Что же есть у меня? Дыры в драных карманах, Три морщины на лбу, Да истёртый пятак... Но не жалко ни дня- Мне судьбою приданных, Хоть порой я живу Поподая в просак. Всё что есть у меня: Совесть, честь и уменье. Я отдам не скупясь- Просто так за пустяк. За постель у огня, Доброту без стесненья. И за то, что простясь, Не забыть мне ни как... Всё ч

Se Ela Visse

Se Ela Visse Blake Pierce Um Enigma Kate Wise #2 Uma obra prima de suspense e mist?rio! O Autor fez um trabalho magn?fico desenvolvendo personagens com um lado psicol?gico que ? t?o bem descrito que nos sentimos dentro de suas mentes, seguimos seus medos e comemoramos seus sucessos. A trama ? muito inteligente e vai mant?-lo entretido durante todo o livro. Repleto de reviravoltas, esse livro vai manter voc? acordado at? virar a ?ltima p?gina. –Avalia??es de Livros e Filmes, Roberto Mattos (Once Gone) SE ELA VISSE (Enigma Kate Wise) ? o livro n? 2 de uma nova s?rie de thriller psicol?gico escrita pelo autor best-seller Blake Pierce, cujo best-seller n? 1 Once Gone (livro n?1) (download gratuito) recebeu mais de 1. 000 avalia??es cinco estrelas. Quando um casal ? encontrado morto e n?o h? nenhum suspeito aparente, Kate Wise, de 55 anos, depois de 30 anos de carreira no FBI, ? chamada para voltar da aposentadoria (e de sua tranquila vida em um bairro nobre) e trabalhar para o departamento. A mente brilhante de Kate e a capacidade inigual?vel de entrar na mente dos serial killers s?o fatores indispens?veis, e o FBI precisa dela para desvendar esse caso atordoante. Por que dois casais foram encontrados assassinados, a 80 quil?metros de dist?ncia, e da mesma maneira? O que eles podem ter em comum?A resposta, Kate percebe, deve ser encontrada com urg?ncia – j? que ela est? certa de que o assassino est? prestes a atacar novamente. Mas no jogo mortal de gato e rato que se segue, Kate, entrando nos canais obscuros da mente distorcida do assassino, pode chegar tarde demais. Um thriller cheio de a??o, um suspense emocionante, SE ELA VISSE ? o livro n? 2 de uma s?rie nova e fascinante que far? voc? virar p?ginas at? tarde da noite. O livro n? 3 da s?rie de enigmas KATE WISE estar? dispon?vel em breve! Blake Pierce Se ela visse Blake Pierce Blake Pierce ? o autor da s?rie de enigmas RILEY PAGE, com doze livros (com outros a caminho). Blake Pierce tamb?m ? o autor da s?rie de enigmas MACKENZIE WHITE, composta por oito livros (com outros a caminho); da s?rie AVERY BLACK, composta por seis livros (com outros a caminho), da s?rie KERI LOCKE, composta por cinco livros (com outros a caminho); da s?rie de enigmas PRIM?RDIOS DE RILEY PAIGE, composta de dois livros (com outros a caminho); e da s?rie de enigmas KATE WISE, composta por dois livros (com outros a caminho). Como um ?vido leitor e f? de longa data do g?nero de suspense, Blake adora ouvir seus leitores, por favor, fique ? vontade para visitar o site www.blakepierceauthor.com (http://www.blakepierceauthor.com/) para saber mais a seu respeito e tamb?m fazer contato. Direitos Autorais © 2018 por Blake Pierce. Todos os direitos reservados. Exceto conforme o permitido sob as Leis Americanas de Direitos Autorais (EUA Copyright Act, de 1976), nenhuma parte desta publica??o pode ser reproduzida, distribu?da ou transmitida de qualquer forma ou por qualquer meio, ou armazenada em um sistema de banco de dados ou de recupera??o, sem a pr?via autoriza??o do autor. Este e-book ? licenciado apenas para seu prazer pessoal. Este e-book n?o pode ser revendido ou distribu?do para outras pessoas. Se voc? gostaria de compartilhar este livro com outra pessoa, adquira uma c?pia adicional para cada destinat?rio. Se voc? est? lendo este livro e n?o o comprou, ou ele n?o foi comprado apenas para o seu uso, ent?o, por favor, devolva o livro e compre a sua pr?pria c?pia. Obrigado por respeitar o trabalho duro deste autor. Esta ? uma obra de fic??o. Nomes, personagens, empresas, organiza??es, locais, eventos e incidentes s?o um produto da imagina??o do autor ou s?o usados ficticiamente. Qualquer semelhan?a com pessoas reais, vivas ou mortas, ? mera coincid?ncia. Imagem da capa Copyright andreiuc88, usada sob licen?a da Shutterstock.com. LIVROS DE BLAKE PIERCE S?RIE UM THRILLER PSICOL?GICO DE CHLOE FINE A PR?XIMA PORTA (Livro #1) A MENTIRA MORA AO LADO (Livro #2) S?RIE UM MIST?RIO DE KATE WISE SE ELA SOUBESSE (Livro #1) SE ELA VISSE (Livro #2) SE ELA CORRESSE (Livro #3) S?RIE OS PRIM?RDIOS DE RILEY PAIGE ALVOS A ABATER (Livro #1) ? ESPERA (Livro #2) A CORDA DO DIABO (Livro #3) AMEA?A NA ESTRADA (Livro #4) S?RIE UM MIST?RIO DE RILEY PAIGE SEM PISTAS (Livro #1) ACORRENTADAS (Livro #2) ARREBATADAS (Livro #3) ATRA?DAS (Livro #4) PERSEGUIDA (Livro #5) A CAR?CIA DA MORTE (Livro #6) COBI?ADAS (Livro #7) ESQUECIDAS (Livro #8) ABATIDOS (Livro #9) PERDIDAS (Livro #10) ENTERRADOS (Livro #11) DESPEDA?ADAS (Livro #12) SEM SA?DA (Livro #13) S?RIE UM ENIGMA DE MACKENZIE WHITE ANTES QUE ELE MATE (Livro #1) ANTES QUE ELE VEJA (Livro #2) ANTES QUE ELE COBICE (Livro #3) ANTES QUE ELE LEVE (Livro #4) ANTES QUE ELE PRECISE (Livro #5) ANTES QUE ELE SINTA (Livro #6) ANTES QUE ELE PEQUE (Livro #7) ANTES QUE ELE CACE (Livro #8) S?RIE UM MIST?RIO DE AVERY BLACK RAZ?O PARA MATAR (Livro #1) RAZ?O PARA CORRER (Livro #2) RAZ?O PARA SE ESCONDER (Livro #3) RAZ?O PARA TEMER (Livro #4) S?RIE UM MIST?RIO DE KERI LOCKE RASTRO DE MORTE (Livro #1) RASTRO DE UM ASSASSINO (Livro #2) PR?LOGO Durante a adolesc?ncia, Olivia nunca pensou que iria ver o dia no qual ela estivesse realmente feliz por estar em casa. Como a maioria dos adolescentes, passou os anos do ensino m?dio sonhando em sair de casa, ir para a universidade e come?ar sua pr?pria vida. Ela seguiu o plano, saindo de Whip Springs, Virginia, e entrando para a University of Virginia. Agora, estava no seu primeiro ano, entrando num ver?o que estaria repleto de oportunidades de emprego e, at? o final do ver?o estaria ? procura de um apartamento. Olivia gostava de morar no campus, como veterana ela percebeu que era hora de morar em outro lugar da cidade. Contudo, seria um m?s inteiro com seus pais em Whip Springs. E sabia que o seu lado adolescente nunca a perdoaria pelo al?vio e pela onda de carinho que sentiu ao estacionar na garagem dos seus pais. Eles viviam logo ao lado de uma estrada em Whip Springs ? uma pequena e pacata cidade na regi?o central do estado da Virginia, com uma popula??o de menos de cinco mil habitantes e que era cercada de florestas por todos os lados, com uma por??o de floresta atravessando Whip Springs. Estava come?ando a escurecer quando parou na entrada da garagem. Ela esperava que sua m?e acendesse a luz da varanda para ela, mas n?o havia luz brilhando na porta da frente. Sua m?e sabia que ela estaria chegando nesta tarde, ela havia conversado sobre isso pelo telefone h? dois dias e Olivia at? mesmo mandou uma mensagem tr?s horas atr?s para dizer a ela que estava a caminho. Certamente, sua m?e n?o havia respondido a mensagem, o que n?o comum. Mas Olivia achou que provavelmente ela deveria estar ocupada para deixar o quarto de inf?ncia de Olivia apresent?vel e esqueceu-se de respond?-la. Ao se aproximar da casa, ela notou que n?o apenas a luz da varanda n?o estava acesa, parecia que cada uma das luzes da casa tinha sido desligada. Sabia que eles estavam em casa, contudo. Os carros de ambos estavam estacionados na entrada da garagem, o carro de sua m?e logo atr?s da caminhonete de seu pai, como sempre fizeram. Se esses bobos estiverem tentando me pegar em algum tipo de festa surpresa de boas-vindas, acho que vou at? chorar, Olivia pensou enquanto estacionava atr?s do carro da m?e. Ela abriu o porta-malas e tirou suas bagagens, apenas duas malas, mas uma que parecia pesar uma tonelada. Ela as ergueu para cima da cal?ada e em dire??o ? varanda. Fazia quase um ano desde quando ela esteve ali para fazer uma visita; ela quase se esqueceu completamente do qu?o isolado o lugar parecia. Os vizinhos mais pr?ximos ficavam a menos de quinhentos metros de dist?ncia, mas as ?rvores rodeando a propriedade faziam parecer que a casa era completamente isolada… Especialmente quando comparada ao apertado espa?o do dormit?rio na faculdade. Ela arrastou as malas para cima dos degraus da varanda e ent?o se esticou para tocar a campainha. Quando ela o fez, notou que a porta estava parcialmente aberta. Repentinamente, a falta de luz do interior da casa pareceu sinistra ? como algum tipo de alerta. M?e? Pai? Ela chamou enquanto se alongava lentamente para abrir a porta com o p?. A porta abriu, revelando o vest?bulo e um pequeno corredor que ela conhecia muito bem. A casa estava, de fato, escura, mas ao entrar indo contra os avisos do seu medo crescente, relaxou imediatamente. De algum lugar na casa, ela ouviu a televis?o ? as familiares campainhas e aplausos do programa Wheel of Fortune, uma mania que sua fam?lia sempre teve e da qual Olivia se lembrava. Ao se aproximar do fim do corredor e se aproximar da sala de estar, viu a TV, a qual foi fixada acima da lareira, uma tela bem grande de fato, fazendo parecer que o apresentador Pat Sajak estava bem ali na sala. –Oi, pessoal, disse Olivia, olhando ao redor da obscurecida sala de estar. Muito obrigada por me ajudar com minhas coisas. Deixar a porta aberta foi uma ? Era para ser uma piada, mas quando as palavras se penduraram na sua garganta, n?o tinha nada de engra?ado. Sua m?e estava no sof?. Ela poderia muito bem-estar dormindo e n?o mais que isso se n?o fosse pelo sangue todo. Estava por todo seu peito e encharcando o sof?. Havia tanto sangue que a mente de Olivia n?o conseguiu entender a cena imediatamente. V?-la ao som de Wheel of Fortune tornou, de alguma maneira, ainda mais dif?cil de compreender a cena. –M?e… Olivia sentiu que seu cora??o havia parado. Ela se afastou vagarosamente quando a realidade come?ou a toc?-la. Ela sentiu como se uma pequena parte da sua cabe?a houvesse se desgrudado e estivesse flutuando no espa?o para algum outro lugar. Outra palavra se formou em sua l?ngua ? Pai ? ao se afastar lentamente. Mas foi ent?o que ela o viu. Estava bem ali, no ch?o. Estava deitado logo em frente ? mesa de centro e tinha tanto sangue por cima dele quanto em sua m?e. Estava deitado com a face virada para o ch?o, im?vel. Mas parecia que rastejou de alguma forma, como se houvesse tentado escapar. Quando absorveu aquilo tudo, Olivia viu o que parecia ser pelo menos seis ferimentos de faca nas suas costas. De repente, ela entendeu porque a m?e n?o respondeu sua mensagem. Sua m?e estava morta. Seu pai tamb?m. Ela sentiu um grito subir pela garganta enquanto fazia o poss?vel para destravar suas pernas. Sabia que, quem quer que fosse que fizera isso, ainda poderia estar por ali ? deixou o grito sair, deixou as l?grimas rolarem e relaxou suas pernas. Olivia saiu em disparada pela casa e correu ? e correu ? e n?o parou de correr at? que seus gritos finalmente se prenderam em sua garganta. CAP?TULO UM Era engra?ado o qu?o r?pido a atitude de Kate Wise mudou. Quando passou um ano aposentada, fez tudo o que podia para evitar jardinagem. Jardinagem, tric?, clubes de bridge ? e at? mesmo clubes de leitura ? ela evitou todos como o diabo foge da cruz. Todos pareciam coisas clich?s que mulheres aposentadas faziam. Mas alguns meses de volta ? press?o do FBI mexeu com ela. N?o era t?o ing?nua em pensar que se reinventou. N?o, isso apenas a revigorou. Ela tinha um prop?sito novamente, um motivo para esperar pelo dia seguinte. Ent?o, talvez tenha sido por isso que ela achou que estava tudo bem ao recorrer ? jardinagem como passatempo agora. N?o a relaxava, como ela pensava que aconteceria. Apenas, a deixava ansiosa; por que dedicar tempo e energia ao plantio de algo quando se luta contra o clima para garantir que aquilo permane?a vivo? Ainda assim, havia uma alegria ao fazer aquilo ? colocar algo no ch?o e ver os frutos do plantio ao longo do tempo. Ela come?ou com flores ? margaridas e buganv?lias no in?cio ? e depois partiu para o plantio de um pequeno jardim de hortali?as no canto direito do quintal. Foi quando estava juntando terra sobre um tomateiro que percebeu que n?o tinha nenhum interesse em jardinagem at? se tornar uma av?. Ela se perguntou se isso tinha algo a ver com a evolu??o de sua natureza nutridora. Ela tinha amigos e livros a dizendo que havia algo diferente em ser av? ? algo em que uma mulher nunca se conectava realmente enquanto m?e. Sua filha, Melissa, assegurou a ela que havia sido uma boa m?e. Era uma garantia que Kate precisava de tempos em tempos, dada a maneira como ela lidou com sua carreira. Ela havia, admitidamente, colocado sua carreira ? frente da fam?lia por tempo demais e se considerava sortuda por Melissa nunca ter se ressentido por isso ? a n?o ser por um per?odo logo depois de ter perdido o pai. Ah, a ?nica desvantagem da jardinagem, Kate pensou enquanto se levantava e limpava as m?os e os joelhos. Os pensamentos tendem a vagar. E quando isso acontece, o passado come?a a rastejar para perto da gente, sem ser convidado. Saiu do jardim, atravessando o quintal de sua casa em Richmond, Virg?nia, at? a varanda dos fundos. Teve o cuidado de bater seus cal?ados sujos de terra na porta dos fundos. Tamb?m largou as luvas ao lado deles, sem querer sujar a casa. Passou os ?ltimos dois dias limpando a casa. Kate estava cuidando de Michelle, sua neta, esta noite e apesar de Melissa n?o ser uma maluca por limpeza, Kate queria ter o lugar brilhando de limpo. Fazia quase trinta anos desde que esteve na companhia de um beb? e n?o queria correr nenhum risco. Olhou para o rel?gio e franziu a testa. Ela esperava ter companhia em quinze minutos. Esse era mais um aspecto negativo da jardinagem: o tempo se esvaia facilmente. Ela se refrescou no banheiro e foi at? a cozinha para passar um bule de caf? fresco. Estava na metade do caminho quando a campainha tocou. Ela atendeu imediatamente, feliz como sempre por ver as duas mulheres com as quais passava algumas horas, pelo menos, duas vezes na semana durante o ?ltimo ano e meio. Jane Patterson entrou primeiro pela porta, carregando um prato de doces. Eles eram dinamarqueses caseiros e venceram o concurso Carytown Cooks por dois anos consecutivos. Clarissa James entrou atr?s dela com uma grande tigela de frutas rec?m-cortadas. Ambas estavam vestidas com looks fofos que serviam tanto para um brunch na casa de um amigo quanto para um passeio casual no shopping ? algo que as duas faziam bastante. –Voc? esteve fazendo jardinagem de novo, n?o ?? Clarissa perguntou enquanto colocavam a comida na cozinha. –Como voc? sabe? Kate perguntou. Clarissa apontou para o cabelo de Kate, logo abaixo dos ombros. Kate se aproximou e descobriu que havia esquecido um pouco de terra que de alguma forma acabara em seu cabelo. Clarissa e Jane riram disso enquanto Jane tirou o pl?stico de seus doces dinamarqueses. –Riam o quanto quiser, disse Kate. Voc?s n?o estar?o aqui quando os p?s de tomate estiverem carregados. Era uma manh? de sexta-feira, o que automaticamente tornava a manh? boa. As tr?s mulheres se acomodaram em torno do centro da cozinha de Kate, sentadas em banquetas, comendo seu brunch e tomando caf?. E enquanto a companhia, a comida e o caf? eram todos bons, ainda era dif?cil ignorar o que faltava. Debbie Meade n?o fazia mais parte do grupo. Depois que sua filha morreu, uma das tr?s v?timas de um assassino que Kate matou no final, Debbie e seu marido, Jim, haviam se mudado. Eles moravam em algum lugar perto da praia na Carolina do Norte. Debbie mandava fotos da costa de vez em quando, s? para fazer inveja de brincadeira. Eles estavam morando l? h? dois meses e pareciam felizes ? por estarem longe da trag?dia. A conversa foi majoritariamente leve e agrad?vel. Jane falou sobre como o marido estava de olho na aposentadoria no ano que vem e j? havia come?ado a planejar a reda??o de um livro. Clarissa compartilhou not?cias sobre seus filhos, agora com vinte e poucos anos, e como os dois conseguiram promo??es recentemente. –Falando de crian?as, disse Clarissa, como est? Melissa? Est? gostando da maternidade? –Ah sim, disse Kate. ? absolutamente louca pela sua filhinha. Uma menininha que me ter? como bab? hoje ? noite, na verdade. –Primeira vez? Jane perguntou. –Sim. ? a primeira vez que Melissa e Terry v?o a algum lugar sem o beb?. Realmente para passar a noite fora. –O modo vov? j? entrou em a??o? Perguntou Clarissa. –Eu n?o sei, Kate disse com um sorriso. Eu acho que vamos descobrir hoje ? noite. –Sabe, disse Jane, voc? poderia voltar no tempo e ser bab? como eu costumava fazer no ensino m?dio. Eu levaria meu namorado comigo e assim que as crian?as fossem para a cama… –Isso ? muito perturbador, disse Kate. –Mas voc? acha que Allen estaria animado para isso? Clarissa perguntou. –Eu n?o sei, respondeu Kate, tentando imaginar Allen com um beb?. Eles estavam namorando a s?rio desde que Kate e sua nova parceira, DeMarco, tinham encerrado o caso do serial em Richmond ? o mesmo caso da filha de Debbie Meade. N?o houve uma conversa real sobre o futuro; eles n?o dormiram juntos ainda e raramente se aproximavam com mais intimidade f?sica. Estava gostando de estar com ele, mas o pensamento de traz?-lo para a parte av? de sua vida a deixava desconfort?vel. –As coisas ainda v?o bem entre voc?s dois? Clarissa perguntou. –Acho que sim. A coisa toda de namoro ainda parece estranha para mim. Estou velha demais para namorar, sabe? –Claro que n?o, disse Jane. N?o me entenda mal… Eu amo meu marido, meus filhos e minha vida em geral. Mas eu daria tudo para estar de volta nessa cena de namoro por um tempo, sabe? Tenho saudade. Conhecer novas pessoas, compartilhar os primeiros… –Sim, eu acho que ? muito bom, admitiu Kate. Allen acha a ideia de namorar estranha tamb?m. N?s nos divertimos juntos, mas… Fica um pouco estranho quando as coisas come?am a se inclinar para um desfecho rom?ntico. –Bl?, bl?, bl?, disse Clarissa. Mas voc? o considera como seu namorado? –Estamos realmente tendo essa conversa? Kate perguntou, come?ando a sentir-se levemente corada. –Sim, disse Clarissa. N?s, senhoras casadas e velhas, precisamos viver atrav?s de voc?. –E isso tamb?m vale para o seu trabalho, disse Jane. Como andam as coisas? –N?o h? liga??es h? cerca de duas semanas, e a ?ltima foi apenas para ajudar em uma pesquisa. Desculpem-me, garotas… N?o ? t?o cheio de aventuras quanto voc?s esperavam. –Ent?o, voc? est? de volta ? aposentadoria? Perguntou Clarissa. –Basicamente. ? complicado. Esse coment?rio terminou com o questionamento enquanto elas se aprofundavam em t?picos locais ? filmes, um festival de m?sica na cidade, obras na interestadual e assim por diante. Mas a mente de Kate se envolveu no assunto do trabalho. Era reconfortante saber que o departamento ainda a considerava um recurso, mas ela esperava ter um papel mais ativo depois de ter resolvido o ?ltimo caso. Mas, at? agora, ela s? falou com o vice-diretor Duran uma ?nica vez, e foi para fazer uma an?lise do desempenho de DeMarco. Sabia como era estranho para suas amigas ela ainda ser, tecnicamente, uma Agente na ativa ao mesmo tempo em que tamb?m se inclinava para o papel de av?. Diabos, tamb?m era estranho para ela. Ainda por cima tinha um relacionamento que estava desabrochando lentamente com Allen, ela supunha que sua vida fosse bastante interessante para elas. Honestamente, ela se achava sortuda. Ela completaria cinquenta e seis anos no final do m?s e sabia que muitas mulheres da sua idade teriam inveja da vida que ela vive. Ela sempre dizia isso a si mesma quando sentia a necessidade urgente de ser mais ativa no trabalho. E, em alguns dias, funcionava. E como a neta viria visit?-la pela primeira vez desde o seu nascimento, hoje era um dia daqueles. *** Uma coisa que tornava dif?cil equilibrar seu novo papel de av? com o desejo de colocar as m?os em outro caso era tentar pensar como uma av?. Naquela tarde, saiu de casa e desceu at? algumas das pequenas lojas no bairro de Carytown, em Richmond. Ela sentiu como se tivesse que conseguir um presente para Michelle para celebrar sua primeira noite na casa da vov?. Era dif?cil ignorar armas na cintura e suspeitos para focar em bichos de pel?cia e macac?es. Mas quando foi para algumas lojas, ficou um pouco mais f?cil. Ela descobriu que realmente gostava de fazer compras para a neta, embora ainda n?o tivesse dois meses e, honestamente, n?o se importasse com nenhum presente que recebesse. Ela achou dif?cil n?o comprar todas as coisas fofas que encontrou. Afinal, n?o era responsabilidade de uma av? estragar seus netos? Quando estava pagando suas compras na terceira loja que visitou, recebeu uma mensagem. N?o perdeu tempo em verificar. Nas ?ltimas semanas, ela tinha uma pequena esperan?a toda vez que recebia uma liga??o ou um sms, pensando que talvez fosse Duran ou algu?m do departamento. Ela se repreendeu mentalmente quando ficou desapontada ao descobrir que n?o era o departamento, mas Allen. Uma vez que superou a dor de n?o ter sido convocada pelo FBI novamente, ela percebeu que estava feliz em ouvir not?cias dele ? sempre ficava feliz em ouvi-lo, na verdade. –Allen, voc? tem que me ajudar, ela brincou enquanto atendia o telefone. Estou fazendo compras para Michelle e quero comprar para ela tudo que vejo. Isso ? normal? –Eu n?o sei, disse Allen. Nenhum dos meus filhos sossegou e me tornou av? ainda. –N?o fa?a como eu. Comece a economizar. Allen riu, um som que Kate estava come?ando a gostar. Ent?o, esta noite ? a grande noite, hein? –De fato. E eu sei que j? criei uma crian?a e sei o que esperar, mas estou um pouco apavorada. –Ah, voc? ? ?tima. Voc? quer falar sobre ter medo… Ent?o, eu vou sair para beber com meus meninos hoje ? noite. E n?o bebo mais de dois drinques em uma sa?da h? cinco anos. –Divirta-se. –Eu queria saber se voc? gostaria de um encontro amanh?. Podemos compartilhar nossas hist?rias de sobreviv?ncia desta noite. –Gostaria. Voc? quer vir para minha casa por volta das sete? –Parece um bom plano. Divirta-se esta noite. A pequena Michelle est? dormindo a noite toda ainda? –Acho que n?o. –T?, disse Allen, e terminou a liga??o. Kate guardou o celular no bolso, fazendo malabarismos com as sacolas de compras. Ela sorriu apesar de si mesma. Estava em p? ao sol em sua parte favorita da cidade, tendo acabado de fazer compras para uma neta de dois meses de idade, da qual seria bab? hoje ? noite. Do jeito que o dia estava se desenrolando, ela realmente queria que a ag?ncia telefonasse? Estava voltando para casa? uma caminhada de tr?s quarteir?es de onde ela atendera Allen ? quando viu uma garotinha com uma camiseta do My Little Pony. Estava andando com a m?e de m?os dadas, apenas alguns metros ? frente dela. Ela tinha cinco ou seis anos de idade, seu cabelo loiro preso em um rabo de cavalo de um jeito que s? o cuidado de uma m?e poderia fazer. Ela tinha olhos azuis e a ponta do nariz bem fino, parecia um pouco com uma fada. E isso enviou um pico de desespero atrav?s do cora??o de Kate. Uma imagem brilhou em sua mente, uma menina que parecia quase id?ntica a esta. Mas nesta imagem, a menina tinha o rosto sujo, e estava chorando. As luzes dos carros da pol?cia apareceram atr?s dela. A imagem era t?o forte que fez com que Kate parasse de andar por um momento. Ela desviou os olhos para longe da garota, n?o querendo parecer assustadora ou estranha. Ela se agarrou a essa imagem em sua cabe?a e fez o melhor para encontrar a mem?ria associada a ela. Ela veio gradualmente e, quando chegou, desenrolou-se lentamente, como se estivesse lendo o relat?rio do caso. Garota de cinco anos, encontrada cinco dias depois de ser dada como desaparecida. Jogada em uma cabana de pesca no Arkansas com os corpos dos seus pais mortos. Os pais foram a quinta e a sexta v?timas de um assassino em s?rie que aterrorizava o Arkansas por boa parte dos ?ltimos quatro meses… Um assassino que Kate eventualmente pegou, mas apenas depois de ele ter tirado a vida de um total de nove pessoas. Kate percebeu que, de repente, estava parada como uma est?tua na rua, sequer parecia se mexer. Aquele caso a assombrou por um tempo. Tantos becos sem sa?da, tantas pistas falsas. Estava andando em c?rculos, incapaz de encontrar o assassino enquanto ele continuava a aumentar sua contagem de v?timas. S? Deus sabia o que ele havia planejado para aquela garotinha. Mas voc? a salvou, ela disse a si mesma. No final, voc? a salvou. Lentamente, Kate come?ou a andar de novo. N?o foi a primeira vez que uma imagem aleat?ria de seu trabalho anterior se chocava em sua mente e fazia com que ela se afastasse da realidade. ?s vezes, elas vinham casualmente, embora do nada. Mas houve outras ocasi?es em que elas vieram fortes e r?pidas, como um flashback de estresse p?s-traum?tico. A imagem da garota do Arkansas estava em algum lugar entre os dois casos. E Kate se sentiu grata por isso. Aquele caso em particular quase a fez pedir demiss?o como Agente, em 2009. Foi alucinante o suficiente para Kate pedir duas semanas de folga do trabalho. E de repente, por apenas uma fra??o de segundo enquanto caminhava de volta para casa com presentes para a neta em sua m?o, Kate sentiu como se tivesse sido empurrada para o passado. Quase dez anos se passaram desde que ela resgatara aquela garota. Kate se perguntou onde ela estaria, imaginando se ela tinha sobrevivido ao trauma. –Senhora? Kate piscou, pulando um pouco ao som de uma voz desconhecida na frente dela. Havia um adolescente de p? na frente dela. Parecia preocupado, como se n?o tivesse certeza se deveria estar l? ou fugir. –Voc? est? bem? Ele perguntou. Voc? parece… Eu n?o sei. Estar passando mal. Como se voc? estivesse prestes a desmaiar ou algo assim. –N?o, disse Kate, sacudindo a cabe?a. Eu estou bem. Obrigada. O garoto concordou e seguiu seu caminho. Kate come?ou a andar novamente, arrancada de algum buraco no passado que ela assumiu que ainda n?o tinha se fechado. E quando ela se aproximava cada vez mais de casa, come?ou a se perguntar quantos desses buracos do passado haviam sido deixados descobertos. E se os fantasmas de seu passado continuassem a assombr?-la at? que ela tamb?m se tornasse um fantasma? CAP?TULO DOIS Kate passou a hora seguinte arrumando a casa, embora j? tivesse feito isso antes de sair para fazer compras. Ficou incomodada por estar ansiosa para receber Michelle em sua casa. Melissa havia morado nesta casa durante seus anos de ensino m?dio, ent?o quando ela veio visit?-la (o que era bem raro na opini?o de Kate), Kate n?o sentia a necessidade de estar com a casa impec?vel. Ent?o, por que estava t?o preocupada com a apar?ncia do local para um beb? de dois meses? Talvez seja algum tipo estranho de comportamento de av?, ela pensou enquanto esfregava a pia do lavabo… Um c?modo que ela estava bem ciente de que sua neta nem veria, muito menos o usaria. Enquanto lavava a pia, a campainha tocou. Ela foi inundada com uma excita??o para a qual ainda n?o estava pronta. Estava sorrindo de orelha a orelha quando atendeu a porta. Melissa estava do outro lado, carregando Michelle em sua cadeirinha de beb?. O beb? dormia profundamente, com um grosso cobertor ao redor das pernas. –Ei, m?e, Melissa disse quando entrou na casa. Ela deu uma olhada r?pida ao redor e revirou os olhos. Limpou muito hoje? –Muito, Kate disse enquanto dava um abra?o na filha. Melissa colocou a cadeirinha cuidadosamente no ch?o e, lentamente, desafivelou Michelle. Ela pegou-a e entregou-a suavemente para Kate. Fazia quase uma semana desde que Kate visitara Melissa e Terry, mas quando ela pegou Michelle em seus bra?os, pareceu muito mais tempo. –O que voc? e Terry planejaram para esta noite? Kate perguntou. –Nada demais, na verdade, disse Melissa. E essa ? a beleza da coisa. N?s vamos sair para jantar e beber. Talvez dan?ar. Al?m disso, mudamos de ideia sobre pedir que voc? fique com ela durante a noite, porque percebemos que n?o estamos preparados para isso. Dormir sem interrup??es ? muito necess?rio, mas eu n?o posso ficar longe dela por tanto tempo. –Ah, acho que posso entender isso, disse Kate. Voc?s saiam e se divirtam. Melissa sacudiu a bolsa de fraldas do ombro e colocou-a na cadeirinha. Tudo que voc? precisa est? aqui. Ela vai querer comer novamente em cerca de uma hora e ela ir? lutar contra o sono. Terry acha bonito, mas acho que ? um inferno. Se ela ficar com gases, h? rem?dio para gases no bolso de tr?s e… –Lissa… Vamos ficar bem. Eu criei uma filha, voc? sabe. Ela tamb?m ficou muito bem. Melissa sorriu e surpreendeu Kate dando-lhe um beijo r?pido na bochecha. Obrigada, m?e. Eu venho busc?-la por volta das onze horas. ? tarde demais? –N?o, ? perfeito. Melissa deu uma ?ltima olhada para seu beb?, um olhar que fez o cora??o de Kate inflar. Ela p?de se lembrar de como era ser m?e e ter aquele sentimento interno de amor a preenchendo ? um amor que se traduzia em pura vontade de fazer qualquer coisa e tudo para garantir que esse ser humano que voc? gerou estivesse em seguran?a. –Se voc? precisar de alguma coisa, me ligue, Melissa disse, embora ela ainda estivesse olhando para Michelle e n?o para Kate. –Ligarei. Agora v?. Divirta-se. Melissa finalmente se virou e saiu pela porta. Quando ela a fechou, a pequena Michelle acordou nos bra?os de Kate. Ela deu a sua av? um sorrisinho sonolento e soltou um pequeno bocejo. –Ent?o, o que faremos agora? Kate perguntou. A pergunta foi divertidamente dirigida a Michelle, mas ela sentiu um peso por tr?s disso que a fez se perguntar se estava simplesmente fazendo uma pergunta ret?rica para si mesma. Sua filha cresceu, agora ela tem sua pr?pria filha. E aqui estava ela, chegando aos cinquenta e seis anos e com o primeiro neto nos bra?os. Ent?o, o que fazemos agora? Ela pensou sobre essa atra??o para voltar a trabalhar, e talvez pela primeira vez, isso pareceu irrelevante. Algo bem menor que a menininha que agora ela segurava em seus bra?os. *** ?s oito da noite, Kate se perguntava se Melissa e Terry haviam simplesmente criado o beb? mais bem-comportado da hist?ria. Michelle n?o chorou nem uma vez, nem chegou a ficar nervosa. Estava simplesmente contente em ser carregada. Depois de duas horas nos bra?os de Kate, Michelle acenou para adormecer. Cuidadosamente, Kate colocou Michelle no centro de sua cama queen-size e depois ficou parada na porta por um momento para observar sua neta dormir. N?o tinha certeza de quanto tempo estava l? quando seu telefone tocou na mesa da cozinha atr?s dela. Teve que tirar os olhos de Michelle, mas conseguiu chegar ao telefone em poucos segundos. Um ?nico barulhinho significava que era um texto em vez de uma liga??o e n?o ficou nem um pouco surpresa ao ver que era Melissa. Como ela est?? Melissa perguntou. Incapaz de resistir, Kate sorriu e respondeu: Eu dei a ela apenas tr?s cervejas. Saiu com um cara de moto h? uma hora. Eu disse a ela para estar de volta ?s 11h. A resposta veio rapidamente: Ah, n?o tem gra?a. A brincadeira a fez quase t?o feliz quanto o beb? dormindo em seu quarto. Depois que seu pai morreu, Melissa ficou retra?da ? especialmente com Kate. Ela culpou o trabalho de Kate pela morte de seu pai e, embora mais tarde tenha percebido que esse n?o era o caso, havia momentos nos quais Kate sentia que Melissa ainda se ressentia do tempo que passara na ag?ncia ap?s a morte dele. Por mais estranho que pare?a, por?m, Melissa demonstrou algum interesse em seguir carreira no FBI… Apesar de ter uma atitude menos positiva em rela??o aos acontecimentos do ano anterior, em rela??o ? aposentadoria interrompida de sua m?e. Ainda sorrindo, Kate levou o telefone para o quarto e tirou uma foto r?pida de Michelle. Ela mandou para Melissa e depois, ap?s pensar um pouco, ela tamb?m enviou para Allen, s? que a dele tinha a mensagem: Esgotada da festa! Ela desejou que ele estivesse l? com ela. Ela havia sentido isso muitas vezes ultimamente. N?o era ing?nua o suficiente para pensar que o amava, mas podia se ver apaixonada por ele se as coisas continuassem do jeito que estavam. Ela sentia falta dele quando n?o estava por perto e sempre que ele a beijava a fazia se sentir cerca de vinte anos mais jovem. Ela se viu sorrindo novamente quando Allen respondeu com uma foto. Era uma selfie dele com dois homens mais jovens que pareciam exatamente com ele ? seus filhos, supostamente. Enquanto estudava a foto, seu telefone tocou em suas m?os. O nome que apareceu na tela enviou uma onda de excita??o atrav?s dela que ela foi incapaz de conter. O vice-diretor Vince Duran estava ligando para ela. Isso teria causado uma agita??o de excita??o, mas o fato de que era depois das oito horas da noite de sexta-feira disparou um alarme na cabe?a dela ? sinos de alerta que ela gostava de ouvir. Deu um tempo, ainda olhando para a pequena Michelle, e ent?o respondeu. –Kate Wise, disse ela, mantendo sua excita??o sob controle. –Wise, ? Duran. ? uma m? hora pra conversarmos? –N?o ? absolutamente a melhor, mas tudo bem, ela respondeu. Est? tudo bem? –Depende. Estou ligando para ver se voc? estaria interessada em aceitar um caso. –Estamos falando de um caso frio como o que estivemos discutindo? –N?o. Este aqui… Bem, parece um que voc? resolveu bastante depressa l? atr?s em noventa e seis. Atualmente, temos quatro corpos em dois locais diferentes em Whip Springs, na Virg?nia. Parece que os assassinatos ocorreram em n?o mais do que dois dias de intervalo. No momento, a Pol?cia Estadual da Virg?nia est? comandando a cena, mas falei com eles. Se voc? quiser o caso, ? seu. Mas voc? teria que come?ar agora. –Eu n?o acho que conseguiria, disse ela. Eu tenho um compromisso que preciso manter. Olhando para Michelle, isso era f?cil de dizer. Mas quase todos os nervos de seu corpo lutavam contra seus rec?m-adquiridos instintos de av?. –Bem, escute as especifica??es de qualquer maneira, pode ser? Os assassinados s?o casados, um com cinquenta e poucos anos e outro com sessenta e poucos anos. Os mais recentes foram os de cinquenta e poucos anos. Sua filha descobriu seus corpos quando ela chegou em casa da faculdade hoje cedo. Os assassinatos ocorreram a trinta quil?metros um do outro, um em Whip Springs e o outro fora de Roanoke. –Casais? Algum elo entre eles que n?o seja o casamento? –Ainda n?o. Mas todos os quatro corpos tinham cortes bem feios. O assassino est? usando uma faca. Lento e met?dico. Pelo que entendo, tem a ver com o outro casal de dois dias ou mais. –Sim, parece que temos um serial em a??o, disse Kate. Ela pensou no caso em 1996 que Duran mencionou. No final, uma mulher enlouquecida que trabalhava como bab? havia tirado a vida de tr?s casais em apenas dois dias. Acontece que trabalhou para todos os tr?s casais em um per?odo de dez anos. Kate prendera a mulher quando estava a caminho de matar um quarto casal e depois, segundo seu testemunho, a si mesma. Ela realmente iria dizer n?o? Depois do intenso flashback que ela teve hoje, poderia realmente deixar passar outra oportunidade de parar um assassino? –Quanto tempo eu tenho para pensar sobre isso? Ela perguntou. –Eu vou te dar uma hora. N?o mais que isso. Eu preciso de algu?m nisso agora. E eu pensei que voc? e DeMarco poderiam trabalhar bem no caso. Uma hora, Wise… Mais cedo, se puder. Antes que ela pudesse dar um OK ou um obrigada, Duran terminou a liga??o. Ele era tipicamente caloroso e amig?vel, mas quando n?o conseguia o que queria, podia ficar muito irritado. O mais silenciosamente que p?de, foi at? a cama e sentou-se na beirada. Ela observou Michelle dormindo, o suave subir e descer de seu peito, t?o lento e met?dico. Podia claramente se lembrar de Melissa quando era muito pequena, e n?o tinha ideia de como o tempo podia ter passado assim. E foi da? que seu problema surgiu: ela sentia que perdera a maior parte de sua vida como m?e e esposa por causa de seu trabalho, mas sentia um forte sentimento de dever, no entanto. Especialmente quando sabia que poderia estar l? agora, fazendo sua parte para levar um assassino ? justi?a. Que tipo de pessoa ela seria se recusasse a oferta, deixando Duran escolher outro Agente que poderia n?o ter as mesmas habilidades que ela? Mas que tipo de av? e m?e ela seria se tivesse que ligar para Melissa, dizendo-lhe para vir buscar sua filha cedo e terminar a noite, porque o FBI tinha vindo cham?-la de novo? Kate olhou para Michelle por cerca de cinco minutos, deitada ao lado dela e colocando a m?o no peito do beb? apenas para senti-la respirar. E ver aquele pequeno lampejo de vida, de uma vida que ainda n?o havia aprendido sobre os tipos de maldades que existiam no mundo, tornava a decis?o muito mais f?cil para Kate. Franzindo a testa pela primeira vez naquele dia, Kate pegou o telefone e ligou para Melissa. *** Certa vez, quando Melissa tinha dezesseis anos, ela levou um garoto para o quarto tarde da noite, quando Kate e Michael j? estavam dormindo. Kate tinha acordado com algum barulho (que ela descobriu mais tarde que foi provavelmente o joelho de algu?m batendo na parede do quarto de Melissa) e subiu para investigar. Quando ela abriu a porta da filha e a encontrou de topless com um menino em sua cama, ela o jogou da cama e gritou para ele sair. A f?ria nos olhos de Melissa naquela noite foi ofuscada pelo que Kate viu no olhar de sua filha quando afivelou Michelle no assento do carro ?s 9:30 ? pouco mais de uma hora depois que Duran ligou para ela falando sobre o caso em Roanoke. –Isso ? uma loucura, m?e, disse ela. –Lissa, sinto muito. Mas que diabos eu deveria fazer? –Bem, pelo que entendi, as pessoas realmente ficam aposentadas quando se aposentam. Talvez devesse tentar isso! –N?o ? assim t?o f?cil, argumentou Kate. –Ah, eu sei, m?e, disse Melissa. Nunca foi para voc?. –Isso n?o ? justo… –E n?o estou chateada, porque voc? atrapalhou minha noite para relaxar. Eu n?o me importo com isso. Eu n?o sou t?o ego?sta. Ao contr?rio de algumas pessoas. Estou chateada porque o seu trabalho ? com o qual voc? deveria ter terminado h? mais de um ano, lembre-se ? continua a ganhar da sua fam?lia. Mesmo depois de tudo… Depois do papai… –Lissa, n?o vamos fazer isso. Melissa pegou a cadeirinha com uma suavidade que n?o estava presente em sua voz ou na postura tensa de seu corpo. –Eu concordo, Melissa soltou rispidamente. N?o vamos. E com isso, saiu pela porta da frente, batendo-a atr?s dela. Kate estendeu a m?o at? a ma?aneta, mas parou. O que ela faria? Ela iria continuar essa discuss?o do lado de fora, no quintal? Al?m disso, ela conhecia Melissa muito bem. Depois de alguns dias, ela se acalmaria e realmente escutaria Kate. Ela poderia at? aceitar o pedido de desculpas de sua m?e. Kate se sentiu uma traidora quando pegou o celular. Depois que ela ligou para Duran, ele informou que planejara que ela pegaria o caso de qualquer maneira. No momento, ele tinha algu?m da Pol?cia Estadual da Virg?nia em espera para se encontrar com ela e DeMarco ?s 4h30 da manh? em Whip Springs. Quanto a DeMarco, ela havia sa?do de Washington h? meia hora com um carro da ag?ncia. Estaria na casa de Kate por volta da meia-noite. Kate percebeu que poderia ter mantido Michelle facilmente at? o planejado, ?s onze horas, e ter evitado o confronto com Melissa. Mas n?o conseguia pensar nisso agora. A rapidez de tudo pegou Kate levemente desprevenida. Mesmo que o ?ltimo caso que ela havia pegado parecesse ter surgido do nada, pelo menos tinha algum tipo de estrutura est?vel. Mas fazia um bom tempo desde que recebera um caso. Foi assustador, mas ela tamb?m estava muito animada, animada o suficiente para ser capaz de colocar momentaneamente de lado a raiva que Melissa tinha sentido por ela. Ainda assim, enquanto arrumava a mala esperando DeMarco chegar, um pensamento pungente a perfurou. E a? est? ? sua capacidade de empurrar tudo para o lado em prol do trabalho ?  e que j? causou tantos problemas entre voc?s duas. Mas esse pensamento tamb?m foi facilmente empurrado para o lado. CAP?TULO TR?S Uma das muitas coisas que Kate aprendeu sobre DeMarco durante o ?ltimo caso foi que ela era pontual. Era uma caracter?stica da qual ela se lembrou quando ouviu uma batida na porta ?s 12:10. N?o me lembro da ?ltima vez que recebi uma visita t?o tarde, pensou ela. Faculdade, talvez? Ela caminhou at? a porta carregando sua ?nica mala consigo. No entanto, quando atendeu a porta, viu que DeMarco n?o tinha a inten??o de sair correndo para a cena do crime. –Correndo o risco de parecer rude, eu realmente preciso usar seu banheiro, disse Demarco. Beber duas Cocas para ficar acordada para a viagem foi uma m? ideia. Kate sorriu e deu um passo para o lado para deixar DeMarco entrar. Dada a velocidade e a urg?ncia que Duran incutiu nela durante seus telefonemas, a brusquid?o de DeMarco era o tipo de al?vio c?mico n?o intencional que ela precisava. Tamb?m fez com que se sentisse ? vontade para saber que, mesmo depois de quase dois meses de intervalo, ela e DeMarco estavam retomando o mesmo n?vel de intimidade que haviam compartilhado antes de se separarem depois do ?ltimo caso. DeMarco saiu do banheiro alguns minutos depois com um sorriso envergonhado no rosto. –E bom dia para voc?, disse Kate. Talvez fosse por causa da ingest?o de cafe?na, mas DeMarco n?o parecia abatida, aparentemente, nem perturbada pela hora. DeMarco olhou para o rel?gio e concordou. –Sim, suponho que seja de manh?. –Quando voc? recebeu a liga??o? Kate perguntou. –Por volta das oito ou nove, eu acho. Eu teria sa?do mais cedo, mas Duran queria ter cem por cento de certeza de que voc? estaria a bordo. –Desculpe-me por isso, disse Kate. Eu estava cuidando da minha neta pela primeira vez. –Ah n?o. Wise… Que merda. Desculpe-me por estragar tudo. Kate deu de ombros e acenou para longe. Vai ficar tudo bem. Voc? est? pronta para ir? –Sim. Eu fiz algumas chamadas no caminho enquanto o caso estava sendo gerenciado pelos caras em DC. Estamos programadas para nos encontrar com um dos caras da pol?cia do estado da Virg?nia ?s quatro e meia na resid?ncia dos Nash. –A resid?ncia dos Nash? Kate perguntou. –O casal mais recente a ser assassinado. Elas desceram juntas em dire??o ? porta da frente. Quando sa?ram, Kate desligou a luz da sala e pegou sua bolsa. Estava animada com o que poderia estar ? frente, mas tamb?m se sentiu como se estivesse irracionalmente deixando sua casa. Afinal, apenas algumas horas atr?s, sua neta de dois meses estava cochilando na cama. E agora, aqui estava ela, prestes a dirigir diretamente para uma cena de assassinato. Ela viu o sedan do FBI estacionado em frente ? sua casa, bem ao lado do meio-fio. Parecia surreal, mas tamb?m convidativo. –Voc? quer dirigir? DeMarco perguntou. –Claro, disse Kate, imaginando se a Agente mais jovem estava oferecendo o papel como uma demonstra??o de respeito ou porque ela simplesmente queria uma pausa na dire??o. Kate ficou ao volante enquanto DeMarco puxava as dire??es do local do assassinato mais recente. Foi na cidade de Whip Springs, na Virg?nia, uma pequena cidade encrustada na base das Montanhas Blue Ridge, nos arredores de Roanoke. Elas gastaram apenas um pouco de tempo com conversa fiada ? Kate atualizou DeMarco sobre como se sentia como av?, enquanto DeMarco permaneceu em sil?ncio, mencionando apenas outro relacionamento fracassado depois que sua namorada a deixou. Isso foi uma surpresa, j? que Kate n?o achava que DeMarco fosse gay. Isso mostrou que ela realmente precisava de mais tempo para conhecer a mulher que era mais ou menos a sua parceira. Pontualidade, ela tinha percebido. Homossexualidade, ela havia deixado passar. Que diabos isso dizia sobre ela como parceira? ? medida que a cena do crime se aproximava, DeMarco leu os relat?rios referentes ao caso que Duran lhes enviara. Enquanto os lia, Kate continuava procurando quaisquer vest?gios do sol rompendo o horizonte, mas n?o viu qualquer sinal. –Dois casais mais velhos, disse Demarco. Desculpe… Um em seus 50 anos… Ent?o, sem ofensas. –Tranquilo, Kate disse, sem ter certeza se havia sido uma estranha tentativa de piada por parte de DeMarco. –? primeira vista, eles parecem n?o ter nada em comum, al?m da localiza??o. A primeira cena foi no cora??o de Roanoke e a mais recente n?o foi a mais de cinquenta quil?metros de dist?ncia, em Whip Springs. Parece n?o haver sinais de que o marido ou a esposa fossem os alvos anteriormente. Cada um dos assassinatos foi horr?vel e exagerado, indicando que o assassino gosta disso. –E isso normalmente aponta que essa pessoa sente que foi prejudicada pelas v?timas em alguns casos, destacou Kate. ? isso ou algum distorcido desejo psicol?gico por viol?ncia e derramamento de sangue. –As v?timas mais recentes, os Nash, estavam casados h? vinte e quatro anos. Eles t?m dois filhos, um que mora em San Diego e outra que atualmente frequenta a UVA. Foi ela quem descobriu os corpos quando chegou na casa ontem. –E o outro casal? Kate perguntou. Eles t?m filhos? –N?o, de acordo com os relat?rios. Kate refletiu sobre tudo isso e, por raz?es que n?o conseguia entender, se viu pensando na garotinha que passara na rua no come?o do dia. O flashback que a menininha havia despertado em sua mente. Quando chegaram ? casa dos Nash, o horizonte finalmente havia come?ado a captar um pouco da luz do sol nascente, mas ainda ausente. Espiou pela linha das ?rvores que cercava a maior parte do quintal dos Nash. Sob essa luz, podiam ver um ?nico carro estacionado em frente ? casa. Um homem estava encostado no cap?, fumando um cigarro e segurando uma x?cara de caf?. –Voc?s s?o Wise e DeMarco? Perguntou o homem. –Somos n?s, Kate disse, dando um passo ? frente e mostrando sua identidade. Quem ? voc?? –Palmetto, com a DP do estado da Virg?nia. Forense. Recebi a liga??o h? algumas horas dizendo que voc?s aceitariam o caso. Imaginei que eu poderia vir para entregar o que tenho. O que, a prop?sito, n?o ? muito. Palmetto deu uma ?ltima tragada no cigarro e o jogou no ch?o, apagando-o com o p?. Os corpos foram obviamente movidos e havia poucas evid?ncias no lugar. Mas entrem, de qualquer maneira. ?… revelador. Palmetto falou com o tom sem emo??o de um homem que vinha fazendo isso h? algum tempo. Ele as conduziu pela cal?ada dos Nash e at? a varanda. Quando abriu a porta e as levou para dentro, Kate podia sentir o cheiro: o cheiro de uma cena de crime onde muito sangue havia sido derramado. Havia algo qu?mico nisso, n?o apenas o cheiro acobreado de sangue, mas de movimentos recentes e pessoas com luvas de borracha examinando a cena recentemente. Palmetto acendeu cada luz quando entraram na casa ? pelo vest?bulo, passando por um corredor e at? a sala de estar. No brilho das luzes do teto, Kate viu a primeira mancha de sangue no ch?o de madeira. E depois outra, e outra. Palmetto levou-as para frente do sof?, apontando para as manchas de sangue como um homem simplesmente confirmando o fato de que a ?gua est? de fato molhada. –Os corpos estavam aqui, um no sof? e outro no ch?o. Parece que a m?e foi morta primeiro, provavelmente devido ao corte no pesco?o, embora um pare?a ter acertado bem perto do cora??o, mas pelas costas. A teoria ? de que houve uma luta com o pai. Havia hematomas em seus antebra?os, um pouco de sangue saindo de sua boca e a mesa de centro estava torta. –Alguma ideia inicial do tempo que passou entre os assassinatos e a filha descobrindo-os? Perguntou Kate. –N?o mais do que um dia, respondeu Palmetto. E foi provavelmente mais de doze ou dezesseis horas. Tenho certeza de que o legista ter? algo um pouco mais concreto ainda hoje. –Mais alguma coisa digna de anota??o? Perguntou DeMarco. –Sim, na verdade. ? uma prova… Apenas uma ?nica pe?a. Ele enfiou a m?o no bolso interno de sua jaqueta e tirou um pequeno saquinho. Consegui permiss?o, ent?o n?o fiquem assustadas. Eu imaginei que voc?s gostariam de lev?-lo e analisar. ? a ?nica evid?ncia que encontramos, mas ? bem desalentador. Ele ofereceu o saquinho de pl?stico transparente para Kate. Ela pegou e olhou o conte?do dentro. Pelo que poderia dizer, era um simples peda?o de pano, cerca de um cent?metro e meio. Era grosso, de cor azul, e tinha uma textura fofa. Todo o lado direito estava manchado de sangue. –Onde foi encontrado isso? Kate perguntou. –Enfiado na boca da m?e. Foi empurrado l? no fundo, quase abaixo de sua garganta. Kate ergueu-o para a luz. Alguma ideia de onde veio? Ela perguntou. –Nenhuma. Parece ser apenas um recado aleat?rio. Mas Kate n?o tinha tanta certeza disso. De fato, a intui??o de av? come?ou a avan?ar. Este n?o era um peda?o aleat?rio de tecido. N?o… Era macio, era azul claro e parecia bastante fofo. Isso fazia parte de um cobertor. Talvez o cobertor de uma crian?a. –Voc? tem alguma outra evid?ncia surpresa para n?s? DeMarco perguntou. –N?o, isso ? tudo, disse Palmetto, j? voltando para a porta. Se voc?s, senhoras, precisarem de alguma ajuda a partir de agora, sintam-se ? vontade para nos telefonar na DP. Kate e DeMarco compartilharam um olhar irritado pelas costas dele. Sem ter que dizer nada, cada uma sabia que o termo voc?s senhoras tinha irritado ambas. –Bem, isso foi breve, disse DeMarco quando Palmetto lhes deu um aceno evasivo da porta da frente. –E bom tamb?m, disse Kate. Dessa forma, podemos come?ar a examinar o caso com nossos pr?prios olhos, sem a influ?ncia do que os outros descobriram. –Voc? acha que precisamos falar com a filha em seguida? –Provavelmente. A? ent?o n?s vamos olhar a primeira cena do crime e ver se podemos encontrar alguma coisa l?. Espero que encontremos algu?m que seja um pouco mais soci?vel do que nosso amigo Palmetto. Elas sa?ram da casa, desligando as luzes enquanto iam. Enquanto se dirigiam para fora, com o sol finalmente aparecendo na borda do mundo, Kate cuidadosamente colocou o que ela pensava ser um peda?o de cobertor de crian?a em seu bolso e n?o p?de deixar de pensar em sua neta dormindo sob um cobertor similar. Andar em dire??o ao sol n?o reprimiu o frio que se apoderou dela. CAP?TULO QUATRO O caf? da manh? foi no Panera Bread drive-thru em Roanoke. Foi l?, enquanto esperava na pequena fila matinal, que DeMarco fez v?rias liga??es para marcar uma reuni?o com Olivia Nash, filha do casal recentemente assassinado. Estava atualmente com sua tia em Roanoke e estava, pelas pr?prias palavras de sua tia, em um estado de desastre absoluto. Depois de receber o endere?o e a aprova??o da tia, foram para a casa dela logo depois das sete horas. Ser cedo n?o era um problema, porque, de acordo com a tia, Olivia se recusou a dormir desde que encontrara seus pais. Quando Kate e DeMarco chegaram ? casa, a tia estava sentada na varanda. Cami Nash se levantou quando Kate saiu do carro, mas n?o fez nenhum movimento para encontr?-las. Estava com uma x?cara de caf? na m?o e o olhar cansado em seu rosto fez Kate pensar que certamente n?o era a primeira que ela tomava nesta manh?. –Cami Nash? Kate perguntou. –Sim, sou eu, ela disse. –Em primeiro lugar, por favor, aceite meus sentimentos por sua perda, disse Kate. Voc? e seu irm?o eram pr?ximos? –Muito pr?ximos, sim. Mas agora, tenho que olhar para, al?m disso. Eu n?o posso… chorar agora, porque Olivia precisa de algu?m. N?o ? a mesma pessoa com quem falei no telefone na semana passada. Algo nela est? quebrado. Eu n?o posso nem imaginar… Como deve ter sido encontr?-los assim e… Parou e bebeu muito rapidamente um pouco de seu caf?, tentando se distrair do ataque de l?grimas que pareciam estar se aproximando em passo acelerado. –Ela vai ficar bem em se falar com a gente? DeMarco perguntou. –Talvez por um tempo. Eu disse a ela que voc?s estavam vindo e parecia entender o que eu queria dizer. ? por isso que eu estou encontrando voc?s aqui antes de entrarem. Eu sinto que preciso dizer a voc? que ela ? uma jovem normal e completa. No estado em que est? agora, no entanto, eu n?o queria que voc?s pensassem que ela tem algum tipo de problema mental ou algo assim. –Obrigada, disse Kate. Ela tinha visto pessoas absolutamente devastadas pela dor antes e nunca foi uma vis?o bonita. N?o podia deixar de pensar em quanta experi?ncia DeMarco tinha com aquele tipo de situa??o. Cami as levou para a casa. Era t?o silenciosa quanto um t?mulo, o ?nico som vindo era do zumbido do ar-condicionado. Kate notou que Cami andava devagar, certificando-se de n?o fazer muito barulho. Kate seguiu o exemplo, imaginando se Cami estava esperando que o sil?ncio ajudasse Olivia a finalmente cair no sono ou se ela estivesse simplesmente tentando n?o alarmar a fr?gil jovem de alguma forma. Elas entraram na sala de estar, onde uma jovem estava meio sentada, meio deitada no sof?. Seu rosto estava vermelho, os olhos ligeiramente inchados por causa do choro recente. Parecia n?o ter dormido por uma semana, em vez de apenas um dia. Quando ela viu Kate e DeMarco entrarem, sentou-se um pouco. –Oi, senhorita Nash, disse Kate. Obrigada por concordar em se encontrar conosco. Sentimos muito pela sua perda. –? Olivia, por favor. Sua voz estava rouca e cansada, quase t?o desgastada quanto seus olhos pareciam estar. –Vamos fazer isso o mais r?pido poss?vel, disse Katie sei que voc? tinha acabado de chegar da faculdade. Voc? sabe se seus pais planejaram receber mais algu?m naquele dia? –Se sim, eu n?o sabia sobre isso. –Por favor, me perdoe por perguntar, mas voc? sabe se algum dos seus pais tinha algum ressentimento de longa data com algu?m? Pessoas que eles poderiam ter considerado inimigos? Olivia sacudiu a cabe?a com firmeza. O pai foi casado uma vez antes… Antes de conhecer a mam?e. Mas mesmo com sua ex-esposa, estava tudo bem. Olivia come?ou a chorar sem fazer barulho. Uma s?rie de l?grimas escorreu de seus olhos e n?o se incomodou em tentar limp?-la. –Eu quero lhe mostrar uma coisa, disse Katie n?o sei se tem algum significado para voc? ou n?o. Caso tenha, pode ser bastante emocional. Voc? estaria disposta a dar uma olhada e nos avisar se parecer familiar para voc?? Olivia pareceu alarmada, talvez at? um pouco assustada. Kate realmente n?o a culpava e quase n?o queria mostrar a ela o peda?o de tecido que Palmetto havia lhes dado ? o peda?o que Kate tinha certeza de que fazia parte de um cobertor ou colcha. Um pouco relutante, ela tirou do bolso. Ela soube imediatamente que Olivia n?o o reconheceu. Havia uma sensa??o imediata de al?vio e confus?o no rosto da jovem enquanto olhava para a sacola de pl?stico e o que ela continha dentro. Olivia balan?ou a cabe?a, mas manteve os olhos fixos no saco pl?stico transparente. N?o. Eu n?o reconhe?o. Por qu?? –N?o podemos revelar isso agora, disse Kate. Sinceramente, n?o havia qualquer coisa de ilegal em revelar isso para o parente mais pr?ximo…, mas Kate n?o via motivo para traumatizar Olivia Nash ainda mais. –Voc? tem alguma ideia de quem fez isso? Olivia perguntou. Parecia perdida, como se n?o reconhecesse onde estava… talvez nem ela mesma. Kate n?o conseguia se lembrar da ?ltima vez em que viu algu?m t?o claramente desligado de tudo ao seu redor. –N?o agora, disse ela. Mas vamos mant?-la informada. E, por favor ? disse ela, olhando para Olivia e depois para Cami ? entre em contato se puder lembrar de algo que possa ajudar. Com essa observa??o, DeMarco retirou um cart?o de visita do bolso interno de sua jaqueta e entregou-o a Cami. Talvez tenha sido os anos que Passou na aposentadoria ou por se sentir culpada por ter abandonado seu posto de av? na noite anterior, mas Kate se sentiu mal quando saiu do quarto, deixando Olivia Nash em muito sofrimento. Quando ela e DeMarco sa?ram para a varanda, ela p?de ouvir a jovem soltar um gemido baixo de ang?stia. Kate e DeMarco compartilharam um olhar inquieto enquanto se dirigiam para o carro. De dentro do bolso interno, Kate podia sentir a presen?a daquele peda?o de tecido e de repente pareceu muito pesado. CAP?TULO CINCO Quando Kate saiu da pequena cidade de Whip Springs e se dirigiu para Roanoke, DeMarco usou seu iPad para puxar os arquivos do primeiro assassinato. Era quase uma c?pia exata da cena do crime de Nash; um casal havia sido assassinado em casa de uma forma particularmente horr?vel. Os resultados preliminares n?o revelaram suspeitos prov?veis e n?o havia testemunhas. –Os arquivos dizem algo sobre qualquer coisa deixada nas gargantas ou bocas de uma das v?timas? Kate perguntou. DeMarco examinou os relat?rios e sacudiu a cabe?a. Pelo que vejo, n?o. Eu acho que talvez ? n?o, espere, aqui est?. No relat?rio do legista. O tecido n?o tinha sido descoberto at? ontem ? um dia e meio depois que os corpos foram achados. Mas sim… O relat?rio diz que havia um pequeno peda?o de tecido alojado na garganta da m?e. –H? uma descri??o? –N?o. Vou ligar para o m?dico legista e ver se consigo uma foto. DeMarco n?o perdeu tempo, fazendo a liga??o imediatamente. Enquanto estava ao telefone, Kate tentou pensar em qualquer coisa que pudesse ligar dois casais aparentemente aleat?rios, dado o que havia sido encontrado nas gargantas das mulheres. Embora Kate ainda n?o tivesse visto o peda?o de tecido que havia sido retirado da garganta da primeira v?tima do sexo feminino, estava esperando que combinasse com o que havia sido encontrado na garganta da Sra. Nash. A liga??o de DeMarco terminou tr?s minutos depois. Segundos depois de terminar a liga??o, ela recebeu um sms. Olhou para o telefone e disse: —N?s temos um ponto em comum. Aproximando-se de um sem?foro ? medida que avan?avam pela cidade de Roanoke, Kate olhou para o telefone enquanto DeMarco mostrava-o para ela. Como Kate esperava, o tecido era macio e azul? uma correspond?ncia exata para com aquele encontrado na garganta da m?e de Nash. –Temos registros bastante extensos para ambos os casais, certo? Kate perguntou. –Sim, suponho, disse ela. Com base nos registros e arquivos de casos que temos, pode ter alguma coisa faltando, mas acho que temos o suficiente para continuar. Fez uma pausa quando o aplicativo de GPS no iPad apitou. Vire ? esquerda neste sem?foro, disse Demarco. A casa fica a oitocentos metros abaixo na pr?xima rua. As engrenagens mentais de Kate estavam trabalhando rapidamente quando se aproximaram da primeira cena do crime. Dois casais casados, massacrados de maneira brutal. Partes ou restos de algum tipo de cobertor velho encontrado nas gargantas das esposas… Havia muitas maneiras de seguir as pistas que lhes haviam sido dadas. Mas antes que Kate pudesse se concentrar em uma ?nica, DeMarco falou algo. –Bem ali, disse ela, apontando para uma pequena casa de tijolos ? direita. Kate parou ao lado do meio-fio. A casa estava localizada em uma rua lateral estreita, do tipo que ligava duas estradas principais. Era uma rua tranquila, com algumas outras pequenas casas ocupando o espa?o. A rua tinha um ar quase hist?rico, as cal?adas desgastadas e rachadas, as casas em estado semelhante. Letras brancas desbotadas na caixa de correio diziam LANGLEY. Kate tamb?m viu um L decorativo pendurado na porta da frente, feito de madeira envelhecida. Ele se destacava contra o amarelo brilhante da fita de isolamento da cena do crime que pendia das grades da varanda. Enquanto Kate e DeMarco se dirigiam para a varanda da frente, DeMarco meio leu meio recitou a informa??o que tinha nos relat?rios sobre a fam?lia Langley. –Scott e Bethany Langley? Scott, cinquenta e nove anos de idade, Bethany sessenta e um. Scott foi encontrado morto na cozinha e Bethany estava na lavanderia. Eles foram encontrados por um garoto de quinze anos que estava fazendo aulas particulares de viol?o com Scott. Estima-se que eles tenham sido mortos apenas algumas horas antes de os corpos serem descobertos. Quando elas entraram na resid?ncia de Langley, Kate ficou na porta por um momento, observando a disposi??o do lugar. Era uma casa pequena, mas bem conservada. A porta da frente abria para um vest?bulo muito pequeno, que depois se tornava sala de estar. De l?, um pequeno balc?o de bar separava a cozinha da sala de estar. Um corredor ficava ? direita, levando ao resto da casa. A planta da casa por si s? dizia a Kate que o marido provavelmente havia sido assassinado primeiro. Mas da porta da frente, havia praticamente uma vis?o clara da cozinha. Scott Langley teria que estar bastante ocupado para n?o notar algu?m entrando pela porta da frente. Talvez o assassino tenha chegado de outra maneira, pensou Kate. Entraram na cozinha, onde manchas de sangue ainda se destacavam proeminentemente no piso laminado. Uma frigideira e uma lata de spray estavam ? beira do fog?o. Estava prestes a cozinhar alguma coisa, Kate pensou. Ent?o, talvez eles tenham sido mortos na hora do jantar. DeMarco partiu para o corredor e Kate a seguiu. Havia uma pequena sala imediatamente ? esquerda, a porta se abrindo para revelar uma lavanderia lotada de coisas. Aqui, o derramamento de sangue tinha sido muito pior. Havia manchas de sangue na m?quina de lavar, na secadora, nas paredes, no ch?o e em uma pilha de roupas limpas dobradas em um cesto. Com os corpos j? removidos, parecia haver muito pouco que a resid?ncia de Langley pudesse lhes oferecer. Mas Kate tinha mais uma coisa que queria checar. Ela voltou para a sala de estar e olhou para as fotos nas paredes e para a parte superior daquele lugar. Viu os Langley sorrindo e felizes. Em uma foto, ela viu um casal mais velho com os Langley posando ao final de um p?er na praia. –N?s temos uma descri??o da vida familiar dos Langley? Kate perguntou. DeMarco, ainda segurando o iPad na m?o direita, rolou as informa??es e come?ou a ler os detalhes que tinham. Em cada detalhe Kate descobria aos poucos que o palpite que ela guardou por alguns minutos era provavelmente verdadeiro. –Eles foram casados por vinte e cinco anos. Bethany Langley tinha uma irm? que morreu em um acidente de carro h? doze anos e nenhum deles tem pais vivos. O pai de Scott Langley faleceu recentemente, h? apenas seis meses, de uma forma agressiva de c?ncer de pr?stata. –Alguma men??o de crian?as? –N?o. Sem filhos. DeMarco fez uma pausa e pareceu entender o que Kate estava especulando. Voc? est? pensando sobre o tecido, certo? Que parece uma esp?cie de cobertor de crian?a. –Sim, ? isso que eu estava pensando. Mas se os Langley n?o tinham filhos, eu n?o acho que haveria uma conex?o ?bvia. –Eu n?o sei se j? vi uma conex?o ?bvia com alguma coisa, disse DeMarco com uma risadinha tr?mula. –Isso ? verdade, Kate disse, mas ela sentiu como se tivesse que existir uma aqui. Mesmo com as v?timas aparentemente aleat?rias, havia algumas coisas que elas tinham em comum. Ambos os casais estavam em meados para o final dos cinquenta e poucos e no in?cio dos sessenta anos. Ambos eram casados. A esposa de cada casal tinha um peda?o do que parece ser um cobertor enfiado na garganta. Ent?o sim… Havia semelhan?as, mas elas n?o levavam a nenhum v?nculo real. Ainda n?o, de qualquer maneira. –Agente DeMarco, voc? acha que poderia fazer uma liga??o ou duas para ter certeza de que conseguir?amos um espa?o no escrit?rio do departamento de pol?cia local? –Feito, disse ela. Tenho certeza que Duran lidou com tudo isso antes mesmo de chegarmos aqui. Ele acha que me conhece t?o bem, pensou Kate, um pouco irritada. Mas ent?o, por outro lado, parecia que realmente a conhecia muito bem. Kate olhou ao redor da casa novamente, para as fotos, para as manchas de sangue. Ela teria que se aprofundar nos detalhes de cada casal se quisesse chegar a algum lugar com isso. E ela precisaria obter algum tipo de resultado forense sobre os peda?os de tecido. Dadas as semelhan?as entre as duas cenas, ela sup?s que uma boa e velha pesquisa b?sica, mais do que qualquer coisa, revelaria algumas pistas e ind?cios. Elas voltaram para o carro, Kate novamente lembrou-se de que elas tinham come?ado ridiculamente cedo. Quando ela viu que era pouco depois das dez da manh?, ficou um pouco revigorada. Elas ainda tinham a maior parte do dia pela frente. Talvez, se ela tivesse sorte e o caso se revelasse do jeito que ela pressentia, ela estaria de volta a Richmond no final de semana para ver Michelle mais uma vez? isto ?, se Melissa permitisse. Veja, alguma parte mais s?bia dela falou quando ela voltou ao volante do carro. Mesmo no meio de m?ltiplos assassinatos sangrentos, voc? est? pensando em sua neta– na sua fam?lia. Isso n?o te diz algo? Ela sup?s que sim. Mas mesmo quando estava colocando o p? no ?ltimo aposento de sua vida, ainda era muito dif?cil admitir que houvesse algo al?m do seu trabalho. Era especialmente dif?cil quando estava em busca de um assassino e sabia que a qualquer momento, ele poderia matar novamente. CAP?TULO SEIS Uma pequena sala de confer?ncias nos fundos da pol?cia de Roanoke havia sido reservada para Kate e DeMarco. Assim que chegaram ? delegacia, uma pequena mulher corpulenta na recep??o conduziu-as pelo edif?cio at? a sala. Assim que se sentaram e come?aram a montar uma esta??o de trabalho improvisada, ouviu-se uma batida na porta. –Entre, disse Kate. Quando a porta se abriu, elas viram um rosto familiar, Palmetto, do DP estadual, o homem um tanto rabugento que as encontrou na frente da resid?ncia de Nash, bem mais cedo naquele mesmo dia. –Eu vi voc?s voltando enquanto eu estava assinando toda a minha documenta??o, disse Palmetto. Estou saindo, dirigindo de volta para Chesterfield em algumas horas. Eu pensei em verificar se havia algo mais em que eu pudesse ajudar. –N?o, n?o h?, disse Kate. Por acaso voc? sabia que tamb?m havia um fragmento desse mesmo tecido na garganta de Bethany Langley? –N?o at? cerca de meia hora atr?s. Aparentemente, uma de voc?s ligou para o laborat?rio para pedir que mandassem uma foto. –Sim, disse DeMarco. E parece ser equivalente ao que voc? nos deu. Ao falar do peda?o de tecido, Kate colocou o saco de pl?stico que Palmetto lhe dera na mesa. At? agora, ? a ?nica evid?ncia s?lida que temos que liga os assassinatos de uma maneira concreta. –E a medicina forense n?o encontrou praticamente nada sobre isso, disse Palmetto. Al?m do DNA da Sra. Nash. –O relat?rio forense que estou vendo do tecido dos Langley tamb?m n?o forneceu nada de novo, disse DeMarco. –Ainda vale a pena uma visita ao laborat?rio forense, disse Kate. –Boa sorte com isso, disse Palmetto. Quando falei com eles sobre o peda?o dos Nash, eles n?o tinham a menor ideia. –Voc? estava envolvido na cena na casa de Langley? Perguntou Kate. –N?o. Eu vim logo depois que aconteceu. Eu vi os corpos e chequei o lugar, mas n?o havia coisa alguma. Quando voc? conversar com a per?cia, pergunte a eles sobre o cabelo perdido encontrado na roupa limpa. N?o parecia pertencer a Sra. Langley, ent?o eles v?o fazer algumas an?lises. –Antes de ir, disse Kate, voc? quer apresentar alguma teoria? –Eu n?o tenho uma, disse Palmetto secamente. Na pesquisa que fiz, n?o parece haver absolutamente nenhuma liga??o entre os Nash e os Langley. O tecido nas gargantas, no entanto… Algo t?o pessoal e expl?cito assim para o assassino tem que lig?-los de alguma forma, certo? –? o que penso, disse Kate. Palmetto deu um tapa brincalh?o na porta e Kate o viu sorrir pela primeira vez. Eu tenho certeza que voc? vai descobrir. Eu j? ouvi falar de voc?, sabe? Muitos de n?s no DP do estado ouviram. –Tenho certeza, disse ela com um sorriso. –Principalmente boas coisas. Ent?o, voc? saiu da aposentadoria para pegar algu?m h? alguns meses, certo? –Pode-se dizer que sim. Palmetto, vendo que Kate n?o iria apenas sentar l? e aproveitar os elogios, deu-lhe um encolher de ombros. Ligue para os garotos do estado se voc? precisar de algo, Agente Wise. –Farei isso, disse Kate quando Palmetto partiu. Quando Palmetto fechou a porta atr?s dele, DeMarco balan?ou a cabe?a de brincadeira. Voc? j? se cansou de ouvir as pessoas falando das suas fa?anhas? –Sim, na verdade, disse Kate, mas n?o de uma maneira rude. Embora fosse animador lembrar-se de tudo o que ela fizera ao longo de toda a sua carreira, sabia que sempre esteve fazendo seu trabalho. Talvez ela tenha feito seu trabalho com um pouco mais de paix?o do que os outros, mas era exatamente isso ? um trabalho bem feito… Um trabalho que n?o conseguia deixar para tr?s. Em alguns minutos e com a ajuda do administrador de sistemas da esta??o, Kate e DeMarco tiveram acesso ao banco de dados da esta??o. Elas trabalharam juntas, analisando o passado dos Nash e dos Langley. Nenhuma das fam?lias tinha registros de qualquer tipo. De fato, ambas as fam?lias tinham registros que dificultavam a ideia de que algu?m tivesse ressentimentos contra elas. Quanto aos Langley, eles serviram como pais adotivos por alguns anos, ent?o tiveram que passar por verifica??es rigorosas v?rias vezes ao longo de suas vidas. Os Nash estavam fortemente envolvidos em sua igreja e tinham participado de v?rias viagens mission?rias nos ?ltimos vinte anos, principalmente para o Nepal e Honduras. Kate desistiu depois de um tempo e come?ou a andar de um lado para o outro. Ela usou o quadro branco da sala de confer?ncia para fazer anota??es, na esperan?a de que ver tudo escrito em um lugar a ajudasse a se concentrar. Mas n?o havia coisa alguma. Nenhum link, nenhuma pista, nenhum curso claro de onde ir. –Voc? tamb?m, hein? DeMarco disse. Nada? –Nada at? agora. Acho que talvez a gente s? deva seguir com o que temos ao inv?s de tentar encontrar algo novo. Acho que precisamos reavaliar os tecidos. J? que os testes forenses n?o deram em nada, talvez o pr?prio tecido possa nos levar para algum lugar. –Estou acompanhando o racioc?nio, disse DeMarco. –Certo, disse Kate. Eu n?o tenho certeza disso. Mas eu espero que n?s saibamos quando virmos alguma pista. *** Kate sentiu as primeiras dores de fadiga quando ela e DeMarco dirigiram da delegacia para o laborat?rio forense. Era um lembrete gritante de que n?o dormira em cerca de vinte e sete horas e que seu dia de trabalho havia come?ado insanamente cedo. Vinte anos atr?s, isso n?o a incomodaria. Mas com os cinquenta e seis encarando-a bem de perto, as coisas eram diferentes agora. O deslocamento at? o laborat?rio demorou apenas cinco minutos, localizado bem perto de uma pequena rede que consistia no DP, no tribunal e em uma pris?o. Depois de mostrar suas identidades, elas foram escoltadas pela recep??o do laborat?rio de ci?ncias forenses e entraram na ?rea central do laborat?rio. Foram convidadas a se sentarem em um pequeno sagu?o por um momento, enquanto o t?cnico respons?vel pelas amostras de tecido era convocado. –Voc? acha que h? alguma chance de que o tecido seja apenas algum tipo de cart?o de visita do assassino? DeMarco perguntou. –Pode ser. Pode n?o ter nada a ver com o porqu? do caso. Poderia significar algo para o assassino. De qualquer forma, agora parece que o tecido ? de algum tipo de cobertor, tenho certeza ? ? a nossa ?nica conex?o real com ele. Isso fez com que Kate se lembrasse de um caso horripilante do qual fez parte no in?cio dos anos noventa. Um homem matou cinco pessoas ? todas ex-namoradas. Antes de mat?-las, sufocando-as, ele for?ou cada uma a engolir um preservativo. No final, ele n?o tinha nenhuma raz?o real para faz?-lo al?m de seu ?dio pelo uso de preservativos durante o sexo. Kate n?o p?de deixar de se perguntar se esses fragmentos de tecido acabariam sendo t?o insignificantes para o caso. Sua espera foi curta; um homem alto e mais velho saiu correndo de uma porta em frente a elas. Voc?s s?o do FBI? Ele perguntou. –Somos, disse Kate, mostrando sua identidade. DeMarco fez o mesmo e o homem estudou cada uma cuidadosamente. –Prazer em conhec?-las, Agentes, disse ele. Eu sou Will Reed, e eu fiz os testes nos tecidos dos assassinatos recentes. Suponho que seja por isso que voc?s estejam aqui? Agente DeMarco, acredito que voc? ? aquela para quem enviei a foto mais cedo? –Isso mesmo, disse DeMarco. N?s est?vamos esperando que voc? pudesse lan?ar mais alguma luz sobre o caso. –Bem, eu ficaria mais do que feliz em ajudar com o que voc?s precisam, mas se ? sobre esses dois peda?os de tecido, eu temo que n?o haja coisa alguma que eu possa oferecer. Parece que o assassino n?o s? fez grandes esfor?os para enfiar o tecido na boca das v?timas, como tamb?m foi bastante cuidadoso em n?o deixar vest?gios de si mesmo nos locais. –Sim, n?s entendemos isso, disse Kate. Mas sem nenhum resultado concreto para continuarmos, eu queria saber se h? algo que voc? poderia dizer sobre o tecido em si. –Ah, disse Reed. Com isso eu posso ajudar. –Eu sou da opini?o de que ambos os peda?os vieram do mesmo material, disse Kate. Muito provavelmente um cobertor. –Eu acho que ? uma aposta segura, disse Reed. N?o tinha muita certeza at? ver o segundo. Eles se encaixam muito bem? cor, textura e assim por diante. –Existe alguma maneira de saber a idade do cobertor? Perguntou Kate. –Receio que n?o. O que eu posso dizer, no entanto, ? do que o cobertor ? feito. E ficou na minha cabe?a porque, at? onde eu sei, ? uma combina??o estranha de tecido para um cobertor tradicional, quando pensamos em um. A maior parte do cobertor ? feita de l?, o que, ? claro, n?o ? de se estranhar. Mas o material secund?rio usado no tecido ? algod?o de bambu. –? t?o diferente assim do algod?o comum? Kate perguntou. –N?o tenho certeza, disse ele. Mas n?s vemos muitas roupas e materiais relacionados a tecidos que passam por aqui. E eu posso contar em uma m?o o n?mero de vezes que entrei em contato com algo com vest?gios percept?veis de algod?o de bambu. N?o ? um material muito raro, mas n?o ? t?o difundido quanto o algod?o b?sico. –Em outras palavras, DeMarco disse, n?o seria muito dif?cil localizar empresas que o usam como material prim?rio? –Isso eu n?o sei, disse Reed. Mas voc? pode estar interessada em saber que algod?o de bambu est? presente em muitos cobertores mais fofos. ? um tecido respir?vel, pelo que vi. Voc? provavelmente est? procurando por algo mais sofisticado. De fato, h? um armaz?m fora da cidade que fabrica o tipo de coisa que estou falando. Cobertores caros, len??is caros, colchas caras, esse tipo de coisa. –Voc? sabe o nome do lugar? DeMarco perguntou. –Fios Biltmore. Eles s?o uma empresa pequena que quase faliu quando todos come?aram a comprar tudo on-line. –Mais alguma coisa que voc? pode nos dizer? Kate perguntou. –Sim, mas ? meio horr?vel. Com a mulher de Nash, acredito que o tecido tenha sido empurrado t?o abaixo que ela quase vomitou, mesmo que perto da morte. Havia ?cido estomacal no tecido. Kate pensou na quantidade de for?a e esfor?o que levaria para algu?m fazer isso… Sobre o quanto da sua m?o precisaria entrar na boca da v?tima. –Obrigada pelo seu tempo, Sr. Reed, disse Kate. –De nada. S? espero que eu n?o veja um terceiro peda?o desse cobertor t?o cedo. CAP?TULO SETE Estranhamente, o caminho at? o Armaz?m Biltmore Threads levou Kate e DeMarco pelo mesmo trecho de estrada que haviam percorrido em Whip Springs ?s quatro horas da manh?. A f?brica e o armaz?m ficavam em uma estrada de duas pistas que serpenteava da rodovia principal. Estavam escondidos junto com o trecho de grama amarelada que servia como decora??o, nos mesmos bosques que haviam escondido a casa de Nash da estrada principal. Pela apar?ncia do estacionamento, Biltmore Threads n?o estava indo t?o mal quanto Will Reed havia sugerido. O lugar parecia empregar pelo menos cinquenta pessoas, e isso baseado apenas nessa hora do dia. Com uma f?brica como essa, Kate sup?s que houvesse trabalho por turnos ocorrendo, o que significaria que outras cinquenta ou mais pessoas provavelmente viriam mais tarde para o turno da noite. Elas entraram, chegando em um sagu?o sujo. Uma mulher sentada atr?s de um balc?o olhou para elas com uma express?o peculiar. Era evidente que eles n?o recebiam muitos visitantes. –Posso ajud?-las? Ela perguntou. DeMarco passou pela rodada de apresenta??es e depois que mostraram seus documentos de identifica??o, a mulher do balc?o as liberou por uma porta na outra extremidade do sagu?o. Aquela mesma mulher as encontrou l? e depois as conduziu por um pequeno corredor. No final do corredor, ela abriu um conjunto de portas duplas que levavam ao piso de produ??o da Biltmore Threads. V?rios conjuntos de teares e outros equipamentos que Kate nunca tinha visto estavam vibrando com vida. Do outro lado do grande piso de trabalho, uma empilhadeira compacta carregava uma pilha de roupas empilhadas para o armaz?m. Depois de gui?-las cuidadosamente ao redor no canto do ch?o de f?brica, a mulher parou em outra porta e as levou para dentro. Aqui, havia um corredor fino adornado com cinco salas. A mulher as trouxe at? a primeira e bateu na porta. –Sim? A voz de um homem explodiu de dentro. –Temos visitantes, a mulher avisou antes de abrir a porta. Duas senhoras do FBI. Houve alguns segundos de pausa e depois a porta foi aberta do outro lado. Um homem de cabelos escuros usando ?culos pesados as cumprimentou. Ele as olhou de cima a baixo, n?o por nervosismo, mas pura curiosidade. –FBI? Ele perguntou. O que posso fazer por voc?s? –Podemos ter um minuto do seu tempo? Kate perguntou. –Claro, ele disse, ficando de lado e permitindo que elas entrassem em seu escrit?rio. Havia apenas um lugar para se sentar no escrit?rio, al?m do que estava atr?s da mesa. Nem Kate nem DeMarco aceitaram. O homem de cabelos escuros tamb?m n?o se sentou, preferindo ficar de p? com elas. –Eu suponho que voc? seja o supervisor? Kate perguntou. –Sou o gerente regional e o supervisor do turno do dia, sim, disse ele. Ele estendeu a m?o rapidamente, como se estivesse envergonhado por ter esquecido de cumpriment?-las. Kate apertou a m?o oferecida e depois mostrou sua identidade. Ent?o enfiou a m?o no bolso e retirou o peda?o de tecido da cena de Nash. –Este ? um peda?o de tecido de uma cena de crime recente, disse ela. E acreditamos que poderia ser fundamental para pegar um assassino. O laborat?rio forense encontrou algod?o de bambu, e eu entendo que a Biltmore Threads usa algod?o de bambu com bastante regularidade. –Usamos, disse Garraty. Ele pegou o saco e ent?o hesitou antes de perguntar: Voc? se importa? Kate sacudiu a cabe?a e entregou a ele. Garraty olhou de perto e assentiu. N?o posso dar garantias, mas sim, parece que h? algod?o de bambu nele. Voc? sabe de onde veio o tecido? –Estou assumindo que seja de um cobertor, disse Kate. –Parece que sim, disse Garraty. E embora eu n?o tenha cem por cento de certeza, acho que pode ter sido projetado e fabricado aqui. –Aqui mesmo na Biltmore Threads? Kate perguntou. –Possivelmente. Garraty devolveu a sacola pl?stica a Kate e depois se dirigiu a um velho arm?rio de arquivo surrado no canto de tr?s do pequeno escrit?rio. Ele abriu a gaveta de baixo e depois de mexer no seu conte?do por um tempo, pegou dois livros diferentes. Ambos eram bastante grandes e, quando ele come?ou a folhear um, Kate viu que ambos eram cat?logos de estoque. –A cor e o design que voc? pode observar parecem familiares, explicou Garraty enquanto folheava as p?ginas. Se foi feito aqui, estar? em um desses livros. Era um pensamento emocionante, mas Kate n?o tinha certeza do que isso significaria. Se o cobertor em quest?o foi feito em Biltmore Threads, realmente abriria muitas possibilidades? Havia muitas perguntas a fazer antes de chegar a tal conclus?o. –Bem aqui, disse Garraty. Ele virou o livro na dire??o delas e apontou para um dos v?rios cobertores listados em uma p?gina j? quase no final do livro. Parece que isso tem algo a ver para voc?s? Kate e DeMarco estudaram a p?gina. Kate olhou para frente e para tr?s, para ter certeza de que n?o estava vendo uma similaridade falsa. Mas depois de alguns segundos, DeMarco respondeu por ela. –O tecido que temos est? desbotado, mas ? o mesmo. Com aquela pequena estampa xadreza branca desbotada. –Bem, est? desbotado porque ? um produto mais antigo, disse Garraty. Ele apontou para uma linha da descri??o do item. Aqui, diz que come?ou a ser produzido em 1991 e foi eliminado do nosso ciclo de produ??o em 2004. –Ent?o voc? fez esse mesmo cobertor por treze anos? DeMarco perguntou. –Sim. Foi um item muito popular, e foi por isso que consegui reconhec?-lo t?o rapidamente. –Em outras palavras, a ?ltima vez que voc? teria tirado um desses do seu dep?sito foi em 2004, disse Kate. Significa que esta amostra deve ter entre quinze e trinta anos de idade. –Correto. Bem, mesmo que pudesse haver uma pista devido ao cobertor, pensou Kate, aquele espa?o de trinta anos torna tudo muito dif?cil. –Sr. Garraty, h? quanto tempo voc? est? neste cargo aqui? –Vinte e seis anos, disse Garraty. Minha aposentadoria est? chegando no pr?ximo ano. –Enquanto voc? esteve aqui, a Biltmore Threads contratou Scott ou Bethany Langley, ou Toni ou Derrick Nash? Garraty pensou por um momento e depois deu de ombros. Os nomes n?o me parecem familiares, mas olhando para um per?odo de mais de dez anos, eu analisaria os registros do RH. H? muitos funcion?rios que entram e saem daqui. –Em quanto tempo voc? pode descobrir isso para gente com certeza? DeMarco perguntou. –Dentro de uma hora. –Isso seria ?timo, disse Kate. E, se voc? n?o se importa, apenas mais uma pergunta. Voc? j? teve algum funcion?rio causando problemas para voc? ou para a f?brica no m?s passado? Algum encrenqueiro ou apenas algu?m que voc? e outros administradores precisavam ficar de olho? –Engra?ado voc? perguntar, disse Garraty. Eu tive que despedir um cara h? apenas duas semanas. Estava aparecendo para trabalhar chapado e n?s t?nhamos certeza que estava roubando material. Quando o confrontei, ele ficou violento e eu tive que ligar para a seguran?a. E como s? temos um guarda de seguran?a, a pol?cia se envolveu e ele acabou sendo preso. Mas ele saiu no dia seguinte. –Roubar material? DeMarco disse, uma ponta de excita??o em sua voz. –Sim…, mas n?o aquele, disse ele, apontando para a sacola pl?stica. N?o temos esse tecido no armaz?m h? anos. N?o, ele saiu e nos disse mais tarde, quando ele se acalmou, que estava roubando coisas para alguns projetos que sua namorada estava criando. Ela tem uma loja Betsy ou algo assim. –Podemos pegar o nome dele? Kate perguntou. –Travis Rogers. Ele tem cerca de trinta anos. Tem ficha criminal, eu acho. Alguns crimes violentos leves. Mas n?s tendemos a dar ?s pessoas uma segunda chance na Biltmore Threads, sabe? –Ele ? um local? DeMarco perguntou. –Sim, em Whip Springs. Eu posso te dar o endere?o dele. –Novamente, isso seria ?timo, disse Kate. Garraty as conduziu para fora de seu escrit?rio e voltou pelo mesmo caminho que a recepcionista as havia guiado, s? que do lado contr?rio. Quando voltaram ao sagu?o, Garraty falou com a recepcionista enquanto Kate e DeMarco se juntaram nas portas do sagu?o. –O cobertor foi fabricado aqui, disse Demarco. Voc? acha que ? apenas uma coincid?ncia assustadora? –Poderia ser. Eu estou inclinada a pensar assim, dado que o cobertor n?o ? produzido em muito tempo. Isso me faz pensar, no entanto… –Pensar o qu?? –N?o importa de onde veio o cobertor, sabemos que tem que ser velho… ter pelo menos de quinze a trinta anos. E se esse ? o caso, isso me faz pensar que algu?m se apegou a isso. Por que usar algo t?o velho a menos que tenha algum tipo de simbolismo ou significado para voc?? Конец ознакомительного фрагмента. Текст предоставлен ООО «ЛитРес». Прочитайте эту книгу целиком, купив полную легальную версию (https://www.litres.ru/pages/biblio_book/?art=43693335&lfrom=688855901) на ЛитРес. Безопасно оплатить книгу можно банковской картой Visa, MasterCard, Maestro, со счета мобильного телефона, с платежного терминала, в салоне МТС или Связной, через PayPal, WebMoney, Яндекс.Деньги, QIWI Кошелек, бонусными картами или другим удобным Вам способом.
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