Что же есть у меня? Дыры в драных карманах, Три морщины на лбу, Да истёртый пятак... Но не жалко ни дня- Мне судьбою приданных, Хоть порой я живу Поподая в просак. Всё что есть у меня: Совесть, честь и уменье. Я отдам не скупясь- Просто так за пустяк. За постель у огня, Доброту без стесненья. И за то, что простясь, Не забыть мне ни как... Всё ч

Antes Que Ele Precise

Antes Que Ele Precise Blake Pierce Um Enigma Mackenzie White #5 De Blake Pierce, autor do best-seller SEM PISTAS (seu bestseller n?1 com mais de 900 avalia??es cinco estrelas), vem o livro n? 5 da s?rie que faz nossos cora??es baterem mais forte, a s?rie de enigmas Mackenzie White. Em ANTES QUE ELE PRECISE (Um Enigma da S?rie Mackenzie White – Livro 5), a Agente especial do FBI, Mackenzie White, foi convocada para solucionar um caso in?dito: a v?tima n?o ? um homem ou uma mulher, mas um casal. O terceiro casal encontrado morto em suas pr?prias casas este m?s. Quando Mackenzie e o FBI tentavam descobrir quem iria querer ver casais felizes mortos, sua busca a leva profundamente para um mundo perturbador, uma subcultura. Ela rapidamente descobre que nem tudo ? o que parece por tr?s das cercas perfeitas das casas de luxo, e que o obscuro se esconde at? mesmo nas fam?lias que aparentam ser as mais felizes. Quando a sua ca?a se transforma em um jogo mortal de gato e rato, Mackenzie, ainda lutando para encontrar o assassino de seu pr?prio pai, percebe que ela pode ter ido muito longe e que o assassino que ela procura pode ser o mais evasivo de todos: assombrosamente uma pessoa normal. Um suspense psicol?gico obscuro que far? o seu cora??o pulsar, ANTES QUE ELE PRECISE ? o livro n? 5 de uma nova s?rie totalmente fascinante – com uma personagem apaixonante – que far? voc? virar p?ginas e p?ginas at? tarde da noite. O livro n? 6 da s?rie de enigmas Mackenzie White estar? dispon?vel em breve. Tamb?m disponibilizado pelo autor Blake Pierce ? SEM PISTAS (Um Enigma da S?rie Riley Paige – Livro n? 1), o bestseller n? 1 do escritor com mais de 900 avalia??es cinco estrelas e download gratuito! BLAKE PIERCE ANTES QUE ELE PRECISE (UM ENIGMA DA S?RIE MACKENZIE WHITE – LIVRO 5) Blake Pierce Blake Pierce ? o autor da s?rie de enigmas RILEY PAGE, com doze livros (com outros a caminho). Blake Pierce tamb?m ? o autor da s?rie de enigmas MACKENZIE WHITE, composta por oito livros (com outros a caminho); da s?rie AVERY BLACK, composta por seis livros (com outros a caminho), da s?rie KERI LOCKE, composta por cinco livros (com outros a caminho); da s?rie de enigmas PRIM?RDIOS DE RILEY PAIGE, composta de dois livros (com outros a caminho); e da s?rie de enigmas KATE WISE, composta por dois livros (com outros a caminho). Como um ?vido leitor e f? de longa data do g?nero de suspense, Blake adora ouvir seus leitores, por favor, fique ? vontade para visitar o site www.blakepierceauthor.com (http://www.blakepierceauthor.com/) para saber mais a seu respeito e tamb?m fazer contato. Direitos Autorais © 2016 por Blake Pierce. Todos os direitos reservados. Exceto conforme o permitido sob as Leis Americanas de Direitos Autorais (EUA Copyright Act, de 1976), nenhuma parte desta publica??o pode ser reproduzida, distribu?da ou transmitida de qualquer forma ou por qualquer meio, ou armazenada em um sistema de banco de dados ou de recupera??o, sem a pr?via autoriza??o do autor. Este ebook ? licenciado apenas para seu prazer pessoal. Este ebook n?o pode ser revendido ou distribu?do para outras pessoas. Se voc? gostaria de compartilhar este livro com outra pessoa, adquira uma c?pia adicional para cada destinat?rio. Se voc? est? lendo este livro e n?o o comprou, ou ele n?o foi comprado apenas para o seu uso, ent?o, por favor, devolva o livro e compre a sua pr?pria c?pia. Obrigado por respeitar o trabalho duro deste autor. Esta ? uma obra de fic??o. Nomes, personagens, empresas, organiza??es, locais, eventos e incidentes s?o um produto da imagina??o do autor ou s?o usados ficticiamente. Qualquer semelhan?a com pessoas reais, vivas ou mortas, ? mera coincid?ncia. Jacket image lassedesignen Copyright, imagem usada sob licen?a da Shutterstock.com. LIVROS DE BLAKE PIERCE S?RIE UM THRILLER PSICOL?GICO DE CHLOE FINE A PR?XIMA PORTA (Livro #1) A MENTIRA MORA AO LADO (Livro #2) S?RIE UM MIST?RIO DE KATE WISE SE ELA SOUBESSE (Livro #1) SE ELA VISSE (Livro #2) S?RIE OS PRIM?RDIOS DE RILEY PAIGE ALVOS A ABATER (Livro #1) ? ESPERA (Livro #2) A CORDA DO DIABO (Livro #3) AMEA?A NA ESTRADA (Livro #4) S?RIE UM MIST?RIO DE RILEY PAIGE SEM PISTAS (Livro #1) ACORRENTADAS (Livro #2) ARREBATADAS (Livro #3) ATRA?DAS (Livro #4) PERSEGUIDA (Livro #5) A CAR?CIA DA MORTE (Livro #6) COBI?ADAS (Livro #7) ESQUECIDAS (Livro #8) ABATIDOS (Livro #9) PERDIDAS (Livro #10) ENTERRADOS (Livro #11) DESPEDA?ADAS (Livro #12) SEM SA?DA (Livro #13) S?RIE UM ENIGMA DE MACKENZIE WHITE ANTES QUE ELE MATE (Livro #1) ANTES QUE ELE VEJA (Livro #2) ANTES QUE ELE COBICE (Livro #3) ANTES QUE ELE LEVE (Livro #4) ANTES QUE ELE PRECISE (Livro #5) ANTES QUE ELE SINTA (Livro #6) ANTES QUE ELE PEQUE (Livro #7) ANTES QUE ELE CACE (Livro #8) S?RIE UM MIST?RIO DE AVERY BLACK RAZ?O PARA MATAR (Livro #1) RAZ?O PARA CORRER (Livro #2) RAZ?O PARA SE ESCONDER (Livro #3) RAZ?O PARA TEMER (Livro #4) S?RIE UM MIST?RIO DE KERI LOCKE RASTRO DE MORTE (Livro #1) RASTRO DE UM ASSASSINO (Livro #2) PREF?CIO Joey Nestler sabia que ele seria um bom policial um dia. Seu pai tinha sido policial e tamb?m o seu av?. O av? de Joey, na verdade, levou um tiro no peito em 1968, causando a sua aposentadoria antecipada. Ser um policial estava no sangue de Joey e mesmo tendo apenas 28 anos de idade e recebendo atribui??es insignificantes, ele sabia que um dia chegaria ao topo. Hoje n?o foi o dia, no entanto. Tinham-lhe atribu?do outra tarefa est?pida. Joey sabia que ele tinha pelo menos mais seis meses de atribui??es est?pidas como essas. Estava tudo bem para ele. Viajar pelo litoral de Miami em um carro da pol?cia durante o final da primavera era um bom neg?cio. As mo?as estavam ansiosas para usar seus shorts curtos e biqu?nis j? que o clima ficou mais agrad?vel, e tais coisas eram mais f?ceis de prestar aten??o e apreciar quando ele era incumbido de tarefas secund?rias. Ele pretendia voltar a inspecionar as ruas em busca dessas belezas quando percebeu que havia recebido a sua mais recente tarefa. Ele estacionou na frente das casas chiques, cada novo conjunto de casas era cercado por um conjunto pretensiosamente bem conservado de palmeiras. Ele saiu do carro de patrulha sem nenhuma pressa, tinha quase certeza de que ele estava prestes a entrar em um simples caso de conflito dom?stico. Mesmo assim, ele teve que admitir que os detalhes da tarefa despertaram a sua curiosidade. Uma mulher ligou para a delegacia naquela manh?, alegando que sua irm? n?o estava atendendo telefonemas ou e-mails. Normalmente, isso n?o desperta muito interesse, mas quando eles acharam o endere?o da irm?, a casa estava logo ao lado de uma moradia que foi denunciada com uma queixa de barulho na noite anterior. Aparentemente, um c?o tinha latido furiosamente toda a noite. Telefonemas e batidas na porta para que os propriet?rios calassem a boca n?o foram respondidos. E quando a pol?cia ligou para a mulher de novo para perguntar sobre sua irm?, foi confirmado que sua irm?, de fato, tinha um c?o. E agora aqui estou eu, Joey pensou enquanto subia as escadas para a porta da frente. Ele j? tinha parado na porta do escrit?rio do propriet?rio para pegar uma chave, e isso por si s? tornou a tarefa um pouco mais interessante do que suas atribui??es t?picas. Ainda assim, ele sentiu-se subutilizado e um pouco bobo quando bateu na porta. Dado tudo o que sabia sobre o caso, ele nem sequer esperava uma resposta. Ele bateu de novo e de novo, o cabelo suando sob o seu bon? ao sol. Depois de dois minutos, ainda sem resposta. Ele n?o se surpreendeu. Joey tirou a chave e abriu a porta. Ele abriu-a um pouco e gritou l? dentro. –Ol?? Sou o Oficial Nestler do DP de Miami. Estou entrando na casa e– O latido de um c?o pequeno o interrompeu, ele veio correndo na dire??o dele. Era um terrier Jack Russell e mesmo fazendo o seu melhor para intimidar o homem estranho na porta, ele tamb?m parecia um pouco assustado. Suas pernas traseiras estavam tremendo. —Ei, amigo, Joey disse quando entrou. Onde est?o a sua mam?e e o seu papai? O c?ozinho choramingou. Joey deu um passo ainda mais para dentro da casa. Ele deu dois passos no pequeno hall de entrada, indo para a sala de estar, quando sentiu o fedor horr?vel. Ele olhou para o c?o e franziu a testa. —Ningu?m tem deixado voc? sair, n?o ?? O c?o mexeu sua cabe?a, deixando-a pendurada, como se tivesse compreendido perfeitamente a pergunta e tivesse vergonha do que tinha feito. Joey entrou na sala de estar, ainda gritando e chamando para ver se havia algu?m. —Ol?? Estou procurando o Sr. ou a Sra. Kurtz. Novamente, sou o Oficial Nestler do DP de Miami. Mas ele n?o obteve resposta, e tinha certeza que n?o obteria. Ele passou atrav?s da sala de estar, encontrando-a impec?vel. Ele ent?o entrou na cozinha adjacente e colocou a m?o no rosto para cobrir a boca e o nariz. A cozinha era onde o c?o decidiu usar como banheiro; havia po?as de urina por todo o ch?o e duas pilhas de fezes na frente da geladeira. Vasilhas vazias, sem comida e ?gua estavam do outro lado da cozinha. Sentindo-se mal pelo c?o, Nestler encheu a tigela de ?gua da pia da cozinha. O c?o come?ou a beb?-la avidamente quando Nestler saiu da cozinha. Ele ent?o foi para o lance de escadas logo do lado de fora da sala e continuou. Quando ele veio para o corredor no topo, Joey Nestler sentiu o que seu pai chamava de instinto de um policial pela primeira vez em sua carreira. Ele soube imediatamente que algo estava errado ali. Ele sabia que encontraria algo ruim, algo que ele n?o esperava. Ele sacou a arma, sentindo-se um pouco bobo enquanto caminhava pelo corredor. Ele passou por um banheiro (onde encontrou outra po?a de urina do c?o) e um pequeno escrit?rio. O escrit?rio era meio bagun?ado, mas n?o havia sinais de perigo ou alertas. No fim do corredor, uma terceira e ?ltima porta aberta, revelando o quarto principal. Nestler parou na porta, o seu sangue esfriou. Ele olhou durante um total de cinco segundos antes de pisar l? dentro. Um homem e uma mulher—presumivelmente Sr. e Sra. Kurtz—deitados mortos na cama. Ele sabia que eles n?o estavam dormindo devido ? quantidade de sangue no len??is, paredes e tapetes. Joey deu dois passos para dentro, mas parou. Isso n?o era para ele. Ele precisava pedir apoio em antes de ir mais longe. Al?m disso, ele podia ver tudo o que precisava de onde estava. O Sr. Kurtz tinha sido esfaqueado no peito. A Sra. Kurtz tinha a garganta cortada de orelha a orelha. Joey nunca tinha visto tanto sangue em sua vida. Era quase vertiginosa a cena. Ele saiu do quarto, sem pensar em seu pai ou av?, sem pensar no grande policial que um dia ele queria ser. Ele emocionalmente desabou l? fora, chegou ao final das escadas, e lutou contra uma onda intensa de n?useas. Enquanto ele se atrapalhava com o microfone de ombro em seu uniforme, ele viu o Jack Russell que vinha correndo para fora da moradia, mas n?o se importou. Ele e o c?ozinho ficaram na frente da casa quando Nestler ligou para pedir apoio, o c?o latindo para o c?u como se de alguma forma pudesse mudar os horrores que tinham acontecido l? dentro. CAP?TULO UM Mackenzie White sentou-se em sua cabine e habitualmente correu seu dedo indicador ao longo das bordas de um cart?o de visita. Era um cart?o de visita no qual ela fixou sua aten??o h? v?rios meses, um cart?o que estava de alguma forma ligado ao seu passado. Ou, mais especificamente, ao assassinato de seu pai. Ela voltava para ele sempre que encerrava um caso, perguntando-se quando se permitiria ter algum tempo fora do expediente de trabalho como uma Agente para que pudesse voltar a Nebraska e ver a cena de morte de seu pai com olhos revigorados, um olhar sem ser regulado por uma mentalidade de Agente do FBI. O trabalho estava fazendo ela se sentir desgastada ultimamente e com cada caso encerrado por ela, a atra??o pelo mist?rio que envolve o seu pai ficou mais forte. Estava ficando t?o forte que estava sentindo menos o sentimento de realiza??o, quando encerrava um caso. O mais recente tinha sido pegar dois homens que planejavam levar coca?na para uma escola de Baltimore. O trabalho durou tr?s dias e tudo ocorreu de forma t?o f?cil que nem parecia trabalho. Teve mais do que uma partilha justa de casos not?veis desde que chegou ? Quantico e foi empurrada atrav?s de um turbilh?o de a??es, negocia??es de bastidores, e escapadas por um triz. Ela tinha perdido um parceiro, conseguiu irritar praticamente todos os supervisores que ela j? teve, e fez seu nome na corpora??o. A ?nica coisa que n?o tinha era um amigo. Havia o Ellington, com certeza, mas havia algum tipo de qu?mica contaminante entre ele, o que tornava uma amizade algo dif?cil. E ela tinha oficialmente dado em cima dele, de qualquer maneira. Ele a rejeitou duas vezes at? agora—por diferentes raz?es—e n?o seria feita de boba de novo. Estava bem por sua rela??o de trabalho ser a ?nica coisa que os mantinha juntos. Ao longo das ?ltimas semanas, ela tamb?m chegou a conhecer o seu novo parceiro—um novato desajeitado, mas ansioso de nome Lee Harrison. Ele recebeu uma variedade de pap?is, ocupa??es, e pesquisas, mas estava fazendo um trabalho espl?ndido. Sabia que o Diretor McGrath estava apenas vendo como ele lidaria com a situa??o sendo inundado com tanta coisa para ser feita. E at? agora, Harrison estava ganhando de todos. Ela pensou vagamente em Harrison ao olhar para o cart?o de visita. Ela pediu-lhe em algumas ocasi?es para pesquisar todos os neg?cios chamados Barker Antiguidades. E ele tinha encontrado mais resultados do que qualquer outra pessoa nos ?ltimos meses, mas tudo ainda levava para um beco sem sa?da. Enquanto pensava sobre isso, ela ouviu passos suaves se aproximando de sua cabine. Mackenzie deslizou o cart?o de visita sob uma pilha de pap?is ao lado de seu laptop e depois fingiu que estava verificando seu e-mail. –Ei, White, disse uma voz masculina familiar. O cara ? t?o bom que pode praticamente me ouvir pensar sobre ele, pensou. Ela girou em sua cadeira e olhou para Lee Harrison observando sua cabine. –Nada de White, disse ela. Apenas Mackenzie. Mac, se voc? for realmente corajoso. Ele sorriu sem jeito. Ficou claro que Harrison ainda n?o tinha descoberto a forma adequada de falar com ela, ou ainda, como at? mesmo agir ao seu redor. E para estava tudo bem. ?s vezes, ela se perguntava se McGrath o havia designado como seu parceiro ocasional apenas para acostum?-lo a nunca ter certeza de onde e com quem trabalharia. Se for isso, ela pensou, ? uma jogada genial. —Ok, ent?o… Mackenzie, disse ele. Eu s? queria que voc? soubesse que acabei de terminar o processo dos traficantes desta manh?. Eles querem saber se voc? precisa de mais alguma informa??o deles. –N?o. Tudo ok, disse ela. Harrison assentiu, mas antes de sair, ele fez uma carranca que estava come?ando a pensar que era uma caracter?stica dele. Posso te perguntar uma coisa? Perguntou ele. –Claro. —Voc? est?… bem, voc? est? se sentindo bem? Voc? me parece muito cansada. Seu rosto parece, talvez, um pouco avermelhado. Ela facilmente poderia ter rido dele por causa de tal coment?rio e assim faz?-lo se sentir anormal, mas ela decidiu n?o fazer isso. Ele era um bom Agente e n?o queria ser o tipo de Agente (pois ela mesma era novata) que tirava onda com o novato. Ent?o, em vez disso, ela disse: —Sim, eu estou bem. Apenas n?o tenho dormido o suficiente ultimamente. Harrison concordou. Eu entendo, disse ele. Bem… boa sorte com o repouso. Ele ent?o fez a tal careta, sua marca, e saiu. Ele provavelmente foi enfrentar alguma trabalheira que McGrath tinha passado para ele, em seguida. Distra?da com o cart?o de visita e os in?meros mist?rios n?o resolvidos que ele apresentava, Mackenzie se permitiu deixar isso para tr?s. Ela focou em seus e-mails e arquivou alguns dos pap?is acumulados em sua mesa. N?o tinha muita chance de experimentar esses momentos menos fascinantes e era grata por isso. Quando o telefone tocou no meio de tudo isso, ela o agarrou ansiosamente. Fa?o qualquer coisa para sair desta mesa. –Mackenzie White falando, ela respondeu. –White, ? McGrath. Ela permitiu que o mais breve dos sorrisos cruzasse o seu rosto. Enquanto McGrath estava longe de ser a sua pessoa favorita, Mackenzie sabia que sempre que ele ligava ou at? mesmo ia at? a sua cabine, era geralmente para lhe dar algum tipo de atribui??o. Parece que era por isso que ele estava ligando. Mackenzie nem sequer teve tempo de dizer ol? antes que ele come?asse a falar de novo, na sua habitual forma de se comunicar rapidamente. —Eu preciso de voc? no meu escrit?rio imediatamente, disse ele. E traga o Harrison com voc?. Mais uma vez, n?o foi dada ? Mackenzie a chance de responder. A linha caiu antes de uma ?nica palavra saltar de sua l?ngua. Mas tudo bem para ela. Aparentemente, McGrath tinha um caso novo para ela. Talvez isso fosse agu?ar a sua mente e dar-lhe um ?ltimo momento de clareza antes que ela possivelmente se afastasse por um tempo para se concentrar em quest?es sobre o caso antigo de seu pai. Com uma esp?cie borbulhante de excita??o empurrando-a, ela levantou-se e saiu em busca de Lee Harrison. *** Observar a maneira como Harrison se comportava no escrit?rio de McGrath foi uma ?tima maneira para Mackenzie alicer?ar a si mesma. Ela o viu sentado rigidamente na borda de seu assento quando McGrath come?ou a falar com eles. O mais jovem Agente estava claramente nervoso e ansioso para agradar. Mackenzie sabia que ele era um perfeccionista e que ele tinha algo muito pr?ximo de uma mem?ria fotogr?fica. Ela se perguntou que tipo de mem?ria ele tinha—se ele estava, talvez, absorvendo cada palavra que sa?a da boca de McGrath como uma esponja. Ele me faz lembrar um pouco de mim mesma, ela pensou enquanto tamb?m se concentrava em McGrath. –Aqui est? o que eu tenho para voc?s dois, disse McGrath. Ontem de manh?, a Pol?cia do Estado de Miami ligou e nos deu o relato de uma s?rie de assassinatos. Ambos os casos, foram assassinatos de casais. Ent?o, s?o quatro corpos. Os assassinatos t?m sido bastante brutais e sangrentos e, at? agora, n?o parece haver nenhuma liga??o ?bvia. O estilo brutal dos assassinatos, bem como o fato de que eles eram casais casados, mortos na cama, est? fazendo o DP do Estado achar que ? um serial killer agindo. Eu, pessoalmente, acho que ? muito cedo para fazer tal afirma??o. —Voc? acha que poderia ser apenas uma coincid?ncia? Perguntou Mackenzie. —Eu acho que ? uma possibilidade, sim, disse ele. De qualquer forma, eles pediram nossa ajuda e eu quero enviar voc?s. Harrison, esta ser? uma grande oportunidade para voc? entrar em a??o e sentir a coisa. White, espero que voc? o supervisione, mas n?o mande nele como se fosse a chefe. Entendeu? —Sim, senhor, disse Mackenzie. –Eu enviarei os detalhes e arranjos do voo dentro de uma hora. Eu n?o vejo isso tomando mais do que um dia ou dois. Alguma pergunta? Mackenzie sacudiu a cabe?a. Harrison deu um r?pido —N?o senhor, e Mackenzie poderia dizer que ele estava dando o seu melhor para conter sua excita??o. N?o podia critic?-lo. Ela sentiu isso tamb?m. Apesar do que pensava McGrath, ela j? havia sentido que este caso seria bem fora da sua rotina. Casais. Esta foi a primeira vez para ela. E n?o podia resistir, sentiu que este pequeno caso de —rotina— ficaria muito pior. CAP?TULO DOIS Enquanto Mackenzie estava bem ciente de o estere?tipo do governo era de que tudo se movia lentamente, ela tamb?m sabia que isso n?o era geralmente o caso do FBI com os seus Agentes em cena. Apenas 14 horas depois de ser chamada para o escrit?rio de McGrath, Mackenzie estava puxando um carro alugado para uma vaga de estacionamento em frente a uma fileira de casas de condom?nio. Ela foi para o lado de um carro da pol?cia e notou uma Oficial sentada l? dentro. A seu lado, no banco do passageiro, Harrison estava revendo as informa??es sobre o caso. Ele estava tranquilo durante a maior parte da viagem e Mackenzie quase come?ou a puxar conversa. N?o sabia dizer se ele estava nervoso, intimidado, ou um pouco de ambos. Mas ao inv?s de for??-lo a come?ar a falar com ela, ela pensou que poderia ser melhor para o desenvolvimento dele sair de sua concha por conta pr?pria—especialmente se McGrath planejava coloc?-los para trabalhar juntos, como parceiros, em um futuro previs?vel. Mackenzie levou um momento para processar tudo o que sabia sobre o caso. Ela reclinou a cabe?a ligeiramente para tr?s, fechou os olhos e puxou todas as informa??es ? tona. Sua tend?ncia de ficar obcecado com os detalhes de arquivos de casos tornou bastante f?cil para ela simplesmente se aprofundar em sua pr?pria mente e vasculhar atrav?s delas como se houvesse um arm?rio mental no seu cr?nio. Um casal morto, isso traz algumas perguntas para a superf?cie imediatamente. Por que dois? Por que n?o apenas um? Tenho que me manter atenta para que qualquer coisa que possa parecer, mesmo que remotamente, fora do lugar. Se o ci?me ? a causa destas mortes, ? prov?vel que algu?m tenha inveja de suas vidas de alguma forma. Sem arrombamento; a fam?lia Kurtz voluntariamente deixou o assassino entrar. Abriu os olhos e, em seguida, abriu a porta. Ela poderia especular tudo o que quisesse com base no que tinha visto nos arquivos. Mas nada disso seria t?o eficaz como pisar na cena do crime e dar uma olhada ao redor. Harrison saiu do carro ao lado dela sob o brilhante sol de Miami. Ela podia sentir o cheiro do mar no ar, salgado e com os mais suaves vest?gios de um cheiro de peixe, que n?o era necessariamente desagrad?vel. Quando e Harrison fecharam suas portas, a Oficial no carro da pol?cia ao lado deles tamb?m saiu. Esta, Mackenzie sup?s, era a Oficial que tinha sido encarregada de encontr?-los. Quarenta anos ou algo assim, era bem bonita de um jeito simples, seu cabelo loiro sujo e curto estava sendo banhado pelo brilho do sol. —Agentes White e Harrison? Perguntou a Oficial. –Somos n?s, disse Mackenzie. A mulher estendeu a m?o dela enquanto se apresentou. Eu sou a Oficial Dagney, disse ela. Qualquer coisa que voc? precisar, ? s? me avisar. O lugar, ? claro, foi limpo, mas eu tenho um arquivo inteiro preenchido com fotografias tiradas quando a cena estava fresca. —Obrigada, disse Mackenzie. Para come?ar, eu acho que gostaria de dar uma olhada l? dentro, em primeiro lugar. –? claro, disse Dagney, subindo as escadas e retirando uma chave do bolso. Abriu a porta e fez um gesto para Mackenzie e Harrison entrarem na frente dela. Mackenzie sentiu imediatamente o cheiro de alvejante ou algum outro tipo de produto de limpeza. Ela lembrou do relat?rio afirmando que um c?o tinha sido preso dentro da casa por pelo menos dois dias e tinha usado um c?modo como banheiro v?rias vezes. —?gua sanit?ria, disse Harrison. Usaram para limpar a bagun?a do c?o? –Sim, disse Dagney. Isso foi feito ontem ? noite. N?s tentamos deixar a cena como estava at? voc?s chegarem, mas o fedor era—era ruim. —Tudo bem, disse Mackenzie. O quarto est? l? em cima, correto? Dagney concordou e levou-os at? as escadas. A ?nica coisa que foi modificada aqui ? que os corpos e o len?ol foram removidos, explicou ela. O len?ol ainda est? l?, no ch?o e colocado sobre uma folha de pl?stico. Ele teve que ser tirado para que os corpos fossem tirados da cama. O sangue… bem, voc?s ver?o. Mackenzie notou que Harrison diminuiu a intensidade de sua abordagem um pouco, ficando em seguran?a atr?s dela. Mackenzie seguiu Dagney para a porta do quarto, notando que ela ficou na porta e fez de tudo para n?o olhar l? para dentro. Uma vez dentro do quarto, Mackenzie viu que Dagney n?o havia exagerado, nem os relat?rios. Havia muito sangue—muito mais do que ela j? tinha visto em qualquer lugar. E por um momento horr?vel, estava de p? em um quarto em Nebraska—um quarto em uma casa que sabia que estava abandonada agora. Estava olhando para uma cama encharcada de sangue que continha o corpo de seu pai. Ela jogou a imagem para longe, ao som dos passos de Harrison se aproximando lentamente atr?s dela. –Voc? est? bem? Perguntou ela. –Sim, disse ele, embora sua voz soasse um pouco ofegante. Mackenzie observou que a maior parte do sangue estava na cama, como era esperado. O len?ol que tinha sido removido do leito e esticado no ch?o era off-white no passado. Mas agora a maior parte estava coberta de sangue seco, tornando-se uma sombra enferrujada de tom marrom. Ela lentamente se aproximou da cama, quase certa de que n?o haveria provas. Mesmo que o assassino tivesse acidentalmente deixado para tr?s um fio de cabelo ou qualquer coisa com DNA, isto estaria enterrado em todo aquele sangue. Olhou para as manchas na parede e carpete. Olhou para o tapete, em particular, procurando para ver se qualquer um dos respingos de sangue tinha marcas de sola de sapato. Pode haver algum tipo de pegada, pensou. Para matar algu?m de tal forma— para ter tanto sangue na cena do crime, o assassino teriaque se sujar de sangue tamb?m. Ent?o, mesmo se n?o houver pegadas, talvez haja sangue em algum lugar dentro da casa, sangue que ele poderia ter acidentalmente cair ao sair da casa. Al?m disso, como o assassino conseguiu pegar ambos, ainda na cama? Matando um, o outro provavelmente teria acordado. Ou o assassino ? muito r?pido ou ele montou a cena com os corpos na cama ap?s cometer os assassinatos. —Que bagun?a, hein? Disse Harrison. –?, disse Mackenzie. Diga-me… voc? v? de imediato algo que consideraria uma indica??o, uma pista, ou qualquer coisa para se analisar com profundidade? Ele balan?ou a cabe?a, olhando para a cama. Ela concordou, sabendo que todo aquele sangue tornaria muito dif?cil encontrar qualquer evid?ncia. Ela at? ficou com suas m?os e joelhos no ch?o, olhou debaixo da cama para ver se havia alguma coisa l? embaixo. N?o viu nada al?m de um par de chinelos e um velho ?lbum de fotos. Ela deslizou o ?lbum e o folheou. As primeiras p?ginas mostravam um casamento, da noiva andando pelo corredor de uma grande igreja at? o casal cortando feliz o seu bolo. Com uma careta, ela deslizou de volta o ?lbum para onde ele estava. Ela ent?o se virou para Dagney, ainda de p? na porta do quarto e de costas. Voc? disse que tem arquivos com fotos, certo? –Tenho. Um segundo e eu trarei tudo. Ela respondeu rapidamente e com um pouco de urg?ncia, claramente ansiosa para voltar l? em baixo. Quando Dagney se foi, Harrison voltou para o corredor. Ele olhou de volta para o quarto e suspirou profundamente. Voc? j? viu uma cena de crime como esta? —N?o com tanto sangue, ela respondeu. Eu vi algumas terr?veis, mas esta est? no topo da lista por quantidade de sangue. Harrison parecia pensar muito sobre isso enquanto Mackenzie saiu do quarto. Eles se dirigiram de volta para baixo juntos, entrando na sala de estar, assim que Dagney voltou pela porta da frente. Eles se encontraram no barzinho que separava a cozinha da sala de estar. Dagney colocou a pasta no bar e Mackenzie a abriu. Imediatamente, a primeira imagem mostrava a mesma cama do andar de cima, coberta de sangue. Na foto, havia dois corpos, um homem e uma mulher. O casal Kurtz. Ambos estavam vestidos, segundo o que Mackenzie pensou, com o que usavam para dormir. O Sr. Kurtz (Josh, de acordo com os relat?rios) estava usando uma camiseta e uma boxer. A Sra. Kurtz (Julie) usava um top listrado e um short de gin?stica. Havia uma variedade de fotografias, algumas tiradas de t?o perto dos corpos que Mackenzie percebeu que estava se encolhendo, algumas vezes, ao v?-las. A foto do pesco?o cortado da Sra. Kurtz era particularmente horr?vel. —Eu n?o vi nos relat?rios nenhuma identifica??o sobre a arma usada, disse Mackenzie. –Isso porque ningu?m pensou a respeito. Todos pensaram em uma faca. Uma grande faca, pelo que parece, Mackenzie pensou ao desviar os olhos do corpo da Sra. Kurtz. Viu que, aparentemente, mesmo na morte, a Sra. Kurtz tinha estendeu a m?o para o conforto do seu marido. Sua m?o direita estava envolvendo, quase pregui?osamente, a coxa de seu marido. Havia algo muito doce nisso, mas isso tamb?m partiu seu cora??o. —E o primeiro casal que foi morto? Perguntou Mackenzie. –Os Sterlings, disse Dagney, puxando v?rias fotos e folhas de papel da parte de tr?s da pasta. Mackenzie olhou para as imagens e viu uma cena semelhante a que tinha visto nas fotos anteriores, tamb?m no andar de cima. Um casal, deitado na cama, sangue por toda parte. A ?nica diferen?a era que o marido, nas fotos dos Sterling, tinha dormindo nu ou teve suas roupas tiradas pelo assassino. Essas cenas s?o muito semelhantes, pensou Mackenzie. ? quase como se tivessem sido montadas. Olhou as semelhan?as, olhando para tr?s e para frente entre os Kurtz e as fotos dos Sterling. A coragem e for?a de vontade para matar duas pessoas ao mesmo tempo—e de uma forma t?o brutal. Esse cara ? incrivelmente determinado. Muito motivado. E, aparentemente, n?o se op?e ? viol?ncia extrema. —Corrija-me se eu estiver errada, disse Mackenzie, —mas o DP de Miami est? trabalhando sob a suposi??o de que estas foram invas?es rotineiras de moradia, correto? —Bem, est?vamos pensando isso, primeiramente, disse Dagney. Mas pelo que podemos dizer, n?o h? sinais de saques ou roubos. E este ? o segundo casal a ser morto desde semana passada, parece cada vez menos prov?vel que sejam simples invas?es de casas. —Eu concordo com isso, disse ela. E as liga??es entre os dois casais? Perguntou Mackenzie. –At? agora nada surgiu, mas n?s temos uma equipe trabalhando nisso. –E com os Sterlings, houve quaisquer sinais de luta? –N?o. Nada. Mackenzie novamente voltou a olhar as fotos e duas semelhan?as saltaram aos seus olhos ao mesmo tempo. Uma delas, em particular, fez sua pele arrepiar. Mackenzie olhou para as fotos dos Kurtz. Viu a m?o morta da mulher descansando sobre a coxa de seu marido. E ela soube ent?o: este foi realmente o trabalho de um assassino em s?rie. CAP?TULO TR?S Mackenzie seguiu Dagney quando os levou para a delegacia. No caminho, ela notou que Harrison estava fazendo anota??es na pasta. Ele tinha ficado praticamente obcecado por ela durante a maior parte da viagem de DC at? Miami. No meio da escrita, ele fez uma pausa e olhou para ela com curiosidade. –Voc? j? tem uma teoria, n?o ?? Perguntou. —N?o. Eu n?o tenho uma teoria, mas eu notei algumas coisas nas imagens que pareciam um pouco estranhas para mim. –Quer compartilhar seus pensamentos? –Ainda n?o, disse Mackenzie. Se eu tiver que falar disso agora e, em seguida, novamente com para a pol?cia, eu vou me reanalisar. D? algum tempo para mim. Com um sorriso, Harrison voltou para suas anota??es. Ele n?o se queixou por n?o dividir seus pensamentos com ele (n?o estava escondendo nada) e ele n?o insistiu mais. Ele estava fazendo o seu melhor para ser obediente e eficaz ao mesmo tempo, ela admirava isso. Na viagem para a delegacia, ela come?ou a dar espiadas no oceano atrav?s de alguns dos edif?cios que passavam. Ela nunca foi encantada com o mar da forma como algumas pessoas s?o, mas ela podia entender essa atra??o. Mesmo agora, em busca de um assassino, ela podia sentir a sensa??o de liberdade que o mar representava. Salpicado por palmeiras imponentes e sol impec?vel de uma tarde de Miami o mar se tornava ainda mais bonito. Dez minutos mais tarde, Mackenzie seguiu Dagney para o estacionamento de um grande edif?cio da pol?cia. Como quase tudo na cidade, ele tinha uma esp?cie de sensa??o praiana. Diversas palmeiras enormes estavam ao longo da estreita faixa de gramado na frente do edif?cio. A arquitetura simples tamb?m conseguia transmitir uma sensa??o relaxante, mas requintada. Era um lugar acolhedor, uma sensa??o que se manteve mesmo depois que Mackenzie e Harrison estavam l? dentro. —S? vai ter de tr?s pessoas, incluindo eu, Dagney disse quando levou-os para um espa?oso corredor. Agora que voc?s est?o aqui, meu supervisor vai provavelmente ter uma abordagem que far? voc?s se sentirem bastante livres. ?timo, pensou Mackenzie. Quanto menos r?plicas e argumentos, melhor. Dagney levou-os para uma pequena sala de confer?ncias, no final do corredor. No interior, dois homens estavam sentados ? mesa. Um deles ligava um projetor em um MacBook. O outro estava digitando algo furiosamente em um tablet. Ambos olharam para cima quando Dagney os levou para a sala. Quando o fizeram, Mackenzie ganhou aquela olhada habitual… aquela costumeira que estava deixando ela cansada. Era um olhar que parecia dizer: Nossa, uma gata. Eu n?o esperava isso. Dagney fez uma r?pida sess?o de apresenta??es quando Mackenzie e Harrison se sentaram ? mesa. O homem com o tablet era Chefe de Pol?cia Rodriguez, um homem grisalho com linhas profundas em seu rosto bronzeado. O outro homem era bastante jovem, Joey Nestler. Nestler, como era sabido, foi o Oficial que descobriu os corpos dos Kurtzes. Enquanto ele se apresentou, conseguiu ligar com sucesso o monitor do laptop. O projetor brilhou uma luz branca brilhante em uma pequena tela afixada na parede na frente da sala. —Obrigado por terem vindo, disse Rodriguez, deixando o tablet de lado. Olha, eu n?o vou ser aquele policial local t?pico que fica no caminho. Voc?s me dizem o que precisam e se for razo?vel, voc?s ter?o. Em troca, eu s? pe?o que voc?s ajudem a resolver rapidamente o caso e n?o transformem a cidade em um circo enquanto trabalham. —Parece que n?s queremos as mesmas coisas, ent?o, disse Mackenzie. –Ent?o, o Joey aqui tem de todos os documentos existentes sobre este caso, disse ele. Os relat?rios do legista acabaram de chegar esta manh? e foi como esper?vamos. Os kurtzes foram cortados e sangraram. Sem drogas. Totalmente limpos. At? agora n?o temos liga??es discern?veis entre os dois crimes. Ent?o, se voc? tiver alguma ideia, eu gostaria de ouvi-la. —Oficial Nestler, Mackenzie disse, voc? tem todas as fotos da cena do crime de ambos os lugares? –Tenho, disse ele. Ele lembrava demais o Harrison—ansioso, um pouco nervoso, e visivelmente procurando agradar seus superiores e colegas de trabalho. –Voc? poderia puxar todas as imagens do corpo e coloc?-las lado a lado na tela, por favor? Perguntou Mackenzie. Ele trabalhou rapidamente e p?s as imagens na tela do projetor, lado a lado, dentro de dez segundos. Ver as imagens com uma luz t?o brilhante em uma sala semiescura foi assustador. Sem permitir que as pessoas na sala focassem na gravidade das imagens e perdessem o foco, Mackenzie foi direto ao ponto. —Eu acho que ? seguro dizer que estes assassinatos n?o foram resultado de uma t?pica invas?o de domic?lio. Nada foi roubado e, de fato, n?o h? nenhuma indica??o clara de invas?o de qualquer tipo. N?o h? sequer quaisquer sinais de luta. Isso significa que quem os matou era provavelmente convidado ou, pelo menos, tinha uma chave. E os assassinatos tinham que ter acontecido rapidamente. Al?m disso, a aus?ncia de sangue em qualquer outro lugar dentro da casa faz com que pare?a que os assassinatos aconteceram no quarto— n?o houve crime em qualquer outro lugar dentro da casa. Falar em voz alta a ajudou a entender como isso parecia estranho. O cara n?o s? foi convidado, mas aparentemente, convidado para entrar no quarto. Isso significa que a probabilidade de que ele tenha realmente sido convidado ? pequena. Ele tinha uma chave. Ou sabia onde estava uma chave reserva. Ela prosseguiu antes que de se distrair com novos pensamentos e proje??es. —Eu quero olhar para essas fotos porque h? duas coisas estranhas que se destacam para mim. Primeira… olhe como todos os quatro est?o perfeitamente deitados de forma plana sobre suas costas. Suas pernas est?o relaxadas e bem posicionadas. ? quase como se eles tivessem sido posicionados para ficarem dessa forma. E depois h? uma outra coisa, se estamos lidando com um assassino em s?rie, acho que esta pode ser a coisa mais importante para notarmos. Olhe a m?o direita da Sra. Kurtz. Ela deu as outras quatro pessoas na sala a chance de olhar. Perguntou-se se Harrison perceberia onde ela queria chegar e deixaria escapar alguma coisa. Ela deu-lhes cerca de tr?s segundos e quando ningu?m disse nada, ela continuou. —Sua m?o direita est? descansando na coxa de seu marido. ? a ?nica parte de seu corpo que n?o est? perfeitamente deitada. Assim, ou esta ? uma coincid?ncia ou o assassino colocou seus corpos nesta posi??o, propositadamente movendo a m?o dela. —E da?, se ele fez? Perguntou Rodriguez. Qual ? a import?ncia disso? –Bem, agora olhe para os Sterlings. Olhe para a m?o esquerda do marido. Desta vez, n?o precisou dos tr?s segundos. Foi Dagney que viu o que estava pontuando. E quando respondeu, sua voz estava fina e nervosa. –Ele est? colocando a m?o na coxa de sua esposa, disse ela. —Exatamente, disse Mackenzie. Se fosse apenas com um dos casais, eu n?o teria sequer mencionado isso. Mas esse mesmo gesto est? presente em ambos os casais, tornando-se evidente que o assassino fez isso com alguma inten??o. —Mas por qu?? Perguntou Rodriguez. –Simbolismo? Harrison sugeriu. –Pode ser, disse Mackenzie. —Mas isso n?o ? realmente muito para continuarmos, n?o ?? Perguntou Nestler. —N?o mesmo, disse Mackenzie. Mas pelo menos ? alguma coisa. Se ? simb?lico para o assassino, h? uma raz?o para isso. Ent?o, a? ? onde eu gostaria de come?ar: Eu gostaria de ter uma lista de suspeitos que foram recentemente colocados em liberdade condicional por crimes violentos que foram ligados a invas?es de domic?lio. Eu ainda n?o acho que foi uma invas?o de domic?lio, por si s?, mas ? o lugar mais plaus?vel para come?armos. —Certo, podemos fazer isso para voc?, disse Rodriguez. Mais alguma coisa? –Nada por agora. Nosso pr?ximo curso de a??o ? falar com os familiares, amigos e vizinhos dos casais. —Sim, falamos com os familiares dos Kurtzes, parentes mais pr?ximos, um irm?o, irm? e pais de um deles. Voc?s s?o mais do que bem-vindos para voltar l?, mas eles n?o t?m muita coisa a oferecer. O irm?o de Josh Kurtz disse que, pelo que sabia, eles tinham um ?timo casamento. A ?nica vez que eles brigaram foi durante a temporada de futebol, quando os Seminoles jogaram com os Hurricanes. —E os vizinhos? Perguntou Mackenzie. –N?s falamos com eles, tamb?m. Mas foi algo breve. Principalmente sobre a queixa de barulho que apresentaram sobre o cachorro latindo. ‘‘Ent?o, ? a? que vamos come?ar, Mackenzie disse, olhando para Harrison. E sem mais palavras, eles se levantaram e sa?ram. CAP?TULO QUATRO Mackenzie achou um pouco inquietante revisitar as moradias. Enquanto aproveitavam o bom tempo eles se aproximavam da casa dos vizinhos, saber que havia uma cama coberta de sangue na pr?xima casa daquele condom?nio parecia surreal. Mackenzie suprimiu um arrepio e olhou para longe da casa dos Kurtzes. Enquanto ela e Harrison caminhavam at? as escadas para a porta da frente dos vizinhos, o telefone de Mackenzie tocou, mostrando que ela havia recebido uma mensagem de texto. Ela tirou o telefone e viu que o texto era de Ellington. Ela revirou os olhos enquanto o lia. Como est? o novato? J? sente falta de mim? Quase respondeu, mas n?o queria encoraj?-lo. Ela tamb?m n?o queria parecer distante ou distra?da na frente de Harrison. Sabia que era uma coisa presun?osa de se pensar, mas ela tinha certeza que ele a via como um exemplo. Por isso, ela colocou o telefone de volta no bolso e caminhou at? a porta da frente. Ela permitiu que Harrison batesse na porta e ele fez isso com muita cautela e cuidado. Alguns segundos depois, uma mulher com apar?ncia nervosa atendeu a porta. Ela parecia estar com seus quarenta e poucos anos. Estava vestida com uma blusa folgada e um shorts que poderia muito bem ser nada mais do que uma calcinha. Parecia que ela, provavelmente, era uma frequentadora regular das praias, e obviamente tinha feito uma pl?stica no nariz e, possivelmente, nos seus seios. —Posso ajud?-los? Perguntou ela. –Voc? ? Demi Stiller? –Sou eu. Por qu?? Mackenzie lan?ou seu distintivo com uma rapidez de especialista, estava ficando muito melhor naquilo a cada dia. N?s somos os Agentes White e Harrison do FBI. N?s gostar?amos de falar com voc? sobre seus vizinhos. –Tudo bem, eu acho, disse Demi. Mas n?s j? falamos com a pol?cia. —Eu sei, disse Mackenzie. Eu espero que cheguemos um pouco mais fundo. Pelo que eu entendi, houve um mal-estar sobre o c?o ao lado quando falaram com voc?. –Sim, houve, disse Demi, conduzindo-os e fechando a porta atr?s deles. Claro, eu n?o tinha ideia de que eles estavam mortos quando eu fiz essa liga??o. —? claro, disse Mackenzie. N?s n?o estamos aqui para falar sobre isso, de qualquer maneira. N?s esperamos que voc? possa nos dar alguns insights sobre as vidas deles. Voc? os conhecia bem? Demi os levou para a cozinha, onde Mackenzie e Harrison se sentaram no bar. O local era como na resid?ncia dos Kurtzes. Mackenzie viu Harrison olhando ceticamente para as escadas fora da sala de estar adjacente. —N?s n?o ?ramos amigos, se ? isso que voc?s querem saber, disse Demi. Apenas nos cumpriment?vamos quando nos v?amos, sabe? N?s fizemos alguns churrascos no p?tio algumas vezes, mas ? s? isso. – H? quanto tempo eles eram seus vizinhos? Perguntou Harrison. –Um pouco mais de quatro anos, eu acho. —E voc? os considerava bons vizinhos? Mackenzie prosseguiu. Demi balan?ou os ombros. Na maior parte, sim. Eles tiveram alguns encontros barulhentos aqui e ali durante a temporada de futebol, mas n?o foi t?o ruim. Eu, honestamente, quase desisti de ligar para fazer a den?ncia sobre o c?o imbecil. A ?nica raz?o que me fez ligar ? que ningu?m atendeu a porta quando eu bati. —Suponho que voc? n?o sabe se eles tiveram visitas regulares, n?o ?? –Eu n?o acho que tiveram, disse Demi. Os policiais me perguntaram o mesmo tipo de coisa. Meu marido e eu pensamos a respeito e eu n?o me lembro de ver qualquer carro estacionado ali regularmente, com exce??o do pr?prio carro deles. —Bem, voc? sabe se eles estavam envolvidos em qualquer coisa que possa nos levar a algumas pessoas para conversar? Qualquer tipo de clubes ou interesses estranhos? –N?o que eu saiba, disse Demi. Enquanto ela falava, estava olhando para a parede, como se estivesse tentando ver atrav?s dela, l? dentro da casa dos Kurtzes. Ela parecia um pouco triste, pela perda dos Kurtzes ou simplesmente por ter sido arrastada para o meio desta hist?ria. —Voc? tem certeza? Mackenzie insistiu. –Muita, sim. Acho que o marido dela jogava raquetebol. Eu o vi saindo algumas vezes, quando voltava da academia. Quanto a Julie, eu n?o sei. Eu sei que ela gostava de desenhar, mas s? porque ela me mostrou algumas coisas uma certa vez. Mas, al?m disso… n?o. Eles praticamente ficaram sozinhos. —H? mais alguma coisa sobre eles—qualquer coisa—que se destaca para voc??’ –Bem, Demi disse, ainda olhando para a parede, —Eu sei que ? meio lascivo, mas era bastante evidente para o meu marido e eu que os Kurtzes tinham uma vida sexual bastante ativa. Ou as paredes aqui s?o muito finas—ou os Kurtzes eram muito escandalosos. Eu nem sei dizer quantas vezes ouvimos eles tendo rela??es sexuais. ?s vezes, nem eram ru?dos abafados; dava para ouvir eles chegando l?, sabe? –Qualquer ind?cio de viol?ncia? Perguntou Mackenzie. —N?o, nunca soou assim, Demi disse, agora parecendo um pouco envergonhada. Eles eram muito entusiasmados. Era algo que sempre nos fez ter vontade de reclamar com eles, mas nunca fizemos isso. ? meio embara?oso falar disso, sabe? —Claro, disse Mackenzie. Voc? mencionou o seu marido algumas vezes. Onde ele est?? –No trabalho. Ele trabalha das nove ?s cinco. Eu fico aqui e fa?o um servi?o editorial em meio per?odo, trabalho em casa. —Voc? poderia, por favor, perguntar a ele as mesmas coisas que eu lhe perguntei apenas para me certificar de que consegui todas as informa??es poss?veis? Perguntou Mackenzie. —Sim, claro. —Muito obrigada pelo seu tempo, Sra. Stiller. Posso lig?-la mais tarde, se surgirem outras perguntas. —Tudo bem, Demi disse enquanto os levava de volta para a porta da frente. Quando eles estavam l? fora e Demi Stiller tinha fechado a porta, Harrison olhou para tr?s, ele olhou para a casa que Josh e Julie Kurtz uma vez chamaram de lar. Ent?o, todos o que n?s conseguimos foi saber que eles tinham uma ?tima vida sexual? Perguntou ele. —Parece-me que sim, disse ela. Mas isso nos diz que eles tinham um casamento s?lido, possivelmente. Acrescente as declara??es da fam?lia sobre o casamento perfeito e se torna mais dif?cil encontrar uma raz?o para os assassinatos. Ou, por outro lado, poderia ser mais f?cil agora. Se eles tinham um bom casamento e n?o tinham problemas, encontrar algu?m com algo contra eles poderia revelar-se mais f?cil. Agora… d? uma olhada nas suas anota??es. Onde voc? acha que devemos investigar, em seguida? Harrison parecia um pouco surpreso com a pergunta, mas ele obedientemente olhou para o notebook onde havia as suas anota??es e arquivos. Precisamos checar a primeira cena de crime —a resid?ncia do casal Sterling. Os pais do marido moram a dez quil?metros da casa, por isso pode valer a pena conversar com eles. —Parece bom para mim, disse ela. Voc? tem os endere?os? Ela atirou as chaves do carro nele e se dirigiu para a porta do passageiro. Ela ficou um momento admirando o olhar de surpresa e orgulho em seu rosto com o gesto simples ao pegar as chaves. –Ent?o, mostre o caminho, disse ela. CAP?TULO CINCO A resid?ncia do casal Sterling estava a quase dezoito quil?metros de dist?ncia da moradia dos Kurtzes. Mackenzie n?o podia deixar de admirar o lugar quando Harrison parou na longa cal?ada de concreto. A casa ficava a cerca de cinquenta metros fora da estrada principal, forrada com um canteiro de flores lindo e ?rvores finas e altas. A casa em si era muito moderna, em sua maioria composta por janelas e vigas de madeira com uma apar?ncia r?stica. Parecia uma casa buc?lica e cara de um casal rico. A ?nica coisa que quebrava essa ilus?o era a tira de fita amarelo demarcando a cena do crime ao longo da porta da frente. Quando eles come?aram a caminhar em dire??o ? porta da frente, Mackenzie observou o qu?o tranquilo era o lugar. Estava separado das outras casas vizinhas de alto pre?o por uma espessa linha de arvoredos, uma parede verde exuberante que parecia t?o bem conservada e cara como as casas ao longo deste trecho da cidade. A propriedade n?o estava na praia, mas ela podia ouvir o mar murmurando em algum lugar distante. Mackenzie mergulhou sob a fita da cena do crime e pegou a chave reserva que Dagney tinha lhe dado no inqu?rito inicial do DP de Miami. Eles entraram em um grande foyer e Mackenzie foi novamente surpreendida pelo sil?ncio absoluto. Ela deu uma olhada em volta, observou o layout da casa. Um corredor se estendia ? sua esquerda e terminava em uma cozinha. O resto da casa era bastante aberto; uma sala de estar e uma ?rea grande conectadas uma ? outra, levando para mais longe e fora da vista, para uma varanda cercada por vidros. —O que sabemos sobre o que aconteceu aqui? Mackenzie perguntou Harrison. Ela, ? claro, j? sabia. Mas ela queria deix?-lo exibir sua intelig?ncia e comprometimento, esperando que ele rapidamente se sentisse confort?vel antes que o caso realmente come?asse. —Deb e Gerald Sterling, disse Harrison. Ele tinha trinta e seis e ela tinha trinta e oito. Mortos em seu quarto da mesma maneira que os Kurtzes, embora estes assassinatos tenham ocorrido pelo menos tr?s dias antes dos assassinatos dos Kurtzes. Seus corpos foram descobertos pela empregada logo ap?s oito horas da manh?. Relat?rios do legista indicam que eles foram assassinados na noite anterior. A investiga??o inicial n?o trouxe absolutamente nenhuma evid?ncia de qualquer tipo, embora o departamento forense esteja atualmente a analisando os fios de cabelo encontrados no batente da porta da frente. Mackenzie concordou quando ele recitou os fatos. Estava estudando o andar de baixo, tentando entender que tipo de pessoa eram os Sterlings antes de ir para o quarto onde eles haviam sido mortos. Ela passou por uma grande estante embutida entre a sala de estar e ?rea. A maioria dos livros eram fic??o, principalmente de King, Grisham, Child e Patterson. Havia tamb?m alguns livros relacionados com arte. Em outras palavras, livros b?sicos que n?o davam insights sobre as vidas pessoais dos Sterlings. Uma mesa decorativa estava contra a parede na ?rea. Mackenzie levantou a tampa e olhou l? dentro, mas n?o havia nada de interesse, apenas canetas, papel, algumas fotos, e outros objetos dom?sticos. —Vamos continuar, disse ela. Harrison assentiu e respirou fundo, tr?mulo. –Ok, disse Mackenzie. A casa do casal Kurtz tamb?m me abalou. Mas confie em mim… esses tipos de situa??es ficam mais f?ceis de se encarar com o tempo. Voc? sabe que isso pode n?o ser necessariamente uma coisa boa, certo? Ela pensou consigo mesma. Quantos locais terr?veis se tornaram sem efeito desde a primeira mulher pendurada em um mastro nos milharais de Nebraska? Ela sacudiu o pensamento para longe quando e Harrison chegaram ao topo das escadas. O andar de cima consistia em um longo corredor que abrigava apenas tr?s quartos. Um grande escrit?rio estava ? esquerda. Tudo estava t?o arrumado a ponto de parecer vazio, olhando para o bosque de ?rvores ao longo da parte de tr?s da casa. O enorme banheiro ostentava as pias dele e dela, um grande chuveiro, uma banheira e um arm?rio, que era t?o grande quanto a cozinha de Mackenzie. Assim como no andar de baixo, n?o havia nada para se ter uma ideia exata de como eram os Sterlings ou por que algu?m os mataria. Sem perder mais tempo, Mackenzie caminhou em dire??o ao final do corredor onde a porta do quarto estava aberta. A luz do sol veio se derramando atrav?s de uma grande janela no lado esquerdo do c?modo. A luz engolia a extremidade da cama, transformando o marrom de l? em uma sombra alarmante avermelhada. Era vertiginoso de certa forma, entrar no quarto de uma casa impec?vel para ver todo aquele sangue na cama. O piso era de madeira, mas Mackenzie podia ver respingos de sangue aqui e ali. N?o havia tanto sangue nas paredes aqui como na resid?ncia do casal Kurtz, mas havia algumas got?culas, como uma pintura abstrata m?rbida. Havia um leve odor de cobre no ar, o aroma de sangue derramado secando. Era fraco, mas parecia encher o lugar. Mackenzie caminhou ao redor da borda da cama, olhando para os len??is cinza claro que tinham sido profundamente manchados de vermelho. Viu uma ?nica marca no len?ol de cima que poderia ter sido a consequ?ncia de uma facada. Ela observou isso mais perto e descobriu que era exatamente o que estava procurando. Com uma ?nica volta em torno da cama, Mackenzie tinha certeza de que n?o havia nada aqui que levaria o caso a diante. Olhou em outros lugares ao redor do quarto—mesas de cabeceira, as gavetas, e para a pequena estante—procurando pelo mais ?nfimo pormenor. Viu um suave entalhe na parede, n?o era maior do que uma moeda de vinte e cinco centavos. Mas n?o havia mancha de sangue em torno dele. Havia mais sangue por baixo, um ligeiro fluxo que tinha secado sobre a parede e uma mancha menor no tapete sob o entalhe. Ela foi at? o entalhe na parede e olhou para ele de perto. Era uma forma peculiar, e o fato de que havia sangue centrado em torno dele a fez pensar que um era o resultado do outro. Ela se endireitou e verificou o alinhamento do pequeno buraco com o seu corpo. Ela levantou o bra?o um pouco e o inclinou. Ao fazer isso, seu cotovelo ficou alinhado com aquele orif?cio quase que perfeitamente. —O que voc? achou? Perguntou Harrison. –Os sinais de uma luta, eu acho, respondeu ela. Ele se juntou a ela e tomou nota do entalhe. N?o h? muito para irmos em frente, n?o ?? Ele perguntou. —N?o, de fato n?o. Mas o sangue torna a situa??o not?vel. Isso e o fato de que esta casa est? em bom estado. Isso me faz pensar que o assassino fez tudo o que podia para ocultar quaisquer sinais de luta. Ele quase arrumou a casa, de certa forma. Mas este sinal de luta n?o p?de ser escondido. Olhou para a pequena mancha de sangue no carpete. A mancha estava desbotada e havia at? mesmo tra?os muito leves de vermelho em torno dela. —Veja, disse ela, apontando. Bem ali, parece que algu?m tentou limpar isso. Mas ele estava com pressa ou este ?ltimo pedacinho n?o foi visto. —Talvez n?s dever?amos verificar de novo a casa Kurtz, ent?o. –Talvez, ela concordou, embora se sentisse confiante de que tinha analisado o lugar exaustivamente. Ela deu um passo para longe da parede e foi para a enorme closet. Olhou dentro dele e viu mais organiza??o. Viu sim uma ?nica coisa que poderia ser considerada como bagun?a dentro daquela casa. Uma camisa e uma cal?a que estavam amassadas, empurradas quase contra a parede do arm?rio. Ela puxou a camisa para longe das cal?as e viu que eram roupas masculinas, talvez as ?ltimas roupas que Gerald Sterling tinha usado. Ela foi at? cada um dos bolsos da frente. Em um deles, ela encontrou dezessete centavos. No outro, ela encontrou um recibo amassado. Ela o abriu e viu que era de uma mercearia h? cinco dias… o ?ltimo dia de sua vida. Olhou para o recibo e come?ou a pensar. Como podemos descobrir o que eles fizeram nos seus ?ltimos dias de vida? Ou na ?ltima semana, ou at? mesmo no ?ltimo m?s? –Harrison, nesses relat?rios, o DP de Miami verificou nos telefones dos falecidos todos os sinais de alerta? —Est? certo, Harrison disse quando ele cautelosamente pisou em torno da cama sangrenta. Contatos, chamadas recebidas e efetuadas, e-mails, downloads, tudo. –Mas nada como um hist?rico de pesquisa na internet ou qualquer coisa assim? –N?o, n?o que eu me lembre. Colocando o recibo de volta no jeans, Mackenzie saiu do arm?rio e, em seguida, do quarto. Ela voltou l? embaixo, ciente de que Harrison estava seguindo atr?s dela. –O que ? isso? Perguntou Harrison. –Um palpite, disse ela. Uma esperan?a, talvez. Ela caminhou de volta para a mesa na ?rea e abriu-a novamente. Na parte de tr?s, havia uma pequena cesta. Algumas canetas presas do lado de fora, assim como um ?nico tal?o de cheques. Se eles mantinham uma casa t?o arrumada, eu diria que os cheques deles estavam na mesma condi??o. Pegou o tal?o de cheques e descobriu que estava correta. Os n?meros foram mantidos com um cuidado meticuloso. Cada transa??o foi escrita de forma muito leg?vel e com o m?ximo de detalhes poss?vel. At? mesmo saques em caixa eletr?nico foram contabilizados. Demorou cerca de vinte segundos para perceber que este tal?o de cheques era um tipo de conta secund?ria e n?o a principal conta dos Sterlings. No momento da morte deles, a conta tinha pouco mais de sete mil d?lares. Olhou atrav?s do registro de verifica??o para conseguir qualquer coisa que pudesse lhe dar algum tipo de pista, mas nada teve destaque para ela. Ela, no entanto, viu algumas abreviaturas que n?o reconheceu. A maioria das transa??es para eram para valores de cerca de sessenta a duzentos d?lares. Uma das que n?o reconheceu era de dois mil d?lares. Enquanto nada no registo parecia interessante, ela permaneceu focada nas abreviaturas e iniciais com as quais n?o estava familiarizada. Ela tirou algumas fotos desses registros com seu telefone e, em seguida, devolveu o tal?o de cheques para o lugar em que se encontrava. —Voc? tem uma ideia ou algo assim? Perguntou Harrison. –Talvez, disse ela. Voc? poderia ligar para a Dagney e pedir para que algu?m puxe os registros financeiros dos Sterlings ao longo do ?ltimo ano? Contas correntes, cart?es de cr?dito, at? mesmo PayPal, se eles usavam isso. —Claro, disse Harrison. Ele imediatamente pegou o seu telefone para completar a tarefa. Eu n?o me importaria de trabalhar com ele, pensou Mackenzie. Ela o ouviu falando com Dagney enquanto fechava a mesa e olhou para tr?s em dire??o ?s escadas. Algu?m andou at? as escadas quatro noites atr?s e matou um casal, ela pensou, tentando imaginar isso. Mas, por qu?? E, novamente, por que n?o havia sinais de invas?o? A resposta era simples: Assim como com os Kurtzes, o assassino foi convidado. E isso significa que eles sabiam quem era o assassino e deixaram ele entrar ou o assassino —encenou— em determinada parte… agindo como algu?m que eles conheciam ou algu?m que precisava de ajuda… A teoria parecia fr?gil, mas sabia que havia algo. No m?nimo, isso criava um v?nculo fr?gil entre os dois casais. E por agora, isso era o suficiente para irem em frente. CAP?TULO SEIS Enquanto ela esperava n?o ter que falar com as fam?lias dos falecidos, Mackenzie estava cumprindo os afazeres de sua lista de tarefas mais r?pido do que ela esperava. Depois de deixar a casa dos Sterlings, naturalmente, o pr?ximo lugar para se conseguir respostas era a casa dos parentes mais pr?ximos. No caso dos Sterlings, a familiar mais pr?xima era uma irm? que morava a menos de dezesseis quil?metros da moradia dos Kurtzes. O resto da fam?lia vivia no Alabama. Os Kurtzes, no entanto, tinham muitos familiares nas proximidades. Josh Kurtz n?o se mudou para muito longe de casa, vivendo a cerca de trinta e dois quil?metros n?o s? da casa de seus pais, mas tamb?m de sua irm?. E j? que o DP de Miami j? havia falado bastante com os Kurtzes no in?cio do dia, Mackenzie optou por falar com a irm? de Julie Kurtz. Sara Lewis parecia mais do que feliz em se encontrar com eles, e embora a not?cia sobre a morte de sua irm? tivesse sido dada h? menos de dois dias, ela parecia ter se conformado, da maneira como uma pessoa de vinte e dois anos consegue se conformar. Sara convidou ambos para entrar em sua casa em Overtown, uma pitoresca casa de um andar que era um pouco mais do que um pequeno apartamento. A casa era pouco decorada e tinha aquela esp?cie de sil?ncio irritante que Mackenzie havia sentido em tantas outras casas onde algu?m estava lidando com uma perda recente. Sara sentou-se na borda de seu sof?, com uma caneca de ch? nas m?os. Ficou claro que ela tinha chorado recentemente; ela tamb?m parecia n?o ter dormido muito. —Suponho que se o FBI est? envolvido, disse ela, —isso significa que houve mais assassinatos? –Sim, houve, Harrison disse ao lado de Mackenzie. Ela franziu a testa brevemente, desejando que ele n?o tivesse tanta boa vontade em divulgar aquela informa??o. —Mas, Mackenzie disse, interrompendo antes Harrison pudesse continuar, —n?s, claro, n?o podemos fazer quaisquer afirma??es s?lidas sobre uma conex?o sem uma investiga??o completa. E ? por isso que fomos chamados. —Eu vou ajudar o quanto puder, disse Sara Lewis. Mas eu j? respondi ?s perguntas da pol?cia. –Sim, eu entendo, e eu agrade?o por isso, disse Mackenzie. Eu s? quero cobrir algumas coisas que eles podem ter deixado para tr?s. Por exemplo, voc? por acaso tem alguma ideia de como a sua irm? e seu cunhado estavam financeiramente? Ficou claro que Sara pensava que era uma pergunta estranha, mas ela fez o seu melhor para responder. Ok, suponho que sim. Josh tinha um bom emprego e eles realmente n?o gastavam muito dinheiro. Julie, ?s vezes, me repreendia, por gastar muito levianamente. Quero dizer, eles certamente n?o eram ricos… n?o pelo que eu sei. Mas viviam bem. —Agora h? pouco, um vizinho nos disse que Julie gostava de desenhar. Era apenas um hobby ou estava ganhando dinheiro com isso? –Mais hobby, disse Julie. Era muito boa, mas sabia que n?o era nada de espetacular, sabe? –E seus ex-namorados? Ou talvez ex-namoradas de Josh? —Julie teve alguns, mas nenhum deles causou problemas. Al?m disso, todos eles vivem do outro lado do pa?s. Eu sei que dois deles s?o casados. Quanto ao Josh, eu n?o acho que haveria qualquer ex envolvida. Quero dizer… inferno, eu n?o sei. Eles eram apenas um ?timo casal. Estavam realmente bem juntos—repugnantemente fofos em p?blico. Esse tipo de casal. A visita parecia muito breve para acabar, mas Mackenzie tinha apenas uma outra rota para perseguir e n?o tinha certeza de como se referir a ela sem ser repetitiva. Ela pensou nas estranhas transa??es no tal?o de cheques dos Sterlings, ainda incapaz de entend?-las. Provavelmente nada, pensou. Pessoas usam seus tal?es de cheques de forma diferente, ? s? isso. Ainda assim, vale a pena analisar. Pensando nas abreviaturas que ela tinha visto no tal?o de cheques dos Sterlings, Mackenzie continuou. Quando abriu a boca para falar, ela ouviu o telefone de Harrison vibrando no bolso dele. Ele rapidamente verificou a tela, em seguida, ignorou a chamada. Desculpem-me, disse ele. Ignorando a perturba??o, Mackenzie perguntou: —Voc? por acaso sabe se Julie ou Josh estavam envolvidos com qualquer tipo de organiza??o ou talvez at? mesmo clubes ou academias? O tipo de lugar em que eles rotineiramente pagariam taxas? Julie pensou sobre isso por um momento, mas balan?ou a cabe?a. N?o que eu saiba. Como eu disse… eles realmente n?o gastavam muito dinheiro. A ?nica taxa mensal que eu sei que Julie pagava, fora as contas, era a sua conta do Spotify, e isso custa apenas dez d?lares. —E voc? tem sido contatada por algu?m, como um advogado, sobre o que aconteceu com as finan?as deles? Perguntou Mackenzie. Sinto muito por perguntar isso, sei que posso estar pressionando. —N?o, ainda n?o, disse ela. Eles eram t?o jovens, eu n?o sei mesmo se eles tinham um testamento. Merda… Eu acho que tenho que olhar tudo isso, n?o ?? Mackenzie ficou de p?, incapaz de responder ? pergunta. Mais uma vez obrigada por falar conosco, Sara. Por favor, se voc? pensar em algo mais em rela??o ?s perguntas que eu lhe fiz, eu agradeceria se puder me ligar. Com isso, ela entregou Sara um cart?o de visita. Sara pegou o cart?o e o guardou enquanto os levava at? a porta. N?o estava sendo rude, mas estava claro que ela queria que eles fossem embora o mais r?pido poss?vel. Com a porta fechada atr?s deles, Mackenzie encontrou-se de p? na varanda de Sara com Harrison. Ela considerou corrigi-lo rapidamente por ter deixado Sara saber que houve mais assassinatos e que poderiam estar relacionados com o assassinato de sua irm?. Mas tinha sido um erro motivado pela sinceridade, algo que ela tinha feito uma ou duas vezes no come?o. Ent?o, ela deixou isso passar. —Posso te perguntar uma coisa? Perguntou Harrison. –Claro, disse Mackenzie. —Por que voc? estava t?o focada nas finan?as? Isso tem algo a ver com o que voc? viu na casa dos Sterlings? —Sim. ? apenas um palpite por enquanto, mas algumas das transa??es estavam– O telefone de Harrison come?ou a vibrar novamente. Ele pegou-o do bolso com um olhar envergonhado em seu rosto. Ele verificou a tela, quase ignorando-a, mas em seguida, manteve o objeto nas m?os enquanto eles caminhavam de volta para o carro. —Desculpe-me, eu tenho que atender, disse ele. ? minha irm?. Ela ligou enquanto est?vamos l? dentro, tamb?m. O que ? estranho. Mackenzie n?o lhe deu tanta aten??o ao entrar no carro. Ela mal estava ouvindo o final da conversa de Harrison quando ele come?ou a falar. No entanto, at? o momento em que ela puxou o carro de volta para a rua, ela podia dizer pelo seu tom de voz que algo estava muito errado. Quando ele terminou a chamada, havia uma express?o de choque em seu rosto. Seu l?bio inferior tinha uma esp?cie de curva, algo entre uma careta e um franzir de rosto. –Harrison? —Minha m?e morreu esta manh?, disse ele. –Ah meu Deus, disse Mackenzie. –Ataque card?aco… assim. Ela– Mackenzie poderia dizer que ele estava lutando para n?o romper em l?grimas. Ele virou a cabe?a para longe dela, olhando para fora da janela do lado do passageiro, e come?ou a desabafar. –Eu sinto muito, Harrison, disse ela. Vamos lev?-la de volta para casa. Vou marcar o seu voo agora. Voc? precisa de qualquer outra coisa? Ele s? fez um breve aceno de cabe?a, ainda olhando para longe dela enquanto chorava um pouco mais abertamente. Mackenzie primeiro ligou para Quantico. N?o conseguiu falar com McGrath ao telefone, ent?o ela deixou uma mensagem com a recepcionista dele, deixando-a saber o que tinha acontecido e que Harrison pegaria um voo de volta para DC o mais r?pido poss?vel. Ela ent?o ligou para a companhia a?rea e pegou o primeiro voo dispon?vel, que partia em tr?s horas e meia. No momento em que o voo foi reservado e ela terminou a chamada, o telefone tocou. Olhando para o Harrison com um olhar simp?tico, ela respondeu a liga??o. Parecia terr?vel voltar a sua aten??o para uma mentalidade de trabalho ap?s a not?cia de Harrison, mas ela tinha um trabalho para fazer —e ainda n?o havia pistas s?lidas. —Sou a Agente White, disse ela. –Agente White, sou a oficial Dagney. Eu pensei que voc? iria gostar de saber que temos uma potencial pista. —Potencial? Ela perguntou. —Bem, certamente ele se encaixa no perfil. Este ? um cara que tem passagens por v?rias invas?es de domic?lio, duas das quais inclu?am viol?ncia e agress?o sexual. –Nas mesmas ?reas dos Kurtzes e dos Sterlings? —? onde a coisa fica promissora, disse Dagney. Um dos casos que envolviam agress?o sexual aconteceu no mesmo conjunto de casas onde os Kurtzes viviam. —N?s temos um endere?o do cara? —Sim. Ele trabalha em uma oficina de carros. Uma pequena oficina. E n?s temos a confirma??o de que ele est? l? agora. O nome dele ? Mike Nell. —Envie-me o endere?o e eu terei uma conversa com ele. E algo sobre os registros financeiros solicitados pelo Harrison? Perguntou Mackenzie. —Ainda n?o. N?s temos alguns caras trabalhando nisso, no entanto. N?o deve demorar muito. Mackenzie encerrou a chamada e fez o seu melhor para deixar que Harrison tivesse o seu momento de dor. Ele j? n?o estava chorando, mas claramente tinha que fazer um esfor?o para se manter firme. —Obrigado, disse Harrison, enxugando uma l?grima em seu rosto. –Pelo qu?? Perguntou Mackenzie. Ele encolheu os ombros. Ligou para McGrath e o aeroporto. Lamento, este ? um inc?modo imenso no meio do caso. –N?o ?, disse ela. Harrison, eu sinto muito pela perda. Depois disso, o carro caiu em sil?ncio e querendo ou n?o, a mente de Mackenzie voltou para o modo trabalho. Havia um assassino em algum lugar l? fora, aparentemente com algum tipo estranho de vingan?a para casais felizes. E ele poderia estar ? sua espera neste exato momento. Mackenzie mal podia esperar para conhec?-lo. CAP?TULO SETE Deixar o Harrison no hotel era doce e amargo ao mesmo tempo. Ela queria poder fazer mais por ele ou, no m?nimo, oferecer algumas palavras mais reconfortantes. Ao final, no entanto, ela s? lhe deu um aceno sem entusiasmo quando ele entrou no seu quarto para arrumar suas coisas e chamar um t?xi para lev?-lo ao aeroporto. Quando sua porta se fechou, Mackenzie colou o endere?o que Dagney enviou no GPS. A oficina Lipton Auto Garage estava exatamente a dezessete minutos do hotel, uma dist?ncia que ela come?ou a percorrer imediatamente. Estar sozinha no carro era estranho, mas ela novamente se distraiu com o cen?rio de Miami. Era diferente de qualquer outra cidade praiana em que ela esteve. As cidades menores situadas ? beira da praia pareciam um pouco arenosas e quase desbotadas, mas tudo em Miami parecia brilhar apesar da areia t?o pr?xima e da brisa salgada do oceano. De vez em quando, ela via um edif?cio que parecia fora de lugar, negligenciado e desamparado—um lembrete de que tudo tinha suas imperfei??es. Chegou ? garagem mais cedo do que esperava, sendo distra?da pelas paisagens da cidade. Ela estacionou em um p?tio que estava superlotado com carros e caminh?es que foram obviamente desmontados para a retirada de pe?as sobressalentes. Parecia o tipo de opera??o que estava praticamente em estado de quase fal?ncia. Antes de entrar no lugar, ela fez uma r?pida an?lise do lugar. Havia uma fachada de escrit?rio aos peda?os e que atualmente estava abandonada. A oficina anexa possu?a tr?s entradas, apenas uma delas continha um carro; ele estava suspenso, mas n?o parecia estar sendo consertado. Na garagem, um homem estava revirando uma caixa de ferramentas em forma de prateleira. Outro estava na parte de tr?s da garagem, de p? em uma pequena escada e revirando uma s?rie de caixas velhas de papel?o. Mackenzie foi at? o homem mais pr?ximo dela, o que estava revirando a caixa de ferramentas. Ele parecia estar se aproximando dos quarenta anos, com cabelos oleosos que desciam at? os ombros. Os p?los em seu rosto n?o eram uma barba. Quando ele olhou para ela se aproximando, ele abriu um grande sorriso. —Ei, querida, disse ele com um pouco de sotaque sulista. Como posso ajud?-la hoje? Mackenzie lan?ou seu distintivo. Voc? pode parar de me chamar de querida em primeiro lugar. Ent?o, voc? pode dizer-me se ? Mike Nell. —Sim, sou eu, disse ele. Ele estava olhando para o distintivo dela com um sentimento parecido com medo. Ele ent?o olhou para o rosto dela, como se estivesse tentando decifrar se aquilo era parte de alguma brincadeira. –Sr. Nell, eu gostaria que voc?– Ele se virou rapidamente e empurrou-a. Forte. Ela trope?ou para tr?s e seus p?s atingiram um pneu que estava deitado no ch?o. Quando perdeu o equil?brio e foi caindo para tr?s, viu Nell fugindo. Ele estava saindo da oficina, correndo e olhando por cima do ombro. Isso se intensificou rapidamente, ela pensou. Ele tinha certeza que ele era culpado de alguma coisa. Seus instintos queriam que ela pegasse a arma. Mas isso causaria alarde. Ent?o ela se levantou e iniciou a persegui??o. No entanto, quando se levantou, sua m?o caiu sobre outra coisa que havia sido deixada no ch?o. Era uma chave de roda—possivelmente a chave que tinha tirado o pneu no qual ela tinha ca?do. Pegou-a e rapidamente se levantou. Ela correu para a frente da garagem e viu Nell na cal?ada, prestes a atravessar a rua. Mackenzie olhou rapidamente para ambos os sentidos, viu que n?o havia carros por perto, e puxou o bra?o para tr?s. Ela lan?ou a chave de roda atrav?s do ar com toda for?a que podia. Ele lan?ou a chave e cobriu os cinco metros que a separavam de Nell, atingindo-o em cheio nas costas. Ele soltou um grito de surpresa e dor antes de cambalear para a frente e cair de joelhos, quase plantando o rosto na lateral da rua. Ela correu atr?s dele, jogando um joelho em suas costas antes que ele pudesse sequer pensar em ficar de p? novamente. Ela prendeu os bra?os dele para tr?s e empurrou para baixo. Ele tentou se contorcer, mas ent?o percebeu que tentar fugir s? causaria mais dor, pois seus ombros estavam esticados para tr?s. Com uma rapidez que ela vinha praticando h? meses, ela puxou o par de algemas de seu cinto e bateu com ele em torno do pulso de Nell. —Isso foi est?pido, disse Mackenzie. Eu s? queria fazer algumas perguntas… e voc? me deu a resposta que eu estava procurando. Nell n?o disse nada, mas ele acabou aceitando que n?o poderia fugir dela. Enquanto os carros passavam, o outro homem da oficina veio correndo. —Que diabos ? isso? Perguntou. –Sr. Nell acabou de atacar uma Agente do FBI, disse Mackenzie. Receio que ele n?o ser? capaz de terminar o expediente para voc?. *** Mackenzie observou Mike Nell por tr?s do duplo espelho da sala de observa??o. Ele parecia provocado e envergonhado—uma carranca tinha permanecido em seu rosto desde quando Mackenzie o puxou e algemou na frente do seu chefe. Ele mastigava nervosamente o l?bio, uma indica??o de que ele provavelmente estava ansioso para ter um cigarro ou uma bebida. Mackenzie desviou o olhar para estudar o arquivo em suas m?os. Tinha uma breve, mas conturbada hist?ria sobre Mike Nell, um adolescente fugitivo aos dezesseis anos, preso por furto e assalto agravado pela primeira vez aos dezoito anos. Os ?ltimos doze anos da sua vida pintavam o retrato de um conturbado perdedor—assalto, roubo, invas?o de domic?lio, algumas passagens pela pris?o. Ao lado de Mackenzie, Dagney e o Comandante Rodriguez olharam para Nell com um certo desprezo. –Acho que voc? j? lidou muito com ele no passado, certo? Perguntou Mackenzie. —Sim, disse Rodriguez. E de alguma forma, os tribunais continuam batendo algemas nos pulsos dele e ? s? isso. A senten?a mais longa que ele cumpriu foi a que ele acabou em liberdade condicional, e foi uma senten?a de um ano. Se este idiota for respons?vel por esses assassinatos, os tribunais ter?o que enfiar o rabo entre as pernas. Mackenzie entregou o relat?rio a Dagney e deu um passo em dire??o ? porta. Bem, ent?o vamos ver o que ele tem a dizer, disse ela. Ela saiu de l? e ficou no corredor por um momento antes de sair para interrogar Mike Nell. Pegou o telefone, olhou-o para ver se tinha recebido uma mensagem de texto de Harrison. Ela presumiu que ele estaria no aeroporto agora, talvez falando com outros membros da fam?lia para ter uma ideia melhor do que estava acontecendo em casa. Ela realmente sentiu pena dele e mesmo n?o o conhecendo t?o bem, ela desejava que houvesse algo que ela pudesse fazer por ele. Deixando suas emo??es de lado por um momento, ela colocou o telefone no bolso e entrou na sala de interrogat?rio. Mike Nell olhou para ela e n?o se incomodou em esconder o olhar de desprezo. Mas agora havia algo mais, tamb?m. Ele nem tentou esconder o fato de que estava comendo ela com os olhos, seus olhos demoravam mais tempo do que o necess?rio olhando para ela, especialmente, nos quadris de Mackenzie. —V? algo que voc? gosta, o Sr. Nell? Ela perguntou quando se sentou. Claramente perplexo com a pergunta, Nell riu nervosamente e disse: —Acho que sim. —Eu suponho que voc? sabe que est? em apuros por ter colocado suas m?os em uma Agente do FBI, mesmo que tenha sido apenas um empurr?o. —E sobre o seu pequeno truque chave de roda? Perguntou. —Voc? teria preferido a minha arma? Um tiro certeiro na panturrilha ou no ombro para par?-lo? Nell n?o tinha nada a dizer sobre isso. —Est? claro que n?o seremos melhores amigos t?o cedo, disse Mackenzie, —ent?o vamos pular a conversa fiada. Eu gostaria de saber todos os lugares em que voc? esteve ao longo da ?ltima semana. —? uma lista longa, Nell disse desafiadoramente. –Sim, eu tenho certeza que um homem com o seu car?ter vai para todos os lugares. Ent?o, vamos come?ar com duas noites atr?s. Onde voc? estava entre seis da noite e seis da manh?? —Duas noites atr?s? Eu estava com um amigo. Jogando baralho, bebi um pouco. Nada demais. —Algu?m que n?o seja o seu amigo pode confirmar isso? Nell encolheu os ombros. Eu n?o sei. Havia alguns outros caras jogando baralho com a gente. Que diabos ? isso? Mackenzie n?o o porqu? de arrastar isso mais longe do que o necess?rio. Se n?o estivesse t?o distra?da com o que estava acontecendo com Harrison, ela poderia ter interrogado esse cara ainda mais antes de ir direto ao ponto, esperando que ele se enrolasse, caso fosse de fato culpado. —Um casal foi encontrado morto em sua casa de condom?nio duas noites atr?s. Em uma casa localizada no mesmo complexo de moradias onde voc? foi preso por tentativa de roubo e agress?o. Unindo os dois fatos, al?m do fato de que voc? est? em liberdade condicional por pouco menos de um m?s, coloca voc? no topo da lista de pessoas para serem interrogadas. —Isso ? besteira, disse Nell. –N?o, isso ? l?gico. Algo, que eu suponho, n?o seja familiar para voc? com base no seu registro criminal. Ela podia ver que ele queria respond?-la, mas ele se deteve, novamente mordendo o l?bio inferior. Eu n?o estive nesse lugar desde que eu sa?, disse ele. Que droga de sentido isso faria? Olhou para ele com ceticismo por um momento e perguntou: —E seus amigos? S?o caras que voc? conheceu enquanto estava na pris?o? —Um deles, sim. —Algum deles est? envolvido com roubo e assalto, tamb?m? —N?o, ele cuspiu a resposta. Um dos caras tem uma acusa??o por arrombamento e invas?o de quando ele era um adolescente, mas n?o… eles n?o matariam ningu?m. Nem eu— —Mas arrombar, invadir e bater em algu?m est? OK? —Eu nunca matei ningu?m, disse ele novamente. Ele estava claramente frustrado e fazendo for?a para n?o atac?-la. E isso era exatamente o que estava procurando. Se ele fosse culpado dos assassinatos, a chance de ficar instantaneamente defensivo e irritado seria muito maior. O fato de que ele estava dando o melhor de si para ficar fora de problemas, mesmo atacando verbalmente a uma Agente do FBI, mostrava que ele provavelmente n?o tinha conex?o com os assassinatos. —Ok, ent?o vamos dizer que voc? n?o est? relacionado com esses assassinatos. Do qu? voc? ? culpado? Presumo que voc? est? fazendo algo que n?o deveria. Por qual outro motivo voc? me empurraria, uma Agente do FBI, e tentaria correr? —Eu n?o falo, disse ele. N?o at? que eu veja um advogado. —Ah, eu esque?o que voc? ? um profissional neste jogo. Ent?o, sim, tudo bem… vamos chamar o seu advogado. Mas eu suponho que voc? tamb?m sabe como ? o trabalho da pol?cia. N?s sabemos que voc? ? culpado de algo. E n?s vamos descobrir o que ?. Ent?o me diga agora e e ficar? bom para todo mundo. Seus cinco segundos seguidos de sil?ncio indicavam que ele n?o pretendia fazer tal coisa. –Eu vou precisar dos nomes e dos n?meros dos caras com quem voc? afirma ter estado duas noites atr?s. Voc? vai me dar isso e se o seu ?libi for verdadeiro, voc? est? livre. —Tudo bem, Nell resmungou. Sua rea??o a isso foi mais um sinal de que ele era, provavelmente, inocente dos assassinatos. N?o houve al?vio imediato em seu rosto, apenas uma esp?cie de irrita??o que ele tinha de alguma forma sentido mais uma vez na sala de interrogat?rio. Mackenzie pegou os nomes dos caras para que Dagney ou quem estivesse no comando de tal tarefa pudesse checar no celular de Nell os seus n?meros. Ela saiu da sala de interrogat?rio e voltou para observa??o. —Ent?o? Disse Rodriguez. —Ele n?o ? o nosso cara, disse Mackenzie. Mas apenas para o protocolo, aqui est? uma lista dos amigos com quem ele disse que estava na noite em que os Kurtzes foram assassinados. —Voc? tem certeza disso? Ela balan?ou a cabe?a afirmando. —N?o houve al?vio real quando eu disse que ele provavelmente poderia sair depois de seu ?libi ser consultado. E eu tentei provoc?-lo, para faz?-lo trope?ar. Seu comportamento simplesmente n?o ? indicativo de culpa. Mas como eu disse, devemos verificar com os c?mplices, s? para ter certeza. Nell ? com certeza culpado de alguma coisa. Eu estou com o traseiro dolorido por causa de uma queda que prova isso. Voc? acha que os seus caras conseguem descobrir o que ?? —? isso a?. Ela deixou a delegacia, confiante de que Mike Nell n?o era o cara. Al?m disso, por?m, ela come?ou a pensar em seu pai. Sup?s que estava prestes a acontecer. Havia algumas semelhan?as entre o seu caso e o caso atual dela. Algu?m tinha entrado nas casas dos casais sem sinais de entrada for?ada, insinuando que os casais conheciam o assassino e que deixaram ele entrar de bom grado. Viu flashes de seu pai, esparramado e sangrando na cama, ao recordar as imagens que tinha visto dos Kurtzes e Sterlings nos arquivos do caso. Pensar em um pai falecido a fez sentir mais fortemente a situa??o de Harrison. Ela chegou ao hotel o mais r?pido que p?de, no entanto, quando bateu em sua porta, ele n?o respondeu. Mackenzie foi at? a recep??o e encontrou uma recepcionista com cara de t?dio, passando p?ginas de uma revista de celebridades. —Com licen?a, mas o meu parceiro j? saiu do hotel? –Sim, ele saiu cerca de cinco minutos atr?s. Eu chamei um t?xi para lev?-lo ao aeroporto. –Obrigada, disse Mackenzie, desapontada. Ela deixou a recep??o se sentindo estranhamente alienada. Claro, ela tinha sentido isso em alguns casos antes, especialmente quando trabalhava como uma detetive em Nebraska. Mas estar em uma cidade estranha, sem um parceiro a fez se sentir particularmente sozinha. Isso a fez se sentir um pouco desconfort?vel, mas n?o havia como tentar ignorar isso. Com esse sentimento de deslocamento crescendo a cada segundo, Mackenzie percebeu que colocaria um fim nisso da ?nica maneira que sabia: afogando-se no trabalho. Ela voltou para o seu carro e foi direto de volta para a delegacia, pensar em continuar no caso a s?s pode ser um pouco deprimente, mas tamb?m poderia ser apenas a motiva??o que ela precisava para encontrar o assassino antes que o dia chegasse ao fim. CAP?TULO OITO Sua motiva??o para trazer o assassino sozinha foi rapidamente silenciada por uma falta de respostas e v?rias horas que pareciam ser absolutamente desperdi?adas na delegacia. Ela se sentou em um pequeno escrit?rio oferecido por Rodriguez quando as poucas atualiza??es escassas vieram. A primeira atualiza??o foi que, depois de menos de tr?s horas, cada um dos c?mplices de Mike Nell confirmou sua vers?o. Havia agora evid?ncias de v?rias fontes que Nell tinha estado longe da moradia do casal Kurtz na noite dos assassinatos. Конец ознакомительного фрагмента. Текст предоставлен ООО «ЛитРес». Прочитайте эту книгу целиком, купив полную легальную версию (https://www.litres.ru/pages/biblio_book/?art=43693351&lfrom=688855901) на ЛитРес. Безопасно оплатить книгу можно банковской картой Visa, MasterCard, Maestro, со счета мобильного телефона, с платежного терминала, в салоне МТС или Связной, через PayPal, WebMoney, Яндекс.Деньги, QIWI Кошелек, бонусными картами или другим удобным Вам способом.
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