu-se outro longo sil?ncio. “Existe uma maneira de tirar-lhe o seu poder, sim.” Disse Rafi. “Sem a sua preciosa espada e sem o seu drag?o, ele ser? igual a qualquer outro garoto.” “Mostre-me como.” Ordenou Andronicus. Houve um longo sil?ncio. “Por um pre?o.” Rafi finalmente respondeu. “Seja qual for.” Andronicus disse. “Eu lhe pagarei o pre?o que for.” Ouviu-se ent?o uma risada longa e sinistra. “Acho que um dia voc? vai se arrepender disso.” Respondeu Rafi. “Muito, muito mesmo.” CAP?TULO DEZ Romulus marchava pela estrada meticulosamente pavimentada com ladrilhos de ouro, ela o conduzia at? Vol?sia, a capital do Imp?rio, os soldados, vestidos com seus melhores uniformes batiam contin?ncia para ele. Romulus ia ? frente do restante de seu ex?rcito, o qual havia sido reduzido a algumas poucas centenas de soldados, eles se encontravam abatidos e derrotados em sua luta contra os drag?es. Romulus fervia de raiva. Era uma caminhada humilhante. Durante toda a sua vida, ele sempre tinha regressado vitorioso, tinha desfilado como um her?i; agora ele voltava em sil?ncio, em total constrangimento, trazendo de volta, em vez de trof?us e prisioneiros, soldados que tinham sido derrotados. Ele queimava por dentro. Tinha sido t?o est?pido da sua parte ir t?o longe em busca da espada, ousar travar uma batalha contra os drag?es. Ele se deixou levar por seu ego; ele deveria ter usado de discernimento. Ele teve a tremenda sorte de escapar, e mais ainda, com alguns de seus homens ilesos. Ele ainda podia ouvir os gritos de seus homens, ainda podia sentir o cheiro de carne queimada. Seus homens haviam lutado bravamente, marchando com disciplina para a morte, sob seu comando. Mas, depois de ter visto milhares deles sendo reduzidos a algumas centenas, ele soube que deviam recuar e fugir. Ele ordenou uma retirada precipitada e o restante de suas for?as tinha deslizado para dentro dos t?neis e ficado a salvo das labaredas de fogo dos drag?es. Eles tinham permanecido em lugares subterr?neos e tinham feito todo o caminho de volta para a capital a p?. Agora, ali estavam eles marchando atrav?s dos port?es da cidade, os quais se elevavam a uma altura de trinta metros em dire??o ao c?u. Logo eles entraram naquela cidade lend?ria, belamente adornada inteiramente com ouro. Milhares de soldados do Imp?rio cruzavam em todas as dire??es, marchando em forma??es ao longo das ruas, batendo contin?ncia enquanto ele passava. Afinal, com Andronicus ausente, Romulus era o l?der de facto do Imp?rio, al?m de ser o mais respeitado de todos os guerreiros. Havia sido assim at? a derrota daquele dia. Agora, depois de seu fracasso, ele n?o sabia como as pessoas iriam encar?-lo. A derrota n?o poderia ter acontecido em pior momento. Era o momento em que Romulus estava preparando o seu golpe, preparando-se para tomar o poder e derrubar Andronicus. Enquanto ele percorria o seu caminho atrav?s da cidade, passando por fontes; trilhas de jardins meticulosamente pavimentadas; por servos e escravos em toda parte, ele se admirava do fato de que estava voltando em uma posi??o de fraqueza, em vez de voltar, como ele havia imaginado, com a Espada do Destino nas m?os e com mais poder do que nunca. Agora, em vez de ser capaz de reivindicar o poder que merecidamente era dele, ele teria de justificar-se perante o Conselho e esperava n?o perder sua posi??o. O Grande Conselho. S? de pensar nisso ele se retorcia por dentro. Romulus n?o era homem de prestar contas a ningu?m, muito menos a um Conselho formado por cidad?os que nunca tinham empunhado uma espada. Cada uma das doze prov?ncias do Imp?rio tinha enviado dois representantes, vinte e quatro l?deres de todos os cantos do Imp?rio. Tecnicamente, eles governavam o Imp?rio; mas na verdade, Andronicus governava como ele bem desejava e o Conselho fazia o que ele mandava. Mas quando Andronicus tinha partido para o Anel, ele havia dado ao Conselho muito mais autoridade da que ele j? tinha. Romulus supunha que Andronicus tinha feito isso para se proteger e para mant?-lo sob controle, certificando-se de que ele ainda teria um trono para o qual regressar. Sua jogada tinha encorajado o Conselho; agora eles agiam como se tivessem autoridade real sobre Romulus. Ent?o Romulus tinha de, por enquanto, sofrer a indignidade de ter de responder ?quelas pessoas. Eram todos comparsas escolhidos a dedo por Andronicus, pessoas que Andronicus tinha entrincheirado para garantir que o trono seria seu para sempre. O Conselho procurava qualquer desculpa para fortalecer Andronicus e debilitar qualquer amea?a dirigida a ele, especialmente Romulus. E a derrota de Romulus brindava-lhes a ocasi?o perfeita para isso. Romulus marchou por todo o caminho at? chegar ao edif?cio do Conselho, cuja estrutura redonda, brilhante, enorme e preta se elevava at? o c?u. O pr?dio estava rodeado por colunas de ouro e tinha uma c?pula dourada brilhante; a bandeira do Imp?rio ondulava sobre ela e a imagem de um le?o de ouro com uma ?guia em sua boca estava talhada em sua enorme porta de entrada. Enquanto Romulus subia os cem degraus de ouro, seus homens esperavam na base da pra?a. Ele caminhava sozinho, dirigindo-se para as portas do Conselho, subindo tr?s degraus de cada vez, suas armas tilintavam contra sua armadura enquanto ele avan?ava. Foram necess?rios doze servos para abrir as portas maci?as no topo dos degraus, cada porta tinha quinze metros de altura, estava feita de ouro brilhante e continha apliques pretos por toda parte, em cada um deles estava gravado o selo do Imp?rio. Eles abriram as portas totalmente e Romulus sentiu o vento frio irromper e arrepiar sua pele enquanto ele marchava para o interior escuro. As enormes portas se fecharam atr?s de Romulus e como sempre sucedia quando ele entrava naquele pr?dio, ele teve a sensa??o de que estava entrando em uma tumba. Romulus caminhava pomposamente sobre os pisos de m?rmore, suas botas ecoavam, ele contra?a sua mand?bula, querendo acabar logo com aquele encontro e dedicar-se a coisas mais importantes. Ele tinha ouvido um boato sobre uma arma fant?stica, justo antes de ir ali e precisava saber se isso era verdade. Se assim fosse, isso mudaria tudo e inclinaria a balan?a ao seu favor. Se essa arma realmente existisse, ent?o tudo isso – Andronicus e o Conselho – j? n?o significariam nada para ele. De fato, todo o Imp?rio finalmente seria seu. Pensar naquela arma era a ?nica coisa que mantinha Romulus confiante e seguro enquanto ele subia outro conjunto de degraus e atravessava outro par de portas enormes, at? finalmente ingressar na sala redonda que abrigava o Grande Conselho. No interior daquela vasta c?mara havia uma mesa preta de formato circular com um c?rculo oco em seu centro e uma estreita passagem que conduzia a ele. Em torno do c?rculo estava o Conselho, todos os vinte e quatro membros vestidos com suas t?nicas pretas, sentados solenemente ao redor da mesa. Eram todos homens de idade com chifres cinzentos e olhos escarlates, injetados de vermelho devido aos muitos anos de idade. Era humilhante para Romulus ter de enfrent?-los, ter de caminhar para o centro da mesa atrav?s daquela entrada estreita e ficar rodeado pelas pessoas que ele tinha de enfrentar. Era humilhante ser obrigado a virar-se em todas as dire??es para lhes fazer face. O projeto inteiro da sala e daquela mesa era apenas mais uma das t?ticas de intimida??o Andronicus. Romulus ficou ali no centro da sala, em sil?ncio, queimando por dentro, durante um tempo que ele n?o soube medir. Ele sentia-se tentado a retirar-se, mas ele estava obrigado a apresentar-se. “Romulus da Legi?o Octakin.” Anunciou solenemente um dos homens do Conselho. Romulus virou-se e viu um dos conselheiros mais velhos: ele era bem magro, seu rosto era encovado e seus cabelos eram grisalhos, o homem olhava para ele com seus olhos escarlates. Aquele homem era um protegido de Andronicus e Romulus sabia que ele diria qualquer coisa para conseguir o favor de Andronicus. O velho conselheiro limpou a garganta. “Voc? retornou a Vol?sia com uma derrota. Em desgra?a. ? muito atrevimento seu vir aqui.” “Voc? se tornou um comandante imprudente e precipitado.” Disse outro conselheiro. Romulus se voltou e viu os olhos de desprezo olhando para ele, do outro lado do c?rculo. “Voc? perdeu milhares de nossos homens em sua busca infrut?fera da espada, em seu confronto imprudente com os drag?es. Voc? falhou a Andronicus e ao Imp?rio. O que voc? tem a dizer em sua defesa?” Romulus olhou para ele, desafiante. “Eu n?o devo desculpar-me por coisa alguma.” Disse ele. “Recuperar a espada era de grande import?ncia para o Imp?rio.” Outro homem idoso se inclinou para frente. “Mas voc? n?o a recuperou, ou sim?” Romulus ficou vermelho. Ele mataria aquele homem se ele pudesse. “Eu quase a recuperei.” Finalmente ele respondeu. “Quase n?o significa nada.” “N?s encontramos obst?culos inesperados.” “Drag?es?” Observou outro conselheiro. Romulus virou-se para enfrent?-lo. “Como voc? p?de ser t?o imprudente?” Disse o conselheiro. “Voc? realmente achou que poderia vencer?” Romulus limpou a garganta, sua raiva ia subindo. “Eu n?o fui imprudente. Meu objetivo n?o era matar os drag?es. Era recuperar a espada.” “No entanto, voc? n?o conseguiu isso.” “Pior ainda…” Disse outro. “… Voc? j? lan?ou os drag?es contra n?s. Os relat?rios que recebemos informam de seus ataques por todo o Imp?rio. Voc? iniciou uma guerra que n?o podemos vencer. ? uma grande perda para o Imp?rio.” Romulus parou de tentar responder; ele sabia que isso s? levaria a mais acusa??es e recrimina??es. Afinal de contas, aqueles eram os homens de Andronicus e todos eles eram parciais. “? uma pena que o pr?prio Grande Andronicus n?o esteja aqui para castig?-lo.” Disse outro conselheiro. “Tenho certeza de que ele n?o iria deix?-lo viver este dia at? o fim.” Ele limpou a garganta e se inclinou para tr?s. “Mas, em sua aus?ncia, devemos aguardar o seu retorno. Por enquanto, voc? ordenar? ao ex?rcito que envie frotas de navios para refor?ar a presen?a do Grande Andronicus no Anel. Quanto a voc?, voc? vai ser rebaixado, despojado de suas armas e de sua patente. Mantenha-se no quartel e aguarde novas ordens de n?s.” Romulus olhava para o conselho, totalmente descrente. “D? gra?as aos c?us que n?s n?o vamos execut?-lo agora mesmo. Agora deixe-nos.” Disse outro conselheiro. Romulus cerrou os punhos, roxo de indigna??o. Ele olhava para cada um dos conselheiros e jurou matar todos e cada um deles. Mas ele obrigou-se a se conter dizendo a si mesmo que aquele n?o era o momento. Ele poderia at? ter alguma satisfa??o ao mat?-los naquele instante, por?m esse n?o era seu objetivo final e ele n?o desistiria dele. Romulus se virou e saiu da sala, suas botas ecoavam enquanto ele caminhava atrav?s da porta que j? havia sido aberta pelos servos e que logo foi fechada atr?s dele. Romulus marchava para fora do Edif?cio do Conselho descendo os cem degraus de ouro para encontrar-se com o seu grupo de homens, os quais estavam a sua espera. Ele dirigiu-se ao seu segundo general. “Senhor…” Disse o General, curvando-se diante dele. “Quais s?o suas ordens?” Romulus olhou fixamente para o general, pensando. ? claro que ele poderia desobedecer ?s ordens do Conselho; pior ainda, agora era a vez de desafi?-los. “A ordem do Conselho ? que todos os navios do Imp?rio que est?o no mar voltem para casa, para nossa costa, imediatamente.” Os olhos do general se arregalaram. “Mas senhor, isso deixaria o Grande Andronicus abandonado dentro do Anel, sem nenhuma possibilidade de voltar para casa.” Romulus voltou a olhar para ele, seus olhos estavam frios. “Nunca me questione.” Replicou ele com uma voz t?o fria quanto o a?o. O general curvou sua cabe?a. “Claro, senhor. Perdoe-me.” Seu comandante virou-se e saiu correndo e Romulus sabia que ele iria executar suas ordens. Ele era um soldado fiel. Romulus sorriu para si a si mesmo. Como o Conselho tinha sido tolo ao pensar que ele iria fazer-lhes caso; que ele cumpriria suas ordens. Eles o haviam subestimado infinitamente. Afinal, eles n?o tinham ningu?m para executar seu rebaixamento e at? que eles descobrissem isso, enquanto Romulus tivesse poder, ele iria dar ordens suficientes para impedi-los de ganhar poder sobre ele. Andronicus seria poderoso, mas Romulus era ainda mais poderoso. Um homem estava parado no final da pra?a, ele usava uma t?nica verde e brilhante, o capuz dela estava puxado para baixo e revelava uma cara larga amarela e plana com quatro olhos. O homem tinha as m?os longas e finas seus dedos eram t?o longos quanto o bra?o de Romulus, ele esperava ali pacientemente. Ele era um Wokable. Romulus n?o gostava de lidar com gente daquela ra?a, mas em certas circunst?ncias ele era obrigado a fazer isso e aquele era um desses momentos. Romulus dirigiu-se at? o Wokable e sentiu sua bizarrice a v?rios metros de dist?ncia quando a criatura olhou fixamente para ele com seus quatro olhos. Ela estendeu a m?o e tocou-lhe o peito com um de seus dedos longos. Romulus parou, ele ficou frio ao sentir o contato daquele dedo viscoso. “N?s encontramos o que voc? nos pediu para buscar.” Disse a criatura. O Wokable fez um barulho estranho e borbulhante com sua garganta. “Mas isso vai custar-lhe caro.” “Eu pagarei qualquer pre?o.” Disse Romulus. A criatura fez uma pausa, como se estivesse indecisa. “Voc? deve vir sozinho.” Romulus ficou pensativo. “Como sei que n?o est? mentindo?” Perguntou Romulus. A criatura se inclinou e fez o gesto mais parecido a um sorriso que lhe era poss?vel. Romulus desejava que ela n?o tivesse feito isso. Ela revelou sua mand?bula retangular, cheia de centenas de pequenos dentes afiados. Êîíåö îçíàêîìèòåëüíîãî ôðàãìåíòà. Òåêñò ïðåäîñòàâëåí ÎÎÎ «ËèòÐåñ». Ïðî÷èòàéòå ýòó êíèãó öåëèêîì, êóïèâ ïîëíóþ ëåãàëüíóþ âåðñèþ (https://www.litres.ru/morgan-rice/um-rito-de-espadas/?lfrom=688855901) íà ËèòÐåñ. Áåçîïàñíî îïëàòèòü êíèãó ìîæíî áàíêîâñêîé êàðòîé Visa, MasterCard, Maestro, ñî ñ÷åòà ìîáèëüíîãî òåëåôîíà, ñ ïëàòåæíîãî òåðìèíàëà, â ñàëîíå ÌÒÑ èëè Ñâÿçíîé, ÷åðåç PayPal, WebMoney, ßíäåêñ.Äåíüãè, QIWI Êîøåëåê, áîíóñíûìè êàðòàìè èëè äðóãèì óäîáíûì Âàì ñïîñîáîì.
Íàø ëèòåðàòóðíûé æóðíàë Ëó÷øåå ìåñòî äëÿ ðàçìåùåíèÿ ñâîèõ ïðîèçâåäåíèé ìîëîäûìè àâòîðàìè, ïîýòàìè; äëÿ ðåàëèçàöèè ñâîèõ òâîð÷åñêèõ èäåé è äëÿ òîãî, ÷òîáû âàøè ïðîèçâåäåíèÿ ñòàëè ïîïóëÿðíûìè è ÷èòàåìûìè. Åñëè âû, íåèçâåñòíûé ñîâðåìåííûé ïîýò èëè çàèíòåðåñîâàííûé ÷èòàòåëü - Âàñ æä¸ò íàø ëèòåðàòóðíûé æóðíàë.