×òî æå åñòü ó ìåíÿ? Äûðû â äðàíûõ êàðìàíàõ, Òðè ìîðùèíû íà ëáó, Äà èñò¸ðòûé ïÿòàê... Íî íå æàëêî íè äíÿ- Ìíå ñóäüáîþ ïðèäàííûõ, Õîòü ïîðîé ÿ æèâó Ïîïîäàÿ â ïðîñàê. Âñ¸ ÷òî åñòü ó ìåíÿ: Ñîâåñòü, ÷åñòü è óìåíüå. ß îòäàì íå ñêóïÿñü- Ïðîñòî òàê çà ïóñòÿê. Çà ïîñòåëü ó îãíÿ, Äîáðîòó áåç ñòåñíåíüÿ. È çà òî, ÷òî ïðîñòÿñü, Íå çàáûòü ìíå íè êàê... Âñ¸ ÷

Sem Sa?da

Sem Sa?da Blake Pierce Um Mist?rio de Riley Paige #13 Uma obra-prima de thriller e mist?rio! O autor fez um trabalho magn?fico no desenvolvimento das personagens com um lado psicol?gico t?o bem trabalhado que temos a sensa??o de estar dentro das suas mentes, sentindo os seus medos e aplaudindo os seus sucessos. A hist?ria ? muito inteligente e mant?m-nos interessados durante todo o livro. Pleno de reviravoltas, este livro obriga-nos a ficar acordados at? ? ?ltima p?gina. Books and Movie Reviews, Roberto Mattos (re Sem Pistas) SEM SA?DA ? o livro #13 da s?rie de mist?rio de Riley Paige que come?ou com o bestseller SEM PISTAS (Livro #1) – um livro de pode descarregar gratuitamente com mais de 1000 opini?es de cinco estrelas! Neste thriller psicol?gico negro, um marido rico aparece morto e a sua mulher maltratada ? acusada do crime. Ela pede ajuda a Riley – mesmo tudo apontando para a sua culpa. Mas quando outro marido rico e violento aparece morto, o FBI ? chamado e a Agente Especial Riley Paige interroga-se: ser? uma coincid?ncia? Ou poder? ser obra de um assassino em s?rie?Come?a ent?o um jogo do gato e do rato quando Riley Paige compreende que enfrenta um assassino brilhante e imprevis?vel, um assassino sem um motivo claro – e determinado a continuar a matar at? ser apanhado. Um thriller pleno de a??o com suspense de cortar a respira??o, SEM SA?DA ? o livro #13 de uma nova s?rie alucinante – com uma inesquec?vel nova personagem – que o obrigar? a n?o largar o livro at? o terminar. O Livro #14 da s?rie de Riley Paige estar? dispon?vel em breve. Blake Pierce SEM SA?DA Blake Pierce Blake Pierce ? o autor da s?rie de enigmas RILEY PAGE, com doze livros (com outros a caminho). Blake Pierce tamb?m ? o autor da s?rie de enigmas MACKENZIE WHITE, composta por oito livros (com outros a caminho); da s?rie AVERY BLACK, composta por seis livros (com outros a caminho), da s?rie KERI LOCKE, composta por cinco livros (com outros a caminho); da s?rie de enigmas PRIM?RDIOS DE RILEY PAIGE, composta de dois livros (com outros a caminho); e da s?rie de enigmas KATE WISE, composta por dois livros (com outros a caminho). Como um ?vido leitor e f? de longa data do g?nero de suspense, Blake adora ouvir seus leitores, por favor, fique ? vontade para visitar o site www.blakepierceauthor.com (http://www.blakepierceauthor.com/) para saber mais a seu respeito e tamb?m fazer contato. Copyright© 2018 Blake Pierce. Todos os direitos reservados. Exceto como permitido sob o Copyright Act dos Estados Unidos de 1976, nenhuma parte desta publica??o pode ser reproduzida, distribu?da ou transmitida por qualquer forma ou meios, ou armazenada numa base de dados ou sistema de recupera??o sem a autoriza??o pr?via do autor. Este ebook est? licenciado apenas para seu usufruto pessoal. Este ebook n?o pode ser revendido ou dado a outras pessoas. Se gostava de partilhar este ebook com outra pessoa, por favor compre uma c?pia para cada recipiente. Se est? a ler este livro e n?o o comprou ou n?o foi comprado apenas para seu uso, por favor devolva-o e compre a sua c?pia. Obrigado por respeitar o trabalho ?rduo deste autor. Esta ? uma obra de fic??o. Nomes, personagens, empresas, organiza??es, locais, eventos e incidentes ou s?o o produto da imagina??o do autor ou usados ficcionalmente. Qualquer semelhan?a com pessoas reais, vivas ou falecidas, ? uma coincid?ncia. Jacket image Copyright Photographee.eu i, usado sob licen?a de Shutterstock.com. LIVROS DE BLAKE PIERCE S?RIE UM THRILLER PSICOL?GICO DE JESSIE HUNT A ESPOSA PERFEITA (Livro #1) O PR?DIO PERFEITO (Livro #2) S?RIE UM THRILLER PSICOL?GICO DE CHLOE FINE A PR?XIMA PORTA (Livro #1) A MENTIRA MORA AO LADO (Livro #2) S?RIE UM MIST?RIO DE KATE WISE SE ELA SOUBESSE (Livro #1) SE ELA VISSE (Livro #2) SE ELA CORRESSE (Livro #3) S?RIE OS PRIM?RDIOS DE RILEY PAIGE ALVOS A ABATER (Livro #1) ? ESPERA (Livro #2) A CORDA DO DIABO (Livro #3) AMEA?A NA ESTRADA (Livro #4) S?RIE UM MIST?RIO DE RILEY PAIGE SEM PISTAS (Livro #1) ACORRENTADAS (Livro #2) ARREBATADAS (Livro #3) ATRA?DAS (Livro #4) PERSEGUIDA (Livro #5) A CAR?CIA DA MORTE (Livro #6) COBI?ADAS (Livro #7) ESQUECIDAS (Livro #8) ABATIDOS (Livro #9) PERDIDAS (Livro #10) ENTERRADOS (Livro #11) DESPEDA?ADAS (Livro #12) SEM SA?DA (Livro #13) ADORMECIDO (Livro #14) S?RIE UM ENIGMA DE MACKENZIE WHITE ANTES QUE ELE MATE (Livro #1) ANTES QUE ELE VEJA (Livro #2) ANTES QUE ELE COBICE (Livro #3) ANTES QUE ELE LEVE (Livro #4) ANTES QUE ELE PRECISE (Livro #5) ANTES QUE ELE SINTA (Livro #6) ANTES QUE ELE PEQUE (Livro #7) ANTES QUE ELE CACE (Livro #8) S?RIE UM MIST?RIO DE AVERY BLACK RAZ?O PARA MATAR (Livro #1) RAZ?O PARA CORRER (Livro #2) RAZ?O PARA SE ESCONDER (Livro #3) RAZ?O PARA TEMER (Livro #4) RAZ?O PARA SALVAR (Livro #5) RAZ?O PARA SE APAVORAR (Livro #6) S?RIE UM MIST?RIO DE KERI LOCKE RASTRO DE MORTE (Livro #1) RASTRO DE UM ASSASSINO (Livro #2) UM RASTRO DE IMORALIDADE (Livro #3) UM RASTRO DE CRIMINALIDADE (Livro #4) UM RASTRO DE ESPERAN?A (Livro #5) PR?LOGO Morgan Farrell n?o tinha ideia de onde estava ou de onde acabara de vir. Ela sentia como se estivesse saindo de um nevoeiro profundo e espesso. Algo ou algu?m estava bem ali na frente dela. Ela se inclinou para a frente e viu o rosto de uma mulher olhando para ela. A mulher parecia t?o perdida e confusa quanto Morgan. “Quem ? voc??" Perguntou ? mulher. O rosto murmurou as palavras em un?ssono com ela, e ent?o Morgan percebeu… Meu reflexo. Estava olhando para o pr?prio rosto em um espelho. Ela se sentiu est?pida por n?o se reconhecer imediatamente, mas n?o completamente surpresa. Meu reflexo. Ela sabia que estava olhando para o pr?prio rosto no espelho, mas parecia star olhando uma estranha. Esse era o rosto que ela sempre tivera, o rosto que as pessoas descreviam como elegante e bonito. Agora lhe parecia artificial. O rosto no espelho n?o parecia muito… vivo. Por alguns instantes, Morgan se perguntou se havia morrido. Mas podia sentir sua respira??o ligeiramente irregular. Sentiu seu cora??o batendo um pouco r?pido. N?o, ela n?o estava morta. Mas parecia estar perdida. Tentou raciocinar. Onde estou? O que estava fazendo antes de chegar aqui? Por estranho que parecesse, era um problema familiar. Essa n?o era a primeira vez que se encontrava em alguma parte da enorme casa sem saber como tinha chegado l?. Seus ataques de sonambulismo eram causados pelos m?ltiplos tranquilizantes prescritos pelo m?dico, al?m de muito whiskey. Morgan s? sabia de uma coisa – era melhor que Andrew n?o a visse como estava naquele momento. N?o tinha maquiagem e seu cabelo estava desalinhado. Ergueu a m?o para retirar uma mecha de cabelo da testa, e ent?o viu… Minha m?o. Est? vermelha. Est? coberta de sangue. Observou o espanto no rosto refletido. Depois levantou a outra m?o. Tamb?m estava vermelha com sangue. Com um tremor de repulsa, impulsivamente enxugou as m?os na frente de sua roupa. Ent?o seu horror aumentou. Tinha acabado de espalhar sangue em sua camisola de seda extremamente cara. Andrew ficaria furioso se descobrisse. Mas como iria se limpar? Olhou ao redor, ent?o apressadamente pegou uma toalha de m?o pendurada ao lado do espelho. Enquanto tentava limpar as m?os, viu o monograma… AF Essa era a toalha do marido. Fez um esfor?o para se concentrar no que a rodeava… as toalhas com monograma… as paredes cintilantes douradas. Ela estava no banheiro do marido. Morgan suspirou com desespero. Suas andan?as noturnas j? antes a tinham levado ao quarto do marido. Quando o acordava, ficava sempre furioso com ela por violar sua privacidade. E agora percorrera o quarto at? o banheiro adjacente. Estremeceu. Os castigos do marido sempre eram cru?is. O que ele vai fazer comigo dessa vez? Pensou. Morgan sacudiu a cabe?a, tentando se libertar da n?voa mental. Sua cabe?a estava doendo e sentiu n?useas. Obviamente, tinha bebido muito e tomado muitos tranquilizantes. E agora, n?o s? tinha sujado de sangue uma das preciosas toalhas de Andrew, como viu que tinha deixado impress?es em todo o balc?o do banheiro branco. Havia at? sangue no ch?o de m?rmore. De onde veio todo esse sangue? Perguntou a si mesma. Uma possibilidade estranha lhe ocorreu… Eu tentei me matar? N?o se lembrava de fazer isso, mas parecia poss?vel. Pensara em suic?dio mais de uma vez desde que se casara com Andrew. E se alguma vez morresse por sua pr?pria m?o, n?o seria a primeira a faz?-lo naquela casa. Mimi, a esposa de Andrew antes de Morgan, havia cometido suic?dio. E tamb?m seu filho Kirk, em novembro passado. Quase sorriu com amarga ironia… Terei tentado continuar a tradi??o da fam?lia? Deu um passo para tr?s para se ver melhor a si mesma. Todo esse sangue… Mas n?o parecia estar ferida em lugar algum. Ent?o de onde viera o sangue? Ela se virou e viu que a porta que dava para o quarto de Andrew estava aberta. Ele est? l?? Perguntou-se. N?o acordara com o sucedido? Ficou mais tranquila com essa possibilidade. Se ele estivesse dormindo t?o profundamente, talvez ela pudesse fugir sem que ele percebesse a sua presen?a. Mas ent?o sufocou um gemido quando percebeu que n?o ia ser t?o f?cil. Ainda tinha que limpar todo aquele sangue. Se Andrew entrasse em seu banheiro e encontrasse aquela bagun?a terr?vel, ? claro que ele saberia que ela era de alguma forma culpada. Sempre era culpada de tudo na opini?o dele. Com o p?nico aumentando, come?ou a limpar o balc?o com a toalha. Mas isso n?o resultou. Tudo o que estava fazendo era espalhar o sangue por todo o lado. Precisava de ?gua para limpar as coisas. Quase ligou a torneira quando percebeu que o som de ?gua corrente certamente acordaria Andrew. Pensou que talvez pudesse fechar a porta do banheiro suavemente e ligar a ?gua o mais silenciosamente poss?vel. Ela se arrastou na ponta dos p?s pelo enorme banheiro em dire??o ? porta. Quando chegou l?, cautelosamente espreitou para o quarto. E ficou surpresa com o que viu. As luzes estavam baixas, mas n?o havia d?vida de que Andrew estava deitado na cama. Estava coberto de sangue. Os len??is estavam cobertos de sangue. Havia at? sangue no ch?o. Morgan correu para a cama. Os olhos do marido estavam abertos com uma express?o de terror im?vel. Ele est? morto, Percebeu. Ela n?o tinha morrido, mas Andrew tinha. Ele tinha cometido suic?dio? N?o, isso era imposs?vel. Andrew n?o tinha nada al?m de desprezo por pessoas que tiravam suas pr?prias vidas – incluindo sua esposa e filho. "Pessoas n?o s?rias" Costumava ele dizer sobre elas. E Andrew sempre se orgulhara de ser uma pessoa s?ria. E sempre levantara essa quest?o com Morgan… "Voc? ? uma pessoa s?ria?" Ao olhar mais atentamente, pode ver que Andrew tinha sangrado de muitas feridas diferentes por todo o corpo. E aninhada entre os len??is encharcados de sangue ao lado de seu corpo, viu uma grande faca de cozinha. Quem poderia ter feito isso? Morgan se perguntou. Ent?o, uma estranha e euf?rica calma se abateu sobre ela quando percebeu… Eu finalmente fiz isso. Eu o matei. Ela fizera isso em seus sonhos muitas vezes. E agora, finalmente, ela o fizera de verdade. Sorriu e disse em voz alta para o cad?ver… "Quem ? uma pessoa s?ria agora?" Mas ela sabia que n?o devia aproveitar essa sensa??o calorosa e agrad?vel. Assassinato era assassinato e ela sabia que tinha que aceitar as consequ?ncias. Mas em vez de medo ou culpa, sentiu uma profunda satisfa??o. Ele era um homem horr?vel. E estava morto. O que quer que tivesse acontecido, valera a pena. Pegou no telefone ao lado de sua cama com a m?o pegajosa e quase discou o 112 antes de pensar… N?o. H? outra pessoa a quem quero contar primeiro. Era uma mulher gentil que demonstrara preocupa??o com seu bem-estar h? algum tempo. Antes de fazer qualquer outra coisa, precisava ligar para aquela mulher e dizer-lhe que n?o precisava mais se preocupar com a Morgan. Finalmente, tudo estava bem. CAP?TULO UM Riley notou que Jilly estava se contraindo um pouco em seu sono. A garota de quatorze anos estava no assento ao lado, com a cabe?a apoiada no ombro de Riley. O avi?o j? estava no ar h? cerca de tr?s horas e demoraria mais algumas horas at? que pousassemem Phoenix. Ela est? sonhando? Riley se perguntou. Se assim fosse, Riley esperava que os sonhos n?o fossem ruins. Jilly vivera experi?ncias horr?veis durante sua curta vida e ainda tinha muitos pesadelos. Parecia especialmente ansiosa desde que a carta dos servi?os sociais de Phoenix tinha chegado, informando que o pai de Jilly queria sua filha de volta. Agora estavam indo para Phoenix para uma audi?ncia que resolveria o assunto de uma vez por todas. Riley n?o podia deixar de se preocupar tamb?m. O que seria de Jilly se o juiz n?o permitisse que ela ficasse com Riley? A assistente social dissera que n?o esperava que isso acontecesse. Mas e se ela estivesse errada? Riley se perguntou. Todo o corpo de Jilly come?ou a se contrair mais agudamente. Come?ou a gemer baixinho. Riley a sacudiu suavemente e disse, “Acorde, querida. Voc? est? tendo um pesadelo.” Jilly se sentou direita e olhou em frente por um momento. Ent?o come?ou a chorar. Riley colocou o bra?o em volta de Jilly e procurou em sua bolsa por um len?o de papel. Perguntou, “O que ? isso? Com o que voc? estava sonhando?” Jilly solu?ou por alguns instantes. Ent?o disse, “N?o foi nada. N?o se preocupe." Riley suspirou. Ela sabia que Jilly guardava segredos sobre os quais n?o gostava de falar. Acariciou o cabelo escuro da menina e disse, “Voc? pode me dizer tudo, Jilly. Voc? sabe disso." Jilly enxugou os olhos e assoou o nariz. Finalmente disse, “Estava sonhando com algo que realmente aconteceu. Alguns anos atr?s. Meu pai estava b?bado e estava me culpando como sempre – por minha m?e ir embora, por ele n?o conseguir manter um emprego. Por tudo. Ele me disse que me queria fora de sua vida. Ele me arrastou pelo bra?o para um arm?rio e me jogou para dentro e trancou a porta e…” Jilly ficou em sil?ncio e fechou os olhos. "Por favor, me diga" Disse Riley. Jilly se sacudiu um pouco e disse, “Eu estava com medo de gritar no in?cio, porque achei que ele me arrastaria de volta e me batia. Ele apenas me deixou l?, como se tivesse esquecido de mim. E depois…" Jilly reprimiu um solu?o. "Eu n?o sei quantas horas se passaram, mas tudo ficou bem silencioso. Pensei que talvez ele tivesse acabado por desmaiar ou ido para a cama ou algo assim. Mas ficou assim por muito, muito tempo, e tudo ficou t?o silencioso. Finalmente, percebi que ele devia ter sa?do de casa. Ele fazia isso ?s vezes. Desaparecia durante dias e eu nunca sabia quando ele voltava ou se voltava.” Riley estremeceu quando tentou imaginar o horror da pobre garota. Jilly continuou, “Finalmente comecei a gritar e bater na porta, mas ? claro que ningu?m podia me ouvir e eu n?o consegui sair. Estava sozinha naquele arm?rio por… Eu ainda n?o sei quanto tempo. V?rios dias, provavelmente. Eu n?o tinha nada para comer e n?o conseguia dormir, estava com muita fome e medo. Tive que fazer minhas necessidades ali e depois tive que limpar isso. Comecei a ver e ouvir coisas estranhas no escuro – acho que devem ter sido alucina??es. Acho que meio que perdi a cabe?a.” N?o admira, Pensou Riley com horror. Jilly disse, “Quando ouvi ru?dos na casa de novo, pensei que talvez estivesse apenas ouvindo coisas. Eu gritei e papai veio at? o arm?rio e o destrancou. Ele estava completamente s?brio naquele momento e pareceu surpreso em me ver. "Como voc? ficou a??" Disse ele. Ficou aborrecido por me ter metido naquela bagun?a e me tratou bem por um tempo depois disso.” A voz de Jilly era quase sussurro, e acrescentou, "Voc? acha que ele vai ficar com a minha cust?dia?" Riley engoliu um n? de ansiedade. Ela deveria compartilhar seus pr?prios medos com a garota que ela ainda esperava adotar como sua pr?pria filha? N?o conseguia fazer isso. Em vez disso disse… "Tenho certeza que n?o vai." "? melhor que n?o" Disse Jilly. "Porque se se isso acontecer, eu vou fugir para sempre. Ningu?m nunca vai me encontrar.” Riley sentiu um arrepio profundo quando percebeu… Ela est? falando a s?rio. Jilly tinha um hist?rico de fugir de lugares de que n?o gostava. Riley lembrou muito bem como fora seu primeiro encontro com Jilly. Riley estava trabalhando em um caso envolvendo prostitutas mortas em Phoenix, e encontrou Jilly na cabine de um caminh?o em um estacionamento onde prostitutas trabalhavam. Jilly decidira se tornar uma prostituta e vender seu corpo para o dono do caminh?o. Ser? que ela faria algo t?o desesperado de novo? Riley se perguntou. Riley ficou horrorizada com a ideia. Enquanto isso, Jilly se acalmara e voltara a adormecer. Riley aninhou a cabe?a da menina contra seu ombro novamente. Tentou parar de se preocupar com a data da pr?xima audi?ncia. Mas n?o conseguia se livrar do medo de perder Jilly. Ser? que Jilly sobreviveria se isso acontecesse? E se ela sobrevivesse, que tipo de vida teria? * Quando o avi?o aterrou, quatro pessoas esperavam para cumprimentar Riley e Jilly. Uma era um rosto familiar – Brenda Fitch, a assistente social que colocara Jilly ao cuidado de Riley. Brenda era uma mulher esbelta e nervosa com um sorriso caloroso e carinhoso. Riley n?o reconheceu as outras tr?s pessoas. Brenda abra?ou Riley e Jilly e fez apresenta??es, come?ando com um casal de meia-idade, ambos fortes e sorridentes. Brenda disse, “Riley, penso que n?o conhe?a Bonnie e Arnold Flaxman. Eles foram os pais adotivos de Jilly por um curto per?odo depois que voc? a resgatou.” Riley assentiu, lembrando como Jilly fugira do casal bem intencionado. Jilly estava determinada a viver somente com Riley. Riley esperava que os Flaxman n?o tivessem ressentimentos. Mas pareciam gentis e acolhedores. Brenda ent?o apresentou Riley a um homem alto com uma cabe?a longa e de formato estranho, e um sorriso um tanto vazio. Brenda disse, “Este ? Delbert Kaul, nosso advogado. Vamos l?, vamos a algum lugar onde nos possamos sentar e conversar.” O grupo dirigiu-se ent?o at? o caf? mais pr?ximo. Os adultos tomaram caf? e Jilly pediu um refrigerante. Quando todos se sentaram, Riley lembrou que o irm?o de Bonnie Flaxman era Garret Holbrook, um agente do FBI em Phoenix. Riley perguntou, "Como est? Garrett?" Bonnie encolheu os ombros e sorriu. "Ah. Garrett ? Garrett.” Riley assentiu. Ela se lembrou do agente como um homem bastante taciturno com um comportamento frio. Mas nessa altura estava investigando o assassinato da meia-irm? de Garrett. Ele ficara grato quando ela resolveu o crime e ajudou a colocar Jilly em uma casa de acolhimento com os Flaxman. Riley sabia que ele era um bom homem apesar de aparentar frieza. Brenda disse a Riley, "Fico feliz que voc? e Jilly tenham chegado aqui em t?o pouco tempo. Eu realmente esperava que estiv?ssemos finalizando a ado??o at? agora, mas como escrevi para voc? em minha carta, nos deparamos com um problema. O pai de Jilly afirma que tomou a decis?o de desistir de Jilly sob coa??o. N?o s? est? contestando a ado??o, como est? amea?ando acus?-la de sequestro – e a mim como c?mplice.” Examinando alguns documentos legais, Delbert Kaul acrescentou, “O caso dele ? bem fr?gil. Mas n?o se preocupe com isso. Tenho a certeza de que podemos resolver tudo isso amanh?.” De alguma forma, o sorriso de Kaul n?o era muito reconfortante para Riley. Havia algo fraco e incerto nele. Deu por si a pensar como ele havia sido designado para o caso. Riley notou que Brenda e Kaul pareciam ter um relacionamento f?cil. N?o pareciam ser um casal rom?ntico, mas antes bons amigos. Talvez tivesse sido por isso que Brenda o contratara. N?o necessariamente uma boa raz?o, Pensou Riley. "Quem ? o juiz?" Riley perguntou. O sorriso de Kaul desapareceu um pouco quando disse, “Owen Heller. N?o seria exatamente a minha primeira escolha, mas foi o melhor que conseguimos dadas as circunst?ncias.” Riley reprimiu um suspiro. Ela estava se sentindo cada vez menos segura. Esperava que Jilly n?o estivesse sentindo o mesmo. Kaul ent?o discutiu o que o grupo deveria esperar na audi?ncia. Bonnie e Arnold Flaxman iam testemunhar sobre sua pr?pria experi?ncia com Jilly. Eles enfatizariam a necessidade da garota ter um ambiente dom?stico est?vel, que n?o poderia ter com o pai. Kaul disse que gostaria que o irm?o mais velho de Jilly testemunhasse, mas ele havia desaparecido h? muito tempo e Kaul n?o conseguiu localiz?-lo. Riley deveria testemunhar sobre o tipo de vida que ofereceu a Jilly. Viera para Phoenix armada com todo o tipo de documenta??o para basear suas reivindica??es, incluindo informa??es financeiras. Kaul bateu com o l?pis na mesa e acrescentou, “Agora, Jilly, voc? n?o precisa testemunhar…” Jilly interrompeu. "Eu quero. Eu vou." Kaul pareceu um pouco surpreso com a nota de determina??o na voz de Jilly. Riley desejou que o advogado parecesse t?o determinado quanto Jilly. "Bem" Disse Kaul, "vamos considerar isso resolvido". Quando a reuni?o terminou, Brenda, Kaul e os Flaxman foram embora juntos. Riley e Jilly alugaram um carro, e depois foram para um hotel pr?ximo onde fizeram o check-in. * Assim que se acomodaram no quarto de hotel, Riley e Jilly pediram uma pizza. A TV passava um filme que elas j? tinham visto e n?o prestaram muita aten??o. Para al?vio de Riley, Jilly n?o parecia nem um pouco ansiosa agora. Conversaram agradavelmente sobre pequenas coisas, como o pr?ximo ano letivo de Jilly, roupas e sapatos, e celebridades nas not?cias. Riley achava dif?cil acreditar que Jilly estava em sua vida h? t?o pouco tempo. As coisas pareciam t?o naturais e f?ceis entre elas. Como se sempre tivesse sido minha filha, Pensou Riley. Percebeu que era exatamente como se sentia, mas isso provocou uma renovada explos?o de ansiedade. Terminaria tudo amanh?? Riley n?o conseguia pensar em como isso seria. Elas estavam quase terminando sua pizza quando foram interrompidas por um toque alto do laptop de Riley. "Oh, deve ser April!" Disse Jilly. "Ela prometeu que falar?amos". Riley sorriu e deixou Jilly atender a liga??o de sua filha mais velha. Riley ouvia as duas garotas conversando como irm?s em que se tinham transformado. Quando as garotas terminaram de falar, Riley falou com April enquanto Jilly se sentou na cama para assistir TV. O rosto de April parecia s?rio e preocupado. Ela perguntou, "Como est?o as coisas para amanh?, mam?e?" Olhando por toda a sala, Riley viu que Jilly se interessara pelo filme novamente. Riley n?o achava que ela estava ouvindo o que ela e April estavam falando, mas queria ter cuidado. "Vamos ver" Disse Riley. April falou em voz baixa para que Jilly n?o pudesse ouvir. "Voc? parece preocupado, mam?e." "Estou sim" Disse Riley, falando em voz baixa. “Voc? vai conseguir, mam?e. Eu sei que voc? consegue." Riley engoliu em seco. "Espero que sim" Disse ela. Ainda falando baixinho, a voz de April tremia de emo??o. "N?s n?o podemos perd?-la, mam?e. Ela n?o pode voltar a esse tipo de vida.” "Eu sei" Disse Riley. "N?o se preocupe." Riley e April se entreolharam em sil?ncio por alguns instantes. De repente, Riley sentiu-se profundamente comovida com a maturidade que sua filha de quinze anos demonstrava naquele momento. Ela est? realmente crescendo, Riley pensou orgulhosamente. April finalmente disse, "Bem, eu vou deixar voc? ir. Ligue para mim assim que souber de alguma coisa.” "Eu vou fazer isso" Disse Riley. Ela terminou a videochamada e voltou a se sentar na cama com Jilly. O filme estava terminando quando o telefone tocou. Riley sentiu outra onda de preocupa??o. Ultimamente, os telefonemas n?o traziam boas not?cias. Pegou no telefone e ouviu a voz de uma mulher. "Agente Paige, estou ligando da central telef?nica de Quantico. Recebemos uma liga??o de uma mulher em Atlanta e… bem, n?o sei como lidar com isso, mas ela quer falar diretamente com voc?.” "Atlanta?" Riley perguntou. "Quem ??" "O nome dela ? Morgan Farrell." Riley sentiu um calafrio de alarme. Ela se lembrou da mulher de um caso em que trabalhara em fevereiro. O marido rico de Morgan, Andrew, havia sido suspeito em um caso de assassinato. Riley e seu parceiro, Bill Jeffreys, entrevistaram Andrew Farrell em casa e determinaram que ele n?o era o assassino que estavam procurando. No entanto, Riley tinha visto sinais de que o homem estava abusando de sua esposa. Ela silenciosamente havia deixado para Morgan um cart?o do FBI, mas nunca lhe tinha ligado. Eu acho que ela finalmente quer ajuda, Riley pensou, imaginando a mulher magra, elegante, mas t?mida que tinha visto na mans?o de Andrew Farrell. Mas Riley se perguntou – o que poderia ela fazer fazer por algu?m em suas atuais circunst?ncias? Na verdade, a ?ltima coisa no mundo que Riley precisava agora era outro problema para resolver. A operadora perguntou, "Voc? quer que eu fa?a a liga??o?" Riley hesitou por um segundo e disse, "Sim, por favor." Em um momento, ouviu o som da voz de uma mulher. "Ol?, estou falando com a agente especial Riley Paige?" Agora ocorria-lhe – ela n?o conseguia se lembrar de Morgan ter dito uma ?nica palavra enquanto l? estiversa?. Parecia muito apavorada com o marido para falar. Mas agora n?o parecia aterrorizada. Na verdade, parecia bastante feliz. Ser? apenas um telefonema de circunst?ncia? Riley se perguntou. "Sim, fala Riley Paige" Disse ela. “Bem, eu apenas pensei que lhe devia um telefonema. Voc? foi muito gentil comigo naquele dia em que visitou nossa casa e me deixou seu cart?o, e parecia estar preocupada comigo. Eu s? queria que soubesse que j? n?o precisa mais se preocupar comigo. Tudo vai ficar bem agora.” Riley ficou aliviada por saber. "Fico feliz em ouvir isso” Disse ela. “Voc? o deixou? Est? se divorciando?” "N?o" Disse Morgan alegremente. "Eu matei o filho da m?e." CAP?TULO DOIS Riley sentou-se na cadeira mais pr?xima, sua mente cambaleando enquanto as palavras da mulher ecoavam na sua cabe?a. "Eu matei o filho da m?e." Morgan realmente disse isso? Ent?o Morgan perguntou, "Agente Paige, ainda est? a??" "Ainda estou aqui" Disse Riley. "Conte-me o que aconteceu." Morgan ainda soava estranhamente calma. “O problema ? que n?o tenho a certeza. Tenho andado bastante dopada ultimamente e eu n?o lembro das coisas que fa?o. Mas eu matei ele. Estou olhando para o corpo dele deitado na cama e tem ferimentos de faca, e sangrou muito. Parece que o matei com uma faca de cozinha afiada. A faca est? ao lado dele.” Riley se esfor?ou para entender o que estava ouvindo. Ela se lembrava de como Morgan parecera doentiamente magra. Riley tinha certeza de que ela era anor?xica. Riley sabia melhor do que ningu?m como era dif?cil esfaquear uma pessoa at? a morte. Morgan seria fisicamente capaz de fazer uma coisa dessas? Ouviu Morgan suspirar. “Pe?o desculpa por incomodar, mas sinceramente n?o sei o que fazer a seguir. Ser? que me poderia ajudar?" “Voc? contou a mais algu?m? Chamou a pol?cia?” "N?o." Riley gaguejou, "Eu vou … eu vou tratar disso." "Oh, muito obrigada." Riley estava prestes a dizer a Morgan para ficar em linha enquanto ela fazia uma outra chamada a partir de seu celular. Mas Morgan desligou. Riley ficou olhando para o espa?o por um momento. Ouviu Jilly perguntar, "Mam?e, tem alguma coisa errada?" Riley olhou e viu que Jilly parecia profundamente preocupada. Disse, "Nada para se preocupar, querida." Ent?o ela pegou o celular e ligou para a pol?cia em Atlanta. * O policial Jared Ruhl sentia-se entediado e inquieto no banco do passageiro ao lado do sargento Dylan Petrie. Era noite e eles estavam patrulhando um dos bairros mais ricos de Atlanta – uma ?rea onde raramente havia atividade criminosa. Ruhl era novo na pol?cia e estava ansioso por um pouco de a??o. Ruhl tinha todo o respeito do mundo por seu parceiro e mentor afro-americano. O sargento Petrie estava na pol?cia h? vinte anos ou mais, e era um dos policiais mais experientes da regi?o. Ent?o, por que estamos nesse ritmo? Ruhl se perguntou. Como se em resposta ? sua pergunta n?o verbalizada, uma voz feminina insinuou-se no r?dio… "Quatro-Frank-Treze, ouve-me?" Os sentidos de Ruhl se agu?aram ao ouvir a identifica??o de seu pr?prio ve?culo. Petrie respondeu, "Ouvimos, fale." A operadora hesitou, como se n?o acreditasse no que estava prestes a dizer. Ent?o disse, “Temos um poss?vel um-oitenta-sete na casa dos Farrell. V?o para a cena.” A boca de Ruhl se abriu e ele viu os olhos de Petrie se arregalarem de surpresa. Ruhl sabia que 187 era o c?digo para um homic?dio. Na casa de Andrew Farrell? Ruhl se perguntou. N?o podia acreditar no que ouvia e Petrie parecia tamb?m surpreendido. "Repita" Disse Petrie. “Um poss?vel 187 na casa dos Farrell. Podem ir l??” Ruhl viu Petrie piscar os olhos com perplexidade. "Sim" Disse Petrie. "Quem ? o suspeito?" A operadora hesitou novamente, depois disse, “A senhora Farrell.” Petrie ofegou em voz alta e meneou a cabe?a. "Uh … isso ? uma piada?" Perguntou. "N?o ? brincadeira." "Quem ? o meu RP?" Petrie perguntou. O que isso significa? Ruhl perguntou a si mesmo. Ah sim… Isso significava, "Quem denunciou o crime?" A operadora respondeu, “Um agente da UAC ligou de Phoenix, Arizona. Eu sei o qu?o estranho isso soa, mas…” A operadora ficou em sil?ncio. Petrie disse, "C?digo Tr?s resposta?" Ruhl sabia que Petrie estava perguntando se usaria luzes intermitentes e uma sirene. A operadora perguntou, "A que dist?ncia est?o do local?" "Menos de um minuto" Disse Petrie. “Ent?o ? melhor n?o dar nas vistas. Isso tudo ?…” Sua voz se apagou novamente. Ruhl adivinhou que estava preocupada em n?o chamarem muita aten??o. O melhor era manter a m?dia de fora o m?ximo de tempo poss?vel em rela??o ao que estivesse realmente acontecendo nesse bairro luxuoso e privilegiado. Finalmente, a operadora disse, "Verifiquem, ok?" “Certo,” Disse Petrie. "Estamos a caminho." Petrie carregou no acelerador e percorreram a rua tranquila. Ruhl olhou espantado ao se aproximarem da mans?o Farrell. Nunca tinha estado t?o pr?ximo do locale. A casa era enorme e parecia-lhe mais um country club do que a casa de algu?m. O exterior estava cuidadosamente iluminado – para prote??o, sem d?vida, mas tamb?m para mostrar seus arcos e colunas e grandes janelas. Petrie estacionou o carro em frente da casa e desligou o motor. Ele e Ruhl sa?ram e foram para a imensa entrada da frente. Petrie tocou a campainha. Depois de alguns momentos, um homem alto e magro abriu a porta. Ruhl deduziu pelo smoking que vestia e pela sua express?o austera que era o mordomo da fam?lia. Pareceu surpreso ao ver os dois policiais – e nem um pouco satisfeito. "Posso perguntar sobre o que ? tudo isso?" Perguntou. O mordomo n?o parecia ter nenhuma ideia de que poderia haver problemas dentro daquela mans?o. Petrie olhou para Ruhl, que percebeu o que seu mentor estava pensando… Apenas um falso alarme. Provavelmente uma brincadeira. Petrie disse ao mordomo, "Podemos falar com o Sr. Farrell, por favor?" O mordomo sorriu de maneira arrogante. "Receio que isso seja imposs?vel" Disse ele. "O patr?o est? dormindo e eu tenho ordens muito rigorosas…" Petrie interrompeu, "Temos motivos para nos preocupar com sua seguran?a". As sobrancelhas do mordomo se ergueram. “De verdade?” Disse. "J? que insistem, vou ver se est? bem. Vou tentar n?o acord?-lo. Garanto-lhe que reclamaria de forma bastante vociferante.” Petrie n?o pediu permiss?o para ele e Ruhl seguirem o mordomo at? a casa. O lugar era vasto por dentro, com fileiras de colunas de m?rmore que conduziam a uma escada de carpetes vermelhos com corrim?es curvos e elegantes. Ruhl achava cada vez mais dif?cil acreditar que algu?m pudesse morar ali. Parecia mais um set de filmagem. Ruhl e Petrie seguiram o mordomo pelas escadas e atravessaram um corredor largo at? um par de portas duplas. "A su?te principal" Disse o mordomo. "Espere aqui um momento." O mordomo transp?s as portas. Ent?o o ouviram soltar um grito de horror no interior. Ruhl e Petrie abriram as portas at? uma sala de estar e de l? para um enorme quarto. O mordomo j? tinha acendido as luzes. Os olhos de Ruhl quase doeram por um momento do brilho da enorme sala. Ent?o seus olhos viram uma cama coberta de dossel. Como tudo o mais na casa, tamb?m era enorme, como algo sa?do de um filme. Mas, por maior que fosse, era diminu?da pelo tamanho do resto do quarto. Tudo no quarto principal era dourado e branco – exceto o sangue espalhado na cama. CAP?TULO TR?S O mordomo estava encostado na parede, olhando com uma express?o v?trea. O pr?prio Ruhl sentiu como se o ar tivesse sido arrancado de seus pulm?es. Ali estava o homem deitado na cama – o rico e famoso Andrew Farrell, morto e coberto de sangue. Ruhl o reconheceu de v?-lo na TV muitas vezes. Ruhl nunca tinha visto um cad?ver assassinado antes. Ele nunca esperou que a vis?o parecesse t?o estranha e irreal. O que tornou a cena especialmente bizarra foi a mulher sentada em uma cadeira estofada ao lado da cama. Ruhl a reconheceu tamb?m. Era Morgan Farrell – anteriormente Morgan Chartier, uma famosa modelo agora aposentada. O homem morto havia transformado o casamento em um evento de m?dia e gostava de desfilar em p?blico. Ela estava usando um vestido fino e de apar?ncia cara, manchado de sangue. Ficou ali im?vel, segurando uma grande faca. Sua l?mina estava ensanguentada e sua m?o tamb?m. "Merda" Murmurou Petrie com uma voz atordoada. Ent?o Petrie falou em seu microfone. “Operadora, aqui ? quatro-Frank-treze ligando da casa dos Farrell. N?s temos aqui um um-oitenta-sete. Envie tr?s unidades, incluindo uma unidade de homic?dio. Contate tamb?m o m?dico legista. ? melhor dizer ao chefe Stiles para vir at? aqui tamb?m. Petrie ouviu a operadora no fone, depois pareceu pensar por um momento. "N?o, n?o fa?a disso um C?digo Tr?s. Precisamos manter isso em sil?ncio o m?ximo de tempo poss?vel.” Durante essa troca, Ruhl n?o conseguia tirar os olhos da mulher. Ele a achava linda quando a vira na TV. Estranhamente, continuava lhe parecendo bonita naquele momento. Mesmo segurando uma faca ensanguentada na m?o, ela parecia t?o delicada e fr?gil quanto uma estatueta de porcelana. Ela tamb?m estava im?vel como se fosse feita de porcelana – t?o im?vel quanto o cad?ver e, aparentemente, inconsciente de que algu?m tinha entrado no quarto. Mesmo seus olhos n?o se moviam enquanto continuava olhando para a faca em sua m?o. Quando Ruhl seguiu Petrie em dire??o ? mulher, ocorreu-lhe que a cena n?o mais o lembrava de um set de filmagem. ? mais como uma exposi??o em um museu de cera, Pensou. Petrie gentilmente tocou a mulher no ombro e disse, “Sra. Farrell…” A mulher n?o pareceu nem um pouco assustada quando olhou para ele. Sorriu e disse, “Oh, ol?. Eu me perguntava quando a pol?cia iria chegar.” Petrie colocou um par de luvas de pl?stico. Ruhl fez o mesmo. Ent?o Petrie, delicadamente, pegou a faca da m?o da mulher e entregou a Ruhl que cuidadosamente empacotou a arma. Enquanto faziam isso, Petrie disse ? mulher, "Por favor, me diga o que aconteceu aqui". A mulher soltou uma risada bastante musical. “Bem, essa ? uma pergunta boba. Eu matei o Andrew. Isso n?o ? ?bvio?” Petrie se virou para olhar para Ruhl, como se perguntasse… ? ?bvio? Por um lado, n?o parecia haver qualquer outra explica??o para essa cena bizarra. Por outro lado… Ela parece t?o fraca e indefesa, Pensou Ruhl. Nem conseguia imagin?-la fazendo uma coisa dessas. Petrie disse a Ruhl, “V? falar com o mordomo. Descubra o que ele sabe.” Enquanto Petrie examinava o corpo, Ruhl foi at? o mordomo, que ainda estava agachado contra a parede. Ruhl disse-lhe, "Senhor, voc? poderia me dizer o que aconteceu aqui?" O mordomo abriu a boca, mas nenhuma palavra saiu. "Senhor" Repetiu Ruhl. O mordomo apertou os olhos como se estivesse em profunda confus?o. Disse: "Eu n?o sei. Voc? chegou e…” Ficou em sil?ncio novamente. Ruhl se perguntou… Ele realmente n?o sabe de nada? Talvez o mordomo estivesse fingindo seu choque e perplexidade. Talvez ele fosse realmente o assassino. A possibilidade lembrou Ruhl do velho clich?… "O mordomo ? o culpado." A ideia podia at? ser engra?ada em diferentes circunst?ncias. Mas certamente n?o naquele momento. Ruhl pensou r?pido, tentando decidir que perguntas fazer ao homem. Ele disse, "Tem mais algu?m na casa?" O mordomo respondeu com uma voz mon?tona, “Apenas as criadas internas. Seis ao todo, al?m de mim, tr?s homens e tr?s mulheres. Certamente voc? n?o acha…?” Ruhl n?o sabia o que pensar, pelo menos n?o ainda. Perguntou ao mordomo, “? poss?vel que mais algu?m esteja na casa em algum lugar? Um intruso, talvez?” O mordomo abanou a cabe?a. "N?o vejo como" Disse ele. "Nosso sistema de seguran?a ? dos melhores." Isso n?o ? um n?o, Pensou Ruhl. De repente, ele se sentiu bastante alarmado. Se o assassino era um intruso, ainda poderia estar em algum lugar da casa? Ou poderia estar escapando naquele exato momento? Ent?o Ruhl ouviu Petrie falando no microfone, dando instru??es a algu?m sobre como encontrar o quarto na enorme mans?o. Poucos segundos depois, o quarto estava cheio de policiais. Entre eles estava o chefe Elmo Stiles, um homem volumoso e imponente. Ruhl tamb?m ficou surpreso ao ver o Procurador Distrital, Seth Musil. O normalmente suave e polido PD parecia desalinhado e desorientado, como se tivesse acabado de sair da cama. Ruhl imaginou que o chefe havia entrado em contato com o Procurador, assim que ouvira as not?cias, depois pegara-o e trouxera-o at? ali. O Procurador arquejou de horror pelo que viu e correu em dire??o ? mulher. "Morgan!" Disse. "Ol?, Seth" Disse a mulher, como se agradavelmente surpresa por sua chegada. Ruhl n?o ficou especialmente surpreso por Morgan Farrell e um pol?tico de alto escal?o como o PD se conhecerem. A mulher ainda n?o parecia estar ciente de muita coisa que estava acontecendo ao seu redor. Sorrindo, a mulher disse a Musil, “Bem, suponho que ? ?bvio o que aconteceu. E tenho certeza que voc? n?o est? surpreso que…” Musil interrompeu apressadamente. “N?o, Morgan. N?o diga nada. Ainda n?o. N?o at? estarmos na presen?a de um advogado.” O sargento Petrie j? estava organizando as pessoas no quarto. Disse ao mordomo, "Indique-lhes a disposi??o da casa, cada canto e recanto". Ent?o disse aos policiais, “Quero que procurem algum intruso ou qualquer sinal de invas?o. E falem com a equipa de criados, certifiquem-se de que t?m ?libis para as ?ltimas horas.” Os policiais se reuniram em volta do mordomo que agora estava de p?. O mordomo lhes deu instru??es e os policiais sa?ram do quarto. Sem saber mais o que fazer, Ruhl ficou ao lado do sargento Petrie, olhando para a cena horrenda. O Procurador agora estava de p? como que protegendo a mulher sorridente e salpicada de sangue. Ruhl ainda estava lutando para aceitar o que estava vendo. Lembrou a si mesmo que esse era seu primeiro homic?dio. Se perguntou… Alguma vez estarei envolvido em um t?o estranho quanto esse? Tamb?m esperava que os policiais que procuravam na casa n?o retornassem de m?os vazias. Talvez eles voltassem com o verdadeiro culpado. Ruhl n?o suportava a id?ia de que essa mulher delicada e ador?vel fosse realmente capaz de matar. Longos minutos se passaram antes que os policiais e o mordomo retornassem. Disseram que n?o tinham encontrado nenhum intruso ou qualquer sinal de que algu?m invadira a casa. Encontraram o pessoal que estava no local dormindo em suas camas e n?o tinham motivos para pensar que algum deles fosse respons?vel. O m?dico legista e sua equipe chegaram e come?aram a tratar do corpo. O enorme quarto estava muito cheio agora. Finalmente, a mulher manchada de sangue parecia estar ciente da agita??o em seu redor. Ela se levantou da cadeira e disse ao mordomo, “Maurice, onde est?o suas maneiras? Pergunte a essas pessoas boas se gostariam de comer ou beber alguma coisa.” Petrie caminhou em dire??o a ela, pegando suas algemas. Ele lhe disse, "Isso ? muito gentil da sua parte, mas n?o ser? necess?rio." Ent?o, num tom extremamente educado e atencioso, come?ou a ler os direitos de Morgan Farrell. CAP?TULO QUATRO Riley n?o p?de deixar de se preocupar enquanto a sess?o do tribunal se desenrolava. At? ao momento, tudo parecia estar a correr bem. A pr?pria Riley tinha testemunhado sobre o lar que estava a criar para Jilly, e Bonnie e Arnold Flaxman tinham testemunhado sobre a necessidade absoluta de Jilly ter uma fam?lia est?vel. Mesmo assim, Riley sentiu-se desconfort?vel com o pai de Jilly, Albert Scarlatti. Nunca tinha visto o homem antes daquele dia. A julgar pelo que Jilly lhe contara sobre ele, imaginara um ogre grotesco. Mas a sua apar?ncia real a surpreendeu. Seu outrora cabelo preto estava fortemente manchado de cinza e suas fei??es escuras estavam, como ela esperava, devastadas por anos de alcoolismo. Mesmo assim, parecia perfeitamente s?brio naquele momento. Estava bem vestido, mas n?o de forma dispendiosa, e era gentil e agrad?vel com todos com quem conversava. Riley tamb?m se perguntou sobre a mulher sentada ao lado de Scarlatti segurando a sua m?o. Tamb?m parecia ter vivido uma vida dif?cil. De outra forma, sua express?o era dif?cil para Riley decifrar. Quem ? ela? Riley se perguntou. Tudo o que Riley sabia sobre a esposa de Scarlatti e a m?e de Jilly era que tinha desaparecido h? muitos anos atr?s. Scarlatti costumava dizer a Jilly que provavelmente morrera. N?o poderia ser ela depois de todos esses anos. Jilly n?o mostrara nenhum sinal de conhecer essa mulher. Ent?o quem era ela? Agora era hora de Jilly falar. Riley apertou a m?o de Jilly tranquilizadoramente e a jovem adolescente se preparou para testemunhar. Jilly parecia pequena na grande cadeira de testemunhas. Seus olhos percorreram nervosamente o tribunal, olhando para o juiz, depois estabelecendo contato visual com o pai. O homem sorriu com o que parecia ser uma sincera afei??o, mas Jilly rapidamente desviou o olhar. O advogado de Riley, Delbert Kaul, perguntou a Jilly como ela se sentia a respeito da ado??o. Riley podia ver todo o corpo de Jilly tremer de emo??o. "? o que eu mais quero na vida" Disse Jilly com uma voz inst?vel. "Eu tenho sido t?o, t?o feliz vivendo com a minha mam?e…" "Voc? quer dizer com a senhora Paige" Kaul disse, gentilmente interrompendo. "Bem, ela ? minha mam?e agora e ? como eu a chamo. E a filha dela, April, ? minha irm? mais velha. At? come?ar a viver com elas, n?o fazia ideia do que seria – ter uma fam?lia de verdade para me amar e cuidar de mim.” Jilly parecia estar contendo as l?grimas heroicamente. Riley n?o tinha a certeza de que seria capaz de fazer o mesmo. Ent?o Kaul perguntou, "Voc? pode contar ao juiz um pouco sobre como era viver com seu pai?" Jilly olhou para o pai. Ent?o olhou para o juiz e disse, "Foi horr?vel". Disse ao tribunal o que dissera a Riley no dia anterior – como seu pai a trancara em um arm?rio durante dias. Riley estremeceu quando ouviu a hist?ria mais uma vez. A maioria das pessoas no tribunal parecia profundamente afetada com aquele relato. At? o pai de Jilly baixou a cabe?a. Quando terminou, Jilly estava lavadae em l?grimas. “At? minha nova m?e entrar na minha vida, todos que eu amava acabaram por me deixar. N?o suportavam viver com o pai porque ele era t?o ruim para eles. Minha m?e, meu irm?o mais velho – at? meu cachorrinho, Darby, fugiu. A garganta de Riley se contraiu. Ela se lembrou de Jilly chorando quando falara do cachorrimho que tinha perdido h? muitos meses atr?s. Jilly ainda se preocupava com o que tinha acontecido com Darby. "Por favor" Disse ela ao juiz. "Por favor, n?o me envie de volta para isso. Estou muito feliz com minha nova fam?lia. N?o me leve para longe deles.” Jilly ent?o sentou-se novamente ao lado de Riley. Riley apertou a m?o dela e sussurrou, “Voc? esteve muito bem. Estou orgulhosa de voc?." Jilly assentiu e enxugou as l?grimas. Em seguida, o advogado de Riley, Delbert Kaul, apresentou ao juiz todos os documentos necess?rios para finalizar a ado??o. Ele estava enfatizando especialmente o formul?rio de consentimento assinado pelo pai de Jilly. Tanto quanto Riley poderia dizer, Kaul estava fazendo um trabalho razoavelmente completo com a apresenta??o. Mas sua voz e seus modos eram pouco inspiradores, e o juiz, um homem robusto e carrancudo, com olhos pequenos e redondos, n?o parecia nada impressionado. Por um momento, a mente de Riley voltou ao telefonema bizarro que recebera no dia anterior de Morgan Farrell. Claro que Riley entrou em contato com a pol?cia em Atlanta imediatamente. Se o que a mulher dissera fosse verdade, ent?o certamente ela j? estaria sob cust?dia. Riley n?o p?de deixar de imaginar o que realmente acontecera. Seria realmente poss?vel que a fr?gil mulher que conhecera em Atlanta tivesse cometido um homic?dio? N?o ? hora de pensar em tudo isso, lembrou a si mesma. Quando Kaul terminou sua apresenta??o, o advogado de Scarlatti se levantou. Jolene Paget era uma mulher de trinta e poucos anos, cujos l?bios pareciam ter um leve mas constante sorriso. Ela disse ao advogado, "Meu cliente deseja contestar essa ado??o". O juiz assentiu e rosnou, “Eu sei que sim senhora Paget. ? melhor que seu cliente tenha um bom motivo para querer mudar sua pr?pria decis?o.” Riley imediatamente percebeu que, ao contr?rio de seu pr?prio advogado, Paget n?o precisava de notas. Tamb?m ao contr?rio de Kaul, sua voz e comportamento exalavam autoconfian?a. Ela disse, “Sr. Scarlatti tem uma boa raz?o, Merit?ssimo. Ele deu seu consentimento sob coa??o. Ele estava passando por um momento especialmente dif?cil e n?o tinha um emprego. E sim, ele estava bebendo naquela ?poca. E estava deprimido.” Paget acenou com a cabe?a na dire??o de Brenda Fitch, que tamb?m estava sentada no tribunal, e acrescentou, “Ele foi v?tima f?cil da press?o do pessoal dos servi?os sociais, especialmente dessa mulher. Brenda Fitch amea?ou acus?-lo de crimes e delitos inteiramente inventados.” Brenda soltou um suspiro de indigna??o. Disse a Paget, "Isso n?o ? verdade e voc? sabe disso." O sorriso de Paget se alargou quando disse, "Merit?ssimo, poderia impedir a senhora Fitch de interromper?" "Por favor, sil?ncio, senhora Fitch" Disse o juiz. Paget acrescentou, "Meu cliente tamb?m deseja acusar a senhora Paige de sequestro – com a Sra. Fitch como c?mplice". Brenda soltou um gemido aud?vel de desgosto, mas Riley se for?ou a ficar quieta. Ela sabia que Paget iria seguir esse caminho. O juiz disse, “Senhora Paget, n?o apresentou quaiquer provas de sequestro. Quanto ?s amea?as e coa??o que mencionou, n?o ofereceu nenhuma prova ou evid?ncia de sua concretiza??o. N?o disse nada que me convencesse de que o consentimento inicial do seu cliente n?o deveria permanecer." Ent?o Albert Scarlatti levantou-se. "Posso dizer algumas palavras em meu nome, Merit?ssimo?" Implorou. Quando o juiz assentiu, Riley ficou preocupada. Scarlatti baixou a cabe?a e falou em voz baixa e calma. “O que Jilly lhe contou agora sobre o que eu fiz com ela… sei que parece horr?vel. E Jilly, sinto muito por isso. Mas a verdade ? que n?o ? exatamente assim que aconteceu.” Riley teve que se impedir para n?o o interromper. Ela tinha certeza de que Jilly n?o mentira. Albert Scarlatti riu um pouco tristemente. Um sorriso caloroso se espalhou por suas fei??es desgastadas. “Jilly, com certeza voc? vai admitir que tem sido dif?cil de criar. Voc? pode ser um desafio, filhinha. Voc? tem um temperamento especial e ?s vezes fica completamente fora de controle, e eu n?o sabia o que fazer naquele dia. Do jeito que eu me lembro, eu estava simplesmente desesperado quando te coloquei naquele arm?rio.” Encolheu os ombros e continuou, “Mas n?o foi como voc? disse. Eu nunca teria feito voc? passar por algo assim por dias. Nem mesmo por algumas horas. Eu n?o estou dizendo que voc? n?o est? sendo verdadeira, apenas que sua imagina??o ?s vezes leva a melhor. E eu entendo isso.” Ent?o Scarlatti voltou sua aten??o para os outros no tribunal. Ele disse, “Muita coisa aconteceu desde que perdi minha pequena Jilly. Estive em reabilita??o e frequento regularmente os AA, e n?o bebo h? meses. Espero nunca mais beber para o resto da minha vida. E tenho um trabalho est?vel – nada realmente impressionante, apenas trabalho de zeladoria, mas ? um bom trabalho, e posso lhe dar uma refer?ncia do meu patr?o em como me estou saindo muito bem.” Ent?o ele tocou no ombro da misteriosa mulher que estava sentado a seu lado. “Mas houve outra grande mudan?a na minha vida. Eu conheci Barbara Long, a mulher mais maravilhosa do mundo, e ela ? a melhor coisa que j? me aconteceu. Estamos noivos e vamos casar no final deste m?s.” A mulher sorriu para ele com olhos brilhantes. Scarlatti falou diretamente para Jilly naquele momento. “Isso mesmo, Jilly. N?o h? mais fam?lias monoparentais. Voc? vai ter um pai e uma m?e – uma m?e de verdade depois de todos esses anos.” Riley sentiu como se uma faca tivesse sido cravada em seu peito. Jilly acabou de dizer que sou a m?e dela de verdade, Pensou. Mas o que poderia dizer sobre essa falha monoparental? Estava divorciada de Ryan antes mesmo de encontrar Jilly. Scarlatti ent?o dirigiu sua aten??o para Brenda Fitch. Disse, “Senhora Fitch, minha advogada acabou de dizer algumas coisas bem dif?ceis sobre voc?. Eu s? quero que saiba que eu n?o guardo ressentimentos. Voc? tem feito o seu trabalho e eu sei disso. Eu s? quero que saiba o quanto eu mudei.” Ent?o olhou Riley diretamente nos olhos. "Senhora Paige, eu n?o guardo ressentimentos contra voc? tamb?m. De fato, sou grato por tudo que fez para cuidar de Jilly enquanto eu estava tentando me recuperar. Eu sei que n?o deve ter sido f?cil para voc?, sendo solteira e tudo. E com uma adolescente sua para cuidar.” Riley abriu a boca para protestar, mas Albert continuou falando calorosamente. "Eu sei que voc? se importa com ela, e n?o precisa se preocupar. Eu serei um bom pai para Jilly a partir de agora. E eu quero que continue fazendo parte da vida de Jilly.” Riley ficou chocada. Agora percebia por que sua advogada amea?ara acus?-la de sequestro. ? um cl?ssico bom policial, policial ruim. Jolene Paget se apresentara como uma advogada preparada para fazer qualquer coisa para ganhar seu caso. Limpou o caminho para Scarlatti ser o cara mais legal do mundo. E ele fora muito convincente. Riley n?o p?de deixar de se perguntar… Ser? que ele afinal ? realmente um cara legal? Estaria a passar realmente por um mau bocado? Pior de tudo – estaria errada em tentar tirar-lhe Jilly? Ser? que estaria apenas a acrescentar um trauma desnecess?rio ? vida de Jilly? Finalmente Scarlatti olhou suplicante para o juiz. “Merit?ssimo, pe?o-lhe, por favor, deixe-me ter minha filha de volta. Ela ? minha carne e sangue. N?o vai se arrepender da sua decis?o. Eu prometo." Uma l?grima escorreu por sua bochecha quando se sentou de novo. Sua advogada se levantou, parecendo mais orgulhosa e confiante do que nunca. Falou com Jilly com um tom de falsa sinceridade. “Jilly, espero que entenda que seu pai quer apenas o que ? melhor para voc?. Eu sei que teve problemas com ele no passado, mas me diga a verdade agora – isso n?o ? um padr?o em voc??” Jilly pareceu intrigada. Paget continuou, "Eu tenho certeza que voc? n?o vai negar que fugiu de seu pai e foi assim que Riley Paige encontrou voc?." Jilly disse, "Eu sei, mas isso foi porque…" Paget interrompeu, apontando para os Flaxman. "E voc? tamb?m n?o fugiu desse belo casal quando eles te levaram?" Os olhos de Jilly se arregalaram e assentiu silenciosamente. Riley engoliu em seco. Ela sabia o que Paget ia dizer em seguida. "E n?o fugiu da senhora Paige e sua fam?lia?" Jilly assentiu e baixou a cabe?a miseravelmente. E ? claro que era verdade. Riley lembrou muito bem o qu?o dif?cil tinha sido para Jilly se adaptar ? vida em sua casa e, especialmente, como lutou com sentimentos de indignidade. Em um momento especialmente fraco, Jilly correu para outra parada de caminh?es, pensando que vender seu corpo era a ?nica coisa para que servia. "Eu n?o sou ningu?m" Jilly disse a Riley quando a pol?cia a trouxe de volta. A advogada fizera sua pesquisa bem, mas Jilly mudara muito desde ent?o. Riley tinha a certeza de que aqueles dias de inseguran?a tinham acabado. Ainda mantendo um tom de profunda preocupa??o, Paget disse a Jilly… “Cedo ou tarde, querida, voc? precisa aceitar a ajuda de pessoas que se preocupam com voc?. E agora, seu pai quer lhe dar uma vida mais do que qualquer outra coisa. Acho que voc? lhe devia dar uma chance de fazer isso.” Voltando-se para o juiz, Paget acrescentou, "Merit?ssimo, deixo o assunto para sua decis?o". Pela primeira vez, o juiz pareceu genuinamente comovido. Ele disse, “Sr. Scarlatti, seus coment?rios eloquentes me for?aram a reconsiderar minha decis?o. Riley ofegou em voz alta. Isso est? realmente acontecendo? O juiz continuou, “O estatuto do Arizona ? muito claro em rela??o ? separa??o. A primeira considera??o ? a aptid?o dos pais. A segunda considera??o ? o melhor interesse da crian?a. Somente se o pai for considerado inapto pode a segunda considera??o ser posta em quest?o.” Ele parou para pensar por um momento. "A incapacidade do Sr. Scarlatti n?o foi estabelecida aqui hoje. Acho que, pelo contr?rio, ele parece estar fazendo tudo o que pode para se tornar um excelente pai”. Parecendo alarmado, Kaul levantou-se e falou agudamente. “Merit?ssimo, eu me oponho. Sr. Scarlatti desistiu de seus direitos voluntariamente, e isso ? completamente inesperado. N?o havia qualquer motivo para trazer provas para estabelecer sua inaptid?o”. O juiz falou com uma nota de finaliza??o e bateu o martelo. “Ent?o n?o tenho raz?o para considerar mais nada. A cust?dia ? concedida ao pai, com efeito imediato.” Riley n?o p?de deixar escapar um grito de desespero. Isso ? real, Pensou. Eu estou perdendo Jilly. CAP?TULO CINCO Riley estava quase hiperventilando enquanto tentava entender o que estava acontecendo. Certamente eu posso contestar essa decis?o, Pensou. A ag?ncia e o advogado poderiam facilmente reunir alguma evid?ncia s?lida do comportamento abusivo de Scarlatti. Mas o que aconteceria nesse meio tempo? Jilly nunca ficaria com o pai. Ela fugiria novamente – e desta vez poderia realmente desaparecer. Riley podia nunca mais ver sua filha mais nova. Ainda sentado, o juiz disse a Jilly, “Mocinha, acho que deveria ir ter com seu pai agora”. Para surpresa de Riley, Jilly parecia totalmente calma. Ela apertou a m?o de Riley e sussurrou… "N?o se preocupe, mam?e. Vai correr tudo bem.” Caminhou at? onde Scarlatti e sua noiva estavam agora de p?. O sorriso de Albert Scarlatti parecia caloroso e acolhedor. Assim que o pai estendeu os bra?os para abra??-la, Jilly disse, "Tenho algo a dizer para voc?". Uma express?o curiosa atravessou o rosto de Scarlatti. Jilly disse, "Voc? matou meu irm?o". “O q-qu??” Scarlatti gaguejou. “N?o, isso n?o ? verdade e voc? sabe disso. Seu irm?o Norbert fugiu. Eu j? te disse muitas vezes…” Jilly o interrompeu. “N?o, eu n?o estou falando do meu irm?o mais velho. Eu nem me lembro dele. Estou falando do meu irm?ozinho.” "Mas voc? nunca teve um…" “N?o, eu nunca tive um irm?ozinho. Porque voc? o matou.” A boca de Scarlatti se abriu e seu rosto ficou vermelho. Com a voz tremendo de raiva, Jilly continuou, “Parece que voc? acha que n?o me lembro da minha m?e, porque eu era muito pequena quando ela foi embora. Mas eu lembro. Eu lembro que ela estava gr?vida. Eu lembro de voc? gritando com ela. Voc? bateu no est?mago dela. Eu vi voc? fazer isso muitas vezes. Ent?o ela ficou doente. E depois j? n?o estava mais gr?vida. Ela me disse que era um menino e ele seria meu irm?o mais novo, mas voc? o matou.” Riley ficou desconcertada com o que Jilly estava dizendo. Ela n?o tinha d?vidas de que cada palavra era verdadeira. Eu gostaria que ela me tivesse contado, Pensou. Mas ? claro que Jilly deve ter achado muito doloroso falar sobre isso at? esse momento. Jilly agora estava chorando. Ela disse, “Mam?e chorou muito quando me contou. Ela disse que tinha que ir embora ou voc? a mataria mais cedo ou mais tarde. E ela foi embora. E nunca mais a vi.” O rosto de Scarlatti estava reduzido a uma express?o feia. Riley podia ver que ele estava lutando com sua raiva. Ele rosnou, "Garota, voc? n?o sabe do que est? falando. Voc? est? imaginando tudo.” Jilly disse, “Ela estava usando seu lindo vestido azul naquele dia. Aquele que mais gostava. Veja, eu lembro. Eu vi tudo.” As palavras de Jilly eram uma torrente desesperada. “Voc? mata tudo e todos, mais cedo ou mais tarde. Voc? n?o pode evitar. Eu aposto que at? mentiu quando me disse que meu cachorrinho tinha fugido. Voc? provavelmente matou Darby tamb?m.” Agora Scarlatti estava tremendo todo. As palavras de Jilly continuavam fluindo, “Minha m?e fez a coisa certa fugindo e espero que esteja feliz, onde quer que esteja. E se ela est? morta, bem, est? melhor do que estaria com voc?.” Scarlatti soltou um rugido de f?ria. "Cale a boca, sua cabra!" Ele agarrou Jilly pelo ombro com uma m?o e lhe deu um tapa no rosto com a outra. Jilly gritou e tentou se afastar dele. Riley levantou-se indo na dire??o de Scarlatti. Antes de chegar junto a ele, dois seguran?as agarraram o homem pelos bra?os. Jilly se libertou e correu para Riley. O juiz bateu o martelo e tudo ficou silencioso. Olhou ao redor do tribunal como se n?o pudesse acreditar no que acabara de acontecer. Por um momento, limitou-se a respirar pesadamente. Ent?o olhou para Riley e disse, “Senhora Paige, penso que lhe devo um pedido de desculpas. Tomei a decis?o errada agora e a anulo.” Olhou para Scarlatti e acrescentou, “Volte a falar e coloco-o na pris?o.” Olhando para os outros na sala, o juiz disse com firmeza, “N?o haver? mais audi?ncias. Esta ? a minha determina??o final sobre essa ado??o. A cust?dia ? concedida ? m?e adotiva”. Ele bateu novamente o martelo, se levantou e saiu do tribunal sem dizer mais nada. Riley se virou e olhou para Scarlatti. Seus olhos escuros estavam furiosos, mas os dois seguran?as ainda estavam de p? ao lado dele. Ele olhou para sua noiva, que parecia horrorizada. Ent?o Scarlatti baixou a cabe?a e ficou ali em sil?ncio. Jilly se jogou nos bra?os de Riley, solu?ando. Riley a abra?ou e disse, “Voc? ? uma garota corajosa, Jilly. Eu nunca te vou deixar, n?o importa o que aconte?a. Pode contar com isso." * A bochecha de Jilly ainda estava ardendo enquanto Riley discutia alguns detalhes com Brenda e o advogado. Mas parecia um bom tipo de dor e ela sabia que logo iria embora. Ela dissera a verdade sobre algo que guardra para si mesma por muito tempo. Como resultado, estava livre de seu pai para sempre. Riley, sua nova m?e, levou-a de volta ao quarto de hotel, onde fizeram as malas rapidamente e dirigiram para o aeroporto. Chegaram com tempo de sobra para o voo de volta para casa e checaram suas malas para que n?o tivessem que carreg?-las. Depois foram juntas ao banheiro. Jilly ficou olhando no espelho enquanto sua m?e estava fazendo suas necessidades. Um ligeiro hematoma estava se formando na parte lateral de seu rosto, onde o pai a atingira. Mas tudo ficaria bem agora. Seu pai nunca mais poderia machuc?-la. E tudo porque ela contara finalmente a verdade sobre seu irm?o perdido. S? fora preciso isso para transformar tudo em volta. Ela sorriu um pouco quando se lembrou da m?e dizendo para ela… "Voc? ? uma garota corajosa, Jilly." Sim, pensou Jilly. Eu acho que sou muito corajosa. CAP?TULO SEIS Quando Riley saiu do banheiro, n?o viu Jilly em lado nenhum. A primeira coisa que sentiu foi um lampejo de raiva. Ela se lembrava de ter dito claramente a Jilly… “Espere do lado de fora da porta. N?o v? a lugar nenhum.” E agora n?o a via. Aquela garota, Pensou Riley. N?o estava preocupada em perder o voo. Tinham muito tempo antes de embarcare. Mas esperava fazer as coisas com calma depois de um dia t?o dif?cil. Planejou que passassem pela seguran?a, encontrassem seu port?o de embarque e depois um bom lugar para comer. Riley suspirou com des?nimo. Mesmo depois das a??es corajosas de Jilly no tribunal, Riley n?o p?de deixar de se dececionar com essa nova demonstra??o de imaturidade. Ela sabia que se fosse procurar por Jilly no grande terminal, provavelmente se desencontrariam outra vez. Procurou um lugar para sentar e esperar que Jilly voltasse, o que certamente faria mais cedo ou mais tarde. Mas enquanto Riley olhava ao redor do grande terminal, teve um vislumbre de Jilly passando por uma das portas de vidro que levavam ao exterior. Ou pelo menos ela achava que era Jilly – era dif?cil ter a certeza de onde Riley estava. E quem era aquela mulher com quem a garota parecia estar? Parecia Barbara Long, a noiva de Albert Scarlatti. Mas as duas pessoas desapareceram rapidamente entre os viajantes que circulavam do lado de fora. Riley sentiu um arrepio de apreens?o. Seus olhos estavam a enganando? N?o, ela agora tinha certeza do que tinha visto. Mas o que estava acontecendo? Por que Jilly iria a algum lugar com aquela mulher? Riley levantou-se. Ela sabia que n?o havia tempo para entender aquilo. Andando rapidamente, instintivamente tocou na arma que usava em seu coldre de ombro. Foi parada por um seguran?a uniformizado que se colocou na frente dela. Ele falou com uma voz calma e profissional. "Voc? est? sacando uma arma, minha senhora?" Riley soltou um gemido de frustra??o. Disse, "N?o tenho tempo para isso." Poderia dizer pela express?o do seguran?a que s? confirmou sua suspeita. Ele sacou sua pr?pria arma e se aproximou dela. Pelo canto do olho, Riley viu que outro seguran?a tinha visto a atividade e tamb?m estava se aproximando. "Deixe-me passar" Disse Riley, mostrando as duas m?os. "Eu sou uma agente do FBI." O seguran?a com a arma n?o respondeu. Riley calculou que ele n?o acreditava nela. E ela sabia que ele fora treinado para n?o acreditar nela. Estava apenas fazendo o seu trabalho. O segundo seguran?a parecia prestes a abord?-la. Riley estava perdendo tempo precioso. Dado seu treinamento superior, calculou que provavelmente poderia desarmar o seguran?a com a arma antes que ele pudesse disparar. Mas a ?ltima coisa que ela precisava agora era entrar em um desentendimento desnecess?rio com um par de seguran?as bem-intencionados. For?ando-se a ficar parada, ela disse, "Olhe, deixe-me mostrar-lhe minha identidade". Os dois seguran?as se entreolharam cautelosamente. "OK" Disse o seguran?a com a arma. "Mas devagar." Riley cuidadosamente retirou seu distintivo e mostrou para eles. Suas bocas se abriram. "Estou com pressa" Disse Riley. O seguran?a ? frente dela assentiu e guardou sua arma no coldre. Grata, ela correu pelo terminal e correu pelas portas de vidro para o lado de fora. Riley olhou ao redor. Nem Jilly, nem a mulher se avistavam. Mas ent?o viu o rosto da filha na janela traseira de um SUV. Jilly pareceu alarmada e suas m?os pressionavam o vidro. Pior ainda, o ve?culo estava come?ando a se afastar. Riley come?ou a correr desesperadamente. Felizmente, o SUV parou. Um ve?culo ? frente dele parou para os pedestres e o SUV ficou encurralado atr?s dele. Riley chegou ao lado do motorista antes que o SUV pudesse se afastar novamente. E l? estava Albert Scarlatti no banco do motorista. Ela pegou a arma e apontou pela janela, diretamente para a cabe?a dele. "Acabou, Scarlatti" Gritou. Mas antes que ela percebesse, Scarlatti abriu a porta, batendo nela. A arma caiu de sua m?o e ficou no ch?o. Riley estava furiosa agora – n?o apenas com Scarlatti, mas com si mesma por julgar mal a dist?ncia entre ela e a porta. Pela primeira vez, deixou o p?nico apoderar-se de si. Mas recuperou sua aud?cia em uma fra??o de segundo. Este homem n?o ia fugir com Jilly. Antes que Scarlatti pudesse fechar a porta de novo, Riley enfiou o bra?o dentro para bloque?-lo. Embora a porta batesse em seu bra?o dolorosamente, n?o p?de fechar. Riley abriu a porta e viu que Scarlatti n?o se dera ao trabalho de apertar o cinto de seguran?a. Ela agarrou-o pelo bra?o e o arrastou, amaldi?oando e lutando, para fora do carro. Ele era um homem grande e mais forte do que ela esperava. Ele se soltou dela e levantou o punho para dar um soco no seu rosto. Mas Riley foi mais r?pida. Ela bateu com for?a no plexo solar e ouviu o ar expelido de seus pulm?es quando ele se curvou para a frente. Ent?o ela bateu na parte de tr?s da cabe?a dele. Ele caiu de cara no ch?o. Riley pegou sua arma e a colocou de volta em seu coldre. Por essa altura, v?rios seguran?as j? estavam ? sua volta. Felizmente, um deles era o homem que ela enfrentara dentro do terminal. "Tudo bem" Gritou o homem para os outros seguran?as. "Ela ? do FBI." Os seguran?as preocupados obedientemente mantiveram a dist?ncia. Agora Riley ouviu Jilly gritar de dentro do carro… "Mam?e! Abra atr?s!” Quando Riley se aproximou do ve?culo, viu que a mulher, Barbara Long, estava sentada no banco do passageiro, parecendo apavorada. Sem uma palavra, Riley tocou o bot?o de desbloqueio que controlava todas as portas. Jilly saiu do carro. Barbara Long abriu a porta do seu lado, olhando como se esperasse escapar. Mas um dos seguran?as a deteve antes que ela pudesse se esgueirar. Parecendo totalmente derrotado, Scarlatti tentava erguer-se. Riley se perguntou… O que devo fazer com esse cara? Prend?-lo? E ela? Parecia uma perda de tempo e energia. Al?m disso, ela e Jilly podiam ficar presas ali em Phoenix durante dias para apresentar queixa contra ele. Enquanto tentava se decidir, ouviu a voz de Jilly atr?s dela… "Mam?e, olha!" Riley se virou e viu Jilly segurando um pequeno c?o de orelhas grandes em seus bra?os. "Voc? poderia deixar esse ex-pai ir" Disse Jilly, com um sorriso travesso. “Afinal, ele trouxe meu cachorro de volta. N?o foi legal?” "Isso…" Riley balbuciou espantada, tentando lembrar o nome do filhote de cachorro que Jilly tinha falado. "Este ? o Darby" Disse Jilly com orgulho. "Agora pode ir para casa com a gente." Riley hesitou por um longo momento, ent?o sentiu seu rosto se abrir em um sorriso. Olhou para os guardas e disse, “Lide com esse cara como quiser. E com a namorada dele tamb?m. Minha filha e eu temos um avi?o para pegar.” Riley levou Jilly e o cachorro para longe dos seguran?as perplexos. "Vamos" Disse ela para Jilly. “Temos que encontrar uma transportadora de animais de estima??o. E explicar isso para a companhia a?rea.” CAP?TULO SETE Quando seu avi?o aterrou em DC, Riley estava sentada com Jilly aconchegada em seu ombro, cochilando. At? o cachorrinho, nervoso e chor?o no in?cio do v?o, se acomodara rapidamente. Darby estava enrolado e dormindo em sil?ncio na transportadora que compraram apressadamente da companhia a?rea. Jilly explicou a Riley que Barbara Long a abordara do lado de fora do banheiro e a convencera a ir com ela para pegar Darby, alegando que odiava cachorros e queria que Jilly ficasse com ele. Quando chegou ao carro, Barbara empurrou-a para dentro e trancou as portas, e arrancaram. Agora que toda a prova??o acabara, Riley se viu pensando novamente sobre aquele telefonema estranho de Morgan Farrell na noite passada… "Eu matei o filho da m?e" Dissera Morgan. Riley ligou para a pol?cia de Atlanta imediatamente, mas n?o tinha not?cias desde ent?o e n?o teve tempo de checar e descobrir o que tinha acontecido. Ela se perguntou – Estaria Morgan a dizer a verdade ou Riley tinha mandado a pol?cia a um alarme falso? Morgan estava agora sob cust?dia? Toda a ideia da mulher de apar?ncia fr?gil matando uma pessoa ainda parecia muito dif?cil de acreditar para Riley. Mas Morgan tinha sido muito insistente. Riley lembrou-se dela dizendo… "Eu estou olhando para o corpo dele deitado na cama, e ele tem ferimentos de faca, e sangrou muito." Riley sabia muito bem que mesmo as pessoas mais amig?veis e improv?veis poderiam ser levadas a extremos violentos. Isso geralmente acontecia por causa de alguma reviravolta em sua pr?pria constitui??o, algo reprimido e oculto que explodia sob circunst?ncias extremas, levando-os a cometer atos aparentemente desumanos. Morgan tamb?m disse a ela, "Eu tenho sido bastante drogada ultimamente". Talvez Morgan tivesse apenas fantasiado ou alucinado a coisa toda. Riley lembrou a si mesma… O que aconteceu, n?o ? da minha conta. Era hora de se concentrar em sua pr?pria fam?lia, que agora inclu?a duas filhas – e para surpresa de Riley, um cachorro. E n?o era hora de voltar ao trabalho? Mas Riley n?o p?de deixar de pensar que depois dos dramas de tribunais e aeroportos daquele dia, talvez merecesse um bom descanso. N?o deveria tirar mais um dia de folga antes de voltar para Quantico? Riley suspirou quando percebeu… Provavelmente n?o. Seu trabalho era importante para ela. Ela pensou que poderia ser importante para o mundo em geral. Mas ent?o, pensar dessa maneira a preocupava. Que tipo de m?e trabalhava todos os dias perseguindo os monstros mais cru?is, ?s vezes encontrando mais do que um pouco de monstro em si mesma no processo? Ela sabia que ?s vezes n?o conseguia evitar levar seu trabalho desagrad?vel para casa, ?s vezes at? da pior maneira poss?vel. Seus casos algumas vezes colocavam a vida de pessoas que ela amava em perigo. Mas ? o que eu fa?o, Pensou. E no fundo, ela sabia que era um bom trabalho que precisava ser feito. De alguma forma, ela devia ?s filhas continuar fazendo isso – n?o apenas para proteg?-las dos monstros, mas tamb?m para mostrar como os monstros podiam ser derrotados. Ela precisava continuar sendo um exemplo para elas. ? melhor assim, Pensou. Quando o avi?o parou na pista, Riley deu uma pequena sacudida em Jilly. "Acorde, dorminhoca" Disse ela. "Cheg?mos." Jilly resmungou um pouco e depois seu rosto se abriu em um sorriso quando viu o cachorro. Darby tinha acabado de acordar e estava olhando para Jilly e abanando a cauda alegremente. Ent?o Jilly olhou para Riley com alegria em seus olhos. "N?s conseguimos mesmo, n?o ? mam?e?" Disse. "N?s ganhamos." Riley abra?ou Jilly com for?a e disse, “Claro que sim, querida. Voc? ? realmente e verdadeiramente minha filha agora, e eu sou sua m?e. E nada vai mudar isso.” * Quando Riley, Jilly e o cachorro chegaram a sua casa, April estava esperando por eles bem na porta. L? dentro estavam Blaine, o namorado divorciado de Riley e sua filha de quinze anos, Crystal, que tamb?m era a melhor amiga de April. A governanta guatemalteca da fam?lia, Gabriela, ficou observando por perto. Riley e Jilly tinham relatado suas boas novas de Phoenix e tinham ligado novamente quando aterraram e estavam a caminho de casa, mas Riley n?o mencionara o cachorinho. Estavam todos l? para dar as boas-vindas a Jilly, mas depois de um momento, April se inclinou para olhar a transportadora que Riley tinha colocado no ch?o. "O que ? isso?" Perguntou. Jilly apenas riu. "? algo vivo" Disse Crystal. Jilly abriu o topo da transportadora e l? estava Darby, com os olhos arregalados e um pouco preocupado com todos os rostos que o cercavam. "Meu Deus, meu Deus, meu Deus!" Cristal gritou. "N?s temos um cachorro!" April gritou. "N?s temos um cachorro!" Riley riu ao lembrar como April parecia calma quando tinham conversado na noite anterior. Agora toda aquela maturidade adulta desaparecera de repente e April agia como uma menininha novamente. Era maravilhoso de ver. Jilly tirou Darby da transportadora. N?o demorou muito para o cachorrinho come?ar a aproveitar toda a aten??o. Enquanto as garotas continuavam se agitando ruidosamente sobre o cachorro, Blaine perguntou a Riley, “Como correu? Est? tudo realmente resolvido?” "Sim" Disse Riley, sorrindo. "Acabou mesmo. Jilly ? legalmente minha.” Todo mundo estava muito animado com o cachorro para falar sobre a ado??o no momento. "Qual ? o nome dela?" April disse, segurando o cachorro. "Darby" Disse Jilly a April. "Onde voc? conseguiu ela?" Crystal perguntou. Riley riu e disse, “Bem, isso ? uma hist?ria e tanto. Nos d? alguns minutos para nos acomodarmos antes de contar.” "De que ra?a ? ela?" Perguntou April. "Parte Chihuahua, acho" Disse Jilly. Gabriela tirou o cachorro das m?os de April e examinou-a com cuidado. "Sim, um pouco de Chihuahua, e tem outros tipos de cachorro nela" Disse a mulher corpulenta. "Qual ? a palavra em Ingl?s para uma mistura de c?es?" "Um vira-lata" Disse Blaine. Gabriela assentiu sabiamente e disse, “Sim, voc? tem um verdadeiro vira-lata aqui – aut?ntico, a coisa real. Um vira-lata ? o melhor tipo de cachorro. Este ainda tem um pouco a crescer, mas vai ficar bem pequena. ?Bienvenidos! Darby ?Nuestra casa es tuya tambi?n! Esta ? a sua casa tamb?m!” Ela entregou o cachorrinho a Jilly e disse, “Ela precisar? de um pouco de ?gua agora e comida quando tudo se acalmar. Tenho algumas sobras de frango que podemos lhe dar mais tarde, mas teremos que comprar comida de cachorro de verdade em breve.” Seguindo as instru??es de Gabriela sobre como montar um canto para Darby, as meninas correram para o quarto de Jilly para arrumar uma cama e colocar jornais velhos para o caso de ela precisar ir ao banheiro durante a noite. Enquanto isso, Gabriela colocava comida na mesa – um delicioso prato guatemalteco chamado pollo encebollado, frango com molho de cebola. Logo todos se sentaram para comer. Ele pr?prio chef e dono de restaurante, Blaine elogiou a refei??o e perguntou a Gabriela tudo sobre o prato. Ent?o a conversa se voltou para tudo o que aconteceu em Phoenix. Jilly insistiu em contar toda a hist?ria. Blaine, Crystal, April e Gabriela estavam todos de boca aberta enquanto ouviam falar da cena selvagem no tribunal e depois da ainda mais selvagem aventura no aeroporto. E, claro, todos ficaram encantados ao ouvir falar sobre o novo c?o que tinha entrado em suas vidas. Somos uma fam?lia agora, Pensou Riley. E ? ?timo estar em casa. Tamb?m seria ?timo voltar a trabalhar amanh?. Ap?s a sobremesa, Blaine e Crystal foram para casa, e April e Jilly foram para a cozinha para alimentar Darby. Riley serviu-se de uma bebida e sentou-se na sala de estar. Ela se sentiu relaxando mais e mais. Realmente tinha sido um dia louco, mas agora tinha terminado. O telefone dela tocou e viu que a liga??o era de Atlanta. Riley sentiu um choque. Poderia ser Morgan novamente? Quem mais estaria ligando de Atlanta? Pegou o telefone e ouviu a voz de um homem. “Agente Paige? Meu nome ? Jared Ruhl e sou policial aqui em Atlanta. Consegui seu n?mero no quadro telef?nico de Quantico.” "O que posso fazer por voc?, policial Ruhl?" Perguntou Riley. Com uma voz hesitante, Ruhl disse, “Bem, n?o tenho certeza, mas… acho que voc? sabe que prendemos uma mulher pelo assassinato de Andrew Farrell na noite passada. Era sua esposa, Morgan. Na verdade, voc? n?o foi a pessoa que ligou?” Riley estava se sentindo nervosa agora. "Fui" Disse. "Eu tamb?m ouvi que Morgan Farrell ligou para voc? logo ap?s o assassinato, antes de ligar para qualquer outra pessoa." "? verdade." Um sil?ncio caiu. Riley sentiu que Ruhl estava lutando com o que queria dizer. Finalmente disse, "Agente Paige, o que sabe sobre Morgan Farrell?" Riley olhou com preocupa??o. Disse: "Policial Ruhl, n?o tenho certeza se ? apropriado comentar. Eu realmente n?o sei nada sobre o que aconteceu e n?o ? um caso do FBI.” "Compreendo. Desculpe, acho que n?o deveria ter ligado…” Sua voz sumiu. Ent?o ele acrescentou, “Mas Agente Paige, eu n?o acho que Morgan Farrell seja culpada. Que tenha assassinado o marido, quero dizer. Eu sou novo neste trabalho e sei que tenho muito a aprender… mas n?o me parece que ela seja do tipo que poderia fazer isso." Riley ficou surpresa com aquelas palavras. Ela certamente n?o se lembrava de Morgan Farrell como sendo o "tipo" que poderia cometer assassinato. Mas tinha que ter cuidado com o que dizia a Ruhl. N?o tinha certeza se deveria estar tendo aquela conversa. Perguntou a Ruhl, "Ela confessou?" “Disseram-me que sim. E todo mundo acredita em sua confiss?o. Meu parceiro, o chefe de pol?cia, o PD – absolutamente todo mundo. Exceto eu. E eu n?o posso deixar de me perguntar, voc?…?” N?o terminou sua pergunta, mas Riley o que ficara por dizer. Ele queria saber se Riley acreditava que Morgan era capaz de matar. Lenta e cautelosamente, ela disse, “Policial Ruhl, agrade?o sua preocupa??o. Mas realmente n?o ? apropriado para mim especular sobre nada disso. Presumo que seja um caso local e, a menos que o FBI seja chamado para ajudar na investiga??o, bem… francamente, n?o ? da minha conta.” "Claro, minhas desculpas" Disse Ruhl educadamente. “Eu devia ter calculado. De qualquer forma, obrigado por atender minha liga??o. Eu n?o vou incomod?-la novamente.” Terminou a liga??o e Riley ficou olhando para o telefone, tomando sua bebida. As garotas passaram por ela, seguidas de perto pelo cachorrinho. Estavam todos a caminho da sala da fam?lia para brincar, e Darby parecia muito feliz. Riley observou-os a passar com um profundo sentimento de satisfa??o. Mas ent?o as lembran?as de Morgan Farrell come?aram a se intrometer em sua mente. Ela e seu parceiro, Bill Jeffreys, tinham ido ? mans?o dos Farrell para entrevistar o marido de Morgan sobre a morte de seu pr?prio filho. Lembrou-se de como Morgan parecia quase fraca demais para ficar de p?, agarrada ao corrim?o da imensa escada enquanto o marido a exibia como se ela fosse algum tipo de trof?u. Ela se lembrou do olhar de terror vago nos olhos da mulher. Ela tamb?m se lembrava do que Andrew Farrell havia dito sobre ela assim que ela ficou fora do alcance da voz… "Uma modelo bastante famosa quando me casei com ela – talvez voc? a tenha visto em capas de revistas." E em rela??o ? juventude de Morgan, acrescentou… “Uma madrasta nunca deve ser mais velha que os filhos mais velhos do marido. Tratei disso com todas as minhas esposas.” Riley agora sentia o mesmo arrepio que sentira naquela ?poca. Morgan obviamente tinha sido nada mais do que uma bugiganga cara para Andrew Farrell se exibir em p?blico – n?o um ser humano. Finalmente, Riley lembrou o que acontecera com a anterior esposa de Andrew Farrell. Ela tinha cometido suic?dio. Quando Riley tinha dado a Morgan seu cart?o do FBI, estava preocupada que a mulher pudesse ter o mesmo destino – ou morrer sob outras circunst?ncias sinistras. A ?ltima coisa que imaginara era que Morgan mataria seu marido ou qualquer outra pessoa. Riley come?ou a sentir um formigueiro familiar – o tipo de formigueiro que sentia sempre que seus instintos lhe diziam que as coisas n?o eram o que pareciam. Normalmente, esse formigueiro era um sinal para ela investigar o assunto mais profundamente. Mas agora? N?o, n?o ? da minha conta, Disse a si mesma. Ou era? Enquanto se interrogava, o telefone tocou novamente. Desta vez viu que a liga??o era de Bill. Mandou uma mensagem para ele dizendo que tudo estava bem e que estaria em casa naquele dia ? noite. "Oi, Riley" Disse ele quando ela atendeu. “Apenas checando. Ent?o tudo deu certo em Phoenix?” "Obrigada por ligar, Bill" Respondeu. "Sim, a ado??o ? final agora." "Espero que tudo tenha corrido sem problemas," Bill perguntou. Riley n?o p?de deixar de rir. "N?o exatamente" Disse ela. "De fato, longe disso. Houve alguma viol?ncia envolvida. E um cachorro.” Ouviu Bill rir tamb?m. “Viol?ncia e um cachorro? Estou intrigado! Me conte mais!" "Conto quando nos encontramos" Disse Riley. "? mais interessante se contar pessoalmente." "Estou ansioso. Ent?o nos vemos amanh? em Quantico.” Riley ficou em sil?ncio por um momento enquanto se sentia ? beira de uma estranha decis?o. Disse a Bill, "N?o me parece. Acho que vou tirar mais alguns dias de folga.” “Bem, voc? certamente merece isso. Parab?ns novamente." Terminaram a liga??o e Riley subiu para o seu quarto. Ligou o computador. Ent?o reservou um voo para Atlanta para a manh? do dia seguinte. CAP?TULO OITO No come?o da tarde do dia seguinte, Riley estava sentada no escrit?rio do chefe de pol?cia de Atlanta, Elmo Stiles. O homem grande e rude n?o parecia nada feliz com o que Riley lhe estava dizendo. Ele finalmente rosnou, “Deixe-me ver se entendi, Agente Paige. Voc? veio at? aqui de Quantico para entrevistar privadamente Morgan Farrell, que temos sob cust?dia pelo assassinato de seu marido. Mas n?s n?o pedimos a ajuda do FBI. Na verdade, o caso agora est? encerrado. Temos uma confiss?o. Morgan ? culpada e pouco mais h? a dizer. Ent?o, o que a traz aqui? Riley tentou projetar um ar de confian?a. "Eu j? tinha dito" Disse ela. “Preciso falar com ela sobre um assunto completamente separado – um caso completamente diferente". Stiles piscou os olhos com ceticismo e disse, "Um caso diferente sobre o qual n?o pode me dizer nada". "Isso mesmo" Confirmou Riley. Era mentira, claro. Pela mil?sima vez desde que ela voara de DC naquela manh?, ela se perguntava o que estava fazendo. Estava acostumada a contornar as regras, mas estava a ultrapassar os limites, fingindo estar ali em trabalho oficial do FBI. Por que ela pensou que isso poderia ser uma boa ideia? "E se eu disser n?o?" Perguntou Stiles. Riley sabia perfeitamente bem que essa era a prerrogativa do chefe e se ele dissesse n?o, ela teria que obedecer. Mas n?o queria dizer isso. Teve que se preparar para fazer algum bluff. Disse, "Chefe Stiles, acredite em mim, eu n?o estaria aqui se n?o fosse uma quest?o de extrema import?ncia e urg?ncia. Mas n?o posso dizer de que se trata”. O chefe Stiles tamborilou os dedos na mesa por alguns instantes. Ent?o disse, "Sua reputa??o precede voc?, Agente Paige." Riley se encolheu um pouco. Isso pode ser uma coisa boa ou ruim, Pensou. Ela era bem conhecida e respeitada entre os seus pares por seus instintos agu?ados, sua capacidade de entrar na mente de um assassino e seu talento para resolver casos aparentemente insol?veis. Ela tamb?m era conhecida por ?s vezes ser um inc?modo e as autoridades locais que tinham que trabalhar com ela muitas vezes n?o gostavam de seus m?todos. Ela n?o sabia a qual dessas reputa??es o chefe Stiles poderia estar se referindo. Gostaria de poder ler melhor a express?o dele, mas ele tinha um daqueles rostos que provavelmente nunca pareciam satisfeitos com muita coisa. O que Riley realmente temia naquele momento era a possibilidade de Stiles fazer a coisa mais l?gica – pegar o telefone e ligar para Quantico para confirmar que ela estava ali ao servi?o do FBI. Se ele o fizesse, ningu?m a cobriria. Na verdade, acabaria com muitos problemas. Bem, n?o seria a primeira vez, Pensou. Finalmente, o chefe Stiles parou de tamborilar e levantou-se da mesa. Resmungou, “Bem, longe de mim ficar no caminho de quest?es do FBI. Vamos l?, vou lev?-la para a cela de Morgan Farrell.” Suprimindo um suspiro de al?vio, Riley se levantou e seguiu Stiles para fora de seu escrit?rio. Enquanto ele a conduzia pela movimentada delegacia, Riley se perguntou se algum dos policiais ao seu redor poderia ser Jared Ruhl, o oficial que lhe telefonara na noite anterior. Ela n?o o reconheceria se o visse. Mas poderia ele saber quem ela era? Riley esperava que n?o, tanto pelo bem dele quanto pelo dela. Ela se lembrou de lhe contar pelo telefone sobre a morte de Morgan Farrell… "Francamente, n?o ? da minha conta." Tinha sido exatamente a coisa certa a dizer e seria melhor para Ruhl se ele achasse que Riley estava se agarrando ? sua decis?o. Poderia ser um grande problema para ele se o chefe Stiles descobrisse que ele estava a fazer consultas fora do departamento. Enquanto Stiles a levava para a parte feminina da pris?o, Riley quase ensurdecia com o barulho. Prisioneiros estavam batendo em barras e discutindo em voz alta uns com os outros, e come?aram a gritar com Riley enquanto ela passava por suas celas. Finalmente, Stiles ordenou que um guarda abrisse a cela ocupada por Morgan Farrell e Riley entrou. A mulher estava sentada na cama olhando para o ch?o, aparentemente sem saber que algu?m tinha chegado. Riley ficou chocada com sua apar?ncia. Morgan, como Riley lembrava, era extremamente magra e de apar?ncia fr?gil. Ela parecia ainda mais agora, vestida com um macac?o laranja que parecia grande demais para ela. Tamb?m parecia estar profundamente exausta. A ?ltima vez que Riley a tinha visto, ela estava maquiada e parecia a modelo que tinha sido antes de se casar com Andrew Farrell. Sem maquiagem, ela parecia chocantemente desleixada. Riley pensou que algu?m que n?o sabia nada sobre ela poderia confundi-la com uma sem-abrigo. Em um tom bastante educado, o chefe Stiles disse a Morgan, “Senhora, h? uma visitante aqui para ver voc?. Agente Especial Riley Paige do FBI.” Morgan olhou para Riley e fixou o olhar nela, como se n?o tivesse certeza se estaria sonhando. O chefe Stiles ent?o se virou para Riley e disse, "Avise-me quando voc? terminar." Stiles saiu da cela e pediu ao guarda que fechasse a porta atr?s de si. Riley olhou em volta para ver que tipo de vigil?ncia a cela poderia ter. N?o ficou surpresa ao ver uma c?mera. Esperava que houvesse algum dispositivo de ?udio tamb?m. A ?ltima coisa que queria naquele momento era que Stiles ou qualquer outra pessoa escutasse sua conversa com Morgan Farrell. Mas agora que estava ali, tinha que aproveitar essa chance. Quando Riley se sentou na cama ao lado dela, Morgan continuou a olhar para ela incr?dula. Com uma voz cansada, disse, “Agente Paige. Eu n?o esperava voc?. ? gentil da sua parte vir me ver, mas na verdade, n?o era de todo necess?rio.” Riley disse, "Eu s? queria…" Sua voz sumiu quando deu por si a pensar… O que eu quero exatamente? Ela realmente tinha alguma ideia clara do que estava fazendo ali? Finalmente, Riley disse, "Voc? poderia me dizer o que aconteceu?" Morgan suspirou profundamente. “N?o h? muito para contar, popis n?o? Eu matei meu marido. Eu n?o sinto muito, acredite em mim. Mas agora que est? feito… bem, eu realmente gostaria de ir para casa agora." Riley ficou chocada com as palavras dela. A mulher n?o entendia a situa??o terr?vel em que estava? Ela n?o sabia que a Ge?rgia era um estado com pena de morte? Morgan parecia estar tendo problemas em manter a cabe?a erguida. Estremeceu ao ouvir o som agudo de uma mulher gritando em uma cela pr?xima. Disse, "Eu pensei que seria capaz de dormir aqui na cadeia. Mas ou?a toda esse barulho! Isso acontece o tempo todo, vinte e quatro horas por dia.” Riley estudou o rosto cansado da mulher. Perguntou, "Voc? n?o dormiu muito, pois n?o? Talvez n?o o consiga fazer h? muito tempo?” Morgan sacudiu a cabe?a. “J? faz duas ou tr?s semanas – antes mesmo de eu chegar aqui. Andrew entrou em um de seus humores s?dicos e decidiu n?o me deixar sozinha ou me deixar dormir, noite ou dia. ? f?cil para ele fazer…” Fez uma pausa, aparentemente percebendo seu erro, e ent?o disse, “Foi f?cil para ele. Ele tinha um metabolismo que alguns homens de poder t?m. Ele podia sobreviver com tr?s ou quatro horas de sono todos os dias. E ultimamente passava a maior parte do tempo em casa. Ent?o ele me persegua por toda a casa, nunca me dando nenhuma privacidade, entrando no meu quarto a qualquer hora, me obrigando a fazer… todos os tipos de coisas…” Riley se sentiu indisposta s? de pensar o que essas "coisas" n?o ditas poderiam ser. Ela tinha a certeza de que Andrew tinha atormentado sexualmente Morgan. Morgan encolheu os ombros. "Acho que finalmente explodi" Disse ela. “E matei-o. Pelo que ouvi, eu o esfaqueei umas boas doze ou treze vezes.” “Pelo que voc? ouviu?” Perguntou Riley. "Voc? n?o se lembra?" Morgan soltou um gemido de desespero. “Temos que entrar no que eu lembro e n?o lembro? Eu bebera e tomara comprimidos antes de acontecer e ? tudo uma n?voa. A pol?cia me fez perguntas at? eu me perder. Se voc? quiser saber os detalhes, tenho a certeza que eles v?o deixar voc? ler minha confiss?o.” Riley sentiu um formigueiro estranho ao ouvir essas palavras. Ainda n?o tinha certeza do porqu?. "Eu realmente gostaria que voc? me contasse" Insistiu Riley. Morgan franziu a testa, pensando por um momento. Ent?o ela disse, “Eu acho que decidi… que tinha que fazer alguma coisa. Esperei at? que ele fosse ao seu quarto naquela noite. Mesmo assim, eu n?o tinha certeza se ele estava dormindo. Eu bati na porta dele levemente e ele n?o respondeu. Abri a porta e olhei para dentro, e l? estava ele em sua cama, dormindo profundamente.” Ela parecia estar a pensar com mais profundidade. “Eu acho que devo ter procurado por algo para fazer isso – mat?-lo, quero dizer. Acho que n?o vi nada. Ent?o acho que desci a cozinha e peguei aquela faca. Ent?o voltei para cima e – bem, acho que enlouqueci e esfaqueei-o, porque acabei com sangue por toda a parte, inclusive em cima de mim.” Riley tomou nota de quantas vezes ela estava dizendo essas palavras… "Eu acho." Ent?o Morgan soltou um suspiro de aborrecimento. “Que bagun?a que foi! Espero que os empregados j? tenham limpo tudo agora. Eu tentei fazer isso sozinha, mas ? claro que n?o sou boa nesse tipo de coisa.” Ent?o Morgan respirou lenta e demoradamente. “E ent?o eu te chamei. E voc? chamou a pol?cia. Obrigado por cuidar disso para mim.” Ent?o ela sorriu curiosamente para Riley e acrescentou, “E obrigado novamente por vir me ver. Foi muito gentil da sua parte. Eu ainda n?o entendo o que ? isso tudo.” Riley estava se sentindo cada vez mais perturbada pela descri??o de Morgan sobre suas pr?prias a??es. Algo n?o est? bem, Pensou. Riley parou para pensar por um momento e depois perguntou… "Morgan, que tipo de faca era?" Morgan franziu a sobrancelha. "Apenas uma faca, eu acho" Respondeu ela. “Eu n?o sei muito sobre utens?lios de cozinha. Eu acho que a pol?cia disse que era uma faca de corte. Era longa e afiada.” Riley estava se sentindo cada vez mais desconfort?vel com todas as coisas que Morgan n?o sabia ou n?o tinha certeza. Quanto a ela, Riley j? n?o tratava das refei??es da fam?lia, mas certamente sabia tudo o que tinha a sua cozinha e onde tudo se encontrava. Tudo era mantido em seu lugar especial, especialmente porque Gabriela estava no comando. A sua faca de corte era mantida em um suporte de madeira com outras facas afiadas. Riley perguntou, "Onde exatamente voc? encontrou a faca?" Morgan soltou uma risada desconfort?vel. "N?o acabei de o dizer? Na cozinha." "N?o, eu quero dizer onde na cozinha?" Os olhos de Morgan se arregalaram. "Por que voc? est? me perguntando isso?" Disse com uma voz suave e suplicante. "N?o me consegue dizer?" Perguntou Rileycom gentil insist?ncia. Morgan estava come?ando a parecer angustiada naquele momento. “Por que voc? est? me fazendo essas perguntas? Como eu te disse, tudo est? na minha confiss?o. Voc? pode l?-la se ainda n?o o fez. Realmente, Agente Paige, isso n?o ? gentil de sua parte. E eu realmente gostaria de saber o que voc? est? fazendo aqui. De alguma forma, me parece que n?o ? apenas por gentileza.” A voz de Morgan tremeu com raiva silenciosa. “Eu j? tive que responder a todos os tipos de perguntas – mais do que posso contar. Eu n?o mere?o mais isso, e n?o posso dizer que gosto.” Ela se endireitou e acrescentou, “Eu fiz o que tinha que ser feito. Mimi, sua esposa antes de mim, se suicidou, voc? sabe. Saiu em toda a m?dia. Tamb?m o seu filho o fez. Todo o resto de suas esposas – eu n?o sei ao certo quantas foram – apenas esperaram at? lhes aparecerem algumas rugas e ele decidir que elas j? n?o prestavam para se exibir, e ent?o ele se livrou delas. Que tipo de mulher aceita isso? Que tipo de mulher acha que merece isso?” Ent?o, com um grunhido baixo, ela acrescentou… "Eu n?o sou esse tipo de mulher. E acho que Andrew sabe disso agora.” Ent?o o rosto dela ficou confuso de novo. "Eu n?o gosto disso" Sussurrou. "Acho melhor voc? sair." "Morgan…" "Eu disse que quero que voc? saia agora." “Quem ? seu advogado? Voc? foi examinada por um psiquiatra?” Morgan quase gritou, “Estou falando s?rio. Vai." Riley desejou poder fazer muito mais perguntas. Mas ela podia ver que n?o adiantava tentar. Chamou um guarda que a deixou sair da cela. Ent?o voltou para o gabinete do chefe Stiles e olhou para dentro da porta aberta. Stiles olhou para ela da sua papelada com uma express?o desconfiada. "Voc? descobriu o que precisava saber?" Perguntou a Riley. Por um momento, Riley n?o soube o que dizer. Ela queria manter aberta a possibilidade de conversar com Morgan novamente. Ela estava tentada a dizer… "N?o, e eu preciso voltar e falar com ela um pouco mais." Mas isso podia levar o ceticismo de Stiles a um ponto de ruptura, e ele podia acabar ligando para Quantico. Em vez disso ela disse… “Obrigada pela sua coopera??o. Vou andando.” Quando saiu da esta??o, ela se lembrou da estranha conversa que tivera com Morgan sobre a faca e como a mulher ficara defensiva sobre isso… "Por que voc? est? me fazendo essas perguntas?" Riley tinha a certeza de uma coisa. Morgan n?o tinha ideia de onde a faca se localizava na cozinha. E se ela se tivesse dado ao trabalho de encontr?-la, teria sido capaz de dizer a Riley onde a tinha encontrado. Ela tamb?m se lembrou do que Morgan lhe dissera no telefone… "A faca est? ao lado dele." Naquele momento, Morgan certamente n?o sabia de onde tinha vindo. Ela n?o ? culpada, Riley percebeu quando entrou em seu carro alugado. Ela sabia disso em seu ?ntimo, mesmo que a pr?pria Morgan n?o acreditasse nisso. E ningu?m mais iria questionar sua culpa. Estavam todos felizes por ter o assunto resolvido. Cabia a Riley resolver aquele enigma. CAP?TULO NOVE Enquanto tomava um gole de caf?, Riley se perguntou… O que fa?o agora? Com a cabe?a zumbindo com perguntas, foi levada a um restaurante de fast food e pediu um hamb?rguer e caf?. Ela tinha encontrado um lugar para se sentar longe dos outros clientes para poder pensar em seu pr?ximo passo. Riley estava acostumada a contornar regras e trabalhar em circunst?ncias estranhas. Mas esta situa??o era nova at? para ela. Estava em territ?rio desconhecido. Desejou poder ligar para Bill, seu parceiro de longa data. Ou poder conversar com Jenn Roston, a jovem agente que tamb?m for sua parceira em casos recentes. Mas isso significaria envolv?-los em uma situa??o em que nem ela deveria estar trabalhando. Havia algu?m com quem ela pudesse conversar localmente? N?o posso perguntar nada ao chefe Stiles, Pensou Riley. Claro que havia algumas pessoas em outros lugares para quem ela ?s vezes se voltava em situa??es n?o convencionais. Uma delass era Mike Nevins, um psic?logo forense em DC que trabalhara como consultor independente em alguns casos do FBI. Riley pediu a ajuda de Mike em muitos casos, incluindo alguns mais ins?litos. Ele tamb?m a ajudara e a Bill a ultrapassar fases de SPT. Mike sempre foi discreto e tamb?m era um bom amigo. Ela abriu o laptop, colocou os fones de ouvido, abriu o programa de bate-papo com v?deo e ligou para o escrit?rio de Mike. Imediatamente, ele apareceu em sua tela – um homem elegante, de apar?ncia bastante exigente, vestindo uma camisa cara com um colete. "Riley Paige!" Disse Mike em seu tom suave de bar?tono. "Que bom ver voc?. Faz algum tempo. Como posso ajud?-la?" Riley ficou feliz em ver seu rosto. Mesmo assim, ela de repente se perguntou… Como ele pode me ajudar? O que ela deveria dizer a ele? “Mike, o que voc? pode me dizer sobre falsas confiss?es?” Perguntou. Mike inclinou a cabe?a curiosamente. “Hum, voc? poderia ser mais espec?fica?” Questionou Mike. “Eu n?o estou falando saquelas que aparecem depois de um assassinato e confessam pela publicidade. Falo daquelas pessoas que realmente acreditam que s?o culpadas.” "Voc? est? em um novo caso interessante?" Riley hesitou e Mike riu. "Oh, Deus" Disse ele. "Voc? est? contornando as regras novamente, n?o ??" Riley riu nervosamente. "Eu estou com medo, Mike" Respondeu Riley. "Voc? est? realmente indo contra a lei desta vez?" Riley pensou por um segundo. Ela ficou um pouco surpresa ao perceber que n?o havia violado nenhuma lei – pelo menos n?o ainda. Disse, "N?o, n?o realmente." Mike sorriu de forma reconfortante. "Bem, nesse caso, n?o vejo por que voc? n?o deveria me contar tudo sobre isso. Se voc? est? contornando as regras do FBI novamente, isso n?o ? do meu interesse. Eu n?o sou seu chefe, voc? sabe. Eu n?o posso demitir voc?. E n?o tenho nenhum desejo particular de te entregar.” Muito aliviada, Riley contou toda a hist?ria, desde o momento em que conhecera Morgan Farrell pela primeira vez em fevereiro. Descreveu o qu?o fortemente ela sentira naquela ?poca que a mulher estava sendo abusada pelo marido. Finalmente, contou a Mike sobre sua viagem a Atlanta e a conversa que acabara de ter com Morgan. Depois de ouvir atentamente, Mike perguntou, "E voc? tem certeza que Morgan ? realmente inocente?" "Eu sinto isso de forma convicta" Disse Riley. Mike riu novamente. "Bem, voc? tem um dos instintos mais confi?veis da ?rea. Estou inclinado a acreditar em voc?. Mas ainda assim… n?o posso dizer que j? ouvi falar de uma situa??o como essa. ? bastante at?pico. Uma confiss?o falsa geralmente se desdobra de maneira bastante diferente”. "Como?" Riley perguntou. Mike pensou por um momento. Ent?o ele disse, “Por um lado, Morgan Farrell parece ter estado ansiosa para confessar quando ligou para voc?, antes mesmo de a pol?cia chegar. Os suspeitos costumam fazer falsas confiss?es depois de serem submetidos a consider?vel coer??o e grande coa??o”. Riley entendeu onde Mike queria chegar. Morgan confessou sem nenhuma coer??o. Mike continuou, “Por exemplo, o interrogat?rio m?dio da pol?cia dura de trinta a sessenta minutos. Para provocar uma confiss?o falsa, os policiais geralmente t?m que martelar implacavelmente o suspeito por um longo tempo – at? 14 horas. Eles t?m que desgastar a vontade do suspeito. O suspeito confessa apenas para acabar com aquilo, imaginando que eles podem endireitar as coisas mais tarde. As circunst?ncias n?o se encaixam exatamente no seu caso… no entanto…” Mike fez uma pausa por um momento e depois disse, “Voc? mencionou que Morgan reclamou n?o ter permiss?o para dormir.” "Isso mesmo" Disse Riley. “O marido estava atormentando-a, mantendo-a acordada. Ela disse que durava h? duas ou tr?s semanas.” Êîíåö îçíàêîìèòåëüíîãî ôðàãìåíòà. Òåêñò ïðåäîñòàâëåí ÎÎÎ «ËèòÐåñ». Ïðî÷èòàéòå ýòó êíèãó öåëèêîì, êóïèâ ïîëíóþ ëåãàëüíóþ âåðñèþ (https://www.litres.ru/pages/biblio_book/?art=43693495&lfrom=688855901) íà ËèòÐåñ. Áåçîïàñíî îïëàòèòü êíèãó ìîæíî áàíêîâñêîé êàðòîé Visa, MasterCard, Maestro, ñî ñ÷åòà ìîáèëüíîãî òåëåôîíà, ñ ïëàòåæíîãî òåðìèíàëà, â ñàëîíå ÌÒÑ èëè Ñâÿçíîé, ÷åðåç PayPal, WebMoney, ßíäåêñ.Äåíüãè, QIWI Êîøåëåê, áîíóñíûìè êàðòàìè èëè äðóãèì óäîáíûì Âàì ñïîñîáîì.
Íàø ëèòåðàòóðíûé æóðíàë Ëó÷øåå ìåñòî äëÿ ðàçìåùåíèÿ ñâîèõ ïðîèçâåäåíèé ìîëîäûìè àâòîðàìè, ïîýòàìè; äëÿ ðåàëèçàöèè ñâîèõ òâîð÷åñêèõ èäåé è äëÿ òîãî, ÷òîáû âàøè ïðîèçâåäåíèÿ ñòàëè ïîïóëÿðíûìè è ÷èòàåìûìè. Åñëè âû, íåèçâåñòíûé ñîâðåìåííûé ïîýò èëè çàèíòåðåñîâàííûé ÷èòàòåëü - Âàñ æä¸ò íàø ëèòåðàòóðíûé æóðíàë.