Что же есть у меня? Дыры в драных карманах, Три морщины на лбу, Да истёртый пятак... Но не жалко ни дня- Мне судьбою приданных, Хоть порой я живу Поподая в просак. Всё что есть у меня: Совесть, честь и уменье. Я отдам не скупясь- Просто так за пустяк. За постель у огня, Доброту без стесненья. И за то, что простясь, Не забыть мне ни как... Всё ч

Antes Que Ele Mate

Antes Que Ele Mate Blake Pierce Um Enigma Mackenzie White #1 Do autor n? 1 autor em best-sellers, Blake Pierce, vem uma nova s?rie de enigmas de acelerar o cora??o. Nos milharais de Nebraska uma mulher ? encontrada assassinada, pendurada em um poste de madeira, v?tima de um assassino demente. N?o ? preciso muito tempo para que a pol?cia perceba que um serial killer est? ? solta – e que sua divers?o est? apenas no come?o. A Detetive Mackenzie White, jovem, durona, e mais inteligente do que os homens machistas e velhos da sua for?a local, ? chamada a contragosto, para ajudar a resolver o caso. Por mais que os outros oficiais odeiem admitir isso, eles precisam de sua mente jovem, brilhante, que j? ajudou a resolver casos arquivados que os deixaram perplexos. No entanto, mesmo para Mackenzie este novo caso parece um enigma imposs?vel, algo que ela – e a for?a local – nunca viram em tempo algum. Com o FBI no caso, juntos, d?-se prosseguimento ? uma ca?ada intensa. Mackenzie, sofrendo com seu passado triste, seus relacionamentos fracassados, e sua ineg?vel atra??o pelo novo agente do FBI, encontra-se lutando contra os seus pr?prios dem?nios enquanto a ca?a ao assassino a leva para os lugares mais sombrios de sua mente. Quando ela investiga a mente do assassino, obcecada por sua psicologia distorcida, ela descobre que o mal realmente existe. E apenas espera que n?o seja tarde demais para livrar-se dele, j? que toda a sua vida est? desmoronando ao seu redor. ? medida que mais corpos aparecem e come?a uma corrida fren?tica contra o tempo, n?o h? nenhuma op??o a n?o ser encontr?-lo antes que ele mate novamente. Um thriller psicol?gico sombrio com um n?vel de suspense que acelera o cora??o, ANTES QUE ELE MATE marca a estreia de uma nova s?rie fascinante – e uma querida nova personagem – que far?o voc? virar p?ginas at? tarde da noite. O Livro n ?2 da s?rie de Enigmas Mackenzie White estar? dispon?vel em breve. Blake Pierce ANTES QUE ELE MATE (UM ENIGMA DA S?RIE MACKENZIE WHITE – LIVRO 1) Blake Pierce Blake Pierce ? o autor da s?rie de enigmas RILEY PAGE, um best-seller. Esta s?rie inclui os thrillers SEM PISTSAS (livro n? 1), ONCE TAKEN (livro n? 2) e ONCE CRAVED (livro n?3). Blake Pierce tamb?m ? o autor da s?rie de enigmas MACKENZIE WHITE. Como um ?vido leitor e f? de longa data do g?nero de suspense, Blake adora ouvir seus leitores, por favor, fique ? vontade para visitar o site www.blakepierceauthor.com para saber mais a seu respeito e tamb?m fazer contato. Direitos Autorais © 2016 por Blake Pierce. Todos os direitos reservados. Exceto conforme o permitido sob as Leis Americanas de Direitos Autorias (EUA Copyright Act, de 1976), nenhuma parte desta publica??o pode ser reproduzida, distribu?da ou transmitida de qualquer forma ou por qualquer meio, ou armazenada em um sistema de banco de dados ou de recupera??o, sem a pr?via autoriza??o do autor. Este ebook ? licenciado apenas para seu prazer pessoal. Este ebook n?o pode ser revendido ou distribu?do para outras pessoas. Se voc? gostaria de compartilhar este livro com outra pessoa, adquira uma c?pia adicional para cada destinat?rio. Se voc? est? lendo este livro e n?o o comprou, ou ele n?o foi comprado apenas para o seu uso, ent?o, por favor, devolva o livro e compre a sua pr?pria c?pia. Obrigado por respeitar o trabalho duro deste autor. Esta ? uma obra de fic??o. Nomes, personagens, empresas, organiza??es, locais, eventos e incidentes s?o um produto da imagina??o do autor ou s?o usados ficticiamente. Qualquer semelhan?a com pessoas reais, vivas ou mortas, ? mera coincid?ncia. Jacket image lassedesignen Copyright, imagem usada sob licen?a da Shutterstock.com. LIVROS ESCRITOS POR BLAKE PIERCE S?RIE DE ENIGMAS RILEY PAIGE SEM PISTSAS (Livro n?1) S?RIE DE ENIGMAS MACKENZIE WHITE ANTES QUE ELE MATE (Livro n?1) PREF?CIO Em outro momento, a primeira luz do amanhecer por cima dos p?s de milho seria uma vis?o bonita para ela. Ela assistiu quando a primeira luz do dia dan?ou pelos caules das plantas, criando uma cor dourada suave, e ela tentou com todas as for?as encontrar alguma beleza naquilo. Ela teve que se distrair, ou ent?o a dor seria insuport?vel. Ela foi amarrada ? uma grande estaca de madeira que passava pelas suas costas e se estendia por mais 60 cm acima de sua cabe?a. Suas m?os estavam amarradas para tr?s, ambas amarradas juntas por detr?s da estaca. Ela estava usando apenas uma lingerie preta de renda e um suti? com sustenta??o, que unia e levantava ainda mais os seus seios fartos. Foi o suti? que deu ? ela a maioria das gorjetas no clube de strip, o suti? fez seus seios parecerem os de uma mulher de vinte e um anos, em vez de uma m?e de trinta e quatro com dois filhos. A estaca raspava contra as suas costas nuas, deixando-as em carne viva. Mas n?o foi t?o ruim quanto a dor que o homem com a voz sombria e assustadora a fez sofrer. Ela ficou tensa quando o ouviu andando por tr?s dela, com seus passos suaves na clareira do milharal. Havia um outro som, tamb?m, mais fraco. Ele estava arrastando alguma coisa. Ela notou que era o chicote, o mesmo que ele estava usando ao espanc?-la. Deve ter sido farpado com alguma coisa, e tinha uma esp?cie de franja na extremidade. Ela s? o viu uma vez e foi mais do que suficiente. Suas costas arderam com as chicotadas, e s? de ouvir o objeto sendo puxado pelo ch?o lhe causou uma onda de p?nico. Ela soltou um grito, que deveria ser o cent?simo primeiro da noite, e pareceu cair morto e impercept?vel sobre o milharal. No in?cio, seus gritos tinham sido gritos de socorro, esperando que algu?m pudesse ouvi-la. Mas com o passar do tempo, eles haviam se tornado uivos distorcidos de ang?stia, gritos proferidos por algu?m que sabia que ningu?m viria para ajudar. "Talvez eu deixe voc? ir embora", disse o homem. Ele tinha a voz de algu?m que fumou ou gritou muito. Tamb?m havia um tipo estranho de balbuciar em suas palavras. "Mas, primeiro, voc? deve confessar seus crimes." Ele tinha dito isso quatro vezes. Novamente ela se acabou de tanto pensar naquilo. Ela n?o tinha nenhum crime para confessar. Ela tinha sido uma boa pessoa para todos que conhecia, uma boa m?e, n?o t?o boa quanto ela gostaria, mas ela tentou. O que ele queria? Ela gritou de novo e tentou dobrar suas costas contra a estaca. Quando o fez, sentiu uma pequena elasticidade nas cordas em torno de seus pulsos. Ela tamb?m sentiu seu sangue pegajoso acumulado em torno da corda. "Confesse seus crimes", repetiu ele. "Eu n?o sei do que voc? est? falando!" Ela gemeu. "Voc? vai se lembrar", ele disse. Ele j? havia dito isso antes. E ele havia dito isso logo antes - Fez um barulho sussurrante suave quando o chicote formou um arco no ar. Ela gritou e se contorceu contra a estaca assim que recebeu a chicotada. Sangue novo flu?a de uma tamb?m nova ferida, mas ela mal o sentiu. Em vez disso, ela se concentrou em seus pulsos. O sangue acumulado l? durante a ?ltima hora, ou quase isso, estava se misturando com o seu suor. Ela podia sentir o espa?o vazio entre a corda e os pulsos dela e ent?o pensou que poderia conseguir fugir. Ela sentiu sua mente tentando se dispersar, se desligar da situa??o. Tchaaa! Essa chicotada pegou diretamente em seu ombro e ela berrou. "Por favor", ela disse. "Eu farei o que quiser! Apenas me deixe ir embora!" "Confesse seus-" Ela puxou o mais forte que podia, trazendo os bra?os para a frente. Seus ombros pareciam gritar de agonia, mas ela instantaneamente ficou livre. Houve uma ligeira queimadura porque a corda fez um forte atrito no topo de sua m?o, mas isso n?o era nada em compara??o com a dor que atravessava suas costas. Ela puxou os bra?os para frente com tanta for?a que quase caiu de joelhos, e isso quase arruinou sua fuga. Mas a necessidade primitiva de sobreviver assumiu o controle de seus m?sculos e antes mesmo de estar ciente do que estava fazendo, ela j? estava correndo. Ela correu em disparada, espantada por estar realmente livre, espantada em ver que as suas pernas ainda funcionavam mesmo depois de terem sido amarradas por tanto tempo. Ela n?o parava de se perguntar como aquilo era poss?vel. Ela entrou no milharal derrubando os p?s de milho, os talos batiam contra o corpo dela. As folhas e ramos pareciam se estender em dire??o a ela, penteando suas costas dilaceradas como velhos dedos murchos. Ela estava ofegante e se concentrava em manter um p? na frente do outro. Ela sabia que a estrada estava por ali nas proximidades. Tudo o que tinha a fazer era continuar correndo e ignorando a dor. Atr?s dela, o homem come?ou a gargalhar. Sua voz fez o som das gargalhadas parecer vindo de um monstro que estava escondido no milharal durante s?culos. Ela choramingou e correu, os p?s descal?os batendo contra a terra e seu corpo quase completamente nu batendo contra e entortando os caules de milho. Seus seios subiam e desciam de uma forma rid?cula, ela deixou escapar o suti?. Prometeu a si mesma naquele momento que se conseguisse sair viva dali ela nunca mais faria strip. Ela encontraria algum emprego melhor, uma maneira melhor de sustentar seus filhos. Isso deu a ela mais g?s, e ela correu mais r?pido, derrubando os p?s de milho. Ela correu o mais r?pido que podia. Ela estaria livre dele se apenas continuasse correndo. A estrada tinha que estar logo depois da esquina. Certo? Talvez. Mas, mesmo assim, n?o havia nenhuma garantia de que algu?m estaria l?. N?o eram nem mesmo seis horas da manh? e ainda as estradas de Nebraska eram geralmente muito desertas a esta hora do dia. ? sua frente, havia uma falha de caules. A luz turva da alvorada se espalhou em sua dire??o, e o seu cora??o saltou para ver a estrada. Ela surgiu no meio da estrada, e assim, para a sua descren?a ela ouviu o barulho de um motor se aproximando. Ela se encheu de esperan?a. Ela viu o brilho dos far?is se aproximando e correu ainda mais r?pido, estava t?o perto que ela podia sentir o cheiro do asfalto encharcado de calor. Ela chegou ? beira do milharal junto com uma caminhonete vermelha que estava passando. Ela gritou e agitou os bra?os freneticamente. "POR FAVOR!", ela gritou chorando. Mas, para o seu horror, o caminh?o apenas passou por ela fazendo muito barulho. Ela acenou com os bra?os, chorando. Talvez, o motorista a veria pelo espelho retrovisor— Tchaaa! Uma dor aguda e cortante explodiu ao longo da parte de tr?s do seu joelho esquerdo, e ela caiu no ch?o. Ela gritou e tentou se levantar, mas sentiu uma m?o forte pux?-la pelos cabelos e logo ele estava arrastando-a de volta para o milharal. Ela tentou se mover, para se libertar, mas desta vez, ela n?o conseguiu. Houve uma ?ltima estralada de chicote, quando, finalmente, com gratid?o, ela perdeu a consci?ncia. Logo, ela sabia, que tudo chegaria ao fim: o ru?do, o chicote, a dor —e sua breve vida cheia de sofrimento. CAP?TULO UM A detetive Mackenzie White se preparou para o pior quando atravessou a planta??o de milho naquela tarde. O som dos p?s de milho quando ela passava por eles a deixava nervosa, um som mortal, arranhando sua jaqueta, enquanto ela passava fileira ap?s fileira. A clareira que ela procurava, ao que parecia, estava a milhas de dist?ncia. Ela finalmente chegou, assim que parou, paralisou-se de frio, desejando estar em qualquer lugar, menos ali. Havia um corpo, quase completamente nu de uma mulher de trinta e poucos anos amarrado a um mastro, com o rosto congelado em uma express?o de ang?stia. Era uma express?o que Mackenzie desejou nunca ter visto— pois sabia que ela nunca esqueceria. Cinco policiais circularam ao redor da clareira, sem fazer nada em particular. Eles estavam tentando parecer ocupados, mas ela sabia que eles estavam simplesmente tentando entender o sentido daquilo. Ela tinha certeza de que nenhum deles tinha visto nada assim antes.  N?o levou mais de cinco segundos para ver a mulher loira amarrada ao mastro de madeira e Mackenzie saber que havia algo muito mais profundo acontecendo ali. Algo diferente de tudo que j? tinha visto. N?o foi o que aconteceu nas planta??es de milho de Nebraska. Mackenzie se aproximou do corpo e andou lentamente em c?rculo em torno dele. Ao fazer isso, ela sentiu os outros oficiais observando-a. Ela sabia que alguns deles sentiam que ela levava seu trabalho muito a s?rio. Ela se aproximou bem mais, procurou por fios e conex?es que eram naturalmente quase abstratas. Ela era a jovem que havia atingido a posi??o de detetive r?pido demais aos olhos de muitos dos homens da delegacia, ela sabia. Ela era a garota ambiciosa que todo mundo achava que tinha os olhos em coisas maiores e melhores do que ser uma detetive de cidade pequena respons?vel pela aplica??o da lei do estado de Nebraska. Mackenzie ignorou todos eles. Ela focou exclusivamente no corpo, afastando as moscas que voavam por toda parte. Elas pairavam agitadas em torno do corpo da mulher, criando uma pequena nuvem negra, e o calor n?o estava ajudando. Tinha estado quente durante todo o ver?o e parecia que todo aquele calor havia se reunido naquele milharal e se concentrado ali. Mackenzie chegou perto e estudou o cad?ver da mo?a, tentando reprimir uma sensa??o de n?usea e uma onda de tristeza. As costas da mulher estavam cobertas de feridas. Elas pareciam naturalmente uniformes, provavelmente feitas ali pelo mesmo instrumento. Suas costas estavam cobertas de sangue, principalmente seco e pegajoso. A parte de tr?s da sua tanga ficou endurecida de sangue, tamb?m. Quando Mackenzie terminou sua volta em torno do corpo, um policial baixinho mas robusto se aproximou dela. Ela o conhecia bem, embora nunca tivesse prestado aten??o nele. "Ol?, detetive White", disse o Comandante Nelson. "Comandante", ela respondeu. "Onde est? o Porter?" N?o havia nada de condescendente em sua voz, mas ela sentiu isso, n?o obstante. Este endurecido e local chefe de pol?cia de cinquenta e alguma coisa n?o queria uma mulher de vinte e cinco anos de idade ajudando a dar sentido a este caso. Walter Porter, seu colega de cinquenta e cinco anos de idade, seria melhor para o trabalho. "De volta ? estrada", Mackenzie disse. "Ele est? conversando com o agricultor que descobriu o corpo. Ele estar? junto em breve. " "Ok," disse Nelson, claramente um pouco mais ? vontade. "O que voc? pensa a respeito disso?" Mackenzie n?o sabia o que responder. Ela sabia que ele estava fazendo um teste com ela. Ele fazia isso de vez em quando, mesmo com coisas do dia-a-dia na delegacia. Mas ele n?o testava nenhum dos outros policiais ou detetives, ela estava certa de que ele s? fez isso com ela porque ela era jovem e mulher. Suas entranhas diziam que aquilo era mais do que um assassinato teatral. Foram as in?meras chicotadas nas costas? Foi o fato de que a mulher tinha um corpo digno de uma pinup? Seus seios eram claramente falsos e se Mackenzie tivesse que adivinhar, seu bumbum tinha sido feito tamb?m. Ela usava uma boa dose de maquiagem, boa parte manchou com as l?grimas. "Eu acho", Mackenzie disse, finalmente respondendo ? pergunta de Nelson, “que este foi puramente um crime violento. Acho que a investiga??o forense n?o vai mostrar nenhum abuso sexual. A maioria dos homens que sequestram uma mulher para sexo raramente abusam de suas v?timas tanto assim, mesmo se eles pretendem mat?-las mais tarde. Eu tamb?m acho que o estilo de roupa que ela est? vestindo sugere que ela era uma mulher de natureza provocante. Muito honestamente, a julgar pelo seu estilo de maquiagem e o grande tamanho de seus seios, eu come?aria a fazer liga??es para casas de strip em Omaha para ver se alguma dan?arina desapareceu na noite passada." "Tudo isso j? foi feito", Nelson respondeu presun?osamente. "A falecida ? Hailey Lizbrook, trinta e quatro anos de idade, m?e de dois meninos e dan?arina mediana na The Runway, em Omaha." Ele recitou esses fatos como se estivesse lendo um manual de instru??es. Mackenzie sup?s que ele estava neste cargo tempo bastante para que as v?timas dos assassinatos n?o fossem mais tratadas como pessoas, mas simplesmente um enigma a ser resolvido. Mas Mackenzie, h? apenas alguns anos em sua carreira, n?o era t?o endurecida e insens?vel. Ela estudou a mulher com um olhar voltado para descobrir o que havia acontecido, mas tamb?m a viu como uma mulher que tinha deixado dois meninos—meninos que viveriam o resto de suas vidas sem uma m?e. Para uma m?e de dois filhos ser uma stripper, Mackenzie sup?s que havia problemas financeiros em sua vida e que ela estava disposta a fazer quase tudo para sustentar seus filhos. Mas agora aqui estava ela, amarrada a um mastro e espancada por um homem an?nimo que— O farfalhar de p?s de milho por tr?s dela a interrompeu. Ela se virou para ver Walter Porter que vinha andando em meio as plantas. Ele parecia irritado quando entrou na clareira, limpando a sujeira e os cabelos de milho de seu casaco. Ele olhou ao redor por um momento antes que seus olhos pousassem no corpo de Hailey Lizbrook no mastro. Um sorriso surpresa veio atrav?s de seu rosto, seu bigode grisalho inclinou para a direita em um ?ngulo desagrad?vel. Ele ent?o olhou para Mackenzie e Nelson e sem perder tempo se aproximou. "Porter", disse o Comandante Nelson. "White j? resolveu este caso. Ela ? muito esperta. " "Ela ?", Porter disse com desd?m. Foi sempre assim. Nelson n?o estava realmente atribuindo a ela um elogio. Ele estava, na verdade, provocando Porter por ter sido paralisado pela mo?a bonita que tinha vindo do nada e alcan?ou a posi??o de detetive— a linda mo?a que poucos homens da delegacia acima dos trinta anos de idade levaram a s?rio. E Deus, Porter odiava essa situa??o. Enquanto ela assistia com prazer Porter se contorcendo sob a provoca??o, n?o valia a pena sentir-se inadequada e subvalorizada. Frequentemente ela solucionava os casos que os outros homens n?o conseguiam e isso, ela sabia, era uma amea?a para todos eles. Ela tinha apenas vinte e cinco anos, muito jovem para come?ar a se sentir esgota em uma carreira que ela amava. Mas agora, estar com o caso parado nesta situa??o e com Porter, com este grupo, ela estava come?ando a odiar aquilo. Porter fez um esfor?o para se posicionar entre Nelson e Mackenzie, deixando-a saber que agora este era o seu show. Mackenzie sentiu que estava come?ando a se irritar, mas ela abafou aquele sentimento. Ela vinha fazendo isso pelos ?ltimos tr?s meses, desde que ela tinha sido designada para trabalhar com ele. Desde o primeiro dia, Porter n?o escondeu sua antipatia por ela. Afinal, ela tinha substitu?do o homem que foi parceiro de Porter por vinte e oito anos e que foi retirado do grupo, para a preocupa??o de Porter, para dar lugar a uma jovem. Mackenzie ignorou seu desrespeito descarado; ela se recusou a deix?-lo afetar sua ?tica de trabalho. Sem uma palavra, ela voltou para ver o corpo. Ela o estudou de perto. Doeu estud?-lo, e ainda, na medida em que lhe dizia respeito, n?o havia nenhum corpo morto que jamais iria afet?-la tanto quanto o primeiro que ela j? tinha visto. Ela estava quase atingindo o ponto em que ela n?o via mais o corpo de seu pai quando ela analisava uma cena de assassinato. Mas ainda n?o havia chegado a tal ponto. Ela tinha sete anos de idade, quando entrou no quarto e viu ele meio esparramado na cama, em uma po?a de sangue. E ela nunca mais parou de relembrar essa cena desde ent?o. Mackenzie procurou pistas de que este assassinato n?o tinha ocorrido por causa de sexo. Ela n?o viu sinais de hematomas ou arranh?es em seus seios ou n?degas, nenhum sangramento externo ao redor da vagina. Ela ent?o olhou para as m?os e os p?s da mulher, se perguntando se poderia haver um motivo religioso; sinais de perfura??o ao longo das palmas das m?os, tornozelos e p?s poderiam denotar uma refer?ncia ? crucifica??o. Mas n?o havia sinais disso tamb?m. No breve relato que ela e Porter receberam, ela sabia que as roupas da v?tima n?o tinham sido encontradas. Mackenzie pensou que isso provavelmente significava que o assassino estava com elas, ou as tinha descartado. Isto indicava que ele era ou cauteloso, ou obsessivo. Acrescentando isso ao fato de que sua motiva??o na ?ltima noite, quase certamente, n?o tinha sido de natureza sexual. Ela acrescentou tamb?m a possibilidade de ele ser um assassino potencialmente evasivo e calculista. Mackenzie se afastou at? a entrada da clareira e observou a totalidade da cena. Porter olhou meio de lado para ela de depois a ignorou completamente, continuando a falar com Nelson. Ela notou que os outros policiais estavam olhando para ela. Alguns deles, pelo menos, estavam observando seu trabalho. Ela chegou ao posto de detetive com uma reputa??o de ser excepcionalmente brilhante e altamente considerada pela maioria dos instrutores na academia de pol?cia, e de tempos em tempos—mo?as e rapazes como ela—faziam para ela perguntas interessadas ou queriam saber sua opini?o sobre determinadas situa??es. Por outro lado, ela sabia que alguns dos homens que estavam na clareira com ela tamb?m poderiam estar dando uma “olhadinha” nela, tamb?m. Ela n?o sabia o que era pior: os homens que olhavam para a bunda dela enquanto ela caminhava para analisar a cena ou os que riam pelas costas porque a menininha estava tentando desempenhar o papel de detetive “casca grossa”. Enquanto ela estudava a cena, ela foi novamente atacada pela suspeita persistente de que algo estava terrivelmente errado ali. Ela sentiu como se estivesse abrindo um livro e lendo a primeira p?gina de uma hist?ria que ela sabia que tinha algumas p?ginas muito dif?ceis pela frente. Este ? apenas o come?o, ela pensou. Ela olhou para a poeira em torno do mastro e viu algumas marcas de botas, mas nada que pudesse fornecer impress?es. Havia tamb?m uma s?rie de formas na poeira que quase pareciam uma serpentina. Ela agachou para olhar mais de perto e viu que v?rias das formas se arrastavam de um lado para o outro, envolvendo o caminho em torno do mastro de madeira de uma forma interrompida, como se aquilo tivesse girado em torno do mastro v?rias vezes. Ela ent?o olhou para as costas da mulher e viu que os cortes em seu corpo tinham mais ou menos a mesma forma das marcas no ch?o. "Porter", disse White. "O que foi?", Ele perguntou, claramente irritado por ter sido interrompido. "Eu acho que tenho impress?es de armas aqui." Porter hesitou por um segundo e, em seguida, caminhou at? onde Mackenzie estava agachada. Quando ele agachou ao lado dela, ele gemeu um pouco e ela p?de ouvir o ranger do cinto dele. Ele tinha cerca de 22 quilos a mais e isso se tornava cada vez mais evidente a medida que ele se aproximava dos cinquenta e cinco. "Algum tipo de chicote?", ele perguntou. "Parecido com isso." Ela examinou o ch?o, seguindo as marcas na areia por todo o caminho at? o mastro e ao faz?-lo, ela notou algo mais. Era algo min?sculo, t?o pequeno que ela quase n?o teria visto. Ela andou at? o mastro com cuidado para n?o tocar o corpo antes que a per?cia forense chegasse. Ela se agachou novamente e sentiu o peso do calor da tarde pressionando seu corpo para baixo. Destemida, ela esticou a cabe?a para mais perto do mastro, t?o perto que sua testa quase tocou na madeira. "Que diabos voc? est? fazendo?", perguntou Nelson. "Algo est? esculpido aqui", disse ela. "Parecem n?meros". Porter veio para investigar, mas ele fez de tudo para n?o se curvar novamente. "White, o peda?o de madeira tem facilmente uns vinte anos", disse Porter. "Essa marca parece t?o velha." "Talvez", disse Mackenzie. Mas ela n?o pensava assim. J? sem interesse na descoberta, Porter voltou a falar com Nelson, comparando anota??es sobre as informa??es que tinha obtido do agricultor que descobriu o corpo. Mackenzie tirou seu telefone e tirou uma foto dos n?meros. Ela ampliou a imagem e os n?meros se tornaram um pouco mais claros. V?-los em detalhe, mais uma vez a fez sentir como se tudo isso fosse o come?o de algo muito maior. N511/J202 Os n?meros n?o significavam nada para ela. Talvez Porter estivesse certo; talvez eles n?o significavam absolutamente nada. Talvez eles tivessem sido esculpidos ali por um registrador quando o mastro foi feito. Talvez alguma crian?a entediada lhes havia esculpido em algum lugar ao longo dos anos. Mas isso n?o parecia correto. Nada parecia fazer sentido. E ela sabia, em seu cora??o, que esse era apenas o come?o. CAP?TULO DOIS Mackenzie sentiu um n? no est?mago quando olhou para fora do carro e viu as vans de reportagens empilhadas, rep?rteres disputando a melhor posi??o para ataca-la juntamente com o Porter, assim que eles chegassem na delegacia. Quando Porter estacionou, White viu v?rios ?ncoras dos notici?rios chegando, correndo pelo gramado da delegacia com cinegrafistas sobrecarregados de equipamentos correndo atr?s deles. Mackenzie viu Nelson na entrada, fazendo o que podia para acalm?-los, parecendo desconfort?vel e agitado. Mesmo dali ela podia ver o suor brilhando em sua testa. Quando sa?ram, Porter caminhou ao lado dela, certificando-se de que ela n?o seria a primeira detetive a ser vista pela m?dia. Quando ele passou por ela, ele disse: "N?o diga nada para estes vampiros." Ela sentiu uma onda de indigna??o com o seu coment?rio condescendente. "Eu sei, Porter." A multid?o de rep?rteres e c?meras os alcan?ou. Havia pelo menos uma d?zia de microfones saindo da multid?o em dire??o aos seus rostos enquanto eles passavam. As perguntas chegaram at? eles como o zumbido de insetos. "Os filhos da v?tima j? foram avisados?" "Qual foi a rea??o do agricultor quando ele encontrou o corpo?" "Trata-se de um caso de abuso sexual?" "? sensato ter uma mulher como respons?vel por um caso como este?" Essa ?ltima provocou Mackenzie um pouco. Claro, ela sabia que eles estavam simplesmente tentando chegar ? uma resposta, esperando por uma declara??o suculenta de vinte segundos para o notici?rio da tarde. Eram apenas quatro horas; se agissem rapidamente, eles poderiam ter uma pepita para o notici?rio das seis. Enquanto ela fazia o seu caminho atrav?s das portas at? o interior, a ?ltima pergunta ecoou como um trov?o na cabe?a dela. ? sensato ter uma mulher como respons?vel por um caso como este? Ela se lembrou de como Nelson friamente tinha lido a informa??o sobre Hailey Lizbrook. Claro que ?, pensou Mackenzie. Na verdade, ? crucial. Finalmente eles entraram no recinto e as portas bateram atr?s deles. Mackenzie respirou com al?vio por estar na tranquilidade. "Sanguessugas do caralho", disse Porter. Ele tinha deixado cair a arrog?ncia, agora que n?o estava mais na frente das c?meras. Ele caminhou lentamente pela mesa da recepcionista em dire??o ao corredor que levava ?s salas de confer?ncia e escrit?rios que compunham sua zona eleitoral. Ele parecia cansado, pronto para ir para casa, pronto para acabar com esse caso. Mackenzie entrou na sala de confer?ncia pela primeira vez. Havia v?rios oficiais sentados ? uma grande mesa, alguns de uniforme e alguns com suas roupas casuais. Dada a sua presen?a e o s?bito aparecimento das vans de reportagem, Mackenzie adivinhou que a hist?ria tinha vazado em todas as dire??es nas duas horas e meia entre deixar seu escrit?rio, ir para milharal, e voltar. Era mais do que um terr?vel assassinato aleat?rio; agora, tornou-se um espet?culo. Mackenzie pegou uma x?cara de caf? e sentou-se ? mesa. Algu?m j? tinha colocado pastas em torno da mesa com o pouco de informa??o que j? haviam sido recolhidas sobre o caso. Enquanto ela olhava o material, mais pessoas chegaram na sala. Porter, finalmente entrou, sentando-se no extremo oposto. Mackenzie tirou um tempo para verificar seu telefone e descobriu que ela tinha oito chamadas n?o atendidas, cinco mensagens de voz, e uma d?zia de e-mails. Foi um lembrete de que ela j? tinha uma carga de trabalho completa antes de ser enviada para o milharal, esta manh?. A triste ironia ? que, enquanto seus colegas mais velhos passavam muito tempo rebaixando-a e jogando insultos sutis para ela, eles tamb?m perceberam o seu talento. Como resultado, ela conseguiu um dos maiores n?meros de casos na for?a. At? o momento, por?m, ela nunca tinha ficado para tr?s e tinha uma taxa estelar de casos resolvidos. Ela pensou em responder a alguns dos e-mails enquanto esperava, mas Chefe Nelson veio antes que ela pudesse ter essa chance. Ele rapidamente fechou a porta da sala de confer?ncias por tr?s dele. "Eu n?o sei como a m?dia descobriu isso t?o rapidamente", ele rosnou, "mas se eu descobrir que algu?m nesta sala ? respons?vel, voc?s ver?o o que ? f?ria." A sala ficou em sil?ncio. Alguns oficiais e pessoal relacionados come?aram a olhar nervosamente para o conte?do das pastas na frente deles. Enquanto Mackenzie n?o ligava muito para Nelson, n?o havia como negar que a presen?a e a voz daquele homem comandaram o ambiente sem muito esfor?o. "Aqui ? onde n?s estamos", disse Nelson. "A v?tima ? Hailey Lizbrook, uma stripper de Omaha. Trinta e quatro anos de idade, dois meninos, com idades entre nove e quinze. Pelo que podemos reunir, ela foi sequestrada antes de bater o ponto no trabalho, j? que seu empregador diz que ela n?o apareceu na noite anterior. Imagens de seguran?a da Runway, seu local de trabalho, n?o mostram nada. Ent?o, n?s estamos trabalhando com a suposi??o de que ela foi levada de algum lugar entre o seu apartamento e o trabalho. Essa ? uma ?rea de sete milhas e meia—uma ?rea em que temos atualmente alguns ?rg?os de inqu?rito com o Departamento de Pol?cia de Omaha neste momento." Ele ent?o olhou para Porter como se ele fosse um aluno premiado e disse: "Porter, por que voc? n?o descreve a cena?" ? claro que ele escolheria o Porter. Porter levantou-se e olhou ao redor da sala, como se para garantir que todos estava prestando muita aten??o. "A v?tima foi amarrada a um poste de madeira com as m?os para tr?s. A vis?o de sua morte foi em uma clareira, em um milharal, h? um pouco menos de uma milha da rodovia. Suas costas estavam cobertas com o que pareciam ser marcas de a?oite, feitas por algum tipo de um chicote. Notamos impress?es na terra que tinham a mesma forma e tamanho das franjas do a?oite. Embora n?o saibamos com absoluta certeza, at? o relat?rio do legista, temos bastante certeza de que este n?o foi um ataque sexual, mesmo a v?tima estando sem as roupas ?ntimas e suas roupas desaparecidas". "Obrigado, Porter", disse Nelson. "Por falar no legista, falei com ele ao telefone cerca de vinte minutos atr?s. Ele diz que, enquanto ele n?o saber? ao certo at? que a aut?psia seja realizada. Mas acredita que a causa da morte ? provavelmente perda de sangue ou algum tipo de trauma—provavelmente na cabe?a ou no cora??o". Seus olhos, em seguida, se voltaram para Mackenzie e havia muito pouco interesse neles quando ele perguntou: "Alguma coisa a acrescentar, White?" "Os n?meros", disse ela. Nelson revirou os olhos na frente de toda a sala. Era um claro sinal de desrespeito, mas ela aguentou firme, determinada a colocar isso para fora na presen?a de todos, antes que ela pudesse ser cortada. "Eu descobri o que parecem ser dois n?meros, separados por uma barra, esculpidos na parte inferior do poste." "Quais foram os n?meros?" Um dos oficiais mais jovens da mesa perguntou. "N?meros e letras, na verdade", disse Mackenzie. "N 511 e J 202. Eu tenho uma foto no meu telefone." "Outras imagens estar?o aqui em breve, assim que Nancy imprimi-las", disse Nelson. Ele falou r?pida e for?adamente, deixando a sala saber que a quest?o dos n?meros havia encerrado naquele momento. Mackenzie ouviu Nelson enquanto ele falava sem parar sobre as tarefas que precisavam ser realizadas para cobrir a ?rea de sete milhas e meia entre a casa de Hailey Lizbrook e a Runway. Mas ela escutava mais ou menos, na verdade. Sua mente continuava se lembrando do modo como o corpo da mulher tinha sido amarrado. Algo sobre a vis?o inteira do corpo imediatamente parecia quase familiar para ela, e isso ainda continuou preso na mente dela enquanto ela estava na sala de confer?ncias. Ela viu as breves anota??es na pasta, esperando que algum pequeno detalhe pudesse desencadear algo em sua mem?ria. Ela folheou as quatro p?ginas de informa??o, na esperan?a de descobrir alguma coisa. Ela j? sabia tudo que estava na pasta, mas ela examinou os detalhes de qualquer maneira. Uma mulher de trinta e quatro anos de idade, presumidamente morta na noite anterior. Chicotadas, cortes, v?rias escoria??es nas costas, amarrada a um poste de madeira velha. A causa da morte presumidamente foi a perda de sangue ou poss?vel trauma no cora??o. O m?todo de amarra??o sugere poss?veis implica??es religiosas, enquanto o tipo f?sico da mulher sugere motiva??es sexuais. Enquanto ela lia, algo clicou. Ela saiu um pouco, permitindo que sua mente pudesse ir para onde era necess?rio, sem a interfer?ncia de seus arredores. Quando ela juntou os pontos, chegando ? uma conex?o que ela esperava estar errada a respeito, Nelson come?ou a relaxar. "…E j? que ? tarde demais para que bloqueios nas rodovias sejam eficazes, n?s temos  que confiar principalmente em depoimentos de testemunhas, at? mesmo no mais minucioso e aparentemente in?til detalhe. Agora, algu?m tem mais alguma coisa a acrescentar? " "Uma coisa, senhor", disse Mackenzie. Ela poderia dizer que Nelson estava segurando um suspiro. Do outro lado da mesa, ela ouviu Porter fazer uma esp?cie de ru?do de riso abafado. Ela ignorou tudo e esperou para ver como Nelson se dirigiria a ela. "Sim, White?", ele perguntou. "Eu recordo um caso de 1987, que foi semelhante a este. Eu tenho certeza que ele aconteceu fora de Roseland. A amarra??o foi a mesma, o tipo de mulher foi o mesmo. Estou bastante certa de que o m?todo de espancamento foi o mesmo." "1987?", Perguntou Nelson. "White, voc? j? tinha nascido?" Esse coment?rio foi recebido com uma suave risada de mais de metade da sala. Mackenzie imediatamente ignorou aquilo. Ela encontraria tempo para ficar envergonhada mais tarde. "Ainda n?o", disse White, sem medo de criar uma confus?o com ele. "Mas eu li o relat?rio." "Voc? se esquece, senhor", disse Porter. "Mackenzie gasta seu tempo livre lendo casos arquivados. A menina ? como uma enciclop?dia ambulante desses casos." Mackenzie percebeu imediatamente que Porter tinha se referido a ela pelo seu primeiro nome e a chamou de menina em vez de mulher. O triste era que ela n?o achava que ele estava ciente do desrespeito. Nelson esfregou a cabe?a e finalmente soltou o suspiro estrondoso que vinha crescendo. "1987? Voc? tem certeza?" "Quase positivo." "Roseland?" "Ou seu entorno", disse ela. "Ok", disse Nelson, olhando para o outro extremo da mesa onde uma mulher de meia-idade estava sentada, ouvindo diligentemente. Havia um laptop na frente dela, no qual ela discretamente estava digitando o tempo todo. "Nancy, voc? pode fazer uma pesquisa sobre isso no banco de dados?" "Sim, senhor", disse ela. Ela come?ou a digitar algo no servidor interno da delegacia imediatamente. Nelson lan?ou para Mackenzie outro olhar de desaprova??o que essencialmente poderia ser traduzido em: ? melhor estar certa. Se n?o, voc? desperdi?ou vinte segundos do meu valioso tempo. “Muito bem, rapazes e mo?as", disse Nelson. "Aqui est? como vamos fazer isso. No momento em que esta reuni?o terminar, eu quero Smith e Berryhill indo para Omaha para ajudar a pol?cia local de l?. A partir da?, se necess?rio, vamos girar em pares. Porter e White, quero que voc?s dois conversem com as crian?as da falecida e com o empregador dela. Tamb?m estamos trabalhando para conseguir o endere?o da irm? dela.” "Desculpe-me, senhor", disse Nancy, olhando por cima de seu computador. "Sim, Nancy?" "Parece que a Detetive White estava certa. Em outubro de 1987, uma prostituta foi encontrada morta e amarrada a um poste de madeira do lado de fora dos limites da cidade de Roseland. O arquivo que eu estou olhando diz que ela foi despida e a?oitada severamente. Sem sinais de abuso sexual e sem motivo aparente." A sala ficou em sil?ncio novamente ? medida que muitas perguntas contundentes se calaram. Finalmente, foi Porter que falou e embora Mackenzie pudesse dizer que ele estava tentando julgar o caso, ela podia ouvir uma pitada de preocupa??o na voz dele. "Isso foi h? quase trinta anos", disse ele. "Eu chamaria isso de uma conex?o inconsistente". "Mas ? uma conex?o, mesmo assim", disse Mackenzie. Nelson bateu com uma m?o pesada em cima da mesa, com os olhos ardendo de raiva olhou para Mackenzie. "Se houver uma conex?o aqui, voc? sabe o que isso significa, certo?" "Isso significa que estamos lidando com um assassino em s?rie", disse ela. "E mesmo a ideia de que podemos estar lidando com um assassino em s?rie significa que precisamos considerar chamar o FBI." “Ah, o inferno", disse Nelson. "Voc? est? colocando o carro na frente dos bois. Voc? est? colocando o carro na frente de qualquer coisa, na verdade.” "Com todo o respeito", disse Mackenzie, "vale a pena pensar nisso." "E agora que o seu c?rebro trouxe essa ideia fixa ? nossa aten??o, temos que pensar nisso", disse Nelson. "Vou fazer algumas liga??es e colocar voc? envolvidas na averigua??o. Por agora, vamos come?ar com as coisas que s?o relevantes e oportunas. Isso ? tudo por agora, pessoal. Comecem a trabalhar j?." O pequeno grupo na mesa de confer?ncias come?ou a se dispersar, pegando cada um a sua pasta. Quando Mackenzie come?ou a sair da sala, Nancy lhe deu um pequeno sorriso de reconhecimento. Foi o maior incentivo que Mackenzie havia recebido no trabalho em mais de duas semanas. Nancy era a recepcionista e, por vezes, a verificadora de informa??es de todo o recinto. Pelo que Mackenzie sabia, ela era um dos poucos membros mais velhos na for?a que n?o tinha nenhum problema com ela. "Porter e White, esperem", disse Nelson. Ela viu que Nelson estava agora mostrando um pouco da mesma preocupa??o que tinha visto e ouvido em Porter quando ele falou momentos atr?s. Ele parecia quase doente por causa daquilo. "Boa lembran?a sobre o caso de 1987", disse Nelson para Mackenzie. Parecia machuc?-lo fisicamente ter que fazer aquele elogio para ela. "? um tiro no escuro. Mas faz voc? se perguntar…" "Se perguntar o qu??", perguntou Porter. Mackenzie, ela n?o ? de rodeios, respondeu para o Nelson. "Por que ele decidiu voltar a agir agora", disse ela. Depois ela acrescentou: "E quando ele matar? de novo." CAP?TULO TR?S Ele se sentou em seu carro, desfrutando do sil?ncio. A ilumina??o da rua lan?a um brilho fantasmag?rico. N?o havia muitos carros fora em uma hora t?o tardia, tornando o ambiente estranhamente tranquilo. Ele sabia que qualquer um que estivesse fora nesta parte da cidade a essa hora estaria provavelmente preocupado ou fazendo suas transa??es em segredo. Isso tornou mais f?cil para ele se concentrar no trabalho—O Bom Trabalho. As cal?adas estavam escuras, exceto pelo brilho n?on ocasional de estabelecimentos decadentes. A figura bruta de uma mulher bem-dotada brilhava na janela do pr?dio que ele estava estudando. Isso cintilou como um farol em um mar tempestuoso. Mas n?o havia ref?gio naqueles lugares—nenhum ref?gio respeit?vel, de qualquer forma. Enquanto estava sentado no seu carro, o mais longe poss?vel das luzes da rua, ele pensava sobre a sua cole??o em casa. Ele a tinha estudado de perto antes de sair hoje ? noite. Havia restos de seu trabalho em sua pequena mesa: uma bolsa, um brinco, um colar de ouro, um peda?o de cabelo loiro colocado em um pequeno recipiente Tupperware. Eles eram lembretes, lembretes de que ele tinha sido escolhido para este trabalho. E que ele tinha mais trabalho para fazer. Um homem saiu do edif?cio no lado oposto da rua, tirando-o de seus pensamentos. Observando atentamente, ele estava sentado ali e esperou pacientemente. Ele havia aprendido muito sobre paci?ncia ao longo dos anos. Por isso, sabendo que ele agora deveria trabalhar rapidamente o deixou ansioso. E se ele n?o fosse preciso? Ele n?o tinha escolha. O assassinato de Hailey Lizbrook j? estava nos notici?rios. As pessoas estavam procurando por ele—como se ele fosse o ?nico a ter feito algo de ruim. Eles simplesmente n?o entendem. O que ele fez para aquela mulher tinha sido um presente. Um ato de gra?a. No passado, ele deixou passar muito tempo entre seus atos sagrados. Mas agora, havia uma urg?ncia. N?o havia muito o que fazer. Sempre havia mulheres l?—nas esquinas das ruas, em an?ncios, na televis?o. No final, eles entenderiam. Eles entenderiam e eles lhe agradeceriam. Eles iriam lhe perguntar como ser puro, e ele iria abrir os seus olhos. Momentos depois, a imagem de n?on da mulher na janela escureceu. O brilho por tr?s das janelas acabou. O lugar ficou escuro, as luzes apagavam ? medida que eles fechavam para a noite. Ele sabia que isso significava que as mulheres estariam saindo a qualquer momento, se dirigindo at? os seus carros e, em seguida, para casa. Ele se dirigiu lentamente em torno do quarteir?o. As luzes da rua pareciam persegui-lo, mas ele sabia que n?o havia olhos curiosos que pudessem v?-lo. Nesta parte da cidade, ningu?m se importava. Na parte de tr?s do edif?cio, a maioria dos carros eram legais. Ganhava-se um bom dinheiro para manter o corpo em exposi??o. Ele estacionou na borda distante do terreno e esperou um pouco mais. Depois de um longo tempo, a porta de entrada e sa?da dos funcion?rios finalmente abriu. Duas mulheres sa?ram, acompanhadas por um homem que parecia ter trabalhado de seguran?a naquele lugar. Ele olhou para o seguran?a, se perguntando se ele poderia ser um problema. Ele tinha uma arma debaixo do assento que ele, com certeza usaria se precisasse, mas ele preferia n?o ter que us?-la. Ele ainda n?o tinha precisado us?-la. Na verdade, ele abominava armas. Havia algo de impuro sobre elas, algo quase indolente. Finalmente, todos eles se separaram, entrando em seus carros para dirigi-los. Ele observou outros surgirem, e em seguida, sentou-se. Ele podia sentir seu cora??o batendo. Aquela era ela. Aquela. Ela era pequena, com o cabelo em um tom de loiro falso que balan?ava logo acima dos ombros. Viu-a entrar no carro e ele n?o avan?ou na dire??o dela at? que suas luzes traseiras virassem a esquina. Ele dirigiu para o outro lado do edif?cio, de modo a n?o chamar aten??o para si. Ele chegou devagar por tr?s dela, seu cora??o come?a a disparar. Instintivamente, ele estendeu a m?o sob seu assento e sentiu o fio da corda. Ele aliviou seus nervos. Ele se acalmou ao saber que, ap?s a persegui??o, chegaria o sacrif?cio. E assim seria. CAP?TULO QUATRO Mackenzie sentou no banco do passageiro, v?rios arquivos espalhados no colo, Porter ao volante, tocando os dedos ao ritmo de uma m?sica dos Rolling Stones. Ele manteve o carro sintonizado na mesma esta??o de rock cl?ssico que sempre ouvia durante a condu??o, e Mackenzie olhou para cima, irritada, a sua concentra??o finalmente havia se quebrado. Ela viu os far?is do carro fatiarem a estrada em oitenta milhas por hora, e perguntou para ele. "Voc? pode, por favor, abaixar isso?", ela retrucou. Normalmente, ela n?o se importa, mas ela estava tentando entrar no estado certo de esp?rito, para entender o estilo do assassino. Com um suspiro e aceno de cabe?a, Porter recusou o r?dio. Ele olhou para ela com desd?m. "O que voc? est? esperando encontrar, afinal?", ele perguntou. "Eu n?o estou tentando encontrar coisa alguma", disse Mackenzie. "Eu estou tentando juntar as pe?as para entender melhor o tipo de personalidade do assassino. Se pudermos pensar como ele, temos uma chance muito melhor de encontr?-lo." "Ou", disse Porter, "voc? pode apenas esperar at? chegarmos ? Omaha e falar com as crian?as e com a irm? da v?tima como Nelson nos disse." Sem sequer olhar para ele, Mackenzie poderia dizer que ele estava lutando para manter algum coment?rio do tipo s?bio. Ela tinha que lhe dar um pouco de cr?dito, sup?s. Quando estavam apenas os dois na estrada ou em uma cena de crime, Porter mantinha as piadas e o comportamento degradante a um n?vel m?nimo. Ela ignorou Porter naquele momento e olhou para as anota??es em seu colo. Ela estava comparando o caso de 1987 com o assassinato de Hailey Lizbrook. Quanto mais lia sobre eles, mais ela estava convencida de que eles haviam sido cometidos pelo mesmo rapaz. Mas o que a mantinha frustrada era n?o ter um motivo claro para o crime. Ela olhou v?rias vezes os documentos, folheando p?ginas e revendo as informa??es. Ela come?ou a murmurar para si mesma, fazendo perguntas e afirmando fatos em voz alta. Era algo que ela tinha feito desde o ensino m?dio, uma peculiaridade que permaneceu com ela. "N?o h? evid?ncia de abuso sexual em ambos os casos," ela disse suavemente. "N?o h? similaridades ?bvias entre as v?timas, al?m da profiss?o. Sem chance real de motiva??es religiosas. Por que n?o um, ao inv?s de apenas um mastro, se voc? tem um tema religioso? Os n?meros estavam presentes em ambos os casos, mas os n?meros n?o mostram qualquer significado claro para os assassinatos." "N?o leve a mal", disse Porter, "mas eu realmente prefiro ouvir os Stones." Mackenzie parou de falar em voz alta, em seguida, percebeu que a luz de notifica??o estava piscando em seu telefone. Depois que ela e Porter sa?ram, ela mandou um e-mail para a Nancy e a pediu para fazer algumas pesquisas r?pidas com os termos mastro,stripper, prostituta, gar?onete, milho, chicotes, e a sequ?ncia de n?meros N511/J202 de casos de assassinato nos ?ltimos trinta anos. Quando Mackenzie verificou seu telefone, ela viu que Nancy, como de costume, agiu rapidamente. O e-mail que Nancy tinha enviado de volta era: Pouca informa??o, estou receosa. Anexei os resumos sobre os poucos casos que encontrei, portanto. Boa sorte! Havia apenas cinco anexos e Mackenzie foi capaz de olh?-los muito rapidamente. Tr?s deles claramente n?o tinham nada a ver com o assassinato de Lizbrook ou com o caso de 87. Mas os outros dois foram interessantes o suficiente para, pelo menos, serem considerados. Um deles era um caso de 1994, onde uma mulher havia sido encontrada morto atr?s de um celeiro abandonado em uma ?rea rural cerca de oitenta milhas fora de Omaha. Ela havia sido amarrada a um mastro de madeira e acredita-se que seu corpo ficou ali pelo menos seis dias antes de ser descoberto. O corpo dela tinha ficado duro e um alguns animais—acreditavam ser linces—tinham come?ado a comer suas pernas. A mulher tinha uma ficha criminal extensa, incluindo duas pris?es por aliciamento sexual. Novamente, n?o houve sinais claros de abuso sexual e ao mesmo tempo havia chicotadas nas costas, n?o eram t?o extensas quanto as que tinham encontrado em Hailey Lizbrook. O resumo sobre o assassinato n?o disse nada sobre os n?meros encontrados no mastro. O segundo arquivo talvez relacionado, ? o caso de uma menina de dezenove anos de idade que havia sido sequestrada pois ela n?o voltou para casa para as f?rias de Natal de seu primeiro ano na Universidade de Nebraska, em 2009. Quando seu corpo foi descoberto em um campo vazio tr?s meses depois, parcialmente enterrada, havia chicotadas em suas costas. As imagens depois vazaram para a imprensa, mostrando a jovem nua e envolvida em algum tipo de festa sexual escabrosa em uma casa das casas da fraternidade. As fotos foram tiradas uma semana antes da not?cia de seu desaparecimento. O ?ltimo caso foi um pouco fora, mas Mackenzie pensou que eles poderiam estar potencialmente ligados ao caso de assassinato de 87 e Hailey Lizbrook. "O que voc? tem a??", Perguntou Porter. "Nancy me enviou resumos de alguns outros casos que possam estar ligados." "Alguma coisa boa?" Ela hesitou, mas depois o informou sobre as duas liga??es potenciais. Quando ela terminou, Porter balan?ou a cabe?a, enquanto olhava para a noite. Passaram por uma placa que dizia que Omaha estava h? vinte e duas milhas ? frente. "Eu acho que voc? for?a a barra, ?s vezes", disse Porter. "Voc? trabalha para caralho e um monte de pessoas t?m conhecimento disso. Mas vamos ser honestos: n?o importa o quanto voc? for?ar a barra, nem todo caso tem um enorme link que criar? um caso monstro para voc?". "Ent?o, me acalme", disse Mackenzie. "Neste exato momento, o que o seu instinto diz sobre este caso? Com o que estamos lidando? " "? apenas um criminoso b?sico com traumas da mam?e", Porter disse com desd?m. "Se falarmos com um n?mero suficiente de pessoas, vamos encontr?-lo. Toda esta an?lise ? um desperd?cio de tempo. Voc? n?o encontra pessoas entrando na cabe?a delas. Voc? as encontra, fazendo perguntas. Trabalho de rua. De porta em porta. Testemunha por testemunha." Assim que eles ca?ram no sil?ncio, Mackenzie come?ou a se preocupar com o qu?o simplista era a vis?o de mundo dele, como preto e branco. Ele n?o deixou espa?o para nuances, para qualquer coisa fora de suas cren?as pr?-determinadas. Ela pensou que o psicopata com quem estavam lidando era demasiadamente sofisticado para esse tipo de mentalidade. "Qual ? a sua opini?o sobre o nosso assassino?", Ele finalmente perguntou. Ela poderia detectar ressentimento em sua voz, como se ele realmente n?o quisesse perguntar a ela, mas o sil?ncio tinha conseguido incitar o melhor dele. "Eu acho que ele odeia as mulheres pelo que elas representam", ela disse suavemente, pensando a respeito enquanto falava. "Talvez ele seja um virgem de cinquenta anos, que pensa que o sexo ? vulgar e—no entanto, tamb?m tem essa necessidade de sexo. Matar mulheres o faz sentir como se ele estivesse dominando seus pr?prios instintos, os instintos que ele v? como vulgares e desumanos. Se ele consegue eliminar a fonte de onde esses impulsos sexuais v?m, ele se sente no controle. As chicotadas nas costas indicam que ele est? praticamente punindo essas mo?as, provavelmente por causa da natureza provocativa delas. Depois, h? o fato de que n?o h? sinais de abuso sexual. Fico me perguntando se isso ? algum tipo de tentativa de purifica??o, na vis?o do assassino". Porter sacudiu a cabe?a, quase como um pai decepcionado. "? disso que eu estou falando", disse ele. "Uma perda de tempo. Voc? est? for?ando tanto a barra que voc? nem sabe mais o que pensar—e nada disso ir? nos ajudar. N?o d? para ver a floresta a partir das ?rvores". O sil?ncio constrangedor os cobriu novamente. Aparentemente cansado de falar, Porter aumentou o volume do r?dio. Durou apenas alguns minutos, por?m. Ao se aproximarem de Omaha, Porter diminuiu o volume do r?dio de novo, mas dessa vez sem ser solicitado. Porter se pronunciou e quando o fez, ele parecia nervoso, mas Mackenzie tamb?m p?de sentir o esfor?o que ele estava fazendo para soar como o ?nico respons?vel pelo caso. "Voc? j? entrevistou crian?as depois que elas perderam um dos pais?", perguntou Porter. "Uma vez", disse ela. "Depois de um tiroteio. Um menino de onze anos de idade ". "Eu tamb?m tive poucas experi?ncias do tipo. N?o ? nada divertido." "N?o, n?o ?", Mackenzie concordou. "Bem, veja, n?s estamos prestes a fazer perguntas para dois meninos sobre a sua m?e morta. O assunto sobre onde ela trabalha vir? ? tona. Temos de tocar no assunto com muito tato—sem trocadilhos." Ela se irritou. Ele estava fazendo aquilo, falando daquele jeito com ela, como se ela fosse uma crian?a. "Deixe-me liderar. Voc? pode ser o ombro reconfortante se eles come?arem a chorar. Nelson disse que a irm? dela tamb?m estar? l?, mas eu n?o imagino que ela seja uma fonte confi?vel de conforto. Ela, provavelmente, estar? t?o devastada quanto as crian?as." Mackenzie, na verdade, n?o achou que foi a melhor ideia. Mas tamb?m sabia que, porque Porter e Nelson foram envolvidos, ela precisava escolher suas batalhas sabiamente. Ent?o, se Porter queria se encarregar de perguntar as duas crian?as de luto sobre sua m?e morta, ela o deixaria ter essa massagem estranha do ego. "Como quiser", ela disse com os dentes cerrados. O carro ficou em sil?ncio novamente. Desta vez, Porter manteve o r?dio ligado bem baixo, os ?nicos sons eram provenientes do passar de p?ginas no colo de Mackenzie. Havia uma hist?ria maior naquelas p?ginas e documentos que Nancy havia enviado; Mackenzie tinha certeza disso. Claro, para a hist?ria ser contada, todos os personagens precisavam ser revelados. E, por enquanto, o personagem central ainda estava se escondendo nas sombras. O carro diminuiu a velocidade e Mackenzie levantou a cabe?a quando eles viraram em um quarteir?o tranquilo. Ela sentiu um vazio familiar em seu est?mago, e desejou estar em qualquer outro lugar que n?o fosse ali. Eles estavam prestes a falar com os filhos de uma mulher morta. CAP?TULO CINCO Mackenzie ficou surpreso ao entrar no apartamento de Hailey Lizbrook; n?o era o que ela esperava. Ele era limpo e arrumado, o mobili?rio bem posicionado e espanado. A decora??o tinha muito de uma mulher dom?stica, at? as canecas de caf? com prov?rbios bonitos e os pegadores de panela pendurados em ganchos ornamentados pelo fog?o. Era evidente que ela organizava tudo muito bem, at? os cortes de cabelo e pijamas de seus filhos. Era muito parecido com a fam?lia e a casa que ela sempre sonhou em ter. Mackenzie lembrou a partir dos arquivos que os meninos tinham nove e quinze anos; o mais velho era Kevin e o mais novo era Dalton. Estava claro para ela que Dalton tinha chorado muito, seus olhos azuis estavam rodeados com aros de manchas vermelhas inchadas. Kevin, por outro lado, parecia mais irritado do que qualquer outra coisa. Assim que se acomodaram e Porter assumiu a lideran?a, estava perfeitamente claro que Porter tentava falar com eles em um tom que era algo entre ser condescendente e um professor pr?-escolar se esfor?ando muito. Mackenzie estremeceu por dentro quando Porter falou. "Agora eu preciso saber se sua m?e tinha amigos homens", disse Porter. Ele estava no centro da sala, enquanto os rapazes estavam sentados no sof?. A irm? de Hailey, Jennifer, estava de p? na cozinha adjacente, fumando um cigarro ao lado do fog?o com o exaustor em funcionamento. "Quer dizer, um namorado?", perguntou Dalton. "Claro, isso poderia ser um amigo do sexo masculino", disse Porter. "Mas eu nem sequer quis dizer isso. Qualquer homem com quem ela poderia ter falado mais de uma vez. Mesmo algu?m como um carteiro ou algu?m do supermercado." Ambos os rapazes estavam olhando para Porter como se estivessem que ele fizesse um truque de m?gica, ou talvez, at? mesmo entrasse em combust?o espont?nea. Mackenzie estava fazendo o mesmo. Ela nunca o tinha ouvido usar um tom t?o leve. Era quase engra?ado ouvir um tom t?o suave sair da boca dele. "N?o, acho que n?o", disse Dalton. "N?o", Kevin concordou. "E ela n?o tinha namorado, tamb?m. N?o que eu saiba. " Mackenzie e Porter olharam para Jennifer que estava perto do fog?o para uma resposta. Tudo o que eles conseguiram como resposta foi um encolher de ombros. Mackenzie tinha certeza de que Jennifer estava em algum tipo de choque. Isso a fez se perguntar se poderia haver outro membro da fam?lia que pudesse cuidar destes rapazes por um tempo, uma vez que Jennifer certamente n?o parecia ser uma guardi? adequada naquele momento. "Bem, e sobre as pessoas com as quais voc?s e sua m?e n?o se davam bem?", Perguntou Porter. "Alguma vez voc?s ouviram ela discutindo com algu?m?" Dalton somente sacudiu a cabe?a. Mackenzie tinha certeza de que o garoto estava ? beira das l?grimas novamente. Quanto a Kevin, ele revirou os olhos ao olhar diretamente para Porter. "N?o", disse ele. "N?o somos burros. Sabemos o que voc? est? tentando nos perguntar. Voc? quer saber se podemos pensar em algu?m que poderia ter matado a nossa m?e. Certo?" Porter parecia ter levado um soco no est?mago. Ele olhou nervosamente para Mackenzie mas conseguiu recuperar a compostura rapidamente. "Bem, sim", disse ele. "Isso ? o que eu estou tentando. Mas est? claro que voc?s n?o t?m nenhuma informa??o. " "Ah ??", disse Kevin. Houve um momento de tens?o, onde Mackenzie estava certa de que Porter seria duro com o garoto. Kevin estava olhando para Porter com dor em sua express?o, quase desafiando Porter a fazer o melhor que pudesse. "Bem", Porter disse: "Eu acho que n?s lhe incomodamos o suficiente, meninos. Obrigado pelo seu tempo ". "Espere", disse Mackenzie, a obje??o saiu da boca dela antes que ela fosse capaz de pensar em par?-la. Porter lhe deu uma olhada capaz de derreter cera. Ficou claro que ele sentia que eles estavam perdendo tempo falando com esses dois filhos angustiados—especialmente um de quinze anos de idade, que tinha claramente problemas com autoridade. Mackenzie ignorou sua express?o e ajoelhou-se ao n?vel dos olhos de Dalton. "Escute, voc? acha que poderia ficar na cozinha com sua tia por um segundo?" "Sim", Dalton disse, sua voz era ?spera e macia. "Detetive Porter, por que voc? n?o vai com ele?" Mais uma vez, o olhar de Porter na dire??o dela estava cheio de ?dio. Mackenzie olhou de volta para ele, inflex?vel. Ela fez uma express?o inflex?vel como pedra e estava determinada a ficar firme desta vez. Se ele queria discutir, eles teriam uma conversinha l? fora. Mas ficou claro que, mesmo em uma situa??o com duas crian?as e uma mulher praticamente catat?nica, ele n?o queria ser constrangido. "Claro", ele finalmente disse entre os dentes. Mackenzie esperou um momento enquanto Porter e Dalton entravam na cozinha. Mackenzie voltou e ficou de p?. Ela sabia que aos doze anos de idade ou mais, a t?tica de ficar ao n?vel dos olhos da crian?a j? n?o funcionava. Ela olhou para Kevin e viu que a provoca??o que ele tinha mostrado a Porter ainda estava l?. Mackenzie n?o tinha nada contra os adolescentes, mas ela sabia que eles eram, muitas vezes, dif?ceis de trabalhar—especialmente no meio de circunst?ncias tr?gicas. Mas ela tinha visto como Kevin tinha respondido Porter e pensou que ela poderia saber como se aproximar dele. "Fale para mim a verdade, Kevin", disse ela. "Voc? sente que n?s aparecemos cedo demais? Voc? acha que n?s estamos sendo precipitados, fazendo perguntas logo depois de voc?s terem recebido a not?cia sobre sua m?e?" "Mais ou menos", disse ele. "Voc? apenas n?o sente vontade de falar agora?" "N?o, eu posso falar", disse Kevin. "Mas esse cara ? um idiota." Mackenzie sabia que essa era sua chance. Ela poderia ter uma abordagem profissional, formal, como ela normalmente fazia—ou ela poderia usar esta oportunidade para estabelecer um relacionamento com um adolescente irritado. Adolescentes, ela sabia, acima de tudo, estimavam honestidade. Eles podiam ver atrav?s de qualquer coisa quando conduzidos pela emo??o. "Voc? est? certo", disse ela. "Ele ? um man?." Kevin olhou para ela, com os olhos arregalados. Ele olhou para ela atordoado; claramente, ele n?o esperava essa resposta. "Mas isso n?o muda o fato de que eu tenho que trabalhar com ele", acrescentou ela, com a voz em camadas de simpatia e compreens?o. "Isso tamb?m n?o muda o fato de que ambos estamos aqui para ajud?-los. Queremos encontrar quem fez isso com sua m?e. Concorda? " Ele ficou em sil?ncio por um longo tempo; ent?o, finalmente, ele acenou de volta. "Voc? acha que voc? poderia conversar comigo, ent?o?", Perguntou Mackenzie. "Apenas algumas perguntas r?pidas e depois vamos embora." "E quem vir? depois?" Kevin perguntou, cauteloso. "Honestamente?" Kevin balan?ou a cabe?a e ela viu que ele estava ? beira das l?grimas. Ela se perguntou se ele as estava segurando durante todo este tempo, tentando ser forte para o seu irm?o e sua tia. "Bem, depois de sairmos, vamos coletar todas as informa??es que pudermos obter e, em seguida, o servi?o social vir? para se certificar de que sua tia Jennifer ? a pessoa adequada para cuidar de voc?s enquanto os arranjos finais para a sua m?e s?o feitos." "Ela ? legal na maioria das vezes," Kevin disse, olhando para Jennifer. "Mas ela e minha m?e eram realmente pr?ximas. Como melhores amigas. " "Irm?s podem ser assim", disse Mackenzie, sem ter ideia se era verdade ou n?o. "Mas, por agora, eu preciso ver se voc? pode se concentrar em minhas perguntas. Voc? pode fazer isso?" "Sim." "Boa. Agora, eu odeio ter que lhe perguntar isso, mas ? necess?rio. Voc? sabe qual era o trabalho da sua m?e?" Kevin balan?ou a cabe?a enquanto o seu olhar caiu direto no ch?o. "Sim", disse ele. "E eu n?o sei como, mas as crian?as na escola sabem disso tamb?m. O pai tarado de algu?m, provavelmente foi ao clube a viu e a reconheceu, ou algo assim. ? foda. Eu era zoado o tempo todo." Mackenzie n?o podia imaginar aquele tipo de tormento, mas isso fez ela dever muito mais respeito ? Hailey Lizbrook. Claro, ela tirava a roupa ? noite por dinheiro, mas durante o dia ela era aparentemente uma m?e que estava envolvida com seus filhos. "Ok", disse Mackenzie. "Ent?o, sabendo sobre seu trabalho, voc? pode imaginar o tipo de homens que v?o a esses lugares, certo?" Kevin balan?ou a cabe?a, e Mackenzie viu a primeira l?grima deslizar para baixo da sua bochecha esquerda. Ela quase estendeu a m?o para pegar a m?o dele como um sinal de conforto, mas ela n?o queria contrari?-lo. "Eu preciso que voc? pense se j? aconteceu de sua m?e chegar em casa muito chateada ou brava com alguma coisa. Eu preciso que voc? tamb?m pense sobre todos os homens que podem ter… bem, qualquer homem que poderia ter vindo para casa com ela." "Ningu?m nunca chegou em casa com ela", disse ele. "E eu quase nunca vi a mam?e com raiva ou chateada com nada. A ?nica vez que eu a vi louca foi quando ela estava lidando com os advogados no ano passado." "Advogados?", perguntou Mackenzie. "Voc? sabe por que ela estava conversando com advogados?" "Mais ou menos. Eu sei que algo aconteceu no trabalho uma noite e fez ela acabar falando com alguns advogados. Ouvi partes de quando ela estava no telefone. Tenho certeza de que ela estava falando com eles sobre uma ordem judicial." "E voc? acha que isso foi em rela??o ao local onde ela trabalhava?" "Eu n?o sei", disse Kevin. Ele parecia ter se animado um pouco, uma vez que parecia que ele tinha dito algo que poderia servir de ajuda. "Mas eu acho que sim." "? uma grande ajuda, Kevin", disse Mackenzie. "Voc? acha que existe mais alguma alternativa?" Ele balan?ou a cabe?a lentamente e ent?o olhou nos olhos do Mackenzie. Ele estava tentando manter-se forte, mas havia tanta tristeza nos olhos do menino que Mackenzie n?o tinha ideia de como ele conseguia ainda se manter firme. "Mam?e tinha vergonha disso, sabe?", Disse Kevin. "Ela trabalhava em casa durante o dia. Ela era um tipo de escritora t?cnica, fazendo sites e outras coisas. Mas eu n?o acho que ela estava fazendo muito dinheiro. Ela fez fazia as outras coisas para ter mais dinheiro, porque o nosso pai… bem, ele se separou dela h? muito tempo. Ele nunca mais enviou dinheiro. Ent?o, a mam?e… ela teve que pegar esse outro trabalho. Ela fazia isso por mim e pelo Dalton e …" "Eu sei", disse Mackenzie, e desta vez ela se aproximou dele. Ela colocou a m?o em seu ombro e ele pareceu estar agradecido. Ela tamb?m sentir que ele queria desabar em l?grimas, mas provavelmente n?o faria isso na frente de estranhos. "Detetive Porter," Mackenzie disse, e ele saiu do outro c?modo, olhando fixamente para ela. "Voc? ainda quer perguntar algo?" Ela balan?ou a cabe?a sutilmente, esperando que ele entendesse. "N?o, eu acho que est? bem assim", disse Porter. "Ok", disse Mackenzie. "Mais uma vez, pessoal, muito obrigada pelo seu tempo." "Sim, obrigado", disse Porter, juntando-se ? Mackenzie na sala de estar. "Jennifer, voc? tem o meu n?mero, por isso, se voc? pensar em qualquer coisa que possa nos ajudar, n?o hesite em ligar. Mesmo o menor detalhe poder? ser ?til." Jennifer balan?ou a cabe?a e soltou um rouco, "Obrigada." Mackenzie e Porter sa?ram, descendo um conjunto de degraus de madeira e inda para o estacionamento do complexo de apartamentos. Quando estavam ? uma dist?ncia segura do apartamento, Mackenzie diminuiu a dist?ncia entre eles. Ela podia sentir a imensa raiva saindo dele em forma de calor, mas ignorou. "Eu tenho uma pista", disse ela. "Kevin disse que sua m?e estava trabalhando para a apresenta??o de uma ordem judicial contra algu?m no trabalho no ano passado. Ele disse que foi a ?nica vez que ele a viu brava ou chateada com alguma coisa". "Bom", disse Porter. "Isso significa que algo de bom saiu de voc?, al?m de me prejudicar." "Eu n?o prejudico voc?", disse Mackenzie. "Eu simplesmente vi uma situa??o desmoronando entre voc? e o filho mais velho, ent?o eu entrei em cena para resolv?-la." "Besteira", disse Porter. "Voc? me fez parecer fraco e inferior na frente dessas crian?as e da tia." "Isso n?o ? verdade", disse Mackenzie. "E mesmo se fosse verdade, o que importa? Voc? estava conversando com as crian?as como se elas fossem idiotas que mal pudessem compreender a pr?pria l?ngua." "Suas a??es eram um claro sinal de desrespeito", disse Porter. "Deixe-me lembr?-la que eu estou neste trabalho por mais tempo do que voc? est? viva. Se eu precisar de voc? para entrar em cena para me ajudar, inferno, eu vou lhe dizer." "Voc? acabou com a conversa, Porter", ela respondeu. "Acabou, se lembra? N?o havia mais nada para minar. Era a sua vez. E voc? n?o foi bem." Tinham chegado no carro agora e quando Porter bateu o alarme, ele olhou para o teto do carro, seus olhos queimavam de raiva por causa de Mackenzie. "Quando voltarmos ao posto, eu procurarei pelo Nelson e farei um pedido para ser transferido. Eu estou farto deste desrespeito." "Desrespeito", Mackenzie disse, balan?ando a cabe?a. “Voc? nem sabe o que essa palavra significa. Voc? deveria come?ar reparando no jeito como me trata.” Porter soltou um suspiro tr?mulo e entrou no carro, sem dizer mais nada. Decidida a n?o se deixar levar pelo clima tenso de Porter, Mackenzie tamb?m entrou. Ela olhou de volta para o apartamento e se perguntou se Kevin j? havia se permitido chorar. No geral, a rixa que existia entre ela e Porter n?o parecia t?o significativa. "Voc? quer cham?-lo?", perguntou Porter, claramente chateado por ter sido passado para tr?s. "Sim", ela disse, tirando seu telefone. Quando ela puxou o n?mero de Nelson, n?o podia negar a satisfa??o progressiva que estava se construindo dentro dela. Uma ordem judicial feita h? um ano e agora Hailey Lizbrook estava morta. Temos o bastardo, pensou. Mas, ao mesmo tempo, ela tamb?m n?o resistiu em se perguntar se a solu??o seria assim t?o f?cil. CAP?TULO SEIS Mackenzie finalmente chegou em casa ?s 10:45, estava exausta. O dia tinha sido longo e exaustivo, mas ela sabia que n?o seria capaz de dormir por um bom tempo. Sua mente estava muito focada na pista que o Kevin Lizbrook tinha fornecido. Ela informou o Nelson e ele lhe assegurou que algu?m ligaria para o clube de strip e para o escrit?rio de advocacia de Hailey Lizbrook para conseguir a ordem judicial dela. Com a mente disparando em centenas de dire??es, Mackenzie colocou uma m?sica, pegou uma cerveja na geladeira, e preparou um banho. Ela n?o gostava de banheiras, mas esta noite cada m?sculo do seu corpo estava demasiadamente tenso. ? medida que a banheira se enchia de ?gua, ela caminhou pela casa e organizou o lugar, de onde Zack tinha, aparentemente, esperado at? o ?ltimo minuto para ir trabalhar novamente. Ela e Zack come?aram a morar juntos h? pouco mais de um ano, tentando tomar todas as medidas poss?veis no relacionamento para impedir um casamento ao m?ximo. Mackenzie sentiu que estava pronta para se casar, mas Zack parecia aterrorizado com a ideia. Eles estavam juntos h? tr?s anos e, enquanto os dois tinham sido ?timos, a ?ltima parte da rela??o tinha sido baseada em monotonia e no medo de Zack de ficar sozinho ou se casar. Se ele pudesse ficar em cima do muro, com Mackenzie logo abaixo como sua rede de prote??o, ele ficaria feliz. Ao pegar dois pratos sujos da mesa de caf? e passar por cima de um CD de Xbox que estava no ch?o, Mackenzie se perguntou se talvez havia chegado a hora de acabar com aquilo. Mais do que isso, ela n?o tinha certeza de que se casaria com Zack se ele a pedisse em casamento amanh?. Ela o conhecia muito bem; ela j? tinha visualizado como seria estar casada com ele, e francamente, n?o era muito promissora a ideia. Ela estava presa em um relacionamento sem sa?da, com um parceiro que n?o a apreciava. Da mesma forma, ela percebeu, estava presa em um trabalho com colegas que n?o gostam dela. Sua vida inteira se sentindo presa. Ela sabia que mudan?as precisavam ser feitas, mas pareciam muito intimidadoras para ela. E fonte de um certo n?vel de exaust?o, ela simplesmente n?o tina a energia para isso. Mackenzie retirou-se para o banheiro e fechou a ?gua. Ondas de vapor sa?am de dentro da ?gua, como um convite. Ela ficou nua, olhando para si mesma no espelho e se tornando cada vez mais consciente de que ela havia perdido oito anos de sua vida com um homem que n?o tinha nenhum desejo real de ter uma vida com ela. Ela sentiu que era atraente de um jeito simples. Seu rosto era lindo (talvez mais quando ela usava o cabelo com um rabo de cavalo) e ela tinha uma imagem vigorosa, um pouco magra e musculosa. Sua barriga era chapada e dura—tanto que Zack, ?s vezes, brincava falando que sua barriga era um pouco intimidante. Ela escorregou na banheira, a cerveja repousava sobre a pequena mesa de toalhas ao lado dela. Ela soltou um suspiro profundo e deixou a ?gua quente fazer o seu trabalho. Ela fechou os olhos e relaxou o melhor que p?de, mas a imagem dos olhos de Kevin Lizbrook voltava ? sua mem?ria como um loop constante. A quantidade de tristeza neles era quase insuport?vel, falando de uma dor que Mackenzie havia conhecido uma vez, mas que tinha conseguido empurrar para longe do seu cora??o. Ela fechou os olhos e cochilou, a imagem a assombrava o tempo todo. Ela sentiu uma presen?a palp?vel, como se Hailey Lizbrook estivesse ali com ela agora, pedindo para que ela resolva o mist?rio de seu assassinato. * Zack chegou em casa uma hora mais tarde, rec?m-sa?do de um turno de doze horas em uma f?brica t?xtil local. Toda vez Mackenzie sentia o cheiro de sujeira, suor e graxa que vinha dele, ela se lembrava de como Zack tinha pouca ambi??o. Mackenzie n?o tinha problema com o trabalho em si; era um trabalho respeit?vel feito para homens criados para o trabalho duro e dedica??o. Mas Zack tinha era bacharel, ele tinha a inten??o de conseguir um lugar no programa de mestrado para se tornar um professor. Esse plano terminou h? cinco anos e ele ficou preso no papel de gerente de turnos na f?brica t?xtil desde ent?o. Mackenzie estava em sua segunda cerveja no momento em que ele entrou, estava sentada na cama e lendo um livro. Ela achou que adormeceria por volta das tr?s ou mais; faltavam s?lidas cinco horas antes de partir para o trabalho ?s nove da manh? seguinte. Ela nunca ligou muito para o sono e descobriu que nas noites em ela dormia mais de seis horas, ela ficava let?rgica e irritadi?a no dia seguinte. Zack entrou no c?modo com suas roupas sujas de trabalho. Ele chutou os sapatos ao lado da cama enquanto ele a olhava. Ela estava usando um top e shorts de ciclista. "Oi, querida", ele disse, seus olhos observavam ela inteira. "Ent?o, ? bom vir para casa." "Como foi seu dia?", ela perguntou, mal olhando para ele por cima de seu livro. "Foi tudo bem", disse ele. "Ent?o eu cheguei em casa e a vi assim e o dia ficou muito melhor." Com isso, ele se arrastou para a cama e diretamente em sua dire??o. Sua m?o foi para a lateral do rosto dela quando ele se inclinou para um beijo. Ela deixou cair o livro e se afastou imediatamente. "Zack, voc? est? louco?", perguntou ela. "O qu??", ele perguntou, claramente confuso. "Voc? est? absolutamente imundo. E nem pensou em tomar um banho, voc? est? passando sujeira e gordura e s? Deus sabe o que mais para os len??is. " "Ah, meu Deus," Zack disse, irritado. Ele rolou para fora da cama, propositadamente se cobrindo o m?ximo que podia. "Por que voc? ? t?o r?gida?" "Eu n?o sou r?gida", disse ela. "Eu s? prefiro n?o viver em um chiqueiro. Ali?s, obrigada pela limpeza feita antes de sair para o trabalho ". "Nossa, ? t?o bom estar em casa", Zack zombou, entrando no banheiro e fechando a porta. Mackenzie suspirou e engoliu logo o resto de sua cerveja. Ela ent?o olhou atrav?s do c?modo onde as botas de trabalho sujas de Zack ainda estavam no ch?o—onde elas ficariam at? o dia seguinte. Ela tamb?m sabia que, quando ela se levantasse de manh? e fosse para o se aprontar, ela encontraria as roupas sujas dele em uma pilha no ch?o. V? para o inferno, pensou, voltando ao seu livro. Ela leu apenas algumas p?ginas, enquanto ouvia a ?gua do banho de Zack. Ela, ent?o, largou o livro de lado e voltou para a sala de estar. Ela pegou sua pasta, levou-a para o quarto, e tirou os arquivos mais atualizados sobre o assassinato de Lizbrook que ela havia recuperado no posto antes de vir para casa. Por mais que ela quisesse descansar, mesmo por algumas horas, ela n?o conseguiria. Ela olhou os arquivos, vasculhando por qualquer detalhe que pudesse ter sido negligenciado. Quando ela estava certa de que tudo tinha sido analisado, ela mais uma vez viu os olhos cheios de l?grimas de Kevin e isso a impulsionou a olhar novamente. Mackenzie estava t?o encantada com os arquivos que ela n?o percebeu Zack entrando no c?modo. Ele cheirava muito melhor agora e, com apenas uma toalha em torno de sua cintura, parecia muito melhor, tamb?m. "Desculpe-me pelos len??is," Zack disse, quase distraidamente, enquanto ele deixou cair a toalha e deslizou para dentro de uma cueca boxer. "Eu… Eu n?o sei… Eu n?o me lembro da ?ltima vez que voc? realmente prestou aten??o em mim." "Voc? quer dizer sexo?", perguntou ela. Surpreendentemente, ela descobriu que ela estava, na verdade, a fim de sexo. Poderia ser o que ela precisava para finalmente relaxar e dormir. "N?o apenas sexo", disse Zack. "Eu quero dizer qualquer tipo de aten??o. Eu chego em casa e voc? j? est? dormindo ou olhando casos do seu trabalho." "Bem, isso foi depois de eu ter juntado o seu lixo do dia", disse ela. "Voc? vive como um menino que est? esperando a mam?e limpar a bagun?a dele. Ent?o sim, ?s vezes, mergulho no trabalho para esquecer o qu?o frustrante voc? pode ser”. "Ent?o isso de novo?", ele perguntou. "De novo o qu??" "De novo voc? usando o trabalho como uma forma de me ignorar." "Eu n?o uso o trabalho como uma maneira de ignor?-lo, Zack. Neste momento, estou mais preocupada em descobrir quem brutalmente matou a m?e de dois meninos do que ter certeza de que voc? tem a aten??o que precisa." "Isso a?", disse Zack, "? por isso que eu n?o tenho pressa para me casar. Voc? j? est? casada com o seu trabalho." Havia cerca de mil observa??es que ela poderia cuspir de volta para ele, mas Mackenzie sabia que n?o fazia nenhum sentido. Ela sabia que ele estava, de certa forma, certo. Quase todas as noites, ela achava os casos que trazia para casa mais interessantes do que Zack. Ela ainda o amava, sem d?vidas, mas n?o havia nada novo na vida dele—nenhum desafio. "Boa noite", disse ele amargamente enquanto se arrastou para a cama. Ela olhou para as costas nuas dele e se perguntou se era, de alguma forma, sua responsabilidade dar-lhe aten??o. Isso faria dela uma boa namorada? Isso faria dela um melhor investimento para um homem que tinha pavor de casamento? Com a ideia de sexo agora como um impulso esquecido, Mackenzie simplesmente deixou para l? e voltou para os arquivos do caso. Se sua vida pessoal tinha que ficar em segundo plano, ent?o que assim seja. Esta vida, a vida do caso, parecia mais real para ela de qualquer forma. * Mackenzie entrou no quarto dos pais, e antes de passar pelo batente da porta, ela sentiu o cheiro de algo que fez o seu est?mago de crian?a de sete anos de idade contrair. Era uma esp?cie de cheiro picante, lembrando-a do interior do seu cofrinho—um cheiro como o cobre das moedas. Ela entrou no quarto e viu o p? da cama, uma cama que sua m?e n?o dormia h? cerca de ano por a?—uma cama que parecia grande demais para apenas o seu pai. Ela o viu l?, pernas balan?ando do lado da cama, bra?os espalhados como se estivesse tentando voar. Havia sangue por toda parte: na cama, na parede, at? mesmo no teto. Sua cabe?a estava virada para a direita, como se ele estivesse olhando para longe dela. Ela imediatamente soube que ele estava morto. Ela deu um passo em dire??o a ele, os p?s descal?os pisando por cima de manchas grudentas de sangue, ela n?o queria se aproximar mas precisava. "Papai", ela sussurrou, j? chorando. Ela estendeu a m?o, aterrorizada, mas atra?da como um ?m?. De repente, ele se virou e olhou para ela, ainda morto. Mackenzie gritou. Mackenzie abriu os olhos e olhou ao redor do quarto em um lampejo de confus?es. Os dossi?s estavam em seu colo, espalhados. Zack estava dormindo ao seu lado, ainda de costas para ela. Ela respirou fundo, limpando o suor da testa. Foi apenas um sonho. E ent?o ela ouviu o rangido. Mackenzie congelou. Ela olhou para a porta do quarto e lentamente saiu da cama. Ela ouviu o ranger de uma t?bua fraca da sala de estar, um som que ela s? ouvia quando algu?m estava andando na sala de estar. Claro, ela estava dormindo e, no meio de um pesadelo, mas ela tinha sim ouvido aquele barulho. N?o tinha? Ela saiu da cama e agarrou sua arma de trabalho que estava no topo de sua c?moda onde ficavam o seu distintivo e uma bolsa pequena. Ela calmamente inclinou-se em torno do batente da porta e foi para o corredor. O brilho ambiente dos postes da rua era filtrado pelas persianas da sala, revelando um c?modo vazio. Ela entrou no c?modo, segurou a arma em uma posi??o ofensiva. Seu instinto lhe dizia que n?o havia ningu?m l?, mas ela ainda assim tremia. Ela sabia que tinha ouvido o assoalho rangendo. Ela caminhou para a ?rea da sala de estar, em frente da mesa de caf?, e ouviu o ranger. Do nada, a imagem de Hailey Lizbrook cruzou sua mente. Ela viu as chicotadas nas costas da mulher e as impress?es na terra. Ela estremeceu. Ela olhou em sil?ncio para a arma em suas m?os e tentou se lembrar da ?ltima vez em que um caso havia lhe envolvido tanto. Que diabos ela estava pensando? Que o assassino estava em sua sala de estar, se aproximando sorrateiramente dela? Irritada, Mackenzie voltou para o quarto. Ela calmamente colocou a arma de volta no topo do m?vel e foi para o seu lado na cama. Ainda se sentindo um pouco assustada e com os restos de seu sonho flutuando em sua cabe?a, Mackenzie deitou-se. Ela fechou os olhos e tentou encontrar o sono novamente. Mas ela sabia que seria dif?cil chegar l?. Ela sabia que estava atormentada, pelos vivos e pelos mortos. CAP?TULO SETE Mackenzie n?o se lembrava de um tempo em que o posto estivesse t?o ca?tico. A primeira coisa que viu quando entrou pela porta da frente foi Nancy correndo pelo corredor at? o escrit?rio de algu?m. Ela nunca tinha visto Nancy se movimentando t?o rapidamente. Al?m disso, havia olhares ansiosos nos rostos de todos os oficiais pelos quais ela passou em seu caminho para a sala de confer?ncia. Parecia que ia ser um dia agitado. Havia uma tens?o no ar que lembrava espessura da atmosfera, pouco antes de uma tempestade ver?o. Ela mesma sentiu um pouco da tens?o, mesmo antes de deixar sua casa. Ela recebeu a primeira chamada ?s 7:30, informando-a de que eles entrariam em a??o com rela??o ? pista dentro de poucas horas. Aparentemente, enquanto ela estava dormindo, a pista conseguida atrav?s do Kevin acabou sendo muito promissora. Um mandado foi adquirido e um plano estava sendo posto em pr?tica. Uma coisa j? havia sido estabelecida: Nelson queria que Porter e ela trouxessem o suspeito. Os dez minutos que ela passou no posto foram um turbilh?o. Enquanto ela tomava rapidamente uma x?cara de caf?, Nelson estava latindo ordens para todos, enquanto Porter sentou-se solenemente em uma cadeira na mesa de confer?ncia. Porter parecia uma crian?a fazendo beicinho ? procura de qualquer aten??o que pudesse obter. Ela sabia que isso devia estar corroendo ele, pois a pista tinha vindo de um menino com o qual Mackenzie conversou—um menino que ele estava disposto a n?o dar aten??o. Mackenzie e Porter lideravam, e outros dois carros foram atribu?dos para sair atr?s deles para ajudar, quando necess?rio. Foi a quarta vez em sua carreira que ela tinha sido encarregada de uma batida policial, e a descarga de adrenalina tinha o mesmo efeito. Apesar da onda de energia fluindo atrav?s dela, Mackenzie manteve-se calma e serena. Ela saiu da sala de confer?ncias com equil?brio e confian?a, come?ando a ter a sensa??o de que agora este caso era dela, n?o importa o quanto Porter quisesse isso. No seu caminho, Nelson se aproximou dela e levou-a suavemente pelo bra?o. "White, deixe-me falar com voc? por um segundo, t??" Ele a levou para o lado, guiando-a para a sala das copiadoras antes que ela pudesse responder. Ele olhou em volta conspiratoriamente, certificando-se de que ningu?m poderia ouvi-los. Quando teve certeza de que estavam a s?s, ele olhou para ela de um modo que a fez se perguntar se ela tinha feito algo de errado. "Olha," Nelson disse, "Porter veio a mim ontem ? noite e pediu para ser transferido. Eu na mesma hora disse que n?o. Eu tamb?m disse que ele seria burro se sa?sse do caso neste momento. Voc? sabe por que ele queria ser transferido? " "Ele acha que eu pisei no calo dele na noite passada", disse Mackenzie. "Mas ficou claro que as crian?as n?o estavam respondendo a ele, e que ele n?o iria tentar com afinco conversar com elas." "Nossa, voc? n?o tem que explicar isso para mim", disse Nelson. "Eu acho que voc? fez um trabalho muito bom com aquele garoto mais velho. O garoto ainda disse para alguns dos outros caras que foram l?—incluindo os do servi?o social—que ele realmente gostou de voc?. Eu s? queria que voc? soubesse que o Porter est? em p? de guerra hoje. Se ele for filho da m?e com voc?, me avise. Mas eu n?o acho que ele ser?. Ele n?o ? um grande f? seu, mas ele quase me disse que respeita voc? para caralho. Mas isso fica entre n?s. Entendeu?" "Sim, senhor", disse Mackenzie, surpresa com o s?bito apoio e encorajamento. "Tudo bem, ent?o", disse Nelson, batendo de leve nas suas costas. "V? pegar o nosso homem." Com isso, Mackenzie saiu para o estacionamento onde Porter j? estava sentado atr?s do volante de seu carro. Ele lhe deu uma olhada do tipo por que diabos est? demorando tanto enquanto ela corria para o carro. No momento em que ela entrou, Porter arrancou para fora do estacionamento antes mesmo de Mackenzie fechar a porta. "Imagino que voc? pegou o relat?rio completo sobre o nosso cara, esta manh??" Porter perguntou enquanto entrava na estrada. Dois outros carros seguiam eles, com Nelson e quatro outros oficiais de suporte, se necess?rio. "Sim", disse Mackenzie. "Clive Traylor, um cara de quarenta e um anos de idade, agressor sexual com passagem. Passou seis meses na pris?o por assalto ? uma mulher em 2006. Ele atualmente trabalha em uma farm?cia local, mas ele tamb?m trabalha com carpintaria fora de um pequeno barrac?o em sua propriedade." "Ah, voc? deve ter perdido a ?ltima mensagem enviada por Nancy", disse Porter. "Ser??", perguntou ela. "O que eu perdi?" "O bastardo tem v?rios postes de madeira atr?s de seu barrac?o. Os dados mostram que eles s?o quase do mesmo tamanho daquele que encontramos no milharal." Mackenzie rolou atrav?s de seus e-mails em seu telefone e viu que Nancy tinha enviado o memorando a menos de dez minutos atr?s. "Parece que ? o nosso cara, ent?o", disse ela. "Isso mesmo", disse Porter. Ele estava falando como um rob?, como se ele tivesse sido programado para dizer certas coisas. Ele n?o olhou para ela uma ?nica vez. Era claro que ele estava chateado, mas tudo bem com rela??o ? Mackenzie. Enquanto ele usasse a raiva e a determina??o para trazer o suspeito, ela n?o se importaria. "Eu vou colocar os pingos nos is", disse Porter. "Fiquei muito irritado quando voc? assumiu ontem ? noite. Mas eu seria amaldi?oado se voc? fizesse aquele tipo de “milagre” naquele menino. Voc? ? melhor do que eu imaginava. Eu vou ter que admitir isso. Mas o desrespeito…" Ele parou de falar, como se n?o tivesse certeza de como terminar a fala. Mackenzie n?o disse nada. Ela simplesmente olhou para a frente e tentou digerir o fato de que ela tinha acabado de receber “quase elogios” de duas fontes muito improv?veis nos ?ltimos quinze minutos. De repente, ela sentiu que este poderia ser um dia muito bom. Esperemos que, no final do dia, eles trouxessem o homem respons?vel pela morte de Hailey Lizbrook e v?rios outros assassinatos n?o resolvidos ao longo dos ?ltimos vinte anos. Se isso era a recompensa, ela certamente poderia tolerar o humor azedo de Porter. * Mackenzie olhou para fora e se sentiu deprimida, enquanto observava os bairros mudarem diante de seus olhos enquanto Porter dirigia para os sub?rbios mais abandonados de Omaha. Pr?speras ?reas deram lugar aos complexos de apartamentos de baixa renda, que depois se dissolveram em afastados bairros mais s?rdidos. Logo que chegaram no bairro de Clive Traylor, feito de casas de baixa renda assentadas em gramados quase mortos, com caixas de correio tortas ao longo da rua. As fileiras e fileiras de casas nunca pareciam ter fim, cada uma parecia ser menos cuidada do que a pr?xima. Ela n?o sabia o que era mais deprimente para ela: seu estado negligenciado, ou a monotonia entorpecente. O bairro de Clive era tranquilo, e enquanto eles desciam, Mackenzie sentiu a familiar descarga de adrenalina. Ela sentou-se involuntariamente, se preparando para enfrentar um assassino. De acordo com a equipe de vigil?ncia que estava observando a propriedade desde 3 horas da manh?, Traylor ainda estava em casa. Ele n?o tinha que bater o ponto no trabalho at? uma da tarde. Porter desacelerou seu carro ao dirigir mais acima da rua e estacionou na frente da casa de Traylor. Ele ent?o olhou para Mackenzie, pela primeira vez naquela manh?. Ele parecia um pouco nervoso. Ela percebeu que deveria parecer nervosa tamb?m. E, no entanto, apesar de suas diferen?as, Mackenzie ainda se sentia segura correndo um perigo potencial ao lado dele. Machista dur?o ou n?o, aquele homem era experiente e sabia o que estava fazendo a maior parte do tempo. "Voc? est? pronta?" Porter perguntou para ela. Ela assentiu com a cabe?a e puxou o microfone da unidade de r?dio do painel. "White falando", disse ela ao microfone. "Estamos prontos para agir assim que mandar." "V?", foi a resposta simples de Nelson. Mackenzie e Porter sa?ram do carro lentamente, n?o querendo dar ao Traylor qualquer motivo para alarme, se ele olhasse para fora da janela e visse dois estranhos andando at? o seu gramado. Porter assumiu a lideran?a enquanto subiam os degraus fr?geis da varanda. A varanda estava coberta por uma tinta branca que se soltava em flocos e as cascas de in?meros insetos mortos. Mackenzie sentiu-se tensa, preparando-se. O que ela faria quando ela visse o rosto do homem que havia assassinado aquelas mulheres? Porter abriu a porta de tela fr?gil e bateu na porta da frente. Mackenzie estava ao lado dele, esperando, com o cora??o batendo forte. Ela p?de sentir que as palmas das suas m?os come?aram a suar. Alguns segundos se passaram antes que ela ouvisse passos se aproximando. Veio o clique de um cadeado sendo desengatado, a porta se abriu um pouco mais do que uma fresta, e Clive Traylor olhou para eles. Ele parecia confuso—e em seguida, muito alarmado. "Posso ajud?-los?", perguntou Traylor. "Sr. Traylor, "Porter disse:" Sou o detetive Porter e esta ? a detetive White. Se voc? tem um momento, gostar?amos de falar com voc?. " "Em rela??o ao que?", perguntou Traylor, instantaneamente na defensiva. "Sobre um crime que foi cometido duas noites atr?s", disse Porter. "N?s apenas temos algumas perguntas e, se voc? responder honestamente, n?s vamos cair fora em cinco ou dez minutos." Traylor pareceu considerar isso por um momento. Mackenzie conhecia com certeza a sucess?o l?gica que maquinava em sua cabe?a. Ele tinha passagem como criminoso sexual, e qualquer resist?ncia para ajudar a pol?cia levantaria suspeitas e talvez ainda mais investiga??o sobre as atividades atuais do Traylor. Essa era a ?ltima coisa que um homem como Clive Traylor queria. "Sim, entrem," Traylor finalmente disse, claramente n?o satisfeito com a situa??o. Ainda assim, ele abriu a porta e levou-os para uma casa que mais parecia um quarto de dormit?rio universit?rio. Havia livros empilhados em todos os lugares, latas de cerveja vazias espalhadas aqui e ali, e pilhas de roupas esporadicamente colocados em qualquer superf?cie dispon?vel. O lugar cheirava como se Traylor tivesse queimado recentemente algo no fog?o. Ele levou-os para a sua pequena sala de estar, e Mackenzie reparou em tudo, analisando cada coisa rapidamente para determinar se esta era a casa de um assassino. Havia mais roupas em forma de trouxa no sof? e a mesa de caf? estava cheia de pratos sujos e um laptop. Vendo tal desordem Mackenzie percebeu que talvez os h?bitos de Zack n?o eram t?o ruins quanto ela pensava. Traylor n?o lhes mandou sentar—o que era bom, porque de nenhuma maneira Mackenzie sentaria em qualquer lugar daquela casa. Конец ознакомительного фрагмента. Текст предоставлен ООО «ЛитРес». Прочитайте эту книгу целиком, купив полную легальную версию (https://www.litres.ru/pages/biblio_book/?art=43693399&lfrom=688855901) на ЛитРес. Безопасно оплатить книгу можно банковской картой Visa, MasterCard, Maestro, со счета мобильного телефона, с платежного терминала, в салоне МТС или Связной, через PayPal, WebMoney, Яндекс.Деньги, QIWI Кошелек, бонусными картами или другим удобным Вам способом.
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