×òî æå åñòü ó ìåíÿ? Äûðû â äðàíûõ êàðìàíàõ, Òðè ìîðùèíû íà ëáó, Äà èñò¸ðòûé ïÿòàê... Íî íå æàëêî íè äíÿ- Ìíå ñóäüáîþ ïðèäàííûõ, Õîòü ïîðîé ÿ æèâó Ïîïîäàÿ â ïðîñàê. Âñ¸ ÷òî åñòü ó ìåíÿ: Ñîâåñòü, ÷åñòü è óìåíüå. ß îòäàì íå ñêóïÿñü- Ïðîñòî òàê çà ïóñòÿê. Çà ïîñòåëü ó îãíÿ, Äîáðîòó áåç ñòåñíåíüÿ. È çà òî, ÷òî ïðîñòÿñü, Íå çàáûòü ìíå íè êàê... Âñ¸ ÷

Adormecido

Adormecido Blake Pierce Um Mist?rio de Riley Paige #14 Uma obra-prima de thriller e mist?rio! O autor fez um trabalho magn?fico no desenvolvimento das personagens com um lado psicol?gico t?o bem trabalhado que temos a sensa??o de estar dentro das suas mentes, sentindo os seus medos e aplaudindo os seus sucessos. A hist?ria ? muito inteligente e mant?m-nos interessados durante todo o livro. Pleno de reviravoltas, este livro obriga-nos a ficar acordados at? ? ?ltima p?gina. Books and Movie Reviews, Roberto Mattos (re Sem Pistas) ADORMECIDO ? o livro #14 da s?rie de mist?rio de Riley Paige que come?ou com o bestseller SEM PISTAS (Livro #1) – um livro que pode descarregar gratuitamente com mais de 1000 opini?es de cinco estrelas! Depois de permanecer inativo durante 10 anos, um esquivo serial killer ataca novamente, deixando poucas pistas – e a ?nica forma de a Agente Especial Riley Paige do FBI o apanhar no presente, ? resolvendo os enigmas do passado. Mulheres est?o aparecendo mortas e nesse thriller psicol?gico negro, Riley Paige percebe que est? numa corrida contra o tempo. Os assassinatos do passado eram demasiado complexos para terem sido resolvidos. Ser? que Riley conseguir? resolver casos n?o resolvidos passados 10 anos? E lig?-los aos crimes que est?o a ocorrer no presente?Quando Riley v? a sua vida pessoal em risco, jogar ao gato e ao rato com psicopata brilhante pode se revelar demasiado para ela. Especialmente porque h? algo de errado com esse caso…Um thriller pleno de a??o com suspense de cortar a respira??o, ADORMECIDO ? o livro #14 de uma nova s?rie alucinante – com uma inesquec?vel nova personagem – que o obrigar? a n?o largar o livro at? o terminar. O Livro #15 da s?rie de Riley Paige estar? dispon?vel em breve. BLAKE PIERCE ADORMECIDO (UM MIST?RIO DE RILEY PAIGE—LIVRO 14) Blake Pierce Blake Pierce ? o autor da s?rie de enigmas RILEY PAGE, com doze livros (com outros a caminho). Blake Pierce tamb?m ? o autor da s?rie de enigmas MACKENZIE WHITE, composta por oito livros (com outros a caminho); da s?rie AVERY BLACK, composta por seis livros (com outros a caminho), da s?rie KERI LOCKE, composta por cinco livros (com outros a caminho); da s?rie de enigmas PRIM?RDIOS DE RILEY PAIGE, composta de dois livros (com outros a caminho); e da s?rie de enigmas KATE WISE, composta por dois livros (com outros a caminho) Como um ?vido leitor e f? de longa data do g?nero de suspense, Blake adora ouvir seus leitores, por favor, fique ? vontade para visitar o site www.blakepierceauthor.com para saber mais a seu respeito e tamb?m fazer contato Copyright© 2018 Blake Pierce. Todos os direitos reservados. Exceto como permitido sob o Copyright Act dos Estados Unidos de 1976, nenhuma parte desta publica??o pode ser reproduzida, distribu?da ou transmitida por qualquer forma ou meios, ou armazenada numa base de dados ou sistema de recupera??o sem a autoriza??o pr?via do autor. 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LIVROS DE BLAKE PIERCE S?RIE UM THRILLER PSICOL?GICO DE JESSIE HUNT A ESPOSA PERFEITA (Livro #1) O PR?DIO PERFEITO (Livro #2) S?RIE UM THRILLER PSICOL?GICO DE CHLOE FINE A PR?XIMA PORTA (Livro #1) A MENTIRA MORA AO LADO (Livro #2) S?RIE UM MIST?RIO DE KATE WISE SE ELA SOUBESSE (Livro #1) SE ELA VISSE (Livro #2) SE ELA CORRESSE (Livro #3) S?RIE OS PRIM?RDIOS DE RILEY PAIGE ALVOS A ABATER (Livro #1) ? ESPERA (Livro #2) A CORDA DO DIABO (Livro #3) AMEA?A NA ESTRADA (Livro #4) S?RIE UM MIST?RIO DE RILEY PAIGE SEM PISTAS (Livro #1) ACORRENTADAS (Livro #2) ARREBATADAS (Livro #3) ATRA?DAS (Livro #4) PERSEGUIDA (Livro #5) A CAR?CIA DA MORTE (Livro #6) COBI?ADAS (Livro #7) ESQUECIDAS (Livro #8) ABATIDOS (Livro #9) PERDIDAS (Livro #10) ENTERRADOS (Livro #11) DESPEDA?ADAS (Livro #12) SEM SA?DA (Livro #13) ADORMECIDO (Livro #14) S?RIE UM ENIGMA DE MACKENZIE WHITE ANTES QUE ELE MATE (Livro #1) ANTES QUE ELE VEJA (Livro #2) ANTES QUE ELE COBICE (Livro #3) ANTES QUE ELE LEVE (Livro #4) ANTES QUE ELE PRECISE (Livro #5) ANTES QUE ELE SINTA (Livro #6) ANTES QUE ELE PEQUE (Livro #7) ANTES QUE ELE CACE (Livro #8) S?RIE UM MIST?RIO DE AVERY BLACK RAZ?O PARA MATAR (Livro #1) RAZ?O PARA CORRER (Livro #2) RAZ?O PARA SE ESCONDER (Livro #3) RAZ?O PARA TEMER (Livro #4) RAZ?O PARA SALVAR (Livro #5) RAZ?O PARA SE APAVORAR (Livro #6) S?RIE UM MIST?RIO DE KERI LOCKE RASTRO DE MORTE (Livro #1) RASTRO DE UM ASSASSINO (Livro #2) UM RASTRO DE IMORALIDADE (Livro #3) UM RASTRO DE CRIMINALIDADE (Livro #4) UM RASTRO DE ESPERAN?A (Livro #5) PR?LOGO Gareth Ogden estava na ampla praia com vista para o Golfo do M?xico. A mar? estava baixa e o Golfo estava calmo – a ?gua estava plana e as ondas baixas. Viu algumas gaivotas em silhueta contra o c?u que escurecia e ouviu seus gritos cansados sobre o som das ondas. Deu uma tragada no cigarro e pensou com um sorriso amargo… As gaivotas parece tamb?m odiar esse clima. Ele n?o sabia por que se incomodara em descer at? ali de sua casa. Costumava apreciar os sons e cheiros da praia ? noite. Talvez fosse apenas da idade, mas achava dif?cil aproveitar o que quer que fosse com aquele calor abafado. Os ver?es estavam ficando mais quentes do que costumavam. Mesmo depois do crep?sculo, a brisa da ?gua n?o oferecia al?vio e a umidade era sufocante. Terminou o cigarro e pisou-o com o p?. Depois, afastou-se da ?gua e caminhou de volta para o pared?o ? beira-mar, uma estrutura maltratada pelo tempo que dava para a velha estrada e praia deserta. Enquanto percorria o trecho de areia, Gareth pensou em todas as repara??es que tinha feito em casa depois do ?ltimo furac?o, alguns anos atr?s. Tivera que reconstruir a grande varanda da frente e as escadas, e substituir um monte de paredes e telhas, mas tivera a sorte de n?o haver danos estruturais s?rios. Amos Crites, dono das casas de ambos os lados da de Gareth, tivera que as reconstruir quase totalmente. Aquela maldita tempestade, Pensou, afastando um mosquito. Os valores das propriedades tinham despencado desde ent?o. Ele desejou poder vender a casa e dar o fora de Rushville, mas ningu?m pagaria o suficiente por isso. Gareth tinha vivido naquela cidade toda a sua vida e n?o sentia que o tivesse favorecido grandemente. No que lhe dizia respeito, Rushville estava em decad?ncia h? muito tempo – pelo menos desde que a interestadual passara por ali. Ele ainda se lembrava de como tinha sido uma pr?spera pequena cidade tur?stica de ver?o antes disso, mas esses dias tinham desparecido h? muito tempo. Gareth abriu caminho entre as grades de madeira e caminhou at? a rua ? beira-mar. Ao sentir as solas dos sapatos absorverem o calor do pavimento, olhou para a casa. Suas janelas do primeiro andar estavam iluminadas e convidativas… Quase como se algu?m morasse l?. Embora “viver” dificilmente fosse a palavra certa para a exist?ncia solit?ria de Gareth. E pensamentos de dias mais felizes – quando sua esposa, Kay, ainda estava viva e criavam a filha, Cathy – s? o fizeram se sentir mais deprimido. Enquanto caminhava pela cal?ada que levava ? sua casa, Gareth vislumbrou algo atrav?s da porta de tela – uma sombra se movendo dentro. Quem poderia ser? Se perguntou. N?o ficou surpreso por algum visitante ter entrado. A porta da frente estava bem aberta e a porta de tela tamb?m. Os amigos de Gareth entravam e sa?am quando quisessem. "? um pa?s livre", Gostava de dizer-lhes. "Ou pelo menos o dizem." Enquanto subia as longas escadas tortas at? a varanda, Gareth imaginou que o visitante pudesse ser Amos Crites. Talvez Amos tivesse vindo de onde morava do outro lado da cidade para conferir suas propriedades ao longo da praia. Gareth sabia que ningu?m havia alugado nenhuma das casas para agosto, um m?s notoriamente quente e ?mido por ali. Sim, aposto que ? ele, Gareth pensou enquanto cruzava a varanda. Amos costumava passar por ali para reclamar das coisas em geral e Gareth ficava contente em acompanh?-lo com as pr?prias queixas. Sup?s que talvez ele e Amos fossem uma m? influ?ncia um para o outro desse jeito… Mas ei, para que servem os amigos? Gareth ficou de p? do lado de fora da porta, sacudindo a areia das sand?lias. "Ei, Amos", Gritou. "Pegue uma cerveja na geladeira." Esperou que Amos respondesse… "J? tenho." Mas nenhuma resposta veio. Gareth pensou que talvez Amos estivesse de volta ? cozinha, s? agora pegando uma cerveja. Ou talvez estivesse mais rabugento do que o normal. Gareth n?o se importava… A tristeza adora companhia, como dizem. Gareth abriu a porta de tela e entrou. "Ei, Amos, o que est? acontecendo?" Disse. Um flash de movimento captou sua vis?o perif?rica. Ele se virou e vislumbrou uma silhueta sombria contra a l?mpada da sala de estar. Quem quer que fosse aproximou-se de Gareth r?pido demais para ele ter tempo de fazer qualquer pergunta. A figura levantou um bra?o e Gareth vislumbrou um lampejo de a?o. Algo indescritivelmente duro bateu contra sua testa e ent?o uma explos?o eclodiu em seu c?rebro como vidro quebrando. Depois tudo se apagou. CAP?TULO UM A luz do sol da manh? brilhava sobre as ondas enquanto Samantha Kuehling dirigia o carro da pol?cia ao longo do passeio mar?timo. Sentada ao lado dela no banco do passageiro, seu parceiro, Dominic Wolfe, disse… "Eu vou acreditar quando vir." Sam n?o respondeu. Nem ela, nem Dominic sabiam de que se tratava ao certo. Mas a verdade era que ela j? antecipava de que se trataria. Conhecia Wyatt Hitt, de catorze anos de idade, toda a sua vida. Ele poderia ser teimoso, assim como qualquer garoto daquela idade, mas n?o era um mentiroso. E soara francamente hist?rico quando ligara para a delegacia h? pouco. N?o se conseguira expressar muito bem, mas tinha sido bem claro sobre uma coisa… Algo aconteceu com Gareth Ogden. Algo ruim. Al?m disso, Sam n?o sabia nada. E Dominic tamb?m n?o. Quando estacionou o carro em frente ? casa de Gareth, viu que Wyatt estava sentado no final da escada que levava ao alpendre. Ao lado dele havia uma sacola de tecido de jornais n?o entregues. Quando Sam e Dominic sa?ram do carro e caminharam at? ele, o garoto de cabelos loiros nem sequer olhou para eles. Apenas continuou olhando em frente. O rosto de Wyatt estava ainda mais p?lido do que o habitual e estava tremendo, embora a manh? j? estivesse ficando quente. Ele est? em choque, Sam percebeu. Dominic disse-lhe, "Conte-nos o que aconteceu". Wyatt endireitou-se ao som da voz de Dominic e olhou para ele com olhos vidrados. Ent?o Wyatt gaguejou com uma voz rouca e assustada, agravada pelas mudan?as da adolesc?ncia. “Ele – ele est? l? dentro, em casa. O Sr. Ogden, quero dizer.” Ent?o olhou para o Golfo novamente. Sam e Dominic se entreolharam. Ela percebia pela express?o alarmada de Dominic que aquilo estava come?ando a ficar real para ele. Sam estremeceu ao pensar… Tenho a sensa??o de que isso est? prestes a ficar muito real para n?s dois. Ela e Dominic subiram as escadas e atravessaram a varanda. Quando olharam pela porta de tela, viram Gareth Ogden. Dominic cambaleou para tr?s da porta. "Jesus Cristo!" Gritou. Ogden estava deitado de costas no ch?o, com os olhos e a boca bem abertos. Apresentava uma ferida aberta e sangrenta na testa. Ent?o Dominic voltou para as escadas e gritou para Wyatt… "O que diabos aconteceu? O que voc? fez?" Sentindo-se um pouco surpresa em n?o compartilhar o p?nico de Dominic, Sam tocou seu bra?o e disse em voz baixa, “Ele n?o fez nada, Dom. ? apenas uma crian?a. ? apenas um jornaleiro.” Dominic sacudiu a m?o e desceu as escadas. Levantou o pobre Wyatt. "Diga-me!" Dominic gritou. "O que voc? fez? Porqu??" Sam desceu as escadas atr?s de Dominic. Agarrou o policial hist?rico e o puxou com for?a para o gramado. "Deixe-o em paz, Dom" Disse Sam. "Deixe-me lidar com isso, ok?" O rosto de Dominic parecia t?o p?lido quanto o de Wyatt agora e tamb?m estava tremendo com o choque. Assentiu em sil?ncio e Sam voltou para junto de Wyatt, e ajudou-o a sentar-se novamente. Ela se agachou na frente dele e tocou-o no ombro. Disse, "Tudo vai ficar bem, Wyatt. Respire fundo.” O pobre Wyatt n?o conseguiu seguir as instru??es dela. Em vez disso, parecia estar hiperventilando e solu?ando ao mesmo tempo. Wyatt conseguiu dizer, "Eu – eu passei para entregar o jornal dele e o encontrei l?". Sam olhou para Wyatt, tentando entender o que dizia. "Por que voc? foi at? ao alpendre do Sr. Ogden?" Perguntou. "Voc? n?o poderia simplesmente ter jogado o jornal do jardim?" Wyatt encolheu os ombros e disse, “Ele fica – fica bravo quando fa?o isso. Fazia muito barulho, dizia, acordava-o. Ent?o me disse que eu tinha que subir todo o caminho at? ao alpendre – e eu tinha que deixar o jornal entre a porta de tela e a porta da frente. Caso contr?rio, iria explodir, ele disse. Ent?o eu sempre fui at? l? e estava prestes a abrir a tela quando vi…” Wyatt ofegou e gemeu de choque por um momento, depois acrescentou… "Ent?o eu liguei para voc?." Sam deu um tapinha no ombro dele. "Tudo vai ficar bem" Disse ela. “Voc? fez a coisa certa, chamando a pol?cia. Agora espere aqui.” Wyatt olhou para sua bolsa. "Mas esses jornais, ainda tenho que entreg?-los." Pobre garoto, Pensou Sam. Ele estava obviamente confuso. Al?m disso, parecia sentir algum tipo de culpa. Sam calculou que fosse uma rea??o natural. "Voc? n?o precisa fazer nada" Disse ela. "Voc? n?o est? em apuros. Tudo vai ficar bem. Agora espere aqui, como eu disse.” Levantou-se do degrau e procurou por Dominic, que ainda estava parado no p?tio, surpreso com a situa??o. Sam estava come?ando a ficar um pouco irritada. Ele n?o sabe que ? um policial? Disse-lhe, “Dom, vamos l?. Temos que ir at? l? e dar uma olhada nas coisas.” Dom limitou-se a ficar parado como se fosse surdo e n?o se tivesse apercebido que ela tinha falado. Sam falou mais agudamente. "Dominic, venha comigo, droga." Dominic assentiu, seguiu-a pelas escadas e atravessou o alpendre at? a casa. Gareth Ogden estava deitado no ch?o, usando sand?lias, shorts e uma camiseta. A ferida na testa parecia estranhamente precisa e sim?trica. Sam se abaixou para dar uma olhada melhor. Ainda de p?, Dominic gaguejou, "N-n?o toque em nada". Sam quase rosnou… "O que voc? acha que eu sou, uma idiota?" Que policial n?o sabia melhor do que ela que deveria ter cuidado nesse tipo de cena de crime? Mas olhou para Dominic e viu que ele ainda estava p?lido e tr?mulo. E se ele desmaiar? Pensou. Apontou para uma poltrona pr?xima e disse, “Sente-se, Dom.” Em sil?ncio, Dominic fez o que lhe foi dito. Sam se perguntou… Ele j? viu um cad?ver antes? Suas pr?prias experi?ncias limitavam-se aos funerais de caix?o aberto de seus av?s. Claro, isso era completamente diferente. Mesmo assim, Sam se sentia estranhamente calma e sob controle – quase como se estivesse se preparando para lidar com algo assim por um longo tempo. Dominic obviamente n?o estava se sentindo da mesma maneira. Ela olhou atentamente para a ferida na testa de Ogden. Parecia um pouco como aquele grande buraco que desmoronara sob uma estrada rural perto de Rushville no ano passado – uma cavidade estranha e aberta que n?o pertencia ?quele lugar. Mais estranho ainda, a pele parecia estar intacta – n?o rasgada, mas esticada na forma exata do objeto que tinha batido contra ela. Demorou apenas um momento para Sam perceber que objeto deveria ter sido. Ela disse a Dominic, "Algu?m bateu nele com um martelo". Aparentemente sentindo-se menos sens?vel agora, Dominic levantou-se da cadeira, ajoelhou-se ao lado de Sam e olhou atentamente para o cad?ver. "Como voc? sabe que era um martelo?" Perguntou. Apercebendo-se de que soava como uma piada doentia, Sam disse.. "Eu conhe?o minhas ferramentas." De fato, era verdade. Quando ela era uma garotinha, seu pai lhe ensinou mais sobre ferramentas do que a maioria dos garotos da cidade aprendera toda a vida. E o recuo da ferida de Ogden era a forma exata da ponta arredondada de um martelo perfeitamente comum. A ferida era grande demais para ser feita, digamos, por um martelo de bola. Al?m disso, seria necess?rio um martelo mais pesado para dar um golpe t?o mortal. Um martelo de garra ou um martelo rip, Calculou. Um ou outro. Disse a Dominic, "Eu me pergunto como o assassino entrou aqui." "Oh, eu posso te dizer isso” Respondeu Dominic. “Ogden n?o se dava ao trabalho de trancar a porta da frente, mesmo quando estava fora. Ele ?s vezes deixava tudo aberto ? noite. Voc? sabe como as pessoas que moram aqui ao longo do passeio mar?timo s?o – idiotas e confiantes.” Sam achou triste ouvir as palavras “idiota” e “confiante” na mesma frase. Por que as pessoas n?o podem deixar suas casas abertas em uma cidade como Rushville? N?o ocorria nenhum crime violento h? anos. Bem, n?o ser?o t?o confiantes agora, Pensou. Sam disse, "A quest?o ?, quem fez isso?" Dominic encolheu os ombros e disse, "Quem quer que fosse, Ogden parece ter sido pego de surpresa." Estudando o olhar selvagem no rosto do cad?ver, Sam silenciosamente concordou. Dominic acrescentou, “Meu palpite ? que era um estranho total, n?o algu?m daqui. Quero dizer, Ogden era mau, mas ningu?m na cidade o odiava tanto assim. E ningu?m por aqui tem as caracter?sticas de um assassino. Foi provavelmente um vagabundo que j? desapareceu. Teremos muita sorte em peg?-lo.” O pensamento desanimou Sam. Eles n?o podiam deixar que algo assim acontecesse aqui em Rushville. N?s simplesmente n?o podemos. Al?m disso, ela tinha uma forte suspeita de que Dominic estava errado. O assassino n?o era apenas um andarilho passando. Ogden havia sido assassinado por algu?m que morava bem aqui. Por um lado, Sam sabia que esta n?o era a primeira vez que algo acontecia aqui em Rushville. Mas tamb?m sabia que agora n?o era hora de come?ar a especular. Disse a Dominic, “Ligue ao chefe Crane. Vou ligar para o m?dico legista do condado.” Dominic assentiu e pegou o celular. Antes de pegar o dela, Sam limpou o suor da testa. O dia j? estava ficando quente… E vai ficar muito mais quente. CAP?TULO DOIS Riley Paige respirou longa e profundamente o ar frio do oceano. Estava sentada na varanda alta de uma casa de praia onde ela, seu namorado Blaine e suas tr?s filhas adolescentes j? tinham passado uma semana. Na extensa praia de areia, mais veranistas estavam espalhados e outros estavam na ?gua. Riley podia ver April, Jilly e Crystal brincando nas ondas. Havia um salva-vidas de plant?o, mas mesmo assim, Riley estava feliz por ter uma boa vis?o das garotas. Blaine estava descansando na poltrona de vime ao lado dela. Ele disse, "Ent?o voc? est? feliz por ter aceitado meu convite para vir aqui?" Riley apertou sua m?o e disse, “Muito feliz. Eu realmente poderia me acostumar com isso.” "Espero que sim" Disse Blaine, apertando a m?o dela de volta. "Quando foi a ?ltima vez que voc? tirou f?rias assim?" A pergunta pegou Riley ligeiramente de surpresa. "Eu realmente n?o tenho id?ia" Disse ela. "Anos, eu acho." "Bem, voc? tem que recuperar o tempo perdido" Disse Blaine. Riley sorriu e pensou… Sim e ainda tenho uma semana inteira para fazer isso. Todos eles se estavam a divertir muito. Um amigo abastado de Blaine colocou ? sua disposi??o a sua casa de Sandbridge Beach por duas semanas em agosto. Quando Blaine as convidou para ir junto, Riley percebeu que devia isso a April e Jilly de forma a passar mais tempo longe do trabalho, se divertindo com elas. Agora ela pensava… Eu devia isso a mim tamb?m. Talvez se adquirisse pr?tica suficiente neste ver?o, at? se acostumasse a se mimar. Quando chegaram, Riley ficou surpresa com a eleg?ncia do lugar, uma casa atraente erguida em estacas e com uma vista maravilhosa da praia a partir daquele alpendre. Havia ainda uma piscina exterior nas traseiras. Eles chegaram ali a tempo de comemorar o d?cimo sexto anivers?rio de April. Riley e as meninas passaram o dia fazendo compras a quinze quil?metros de dist?ncia, em Virginia Beach, e visitaram o aqu?rio l?. Desde ent?o, mal tinham sa?do desse lugar – e as garotas n?o pareciam estar entediadas. Blaine gentilmente soltou a m?o de Riley e se levantou da cadeira. Riley resmungou, "Ei, aonde voc? pensa que vai?" "Terminar de preparar o jantar" Disse Blaine. Ent?o, com um sorriso travesso, acrescentou, "A menos que voc? prefira comer fora". Riley riu de sua piada. Blaine possu?a um restaurante de qualidade em Fredericksburg e ele pr?prio era um chef de cozinha. Ele vinha fazendo maravilhosos jantares de frutos do mar desde que ali tinham chegado. "Isso est? fora de quest?o" Disse Riley. “Agora v? direto para a cozinha e comece a trabalhar.” "OK, chefe" Disse Blaine. Deu-lhe um beijo r?pido e foi para a cozinha. Riley observou as garotas brincando nas ondas por alguns instantes, ent?o come?ou a se sentir um pouco inquieta e pensou em entrar para ajudar Blaine no jantar. Mas ? claro, ele s? diria para ela voltar para dentro e deixar a comida com ele. Ent?o, em vez disso, Riley pegou o romance de espionagem que estava lendo. Ela estava demasiado mentalmente confusa naquele momento para entender o enredo elaborado, mas ainda assim estava gostando de ler. Depois de um tempinho, ela sentiu todo o seu corpo estremecer e percebeu que tinha largado o livro ao seu lado. Adormecera por alguns minutos – ou fora mais tempo? N?o que isso realmente importasse. Mas a luz da tarde estava diminuindo e as ondas estavam se curvando um pouco mais alto. A ?gua parecia um pouco mais amea?adora agora que a mar? implac?vel estava subindo. Mesmo com o salva-vidas ainda em servi?o, Riley se sentiu desconfort?vel. Ela estava prestes a se levantar e acenar e chamar as garotas para dizer que era hora de sair da ?gua, mas elas pareciam ter chegado ? mesma conclus?o por conta pr?pria. Estavam na praia construindo um castelo de areia. Riley ficou aliviada pela demonstra??o de bom senso. ?s vezes, como agora, quando o oceano assumia uma tonalidade mais sinistra, ocorria a Riley que n?o era realmente um lugar onde humanos pudessem pertencer. Alguns habitantes das profundezas eram capazes de viol?ncia terr?vel – pelo menos t?o brutal e cruel quanto os monstros humanos que ela ca?ava e lutava como investigadora da UAC. Riley estremeceu quando se lembrou de como ?s vezes tinha que proteger sua fam?lia contra esses monstros humanos. Eles tinham sido formid?veis o suficiente. Ela sabia n?o era poss?vel lutar com os monstros das profundezas. O ?ltimo caso de Riley fora h? um m?s atr?s – uma s?rie de assassinatos violentos de homens ricos e poderosos, perpetrados em casas elegantes na Ge?rgia. Desde ent?o, sua vida profissional tinha sido estranhamente tranquila – e um tanto tediosa, na verdade. Estava atualizando registros, participando de reuni?es e dando conselhos a outros agentes sobre seus casos. Mas ela gostava de dar algumas palestras para os alunos da Academia do FBI. Como investigadora experiente e bastante c?lebre, Riley era uma palestrante popular, pelo menos quando estava dispon?vel. Ao ver aqueles rostos jovens e aspirantes na sala de aula, lembrou-se de seu pr?prio idealismo primitivo, quando era aluna na Academia. Ent?o, ela tinha a esperan?a de libertar o mundo dos malfeitores. Agora era muito menos esperan?osa, mas continuava dando o seu melhor. O que mais posso fazer? Perguntou a si mesma. Era o ?nico trabalho que conhecia e sabia que era muito boa no que fazia. Ouviu a voz de Blaine chamando… “Riley, o jantar est? pronto. Chama as crian?as.” Riley se levantou e acenou, gritando bem alto “Jantar!”. As garotas se afastaram do castelo de areia, que se tornara bastante elaborado e correram em dire??o ? casa. Correram por baixo do alpendre onde Riley estava sentada na dire??o das traseiras da casa, onde poderiam tomar um banho r?pido na piscina. Antes de ir para dentro, Riley ficou ao lado do corrim?o e viu que o castelo de areia das meninas j? estava sendo mordido pela mar? alta. Riley n?o p?de deixar de sentir um pouco de tristeza, mas lembrou a si mesma que era normal em castelos feitos de areia. Ela quase n?o passava tempo na praia quando era mais nova. N?o tivera esse tipo de inf?ncia. Mas ao ver as garotas brincando nos ?ltimos dias, soube que parte da divers?o em construir castelos de areia era saber que seriam levados pela mar?. Uma li??o de vida saud?vel. Ela ficou observando o castelo de areia desaparecendo na ?gua por alguns instantes. Quando ouviu as tr?s meninas galopando pelas escadas acima, caminhou ao longo do alpendre ao redor da casa para ir ao seu encontro. Uma era a filha de dezasseis anos de Blaine, Crystal, que era a melhor amiga de April. Outra era a rec?m-adotada filha de quatorze anos de Riley, Jilly. Quando as tr?s garotas rindo come?aram a correr para o quarto para trocar as roupas de banho para o jantar, Riley notou um pequeno corte na coxa de Jilly. Ela gentilmente pegou Jilly pelo bra?o e disse, "Como isso aconteceu?" Jilly olhou para o corte e disse, “N?o sei. Devo ter batido em um espinho ou algo mais afiado.” Riley se inclinou para examinar o corte. N?o era de todo ruim e j? estava come?ando a sarar. Ainda assim, pareceu estranho para Riley. Ela se lembrava de Jilly ter um corte similar em seu antebra?o no dia em que tinham ido para aquele lugar. Jilly tinha dito que a gata de April, Marbles, a tinha arranhado. April havia negado isso. Jilly se afastou dela – um pouco defensivamente, pensou Riley. "N?o ? nada, m?e, ok?" Riley disse, “H? um kit de primeiros socorros no banheiro. Ponha um pouco de desinfetante antes de vir jantar.” "Ok, vou fazer isso” Disse Jilly. Riley observou Jilly a correr atr?s de April e Crystal para o quarto. Nada de preocupante, Riley disse a si mesma. Mas era dif?cil n?o se preocupar. Jilly vivia com eles apenas desde janeiro. Quando Riley estivera a trabalhar em um caso no Arizona, resgatara Jilly de circunst?ncias desesperadoras. Depois de algumas lutas legais e pessoais, Riley finalmente conseguira adotar Jilly h? apenas um m?s e Jilly parecia feliz com sua nova fam?lia. E al?m disso… ? apenas um pequeno corte – nada de preocupante. Riley foi at? a cozinha para ajudar Blaine a por a mesa e colocar o jantar. As garotas logo se juntaram a eles e todos se sentaram para jantar – deliciosos fil?s de linguados fritos servidos com molho t?rtaro. Todos estavam felizes e rindo. No momento em que Blaine serviu cheesecake para a sobremesa, uma sensa??o quente e agrad?vel apoderou-se de Riley. N?s somos como uma fam?lia, Pensou. Ou talvez isso n?o estivesse certo. Talvez, apenas talvez… N?s somos realmente uma fam?lia. Fazia muito tempo que Riley n?o se sentia assim. Quando terminou a sobremesa, pensou novamente… Eu realmente poderia me acostumar a isso. * Depois do jantar, as garotas voltaram para o quarto para jogar antes de dormir. Riley se juntou a Blaine no alpendre, onde bebericaram copos de vinho enquanto assistiam a noite se instalando. Os dois ficaram em sil?ncio por um longo tempo. Riley desfrutou daquela quietude e sentiu que Blaine tamb?m. N?o conseguia se lembrar de ter compartilhado muitos momentos f?ceis, confort?veis e silenciosos como aquele com seu ex-marido, Ryan. Eles praticamente sempre falavam ou deliberadamente n?o falaram. E quando n?o estavam falando, eles simplesmente habitavam seus pr?prios mundos separados. Mas Blaine era parte do mundo de Riley… E que mundo lindo ?. A lua brilhava e, ? medida que a noite se tornava mais escura, as estrelas apareciam em aglomerados imensos – quase inacreditavelmente brilhantes, longe das luzes da cidade. As ondas escuras do Golfo refletiam a luz da lua e das estrelas. Ao longe, o horizonte desfocara-se e finalmente desapareceu, de modo que o mar e o c?u pareciam se misturar perfeitamente. Riley fechou os olhos e ouviu por um momento o som das ondas. N?o havia outros ru?dos, nem vozes, nem TV, nem tr?fego na cidade. Riley libertou um suspiro profundo e feliz. Como se estivesse respondendo a seu suspiro, Blaine disse… "Riley, eu estive pensando…" Ele fez uma pausa. Riley abriu os olhos e olhou para ele, sentindo apenas uma pontada de apreens?o. Ent?o Blaine continuou… "Voc? sente como se nos conhec?ssemos h? muito tempo ou h? pouco tempo?" Riley sorriu. Era uma pergunta interessante. Eles se conheciam h? cerca de um ano e namoravam h? cerca de tr?s meses. Durante todo esse tempo sentiam-se muito bem juntos. Eles e suas fam?lias tamb?m tinham passado por momentos de perigo angustiante e Blaine demonstrou incr?vel desenvoltura e coragem. Por tudo isso, Riley come?ou a preocupar-se com ele, a confiar nele e a admir?-lo. "? dif?cil dizer" Disse ela. “Ambos, eu acho. Parece muito tempo porque nos torn?mos t?o pr?ximos. Parece pouco tempo porque… bem, porque ?s vezes fico t?o impressionada com a rapidez com que nos aproxim?mos”. Outro sil?ncio caiu – um sil?ncio que disse a Riley que Blaine se sentia exatamente da mesma maneira. Finalmente Blaine disse… "O que voc? acha… que deve acontecer a seguir?" Riley olhou em seus olhos. Seu olhar era s?rio e inquisitivo. Riley sorriu e disse a primeira coisa que surgiu em sua cabe?a. "Ora, Blaine Hildreth, voc? est? me pedindo em casamento?" Blaine sorriu e disse, “Venha para dentro. Eu tenho algo para mostrar a voc?.” CAP?TULO TR?S Riley ficou sem f?lego. Um mundo inteiro de possibilidades futuras parecia estar se abrindo na frente dela e n?o sabia o que pensar. N?o sabia o que dizer, ent?o apenas pegou seu copo de vinho e seguiu Blaine do alpendre para a sala de jantar. Blaine foi at? um arm?rio e pegou um grande rolo de papel. Quando chegaram, Riley notara que ele descarregara o rolo do carro junto com as coisas de praia, mas n?o se incomodou em perguntar o que era. Ele desenrolou o papel na mesa da sala de jantar, colocando copos nos cantos para segur?-lo. Parecia algum tipo de plano elaborado. "O que ? isso?" Riley perguntou. "Voc? n?o reconhece?" Perguntou Blaine. "? a minha casa." Riley olhou os desenhos com mais cuidado, sentindo-se um pouco confusa. Ela disse, "Hum… parece muito grande para ser sua casa." Blaine riu e disse, "Isso ? porque uma ala inteira ainda n?o foi constru?da." Riley ficou positivamente tonta quando Blaine come?ou a explicar os desenhos. Ele mostrou como a nova ala incluiria quartos para April e Jilly. E ? claro que haveria um apartamento inteiro para Gabriela, a empregada dom?stica de Riley, que poderia trabalhar para todos eles quando tudo fosse constru?do. O novo design inclu?a at? um pequeno escrit?rio para Riley. Ela n?o tinha um escrit?rio em casa desde que Jilly se mudara e tinham precisado de um quarto. Riley estava ao mesmo tempo esmagada e divertida. Quando ele terminou de explicar as coisas, ela disse… "Ent?o, esta ? a sua maneira de me pedir em casamento?" Blaine gaguejou, “Acho que sim. Eu percebo que n?o ? muito rom?ntico. Sem anel, sem me ajoelhar.” Riley riu e disse, "Blaine, se voc? se ajoelhar, eu juro por Deus que vou te dar um tapa." Blaine olhou para ela com surpresa. Mas Riley quase o disse com sinceridade. Ela estava tendo um flashback de Ryan pedindo-a em casamento h? tantos anos quando eram jovens e pobres – Ryan, um advogado em dificuldades e Riley, estagi?ria do FBI. Ryan passou por todo o ritual, ajoelhando-se e oferecendo-lhe um anel que ele realmente n?o podia pagar. Parecia muito rom?ntico naquela ?poca. Mas as coisas tinham acabado t?o mal que a mem?ria parecia amarga para Riley naquele momento. Em compara??o, a proposta muito menos tradicional de Blaine parecia perfeita. Blaine colocou o bra?o em volta dos ombros de Riley e a beijou no pesco?o. "Voc? sabe, o casamento teria vantagens pr?ticas" Disse ele. "N?o ter?amos que dormir em quartos separados quando as crian?as estivessem por perto". Riley sentiu um arrepio de desejo em seu beijo e sua sugest?o. Sim, isso seria uma vantagem, Pensou. Momentos ?ntimos tinham sido escassos. Os dois tinham se relegado a quartos separados, mesmo durante essas f?rias ador?veis. Riley suspirou profundamente e disse, "? muito para pensar, Blaine. Muito para n?s dois pensarmos.” Blaine assentiu. "Eu sei. ? por isso que n?o espero que voc? pule de alegria gritando alto ‘sim, sim, sim’. S? quero que voc? saiba… est? na minha cabe?a e espero que esteja em sua tamb?m.” Riley sorriu e admitiu, "Sim, tenho pensado nisso." Olharam nos olhos um do outro por alguns momentos. Mais uma vez, Riley se encontrou apreciando o sil?ncio entre eles. Mas ? claro, ela sabia que n?o poderiam deixar todas essas perguntas passando por suas mentes sem resposta. Finalmente, Riley disse, "Vamos voltar para fora". Encheram os copos, sa?ram para o alpendre e sentaram-se novamente. A noite estava ficando mais bonita a cada minuto. Blaine se aproximou e pegou a m?o de Riley. "Eu sei que ? uma grande decis?o. N?s temos muito em que pensar. Por um lado, j? nos casamos antes. E… bem, n?o estamos ficando mais jovens.” Riley pensou em sil?ncio… Mais uma raz?o para nos comprometermos. Blaine continuou, "Talvez dev?ssemos come?ar listando todas as raz?es pelas quais isso pode n?o ser uma boa ideia". Riley riu e disse, "Oh, Blaine, temos que o fazer?" Mas ela sabia perfeitamente bem que ele estava certo. E eu poderia muito bem ser a primeira a come?ar, Decidiu. Respirou longa e lentamente, e disse, “Para come?ar, temos que pensar n?o s? em n?s. J? somos pais, com tr?s adolescentes entre n?s. Se nos casarmos, tamb?m seremos padrasto e madrasta – eu e sua filha, voc? e as minhas duas garotas. Isso ? um grande compromisso logo a?.” "Eu sei" Disse Blaine. “Mas adoro a ideia de ser pai de April e Jilly.” A garganta de Riley se apertou de emo??o com a sinceridade em sua voz. "Eu me sinto da mesma maneira acerca de Crystal" Disse ela. Ent?o, com uma risada, ela acrescentou, “Minhas meninas j? t?m um gato e um cachorro. Espero que n?o haja problema.” Blaine disse, "Tudo bem. Eu nem pe?o um dep?sito de animal de estima??o.” A risada de ambos soou musicalmente no ar da noite. Ent?o Riley disse, "OK, ? a sua vez." Blaine suspirou profundamente e disse, "Bem, n?s dois temos ex marido e mulher." Ecoando seu suspiro, Riley disse, "? verdade." Ela estremeceu quando se lembrou de seu ?nico encontro com a ex-mulher de Blaine, Phoebe. A mulher estava atacando fisicamente a pobre Crystal em uma raiva b?bada at? que Riley a afastou. Blaine disse a Riley que seu casamento com Phoebe tinha sido um erro de sua juventude, antes que ele tivesse alguma ideia de que ela era bipolar e um perigo para si mesma e para os outros. Parecendo adivinhar os pensamentos de Riley, Blaine disse… “Nunca mais tive not?cias de Phoebe. Ela est? morando com a irm?, Drew. Eu me comunico com Drew de tempos em tempos. Ela diz que Phoebe est? em recupera??o e est? se saindo melhor, mas n?o pensa mais em Crystal e em mim. Tenho certeza de que est? fora de nossas vidas para sempre.” Riley engoliu em seco e disse… "Eu gostaria de poder dizer o mesmo acerca de Ryan." Blaine apertou a m?o de Riley e disse, “Bem, ele ? o pai de April. Vai querer continuar fazendo parte de suas vidas. Da de Jilly tamb?m. Eu entendo isso.” "Voc? est? sendo muito justo com ele" Disse Riley. "Mesmo? Por qu??" Riley pensou… Como posso explicar? A tentativa de Ryan de se reconciliar e voltar a morar com ela terminara desastrosamente – especialmente para Jilly e April, que aprenderam da maneira mais dif?cil que n?o podiam confiar nele para terem uma rela??o paternal. Enquanto isso, Riley n?o tinha ideia de quantas namoradas tinham passado pela vida de Ryan. Ela tomou um gole do seu vinho e disse, "N?o acho que vamos ver muito Ryan. E penso que ? bom que assim seja.” Riley e Blaine ficaram em sil?ncio por alguns momentos. Enquanto olhavam para a noite, as preocupa??es de Riley sobre Phoebe e Ryan escapavam de sua mente, e de novo ela se deliciava com o calor e o conforto maravilhosos da companhia simples de Blaine. O sil?ncio foi quebrado pelos sons de passos, conversas e risadas das garotas saindo de seu quarto. Ent?o pareceu que estavam fazendo alguma coisa na cozinha – preparando alguma coisa para comer, Riley calculou. Enquanto isso, Riley e Blaine come?aram a falar baixinho sobre diferentes assuntos – como suas diferentes carreiras poderiam ou n?o se mesclar, como Riley teria que vender a casa que comprou h? apenas um ano, como eles administrariam suas finan?as e coisas do g?nero. Enquanto conversavam, Riley se viu pensando… Come?amos tentando listar as raz?es pelas quais casar n?o seria uma boa ideia. Em vez disso, parecia uma id?ia cada vez melhor a cada segundo que passava. E a coisa realmente linda era que nenhum deles tinha que dizer isso em voz alta. Eu poderia muito bem ter dito sim, Pensou. Ela se sentia como se estivessem comprometidos para casar. E ela realmente gostou dessa sensa??o. A conversa deles foi interrompida quando April veio correndo para o alpendre com o celular de Riley na m?o. O telefone estava tocando. Entregando o telefone para Riley, April disse… “Ei m?e, voc? deixou seu telefone na cozinha. Voc? recebeu uma liga??o.” Riley reprimiu um suspiro. Ela n?o podia imaginar que a liga??o fosse de algu?m que gostasse de ouvir naquele momento. E logo viu que o interlocutor era seu chefe, o agente especial Brent Meredith. Seu estado de esp?rito desanimou quando percebeu… Ele me quer de volta ao trabalho. CAP?TULO QUATRO Quando Riley atendeu a liga??o, ouviu a voz r?spida e familiar de Meredith. "Como v?o as suas f?rias, Agente Paige?" Riley conseguiu evitar dizer… "Estavam indo bem at? agora." Em vez disso, respondeu, "Fant?sticas. Obrigada." Ela se levantou da cadeira e andou um pouco pelo alpendre. Meredith soltou um grunhido hesitante, depois disse… “Escute, temos recebido alguns telefonemas peculiares de uma policial do Mississippi – uma pequena cidade do litoral chamada Rushville. Ela est? trabalhando em um caso de assassinato. Um homem local foi assassinado com um martelo…” Meredith fez outra pausa e depois disse… "Ela pensa que est?o lidando com um serial killer". "Porqu??" Riley perguntou. "Porque algo semelhante aconteceu em Rushville – uns dez anos atr?s." Riley semicerrou os olhos com surpresa. Disse, "Isso ? muito tempo entre assassinatos". "Sim, eu sei" Disse Meredith. “Falei com o chefe dela e ele disse que n?o havia nada. Ele disse que ela ? apenas uma policial entediada de cidade pequena em busca de excita??o. O problema ? que ela continua ligando e n?o parece uma pessoa louca, ent?o talvez… ” Novamente Meredith ficou em sil?ncio. Riley olhou para dentro da casa e viu que Blaine estava ajudando as garotas a preparar alguma coisa na cozinha. Todos pareciam t?o felizes. Riley desanimou com a id?ia de ter que encurtar as f?rias. Ent?o Meredith disse, "Olha, eu estava pensando, se voc? est? cansada das f?rias e sentindo saudades do trabalho, talvez voc? possa ir at? o Mississippi e…" Riley ficou surpresa ao ouvir sua pr?pria voz interromp?-lo bruscamente. "N?o" Disse ela. Outro sil?ncio se seguiu e o cora??o de Riley batia descompassadamente. Oh, meu Deus, Pensou. Eu acabei de dizer n?o para Brent Meredith. Ela n?o lembrava de ter feito isso antes – e por uma boa raz?o. Meredith era conhecido por ter um desagrado agudo por essa palavra, especialmente quando havia um trabalho a fazer. Riley se preparou para um ataque feroz. Em vez disso, ouviu um suspiro grave. Meredith disse, “Sim, eu deveria ter imaginado. Provavelmente n?o ? nada mesmo. Me desculpe por ter incomodado voc?. Continue aproveitando suas f?rias.” Meredith terminou a liga??o e Riley ficou no alpendre olhando para o telefone. As palavras de Meredith ecoavam em sua cabe?a… "Me desculpe por ter incomodado voc?." Isso n?o soava ao chefe. Desculpas de qualquer tipo n?o eram o estilo dele. Ent?o, em que estava ele realmente pensando? Riley tinha a sensa??o de que Meredith n?o acreditava no que acabara de dizer… "Provavelmente n?o ? nada mesmo." Riley suspeitava que algo sobre a hist?ria da policial feminina despertara o interesse de Meredith e que ele realmente acreditava que havia um serial killer no Mississippi. Mas como n?o tinha nenhuma evid?ncia tang?vel para continuar, n?o se sentia no direito de mandar Riley pegar o caso. Enquanto Riley ficou olhando para o telefone, ficou pensando… Devia ligar-lhe de volta? Devia ir ao Mississippi e, pelo menos, verificar aquilo? Seus pensamentos foram interrompidos pela voz de April. "Ent?o o que est? acontecendo? As f?rias acabaram?” Riley olhou e viu que sua filha estava perto do alpendre, olhando para ela com uma express?o azeda. "Por que voc? acha isso?" Riley perguntou. April suspirou e disse, “Vamos, mam?e. Eu vi de quem era a chamada. Voc? tem que enfrentar outro caso, n?o ??” Riley olhou para a cozinha e viu que Blaine e as outras duas meninas ainda estavam preparando snacks. Mas Jilly olhava para Riley desconfortavelmente. Riley de repente se perguntou… O que diabos estava eu pensando? Ela sorriu para April e disse… "N?o, eu n?o tenho que ir a lugar nenhum. De fato…" Ent?o sorrindo mais amplamente, acrescentou… "Eu disse n?o." Os olhos de April se arregalaram. Ent?o ela correu de volta para a cozinha gritando… "Ei pessoal! Mam?e disse n?o a um caso!” As outras duas meninas come?aram a gritar “Que bom!” E “Assim ? que ?!” enquanto Blaine olhava para Riley alegremente. Ent?o Jilly disse para a irm?… "Eu te disse. Eu te disse que ela diria que n?o.” April respondeu, "N?o, n?o disse. Voc? estava ainda mais preocupada do que eu.” "N?o estava" Disse Jilly. "Voc? me deve dez d?lares." "N?s nunca fizemos uma aposta sobre isso!" "Fizemos sim!" As duas garotas brincaram, rindo enquanto discutiam. Riley tamb?m riu e disse, “Ok, crian?as. Vamos acabar com isso. N?o discutam. N?o estraguem umas f?rias perfeitas. Vamos todos comer alguma coisa.” Ela se juntou ao grupo que conversava e sorria para um lanche noturno. Enquanto comiam, ela e Blaine n?o paravam de olhar um para o outro com amor. Eles realmente eram um casal com tr?s filhas adolescentes para criar. Riley se perguntou… Quando foi a ?ltima vez que tive uma noite t?o maravilhosa? * Riley estava descal?a, caminhando em uma praia enquanto a luz da manh? brilhava nas ondas. As gaivotas estavam grasnando e a brisa era fria e gentil. Vai ser um dia lindo, Pensou. Mas mesmo assim, algo parecia profundamente errado. Levou um momento para perceber… Estou sozinha. Olhou para a praia e n?o viu ningu?m at? onde a vista alcan?ava. Onde est?o eles? Perguntou-se. Onde estavam April e Jilly e Crystal? E onde estava Blaine? Um medo estranho come?ou a crescer nela e tamb?m um pensamento aterrorizante… Talvez eu tenha sonhado tudo. Sim, talvez a noite passada nunca tenha acontecido. Nada daquilo. Aqueles momentos amorosos com Blaine enquanto planejavam o futuro juntos. O riso de suas duas filhas – e tamb?m de Crystal, que estava prestes a se tornar sua terceira filha. Seu caloroso e rico sentimento de pertencer – uma sensa??o que passara toda a sua vida procurando e desejando. Tudo apenas um sonho. E agora ela estava sozinha – mais sozinha do que j? estivera na vida. Nesse momento ouviu gargalhadas e conversas atr?s dela. Ela se virou e os viu… Blaine, Crystal, April e Jilly estavam correndo, a jogar uma bola de praia uns para os outros. Riley suspirou de al?vio. Claro que era real, Pensou. Claro que eu n?o imaginei isso. Riley riu de alegria e correu para se juntar a eles. Mas ent?o algo duro e invis?vel a impediu de prosseguir. Era uma esp?cie de barreira que a separava das pessoas que ela mais amava. Riley caminhou ao longo da barreira, correndo as m?os ao longo dela, pensando… Talvez haja uma maneira de contornar isso. Ent?o ouviu uma risada familiar. "Desista, menina" Disse uma voz. "Essa vida n?o ? para voc?." Riley se virou e viu algu?m parado a poucos metros de dist?ncia dela. Era um homem com uniforme de gala de coronel da Marinha. Era alto e desajeitado, o rosto desgastado e enrugado por anos de raiva e ?lcool. Ele era o ?ltimo ser humano no mundo que Riley queria ver. "Papai" Ela murmurou com desespero. Ele riu severamente e disse, "Ei, voc? n?o tem que ficar t?o triste com isso. Eu pensei que voc? ficaria feliz em se reunir com sua pr?pria carne e sangue.” "Voc? est? morto" Disse Riley. Papai encolheu os ombros e disse, "Bem, como voc? j? sabe, isso n?o me impede de aparecer de tempos em tempos." Riley percebeu vagamente que isso era verdade. Essa n?o era a primeira vez que ela via seu pai desde a sua morte no ano passado. E essa n?o era a primeira vez em que ela ficara intrigada com a presen?a dele. Como poderia estar falando com um homem morto era algo que n?o fazia sentido para ela. Mas ela sabia de uma coisa com certeza. N?o queria nada com ele. Queria estar entre as pessoas que n?o a faziam se odiar. Ela se virou e come?ou a andar em dire??o a Blaine e as meninas que ainda estavam brincando com a bola de praia. Mais uma vez foi parada por aquela barreira invis?vel. Seu pai riu. “Quantas vezes eu tenho que te dizer? Voc? n?o tem que estar com eles.” Todo o corpo de Riley tremia – fosse de raiva ou de des?nimo, ela n?o tinha certeza. Ela virou-se para o pai e gritou… "Me deixe em paz!" "Voc? tem certeza?" Ele disse. "Eu sou tudo o que voc? tem. Eu sou tudo o que voc? ?.” Riley rosnou, "Eu n?o sou nada como voc?. Eu sei o que significa amar e ser amado”. Seu pai abanou a cabe?a e arrastou os p?s na areia. "N?o ? que eu n?o me compade?a" Ele disse. "? uma maldita vida in?til que voc? tem – buscando justi?a para as pessoas que j? est?o mortas, exatamente as pessoas que n?o precisam mais de justi?a. Tal como aconteceu comigo no Vietname, uma guerra est?pida que n?o havia como vencer. Mas voc? n?o tem escolha e ? hora de resolver isso. Voc? ? uma ca?adora, como eu. Eu te criei assim. N?o sabemos mais nada, nenhum de n?s.” Riley olhou fixamente para ele, testando sua vontade contra a dele. ?s vezes conseguia venc?-lo, fazendo-o piscar os olhos. Mas aquele n?o era um desses momentos. Ela piscou e desviou o olhar. Seu pai zombou dela e disse, “Raios, se voc? quer ficar sozinha, tudo bem para mim. Eu tamb?m n?o estou gostando muito da sua companhia.” Ele se virou e foi andando pela praia. Riley se virou e desta vez viu todos eles indo embora – April e Jilly de m?os dadas, Blaine e Crystal seguindo seu pr?prio caminho. Quando come?aram a desaparecer na manh? perdida, Riley bateu na barreira e tentou gritar… "Voltem! Por favor voltem! Eu amo todos voc?s!" Seus l?bios se moviam, mas n?o emitiam som algum. * Os olhos de se abriram e ela estava deitada na cama. Um sonho, Pensou. Eu deveria saber que era um sonho. Seu pai ?s vezes aparecia em seus sonhos. De que outra forma ele poderia visit?-la, estando morto? Levou um momento para perceber que estava chorando. A solid?o avassaladora, o isolamento das pessoas que mais amava, as palavras de advert?ncia de seu pai… "Voc? ? uma ca?adora, como eu." N?o ? de admirar que ela tivesse acordado com tanta afli??o. Riley pegou um len?o e conseguiu acalmar-se. Mas mesmo assim, essa sensa??o de solid?o n?o desaparecia. Ela lembrou a si mesma que as crian?as estavam dormindo em outro quarto e Blaine estava em outro. Mas parecia dif?cil acreditar. Sozinha no escuro, sentia como se outras pessoas estivessem longe, do outro lado do mundo. Pensou em se levantar e ir na ponta dos p?s pelo corredor e se juntar a Blaine em seu quarto, mas… As crian?as. Eles estavam ficando em quartos separados por causa das crian?as. Riley arrumou o travesseiro em volta da cabe?a e tentou dormir novamente, mas n?o conseguia parar de pensar… Um martelo. Algu?m no Mississippi foi morto com um martelo. Disse a si mesma que n?o era o caso dela e dissera n?o a Brent Meredith. Mas mesmo quando finalmente voltou a dormir, esses pensamentos n?o iriam desapareceriam… H? um assassino l? fora. H? um caso para ser resolvido. CAP?TULO CINCO Quando entrou na delegacia de pol?cia de Rushville logo pela manh?, Samantha teve a sensa??o de que estaria em apuros. No dia anterior fizera alguns telefonemas que talvez n?o devesse ter feito. Talvez eu n?o me devesse meter no que n?o me diz respeito, Pensou. Mas de alguma forma, n?o se meter n?o era f?cil para ela. Ela estava sempre tentando consertar as coisas, ?s vezes coisas que n?o podiam ser corrigidas ou coisas que outras pessoas n?o queriam corrigir. Como de costume, quando ela apareceu para o trabalho, Sam n?o viu outros policiais por perto, apenas a secret?ria do chefe, Mary Ruckle. Seus colegas a provocavam muito por isso… "A sempre dispon?vel Sam" Diziam. "Sempre a primeiro a chegar e a ?ltima a sair." De alguma forma, nunca pareciam dizer isso de uma maneira legal. Mas ela sempre lembrou a si mesma que era natural que “a sempre dispon?vel Sam” fosse provocada. Ela era a policial mais nova e a mais nova da for?a de Rushville. N?o ajudava em nada que tamb?m fosse a ?nica mulher na for?a. Por um momento, Mary Ruckle n?o pareceu notar a chegada de Sam. Estava ocupada fazendo as unhas – sua ocupa??o habitual durante a maior parte do dia de trabalho. Sam n?o conseguia entender o apelo de fazer as unhas. Ela sempre mantinha aa suaa simples e curtaa, o que talvez fosse uma das muitas raz?es pelas quais as pessoas pensavam nela como, bem… Pouco feminina. N?o que Mary Ruckle fosse o que Sam consideraria atraente. Ainda assim, Mary era casada e tinha tr?s filhos, e poucas pessoas em Rushville previam esse tipo de vida para Sam. Se Sam realmente queria esse tipo de vida, realmente n?o sabia. Tentava n?o pensar muito no futuro. Talvez fosse por isso que ela se concentrava tanto em qualquer coisa que aparecesse. N?o conseguia imaginar um futuro para si mesma, pelo menos n?o entre as escolhas que pareciam estar dispon?veis. Mary soprou as unhas, olhou para Sam e disse… "Chefe Crane quer falar com voc?." Sam assentiu com um suspiro. Assim como eu esperava, Pensou. Ela entrou no escrit?rio do chefe e encontrou-o jogando Tetris em seu computador. "S? um minuto" Ele resmungou ao ouvir Sam entrar no gabinete. Provavelmente distra?do com a chegada de Sam, rapidamente perdeu o jogo que estava jogando. "Droga" Disse ele, olhando para a tela. Sam se preparou. Ele provavelmente j? estava chateado com ela. Perder um jogo de Tetris n?o ia melhorar seu humor. O chefe virou-se em sua cadeira girat?ria e disse… "Kuehling, sente-se." Sam obedientemente sentou-se em frente ? sua mesa. O Chefe Crane juntou as pontas dos dedos e olhou para ela por um momento, tentando, como de costume, parecer o grande cara que imaginava ser. E como de costume, Sam n?o ficou impressionada. Crane tinha cerca de trinta anos e tinha uma apar?ncia agrad?vel, como Sam achava que seria mais adequado para um homem de seguros. Em vez disso, ele subiu para o posto de chefe de pol?cia devido ao v?cuo de poder que o chefe Jason Swihart havia deixado quando se fora subitamente embora h? dois anos. Swihart era um bom chefe e todos gostavam dele, inclusive Sam. Foi oferecido a Swihart um ?timo trabalho com uma empresa de seguran?a em Sillicon Valley e ele compreensivelmente mudou-se para pastos mais verdes. Ent?o agora Sam e os outros policiais respondiam ao chefe Carter Crane. No que dizia respeito a Sam, ele era mediocridade em um departamento cheio de mediocridades. Sam nunca admitiria isso em voz alta, mas tinha certeza de que tinha mais c?rebro do que Crane e todos os outros policiais locais juntos. Seria bom ter uma chance de provar isso, Pensou. Finalmente, Crane disse, “Recebi um telefonema interessante ontem ? noite – de um certo agente especial Brent Meredith em Quantico. Voc? nunca acreditaria no que ele me disse. Ah, mas provavelmente at? sim.” Sam gemeu de aborrecimento e disse, “Vamos l?, chefe. Vamos direto ao assnto. Liguei para o FBI no final da tarde passada. Conversei com v?rias pessoas antes de finalmente me conectar com Meredith. Eu pensei que algu?m deveria ligar para o FBI. Eles deveriam estar aqui ajudando-nos.” Crane sorriu e disse, "N?o me diga. ? porque voc? ainda acha que o assassinato de Gareth Ogden na noite anterior foi o trabalho de um serial killer que mora aqui em Rushville.” Sam revirou os olhos. “Eu preciso explicar tudo de novo?” Ela perguntou. “Toda a fam?lia Bonnett foi morta aqui uma noite, dez anos atr?s. Algu?m bateu em suas cabe?as com um martelo. O caso nunca foi resolvido.” Crane assentiu e disse, “E voc? acha que o mesmo assassino saiu da toca dez anos depois.” Sam encolheu os ombros e disse, “H?, obviamente, alguma conex?o. O MO ? id?ntico.” Crane de repente levantou a voz um pouco. “N?o h? conex?o. N?s passamos por tudo isso ontem. O MO ? apenas uma coincid?ncia. O melhor que podemos dizer ? que Gareth Ogden foi morto por algum vagabundo que passava pela cidade. Estamos seguindo cada pista. Mas, a menos que ele fa?a a mesma coisa em outro lugar, ? prov?vel que nunca o peguemos.” Sam sentiu invadir-se por uma onda de impaci?ncia. Ela disse, "Se ele era apenas um vagabundo, por que n?o havia sinal de roubo?" Crane bateu na mesa com a palma da m?o. "Droga, voc? n?o desiste de suas id?ias, n?o ?? N?s n?o sabemos se n?o houve um roubo. Ogden era burro o suficiente para deixar a porta da frente aberta. Talvez ele tamb?m fosse burro o suficiente para deixar um ma?o de dinheiro em sua mesa de caf?. O assassino viu e decidiu servir-se, batendo na cabe?a de Ogden no processo.” Recolhendo as pontas dos dedos novamente, Crane acrescentou… "Agora, isso n?o soa mais plaus?vel do que um psicopata que passou dez longos anos… fazendo exatamente o qu?? Hibernando, talvez?” Sam respirou longa e profundamente. N?o comece com ele novamente, Disse a si mesma. N?o fazia sentido explicar de novo por que a teoria de Crane a incomodava. Por um lado, e o martelo? Ela mesma notara que os martelos de Ogden ainda estavam perfeitamente arrumados no seu ba? de ferramentas. Ent?o, o assassino levava um martelo consigo enquanto andava de cidade em cidade? Era poss?vel, claro. Mas parecia-lhe algo rid?culo. Crane grunhiu de mau humor e acrescentou, “Eu disse ao Meredith que voc? estava entediada e era excessivamente imaginativa e para esquecer tudo isso. Mas, francamente, toda a conversa foi embara?osa. Eu n?o gosto quando as pessoas passam por cima de mim. Voc? n?o tinha que fazer essas liga??es. Pedir ajuda do FBI ? meu trabalho, n?o seu.” Sam estava rangendo os dentes, lutando para manter seus pensamentos para si mesma. Ela conseguiu dizer em voz baixa… "Sim, chefe." Crane soltou um suspiro de al?vio. "Vou deixar isso passar e n?o tomar nenhuma a??o disciplinar desta vez" Disse ele. “A verdade ? que eu ficaria muito mais feliz se nenhum dos caras descobrisse que isso aconteceu. Voc? contou a mais algu?m aqui sobre suas travessuras?” "N?o, chefe." "Ent?o continue assim" Disse Crane. Crane virou-se e come?ou um novo jogo de Tetris quando Sam saiu de seu escrit?rio. Ela foi at? a sua mesa, sentou-se e ficou em sil?ncio. Se n?o posso falar com algu?m sobre isso, sou capaz de explodir, Pensou. Mas ela apenas prometeu n?o conversar com os outros policiais. Ent?o, quem restava? Ela conseguia pensar em exatamente uma pessoa… aquela que era a raz?o pela qual ela estava ali, tentando fazer esse trabalho… Meu pai. Ele tinha sido um policial ativo ali quando a fam?lia Bonnett fora assassinada. O fato de o caso n?o ter sido resolvido o assombrou por anos. Talvez papai pudesse me dizer alguma coisa, Pensou. Talvez ele tenha algumas ideias. Mas Sam desanimou quando percebeu que n?o seria uma boa ideia. Seu pai estava em uma casa de repouso local e estava sofrendo de ataques de dem?ncia. Ele tinha seus dias bons e seus dias ruins, mas levantar um caso de seu passado quase certamente o perturbaria e confundiria. Sam n?o queria fazer isso. Agora n?o tinha muito o que fazer at? que seu parceiro, Dominic, aparecesse para a sua ronda matinal. Ela esperava que ele chegasse logo, para que pudessem dar uma volta na ?rea antes que o calor ficasse muito opressivo. Esperava-se que quebrasse alguns recordes naquele dia. Enquanto isso, n?o valia a pena em se preocupar com coisas que n?o dependiam de si – nem mesmo a possibilidade de que um serial killer pudesse estar bem ali em Rushville, se preparando para atacar novamente. Tente n?o pensar nisso, Disse a si mesma. Ent?o ela zombou e murmurou em voz alta… "Como se isso fosse acontecer." CAP?TULO SEIS O celular de Riley tocou enquanto Blaine os levava de volta a Fredericksburg. Ela ficou surpresa e inquieta ao ver de quem era a chamada. Isso ? algum tipo de emerg?ncia? Perguntou-se. Gabriela nunca ligava para ela s? para conversar e fez quest?o de n?o ligar durante suas duas semanas na praia. Ela s? enviou um texto ocasional para deixar Riley saber que tudo estava bem em casa. A preocupa??o de Riley cresceu quando atendeu e ouviu uma nota de alarme na voz de Gabriela… “Se?ora Riley, quando chega a casa?” "Daqui a meia hora" Disse Riley. "Porqu??" Ela ouviu Gabriela respirar fundo e depois dizer… "Ele est? aqui." "Quem est? a??" Riley perguntou. Quando Gabriela n?o respondeu imediatamente, Riley entendeu… "Oh meu Deus" Disse ela. "Ryan est? a??" "S?" Disse Gabriela. "O que ele quer?" Riley perguntou. “Ele n?o diz. Mas ele diz que ? algo importante. Est? esperando por voc?." Riley quase pediu a Gabriela para colocar Ryan no telefone. Mas ent?o ocorreu a ela – o que quer que Ryan quisesse provavelmente n?o era nada que ela quisesse discutir no telefone agora. N?o com todo mundo ali no carro. Em vez disso, Riley disse, "Diga a ele que logo voltarei para casa". "Eu digo" Assentiu Gabriela. Terminaram a liga??o e Riley ficou olhando pela janela do SUV. Depois de um momento, Blaine disse, "Hum … ouvi voc? dizer algo sobre…?" Riley assentiu. Sentadas atr?s deles ouvindo m?sica, as garotas n?o tinham ouvido nada at? aquele momento. "O qu??" Perguntou April. "O que est? acontecendo?" Riley suspirou e disse, "? seu pai. Ele est? em casa esperando por n?s.” April e Jilly manifestaram a sua contrariedade. Ent?o Jilly disse, "Voc? n?o poderia dizer a Gabriela para faz?-lo ir embora?" Riley estava tentada a dizer que realmente gostaria, mas n?o seria justo descarregar essa tarefa em Gabriela. Em vez disso ela disse… "Voc? sabe que n?o posso fazer isso." April e Jilly gemeram de des?nimo. Riley podia entender como suas duas filhas se sentiam. A ?ltima visita n?o anunciada de Ryan fora desagrad?vel para todo mundo – incluindo Ryan. Sua tentativa de entrar novamente na vida das garotas sa?ra pela culatra. April tinha sido fria com ele e Jilly fora totalmente rude. Riley n?o fora capaz de culpar nenhuma delas. Muitas vezes, Ryan enchera-as de esperan?a de que ainda poderia agir como um pai, mas destru?ra as esperan?as novamente e as garotas n?o queriam nada com ele. O que ele quer agora? Riley se perguntou, suspirando novamente. Fosse o que fosse, ela esperava que n?o fosse azedar os bons sentimentos de todos em rela??o as f?rias. Foram duas lindas semanas, apesar do sonho de Riley sobre o pai dela. Desde ent?o, ela fez o melhor poss?vel para tirar a liga??o do agente Meredith de sua mente. Mas agora as not?cias sobre Ryan pareciam acionar seus pensamentos sombrios novamente. Um martelo, Pensou. Algu?m foi morto com um martelo. Ela se lembrou com firmeza de que fizera a coisa certa ao dizer n?o ao chefe Meredith. Al?m disso, ele n?o ligara novamente, o que certamente significava que afinal n?o estava muito preocupado com aquilo. Provavelmente n?o era nada, Pensou ela. Apenas um caso para a pol?cia local. * A ansiedade de todo mundo aumentou quando Blaine puxou seu SUV at? a frente da casa de Riley. Um Audi caro estava estacionado na frente. Era o carro de Ryan, ? claro – mas Riley n?o conseguia se lembrar se era o mesmo carro que ele tinha na ?ltima vez que ali estivera. Ele gostava de acompanhar os modelos mais recentes, n?o importando o valor. Com o SUV estacionado, Blaine gaguejou desajeitadamente. Ele queria ajudar Riley e suas duas filhas a levarem suas malas de volta para a casa, mas… "Vai ser estranho?" Blaine perguntou a Riley. Riley reprimiu um gemido. Claro, Pensou. Blaine e Ryan raramente se encontravam, mas aqueles encontros dificilmente eram amig?veis – pelo menos por parte de Ryan. Blaine fazia o melhor que podia para ser agrad?vel, mas Ryan era mal-humorado e hostil. Riley, April e Jilly poderiam facilmente levar suas malas para dentro de uma s? vez. Eles realmente n?o precisavam da ajuda de Blaine e Riley n?o queria que Blaine se sentisse desconfort?vel, e ainda assim… Por que diabos deveria Blaine se sentir desconfort?vel em minha pr?pria casa? Mandar Blaine e Crystal irem embora n?o era solu??o para esse problema. Riley disse para Blaine, "Entre". O grupo levou todos os sacos para dentro da casa. Gabriela os encontrou na porta, junto com o pequeno cachorro de orelhas grandes, Darby. O cachorro saltou ao redor deles com prazer, mas Gabriela n?o parecia t?o feliz. Quando colocaram as malas na entrada, Riley viu Ryan sentado na sala de estar. Riley ficou alarmada ao ver que ele estava ladeado por duas malas… Ele est? planejando ficar? O gatinho preto e branco de April, Marbles, estava confortavelmente em seu colo. Ryan levantou os olhos. Sorriu fracamente e disse com uma voz pat?tica… “Um gatinho e um cachorro! Uau, tudo isso ? novo!” Com um suspiro de aborrecimento, April retirou Marbles do colo de Ryan. Ryan parecia magoado, claro. Mas, novamente, Riley entendeu bem como April se sentia. Quando April e Jilly se dirigiram para as escadas, Riley disse… “Esperem meninas. Voc?s n?o t?m algo a dizer a Blaine e Crystal?” Parecendo um pouco envergonhadas com o lapso de suas maneiras, April e Jilly agradeceram a Blaine e Crystal. Crystal deu a cada uma das garotas um abra?o. "Ligo para voc? amanh?" Disse ela a April. "Agora levem suas coisas com voc?s" Disse Riley. April e Jilly obedientemente pegaram suas malas. Jilly pegou a maioria de suas outras coisas, porque April ainda estava segurando Marbles em uma m?o. Ent?o ambas subiram as escadas e Darby correu atr?s delas. Segundos depois vieram dois sons estridentes enquanto fechavam as portas do quarto atr?s de si. Gabriela olhou para Ryan com desalento e se dirigiu para seu pr?prio apartamento. Ryan olhou para Blaine e disse timidamente, “Oi, Blaine. Espero que todos tenham tido boas f?rias.” Riley ficou surpresa. Ele est? tentando ser educado, Pensou. Agora ela sabia que algo estava errado. Blaine deu um pequeno aceno para Ryan e disse, “Foi ?timo, Ryan. Como voc? tem estado?" Ryan encolheu os ombros e n?o disse nada. Riley estava determinada a n?o deixar Ryan limitar seu comportamento. Beijou Blaine suavemente nos l?bios e disse, "Obrigada pelas f?rias maravilhosas." Blaine corou, obviamente embara?ado com a situa??o. "Obrigado a voc? – e  as suas filhas" Disse ele. Crystal apertou a m?o de Riley e agradeceu. Blaine falou silenciosamente para Riley, "Me ligue mais tarde." Riley assentiu e Blaine e sua filha dirigiram-se para seu SUV. Riley respirou fundo e se virou para a ?nica outra pessoa na sala de estar. Seu ex-marido olhou silenciosamente para ela com olhos suplicantes. O que ele quer? Ela se perguntou mais uma vez. Normalmente, quando Ryan aparecia, ela logo percebia que ele ainda era um homem bonito – um pouco mais alto, mais velho e mais atl?tico do que Blaine, e sempre perfeitamente vestido e arrumado. Mas dessa vez foi de alguma forma diferente. Ele parecia amarrotado, triste e quebrado. Nunca o vira desse jeito. Riley estava prestes a perguntar o que estava errado quando ele disse… "Poder?amos talvez tomar uma bebida?" Riley olhou para o seu rosto por um momento. Estava esgotado e amarelado. Ela imaginou… Ser? que tem bebido ultimamente? Ser? que bebeu antes de vir aqui? Riley considerou brevemente negar seu pedido, mas ent?o saiu para a cozinha e serviu bourbon no gelo para os dois. Trouxe as bebidas para a sala de estar e sentou-se em uma cadeira de frente para ele, esperando que ele dissesse alguma coisa. Finalmente, com os ombros curvados, ele disse em voz baixa… "Riley… estou arruinado." Riley ficou surpresa. O que ele quer dizer? Perguntou-se. CAP?TULO SETE Como Riley ficou l? olhando para ele, Ryan disse novamente… "Estou arruinado. Toda a minha vida est? arruinada.” Riley ficou chocada. Ela n?o conseguia se lembrar da ?ltima vez que ele falara em tom t?o desanimado. Arrog?ncia e autoconfian?a eram mais seu estilo. “O que voc? quer dizer?” Ela perguntou. Ele soltou um suspiro longo e miser?vel e disse, "Paul e Barrett, eles est?o me for?ando a sair da empresa." Riley mal podia acreditar no que ouvia. Paul Vernasco e Barrett Gaynor eram s?cios de Ryan desde que os tr?s tinham fundado a empresa juntos. Mais do que isso, eles tinham sido os melhores amigos de Ryan. Ela perguntou, "O que aconteceu?" Ryan encolheu os ombros e disse em uma voz reticente, "Algo a ver com um problema na empresa… n?o sei." Mas Riley n?o teve d?vidas de que ele sabia exatamente por que estava sendo for?ado a sair. E levou apenas um momento para ela adivinhar o motivo. "Ass?dio sexual" Disse ela. Ryan estremeceu perante aquelas palavras. "Olha, foi tudo um mal-entendido" Disse ele. Riley quase teve que morder a l?ngua para n?o dizer… "Sim, aposto que foi." Evitando olhar para Riley, Ryan continuou, "O nome dela ? Kyanne, ? uma associada, jovem…" Como sua voz sumiu por um momento, Riley pensou… Claro que ela ? jovem. Eles s?o sempre jovens. Ryan disse, “E eu pensei que tudo era m?tuo. Eu realmente pensei. Come?ou com algum flerte – de ambas as partes, acredite em mim. Ent?o, a partir da?, at? que… bem, ela foi ter com Paul e Barrett reclamando que o ambiente de trabalho era t?xico. Eles tentaram lidar com isso fazendo um acordo de n?o divulga??o, mas ela n?o se contentou. Nada chegaria, eu acho, exceto que eu fosse embora.” Ele calou-se novamente e Riley tentou entender tudo o que ele n?o dizia. N?o foi dif?cil montar um cen?rio poss?vel. Ryan ficara fascinado por uma associada bonita e vivaz, talvez uma jovem ambiciosa, de olho em uma eventual parceria. Qu?o longe Ryan fora? Ela imaginou. Riley duvidava que ele tivesse prometido uma promo??o em troca de favores sexuais… Ele n?o ? esse tipo de babaca, Pensou. E talvez Ryan tamb?m estivesse dizendo a verdade sobre a atra??o ser m?tua, pelo menos no come?o. Talvez eles tivessem tido um caso consensual. Mas em algum momento as coisas azedaram e a mulher, Kyanne, n?o gostou do que estava acontecendo entre eles. Provavelmente com um bom motivo, Riley pensou. Como poderia Kyanne ter evitado pensar que seu futuro com a empresa estava de alguma forma ligado ao relacionamento dela com Ryan? Ele era s?cio da empresa. Ele exercia o poder em seu relacionamento. Ainda assim, algo n?o fazia sentido para Riley… Ela disse, “Ent?o Paul e Barrett est?o te for?ando a sair? Essa ? a solu??o deles?” Ryan assentiu e Riley abanou a cabe?a com descren?a. Paul e Barrett n?o eram exatamente uns Escoteiros e Riley ouvira conversas bem obscenas entre os tr?s parceiros ao longo dos anos. Ela tinha certeza de que o comportamento deles n?o era melhor do que o de Ryan – possivelmente at? era pior. Riley disse, "Ryan, voc? disse que ela n?o assinaria um NDA". Ryan assentiu e tomou um gole de sua bebida. Com muita cautela, ela perguntou, "Quantos NDAs de ass?dio sexual voc? teve ao longo dos anos?" Ryan estremeceu novamente e Riley sabia que tinha acertado num ponto sens?vel. Acrescentou, "E Paul e Barrett – quantos NDAs tiveram que negociar por si mesmos?" Ryan come?ou, "Riley, eu prefiro n?o entrar em…" "N?o, claro que voc? n?o iria" Interrompeu Riley. “Ryan, voc? est? sendo um bode expiat?rio. Voc? sabe disso, n?o sabe? Paul e Barrett est?o tentando limpar a imagem da empresa, fazer com que pare?a que eles t?m algum tipo de pol?tica de toler?ncia zero em rela??o ao ass?dio. Livrar-se de voc? ? o jeito deles fazerem isso”. Ryan encolheu os ombros e disse, “Eu sei. Mas o que posso fazer?" Riley n?o sabia o que lhe dizer. Ela n?o queria simpatizar com ele. Ele estava cavando esse buraco por anos. Mesmo assim, ela odiava a armadilha que seus parceiros tinham preparado para ele. Mas Riley sabia que n?o havia nada que ele pudesse fazer sobre isso naquele momento. Al?m disso, algo mais a preocupava. Acenando para as malas, perguntou, "O que ? isso?" Ryan olhou para as malas por um momento. Ent?o disse com a voz embargada, "Riley, eu n?o posso ir para casa". Riley n?o queria acreditar no que ouvia. “O que voc? quer dizer?” Ela perguntou. "Voc? perdeu a casa?" "N?o, ainda n?o. ? s? que…" A voz de Ryan sumiu, ent?o ele disse… "Eu n?o posso enfrentar isso sozinho. Eu n?o posso morar sozinha naquela casa. Eu continuo lembrando momentos felizes com voc? e April. Eu continuo pensando sobre o quanto eu estraguei tudo para todos n?s. Aquele lugar quebra meu cora??o, Riley.” Ele pegou o len?o e enxugou os olhos. Riley ficou chocada. Ela raramente vira Ryan chorar. Quase sentiu vontade de tamb?m chorar. Mas sabia que tinha um problema s?rio para resolver naquele momento. Ela disse com uma voz gentil… "Ryan, voc? n?o pode ficar aqui." Ryan se encolheu como um bal?o furado. Riley desejou que suas palavras n?o fossem t?o dolorosas. Mas tinha que ser honesta. "Eu tenho minha pr?pria vida agora" Disse ela. “Eu tenho duas meninas para criar. E ? uma boa vida. Blaine e eu temos uma rela??o s?ria – realmente s?ria. Na verddae…" Ela quase contou a ele sobre os planos de Blaine para construir em sua casa. Mas n?o, isso seria demais. Em vez disso, ela disse, "Voc? pode vender a nossa antiga casa." "Eu sei" Disse Ryan, ainda chorando baixinho. "Eu planeio fazer isso. Mas entretanto… eu simplesmente n?o posso viver l?.” Riley desejou poder fazer alguma coisa para consol?-lo, pegar sua m?o, dar-lhe um abra?o ou algum outro gesto f?sico de conforto. Era tentador e alguns de seus velhos sentimentos por ele estavam crescendo dentro dela, mas… N?o fa?a isso, Disse a si mesma. Fique calma. Pense em Blaine. Pense nas crian?as. Ryan estava chorando pateticamente. Em uma voz verdadeiramente fren?tica, ele disse… “Riley, me desculpe. Eu quero come?ar tudo de novo. Eu quero ser um bom marido e um bom pai. Certamente eu posso fazer isso se… n?s tentarmos novamente.” Ainda mantendo espa?o f?sico entre eles, Riley disse… “Ryan, n?o ? poss?vel. ? muito tarde para isso.” "Nunca ? tarde demais" Disse Ryan. "Vamos embora, apenas n?s dois e resolvemos tudo." Riley estremeceu profundamente. Ele n?o sabe o que est? dizendo, Pensou. Ele est? tendo um colapso nervoso. Tamb?m tinha certeza que ele j? bebera naquele dia. Ent?o, com uma risada nervosa, ele disse… "J? sei! Vamos at? a cabana do seu pai! Eu nunca estive l?, voc? pode acreditar? Nem uma vez em todos esses anos. Podemos passar alguns dias l? e…” Riley interrompeu-o bruscamente, "Ryan n?o". Ele olhou para ela como se n?o pudesse acreditar no que ouvia. Com uma voz mais gentil, Riley disse, “Eu vendi a cabana, Ryan. E mesmo que n?o tivesse…” Ela ficou em sil?ncio por um momento, depois disse… “Ryan, voc? precisa se libertar disso. Eu queria poder ajudar voc?, mas n?o posso.” Os ombros de Ryan ca?ram e seus solu?os ficaram mais silenciosos. Ele parecia estar considerando as palavras de Riley. Ela disse, "Voc? ? um homem duro, inteligente e cheio de recursos. Voc? pode resolver tudo isso. Eu sei que voc? pode. Mas eu n?o posso fazer parte disso. N?o seria bom para mim – e se voc? for honesto consigo mesmo, voc? sabe que n?o seria bom para voc? tamb?m." Ryan assentiu com tristeza. "Voc? est? certa" Ele disse, sua voz mais firme agora. "? minha pr?pria bagun?a e eu tenho que consertar isso. Me desculpe por ter incomodado voc?. Eu vou para casa agora.” Quando ele se levantou, Riley disse… "Espere um minuto. Voc? n?o est? em condi??es de dirigir para casa. Deixe-me levar voc?. Voc? pode voltar e pegar seu carro quando estiver se sentindo melhor.” Ryan assentiu novamente. Riley ficou aliviada por n?o terem uma discuss?o sobre isso e ela n?o ter tido que tirar as chaves do carro dele ? for?a. Riley finalmente se atreveu a lev?-lo pelo bra?o enquanto o encaminhava para seu pr?prio carro. Ele realmente parecia precisar do apoio f?sico dela. Ambos ficaram em sil?ncio durante a viagem. Quando pararam na grande e bela casa que compartilhavam, ele disse, “Riley, h? algo que eu queria dizer a voc?. Eu acho que voc? se saiu muito bem. E desejo a voc? toda felicidade.” Riley sentiu um n? na garganta. "Oh, Ryan…" Ela come?ou. “N?o, por favor, me escute, porque isso ? importante. Eu te admiro. Voc? fez muitas coisas ?timas. Voc? tem sido uma ?tima m?e para April, e voc? adotou Jilly, e est? come?ando uma rela??o, e posso dizer que ele ? um ?timo cara. E o tempo todo voc? tem feito o seu trabalho, prendendo vil?es, salvando vidas. Eu n?o sei como voc? fez isso. Sua vida ? formid?vel.” Riley ficou profundamente assustada e profundamente perturbada. Quando foi a ?ltima vez que Ryan dissera algo assim para ela? Ela simplesmente n?o tinha ideia do que dizer. Para seu al?vio, Ryan saiu do carro sem dizer outra palavra. Riley ficou olhando para a casa enquanto Ryan entrava, se compadecendo dele. Ela n?o podia se imaginar enfrentando sozinha aquela casa – n?o com todas as mem?rias que ela abrigava, boas ou m?s. E aquelas palavras que ele dissera… "Sua vida ? formid?vel." Ela suspirou e murmurou em voz alta… "N?o ? verdade." Ainda era uma luta para ela, criar duas garotas enquanto trabalhava em um trabalho desgastante e muitas vezes perigoso. Ela era muito solicitada, tinha muitos compromissos e ainda n?o aprendera a lidar com isso. Sempre seria assim? E como Blaine iria se encaixar nisso tudo? Um casamento bem-sucedido era poss?vel para ela? Riley estremeceu ao pensar que talvez estivesse no lugar de Ryan um dia. Ent?o se afastou da casa onde havia morado e dirigiu de volta para casa. CAP?TULO OITO Riley estava andando de um lado para o outro em sua sala de estar. Ela disse a si mesma que deveria apenas relaxar agora, que aprendera tudo sobre relaxar em suas recentes f?rias. Mas quando pensou sobre isso, se viu lembrando o que seu pai havia dito em seu pesadelo… "Voc? ? uma ca?adora, como eu." Mas ela certamente n?o se sentia como uma ca?adora naquele momento. Mais como um animal enjaulado, Pensou. Ela acabara de chegar a casa depois de levar as meninas para o primeiro dia de aulas. Jilly estava feliz por finalmente estar no mesmo col?gio que sua irm?. Os novos alunos e seus pais receberam as boas-vindas habituais no audit?rio, depois uma r?pida visita ?s salas de aula dos alunos. April p?de se juntar a Riley e Jilly para a ronda. Embora Riley n?o tivesse tido a chance de conversar longamente com cada professor, conseguiu cumprimenta-los e se apresentar como a m?e de Jilly e April como irm? de Jilly. Alguns dos novos professores de Jilly tinham sido professores de April nos anos anteriores e tinham coisas agrad?veis a dizer sobre ela. Quando Riley quis ficar por perto depois das apresenta??es, as duas garotas brincaram com ela. "E fazer o qu??" April perguntou. "Ir a todas as aulas de Jilly?" Riley tinha dito que talvez fosse, provocando um gemido de desespero de Jilly. “M?-e-e-e! Isso seria t?o pouco legal!” April riu e disse, "M?e, n?o seja um helic?ptero". Quando Riley perguntou o que era um “helic?ptero”, April informou que significava “progenitor helic?ptero”. Um desses termos que eu deveria conhecer, Riley pensou. De qualquer forma, Riley respeitara o orgulho de Jilly e voltara para casa – e agora ali estava. Gabriela sa?ra para encontrar um de seus numerosos primos para o almo?o e depois fazer algumas compras de supermercado. Ent?o Riley estava sozinha em casa, tirando a presen?a de um cachorro e de um gato que n?o pareciam nem um pouco interessados nela. Eu tenho que sair disso, Pensou. Riley foi at? a cozinha e preparou um lanche. Ent?o se for?ou a sentar na sala de estar e ligou a TV. As not?cias eram deprimentes, ent?o ela mudou para uma novela. N?o tinha ideia do que estava acontecendo na hist?ria, mas era divertida, pelo menos por um tempo. Mas sua aten??o logo se desvaneceu e se viu pensando sobre o que Ryan tinha dito durante a sua visita horr?vel quando ela voltara da praia… "Eu n?o posso enfrentar isso sozinho. Eu n?o posso morar sozinho naquela casa.” Agora, Riley tinha uma ideia de como ele se sentia. Ela e seu ex-marido eram mais parecidos do que ela queria admitir? Riley tentou se convencer do contr?rio. Ao contr?rio de Ryan, ela estava cuidando de sua fam?lia. Mais tarde nesse dia, as meninas e Gabriela estariam em casa e jantariam juntas. Talvez neste fim-de-semana, Blaine e Crystal se juntassem a eles. Esse pensamento lembrou Riley que Blaine tinha sido um pouco reservado para ela desde que a coisa toda com Ryan havia acontecido. Riley podia entender o porqu?. Riley n?o quisera falar com Blaine sobre a visita depois – parecia muito ?ntimo e pessoal – e era natural que Blaine se sentisse desconfort?vel com isso. Ela queria telefonar-lhe naquele momento, mas sabia que Blaine estava muito ocupado em seu restaurante agora que as f?rias tinham terminado. Ent?o ali estava Riley, sentindo-se terrivelmente sozinha em sua pr?pria casa… Assim como o Ryan. Ela n?o podia deixar de se sentir um pouco culpada em rela??o ao ex-marido – embora n?o conseguisse imaginar porqu?. Nada do que estava errado em sua vida era culpa dela. Mesmo assim, sentia a necessidade de lhe ligar, saber como ele estava, talvez se solidarizar com ele um pouco. Mas claro, essa foi uma ideia incrivelmente idiota. A ?ltima coisa que ela queria fazer era dar-lhe quaisquer sinais falsos de que se poderiam conciliar novamente. Enquanto os personagens da novela argumentavam, choravam, batiam uns nos outros e iam para a cama uns com os outros, algo ocorreu a Riley. ?s vezes, sua pr?pria vida em casa, sua fam?lia e relacionamentos n?o pareciam mais reais para ela do que o que ela estava assistindo na TV. A presen?a real de seus entes queridos tendia a distra?-la de sua profunda sensa??o de isolamento. Mas mesmo apenas algumas horas sozinha na casa foi o suficiente para lembr?-la dolorosamente de como realmente se sentia sozinha por dentro. Havia um lugar vazio dentro dela que s? podia ser preenchido por… O qu? exatamente? Pelo trabalho. Mas qu?o significativo era o trabalho dela, para si mesma ou para qualquer outra pessoa? Novamente ela se lembrou de algo que seu pai havia dito naquele sonho… "? uma maldita vida in?til que voc? tem – buscando justi?a para as pessoas que j? est?o mortas, exatamente as pessoas que n?o precisam mais de justi?a." Ela imaginou… Isso ? verdade? O que eu fa?o ? realmente in?til? Certamente n?o, j? que muitas vezes ela prendera assassinos que teriam matado novamente se pudessem. Ela salvou vidas a longo prazo – quantas vidas, nem conseguia imaginar. E no entanto, para que ela tivesse um trabalho a fazer, algu?m tinha que matar e algu?m tinha que morrer… Sempre come?a com a morte. E frequentemente, seus casos continuavam a incomod?-la e assombr?-la, mesmo depois de terem sido resolvidos, depois de os assassinos serem mortos ou presos. Riley desligou a televis?o. Ent?o sentou-se, fechou os olhos e pensou em seu caso mais recente, o de um serial killer na Ge?rgia. Pobre Morgan, Pensou. Morgan Farrell tinha sido casado com um homem rico mas abusivo. Quando ele fora brutalmente esfaqueado at? a morte enquanto dormia, Morgan tinha certeza de que ela era a pessoa que o matara, mesmo que n?o conseguisse se lembrar da a??o. Ela tinha certeza de que tinha esquecido por causa de p?lulas e ?lcool. E estava orgulhosa do que pensava ter feito. Ela at? ligou para Riley por telefone para dizer a ela… "Eu matei o filho da puta." Morgan, afinal, era inocente. Outra mulher demente matara o marido de Morgan – e v?rios outros maridos igualmente abusivos. A mulher, que sofrera nas m?os do falecido marido, estava em uma miss?o de vigil?ncia para libertar outras mulheres daquela dor. Riley a tinha detido antes que ela pudesse erroneamente matar um homem que n?o era culpado de nada, exceto amar sua esposa perturbada e delirante. Riley lembrou a cena em sua mente, depois de lutar com a mulher no ch?o e lhe colocar as algemas… "Adrienne McKinney, voc? est? presa." Mas agora Riley se perguntava… E se tudo pudesse ter terminado de forma diferente? E se Riley fosse capaz de salvar o homem inocente, explicar ? mulher o erro que cometera, e ent?o simplesmente a tivesse deixado ir? Ela teria continuado a matar, Pensou Riley. E os homens que ela matou teriam merecido morrer. Ent?o, que tipo de justi?a ela realmente realizou daquela vez? Riley desanimou e se lembrou novamente das palavras de seu pai… "? uma maldita vida in?til que voc? tem." Por um lado, ela estava desesperadamente tentando viver a vida de uma m?e criando duas filhas, a vida de uma mulher apaixonada por um homem com quem ela esperava se casar. ?s vezes, aquela vida parecia estar funcionando para ela e ela sabia que nunca iria parar de tentar ser boa nisso. Mas assim que se viu sozinha, a vida comum parecia irreal. Por outro lado, lutou contra adversidades terr?veis para derrubar monstros. Seu trabalho era intensamente importante para ela, embora muitas vezes come?asse e terminasse em pura futilidade. Riley sentia-se perfeitamente miser?vel agora. Apesar da hora adiantada, estava tentada a se servir de uma bebida forte. Ao resistir ? tenta??o, o telefone tocou. Quando viu quem era o interlocutor, deu um suspiro enorme de al?vio. Isso era real. Ela tinha trabalho a fazer. CAP?TULO NOVE Durante seu caminho para o edif?cio da UAC, Riley percebeu que seus sentimentos estavam misturados em rela??o ao retorno ao trabalho. Quando Meredith lhe ligou, ela sabia pelo seu tom de voz que ele n?o estava de bom humor. Ele n?o ofereceu nenhum detalhe. S? dissera que estava convocando uma reuni?o de sua equipe sobre alguns novos desenvolvimentos. Ela ficou aliviada por sair de casa e ir para Quantico. Agora imaginava por que Meredith estava zangado. Cerca de uma semana e meia atr?s, ele sugerira que ela fosse a Rushville, Mississippi, para verificar um assassinato que acabara de acontecer ali. Riley lhe dissera n?o. Mas Meredith n?o parecera zangado com ela ent?o. Na verdade, ele se desculpou por t?-la incomodado. "Eu sinto muito por ter incomodado voc?" Disse. “Continue aproveitando suas f?rias.” Algo havia mudado desde ent?o. Qualquer que fosse a mudan?a, provavelmente significava que ela tinha um trabalho real a fazer. Riley ficou mais animada quando parou em frente ao grande edif?cio branco que continha a Unidade de An?lise Comportamental. Percebeu que era como voltar para casa. Depois que estacionou o carro, Riley abriu o porta-malas e tirou sua mala, que mantinha sempre pronta. Sabia que era prov?vel que estivesse prestes a partir para um novo caso. Quando entrou na sala de confer?ncias, a reuni?o estava come?ando. Os dois parceiros de Riley, Bill Jeffreys e Jenn Roston, estavam sentados no lado oposto da mesa face ao agente especial Brent Meredith, o chefe da equipe. Como sempre, Meredith apresentava uma figura assustadora, com sua grande estrutura e suas fei??es angulosas e negras. Mas naquele dia parecia mais intimidante do que o habitual. Encarou Riley quando ela se sentou ? mesa. Ent?o retrucou, "Como foram suas f?rias, Agente Paige?" Suas palavras afiadas atingiram Riley. Em vez de responder ? pergunta de Meredith, ela retribuiu o olhar e disse com firmeza, "Estou pronta para voltar ao trabalho". Meredith assentiu com aprova??o soturna. Ent?o disse, "Agora que estamos todos aqui, vamos come?ar". Olhando para seus tr?s colegas, Meredith acrescentou, “Eu fiquei pensando sobre o assassinato em Rushville, Mississippi – aquele em que a policial local nos telefonou. Eu pedi ao agente Jeffreys para fazer uma pequena pesquisa sobre o assunto. Ele fez e agora est? pensando que talvez dev?ssemos investigar isso afinal. Gostaria de explicar, agente Jeffreys?” "Certamente" Disse Bill erguendo-se e caminhando at? a tela na frente da sala. Bill tinha sido parceiro e amigo ?ntimo de Riley por muitos anos, e Riley estava feliz em v?-lo ali. Ele tinha mais ou menos a idade dela, um homem s?lido e marcante, com toques de cinza no cabelo escuro. Bill clicou em um controle remoto e algumas imagens apareceram na tela. Uma era de um homem de apar?ncia taciturna na casa dos cinquenta. O outro era do cad?ver do mesmo homem estendido no ch?o de madeira, com uma ?nica ferida profunda e brutal na testa. Apontando para as imagens, Bill explicou… Gareth Ogden foi morto em sua casa em Rushville h? onze dias. O assassinato ocorreu ?s oito e meia da noite. Ele foi morto com um ?nico golpe de martelo na testa. Olhando para Riley e Jenn, Meredith acrescentou, “Este foi o assassinato que fez com que a policial local chamasse a UAC. Ela era muito insistente e acabei falando com ela. Estava preocupada com a semelhan?a da morte de Ogden com os assassinatos n?o resolvidos de uma fam?lia inteira que acontecera em Rushville h? dez anos.” "Isso mesmo" Disse Bill. "Comecei a investigar e foi isso que encontrei." Bill clicou no controle remoto novamente e um novo conjunto de imagens apareceu. Um homem e uma mulher estavam em uma cama ensopada de sangue, seus cr?nios literalmente pulverizados. As outras duas v?timas, mortas de maneira id?ntica, jaziam em suas pr?prias camas – uma delas era adolescente e a outra, uma menina de dez ou doze anos. Bill explicou… Enquanto a fam?lia Bonnett dormia, um intruso entrou em sua casa. Primeiro espancou a filha, Lisa, at? a morte em seu quarto. Depois disso, ele se arrastou at? o quarto onde seu irm?o, Martin, dormia, e o matou tamb?m. Finalmente, foi para o quarto dos pais. Desfez a cabe?a de Leona Bonnett enquanto ela dormia. Seu marido, Cosmo, parece ter sido despertado e uma breve luta se seguiu antes de ele se tornar a v?tima final ”. Jenn Roston olhou para a tela e disse, “? chocante, claro. Mas se houver uma conex?o entre o assassinato da fam?lia e a morte de Ogden, n?o tenho certeza se a vejo – al?m da arma usada.” Riley assentiu em aprova??o. Jenn era uma jovem afro-americana que j? provara ser uma agente extraordinariamente capaz durante seu curto per?odo de tempo na UAC. Riley e Jenn trabalharam juntas em v?rios casos. Seu relacionamento tinha sido complicado no in?cio, mas depois come?aram a confiar uma na outra. Meredith disse, “Explique, agente Roston.” Jenn apontou para as imagens terr?veis na tela e disse, “Os assassinatos dos Bonnett foram notavelmente brutais. Parece que cada uma de suas cabe?as foi repetidamente batida, golpe ap?s golpe. Os assassinatos foram claramente realizados com f?ria, por raz?es profundamente pessoais. Agente Jeffreys, voc? poderia nos mostrar essas outras fotos de novo?” Bill clicou no controle remoto e as fotos de Ogden apareceram. Jenn apontou para a foto de seu cad?ver e disse, “O assassinato de Ogden foi r?pido e limpo em compara??o. Ele morreu do que parece ser um ?nico golpe de martelo na testa. Nenhuma raiva envolvida. Sua morte parece fria e… qual ? a palavra que estou procurando? Quase cir?rgica.” Riley estava intrigada e o que Jenn estava dizendo fazia sentido para ela. "Sim e assassinatos com um martelo s?o realmente muito comuns" Disse Riley. "Pode ter sido apenas uma coincid?ncia." Meredith perguntou a Bill, "Qual ? o tamanho de Rushville?" Bill disse, “? apenas uma pequena cidade na costa do Golfo, com uma popula??o de cerca de sessenta e cinco mil. Isso ? parte do que me incomoda. Eles normalmente n?o t?m nenhum crime violento – apenas alguns assaltos, roubos e roubos de carros. Ent?o, se ? uma coincid?ncia, ? bem estranho – um novo assassinato cometido com um martelo em uma cidade como essa, mesmo depois de um longo per?odo de tempo”. Jenn co?ou o queixo e disse, “Ent?o, o que voc? est? pensando – que um ?nico assassino esteve adormecido todo esse tempo? N?o ? um pouco for?ado?” "Na verdade n?o" Disse Bill. "Voc? est? familiarizada com o chamado assassino ATM?" Jenn balan?ou a cabe?a negativamente. Claro, Riley sabia a que assassino Bill estava se referindo e ela estava interessada em ouvir o que ele pretendia dizer. Bill mostrou mais algumas fotos mostrando as v?timas amarradas, espancadas e estranguladas do assassino ATM. Ele disse, “Dennis Rader era um psicopata cl?ssico – aparentemente charmoso, um escoteiro e presidente da congrega??o de sua igreja. Mas seus assassinatos foram t?o brutais que ele se autodenominou assassino ATM – as iniciais significavam "amarrar, torturar e matar". Ele matou quatro membros de uma fam?lia em 1988, depois uma ?nica mulher no mesmo ano. Meredith acrescentou, “Ent?o ele desapareceu por tr?s anos antes de matar novamente. Continuou adormecido entre seus dez assassinatos, ?s vezes ficando mais de cinco anos sem atividade.” "Isso mesmo” Disse Bill. “Durante seus anos ativos, ele enviou cartas provocadoras para a m?dia. Ent?o desapareceu completamente por dez anos. Come?ou a enviar cartas novamente em 2004 e isso levou ? sua pris?o e condena??o em 2005, mais de quarenta anos depois de ter come?ado a matar.” Bill fez uma pausa, parecendo esperar por alguma resposta. Meredith franziu a testa e disse, “Eu vejo algumas semelhan?as, mas tamb?m algumas diferen?as. Se h? um serial killer em Rushville, ele n?o est? procurando publicidade. Lembre-se, o assassino ATM ansiava positivamente por publicidade e ficava muito irado quando n?o recebia aten??o suficiente. Algumas das fotos que voc? est? mostrando foram tiradas por ele e enviadas ? m?dia, junto com lembran?as das cenas de crime.” Riley disse para Bill, "Ainda assim, vejo onde voc? quer chegar. N?o s? o assassino ATM permaneceu adormecido por anos de cada vez, mas seu MO mudou. Ele come?ou como um "aniquilador familiar" cl?ssico, depois mudou para v?timas ?nicas em s?rie. Talvez Rushville tenha o mesmo tipo de assassino.” Bill concordou e disse, “Se assim for, esses dez anos entre os assassinatos foram apenas um per?odo incomumente longo de reflex?o. Os assassinatos originais podem ter sido de raiva, mas talvez o cara tenha achado que gostou. Talvez ele tenha passado muito tempo pensando em como poderia repetir. N?s simplesmente n?o sabemos o que est? acontecendo naquela cidade e eu prefiro n?o arriscar para que isso nunca mais volte a acontecer.” Êîíåö îçíàêîìèòåëüíîãî ôðàãìåíòà. Òåêñò ïðåäîñòàâëåí ÎÎÎ «ËèòÐåñ». Ïðî÷èòàéòå ýòó êíèãó öåëèêîì, êóïèâ ïîëíóþ ëåãàëüíóþ âåðñèþ (https://www.litres.ru/pages/biblio_book/?art=43693503&lfrom=688855901) íà ËèòÐåñ. Áåçîïàñíî îïëàòèòü êíèãó ìîæíî áàíêîâñêîé êàðòîé Visa, MasterCard, Maestro, ñî ñ÷åòà ìîáèëüíîãî òåëåôîíà, ñ ïëàòåæíîãî òåðìèíàëà, â ñàëîíå ÌÒÑ èëè Ñâÿçíîé, ÷åðåç PayPal, WebMoney, ßíäåêñ.Äåíüãè, QIWI Êîøåëåê, áîíóñíûìè êàðòàìè èëè äðóãèì óäîáíûì Âàì ñïîñîáîì.
Íàø ëèòåðàòóðíûé æóðíàë Ëó÷øåå ìåñòî äëÿ ðàçìåùåíèÿ ñâîèõ ïðîèçâåäåíèé ìîëîäûìè àâòîðàìè, ïîýòàìè; äëÿ ðåàëèçàöèè ñâîèõ òâîð÷åñêèõ èäåé è äëÿ òîãî, ÷òîáû âàøè ïðîèçâåäåíèÿ ñòàëè ïîïóëÿðíûìè è ÷èòàåìûìè. Åñëè âû, íåèçâåñòíûé ñîâðåìåííûé ïîýò èëè çàèíòåðåñîâàííûé ÷èòàòåëü - Âàñ æä¸ò íàø ëèòåðàòóðíûé æóðíàë.