Êîãäà ïðàâî ëóêàâîé íî÷è, äî çàêàòà, â ìîãèëó êàíåò, â ïðåäðàññâåòíîé, òîñêëèâîé êîð÷å, îæèâóò è çàñòîíóò êàìíè. Âèä èõ æàëîê, óáîã è ìðà÷åí ïîä êðóïîþ ðîñèñòîé ïóäðû. Âû íå çíàëè, ÷òî êàìíè ïëà÷óò åù¸ ñëàùå, ÷åì ïëà÷åò óòðî, îìûâàÿ ðîñîé îáèëüíîé âåòâè, ëèñòüÿ, öâåòû è òðàâû? Êàìíè æàæäóò, ÷òîá èõ ëþáèëè. Êàìíè òîæå èìåþò ïðàâî íà ëþáîâü, íà õ

Uma Luz No Cora??o Da Escurid?o

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Uma Luz No Cora??o Da Escurid?o Amy Blankenship Uma Luz no Cora?§??o da Escurid??o S?©rie o Cristal do Cora?§??o Guardi??o Livro Quatro Amy Blankenship, RK Melton Translated by Magda Mendes Marques (https://www.traduzionelibri.it/profilo_pubblico.asp?GUID=550db578e78cae03a4147965e198cb64&caller=traduzioni) Copyright ?© 2009 Amy Blankenship Edi?§??o em Ingl??s Publicada por Amy Blankenship Segunda Edi?§??o Publicada por TekTime Todos os direitos reservados. A Lenda do Cora?§??o do Tempo Os mundos podem mudar... mas as lendas verdadeiras nunca desaparecem. As trevas e a luz lutaram constantemente desde o in?­cio dos tempos. Os mundos s??o formados e esmagados sob os p?©s de seus criadores, mas a necessidade cont?­nua do bem e do mal nunca foi questionada. No entanto, ? s vezes, um novo elemento ?© jogado na mistura... a ??nica coisa que ambos os lados querem, mas apenas um pode ter. Paradoxal por natureza, o Cristal do Cora?§??o Guardi??o ?© a ??nica constante que ambos os lados sempre se esfor?§aram para alcan?§ar. A pedra cristalina tem o poder de criar e destruir o universo conhecido, mas pode acabar com todo o sofrimento e conflito ao mesmo tempo. Alguns dizem que o cristal tem uma mente pr??pria... outros dizem que os deuses est??o por tr??s de tudo. Cada vez que o cristal apareceu, seus guardi?µes sempre estiveram prontos para defend??-lo de todos os que o usariam egoisticamente. As identidades desses guardi?µes permanecem inalteradas e eles amam com a mesma ferocidade, independentemente do mundo ou do tempo. Uma garota est?? no centro desses antigos guardi?µes e ?© o objeto de suas afei?§?µes. Ela mant?©m dentro de si o poder do pr??prio cristal. Esta ?© a portadora do cristal e a fonte do seu poder. As linhas muitas vezes ficam borradas e proteger o cristal lentamente se transforma em proteger a sacerdotisa dos outros guardi?µes. Este ?© o vinho que o cora?§??o das trevas bebe. ?? a oportunidade de tornar os guardi?µes do cristal fracos e suscet?­veis ao ataque. A escurid??o anseia o poder do cristal e tamb?©m a garota, como um homem desejaria uma mulher. Dentro de cada uma dessas dimens?µes e realidades, voc?? encontrar?? um jardim secreto conhecido como o Cora?§??o do Tempo. L??, uma est??tua de uma jovem sacerdotisa humana est?? ajoelhada. Ela est?? cercada por uma m??gica antiga que mant?©m seu tesouro secreto escondido e bem conservado. As m??os da donzela est??o estendidas como se estivessem esperando que algo precioso seja colocado nelas. A lenda diz que ela est?? esperando que a pedra poderosa conhecida como o Cristal do Cora?§??o Guardi??o volte para ela. Somente os Guardi?µes conhecem os verdadeiros segredos por tr??s da est??tua e como ela surgiu. Antes que os cinco irm??os dessem seu primeiro suspiro, seus antepassados, Tadamichi e seu irm??o g??meo, Hyakuhei, protegiam o cora?§??o do tempo durante sua hist??ria mais sombria. Durante s?©culos, os g??meos protegeram o selo que impediu que o mundo humano se sobrepusesse ao reino demon?­aco. Essa tarefa era sagrada e a vida dos humanos e dos dem??nios tinha que ser mantida segura e em segredo uns dos outros. Inesperadamente, durante o seu reinado, um pequeno bando de seres humanos atravessou acidentalmente o mundo dos dem??nios por causa do cristal sagrado. Durante um tempo de tumulto, seus poderes causaram uma fenda no selo que havia separado as dimens?µes. O l?­der do grupo humano e Tadamichi rapidamente se tornaram aliados, fazendo um pacto para fechar a fenda no selo e manter os dois mundos trancados um do outro para sempre. Mas durante esse tempo, Hyakuhei e Tadamichi se apaixonaram pela filha do l?­der humano. Contra os anseios de Hyakuhei, a fenda foi reparada por Tadamichi e o pai da menina. A for?§a do selo havia sido aumentada dez vezes, separando o perigoso tri??ngulo amoroso para sempre. O cora?§??o de Hyakuhei foi despeda?§ado. Mesmo seu pr??prio irm??o de sangue, Tadamichi, o havia tra?­do, certificando-se de que ele e a sacerdotisa ficassem separados por toda a eternidade. O amor pode se tornar a mais perversa das coisas quando est?? perdido. O cora?§??o partido de Hyakuhei se transformou em raiva e ci??mes maliciosos causando uma batalha entre os irm??os g??meos, acabando com a vida de Tadamichi e dividindo as almas imortais dos dois irm??os. Aqueles fragmentos de imortalidade criaram cinco novos guardi?µes para assumir a guarda sobre o selo e proteg??-lo de Hyakuhei, que se juntou aos dem??nios dentro do reino. Encarcerado dentro da escurid??o que ele havia se tornado, Hyakuhei expulsou todo o pensamento de proteger o cora?§??o do tempo, em vez disso, ele canalizou sua energia para banir completamente o selo. Seus longos cabelos escuros, passando da altura dos joelhos, e um rosto pertencente apenas aos mais sedutores, contradiziam o verdadeiro mal escondido dentro de sua apar??ncia ang?©lica. ?? medida que a guerra come?§a entre as for?§as da luz e da escurid??o, uma luz azul ofuscante ?© emitida pela est??tua santificada, sinalizando que a jovem sacerdotisa renasceu e o cristal ressurgiu do outro lado. Como os guardi?µes s??o atra?­dos para ela e se tornam seus protetores, a batalha entre o bem e o mal verdadeiramente come?§a. Ent??o, entra-se em outro mundo onde a escurid??o ?© dominante dentro do mundo de luz. Esta ?© uma das suas muitas aventuras ?©picas... Cap?­tulo 1 Durante s?©culos, a lua vermelha sempre foi um sinal do portador da morte. Aqueles que testemunharam a vis??o mortal se esconderam por medo de perder suas vidas para a poderosa tr?©gua do sono intermin??vel que o portador prometeu. Na dist??ncia, um grito de gelar a alma foi ouvido a quil??metros enquanto o s?­mbolo perigoso pairava alto no c?©u da meia-noite. Em um clar??o na floresta, duas figuras solit??rias estavam em p?©, uma ferida, respirando pesadamente com uma das adagas g??meas apertadas em sua m??o, a outra amea?§adora olhando de acima, um sorriso malicioso que enfeitava seu rosto desumanamente belo. Olhos de rubi predat??rios brilhavam ao luar, aguardando o pr??ximo movimento da v?­tima. A pele anormalmente p??lida de Hyakuhei parecia brilhar na noite, dando-lhe a apar??ncia de um ceifador ang?©lico. ??? Voc?? nos matou sem a morte! ??? rosnou Toya, revelando seus caninos alongados. Seus olhos de p?? dourado queimaram em avers??o pelo homem que estava diante dele. Uma vez seu amigo... o irm??o de seu pr??prio pai... agora seu inimigo mortal. ??? Seu desgra?§ado! ??? Agora voc?? diz isso com convic?§??o, mas eu lhe dei uma vida eterna, treinei voc?? e cuidei de voc??. Amei voc?? e seu irm??o como se fossem meus filhos. ??? Os olhos escarlates brilharam com raiva em dire?§??o ao insolente rapaz diante dele. ??? Voc?? chama e nos torna monstros... amor? Voc?? roubou nossas vidas! Voc?? me transformou para tentar obrigar meu irm??o a se tornar seu! Voc?? mentiu para n??s, dizendo que voc?? poderia reverter a maldi?§??o se nos junt??ssemos a voc?? ??? sua respira?§??o virou um assobio irritado enquanto ele continuava. ??? Se n??o fosse pelo seu fasc?­nio doentio por meu irm??o, ser?­amos seres humanos normais, vivendo vidas normais como uma fam?­lia, e n??o as criaturas sanguin??rias da noite em que voc?? nos tornou! ??? L??grimas amargas derramaram dos olhos de Toya devido ?  raiva e trai?§??o... dando-lhes um prateado estranho. ??? Voc?? ?© um idiota em pensar que voc?? era normal! ??? A voz de Hyakuhei continha o tra?§o malicioso de amargura. ??? Voc?? e seu irm??o choram erroneamente por algo que nunca foi seu. ??? Sua voz suavizou por um momento enquanto engolia as mem??rias de seu irm??o g??meo, pai deles. ??? N??o importa ??? seus olhos queimaram quando ele se concentrou em Toya. ??? Voc?? ?© igualzinho ao seu pai: ego?­sta. ??? A morte de seu pai deixou voc?? sob meus cuidados! Voc?? e seu irm??o s??o meus e eu sempre pego o que me pertence. Terei a obedi??ncia dele depois de eu ter terminado com voc??. ??? A m??o de Hyakuhei se curvou em antecipa?§??o, ansiosa para sentir o sangue do jovem escorrer de seu corpo. ??? Foi voc?? que traiu sua pr??pria carne e sangue! Toya se virou, ouvindo a voz odiada enquanto Hyakuhei tremeluziu e desapareceu apenas para reaparecer do outro lado dele. Ele sabia que o vampiro fatal s?? estava brincando com ele, mas Toya j?? n??o estava com medo. Esse medo morreu com ela. ??? Por que voc?? a matou? ??? Toya ordenou que sua voz fosse um assobio suave, mas cheia de raiva e desespero. ??? Voc?? achou que, ao mat??-la, ganharia o cristal? Nunca! Ela se recusou a dar-lhe esse poder e voc?? ficou enfurecido. N??o ?©, Hyakuhei? ??? gritou ele enquanto girava, tentando seguir seu inimigo enquanto Hyakuhei o rodeava com uma inten?§??o mortal. ??? N??o era segredo que voc?? a queria para si ??? A m??o de Toya apertou sua adaga com f??ria quando se lembrou dos olhares assombrados, a persegui?§??o, a vis??o do corpo dela sem vida. ??? Qualquer um poderia ver a maneira como voc?? olhava para ela quando achava que eu ou o Kotaro n??o est??vamos prestando aten?§??o. ??? Sua respira?§??o virou um solu?§o enquanto ele se moveu por um momento, sabendo que ele e Kotaro a amavam. Eles haviam lutado contra Hyakuhei e entre si por ela. Ningu?©m venceu. ??? N??s vimos voc??. Kyoko era minha e sempre ser??! ??? gritou Toya, enfurecido por perder aquela que ele amava mais do que o ar. Ela se foi. Ela tinha sido a luz na escurid??o em que seu mundo se tornara. Era a raz??o pela qual ele desafiava Hyakuhei. Agora, seu motivo para o desafio desapareceu e Toya sentiu o fogo em sua alma subir a uma temperatura fatal. Ele a encontrou sem vida, deitada com uma pequena adaga que atravessava seu cora?§??o. No fundo, ele sabia, ele e Kotaro sabiam. Hyakuhei de alguma forma a matou. Os olhos negros de Hyakuhei tornaram-se mais escuros quando olhou com desprezo para o filho mais novo de seu irm??o. ??? Ah sim, o evasivo Cristal do Cora?§??o Guardi??o. Tal poder n??o pertence a uma crian?§a tola como voc??. Os seres mais poderosos procuraram o Cristal do Cora?§??o Guardi??o. Achou que voc?? era o ??nico queridinho? N??o s?? vampiros, mas tamb?©m imortais e feiticeiros e at?© lobisomens compartilham desse desejo de reunir tanto poder. ??? N??o percebe o que aconteceria se o licantropo a tivesse reivindicado primeiro? ??? Os olhos de Hyakuhei sangraram carmesim ao pensar em Kotaro, l?­der das tribos dos licantropos, ganhando tal poder. Sua raiva aumentou quando ele lembrou o aroma do licantropo na carne dela nesta mesma noite. Ele n??o ficaria quieto e deixaria uma coisa t??o trai?§oeira acontecer. ??? N??o, menino imprudente, j?? cuidei da sacerdotisa que carregava o cristal dentro de si. ??? Os olhos de Hyakuhei se endureceram ao pensar na pequena mentira. Na verdade, ele n??o havia matado a menina. Ela se suicidou para evitar que ele obtivesse o cristal. Ele a tinha ao alcance, pronto para reivindicar o poder que ela segurava dentro de si. O poder de que a lenda falava, se tal lenda pudesse ser levada a s?©rio, teria permitido que a escurid??o andasse dentro da luz e se alimentasse disso. Seus dedos ainda formigavam devido ao toque brev?­ssimo ?  pele dela. Ele estava parado atr??s dela, sentindo o calor do corpo dela com sua m??o fria. Seus olhos de esmeralda se viraram e se chocaram com os dele por um mero segundo, desafiando-o. Ele s?? queria ter um gostinho dela. Tarde demais, ele viu a adaga na m??o dela quando desapareceu rapidamente em seu peito. Ele poderia t??-la transformado e compartilhado tudo com ela, mas ela recusou sua oferta generosa. A corajosa, mas tola mulher acreditava que, ao se matar, ela bloquearia o poder do cristal do alcance dele para sempre. Para sempre foi um longo per?­odo de tempo para tentar se esconder dele. ??? Ela vai renascer! ??? Toya gritou de ang??stia, sabendo que ele falhou em proteg??-la da ira de Hyakuhei. Sua culpa por n??o estar l?? para salv??-la estava devorando-o por dentro. Ela sabia que ele era um vampiro, uma criatura da noite e ainda assim n??o tinha dado as costas para ele. Ela j?? havia feito amizade com ele. Kyoko confiou a vida dela a ele. A mente de Toya recuou ao tempo em que a conhecera... ele caiu de joelhos, se agarrando ao ch??o, observando suas l??grimas ca?­rem. ??? N??o foi tempo suficiente! ??? gritou silenciosamente em nega?§??o. S?? a conhecia por t??o pouco tempo; seis ciclos da lua. Quando ele a conheceu pela primeira vez, ele s?? queria o cristal. O cristal que ela nem sabia que estava carregando no in?­cio. Mas ele podia v??-lo brilhando dentro dela, chamando-o. Ent??o algo mudou. Toya se viu tentando proteg??-la em vez de tirar o cristal dela. Como ela tinha adentrado seu mundo sombrio, Toya encontrou a verdade por tr??s da lenda do Cristal do Cora?§??o Guardi??o, mesmo que Hyakuhei n??o percebesse. Ele queria contar os segredos ao seu irm??o, mas Hyakuhei tinha impossibilitado o encontro dele com Kyou a tempo... agora era muito tarde. ??? Voc?? nunca ter?? a luz do cristal na escurid??o. Vou encontrar Kyoko novamente e manter o cristal longe de voc??! ??? A voz de Toya era severa devido ?  necessidade de vingan?§a. ??? Ela vai viver novamente e eu estarei l?? esperando por ela ??? Uma ??nica l??grima prateada deslizou despercebida pelo rosto enquanto ele gritava: ??? Juntos! Ela e eu encontraremos outra maneira de libertar Kyou de voc??! Hyakuhei aproximou-se de Toya, uma risada sombria vinda do fundo do peito. ??? Ah, sim, meu querido Toya, ela vai viver de novo. O cristal voltar?? a este mundo e eu serei o ??nico a reivindicar n??o s?? seu poder, mas tamb?©m a garota. Quanto ao meu precioso Kyou... estou certo de que posso encontrar algo para ocupar o tempo do seu irm??o at?© esse dia chegar. Toya rosnou sabendo que era uma faca de dois gumes. ??? Guarde suas ideias doentias para si mesmo. Vou encontrar uma maneira de nos tornar normais de novo. E voc??... vou te fazer morrer! ??? ele terminou de falar em um grito enquanto o vento come?§ou a ficar mais forte, uivando maliciosamente pela clareira. O punhal em sua m??o brilhou em um arco de luz prateada, mal agarrando a t??nica escura que adornava o corpo de Hyakuhei. Toya n??o conseguia acreditar em qu??o r??pido seu oponente era, mas seu rosto estava franzido com determina?§??o. Uma segunda adaga apareceu em sua outra m??o e ele a brandiu, seguida imediatamente pela primeira. Hyakuhei se esquivou das l??minas mortais devido aos s?©culos de treinamento que ele j?? havia suportado. Os seres humanos eram criaturas t??o f??ceis de derrotar e Toya, embora transformado, ainda era muito humano em seu modo de pensar, ainda uma crian?§a nos olhos de um vampiro. Ele admitiria que de alguma forma, a prote?§??o de Toya ?  sacerdotisa tinha envelhecido o poder deste para quase o mesmo n?­vel de um vampiro antigo. Levar a sacerdotisa para longe dele serviu dois prop??sitos. Sem um motivo para lutar, o poder de Toya diminuiu muito. A m??o esquerda de Hyakuhei atacou, de alguma maneira prendendo os dois pulsos de Toya em um aperto esmagador. Toya n??o conseguiu se defender quando as garras do vampiro cruelmente laceraram seu rosto. Os olhos prateados se chocaram com os carmims por um momento suspenso no tempo, enquanto Hyakuhei retra?­a suas garras. Seus l??bios insinuaram um sorriso corrompido enquanto ele esticou a m??o para acariciar suavemente a ferida que ele acabara de causar t??o cruelmente. ??? ?? uma pena estragar esta perfei?§??o. ?? muito parecido com seu irm??o. ??? Ele lambeu de seu dedo as gotas de sangue rec?©m-derramado antes de acrescentar: ???Mas eu n??o posso deixar seu amor rebelde distraindo Kyou de mim. Sentindo seus pulsos serem liberados, Toya deu um passo para tr??s e tentou bloquear o pr??ximo ataque vindo em dire?§??o do seu torso. Ele resmungou de dor quando o sangue derramou dos cortes feitos no seu peito. Pressionando um bra?§o nas feridas, seus olhos dourados se arregalaram quando ele cambaleou para tr??s e, desta vez, Hyakuhei o deixou. Toya podia sentir os ossos quebrados em seus pulsos se esmagando uns contra os outros e teve que se concentrar para evitar que suas adagas ca?­ssem no ch??o. Olhando para o homem que ele odiava mais do que a morte, Toya tentou sacudir a dor sabendo que isso n??o era um jogo, mesmo os mortos-vivos poderiam morrer. ??? Voc?? ?© uma crian?§a tola. Pensou em salvar seu irm??o, me matando? Voc?? mal consegue segurar suas l??minas agora, muito menos tentar tirar minha vida ??? zombou Hyakuhei, depois seu rosto tornou-se pl??cido, sua raiva de repente desapareceu. A brisa noturna ergueu as extremidades de seus longos cabelos de ?©bano, fazendo parecer que estavam vivos. ???Voc?? nunca teve uma chance, garotinho. Vou ajud??-lo a descansar para que voc?? n??o sinta mais dor ??? murmurou Hyakuhei, seus olhos se suavizando em dire?§??o ao homem ferido como um pai que repreendera uma crian?§a rebelde. Os olhos prateados ficaram vermelhos de raiva por suas palavras. ??? Voc?? nunca ter?? meu irm??o, seu filho da m??e! Enquanto puder respirar, Kyou n??o o deixar?? vencer, e eu tamb?©m n??o! ??? gritou Toya, avan?§ando sobre a figura vestida de preto em uma ??ltima tentativa de salvar sua alma imortal. Hyakuhei desapareceu em um piscar de olhos antes que a adaga de Toya pudesse penetrar no cora?§??o frio escondido no fundo de seu corpo intemporal. Os olhos vermelhos penetrantes brilhavam, famintos por derramar o sangue do jovem que pensava desafi??-lo. Sua forma escura levitando l?? no alto parou por um momento antes de descer para atacar sua presa. Os sentidos de Toya estavam alertando o perigo quando ele sentiu a amea?§a que se aproximava de seu ser, mas ele n??o era habilidoso o bastante para determinar de onde o atacante estava vindo. Ele procurou freneticamente, mas com seus sentidos agora adormecidos pela perda de sangue e pela ferida escondida dentro de seu cora?§??o, Toya sentiu seu medo aumentar. Seu cora?§??o do?­a por causa das palavras que o seu pr??prio "pai" lhe lan?§ara. ??? N??o posso deixar voc?? ganhar, seu monstro. A vida do meu irm??o depende disso ??? sussurrou Toya atrav?©s de sua respira?§??o esfor?§ada, fazendo as palavras trope?§arem em seus pr??prios ouvidos. Um raio de medo subiu por sua espinha quando ele olhou para o c?©u noturno. Seus olhos se arregalaram de terror ao ver que ele s?? sabia o final vindo do ataque, nunca o da v?­tima. Ent??o... ?© assim ??? o pensamento filtrou-se por sua mente atormentada. Ele tentou se mover, mas foi mantido imobilizado por uma for?§a desconhecida. Seus olhos presos em um olhar mortal. Os olhos vermelhos perfuraram sua pr??pria alma e Toya sabia que a morte estava chegando. O grito alojado em sua garganta foi substitu?­do por um som balbuciante. Seus olhos prateados voltaram a ser dourados e encontraram os olhos vermelhos de seu assassino, enquanto o tempo parecia parar. Seu corpo come?§ou a ficar entorpecido enquanto ele lentamente olhava para baixo entre seus corpos. As l??grimas ca?­ram dos olhos de Toya quando sua cor dourada brilhante deles come?§ou a desaparecer. Eu falhei com voc??, por favor me perdoe... Kyoko... Kyou. Esses foram seus ??ltimos pensamentos quando deu seu ??ltimo suspiro. Ele podia sentir seu cora?§??o bater cada vez mais longe, ?  medida que a dor desaparecia. Os mist?©rios se desdobraram com seus batimentos card?­acos finais enquanto ele silenciosamente sussurrava maravilhado. ??? Kyoko... h?? quanto tempo voc?? est?? aqui? Observando com um sentimento de prazer doentio, a figura vestida de preto com olhos vermelhos ardentes sorriu satisfeito. Ele baixou lentamente os olhos para a terra dura. Sua m??o de garras ia fundo no peito do jovem com olhos como o sol. Hyakuhei rasgou violentamente o cora?§??o que parara de bater. Olhando nos olhos sem vida de Toya, ele sussurrou: ??? Sempre me perguntei como os olhos de Kyou ficar??o quando ele chorar. Aposto que ser??o lindos ??? ele se inclinou e beijou a testa de Toya antes de se levantar para se virar e encarar o homem que acabara de chegar a uma curta dist??ncia atr??s dele. Um sorriso s??dico agraciou seus l??bios enquanto ele segurava o cora?§??o sangrando e esperava que Kyou fechasse a dist??ncia entre eles. ??? Para voc??, meu animal de estima?§??o, agora n??o h?? nada entre n??s ??? Sua voz atravessou a brisa noturna. Os olhos de Kyou se estreitaram de desgosto quando ele olhou para o cora?§??o fresco que estava sendo estendido para ele. Hyakuhei viveu tanto tempo sem morrer que a morte agora era um presente para ele? Enojado, Kyou se afastou da vis??o perturbadora. Ele sentiu a ang??stia de seu irm??o e tinha vindo investigar. Em vez disso, encontrou o chamado "pai" e ele n??o podia mais sentir a aura de seu irm??o. Algo estava terrivelmente errado e Kyou podia sentir os nervos dentro de seu corpo pinicarem em sua pele em alerta. Ele n??o conseguia ver o dono do cora?§??o que ainda goteava sua vida na m??o do vampiro antigo, pois Hyakuhei bloqueou sua vis??o. Isso o irritou, pois fora detido em sua busca por seu irm??o mais novo. Ele n??o via seu irm??o h?? mais de um ano, mas esta noite... ele sabia que Toya precisava dele. Deve ter sido importante, pois Kyou sentiu o chamado com muita for?§a. Percebendo a antecipa?§??o no homem diante dele, os olhos dourados de Kyou se prenderam aos de Hyakuhei. ??? Qual alma voc?? roubou desta vez? ??? perguntou com desprezo em sua voz. ??? Por que voc?? n??o vem ver, meu animal de estima?§??o? Tenho certeza de que voc?? ficar?? muito surpreso. ?? meu presente para voc?? ??? Um sorriso consciente acendeu seus tra?§os sombreados enquanto Hyakuhei se afastava, deixando uma vis??o clara de sua v?­tima. Estendendo sua m??o vagarosamente em dire?§??o a Toya, ele se virou para olhar para o cad??ver no ch??o. O olhar de Kyou seguiu o de Hyakuhei enquanto ele lentamente se aproximava, confundido com a import??ncia da identidade dessa v?­tima. Seus olhos dourados se arregalaram diante da forma amarrotada, deitada no ch??o, enquanto um imenso sinal de alarme subia por sua espinha. Seu cora?§??o come?§ou a acelerar quando viu as t??o familiares luzes prateadas e brilhantes que atravessavam os cabelos negros, agora emaranhados com sangue e terra, espalhados pelo rosto do homem como se escondessem sua verdadeira identidade. Ele sentiu todo o seu ser gritando de raiva e nega?§??o ao saber que agora estava olhando a forma abatida de seu irm??o desaparecido. ??? N??O! ??? Kyou jogou a cabe?§a para tr??s e rugiu. L??grimas encheram os olhos quando ele se virou para enfrentar o respons??vel. ??? O que voc?? fez? ??? rosnou ele, enquanto avan?§ava, parando a poucos cent?­metros do assassino de seu irm??o. Seus olhos dourados de sol sangraram vermelho, caninos alongados expostos como os de um c??o raivoso. Dobrando suas garras, ele esperou a confiss??o, mal segurando a ira. ??? Somente o que eu deveria ter feito desde o in?­cio: remover aquele que n??o lhe apreciou como eu. ??? A express??o de Hyakuhei suavizou por um breve momento enquanto via seu filho preferido. Ele deu a Kyou toda a sua aten?§??o e carinho desde que lhe deu o dom da imortalidade das trevas, mas ainda assim Kyou n??o tinha sido feliz. Era a tristeza no olhar dourado de Kyou que o atra?­a tanto... a solid??o dentro dele era ador??vel e imitava a pr??pria melancolia de Hyakuhei. Ele ent??o transformou o irm??o de Kyou, Toya, na esperan?§a de ganhar a devo?§??o de seu precioso filho. Mas, isso s?? chateou Kyou ainda mais. Hyakuhei observou as l??grimas agridoces se formando nos olhos de Kyou e sabia que ele estava certo. Kyou foi muito divino quando chorou. Naquele momento, algo profundo dentro de Kyou disparou quando um grito triste de sacudir a terra rasgou seu corpo. Cego de raiva, ele atacou o assassino de seu irm??o, as presas expostas e as garras afiadas. ??? Vou arrancar seu cora?§??o e deixar seu corpo para ser devastado pelas criaturas da noite pelo que voc?? fez! Com destreza, o homem perverso esquivou o ataque e em um borr??o de preto e prendeu Kyou no ch??o. Com uma calma que n??o refletia em seu ser profundo, Hyakuhei inclinou-se para perto, seu olhar fixo no rosto que o assombrara tanto, o rosto de seu pr??prio irm??o. ??? Fiz o que era necess??rio para n??s. Toya n??o queria que voc?? ficasse com meu presente e procurou tir??-lo de voc??. Voc?? entender?? com o tempo ??? murmurou ele enquanto seus l??bios macios ro?§avam fugazmente por grunhidos enquanto falava essas palavras. Com uma for?§a que ele n??o percebera possuir, Kyou atirou o homem agressor a seis metros de seu corpo tr??mulo. Ele passou o antebra?§o pela boca com desgosto enquanto rosnava perigosamente. ??? Calma, crian?§a, acalme-se ??? falou o homem enquanto se levantava e tirava a sujeira de suas roupas. Seus olhos brilharam com promessas enquanto seu corpo cintilava levemente e ent??o desapareceu na noite. ??? Vou estar assistindo, esperando por voc??, meu animal de estima?§??o. O mundo de Kyou se despeda?§ou enquanto olhava para o corpo sem vida de seu irm??o. ??? Vingarei a morte do meu irm??o e passarei a eternidade ca?§ando voc?? se for preciso. Quando eu lhe encontrar, voc?? pagar?? por isso, Hyakuhei. Ele ficou de joelhos e ergueu suavemente o corpo de Toya em seu peito, encostando sua cabe?§a suavemente. O cabelo de seu irm??ozinho havia se afastado de seu rosto fazendo com que a vis??o de Kyou nublasse enquanto tentava conter o fluxo de l??grimas, sem conseguir. Parecia que Toya estava simplesmente dormindo, pac?­fico pela primeira vez em muito tempo. Ele observava enquanto suas l??grimas escorriam sobre o rosto de Toya e Kyou sentiu seu cora?§??o se partir. Apertando seu amado irm??o forte contra ele, Kyou sussurrou com uma voz inst??vel: ??? Toya, por favor, perdoe-me por n??o ter chegado aqui a tempo ??? sua respira?§??o estremeceu quando ele cerrou os olhos diante de tanta dor. ??? Eu sabia que voc?? precisava de mim. Eu deveria ter salvado voc??. A mente de Kyou correu para o dia em que Hyakuhei o transformou no que ele era agora, um dia depois da morte de seu pai. Kyou sabia que Hyakuhei s?? queria a ele e Toya era apenas uma crian?§a pequena. Ent??o, para proteger Toya, Kyou deixara Toya com seu tio mesmo quando seu irm??ozinho tinha chorado, implorando para ele n??o partir. Ele ainda lembrava da desconfian?§a que brilhava nos grandes olhos dourados de Toya quando olhava para Hyakuhei, desafiando-o a tirar seu irm??o mais velho dele. Era a lembran?§a desse olhar assombrado que ajudara Kyou a ficar longe de seu irm??o por v??rios anos para proteg??-lo. Quando Toya ficou mais velho, Kyou se viu ansioso por v??-lo, secretamente visitando-o e observando de longe, observando seu irm??o viver a vida que ele n??o podia. Observar Toya secretamente tinha sido a ??nica felicidade de Kyou durante aqueles dias sombrios. Muitas vezes, ele se escondia no quarto de Toya para v??-lo dormir. Se ele soubesse que Hyakuhei o seguia e observava enquanto Kyou olhava por Toya, ele nunca colocaria Toya em perigo assim. Seu tio transformou Toya porque ele pensou que era o que Kyou queria. Tinha sido culpa dele que Toya tivesse morrido na primeira vez. Toya lutou contra seu tio, durante a transforma?§??o e depois. ?? medida que seus argumentos se tornaram mais viciosos, Kyou tentou manter a aten?§??o de Hyakuhei longe de seu irm??o. Ent??o Toya come?§ou a falar sobre uma cura para vampiros: o Cristal do Cora?§??o Guardi??o. Ele jurou que iria encontr??-lo e curar os dois. Toya encontrou sua cura na morte. Fazendo o que podia para evitar olhar para a cavidade agora vazia onde o cora?§??o de seu irm??o havia residido, Kyou levantou-se e levou o corpo de Toya longe daquele local para lhe dar um enterro digno. Ele n??o podia mais sentir a presen?§a de Hyakuhei, mas sabia que estava perto, observando-o de alguma forma, sempre o observando. Kyou entendeu agora que ele teria que partir, se esconder at?© ser forte o suficiente para derrotar o mal que havia roubado a ??nica coisa que lhe era mais querida: seu irm??ozinho. Ele passou pela escurid??o deixando a clareira em total sil??ncio. Kamui soltou um suave suspiro de al?­vio quando os irm??os se foram e abaixou sua barreira de invisibilidade em torno da forma maltratada de Kotaro. Olhando para o Lycan, Kamui sabia que levaria um tempo para que as feridas de Kotaro pudessem curar, n??o apenas as feridas de seu corpo, mas as feridas que agora estavam profundamente enraizadas no cora?§??o tamb?©m. ??? Vamos ??? sussurrou Kamui, puxando um dos bra?§os de Kotaro nos ombros e ajudando-o a ficar de p?©. ??? Hyakuhei n??o foi longe e eu preciso tirar voc?? deste lugar desprotegido. ??? Os olhos dele brilhavam com a cor do p?? do arco-?­ris enquanto tentava reter suas pr??prias l??grimas. Foi em v??o, pois ele podia senti-las escorregando pelo rosto em trilhos quentes. Muita coisa foi perdida no per?­odo de apenas algumas horas mortais... ele agora entendia o que ser mais sombrio do que as sombras realmente significava. Ele n??o perderia Kotaro tamb?©m. Eu n??o o odiava tanto ??? sussurrou Kotaro, olhando abatido para onde o corpo de Toya tinha ficado momentos antes. Ambos amaram Kyoko e ela, por sua vez, teve carinho por ambos... nunca escolhendo um em vez do outro quando eles estavam lutando... at?© hoje ?  noite. O destino s?? lhe havia dado poucas horas, pelo menos Toya n??o sabia disso. Sua m??o se fechou em um punho e ele apertou. Toya teria ficado louco, mas ele estaria vivo. ??? Preferiria enfrentar a raiva dele... n??o isso... n??o isso. ??? Sua voz vacilou. Ambos tentaram proteg??-la, mas agora Toya... os olhos azuis gelo de Kotaro nadaram com l??grimas n??o derramadas: ??? Eu nunca o odiei. ??? Ele sabe que n??o ??? disse Kamui, levando o Kotaro na dire?§??o do ??nico lugar seguro que conhecia... o mago, a casa de Shinbe. Ele precisava contar para o amigo sobre o destino de Toya e de Kyoko. Shinbe de alguma forma sabia o que fazer, ele sempre sabia. ??? Eu vou matar aquele bastardo do Hyakuhei! ??? rosnou Kotaro enquanto lutava contra a restri?§??o de Kamui, sua natureza de licantropo indo ?  superf?­cie. ??? Ele a matou... ele matou Toya por causa dela. Quando eu o encontrar, ele desejar?? nunca ter nascido humano. Como se o vento tivesse sido arrancado de si, o corpo de Kotaro estremeceu. Ele sabia que Toya era muito mais forte do que ele jamais reconhecera, mas sem Kyoko para proteger, Toya perdeu a vontade de lutar. Hyakuhei sabia disso antes da luta ter come?§ado. O sofrimento de Toya o fez ficar irritado, impaciente. ??? Se ele tivesse esperado mais alguns momentos, Kyou poderia t??-lo salvado. ??? A tristeza pendia em todas as s?­labas enquanto Kotaro limpava as l??grimas com raiva, l??grimas que silenciosamente deixavam trilhas em seu rosto. ??? Eu queria salvar os dois... Kyoko. ??? A dor em seu corpo enfraquecido era demais quando ele fechou os olhos azuis brilhantes e cedeu ao nada que acalmaria a dor por um curto per?­odo de tempo. Kamui assentiu enquanto levantava o corpo mole de Kotaro e o carregava. ??? Voc?? j?? fez o suficiente. Descanse agora ??? sussurrou ele. ??? ?? minha vez de salvar as pessoas. Cap?­tulo 2 Perto da hora do amanhecer, Kamui pairava acima de uma sepultura n??o marcada. Os dois homens de cada lado dele eram tudo o que ele tinha. Ele observou Shinbe usar seus poderes telecin?©ticos para remover a terra do t??mulo de Toya e ampli??-lo o suficiente para dois corpos. Shinbe e Kotaro tinham a mesma express??o agora... tristeza e uma for?§a teimosa. Kamui sabia que eles estavam tentando parecer fortes para ele, mas ele podia ver a melancolia que ambos escondiam. Todos olharam para o t??mulo... a realidade dolorosa de tudo aquilo sendo absorvida. As coisas n??o deveriam acabar assim... o lado bom n??o deveria perder... ou morrer. Shinbe os ajudou a tomar uma decis??o sobre o que fazer. Buscando o corpo de Kyoko, eles o levaram para o t??mulo onde Kyou colocou seu irm??o e enterrou-os juntos. Toya teria querido assim... era a ??nica coisa que fazia sentido. Kamui tinha sido incapaz de levar o corpo de Kyoko para o t??mulo quando o encontraram. O sangue que a rodeava n??o era o que o incomodava. Era apenas muit?­ssimo doloroso ver algu?©m t??o gentil e puro, carregando tanta luz dentro de si, estar ali agora, deitada na escurid??o, com os olhos abertos, mas vazios. Isso ?© que do?­a ver. Percebendo o choque de Kamui e vendo suas m??os tremendo, Kotaro interveio e ergueu Kyoko amorosamente em seus bra?§os, tentando ignorar a rigidez no corpo dela. Ele n??o conseguia sentir nada exceto raiva e tristeza naquele momento. Se ele se permitisse sentir o resto das emo?§?µes, o quanto ele a amava, seus joelhos se curvariam. A dor pesava muito sobre ele. Ver o olhar no rosto de Kamui foi suficiente para ajud??-lo a controlar suas pr??prias emo?§?µes e a dorm??ncia que havia se estabelecido tamb?©m ajudou. Kamui n??o era humano nem era criatura, o que quer que ele fosse, seu cora?§??o estava em destro?§os. Kotaro decidiu que seria sua miss??o cuidar dele de agora em diante, mesmo que o garoto provavelmente n??o precisasse disso. Kamui limpou a trilha de l??grimas de seus olhos, tentando ser forte como Kotaro e Shinbe. Seu cabelo roxo indomado sacudiu ao vento enquanto ele olhava para a terra rec?©m-revirada. Ele tirou seu pr??prio manto e gentilmente envolveu-os para aumentar o poder do feiti?§o que ele estava prestes a lan?§ar. Ao fechar os olhos brilhantes, ele cruzou os dedos enquanto as asas iluminadas brotavam de suas costas em um turbilh??o de penas. Elas brilhavam com cores t??o intensas que o olho humano desconhecia. Shinbe e Kotaro, assustados, deram um passo para tr??s, de repente entendendo o que Kamui era. A palavra anjo pairava em seus l??bios, mas ele parecia t??o triste. Como um anjo com um cora?§??o partido... um anjo ca?­do. Com dedos gentis, Kamui tirou uma pena de sua asa direita e segurou sua m??o com a palma para cima. A express??o triste e serena em seu rosto n??o vacilou. Seus olhos brilharam com um vislumbre de esperan?§a enquanto ele rapidamente deslizou a pena afiada em sua palma causando um corte raso. O l?­quido carmesim se acumulou em sua palma e Kamui fechou lentamente o punho antes de se dirigir ao t??mulo n??o marcado. As gotas sagradas do sangue de sua vida ca?­ram sobre a terra, fazendo o solo brilhar com um poder azul el?©trico sobrenatural. Chocados, Shinbe e Kotaro s?? podiam ficar de p?© e assistir enquanto tudo acontecia. Eles n??o se atreveram a se mover por medo de perturbar o rito que Kamui estava realizando. Ambos compreenderam que estavam testemunhando algo incr?­vel e, sem d??vida, nunca mais veriam algo assim novamente. O ar em torno de Kamui girou em um v??rtice que o rodeava em uma luz azul fluorescente. Sua voz ecoante deixou seus l??bios parecendo mais velhos e s??bios do que um dia j?? foram. A voz ricocheteou pelos c?©us, um som assustador que viajava por quil??metros, fazendo com que tudo que a ouvia ficasse im??vel em rever??ncia ao seu poder: Mil anos ser??o necess??rios. Desta vez, obedeceremos para o seu pr??prio bem. Quando o sangue de um guardi??o derrama ?? hora desta profecia se cumprir. S?? ent??o duas almas ir??o reviver. Trazendo-as para a luz, Fadadas a combater a magia negra da noite. Com essa promessa, n??s imortais tomaremos as armas, Protegendo contra o mal aqueles que renasceram. Nas m??os da pedra e do m??rmore, ao nosso inimigo daremos O ??nico desejo que ele anseia... dentro da luz para viver. ?? medida que o v??rtice circundava Kamui, uma pluma incandescente de cada asa iluminada se soltou e voou para a frente dentro do ciclone, girando como duas pequenas adagas e pousando diretamente no t??mulo. As penas brilhantes ficaram presas no solo suave por alguns breves momentos antes de se afundarem na terra para fundirem-se com as almas de seus amigos. Os joelhos de Kamui se chocaram com o ch??o quando o feiti?§o se dispersou, enviando uma onda de choque em todas as dire?§?µes. ??? At?© que nos encontremos novamente, Kyoko... Toya ??? murmurou Kamui ao sentir a solid??o lhe cercar. ??? Talvez a pr??xima vida seja em um tempo melhor e muito mais iluminado. Shinbe permaneceu em sil??ncio ao lado dele, sem querer nada al?©m de derramar suas l??grimas, mas ele n??o podia se dar a este luxo. Hyakuhei ainda estava por l?? e ele sabia que o vampiro de cora?§??o negro acabaria por vir atr??s dele. O inimigo saberia o que tinham feito. Por enquanto, ele apagaria todos os tra?§os que podia. Alcan?§ando seu bolso, Shinbe tirou uma pequena garrafa ametista cheia de um p?? m??gico intemporal. Pulverizando levemente o solo, ele circundou o t??mulo para proteg??-lo de todos os olhos curiosos. O solo imediatamente se tornou s??lido para esconder a localiza?§??o da nova sepultura. Os olhos de Shinbe iluminaram-se com a mesma cor ametista, enquanto sussurrava palavras que apenas ele podia entender. Ele sentiu um velho v?­nculo entre irm??os que haviam lutado uma batalha eterna contra a escurid??o atravessar sua alma para se tornar um s?­mbolo de prote?§??o sobre a sepultura. Acima do lugar de descanso de seus amigos flores surgiram sem que fossem plantadas sementes. Flores de cinco cores apareceram em vinhas espinhosas: prata, ouro, azul gelo, ametista e p?? cintilante do arco-?­ris. ??? Estou me despedindo ??? disse Shinbe depois de um longo sil??ncio. Ele n??o queria que sua presen?§a indicasse a localiza?§??o dos outros e sabia que era hora de seguir em frente. Seu olhar voltou para o arbusto de flores estranhamente colorido. Toya e Kyoko agora estavam protegidos de Hyakuhei e o feiti?§o n??o seria perturbado. Por enquanto, era tudo o que ele poderia oferecer al?©m da tristeza. Kamui olhou para o mago, chocado com este novo desenrolar. ??? O qu??? Mas... por qu??? ??? Seus olhos se arregalaram em um momento de p??nico... todos iriam deix??-lo agora? J?? n??o era ruim o bastante perder Toya e Kyoko? Sentindo o medo de Kamui emergir, Shinbe colocou uma m??o firme no ombro de seu amigo e tentou explicar: ??? Voc?? sabe t??o bem quanto eu que Hyakuhei acabar?? sabendo o que fizemos aqui. ??? Olhou para Kotaro sobre o ombro de Kamui, sabendo que o licantropo entenderia seu abandono. ??? Voc?? ser?? capaz de escapar dos olhos sempre vigilantes de Hyakuhei, mas eu n??o tenho esse tipo de poder. No entanto, eu poderei me esconder, mas n??o tenho certeza por quanto tempo. ??? Shinbe soltou um longo suspiro e olhou para a lua indo baixa no c?©u. ??? Meus dias s??o contados agora... ??? Um sorriso suave inclinou os cantos de seus l??bios como se ele soubesse um segredo. ??? Ent??o, que seja! Vou embarcar no pr??ximo navio indo para o oeste, sobre o oceano. L??, terei uma chance melhor de manter minha identidade a salvo de Hyakuhei e talvez at?© encontre um caminho para a minha pr??pria alma reencarnar ao mesmo tempo que nossos queridos amigos. ??? Ele esperava que o que ele dizia fosse a verdade. Eles precisariam dele quando chegasse o momento. Kamui olhou para o t??mulo embaixo dele e depois para o amigo com mais calma do que havia sentido desde que esta noite de pesadelo havia come?§ado. Ele n??o queria que Shinbe fosse a pr??xima v?­tima, ent??o, sim, ele entendeu. Gentilmente arrancou uma pena cor de arco-?­ris de sua asa direita e pressionou-a no pesco?§o de Shinbe. Shinbe ofegou quando a pena come?§ou a brilhar intensamente antes de ser absorvida em sua pele. Olhou para baixo e viu o contorno mais suave da pena logo abaixo da gola de seu manto. ??? Isso ir?? ajud??-lo quando chegar a hora ??? disse Kamui com um sorriso e deu um abra?§o apertado em Shinbe. Ele n??o perderia Shinbe durante muito tempo, custasse o que custasse. ??? N??s nos veremos novamente, meu amigo ??? sussurrou Shinbe antes de se afastar do abra?§o de Kamui. Ele assentiu com a cabe?§a para Kotaro, sabendo que o licantropo cuidaria de Kamui por todos eles. Shinbe olhou de novo para o t??mulo, depois afastou o olhar, deixando sua franja cair no rosto para esconder sua tristeza. ??? Ent??o, que seja assim ??? sussurrou ele novamente, desaparecendo na escurid??o. ??? Voc?? est?? pronto, garoto? ??? perguntou Kotaro baixinho enquanto mantinha as costas para o t??mulo. Ele sabia que n??o poderia ficar. Shinbe estava certo, quanto mais longe ficassem, mais protegido ficaria o feiti?§o. Kamui queria se zangar pelo apelido que Kotaro acabara de lhe dar, mas n??o tinha energia. Seu cora?§??o estava sepultado na terra a seus p?©s e, mesmo se demorasse at?© o fim dos tempos, ele veria Hyakuhei pagar por seus crimes. ??? Sim ??? disse Kamui, passando o bra?§o nos olhos. ??? Estou pronto. Kotaro colocou um bra?§o em volta dos ombros e o conduziu. O licantropo descobriu que n??o poderia derramar mais l??grimas pela mulher que ele amara com todo o seu ser. Sua alma sentiu como se algu?©m a tivesse arrancado de seu corpo, rasgando-a em peda?§os e s?? devolvido metade dela. Se o feiti?§o que Kamui e Shinbe fizeram funcionasse, ele veria sua amada Kyoko novamente. Ele n??o podia deixar de sorrir diante das palha?§adas que ele e a reencarna?§??o de Toya iriam inventar para ganhar o afeto de Kyoko. Ele teria prazer em lutar por ela mais uma vez se Toya pudesse voltar. Afinal, ele amava os dois. Ele lutou contra o desejo de olhar para o t??mulo de novo. ??? Mil anos ?© muito tempo para esperar, mas eu estarei l?? por voc??, Kyoko. ***** Mais de mil anos no futuro. Dias atuais. Uma figura solit??ria estava em um telhado do pr?©dio mais alto, avistando a cidade populosa abaixo. Seus tra?§os nunca traindo a dolorosa lembran?§a de seu ??nico irm??o, deitado sozinho e sem vida na terra fria e dura, s?©culos atr??s. Seu cora?§??o, uma vez quente e pulsando, preso pelas garras do monstro s??dico que criara ambos os irm??os. Ele tinha feito tudo o que estava ao seu alcance para se separar do mal que o rodeava silenciosamente. Assim como os humanos deste mundo, ele s?? se alimentava dos animais que a natureza fornecia. Mesmo que a escurid??o fosse tudo o que lhe era permitido, como ?© a maldi?§??o de um vampiro, ele nunca se tornaria o dem??nio que seu tio tinha pretendido. Nos ??ltimos anos, algo dentro dele se agitou. Uma saudade que ele n??o conseguia entender e que n??o sentia em mais de mil anos. Mem??rias nunca esquecidas, relembradas na mente de Kyou, de um jovem inocente, que havia enchido sua vida de felicidade, mesmo dentro de um mundo de trevas. Toya... ele era t??o cheio de vida, com olhos dourados risonhos e a ignor??ncia de uma crian?§a. Mais uma vez essas lembran?§as trouxeram dores de culpa ao seu cora?§??o por n??o ter conseguido proteger seu irm??o mais novo. Olhos dourados que se tornaram endurecidos devido a centenas de anos de solid??o, sangraram vermelho com a lembran?§a de uma promessa que ele ainda n??o havia cumprido. Kyou ficava cada vez mais forte a cada d?©cada que passava. Muitas vezes ele chegou bem perto, mas o objeto de seu ??dio e ira o eludia toda vez. Ele n??o descansaria at?© que a vil criatura que procurava se contorcesse em agonia aos seus p?©s e sua alma fosse lan?§ada ao inferno onde pertencia. O olhar de Kyou foi atra?­do para o ??nico lugar sereno em toda a cidade, o parque tranquilo no centro. ??? Tais lugares n??o devem estar perto de tanto mal ??? murmurou ele na noite. Saltando do pr?©dio, Kyou continuou sua busca como fazia por tantos s?©culos. Hyakuhei pagaria com a pr??pria vida por roubar o ??nico ser com quem Kyou se importava e sempre se importaria. Seu irm??o estava perdido para sempre e nunca mais retornaria. ??? Toya... ??? sussurrou Kyou enquanto desapareceu na noite, deixando para tr??s a imagem de um anjo vingador. ***** O parque era sempre pac?­fico nesta hora do dia. Ainda era tarde e o sol estava alto no c?©u. Kotaro passeava vagarosamente pelas ??rvores perto do centro onde havia um enorme bloco de m??rmore. Ele n??o tinha ideia de onde o bloco havia vindo, estava l?? desde que ele se lembrava e era ainda mais velho que a pr??pria cidade. Tudo o que ele sabia com certeza era que ele sentia uma sensa?§??o de paz cada vez que estava perto dele. ??? Quem pensaria que uma pedra quadrada traria pensamentos tranquilos? ??? murmurou Kotaro para si mesmo. Tomando outro caminho entre as ??rvores, ele dirigiu-se at?© a pedra para que pudesse olhar para ela. Mesmo que ele estivesse completamente feliz naquele dia, s?? o fato de se certificar que ela ainda estava l?? o fazia se sentir melhor. Kotaro parou quando entrou no centro onde a pedra estava e franziu a testa para o indiv?­duo que estava sentando no estilo indiozinho no topo dela, com os cotovelos nos joelhos e o queixo preso em suas m??os. Os cabelos curtos e roxos balan?§avam com a suave brisa, fazendo o jovem parecer muito infantil. ??? O que diabos est?? fazendo aqui? ??? exigiu Kotaro. Kamui sorriu sem olhar para ele. Em vez disso, ele assentiu na dire?§??o da faculdade ?  dist??ncia. ??? Esperando que a aula comece. Kotaro balan?§ou a cabe?§a e seguiu em frente antes de parar de novo e virar o rosto para encarar Kamui. ??? Do que voc?? est?? falando? Voc?? nem frequenta aquela escola. Kamui deu uma piscada de olhos antes de desaparecer lentamente em um turbilh??o de p?? de arco-?­ris cintilante. ??? Eu sei. Kotaro olhou para o p?? girando antes dele desaparecer completamente. ??? ??s vezes, esse garoto ?© um enigma ??? informou ao espa?§o agora vazio, depois seus olhos se moveram mais para baixo, como se acariciando a pedra. Ele ouviu o som de p?©s correndo no pavimento, mas na verdade n??o notou at?© que algu?©m o tocou no ombro. Ele literalmente pulou e girou para ver Hoto e Toki curvados com as m??os apoiadas nos joelhos tentando recuperar o f??lego. ??? O que tirou o f??lego de voc??s dois? ??? perguntou Kotaro com um sorriso malicioso enquanto recuperava a compostura. Hoto acenou com um peda?§o de papel na frente dele. ??? Para voc??... da pol?­cia... importante. Kotaro pegou o papel. ??? Da pol?­cia, hein? Deve ser realmente importante para fazer voc??s correrem uma maratona. Toki assentiu antes de cair ao seu lado para descansar. Hoto simplesmente afundou em seus joelhos e apoiou a cabe?§a na grama. ??? Voc??s s??o os maiores chor?µes que j?? vi - reclamou Kotaro com benevol??ncia. ??? Este lado d??i ??? gemeu Toki. ??? Preciso voltar... para... ar condicionado... escrit??rio. Kotaro suspirou resignado e deixou-os assarem sob o sol quente antes de abrir o bilhete. Sua m??o fechou, enrugando o papel que acabara de receber da delegacia de pol?­cia, n??o muito longe do campus. Outra menina desapareceu sem deixar vest?­gios. Ele havia passado muito tempo investigando os desaparecimentos de muitas meninas, que por fim o levaram ?  faculdade onde agora era chefe de seguran?§a. Seus pensamentos imediatamente se voltaram para sua amada Kyoko. Ele a encontrou novamente e, assim como esperava, Toya n??o estava longe. Uma coisa que o surpreendeu foi o fato de Toya ter renascido normal, humano, ou assim parecia. ??s vezes, ele podia sentir o verdadeiro Toya sob a superf?­cie, desconhecendo sua pr??pria exist??ncia, mas, at?© agora, essa parte permanecia adormecida. ??? Gra?§as a Deus por pequenos favores. ??? Kotaro passou uma m??o agitada em seus cabelos sacudidos pelo vento. Era bom para ele que nenhum deles se lembrasse do passado. Era uma lembran?§a melhor esquecida. Ele desejou ter o mesmo privil?©gio de esquecer, mas para ele, a lembran?§a permaneceu, muitas vezes acordando-o de noite com um suor frio. Deixando o parque, ele viu-se parado na cal?§ada de pedra em frente ao campus. Kotaro ergueu os olhos azuis gelo na dire?§??o em que Kyoko morava. Ele franziu o cenho quando a preocupa?§??o entalhou seus tra?§os e teve o s??bito desejo de ver "sua mulher". A parte longa de seus cabelos escuros em camadas foi presa para tr??s em um rabo de cavalo baixo. O resto de seu cabelo, da franja ao topo, ficava em um estado que parecia constantemente esvoa?§ado pelo vento, dando-lhe a apar??ncia de um menino mau punk, mas isso lhe ca?­a bem. Essa apar??ncia lhe ajudou mais de uma vez nos ??ltimos anos. Seu corpo era alto com m??sculos esbeltos, mas as apar??ncias podiam enganar. Ele n??o tinha um pingo de gordura de sobra e era mais forte do que cinquenta homens humanos juntos. As ??nicas pessoas que conheciam sua for?§a inumana eram aquelas que escolheram lhe chatear ou ousaram cruzar seu caminho. E aquelas poucas estavam muito amedrontadas para dizer sequer uma palavra. Ningu?©m no campus conhecia o lado secreto de Kotaro e ele queria continuar assim. Kotaro era respons??vel pela seguran?§a de todas as pessoas que caminhavam no campus: visitantes, alunos ou membros do corpo docente. As jovens come?§aram a desaparecer desta ??rea h?? cerca de um m??s, a um ritmo alarmante e, principalmente, da ??rea que cercava os campos da faculdade. Um grunhido baixo formou-se profundamente em seu peito enquanto ele inalava os aromas ao seu redor. O ar se contaminou com um cheiro antigo... mal. Ele estava se aproximando daquele que era respons??vel por mais do que apenas o sumi?§o das meninas, ele conseguia sentir isso. Deixando esses pensamentos de lado por hora, ele come?§ou a caminhar rapidamente para os apartamentos vizinhos que abrigavam muitos universit??rios inocentes. Ele iria ver Kyoko e se ela o deixasse, seus olhos escureceram atraentemente, ele n??o sairia de seu lado pelo resto do dia, ou da noite. Ele s?? esperava que Toya n??o estivesse com ela novamente hoje. Ele a queria toda para si. Afinal, na verdade ela era sua mulher e aquele "menino" teria que se mancar. Seus passos diminu?­ram um instante com a ironia disso. Ele estava contente por Toya pelo menos ter vida agora. Um sorriso quase divertido apareceu quando ele mentalmente amea?§ou aquela vida se Toya n??o parasse de perseguir Kyoko o tempo todo. S?? o pensamento dela sentada ao lado dele em seu confort??vel sof??, comendo pipoca e vendo um filme bobo parecia uma noite perfeita. Eles faziam algo assim pelo menos uma vez por semana e para ele essa era a parte favorita da semana. Ele aproveitava seu tempo ininterrupto com a bela dos cabelos castanhos. N??o importava se estavam assistindo um filme ou simplesmente sentados em seu sof?? conversando. Ele simplesmente amava a sensa?§??o dela estar aconchegada ao seu lado. Kotaro sorriu para si mesmo com satisfa?§??o enquanto se perguntava como seria estar sempre ao lado dela, dia e noite. O sorriso dele desapareceu com seu pr??ximo pensamento. Kyoko ainda n??o o escolhera ao inv?©s de Toya. Pelo menos, n??o durante sua vida. ??? Algumas coisas nunca mudam. ??? Ele olhou para cima como se enviasse um silencioso e sarc??stico "obrigado por toda a ajuda com isso" para quem estivesse ouvindo. Algo lhe disse que os deuses deveriam ter o mais perturbador senso de humor. ***** As provas finais finalmente terminaram e Kyoko passou a tarde cantando essas palavras. Ela tinha sido uma boa garota e estudara at?© ficar doente, mas tudo valeu a pena. Ela sabia que tinha gabaritado estes testes cru?©is. S?? de pensar nisto a fazia querer dan?§ar feliz durante todo o caminho de volta para seu apartamento. De fato, a primeira coisa que fez assim que atravessou a porta foi jogar seus livros pela sala de estar como se estivessem infestados de doen?§as e, finalmente, sucumbiu ?  vontade, realizando uma "dan?§a feliz" improvisada na entrada, parecendo que ela tinha talento para dan?§a, afinal. Isto foi imediatamente seguido por sua pr??pria vers??o de uma dan?§a que ela tinha visto Toya fazer uma vez, sacudindo o bumbum por todo o corredor at?© o banheiro, para que ela pudesse tomar um banho quente de espuma. Kyoko ent??o decidiu que, se ia fazer isso, teria que fazer direito, e foi ligar o aparelho de som e pegar algumas velas. Ela ainda estava fazendo barulhinhos fofos de vit??ria quando a banheira se encheu e ela mal se deu ao trabalho com suas roupas, tirando-as e jogando-as onde quisesse. Provavelmente vou encontrar minha calcinha pendurada no ventilador de teto quando eu acabar ??? pensou consigo mesma, depois sacudiu os ombros e entrou na ??gua. Ela deslizou mais para dentro da banheira para deixar as bolhas flutuantes acariciarem seu pesco?§o e ombros. Seus olhos verde esmeralda, que ? s vezes eram conhecidos por se tornarem tempestuosos a cada momento, estavam brilhando de satisfa?§??o. Suas ondas de cabelo castanho-avermelhadas estavam soltas ao acaso e sua pele lisa e sedosa estava escondida agora sob as bolhas. Ela era uma garota feliz e tudo o que realmente queria fazer era relaxar pelo resto do dia. Um pouco de m??sica suave ao fundo, algumas velas com cheiro doce acesas em todo o banheiro e estava pronto o cen??rio perfeito. Ela fechou os olhos, sabendo que a imagem dele logo entraria em foco, como se estivesse esperando por ela. Este era seu segredo. Os olhos azuis gelo a observavam dentro de sua mente. Ela sonhava com ele tantas vezes durante a noite que agora podia convocar estes sonhos, mesmo quando acordada. Quanto mais profundamente ela se engrenhava no sonho, mais real ele se tornava, at?© parecer que ele estava realmente l??, ajoelhado ao lado da banheira. Os l??bios dele formaram um sorriso sensual ao estender a m??o e tirar a toalha dela. Seus olhos se tornando t??o brilhantes quanto a chama azul. ??? Os sonhos s??o agrad??veis ??? sussurrou ela enquanto rolava a cabe?§a para o lado, deixando-o fazer o que ele quisesse. Trimmm! Um dos sons mais irritantes do mundo ecoou em todo o apartamento. Kyoko se ergueu na banheira, derrubando a ??gua sobre a borda e sobre o ch??o de cer??mica. Levantando a m??o na bochecha, sentiu o calor e corou quando o telefone tocou novamente. ??? Droga! Ela se levantou rapidamente sabendo que o telefone estava na sala de estar. Saindo da ??gua, ela pegou o robe de seda da bancada e a envolveu enquanto corria para atender. Percebendo que estava deixando umas pegadas de ??gua, ela fez uma nota mental para lembrar de levar o telefone sem fio ao banheiro na pr??xima vez. Na outra extremidade do toque irritante, Suki batucava as unhas na bancada da cozinha, desejando que Kyoko se apressasse e atendesse o telefone. Ela teve aquela sensa?§??o inquietante de que Shinbe chegaria a qualquer momento e n??o queria que ele soubesse nada sobre o que ela estava planejando. Ela ouviu o clique na outra extremidade. ??? At?© que enfim! Kyoko tirou o telefone da orelha para encar??-lo com raiva e colocou-o de volta. ??? Suki, eu estava no banho! ??? quase choramingou Kyoko enquanto olhava ansiosamente para a porta do banheiro, onde sabia que a ??gua ainda estava quente e perfumada com jasmim. A banheira a chamava para que ela voltasse e curtisse... e o sonho tamb?©m. Ela mordeu o l??bio inferior enquanto desviava os olhos do que ela ansiava. ??? Voc?? est?? parada a?­, nua? ??? riu Suki sabendo que Kyoko corava facilmente. ??? Suki! ??? gritou Kyoko no receptor. Sua amiga simplesmente tinha um senso de humor pervertido, o que provavelmente se deve ao fato de passar muito tempo com Shinbe. Ela sorriu maliciosamente enquanto respondeu: ??? Voc?? precisa de alguma coisa? Estou com uma banheira quente e vaporosa chamando meu nome e voc?? est?? interrompendo meu pequeno encontro. ??? Encontro? ??? Suki olhou para o telefone e revirou os olhos. ??? Voc?? definitivamente precisa de ajuda, Kyoko. Quem j?? ouviu falar em se sentir rom??ntica na banheira sem algu?©m l?? para acompanhar? Pelo menos, tenha uma centelha de imagina?§??o e pense em um homem sexy para lavar as costas quando estiver l?? - suspirou ela com um tom exasperado, inconsciente de que acabara de surpreender Kyoko em cheio em qu??o perto sua imagem mental realmente era. ??? De qualquer forma, voc?? e eu vamos ter uma noitada para celebrar o fim das provas ??? chilreou Suki. Ela n??o estava querendo deixar Kyoko dizer n??o. ??? Tamb?©m n??o aceitarei um "n??o" como resposta, ent??o comece a se arrumar. E use aquela roupa que compramos no ??ltimo fim de semana. Vou fazer o mesmo. ??? Suki inalou profundamente e logo come?§ou a falar antes que Kyoko pudesse dar um pio. ??? Esteja pronta l?? pelas 7:30. Te amo. Tchauzinhoooo! Kyoko piscou quando o telefone desligou. Seus l??bios ainda estavam abertos porque ela estava prestes a dizer ???n??o??? em sua primeira oportunidade. Ela enviou um olhar silencioso e zangado para a parede mais distante da sala de estar que separava os apartamentos das duas garotas, se perguntando se Suki havia telefonado de l?? ou de seu celular em algum outro lugar. Olhando para a identifica?§??o de chamada, ela suspirou. ??? Celular, certo. N??o preciso ir bater na parede, ent??o. ??? Mas a imagem de suas m??os em volta do pesco?§o de Suki trouxe um sorriso para o rosto dela. ??? Mas, posso fingir. Lan?§ando o telefone sem fio na bancada, Kyoko olhou para o robe de seda agora agarrando-se ao seu corpo ??mido e gemeu. A ??gua morna ainda na sua pele agora tinha ficado fria, causando arrepios. Rapidamente, ela se virou para voltar ao banho. Trimmm! Trimmm! Kyoko se contraiu. Girando enquanto a sobrancelha esquerda se erguia em frustra?§??o, disse: ??? Espero que seja Suki para que eu possa dizer o quanto gosto de ser incomodada! ??? Agarrando o telefone, ela falou um pouco mais alto do que o normal. ??? Al??. Toya sorriu com a sauda?§??o de Kyoko: ??? Qual ?©? Sua m??e nunca te ensinou a ser educada ao atender o telefone? Kyoko se sentiu calmamente caminhando at?© a janela, abrindo-a e deixando o telefone escorregar de sua m??o para o desconhecido. ??? Por que ?© que ningu?©m quer me deixar terminar meu banho? ??? choramingou ela, batendo os p?©s, mas sentindo o ar condicionado entrar sob seu robe. O sorriso de Toya desapareceu quando sua imagina?§??o extrapolou e vis?µes expl?­citas come?§aram a dan?§ar em sua mente. ??? Voc?? est?? pelad... ??? parou, de repente sem fala, antes de perguntar se ela estava l?? nua. Sacudindo o pensamento de sua cabe?§a, Toya respirou profundamente para se acalmar e esperou que seus horm??nios agora furiosos ficassem sob controle. ??? Droga, esta era uma linda imagem... Kyoko franziu a testa, se perguntando se Toya estava de p?© ao lado de Suki naquele momento. Toya tentou novamente. ??? Deixa para l??. Olha, eu estou indo a?­ para a gente ir ao cinema esta noite, ent??o se arrume. Kyoko estreitou os olhos, se perguntando sobre quem havia dito que hoje era o "Dia dos Chatos". ??? Ah, tenho planos esta noite. ??? Claro que seus planos tinham sido transformar-se em uma ameixa no banho, ficar no sof?? e ver um filme. Talvez at?© adormecer durante o banho, sem ter ningu?©m no mundo para incomod??-la dizendo "saia". ??? Qu??? Cancele tudo, pois voc?? vem comigo! - Toya praticamente ordenou, ficando irritado por ela n??o estar fazendo o que ele queria que ela fizesse, como se ela alguma vez ela fizesse. Kyoko fechou os olhos e afastou o telefone, cantarolando: ??? N??o vou jog??-lo pela janela, n??o vou jog??-lo pela janela. Toc, toc. Kyoko se virou para encarar a porta pensando: ??? Mas eu vou JOG??-LO na cara de quem estiver na maldita porta! Ela podia ouvir um riso demente vindo de algum lugar no fundo, onde residia seu g??nio do mal. Ela calmamente caminhou at?© a porta e destrancou-a, depois espiou para ver quem era. ??? Kotaro ??? suspirou ela um pouco sem f??lego e depois calou-se com culpa, esperando que ele n??o tivesse notado. Os olhos de Kotaro se iluminaram e escureceram ao mesmo tempo quando a porta se abriu. Ele estava feliz em ver Kyoko segura e, obviamente, n??o totalmente vestida. Ele ergueu uma sobrancelha pelo jeito que ela havia dito seu nome. Pressionando a m??o na porta acima da cabe?§a de Kyoko, ele a abriu totalmente com seu habitual sorriso confiante enquanto passava pela jovem, quase tocando-a. ??? Como est?? a minha mulher hoje? ??? Kotaro passou por ela e entrou no apartamento como se ele pertencesse ali. N??o vou cometer assassinato, n??o irei atirar o telefone, n??o vou... A mente de Kyoko continuou a cantarolar enquanto Kotaro a encarava com seu habitual sorriso de parar o cora?§??o. De repente, ela sentiu que o ar condicionado parara de funcionar. Como esse homem, que s?? pode ser descrito como sexo ambulante, a afetava assim? Ela sempre sentiu como se estivesse tentando impedir que o jogasse no ch??o. Balan?§ando a cabe?§a, ela olhou para baixo e gritou quando viu que o robe dela estava parcialmente aberto. N??o dava para revelar muita coisa, mas o suficiente para faz??-la corar. Toya ficou tenso, ouvindo pelo telefone a batida na porta em segundo plano e, em seguida, a voz de Kotaro. Ele gritou no telefone para chamar a aten?§??o dela. ??? Droga, Kyoko! O que diabos Kotaro est?? fazendo a?­? ??? resmungou ele, irritado com o fato de o seguran?§a ter aparecido no "seu" apartamento de Kyoko novamente. Kyoko se encolheu quando o grito do telefone pode ser ouvido alto e claro dentro da sala de estar. Olhando sobre o ombro de Kotaro para o rel??gio na parede, ela sabia que precisava come?§ar a se arrumar ou Suki seria a pr??xima a bater na porta. J?? bastava. Ela se virou e caminhou at?© a bancada, pretendendo desligar o telefone. Levantando-o de volta ao ouvido, ela gritou: ??? Te vejo mais tarde! Click... um j?? era, s?? falta mais um. Kotaro sorriu sabendo que tinha sido Toya com quem ela gritou. Seus olhos atravessaram a seda que se agarrava a um corpo bem formado como uma segunda pele e ele n??o conseguiria ter evitado se ele tivesse tentado avan?§ar, mais perto dela. Ele lentamente fechou os olhos por apenas um segundo enquanto inalava profundamente, todo o seu corpo agora a menos de um cent?­metro do dela. O pensamento de tocar sem fazer contato fazia com que ele curvasse mentalmente seu corpo em torno dela e a abra?§asse. Ele se inclinou para a frente, aproximando os l??bios da orelha de Kyoko antes de sussurrar seu nome. Seus l??bios suavizaram, assim como seus olhos azuis. Muitas vezes ele se via quase desejando que ela se lembrasse do passado e do qu??o ?­ntimos eles foram certa vez. O que ela faria se se lembrasse que eles costumavam morar juntos? Ele, ela e Toya, para que pudessem proteg??-la. Kyoko perdeu o f??lego e sentiu a pele ao longo de seu pesco?§o e bochecha formigar. Era dif?­cil demais pensar direito com ele t??o perto, mas agora ela podia sentir que ele a tocava, mesmo que ele n??o a estivesse tocando. Lembrando o que ela estava fazendo antes do telefone ter interrompido fez um seu calor instant??neo subir ao seu rosto. N??o querendo que ele percebesse sua culpa, ela se manteve de costas para ele e tentou reprimir a mem??ria do banho. Ao fechar os olhos, ela lutou contra o impulso de se recostar nele e teve que agarrar-se ?  mesa para se estabilizar. Kotaro queria colocar as m??os sobre a mesa em ambos os lados dela, prendendo-a entre seus bra?§os, mas de repente se acalmou. Ele podia sentir o cheiro dos sab?µes que ela usara no banho, mas um sabor abriu caminho para ele e sua express??o ficou curiosa: excita?§??o? Ele se afastou dela, se sentindo excitado. Passando a m??o por seus cabelos indom??veis, ele recuou para uma dist??ncia mais segura, tentando ignorar a sacudida na boca do est??mago. Por que ele havia vindo aqui mesmo? Era importante. Ele sentiu seus instintos protetores aflorarem pela lembran?§a dos recentes alertas que ele havia recebido. ??? Voc?? vai passar a noite comigo? ??? A pergunta que soava inocente escondia um duplo significado, enquanto ele provava o desejo. Kyoko abrandou sua respira?§??o, mais uma vez pronta para lutar contra seus sentimentos. Franziu a testa, sabendo que seria muito perigoso ficar sozinha com ele. De repente, ela queria agradecer a Suki por mandar nela. Ao v??-la franzida, Kotaro rapidamente acrescentou: ??? N??s podemos fazer o que voc?? quiser. Alugar um filme e ficar em casa... ou sair. ??? Alugar um filme e ficar em casa... ??? repetiu Kyoko ansiosamente pensando que era exatamente o que queria fazer. Ent??o, percebendo os olhos de Kotaro se acenderem, ela rapidamente mudou: ??? Pelo menos ?© isso que eu queria fazer e se eu n??o tivesse sido arrastada para os planos de outra pessoa. Eu adoraria ficar assistindo filme com voc??. Mas desculpe, Kotaro. N??o posso. ??? Ela deu-lhe um sorriso apolog?©tico batendo mentalmente o p?© ao pensar em perder uma noite muito quente com o belo guarda de seguran?§a. Os ombros de Kotaro ca?­ram um cent?­metro, mas ele sorriu de qualquer jeito, sabendo que ela n??o estava tentando ferir seus sentimentos. Ele poderia at?© notar que ela queria que ele ficasse e ele se perguntou sobre a atra?§??o daquela vontade. Era o mesmo que ele queria? Para ele, Kyoko era a gema mais preciosa da Terra e ele faria tudo que pudesse para faz??-la sorrir e mant??-la segura ao mesmo tempo. Afinal, ele esperou mais de mil anos apenas para v??-la novamente. Precisando certificar-se de que ela estava protegida e fora de perigo, ele perguntou: ??? Ent??o, quais s??o seus planos, talvez eu possa participar da divers??o? ??? Ele deu a ela o seu sorriso mais travesso, esperando que isso funcionasse. Se n??o, ent??o ele poderia recorrer a persegui-la. Os cantos de seus l??bios perfeitos se inclinaram em um sorriso secreto. Kyoko sabia que Suki nunca aceitaria. A noitada s?? de mulheres significava "s?? de mulheres". Ela tamb?©m sabia que se Kotaro descobrisse que estava com apenas Suki, ele iria junto, de alguma forma aparecendo como se por acaso. Ela o viu fazer isso muitas vezes. Enquanto Toya era insistente, Kotaro sempre tentava ser sutil, mas se voc?? coloca os dois caras no mesmo ambiente, eles parecem agir de forma muito parecida e se provocam constantemente. Ambos tinham um cora?§??o de ouro e ela sabia disso. De certa forma, ela os amava tanto... tanto que era doloroso, e ?© por isso que ela escolheu n??o escolher e simplesmente permanecer solteira por enquanto. Honestamente, ela n??o quis magoar os sentimentos de nenhum deles. Mas uma coisa que Kyoko sabia com certeza era que se Kotaro pensasse que ela iria sair com Toya esta noite, ele n??o se incomodaria em seguir. Pelo menos ela esperava que n??o. ??? Desculpe, Kotaro, j?? tenho planos com Toya, mas prometo que vamos alugar filmes ou algo assim qualquer hora destas. ??? Kyoko abaixou os olhos, n??o gostando do fato de que ela estava mentindo para ele, mas era a ??nica maneira de faz??-lo desistir. Observando o ch??o, ela percebeu que ele deu um passo ?  frente e ela imediatamente deu um passo atr??s mordendo o l??bio inferior, quando sentiu a mesa atr??s dela. Kotaro sentiu o ci??me vibrar dentro dele, mas o manteve sob controle. Seu ??nico consolo era que, se ela estivesse com Toya esta noite, pelo menos ele poderia ter certeza de que ela n??o seria uma das pr??ximas garotas desaparecidas. Al?©m disso, ele sabia que Kamui estava secretamente vigiando Toya e Kyoko. Mentalmente, ele teve que admitir que Toya era superprotetor em rela?§??o a ela e a manteria segura. Ele queria ser o ??nico com Kyoko esta noite, protegendo-a. Mas mesmo que ele n??o gostasse, Toya n??o deixaria que nenhum mal acontecesse a ela. Ele a observou lentamente, levantando os olhos para ele, e ele pode ver a preocupa?§??o dela, achando que Kotaro tentaria det??-la. Ele queria impedi-la, mas n??o faria isso. Com o tempo, ela faria sua pr??pria escolha. Inclinando a cabe?§a ligeiramente em uma aceita?§??o relutante, Kotaro pegou a m??o dela m??o e a segurou por um momento, fixando seus olhos azuis aos de esmeralda dela. Olhando nos seus olhos, ele sabia que ela tivera um dia dif?­cil. Ele sempre podia ler os sentimentos dela atrav?©s da cor de seus olhos. Ele aprendeu isso h?? mais de mil anos. Ele s?? queria que ela se lembrasse. ??? Combinado, ent??o, Kyoko. Vejo voc?? amanh??. Tenha cuidado, linda. ??? Inclinando-se para a frente, ele ro?§ou os l??bios sobre a testa dela, depois soltou sua m??o, virando-se para sair. Kyoko sorriu. ??? Obrigada, Kotaro. ??? Sua testa ainda formigava onde os l??bios quentes dele a tocaram. Ela estava feliz por ele ser mais f??cil de lidar do que Toya. Muitas vezes, ele beijava sua bochecha, testa ou m??o, deixando essa sensa?§??o formigante e quente. Ela se perguntava sobre o que ele pensaria se soubesse que ela nunca tinha sido beijada nos l??bios. Ningu?©m jamais acreditaria que, com a idade de dezoito anos, ainda era t??o pura, bem, fisicamente pura. Ela corou de novo sabendo que seus pensamentos n??o eram t??o irrepreens?­veis. Ela culpava o traidor que vivia dentro de si e acelerava toda vez que pensava nele. Kotaro abriu a porta para sair, mas n??o antes de lhe lan?§ar um sorriso sobre o ombro, acrescentando: ??? Apenas lembre-se, voc?? ainda ?© minha mulher. ??? Ele saiu rapidamente, fechando a porta atr??s de si, sorrindo maliciosamente com o coment??rio. Ele sabia que ela n??o iria cruzar a linha com Toya e n??o estava preocupado. Mesmo no passado, quando ele e Toya tinham brigado, ela o escolheu ao inv?©s de Toya. Ela sempre adorou Toya, mas Kotaro sabia que era ele por quem ela realmente estava apaixonada. A velocidade dos batimentos card?­acos dela quando ele estava por perto sempre revelava seus verdadeiros sentimentos... nesta vida e no passado. Ele s?? tinha que esperar para que ela percebesse mais uma vez. Kotaro inalou suavemente, saboreando o perfume dela. Mesmo agora ele podia sentir o cheiro de sua pureza e sabia que ela era o tipo de pessoa que levava isso a s?©rio. Ela era muito inocente acerca do mundo real. O pensamento fez o sorriso de Kotaro desaparecer. Ele n??o tinha tanta certeza de que queria que ela descobrisse o lado sombrio deste mundo. N??o queria arriscar a felicidade dela. Nem mesmo ele era o que ela pensava que fosse. Ele sabia que ela o aceitaria de qualquer jeito, mas a lembran?§a de t??-la sepultado selava seus l??bios, impedindo-os de falar do passado. Era melhor n??o se lembrar de algumas coisas. Quando Kotaro saiu do pr?©dio e voltou para a cal?§ada, ergueu os olhos do p??tio abaixo para a janela, imaginando o que Kyoko faria quando descobrisse sobre ele. E sim, ele lhe contaria a verdade, mas ainda n??o. Como voc?? explica que ?© mais velho do que qualquer ser humano normal e que voc?? tem poderes como ela s?? viu nos filmes? Kotaro balan?§ou a cabe?§a quando come?§ou a voltar para a faculdade, contemplando seu pr??ximo passo em rela?§??o ? s meninas desaparecidas. Ele sabia o que estava acontecendo com elas e que provavelmente j?? estavam mortas ou pelo menos mortas-vivas. Seus olhos brilharam com raiva por apenas um momento, revelando o lado mais sombrio de sua alma licantropo. Ele precisava captar o cheiro desses malditos sanguessugas e aquele que os liderava antes que eles pudessem encontrar Kyoko de novo. Cap?­tulo 3 Kyoko revirou o arm??rio procurando o que Suki a havia convencido de comprar no fim de semana anterior. Ela riu para si mesma lembrando que Shinbe as havia seguido ao shopping, se oferecendo para que desfilassem para ele para saber sua opini??o. O ponto alto foi quando ele entrou no vesti??rio das meninas e ficou conversando com a Suki atrav?©s da cortina. Shinbe estava falando com uma voz fina para enganar Suki, se passando pela vendedora do setor, e se ofereceu para ajud??-la a fechar o z?­per. Suki havia aceitado a oferta de ajuda e virou as costas para a cortina. Kyoko quase caiu quando Shinbe saiu voando pelo provador e aterrissou contra a parede do outro lado. Kyoko perguntou ?  Suki como ela tinha percebido que era Shinbe e Suki respondeu: ??? N??o acho que eles iriam deixar uma l?©sbica trabalhar no provador feminino, ent??o quando ele colocou a m??o dentro do meu vestido em vez do z?­per, foi tipo uma entrega de jogo. ??? Coitado do Shinbe ??? suspirou Kyoko enquanto tirava uma blusa cropped branca com mangas de seda que tinham forma de sino do cotovelo ao pulso e flu?­am bem. Na verdade, ela achava a blusa bem bonita. A fazia lembrar de um manto de anjo, mas sexy. Era curta o suficiente para mostrar a sua barriga e combinava bem com a minissaia preta agarrada no quadril que ela tamb?©m tinha comprado. Depois de se vestir e encontrar os sapatos que queria, ela prendeu parte do cabelo ao redor das orelhas e fez um penteado alto atr??s, mas deixando o resto do cabelo solto, de forma atraente. Usando um pouco de maquiagem e um colar segurando uma pequena l??grima de cristal, ela se considerou pronta para o que quer que fosse que a Suki estava tramando. Ela desejou secretamente que pudesse ter dito a Kotaro para onde estavam indo, mas nem ela sabia a resposta para isso. Mordeu o l??bio inferior percebendo que j?? estava sentindo falta dele, ent??o tentou enterrar o sentimento melanc??lico, sabendo que Suki notaria. A ??ltima coisa que ela precisava esta noite seria sua melhor amiga fazendo um milh??o de perguntas que ela n??o queria responder. ***** Shinbe passou os dedos pelas mechas azuis que brilhavam por dentro de seus cabelos escuros enquanto se apoiava contra a porta sorrindo. Ele correu para o apartamento da Suki quando ela ligou dizendo que ela iria sair ?  noite e que n??o era para ele ir l??. ??? Ela est?? muito maluca se achar que pode se livrar de mim t??o f??cil ??? Shinbe ergueu uma sobrancelha enquanto esperava. Quando Suki abriu a porta com o cabelo ainda enrolado em uma toalha, as primeiras palavras de Shinbe foram: ??? Aaah, perdi voc?? tomando banho, Suki? ??? sorriu ele, vendo a sobrancelha de Suki se contraindo. Assim que conheceu Suki e Kyoko, ele sentiu a necessidade de ficar perto delas em todos os momentos. Ele e Suki, Toya e Kyoko costumavam sair juntos. Suki sabia que Shinbe se considerava "seu namorado" apenas porque ele era o ??nico que ela namorava, mas Suki nunca havia concordado em ser sua namorada. Ela tentou esconder o rubor que amea?§ava surgir e assumir seu rosto quando retrucou: ??? Precisa de ??gua sanit??ria e uma bola de demoli?§??o para limpar sua mente suja. Ele se aproximou mais dela, bloqueando todo o resto enquanto seus olhos de ametista escureciam atraentemente. ??? Se voc?? me deixar entrar, acho que a gente pode encontrar uma raz??o para voc?? tomar outro banho. Suki sentiu que seus batimentos card?­acos aceleravam ao som de sua voz rouca e deu alguns passos para tr??s quando ele deu v??rios passos para a frente, fechando a porta atr??s de si. Decidindo n??o o deixar tomar vantagem, ela lhe deu seu melhor olhar de advert??ncia e foi recompensada quando ele parou de persegui-la. Se ele descobrisse o quanto ele j?? a tinha conquistado, ela realmente estaria em s?©rios problemas. ??? Ei, Shinbe, olha, tenho que terminar de me arrumar porque tenho planos esta noite com uma amiga. J?? te disse no telefone, lembra? ??? Ela sabia que ele viria de qualquer jeito, mesmo se fosse para tentar descobrir para onde ela estava indo. Tirando a toalha da cabe?§a, os longos cabelos ainda ??midos, Suki dirigiu-se para o banheiro ainda falando alto o suficiente para que ele pudesse ouvi-la. ??? A gente pode fazer alguma coisa amanh?? ?  noite, ok? Shinbe inclinou-se contra o bar que separava a cozinha da sala de estar. Ele estava prestes a come?§ar a expressar suas queixas quando seu olhar caiu sobre um folheto largado na bancada. Pegando-o, ele rapidamente leu a p??gina. Suas duas sobrancelhas se ergueram em entendimento. A MAIOR E MELHOR BOATE DA CIDADE CLUB MIDNIGHT SEXTA-FEIRA ESPECIAL NOITE DAS MULHERES As palavras noite das mulheres estavam circundadas. Shinbe ergueu uma sobrancelha enquanto colocava o papel de volta na bancada e andou em dire?§??o ao banheiro. Ele escondeu o sorriso quando entrou sem bater e deslizou atr??s de Suki enquanto ela estava com a escova prestes a deslizar pelos cabelos. ??? Amanh??, ent??o - sussurrou Shinbe sedutoramente em sua orelha e mergulhou seus l??bios para baixo para beijar seu ombro. Ele se virou para sair sem dizer outra palavra, escondendo um sorriso travesso. Suki permaneceu im??vel, olhando para o espelho, sem gostar das vibes que acabara de ter. N??o era normal Shinbe n??o implorar e insistir com ela. N??o querendo olhar os dentes de um cavalo dado, ela se apressou e terminou de se arrumar. Com medo agora de que Shinbe tivesse algum plano, Suki decidiu que iria para o apartamento da Kyoko um pouco mais cedo do que o planejado. ***** V??rios quil??metros de dist??ncia, olhos vermelhos penetrantes olhavam pela janela de uma su?­te de cobertura com vista para a cidade. Ondas longas de cabelo preto e sedoso ca?­ram em cascata pelas costas nuas em contraste com a pele t??o p??lida quanto a lua. Seu rosto ang?©lico era impressionante, com ??ngulos bem definidos, e seu corpo era magro e firme como o do deus m?­stico Ad??nis. Seu corpo nu brilhava do luar, os m??sculos dan?§avam com cada movimento que ele fazia. Ele era lindo para qualquer um que olhasse para ele, mas sua alma escura era mal-intencionada e mortal. Um sorriso agraciou seus l??bios perfeitos enquanto seus pensamentos se voltavam para os acontecimentos da noite anterior. Afastando-se da janela, come?§ou a se preparar para a noite. Seu olhar se desviou para a cadeira estilo Rainha Ann ao lado da lareira e da jovem universit??ria que estava sentava sem vida nela. Hyakuhei sorriu quando pensou no sangue fresco que ele tinha jantado na noite anterior. ??? Pena, ela era uma menina t??o linda ??? lambeu os l??bios lembrando o prazer de ter tido a menina e se alimentado dela. Ele nunca iria se cansar das jovens que atra?­a e tomava para si. Esta noite, ele visitaria uma boate popular para ca?§ar sua presa e precisava ter certeza de que seus "filhos" estavam ocupados. "Noite das Mulheres" era sempre perfeita para escolher a presa e era um buffet sem fim de carne para os noturnos. Ele era um poderoso senhor dos vampiros e ningu?©m ousaria irrit??-lo ou questionar sua for?§a. O prazer tinha sido seu ??nico desejo h?? mais de mil anos, mas agora ele queria mais. Ele queria o que era leg?­timo dele. Um olhar franzido enfeou seu rosto enquanto ele ponderava sua busca, o objeto que se tornara sua obsess??o: o lend??rio Cristal do Cora?§??o Guardi??o. Acreditava-se que o cristal sagrado era uma joia que tem o poder de dar a um vampiro a habilidade de caminhar al?©m da noite e sob a luz do dia. Na lenda, diz-se que uma menina com sangue puro e o cora?§??o de uma crian?§a possui a joia dentro do corpo. Ela seria uma sacerdotisa do mais alto ranking e poder, a protetora e detentora do Cristal do Cora?§??o Guardi??o. Seu olhar sombrio voltou para o c?©u noturno, onde uma lua vermelha de sangue apareceu acima. ??? Perdi voc?? uma vez, querida sacerdotisa, mas n??o se engane, vou encontr??-la novamente. - Seus olhos se estreitaram quando ele prometeu ?  noite. ??? Vou possuir tanto voc?? quanto o cristal desta vez... ***** Suki levou Kyoko ao shopping no fim de semana anterior por esta mesma raz??o, s?? que ela n??o contou ?  amiga por qu??. Suki tamb?©m comprou uma roupa. Tirando a roupa do arm??rio, ela mergulhou nela com emo?§??o. Era um vestido totalmente preto e muito colado ao corpo. Ela se apaixonou por ele assim que o viu. Bom, Shinbe n??o est?? por perto ??? pensou Suki com um sorriso contente enquanto olhava o vestido no espelho. Era muito curto, mas n??o mostrava demais, apenas o suficiente para provocar e deixar a imagina?§??o vagar. Prendendo os cabelos escuros para tr??s com uma xuxinha tamb?©m preta, Suki p??s um pouco de maquiagem e pegou suas chaves, indo ao apartamento de Kyoko, logo ao lado. Kyoko saiu do quarto esperando que tivesse tempo de lanchar qualquer coisa antes de sair, mas antes mesmo de chegar ?  cozinha, algu?©m estava batendo na porta. ??? Deus, espero que n??o seja Toya ??? disse ela e se perguntou se deveria atender. Ela ainda tinha 20 minutos antes que fosse hora de se encontrar com Suki, ent??o Kyoko escolheu ignorar os golpes na porta por um momento com medo de quem estaria do outro lado. ?? incr?­vel como o medo faz voc?? se sentir com cinco anos de idade. A sobrancelha de Kyoko se contraiu enquanto ela respirava. A pancada tornou-se um pouco mais alta, mas desta vez seguida por uma voz. ??? Tudo bem, Kyoko, sei que voc?? est?? a?­. N??o me fa?§a derrubar esta porta! ??? disse com uma risadinha. Kyoko revirou os olhos pensando que Suki parecia ser da pol?­cia. Abriu a porta para sua melhor amiga, que imediatamente agarrou seu bra?§o para tir??-la do apartamento. ??? Anda, vamos. Tenho uma sensa?§??o ruim se n??o formos agora, Shinbe aparecer?? ou algo assim ??? Kyoko mal teve tempo de fechar a porta antes que Suki a puxasse para fora. ***** Kyou abriu as pesadas cortinas escuras da janela, agora que o crep??sculo havia chegado. Seus longos cabelos prateados se curvaram ao seu redor enquanto ele abriu a janela, permitindo que o vento da noite chegasse para acariciar seu rosto ang?©lico. Vestido de preto, ele tinha a apar??ncia de um anjo ca?­do. O dinheiro lhe trouxe a liberdade de definir suas pr??prias horas e o poder assegurou que ele n??o seria perturbado. Comprar todo o andar superior do hotel mais caro da cidade deu-lhe a solid??o que ele precisava e a vista que ele queria. Olhando para o outro lado da rua, ele podia ver uma fila que j?? come?§ara a se formar no Club Midnight, a boate mais popular da cidade. Era o lugar perfeito para as criaturas da noite. A fila enorme estava repleta de universit??rias meio travessas e rapazes interesseiros que as seguiam. Os olhos assombrados de Kyou brilhavam com desprezo quando ele come?§ou a passar a vista na fila, perguntando-se sobre qual das mo?§as chamaria a aten?§??o daquele que ele ca?§ava. Quem seria a pr??xima v?­tima de Hyakuhei? Kyou podia sentir Hyakuhei na cidade e se perguntou se Hyakuhei podia sentir a morte perseguindo-o. Desta vez, as coisas estavam diferentes. Kyou o encontrou com muita facilidade, como se Hyakuhei tivesse deixado uma trilha para ele seguir. As mortes e os desaparecimentos de universit??rias locais foram um cart??o de chamada flagrante para Kyou, apontando para apenas uma pessoa. Ele n??o gostava de pensar que Hyakuhei o estava levando at?© aqui. ??? N??o estou mais sob seu controle - rosnou Kyou enquanto o sangue escorria entre seus dedos cerrados e seus olhos manchados de rosa. ??? Voc?? n??o tem nenhum poder sobre mim, n??o mais! ??? Acalmando sua raiva crescente, Kyou novamente p??s a m??scara de indiferen?§a sobre seus tra?§os, escondendo sua aura. Era hora de o predador se tornar presa. Se ele conseguia sentir a for?§a da vida de Hyakuhei, Kyou precisaria de cautela para evitar que seu criador percebesse a dele tamb?©m. ***** Kyoko ficou surpresa com o tamanho da boate. Seus l??bios se separaram quando Suki parou o carro no enorme estacionamento. Suki queria chegar l?? um pouco cedo para evitar a fila, mas como Kyoko viu, uma fila j?? havia se formado, ent??o elas correram para fora do carro. Kyoko reconheceu rostos familiares da faculdade que frequentava e sorriu quando notou que Tasuki, seu amigo de longa data, era um deles. Do seu lugar na multid??o, Tasuki viu Kyoko e Suki. Ele havia deixado que suas amigas o convencessem a ir e, n??o tendo nada melhor para fazer agora que as provas acabaram, ele concordou de bom grado. Ele era bonito e tinha um corpo bem feito, com os cabelos castanhos na altura dos ombros e os olhos cor de chocolate que derretiam o cora?§??o de todas as garotas. Ele tamb?©m era um dos rapazes mais populares no campus, mas Tasuki era mais conhecido pelas notas altas que tirava em todas as mat?©rias e ele era mais legal do que a maioria dos caras no campus. Claro, ser uma das pessoas mais ricas da faculdade tamb?©m aumentava seu status, mas ele n??o era esnobe e nem aparentava ser rico. Fazendo um ziguezague pela multid??o, Tasuki aproximou-se de Kyoko com um sorriso genu?­no. Ele a conhecia desde o ensino fundamental e sempre teve uma paix??o secreta por ela. Eles haviam sa?­do algumas vezes, mas n??o era nada s?©rio, eram mais como melhores amigos na verdade, e fazia um tempo que eles n??o se encontravam para sair. Ele a convidaria mais para sair, mas aquele tal de Toya ou o chefe de seguran?§a da escola estavam sempre rondando a Kyoko. Ele poderia jurar que tinha ouvido um rosnado na ??ltima vez que se aproximou dela enquanto ela estava com um deles. Com isso em mente, ele olhou nervosamente a ??rea esperando que ela estivesse sozinha. N??o que ele tenha medo deles, n??o, nunca... Suki viu o nervosismo de Tasuki e riu alto. - Est?? tudo bem, Tasuki. Viemos sozinhas. Ela riu do olhar confuso de Kyoko e agarrou Tasuki pelo cotovelo, puxando-o para a fila. Ela e todos os outros que o conheciam estavam conscientes do fato de que ele tinha uma queda por Kyoko. Bem, todos exceto a Kyoko, claro. Kyoko corou quando Tasuki virou-se para olhar para ela. Ela n??o tinha percebido o quanto mais alto ele havia ficado. ??? Oi, Tasuki, quanto tempo. Ouvi dizer que voc?? est?? arrasando com suas notas este ano. ??? Seu rosto iluminou-se de felicidade, percebendo que havia muito tempo que eles tinham sa?­do juntos. Ela sempre se sentiu muito segura perto dele, como os melhores amigos se sentem. Caramba, ela tinha sentido muita saudade dele. Um sorriso suave agraciou os l??bios de Tasuki, gostando do fato deles n??o terem perdido contato, mesmo que fosse ?  dist??ncia. Talvez ele ainda tenha uma chance com ela. Ele realmente queria a chance de mostrar a ela o quanto ele ainda se importava com ela e queria estar com ela, que ele n??o estava "fora de sua al?§ada" como ela sempre parecia acreditar. Por algum motivo, ela parecia pensar que ele faria tudo apenas para v??-la s?? porque eles tinham sido amigos desde o in?­cio do ensino m?©dio. Ele pretendia corrigir esse equ?­voco. ??? ??, Kyoko, se voc?? precisar de alguma ajuda, eu ficaria feliz em estudar com voc??, a qualquer hora. ??? Ele secretamente queria bater sua cabe?§a contra a parede de tijolos sabendo que estava mais uma vez soando como um melhor amigo em vez de um candidato a namorado. Suki apenas balan?§ou a cabe?§a ao ver a tristeza silenciosa nos olhos de Tasuki quando ele sorria para Kyoko. Coitado ??? pensou consigo mesma enquanto um sorriso malicioso se espalhava por seus l??bios. Ele s?? precisava de um pequeno impulso na dire?§??o certa. ***** Os olhos de Kyou se estreitaram enquanto a multid??o de crian?§as ing??nuas aumentava. Muitas op?§?µes para o Hyakuhei ??? pensou. Era sempre a mesma coisa: tomar uma vida e ficar impune, assim como o monstro se safou no passado. Frustrado, ele deixou suas garras agarrarem o parapeito da janela, perguntando-se se ele poderia impedir o massacre. Ele teria que se aproximar e se misturar na multid??o. Rindo ao pensar como faria seus cabelos prateados e olhos dourados estranhamente coloridos passarem despercebidos, Kyou voltou sua aten?§??o para a multid??o reunida. Passando a vista pelo estacionamento mais uma vez, sua vis??o parou quando seu olhar assustado deslizou sobre um grupo de tr??s pessoas bem pr??ximas ?  frente da multid??o. A aura em torno do tri??ngulo era surpreendentemente diferente daquela dos outros humanos. Uma tonalidade suave de luz branca pura que cercava o grupo deslumbrou a vis??o interna de vampiro de Kyou. Diminuindo a intensidade de seu olhar, Kyou balan?§ou a cabe?§a e olhou novamente para o grupo. Mesmo com seus sentidos intencionalmente atenuados, ele conseguiu detectar um leve brilho rodopiante fluindo em torno das tr??s figuras. Um leve brilho de poeira do arco-?­ris veio diretamente acima deles, sombreando a luz como se algu?©m estivesse escondendo-a de seus olhos. Kyou revistou o c?©u acima deles, mas s?? viu a noite. Seus olhos se estreitaram compreendendo mais do que ele deveria antes de voltar seu olhar para o grupo. Ele nunca tinha visto nada parecido em sua vida imortal. Uma leve mem??ria prendeu sua aten?§??o, fazendo com que ele olhasse o grupo com olhos arregalados. Ele estava se lembrando das palavras de seu irm??o mais novo antes de Hyakuhei t??-lo assassinado t??o cruelmente: ??? Se ao menos pud?©ssemos encontrar o Cristal do Cora?§??o Guardi??o, talvez pud?©ssemos ficar livres da escurid??o, irm??o. Kyou havia zombado, dizendo a Toya que a joia era apenas um mito e imposs?­vel de encontrar, mesmo nas lendas. Toya tinha ignorado sua r?©plica: ??? A aura daquela que protege a joia brilhar?? com luz sagrada. Voc?? n??o quer ser livre? Um sentimento melanc??lico se instalou em Kyou com a lembran?§a da pergunta de seu irm??o. Ele teria dado qualquer coisa para libertar seu irm??o da vida que Hyakuhei o dera. A brisa veio pela janela soprando seus longos cabelos no rosto, como se lhe dissesse para ir, como se o pr??prio Toya lhe pedisse que ele partisse. Recolhendo a escurid??o circundante em torno de seu corpo letal, Kyou emergiu despercebido na multid??o de jovens inocentes, seu olhar intenso nunca deixando o local de onde a mais suave e pura luz brilhava. ***** Kyoko riu quando viu Suki erguer as sobrancelhas por tr??s de Tasuki. Suki definitivamente estava passando muito tempo com Shinbe ultimamente. Ela ficou vesga e deu a l?­ngua fazendo com que Suki quase morresse de rir, mas o olhar desapareceu instantaneamente quando Tasuki se virou para ver do que Suki estava rindo. Isso fez com que Suki tivesse que se segurar na parede para evitar que seus joelhos cedessem enquanto Kyoko apenas deu de ombros para Tasuki dizendo: ??? Quem sabe o que deu nela? Ela nunca foi normal. ??? Ela ergueu a sobrancelha, acrescentando: ??? Tenho que tir??-la do manic??mio pelo menos uma vez por semana ou ela fica ainda pior e tenta roer as ??rvores na frente do alojamento. Tasuki sorriu enquanto se aproximou da orelha de Kyoko como se quisesse sussurrar, mas ent??o disse em voz alta o suficiente para que Suki ouvisse: ??? Talvez durante o caminho para casa hoje, voc?? deveria lev??-la de volta. Kyoko assentiu alegremente, ent??o sentiu o cabelo na parte de tr??s do pesco?§o se arrepiar como se algu?©m a observasse. Esperando que n??o fosse Toya secretamente seguindo-as, ela tentou ignorar a sensa?§??o enquanto mantinha sua aten?§??o em Suki e Tasuki. Suki finalmente respirou o suficiente para lembrar a Kyoko que elas fariam uma festa do pijama na sala acolchoada mais tarde, ent??o perguntou a Tasuki se ele gostaria de se juntar a elas. ??? A gente at?© conseguiu uma camisa de for?§a para a ocasi??o. Ela deu a l?­ngua para ambos. ??? Guarde essa coisa antes de machucar algu?©m ??? retrucou Kyoko e foi rapidamente recompensada quando o queixo de Suki caiu. Quando a fila come?§ou a andar, Kyoko olhou por cima do ombro, imaginando quem a estava observando. Ela viu apenas as luzes do estacionamento e uma horda de pessoas esperando para entrar e ent??o zangou-se com sua pr??pria paranoia. A sensa?§??o desconfort??vel de que havia algu?©m a observando recusava-se a ir embora e a preocupava. Ela lembrou-se do aviso de Kotaro sobre um man?­aco em torno do campus e de repente desejou que ela tivesse insinuado para ele onde elas estariam hoje. Suki agarrou sua m??o e puxou-a, pois Kyoko estava atrasando a fila. Kyoko afastou a sensa?§??o ruim enquanto entraram no pr?©dio e sua aten?§??o foi atra?­da para o interior da enorme boate. Kyou a viu virar o rosto como se ela estivesse sentindo sua presen?§a e ele ficou surpreso com isso. Os olhos de Kyoko haviam se deslocado muito lentamente para o ponto em que ele estava parado, mas ele sabia que ela n??o podia v??-lo nas sombras. Sob o manto da escurid??o, ele a manteve sob vigil??ncia ao entrar no estabelecimento. Seu olhar dourado se movia pela sala sabendo que havia mais do que seres humanos dentro dos espa?§os mal iluminados, mas eram pequenas amea?§as e n??o valiam sua aten?§??o. Suki levou-os a uma ??rea perto do bar para que eles n??o tivessem que ir longe demais para pegar bebidas e ainda ter uma boa vis??o da pista de dan?§a. A m??sica j?? estava tocando, mas n??o t??o alta que voc?? precisasse gritar para ser ouvido. Kyoko ficou surpresa em ver como o lugar era legal. Ela estava come?§ando a se sentir feliz por ter deixado Suki convenc??-la a vir. Afinal, a vida tinha que ser mais do que estudar, o que era tudo que ela s?? fazia h?? mais de uma semana. Toda a energia no lugar era viciante e ela sorriu animada. Foi um daqueles raros momentos em que sentiu que qualquer coisa poderia acontecer. Em vez de mesas e cadeiras, o estabelecimento tinha sof??s bem acolchoados aqui e ali, com pequenas mesas de vidro para apoiar as bebidas. Roxo, azul e preto eram as principais cores da boate, dando-lhe uma pitada de mist?©rio e magia com todas as luzes constantemente mudando de cor e criando uma sensa?§??o de pandem??nio sensual. A atmosfera da boate era quase intoxicante. Sombras profundas emprestavam privacidade ? queles que a procuraram e Kyoko corou, pensando em todas as coisas que ? s vezes aconteciam no escuro, coisas que ela ainda n??o experimentara. Sua mente voltou a se perguntar o que Kotaro estaria fazendo, antes de voltar sua aten?§??o a seus amigos, se sentindo culpada. Kyou sentou-se no canto mais escuro, perto da aura intensamente pura. Observando o grupo, ele agora podia ver que o brilho era proveniente de apenas um deles. Seus olhos se suavizaram pela primeira vez em in??meros anos, por apenas um instante, enquanto a via sorrir, absorvendo a grandeza da boate. Era como assistir o nascer do sol e era algo que ele n??o fazia h?? muito tempo. Ela era linda, com longos cabelos castanhos que flu?­am, contrastados com a camisa branca sedosa que ela usava. Seu olhar percorreu o corpo perfeito dela, absorvendo a pele exposta em sua cintura e olhando a minissaia, seguida de um par de pernas muito bem torneadas, antes de levantar seu olhar ao pesco?§o, que estava ?  mostra. Ele seguiu o arco at?© o rosto dela com um grunhido desaprovador. Ela estava virada em um certo ??ngulo e ele se viu precisando ver seus olhos, pois os olhos eram o espelho da alma. Seus instintos estavam reagindo de um jeito que ele nunca experimentara antes. A sensa?§??o que ele n??o conseguia descrever o agitou e, de alguma forma, o fez lembrar de seu irm??o. Ele n??o gostava do desconhecido. Ele escureceu as sombras ao redor de si enquanto ela se virou, passando seu olhar al?©m dele, mas ele tinha visto os olhos dela. A vis??o quase lhe tirou a respira?§??o. Ela tinha os olhos de esmeralda envoltos em inoc??ncia, mas ele tamb?©m podia ver a travessura e o poder escondidos l??. Kyou apertou o punho t??o forte que p??de sentir gotas de sangue se formando onde suas unhas afiadas haviam perfurado sua carne. Por que havia tal inoc??ncia aqui, em um lugar como este? Isso deveria ser proibido. Ele sentiu um rosnado surgir profundamente em seu peito e tentou suprimi-lo. Se seu palpite estava correto e Hyakuhei aparecesse, ent??o as coisas poderiam ficar muito perigosas, muito r??pido. Ser?? que era ela quem guardava o Cristal do Cora?§??o Guardi??o dentro de si? As palavras de seu irm??o voltaram a persegui-lo pela segunda vez. - Irm??o, se acharmos a pedra, podemos ficar livres de Hyakuhei. Bloqueando os outros sons da boate, Kyou dirigiu todos os seus sentidos para ela, para que ele pudesse saber mais e se preparar. Seus olhos dourados assombrados quase brilhavam enquanto mergulhava nos pensamentos do grupo sentado ?  mesa. Ouvir o pensamento dos mortais era um recurso que ele n??o usara h?? muito tempo. Tasuki se ofereceu para pegar a primeira rodada de bebidas, j?? que o barman era seu primo. Ele n??o iria desperdi?§ar sua ??nica chance de impressionar Kyoko. Ele sabia que ela pensava nele como um amigo, mas queria ser muito mais. Quem dera que ela abrisse os olhos e visse a devo?§??o que ele lhe oferecia! Nunca haveria um homem que pudesse am??-la mais do que ele. N??o era poss?­vel. Suki sorriu ao ouvir que ele conhecia o barman e pediu a Tasuki que trouxesse para todos um ch?? gelado Long Island. Tasuki deu uma piscadinha envergonhada para Kyoko, balan?§ando a cabe?§a e dizendo que ele voltaria logo. Ele foi buscar as bebidas das meninas o mais r??pido poss?­vel. Os olhos de Kyoko se arregalaram quando ela olhou para Suki. ??? Ch?? gelado Long Island? Mas somos... Suki acenou, como que para calar Kyoko. ??? Qual ?©, Kyoko? Viva um pouco! As provas acabaram e, al?©m disso, j?? bebemos antes ??? Suki tentou animar Kyoko, sorrindo e revirando os olhos. Querendo mudar de assunto, acrescentou: ??? Tenho que admitir, Kyoko, que com esta roupa e corp??o, voc?? n??o parece menor de idade. - Ela riu alto do olhar assustado no rosto de Kyoko. C?©tica, Kyoko olhou para Suki. ??? Duas vezes, Suki. Bebi duas vezes e quase n??o lembro delas, e n??o preciso me vestir assim para provar que sou de maior. - Kyoko corou com o que conseguiu lembrar do seu ??ltimo anivers??rio. Por causa de Suki, ela n??o lembrava da sua pr??pria festa de anivers??rio. Lembrou-se da tigela gigantesca de frutas que Suki tinha entregue com um sorriso t??o inocente. Ela conhecia a queda de Kyoko por frutas e se aproveitou disso. Kyoko tinha comido quase a tigela inteira sem perceber que tinha sido mergulhada em ??lcool. ??? Ela vai me encrencar novamente... tenho certeza! ??? choramingou Kyoko silenciosamente consigo mesma e mentalmente admitiu sua derrota. Os outros sempre brincavam sobre aquela noite, algo sobre Kyoko se esquecendo de como andar ou falar! Suki riu, dando de ombros. ??? Ent??o, esta ?© a terceira vez - sorriu feliz para Tasuki enquanto ele trazia as bebidas, agarrando uma ansiosamente para si. Kyoko mordeu os l??bios e depois murmurou algo sobre "tr??s erros e voc?? est?? fora", mas se virou e sorriu para Tasuki de qualquer maneira. Afinal, havia uma coisa chamada press??o dos colegas, e sendo a ot??ria que era, ela cedeu. ??? Tr??s ch??s gelados Long Island como pedido ??? Tasuki sentou-se entre as meninas e tomou um gole de sua bebida. Ele sentiu que o calor de repente aumentava no ambiente porque a bebida era muito forte. Olhando por cima de Kyoko, ele avistou o primo atr??s do bar. O sorriso malicioso no rosto de seu primo o deixou saber que as bebidas eram mais fortes do que o normal. Tasuki sacudiu a cabe?§a e olhou para as garotas. ??? ??s provas finais, que possamos passar em todas com louvor ??? brindou. Depois, olhando nos olhos de Kyoko acrescentou: ??? E que nunca percamos contato uns com os outros, n??o importa o que aconte?§a. Kyoko corou e sorriu timidamente enquanto pegava a bebida da m??o estendida dele. Apressadamente tomando um gole, os olhos dela se arregalaram quando decidiu que realmente gostava do sabor. ??? Se voc?? n??o pode venc??-los, junte-se a eles ??? piscou ela para Suki com bom humor. Ela colocou um canudo na bebida e, nos pr??ximos dez minutos entre risos e gargalhadas, o ch?? gelado sumiu. A cor floresceu nas bochechas de Kyoko, pois os efeitos do ??lcool come?§aram lentamente a fluir em seu corpo. Tasuki, tendo bebido o seu t??o r??pido como Kyoko, agora se sentia mais ?  vontade e um pouco mais ousado quando perguntou ? s garotas se queriam dan?§ar. Seus olhos escureceram atrativamente quando ele pegou a m??o de Kyoko e a levou para a pista de dan?§a com Suki segurando a outra m??o de Kyoko. Ele sabia que esta noite seria a melhor noite de sua vida na faculdade e nunca esqueceria um ??nico momento. A poucos metros de dist??ncia, Kyou observava o jovem chamado Tasuki se aproximar e pegar a m??o da menina de olhos verdes e sentiu a necessidade de arrancar os dedos ofensivos do jovem que ousava toc??-la. Os sentimentos inocentes do homem pela menina podiam ser lidos claramente em seus olhos e pensamentos, mas ele ainda n??o confiava nele. Kyou j?? viu esta hist??ria muitas vezes observando a vida noturna. Um jovem que d?? uma bebida ?  garota e depois se aproveita da sua ingenuidade. Seus olhos ficaram carmim enquanto observava o menino levar as garotas para a pista de dan?§a. Kyou sentiu a necessidade de levar a menina de cabelo castanho-avermelhado e escond??-la de qualquer pessoa que a prejudicasse ou desejasse possu?­-la. Ele ficou se perguntando sobre sua pr??pria possessividade em rela?§??o ?  menina. Se ela fosse a que guardava o Cristal do Cora?§??o Guardi??o, o que ele deveria fazer? Uma coisa Kyou sabia com certeza: antes que ele deixasse Hyakuhei t??-la, ele a mataria primeiro com suas pr??prias m??os. Se a lenda fosse verdadeira e Hyakuhei pusesse as m??os no poder do Cristal do Cora?§??o Guardi??o, n??o haveria como det??-lo. ***** Kamui sentou-se invis?­vel, em cima de um dos grandes alto-falantes em frente ao DJ enquanto observava a pista de dan?§a onde Kyoko e Suki estavam dan?§ando com um jovem. Ele ergueu uma sobrancelha quando percebeu quem o homem era. Um sorriso muito secreto inclinou seus l??bios vendo o tom de ametista que se apegava ao menino. Sua aten?§??o se voltou para o outro homem que estava perseguindo a sacerdotisa. Ele j?? tentou impedir a atra?§??o uma vez antes, quando Kyoko ainda estava na fila, mas o guardi??o mais antigo era sempre muito teimoso. As vibra?§?µes que Kyou estava provocando eram pesadas e ligeiramente tingidas. ??? Kyou, no que est?? pensando? ??? perguntou Kamui a sim mesmo em voz alta sabendo que n??o podia ser ouvido ou visto. Observando Kyou olhando para Kyoko, ele reconheceu o destino quando o viu. O destino sempre atraiu os guardi?µes para a sua sacerdotisa, independentemente de qual mundo ou qual vida. Ele secretamente desejava que pudesse ter arranjado uma situa?§??o em que Toya e Kyou se veriam, mas sabia bem que n??o poderia usar um de seus poderes em Kyou. Ele sentiu arrepios frios subindo em seu bra?§o ao pensar em irritar o perigoso guardi??o dourado. Seu olhar examinou a multid??o novamente sabendo que Kyou n??o era o ??nico com quem deveria estar preocupado. Havia outros na boate que n??o eram humanos, mas ele p??de sentir a verdadeira treva se aproximando a cada minuto. Ele se perguntou se Kyou tamb?©m conseguia sentir. Kamui assentiu para si mesmo. A melhor coisa que ele poderia fazer por enquanto era ajudar a esconder os poderes de Kyoko de olhos curiosos. Com esse pensamento, ele pulou dos alto-falantes, mas seus p?©s nunca atingiram o ch??o do clube de dan?§a. Cap?­tulo 4 Quando o trio entrou na pista de dan?§a lotada, Suki e Kyoko imediatamente come?§aram a se mexer ao ritmo da m??sica, deixando Tasuki observando com fasc?­nio. Os corpos aquecidos ao redor deles trouxeram rubor aos seus rostos ?  medida que o ??lcool flu?­a por suas veias. O corpo de Suki aproximou-se do corpo de Kyoko enquanto elas envolviam os bra?§os no pesco?§o uma da outra e come?§aram a dan?§ar juntinho. Rindo das travessuras delas mesmas, elas dan?§aram como namoradas se perdendo no ritmo da m??sica. Elas aprenderam a dan?§ar assim na escola prim??ria h?? muito tempo. Mergulhadas no momento de pura e inocente divers??o, as meninas logo se esqueceram de seu terceiro companheiro. Tasuki olhou para as duas amigas dan?§ando apaixonadamente e sentiu o calor aquecer seu rosto. ??? Caramba! ??? Seu corpo estava reagindo ?  cena diante de si. Sentiu como se a respira?§??o tivesse sido arrancada de seus pulm?µes. Observar o corpo de Kyoko se esfregar contra o corpo de Suki enquanto as m??os delas alisavam seus corpos era quase mais do que ele podia suportar. Decidindo que queria entrar na divers??o, Tasuki obrigou seus p?©s a se moverem antes que ele perdesse a coragem. Parando logo na frente de Kyoko, ele p??de ver seus olhos fechados enquanto ela se movia contra Suki. Seu olhar se fixou em Suki, ela sorriu e foi para tr??s de Kyoko, lentamente fazendo o caminho de volta, acariciando as coxas de sua amiga. Ela esperava que Tasuki arranjasse coragem suficiente para dan?§ar com Kyoko assim. ??? Por que n??o dan?§a com a gente? ?? divertido para caramba! ??? Ela ria enquanto agarrava Tasuki pelo c??s do cinto, puxando-o de encontro ao corpo de Kyoko. Os olhos de Kyoko se arregalaram com o choque de sentir que um corpo firme, definitivamente masculino, encostou no dela de uma maneira muito ?­ntima. Um rubor queimou suas bochechas quando percebeu que Tasuki estava segurando-a bem apertado. ??? Ei ??? sorriu ela timidamente, vendo que gostava da sensa?§??o do corpo de Tasuki contra o dela. Ela sabia que poderia confiar, pois ele n??o passaria dos limites. Ele sempre foi um cavalheiro. Sentindo-se um pouco ousada, Kyoko continuou a dan?§ar com Suki movendo-se atr??s dela enquanto colocava uma m??o no ombro de Tasuki, silenciosamente encorajando-o. Tasuki n??o precisava de mais incentivo. Segurou os quadris de Kyoko e come?§ou a se mover com o corpo dela. Ele sentiu como se estivesse no c?©u, tendo a garota de seus sonhos dan?§ando sedutoramente com ele. Sentir cada curva do corpo dela se esfregar contra o dele era uma doce tortura que ele nunca experimentara. Seus olhos castanhos suavizaram sensualmente enquanto seu corpo inteiro parecia estar em chamas e ele queria sentir a Kyoko o m??ximo poss?­vel. Pressionando seu corpo ainda mais ao de Kyoko, ele come?§ou a se esfregar nela, movendo seu corpo quente com o dela como um amante perdido h?? muito tempo. Kyoko olhou nos olhos de Tasuki e percebeu pela primeira vez que havia lindos flocos de ametista polvilhados em seus orbes de chocolate. ??? Lindo... ??? foi a ??nica palavra que veio ?  mente. Quanto mais ela olhava, mais ele a fazia se lembrar de Shinbe. ***** O humor de Toya n??o havia melhorado nem um pouco depois de ir ao dojo da faculdade na esperan?§a de liberar o estresse. Ele decidiu que seria melhor sair rapidamente assim que viu que havia destru?­do o saco de pancada de quinhentos d??lares. N??o ?© culpa dele ter imaginado o rosto de Kotaro enquanto batia nele. ??? Garota idiota! ??? rosnou ele. ??? Por que ela tinha que ser sempre t??o dif?­cil de lidar? ??? Ele lan?§ou um olhar feroz para nada em particular enquanto pensou no irritante guarda de seguran?§a com o qual Kyoko tinha sa?­do. Ele ainda se sentia l?­vido quando ouvira a voz de Kotaro no apartamento de Kyoko mais cedo. Nada seria melhor do que arrancar a cabe?§a do homem e jog??-la onde o sol nunca alcan?§aria. Toya sempre teve um sexto sentido sobre as coisas e seus sentimentos lhe diziam que Kotaro n??o era o que parecia ser. ??? Um lobo vestido em pele de cordeiro, isso que ele ?© ??? sorriu, depois sentiu um pouco de culpa porque ele tamb?©m escondeu coisas de Kyoko. Coisas que ele mesmo n??o conseguia explicar. Quando crian?§a, ele tinha aprendido a ocultar suas habilidades incomuns dos outros, habilidades como a for?§a e velocidade inumanas, bem como seus sentidos de olfato e vis??o. O ??nico problema era que os poderes iam e vinham como queriam. Ele n??o conseguia invoc??-los de repente e talvez isso fosse uma coisa boa. Perdido em pensamentos, Toya sentiu a pele formigar quando viu o guarda encostado na porta do pr?©dio de seguran?§a. ??? Falando do diabo e ele aparece ??? Toya fuzilou o olhar para Kotaro, quase passando por ele, e depois parou de repente. ??? O que diabos est?? fazendo aqui? ??? rosnou ele. Kotaro ergueu-se a toda a altura e caminhou at?© onde o suposto acompanhante de Kyoko estava, grunhindo para ele. Olhando ao redor e n??o a vendo em lugar nenhum, seu comportamento descontra?­do tornou-se tenso e Kotaro perfurou Toya com um olhar irritado. ??? Onde est?? Kyoko? Pensei que ela estivesse com voc?? esta noite. Se tinha uma coisa que Toya odiava era ser confundido e agora ele n??o estava com a m?­nima vontade de o ser. ??? Seu babaca! Pensei que ela tivesse sa?­do com voc?? ??? falou ele sem pensar. A paci??ncia de Kotaro agora estava seriamente esgotada. Kyoko disse que iria sair com Toya e ela havia mentido. ??? Droga! Sem nem dar uma olhada para Toya, ele saiu na dire?§??o em que Kyoko mora, esfor?§ando-se contra a necessidade de usar sua velocidade sobrenatural. Por que ela mentiu para ele? Se ele soubesse que ela n??o estava com o idiota, ele a teria seguido. Toya sentiu um momento de p??nico quando viu que a preocupa?§??o se infiltrava nos olhos de seu rival e a maneira como ele partira a uma velocidade vertiginosa n??o o fez se sentir melhor. Algo dentro dele confiava em Kotaro completamente, mas ele nunca lhe diria isso. Sem sequer pensar no que estava fazendo, ele partiu depois de Kotaro para ver aonde ele estava indo. Facilmente alcan?§ando-o, mas notando a velocidade em que ambos estavam andando, algumas das suspeitas de Toya foram confirmadas. Kotaro era mais do que parecia ser. Eles tinham o mesmo DNA ou algo assim? ??? rangeu os dentes, detestando esse pensamento. Dentro de um minuto, Kotaro estava batendo na porta do apartamento de Kyoko esperando com todas as for?§as que ela estivesse l??. Espancando as duas palmas contra a porta inocente, ele gritou: ??? Droga, Kyoko! Onde voc?? est??? ??? O temor e a preocupa?§??o se infiltraram em cada poro de seu ser. ??? Isso n??o ?© bom ??? resmungou. ??? O que n??o ?© bom? ??? Toya quis ficar logo atr??s de Kotaro. A intensidade das vibra?§?µes que Kotaro estava liberando estava fazendo o peito de Toya doer. Se ele soubesse que Kyoko n??o estava com Kotaro, ele teria vindo apenas para estar perto dela. Ele deveria ter seguido seus instintos e ido mesmo assim. Ele teria que colocar uma maldita coleira naquela garota mais cedo ou mais tarde. Kotaro se virou, tendo esquecido completamente de Toya devido ?  pressa para chegar at?© Kyoko. Agora, tendo algu?©m em quem descontar sua raiva, ele atacou: ??? Pensei que ela estava com voc??! ??? Kotaro apertou o punho e guardou a raiva dentro de si antes de ir longe demais. ??? E como diabos voc?? conseguiu manter meu ritmo? N??o importa, n??o responda. Toya olhou para ele, surpreso pelo guarda de seguran?§a ter percebido, mas deu de ombros. ??? Sou s?? um idiota r??pido. Acalmando sua metade dominante, Kotaro abriu os olhos azuis e penetrantes, fixando-os na pessoa que o ajudaria a encontrar "sua Kyoko". J?? era ruim o suficiente Toya n??o ter renascido um vampiro para que pudessem descontar a raiva brigando, mas agora Toya estava recuperando suas habilidades do passado e n??o tinha ideia do porqu??. Para piorar as coisas, o melhor amigo de Toya era Shinbe e Shinbe tamb?©m n??o tinha ideia de seu passado. Kotaro esmagou a palma da m??o contra sua testa, perguntando-se por que diabos ele confiou em Toya para cuidar dela, pela segunda vez, quando ele havia falhado na primeira. O fato de Toya n??o se lembrar de nada impedia que Kotaro desabafasse. Ele inalou profundamente, absorvendo a verdade. Ambos falharam com ela. Seus l??bios se estreitaram enquanto ele olhava em sil??ncio. Toya deu um sorriso meio sincero. ??? Ent??o, ela mentiu para voc?? e te dispensou dizendo que estava saindo COMIGO. Ha! ??? Mesmo sabendo que ela tinha feito o mesmo com ele, ele n??o deixaria Kotaro saber disso. Kotaro respirou fundo novamente, tentando manter seu temperamento sob controle. Era como falar com uma maldita crian?§a. ??? Isto n??o ?© uma droga de jogo, pirralho. Garotas est??o desaparecendo a torto e a direito no campus e na cidade h?? mais de um m??s. Agora, nenhum de n??s sabe onde Kyoko est??. ??? Kotaro podia ouvir o p??nico em sua pr??pria voz, mas ignorou. ??? Voc?? tem alguma ideia para onde ela poderia ter escapado? Toya podia sentir seu peito se esmagando com preocupa?§??o pensando que Kyoko estava em perigo. ??? Droga! ??? virou-se para a porta de Suki e come?§ou a bater at?© que ele ouviu a porta fazer um ligeiro som de quebra, fazendo-o aliviar as batidas. Ningu?©m atendeu. ??? Merda! ??? Quase em estado de p??nico, Toya procurou seu telefone celular esperando que Shinbe soubesse onde as meninas estavam. ??? Atende, seu tarado! ??? gritou ele para o telefone que ainda estava tocando. Depois do quarto toque, Shinbe finalmente atendeu. ??? Shinbe! Voc?? sabe onde Suki e Kyoko est??o? ??? Ele deu uma olhada para Kotaro quando ele se aproximou como se estivesse esperando para ouvir a resposta. Na outra extremidade do telefone, Shinbe deu um sorriso esclarecedor. ???Talvez... ***** Kyou ficou escondido na escurid??o enquanto observava a menina com seus amigos. Ele ficou sabendo que seu nome era Kyoko ao ouvir sua conversa. At?© o momento, o menino chamado Tasuki tinha mantido as m??os quietas, o que era bom, considerando que Kyou decidiu deix??-lo viver, desde que ele n??o se aproximasse demais dela. Ele parecia inofensivo o suficiente, mas um pouco apaixonado demais por ela. Chegaram ?  pista de dan?§a e a menina e a amiga tinham come?§ado a dan?§ar juntas. A forma como elas estavam dan?§ando era indecente. ??? Deve ser o ??lcool que ela consumiu t??o rapidamente ??? ele teve dificuldade em acreditar o contr??rio. Um grunhido baixo vibrou em seu peito quando sua vis??o foi obstru?­da por um grupo de malandros humanos. Ouvindo seu aviso e depois vendo o congelante olhar dourado que ele enviou, eles rapidamente foram para o outro lado da boate. Os cantos dos l??bios de Kyou indicavam um sorriso divertido quando ele viu o jeito como os malandros sa?­ram em disparada. Ele voltou sua aten?§??o para a pista de dan?§a, se concentrando na jovem que o deixava perplexo. A vis??o que teve fez seu sangue ferver com ira. Um grunhido cruel surgiu de algum lugar desconhecido enquanto olhos dourados zangados piscavam vermelho de sangue. O inofensivo Tasuki estava dan?§ando com Kyoko como se estivesse seduzindo-a. ******* Kyoko foi se perdendo na sensa?§??o das m??os de Tasuki sobre seus quadris, acariciando a pele nua na cintura dela quando ele assumiu o controle da dan?§a. Ele realmente estava sexy com o cabelo desarrumado e com a dan?§a sensual que estavam fazendo. Uma risadinha escapou de seus l??bios quando pensou nisso. Ao senti-lo acariciar sua pele na base de sua coluna, ela notou que os olhos do rapaz estavam quase completamente pura ametista. Suki, decidindo que precisava de algo frio e molhado, bateu na bunda de Kyoko. ??? Ei, voc??s dois! Preciso de algo refrescante - riu de sua frase tola enquanto arrastava o casal para a mesa que haviam ocupado anteriormente na esperan?§a de outra bebida. ***** Kyou estava tentando desesperadamente acalmar seu sangue furioso. Seu nervo de ferro e conduta calma desapareceram completamente ao testemunhar o garoto Tasuki dan?§ando com Kyoko como se ele fosse seu amante. Nos recessos de sua mente, ele sabia que precisava acalmar-se rapidamente, caso contr??rio, Hyakuhei sentiria sua presen?§a, se ele ainda n??o o tivesse feito. Respirando fundo para se acalmar, ele mentalmente repreendeu-se por sua tolice. Durante s?©culos, ele havia sido um dem??nio da noite, frio e indiferente. Sua determina?§??o era como uma montanha que nunca oscilava e jamais poderia ser for?§ada ?  submiss??o. Suas emo?§?µes eram mantidas pelo seu exterior frio e inquebr??vel por uma raz??o, para que ele pudesse esconder sua aura do verdadeiro inimigo. Em uma noite, a presen?§a de uma jovem, al?©m de inocente e pura, tinha feito ele vacilar pela primeira vez em sua vida de morto-vivo. Indiferentes ao enfurecido vampiro de cabelos prateados, o trio voltou para suas cadeiras. O riso inocente de Kyoko flutuou para ele, mal acalmando sua raiva. Sua tens??o aliviou um pouco e ele se questionou por que havia reagido de forma t??o possessiva em rela?§??o ?  garota. Seu olhar estreitou-se, atirando punhais ao menino com ela, prometendo uma morte lenta e agonizante se ele sequer demonstrasse sair da linha de novo. Ela precisava de um guardi??o. Kyou n??o conseguia entender a imensa for?§a que ela exercia sobre ele, mas observ??-la tornou-se um v?­cio. Sua beleza e inoc??ncia o hipnotizaram e ele come?§ou a se perguntar se sua pele era t??o suave quanto parecia. Se zangou ao ver outro copo de bebida colorida parar diante dela. Com cada gole que ela tomava, o resplendor da luz pura que a rodeava parecia vacilar e enfraquecer. J?? estava bem mais dif?­cil detect??-la. Se ela continuasse a beber a ??gua do diabo diante de si, logo ela iria cair na escurid??o. Como se estivesse desafiando-o, ele viu quando a menina tirou o canudo do copo e drenou o resto do l?­quido polu?­do. Kyou fez algo que n??o fazia h?? s?©culos: sorriu, sabendo agora que o segredo dela estaria a salvo do mal que tinha acabado de entrar na boate. Talvez esconder a aura pura de uma menina t??o impossivelmente inocente e linda n??o era t??o ruim, afinal. Kyou recuou para as sombras assim que seu inimigo emergiu delas. ***** Hyakuhei atravessou a porta sem dar aten?§??o aos m?­nios que seguiam em sua sombra. Eles poderiam procurar sua pr??pria divers??o hoje. Eles s?? prejudicariam seus planos se ele permitisse que os m?­nios se juntassem a ele. Seus olhos carmim avistaram a demonstra?§??o de corpos quentes diante de si com interesse. Ele havia sentido vida aqui, escondida em algum lugar entre os humanos. A vida tinha chamado por ele como um amante que anseia por seu toque, mas agora a sensa?§??o de car?­cia quase acabara, como se fosse extinta. Ele havia se alimentado bem na noite anterior e n??o estava sentindo nenhuma necessidade de se alimentar. N??o, hoje ele tinha outra coisa em mente. Esta cidade guardava o poder do lend??rio Cristal do Cora?§??o Guardi??o, ele tinha certeza. Todas as estradas que ele pegou, buscando a luz escondida, o levaram at?© aqui. Mesmo agora, ele podia sentir uma luz esquiva escondida sob a escurid??o enquanto ele se encostava na parede, observando os humanos. V??rios dos mortais inocentes j?? o haviam notado e ele sabia que eles iriam at?© ele, oferecendo suas almas por engano. A simples atra?§??o pelo alto, sombrio e bonito sempre facilitava capturar sua presa. Seus longos cabelos escuros flu?­am ao redor dele em ondas, como pano de fundo para sua apar??ncia incompar??vel. Ele podia sentir a lux??ria emanando dos humanos, mas hoje ?  noite ele n??o lhe deu aten?§??o. ??s vezes, ele transformava uma alma inocente s?? para mat??-la na noite seguinte. Ele s?? dava o dom da vida eterna quando lhe era ??til e isso acontecia apenas uma vez em cada s?©culo. Mas esta noite, ele iria procurar algu?©m que o ajudaria em sua busca para determinar quem guardava o Cristal do Cora?§??o Guardi??o. Os olhos do Hyakuhei escureciam com seus pensamentos. A ??ltima vez que chegou t??o perto do misterioso cristal da lenda, a menina que carregava o cristal poderoso detectou sua inten?§??o. Antes que ele pudesse det??-la, ela se matou, levando o cristal consigo, al?©m do alcance dele mais uma vez. A mente dele voltou para o presente, com um sentimento de anseio. Tinha sido um grande desperd?­cio, pois a jovem tinha uma beleza e pureza incompar??veis e imaculadas. Seu corpo esguio n??o fazia nenhum movimento enquanto ele vislumbrava vagarosamente a multid??o, com seus olhos da meia-noite. O cristal s?? reaparecia a cada mil anos, de acordo com os pergaminhos que ele havia tirado do mago Shinbe, antes de tomar sua vida. Seus l??bios insinuavam um sorriso cruel, lembrando-se daquele crime em particular, muito delicioso. Contando os anos a partir daquele momento, a donzela escolhida que agora guardava o cristal perto de seu cora?§??o teria vinte e um anos, possivelmente um pouco mais nova. Hyakuhei sentira isso na vizinhan?§a da universidade e agora aqui na multid??o de universit??rios na boate. O fato de que esta cidade foi constru?­da no mesmo terreno onde o cristal tinha desaparecido apenas comprovava que seria o mesmo lugar para o seu renascimento. Se ele n??o achasse quem guarda o Cristal do Cora?§??o Guardi??o, recrutaria algu?©m que fosse aceito entre os jovens e o ajudaria em sua procura. Uma pessoa n??o humana, uma criatura da noite, acima de tudo, poderia detectar o poder que ele queria e desejava para si mesmo. Um sorriso malicioso agraciou seus l??bios perfeitos em antecipa?§??o da excita?§??o da ca?§ada. Tendo chamado seus filhos mais favorecidos para se juntarem a ele, desta vez ele teria o que desejava. Ele estava na escurid??o tempo demais e at?© mesmo as coisas mais prazerosas come?§aram a aborrec??-lo. Hyakuhei queria algo novo e um desafio era exatamente o que precisava para despert??-lo de sua vida de sono. Ele p??de sentir vagamente uma perturba?§??o no ar e sorriu com entendimento. N??o haveria nenhuma pressa, pois o que ?© o tempo para um vampiro? ***** Tasuki viu com surpresa Kyoko acabar com o ??ltimo gole de seu ch?? gelado. Seus olhos agora castanhos e suaves olharam para sua pr??pria bebida que ainda estava cheia, um olhar preocupado em seu rosto. ??? Ah, Kyoko, se voc?? est?? com sede, posso buscar ch?? de verdade no bar, se quiser ??? sorriu ele sorriu ao ver Kyoko corar por ter percebido o que ela acabara de fazer. Suki ergueu uma sobrancelha quando notou o copo vazio de Kyoko e se encolheu interiormente sabendo que Kyoko a mataria com felicidade por causa da ressaca. Ela deu um encolher de ombros mental, convencendo-se de que esta noite eles estavam comemorando e Kyoko a perdoaria, algum dia. Olhando para Tasuki com a melhor express??o de "Por favor me ajude, estou com problemas", Suki concordou. ??? Acho que pode ser uma boa ideia. ??? Ela piscou para ele com um ar de travessura, encorajando-o. Ela sempre gostou de Tasuki e muitas vezes desejava que Kyoko sa?­sse com ele mais vezes, em vez de Toya, de quem ela gostava, mas ele nem sempre tratava Kyoko t??o bem como deveria. Ela estava contente por Kyoko receber o que d?? e por n??o deixar Toya oprimi-la. E tamb?©m havia Kotaro, que poderia ir embora com a Kyoko e se casar com ela, se tivesse uma chance. Ele era legal e a tratava como uma deusa, mas Suki n??o estava confort??vel com a ideia de perder sua melhor amiga tamb?©m. Os olhos de Suki iluminaram-se ao pensar em armar para Tasuki e Kyoko ficarem juntos, especialmente depois do jeito como eles haviam dan?§ado agorinha. Ela n??o se deixaria enganar, pois Kyoko podia ser bem assustadora quando fica muito zangada. A garota teria que ter coragem para namorar dois cabe?§as quentes como aqueles com que ela convivia. O sorriso de Suki suavizou ao pensar em seu pr??prio namorado, embora ela nunca admitiria tal t?­tulo. Shinbe era t??o louco quanto os dois amigos de Kyoko, se n??o fosse mais louco ainda. Trazendo seus pensamentos de volta ao presente, Suki levantou-se com um sorriso dissimulado. ??? Vou falar com o DJ para tocar minha m??sica favorita, j?? volto! ??? Com isto, ela deixou os dois a s??s. Secretamente, ela esperava que o tempo a s??s acendesse uma pequena chama ardente entre os dois. Kyoko olhou para Tasuki, se sentindo com a cabe?§a vazia, e sorriu com culpa. ??? Eu adoraria um ch??, ou talvez um caf?© seria ainda melhor. Mas, ? s vezes, a cafe?­na ?© quase t??o ruim quanto o ??lcool. ??? Ela riu de sua pr??pria piada. ??? Se voc?? n??o se importa em comprar enquanto vou ao banheiro. ??? Ela pegou a m??o estendida de Tasuki e o deixou ajud??-la a se levantar. Kyoko piscou rapidamente quando as coisas come?§aram a parecer um pouco distorcidas e depois deu uma risadinha. ??? J?? volto. ??? Ela olhou para as paredes, procurando a dire?§??o do banheiro. Ao v??-lo mais perto da porta da frente, ela saiu, esperando n??o parecer t??o bamba quanto sentia. Talvez se ela jogasse um pouco de ??gua fria no rosto e n??o bebesse mais ??lcool esta noite, tudo ficaria bem. O corpo de Kyou ficou tenso quando viu a cabe?§a da menina ir direto para o ??ltimo lugar que queria que ela fosse: a entrada e o inimigo. Com seus assombrados olhos dourados matizados de rosa e com um rosnado agravado, sua forma desapareceu, como se ele nunca tivesse estado l??. A mente enevoada de Kyoko se perguntou por que eles colocaram os banheiros l?? na frente, perto da porta, enquanto ela via uma horda de gente que ainda entrava na boate. Alguns dos rec?©m-chegados pareciam j?? estar em ritmo de festa, e o ru?­do dentro do sal??o de dan?§a estava amplificado. Yohji, um dos caras do campus, veio trope?§ando, n??o vendo para onde estava indo. Seu irm??o j?? o havia convencido a ir a alguns bares no fim da rua mais cedo e eles acabaram de sair do ??ltimo para tentar este. Quando ele se virou para chamar seu irm??o mais novo, Hitomi, ele esbarrou num corpo macio e quente. Ouvindo um gritinho feminino, Yohji instantaneamente estendeu a m??o e a pegou com os dois bra?§os. Quando seus olhos se acenderam no rosto daquela que ele segurava, um sorriso selvagem se espalhou por seus l??bios. ??? Kyoko? Quando a boate resolveu parar de girar e ficou n?­tida de novo, Kyoko olhou para o cara que esbarrou nela e depois deu um de her??i tudo ao mesmo tempo. ??? Yohji? Oi... ??? Kyoko corou quando ele a abra?§ou mais forte e ela imediatamente tentou se esquivar. Nada bom! Nada bom ??? repetiu ela em algum lugar dentro de sua cabe?§a. Ela podia ouvir o alarme interno alto e claro. Ela j?? havia encontrado v??rias vezes com Yohji na escola e, apesar dele ser bastante popular com as garotas, sendo extremamente bonit??o e tudo o mais, ela sempre tentou evit??-lo. Ele era muito agressivo para o seu gosto e ela escolheu ficar bem longe dele e do grupo com o qual ele andava. ??? Estou bem agora, Yohji, ent??o voc?? pode me soltar ??? sorriu ela, escondendo sua ansiedade, tentando ficar calma e n??o fazer cena. Yohji n??o cedeu e deu um sorriso corrompido ao ver o desconforto da menina. ??? Por que eu te soltaria agora que finalmente te tenho nos meus bra?§os, Kyoko? Seus olhos j?? estavam cheios de desejo, enquanto seu rosto tomava ares de um predador. Ele j?? estava atr??s dela h?? muito tempo e ela nunca lhe dava uma chance. Bem, agora que seus dois guarda-costas n??o estavam por perto para det??-lo, ela n??o iria embora t??o facilmente. Hyakuhei viu a cena acontecendo a poucos metros dele com interesse. Ele podia ver o homem perfeitamente, mas s?? conseguia ver as costas da garota. ??? Aquela garota... ??? Seus olhos ganharam um brilho misterioso enquanto ele a observava. Ele podia sentir t??o bem o cheiro do nervosismo e da pureza de Kyoko que isso estava superando seus sentidos. Quanto ao cara que a segurava, seu desejo era t??o espesso no ar que dava at?© para sentir o gosto. Os olhos de Hyakuhei se estreitaram quando a necessidade de matar o punk come?§ou a queimar dentro de suas veias. Ele come?§ou a avan?§ar apenas para dar de encontro com um escudo de poeira de arco-?­ris bloqueando seu caminho. O brilho calmante se instalou quando ele se recostou contra a parede mais uma vez estreitando os olhos com desconfian?§a. Ela foi protegida pelo imortal? Ele estendeu a m??o e tocou o que restava da barreira e deixou que o sentimento calmante o banhasse. Um efeito t??o calmo n??o suprimiria as suas m??s inten?§?µes por muito tempo. ??? Garotinhos e seus jogos ??? sorriu ele quando seus olhos da meia-noite se voltaram para a garota. A aura dela o pegou completamente desprevenido. Seu olhar percorreu o corpo ador??vel dela e a pele que brilhava como o orvalho em flor antes da primeira luz do amanhecer. A necessidade de toc??-la sobrecarregou seus sentidos e ele tomou outro passo desconhecido em dire?§??o a ela. Desta vez, ignorando o escudo de brilho protetor do imortal. Quando ele estava prestes a pegar a menina em seus pr??prios bra?§os, outra onda de possessividade o atingiu como um golpe f?­sico. A aura familiar acariciava seus sentidos, uma que ele n??o sentira em d?©cadas. Dando uma ??ltima olhada na garota que ele havia mentalmente tomado para si, seus olhos escuros se suavizaram brevemente ao tomar uma decis??o. Ele a teria, em breve. Um sorriso inclinou seus l??bios astutos enquanto ele recuava na escurid??o, fora de vista. ??? Ent??o, meu err??tico Kyou decidiu se juntar ao jogo. Deixe-me ver quais s??o realmente suas inten?§?µes. ****** Toya entrou rasgando no apartamento que ele compartilhava com Shinbe, mas quando ele n??o viu seu amigo, come?§ou imediatamente a gritar. ??? Shinbe, onde diabos voc?? est??? ??? Sua raiva era imensa e, por raz?µes ??bvias, ele tinha um mal pressentimento sobre a seguran?§a de Kyoko, especialmente depois que Kotaro o informou sobre as outras garotas desaparecidas, tantas garotas. Seus nervos j?? estavam a toda e, se ele n??o colocasse os olhos em Kyoko em breve, ele iria quebrar alguma coisa. Mas, quando ele colocasse os olhos nela, ela teria muita sorte se ele a deixasse sair de sua vista novamente. Se fosse para ele escolher, ele a amarraria permanentemente para t??-la sob sua cust??dia. Shinbe saiu do banheiro abotoando sua camisa azul gelo e estava com ares de que iria para algum lugar. ??? Estou aqui, qual ?© a emerg??ncia? ??? Ele se sentou no sof?? e come?§ou a colocar os sapatos como se nada o incomodasse. Kotaro ficou em p?© atr??s de Toya esperando para ver se Shinbe tinha alguma informa?§??o sobre o paradeiro de Kyoko. Inclinando-se contra o balc??o da cozinha, ele observou enquanto Toya se elevava sobre Shinbe. Se Toya lembrasse o que Shinbe fizera por ele no passado, ele provavelmente demonstraria mais respeito ao homem. Kotaro inclinou a cabe?§a em um ??ngulo divertido, repensando nisso. N??o, ele n??o faria ??? se corrigiu ele. Observar o temperamento do menino explodir teria sido divertido se Kyoko n??o estivesse desaparecida. ??? Perdi Kyoko e agora tamb?©m n??o consigo encontrar a Suki! ??? Toya se contraiu quando Shinbe nem olhou para ele. O sorriso presun?§oso de Shinbe estava definitivamente dando nos nervos de Toya. Se Shinbe j?? n??o estivesse com apenas meio c?©rebro de tanto apanhar de Suki, Toya teria aumentado o dano cerebral. Mas agora ele queria que seu amigo ficasse consciente e respondesse suas perguntas. Shinbe terminou de amarrar seus sapatos sabendo que Suki o odiaria por isso, mas ele n??o se importava. Ele a compensaria depois. Eles sempre se divertiram depois de uma briga. Seu olhar se perdeu neste pensamento agrad??vel. Fazer as pazes seria legal... Ouvindo um grunhido perigoso, Shinbe rapidamente voltou sua aten?§??o para o amigo, levantando uma sobrancelha calmamente. ??? Qu??? ??? Shinbe, que droga! N??o estou brincando! Onde diabos est??o Suki e Kyoko? ??? Toya surtou, seus olhos dourados perfurando seu amigo como uma faca. Se Shinbe n??o o respondesse logo, ele sabia que iria explodir. Shinbe franziu a testa confuso quando notou Kotaro encostado na bancada. Toya e o chefe da seguran?§a nem se toleravam, muito menos sa?­am juntos. Seu peito apertou. ??? N??o sei com certeza, mas Suki me dispensou esta noite dizendo que estava saindo com uma amiga, mas n??o me disse com quem. Quando Toya come?§ou a xingar novamente, Shinbe levantou-se. ??? Espera, n??o terminei, ent??o n??o surte. Enquanto eu estava no apartamento dela antes, vi um folheto em seu balc??o sobre a Midnight Club e a data de hoje estava circulada. Ele sorriu lascivamente. ??? Eu estava me arrumando para ir l?? e ver se eu a encontrava. Kotaro suspirou enquanto Toya come?§ava a vociferar algo sobre garotas idiotas. N??o querendo perder tempo, ele se virou para a porta. ??? Obrigado, Shinbe ??? disse ele sobre o ombro enquanto sa?­a agora mais preocupado do que nunca. Ele s?? esperava que Kamui estivesse com ela, protegendo-a de alguma forma. Shinbe inclinou a cabe?§a para o lado olhando sobre o ombro de Toya quando Kotaro partiu, e ent??o ele se endireitou para franzir a testa para Toya. ??? O que est?? acontecendo e por que Kotaro estava aqui? ??? A preocupa?§??o brilhou em seus olhos de ametista. Ele sempre gostou de Kotaro, mas n??o podia confessar isso a Toya sem ser rotulado como um traidor. Toya tirou as chaves do bar enquanto respondeu: ??? Vou te contar no caminho. Ele virou-se e partiu para a porta, sequer se preocupando se Shinbe estava indo atr??s. Ele odiava estar sem Kyoko. Isso sempre fazia com que ele se sentisse confuso. Era hora de encontr??-la e coloc??-la de volta no seu lugar: ao lado dele. Cap?­tulo 5 Kyoko n??o gostou da forma como Yohji estava reagindo ao rubor dela e sentiu seu ressentimento come?§ar a surgir. Empurrando o m??ximo que p??de com as palmas das m??os pressionadas contra o peito dele, seus olhos dispararam fa?­scas irritadas enquanto tentava novamente faz??-lo solt??-la. ??? Olha, quero que me solte agora, Yohji! Estou aqui com algu?©m. ??? Seus olhos se arregalaram quando ele simplesmente deu uma olhada presun?§osa e a prendeu de novo. ??? Merda! - Kyoko enfureceu-se e pisou forte com o p?©, tentando atingir o dedo do p?© de Yohji. Do outro lado do sal??o, Tasuki levava um ch?? normal de volta ?  mesa. Olhando para a porta para ver se ele podia detectar Kyoko, seus olhos escureceram ao notar que Yohji a assediava. A maioria das pessoas que o conhecia acreditava que Tasuki era um t?­pico americano, meigo, companheiro e o mais popular na escola, mas ele tinha um temperamento oculto. Yohji estava ?  beira de testemunhar isso se ele n??o tirasse as m??os de Kyoko. A ira de Tasuki estava estampada em seu rosto enquanto ele atravessava o sal??o para resgatar sua doce Kyoko. Ele sabia, depois de ouvir outros conversarem na faculdade, que Yohji e seu irm??o eram agressivos com as meninas e at?© foram acusados de estupro mais de uma vez. Quando ele se aproximou deles, viu o irm??o de Yohji, Hitomi, ao lado dele, mas Tasuki n??o deixou que isso o impedisse. Aqueles dois caras eram venenosos e ele sabia disso. Os olhos de Tasuki ganharam uma sombra iluminada de ametista enquanto avan?§ava. Sua adrenalina estava alta e ele travou os dentes ao ver Kyoko lutar para se libertar. A sobrancelha de Kyoko come?§ou a se contrair quando a m??o de Yohji percorreu suas costas e segurou sua bunda firmemente, for?§ando-a a encaixar-se nele. Ela podia sentir sua lasc?­via enquanto ele sorriu maliciosamente para ela. ??? Chega! ??? Ela ergueu a m??o com tanta rapidez que Yohji nem viu, at?© que ele ouviu o estalar em sua orelha. O irm??o de Yohji, Hitomi, ouviu o som e se virou para olhar o rosto vermelho de seu irm??o. Ele sorriu, entendendo, mas depois olhou por cima de Yohji e viu o menino chamado Tasuki vindo em dire?§??o a seu irm??o com um olhar l?­vido no rosto. Sabendo que seu irm??o poderia cuidar da menina relutante sozinho, Hitomi deu um passo para frente e ficou diretamente no caminho de Tasuki. ??? Onde pensa que est?? indo, garotinho? Tasuki olhou al?©m de Hitomi, seus olhos se chocando com os de Yohji. Ele podia ver a m??o de Yohji acariciando Kyoko. Sem pensar, ele jogou todo o seu peso no soco dado no est??mago de Hitomi. Para seu espanto, o outro menino mal se moveu. Sendo muito maior do que o calouro da faculdade, Hitomi deu um soco em Tasuki, fazendo-o voar em dire?§??o ?  parede do corredor. Ele encolheu os ombros, imaginando que o garoto n??o voltaria e se voltou para ver o seu irm??o curtir seu novo brinquedo. Ver a luta da menina para se soltar trouxe um sorriso aos l??bios de Hyakuhei. ??? Ent??o, essa garota n??o ?© f??cil de ser domada. Terei prazer em amans??-la. ??? Olhando para o jovem que tinha vindo defender a honra de Kyoko, Hyakuhei decidiu quem ele queria como seu mais novo recruta. Ele rapidamente pegou o garoto chamado Tasuki antes que ele se chocasse com a parede. Seus sentidos lhe disseram que o menino ainda era puro, virgem. Que estranho. Rapidamente escondendo-os na escurid??o para evitar que os outros vissem, Hyakuhei olhou para ele. Ele havia observado como Tasuki interagia com esta menina e v??rias outras. Ele seria uma boa escolha. ??? Bem-vindo ?  escurid??o, meu filho ??? sussurrou enquanto afundava suas presas na veia de Tasuki. Os olhos de Hyakuhei se arregalaram com o sabor do sangue do menino. Um poder escondido? Tinha gosto de ametista. Ele agarrou o menino mais apertado, querendo mais. Tasuki tomara o golpe no rosto com seguran?§a, j?? que tinha tanta adrenalina pulsando dentro de si. Ele planejou revidar, mas, como havia bra?§os o envolvendo por tr??s, tudo ficou escuro e ele se sentiu paralisado por um medo imediato. Uma voz suave e quase sedutora deu-lhe as boas-vindas ?  escurid??o. Ele ofegou quando sentiu dentes afiados em seu pesco?§o. ?? medida que sua vida se esva?­a, seus ??ltimos pensamentos foram em Kyoko e o quanto ele precisava chegar at?© ela. Ele estava estendendo a m??o em uma ??ltima tentativa de ir at?© ela quando o esquecimento veio, tomando seu ??ltimo suspiro. ***** A m??o de Kyoko ainda queimava do impacto que tinha feito com o rosto de Yohji. Ela queria se encolher agora que podia sentir muitos olhos curiosos sobre ela. N??o ajudou nada o fato da bofetada ter soado como um tiro. Dane-se tudo! Isso foi o que ela tentou evitar, mas n??o, Yohji tinha que ser um idiota. Falando em idiotas, ele ainda n??o havia tirado as m??os de cima dela. Ela lentamente olhou de volta para ele. Pelo olhar irritado nos olhos dele, ela viu que ele n??o planejava solt??-la. Ela devolveu o olhar enfurecido, esperando para ver se ele revidaria ou a soltaria. Se ela fosse apostar, escolheria a primeira op?§??o. Kyou sabia que o pequeno tapa de uma garota n??o era compat?­vel com a lasc?­via que vinha do cara que a segurava com tanta for?§a. Ele mentalmente destruiu o pervertido por ousar tocar o que ele pretendia reivindicar como sua posse. De repente, tomou uma decis??o, n??o se importando mais se Hyakuhei o detectou ou n??o. Assim que Kyou se moveu para sair das sombras, com a inten?§??o de afast??-la do assediante, ele ouviu um grunhido profundo. Momentaneamente atordoado, Kyou sabia que esse tipo de rosnado s?? pertencia a um licantropo. Seus olhos dourados seguiram o som para sua origem. O som continuava a vibrar da entrada, a apenas alguns metros da menina. A raiva do lobo inundou o corredor cheio de gente. Os olhos de Kyou se estreitaram na cena, imaginando se ele podia confiar em uma for?§a atemporal estando t??o perto da garota. Ele n??o via um licantropo desde que havia sido transformado pela primeira vez e, depois, ele apenas se distanciou. Se lembrou de ter dito uma vez para Toya que vampiros e lobisomens n??o se misturavam. Toya perguntou-lhe por que, mas ele n??o havia respondido porque s?? estava repetindo as palavras de Hyakuhei e n??o sabia o motivo. Kotaro deu uma olhada em Yohji tateando "sua mulher" e enlouqueceu. Num piscar de olhos, Yohji foi arremessado contra a parede com a m??o de Kotaro em sua garganta, levantando-o v??rios cent?­metros no ar. Ele havia lidado com os irm??os pervertidos antes e onde um estava, o outro sempre seguia. Seus sentidos estavam em alerta quando sentiu o cheiro de Hitomi e sabia que ele estava vindo por tr??s. Com um chute bem colocado, Kotaro fez Hitomi voar, para depois cair como um amontoado no ch??o do corredor. As pessoas se espalharam e o corredor rapidamente ficou vazio. Kyoko sentou-se no ch??o com os olhos arregalados, mal acompanhando o que acabava de acontecer, j?? que foi tudo muito r??pido. Seu olhar foi do corpo amassado de Hitomi para a forma furiosa de Kotaro, que segurava o pesco?§o de um Yohji que estava ficando azul. Sabendo que ela tinha que parar Kotaro antes que ele realmente machucasse algu?©m, Kyoko ofegou e come?§ou a se levantar. Ao pressionar as m??os no ch??o, ela trope?§ou atr??s de Kotaro, pousando uma m??o no ombro dele enquanto tentava acalm??-lo. ??? Obrigada, Kotaro, mas estou bem agora, ent??o voc?? pode soltar o Yohji, t??? ???Sua voz era suave, mas seu p??nico aumentou quando os dedos de Kotaro apertaram a garganta de Yohji. Kotaro virou o rosto para Kyoko e ela deu um passo assustado para tr??s, vendo o tom vermelho em torno dos olhos azuis dele. ??? Vi onde as m??os dele estavam, Kyoko, e acho que ?© hora de levar o lixo para fora. ??? Kotaro resmungou quando ele se voltou para Yohji e ouviu com um fasc?­nio m??rbido quando o menino fazia sons guturais e assumia uma tonalidade azul assustadora. O temperamento de Kotaro estava satisfeito com a cor mais escura, dando-lhe o controle suficiente para perceber que Kyoko o estava olhando chocada. Precisando aliviar o medo dela, ele agarrou Yohji pela gola da camisa e se dirigiu para a porta para ensinar ao bastardo alguns bons modos. Ela n??o precisava ver o resto. Kyoko piscou quando a porta se fechou atr??s de Kotaro. Perplexa, ela ainda estava em um torpor devido ao choque. Nossa! Kotaro podia ser realmente assustador quando estava bravo. Ela at?© sentiu pena de Yohji naquele momento. Olhando por cima do ombro, viu o irm??o de Yohji, Hitomi, ainda deitado onde Kotaro o tinha deixado no ch??o. Pela primeira vez, ela n??o se importou que Kotaro fosse seu protetor. Ela estremeceu e tentou n??o pensar no que poderia ter acontecido se Kotaro n??o tivesse aparecido na hora. Kyou observou ela roer o l??bio inferior como se estivesse incerta sobre o que fazer. Quando o olhar dela viajou de volta ?  porta, ele pensou. Ent??o, ela tem a prote?§??o do licantropo. Ele se perguntou que outros mist?©rios cercavam a menina. Este n??o era um lobo normal, aquele que ela chamara de Kotaro, ele podia sentir que era t??o velho quanto ele. Kyoko aproximou-se das portas de vidro olhando para o estacionamento escuro, imaginando onde Kotaro tinha ido. Colocando a m??o na ma?§aneta, ela come?§ou a abrir a porta, mas um jovem entrou na frente dela, bloqueando seu caminho. Ela permaneceu im??vel por um momento quando o garoto fixou seus olhos nos dela. Foi o sentimento mais esquisito que j?? experimentara. O menino tinha cabelos brancos s??lidos e um tom de pele que era quase igual aos cabelos. Mas essa n??o era a pior parte. Seus olhos eram t??o negros que pareciam continuar para sempre, dando a Kyoko a sensa?§??o de que ela estava mergulhando neles. O garoto sorriu suavemente, mal descobrindo suas presas desumanas e por um momento, Kyoko realmente acreditava que as viu. Uma m??o saiu do nada e agarrou o ombro de Kyoko fazendo com que um grito aterrorizado ficasse preso em sua garganta quando ela se virou para ver de quem era a m??o. ***** Kyou saiu da escurid??o quando viu o servo de Hyakuhei do outro lado da vidra?§a. Ele sabia do menino enganador. O mais jovem que parecia t??o inocente era muitas vezes o mais mortal. Avan?§ando atr??s de Kyoko, seus olhos sangraram e suas presas se alongaram, deixando o fantasma do menino saber que ele n??o morderia essa garota sem perder sua pr??pria vida imortal. A m??o de Kyoko se acalmou na porta sem ter certeza se queria abri-la. Algo sobre o jovem estava realmente lhe dando medo. Assim que ela come?§ou a dar um passo para tr??s, uma m??o pesada saiu do nada e agarrou seu ombro. Um grito aterrorizado subiu sua garganta enquanto se virava para ver quem era. Kyoko esqueceu de respirar quando olhou para os olhos dourados. Os longos cabelos brancos moldavam o rosto e os ombros. Ele era poucos anos mais velho e seu cabelo estava perdendo a cor escura em meio ? s mechas prateadas, mas ele quase se parecia... ??? Toya? ??? sussurrou Kyoko hesitantemente, sabendo que estava errada, mas o mais importante, por que o sal??o estava girando? Assim que seus olhos se chocaram, Kyou sentiu-se atra?­do por eles. Ela estava olhando para ele como se ela o conhecesse. Mas isso n??o era t??o perturbador quanto ela sussurrar o nome de seu irm??o morto. Os bra?§os dele a envolveram, vendo-a ficar tonta sob a influ??ncia do l?­quido contaminado que ela havia consumido anteriormente. Quando suas m??os deslizaram por sua pele nua, onde sua blusa era muito curta para cobrir, ele sentiu uma agita?§??o dentro de seu sangue de vampiro, sussurrando para que ele a protegesse. A vis??o de Kyoko n??o estava boa o suficiente agora. Parecia desafiar sua vontade quando o homem come?§ou a ficar desfocado enquanto ela olhava para ele com curiosidade. Mesmo n??o conseguindo ver bem, ela ainda podia sentir o corpo dele apoiando-a. Elevando os dedos para tocar no rosto dele, ela falou: ??? Voc?? n??o ?© o Toya. Quem ?© voc??? ??? Antes que ela pudesse obter uma resposta, Buda ou qualquer outro deus que continuasse fazendo piada com ela apagou as luzes e ela mergulhou no inconsciente. Kyou a apertou fortemente quando o corpo dela ficou im??vel em seus bra?§os. Ela desmaiou, mas pelo menos n??o foi nos bra?§os de um inimigo. Sua cabe?§a caiu para tr??s, expondo a suave curva alva de sua garganta e Kyou lutou contra seus instintos. Ele silenciosamente se perguntou se ela n??o estava mesmo nos bra?§os do inimigo. Suas presas come?§aram a alongar-se e ele dominou a tenta?§??o. Este era um ser muito puro para aquela escurid??o. Ele ent??o sentiu sua c??lera se acender contra a garota ing??nua. Se ele n??o estivesse aqui para proteg??-la, o que teria acontecido com ela? Ele, convenientemente, esqueceu seus pr??prios impulsos apenas alguns momentos antes. Se o lobo tivesse sido um protetor adequado, ele n??o a teria deixado. Ele olhou em volta percebendo que os amigos com quem tinha estado antes tamb?©m a abandonaram. Expandindo seus sentidos, Kyou ainda podia sentir seu pr??prio inimigo, Hyakuhei, dentro do pr?©dio. Sentindo o mal vindo de algum lugar acima, ele sabia que Hyakuhei estava no segundo andar. ***** Shinbe saltou do carro ainda em movimento. Uma coisa o empurrou para frente e levou-o direto para a entrada principal da boate em disparada. Ele n??o conseguiu tirar da cabe?§a a ideia de Suki e Kyoko se tornando uma dessas garotas desaparecidas e isso estava aterrorizando-o. Toya havia contado sobre o que Kotaro lhe havia dito e, quando ele pusesse as m??os em Suki, ele n??o a soltaria nunca mais. Onde no corpo dela ele iria p??r a m??o ele n??o conseguia dizer, mas ele tinha que encontr??-la primeiro. Shinbe parou de repente quando ele avan?§ou pelas portas da frente da Midnight Club. No meio do corredor havia um homem segurando Kyoko e ela n??o parecia bem. Ela estava im??vel e muito p??lida. E mais, o homem tamb?©m n??o parecia t??o normal. Pele p??lida era um eufemismo para ele, o que fez Shinbe parar nervosamente quando ele percebeu que o homem o fez se lembrar de seu melhor amigo. O cabelo prateado e os olhos dourados... os cabelos de Toya eram escuros como a meia-noite, mas dentro deles havia as mesmas marcas de prata, iguais aos do homem ?  sua frente. Essas eram caracter?­sticas muito incomuns e ele sabia que s?? Toya tinha esse tipo de combina?§??o incomum. Percebendo o homem se movendo para sair com Kyoko, Shinbe afastou a sensa?§??o de desconforto. Toya o mataria se ele n??o impedisse o sequestro de Kyoko. ??? O que diabos voc?? est?? fazendo com Kyoko? ??? Olhos de ametista brilhavam quando Shinbe gritou, sentindo que seus p?©s se moviam de novo sem pensar. Ela pode n??o ser sua namorada, mas ela era muito querida, mais do que ele admitiria e, al?©m disto, ela era a melhor amiga de Suki. N??o havia chance desse cara levar Kyoko em suas garras. Kyou deslizou o bra?§o sob os joelhos de Kyoko e ergueu-a sem esfor?§o. Ele a embalou como um beb??, debru?§ando a cabe?§a dela sobre seu ombro, com cuidado para n??o a incomodar. No momento em que a cabe?§a dela tocou seu ombro, ela se aconchegou em seu abra?§o, suspirando suavemente. Ele podia sentir a confian?§a e o contentamento sendo emitidos da aura dela enquanto se acomodava em seus bra?§os. Esta mulher-filha o perturbava muito, e quanto mais ele a observava dormindo, mais ele queria escond??-la de todos. Ele sabia que conseguiria, se ele realmente quisesse, e a tenta?§??o era imensa. Ele nunca transformou ningu?©m no que ele era, mas se ele quisesse, ele conseguiria. Seu instinto protetor para com a menina, bem como a necessidade possessiva de ficar com ela o surpreenderam e Kyou rosnou suavemente para suas a?§?µes. Como essa garota poderia afet??-lo assim? Tirando o olhar de seu rosto ang?©lico, ele olhou para o jovem que gritava com ele. Parece que os homens que a queriam continuavam a entrar em seu caminho. Olhos de ouro se fixaram com os olhos de ametista e Kyou sentiu uma familiaridade estranha. ??? N??o ?© decis??o sua, mago ??? advertiu Kyou em um tom mortal e baixo. Naquele momento ele sabia que o pr??prio Hyakuhei n??o poderia tir??-la dele. Ela pertencia a ele. Seus bra?§os se apertaram ao redor dela, n??o gostando do amor que ele podia sentir crescendo em rela?§??o ?  menina, irradiando da poderosa aura do outro. Desviando-se de seus pensamentos rebeldes, Kyou rosnou baixo. Ele n??o deixaria a menina afet??-lo, mas ele ainda n??o estava pronto para desistir dela. Ele tinha muitas perguntas e ela as responderia, quer ela gostasse ou n??o. Confiante de que estava sob controle, Kyou decidiu que era hora de partir. Shinbe estava a caminho de Kyoko quando o homem se mexeu. Mexeu? Essa talvez n??o tenha sido a palavra certa. Tremulou e desapareceu, depois reapareceu do nada, bem na frente dele. ??? Mas... ??? Shinbe parou enquanto olhava para um rosto que tinha a morte escrita por toda parte. Seus olhos se arregalaram em choque, parecia que seu cora?§??o simplesmente tinha parado. T??o perto assim, ele podia ver claramente que o homem tinha praticamente uma pele branca de porcelana e se parecia muito com Toya, como se isso fosse uma piada. Piscando, ele poderia ter jurado que havia presas saindo da boca do homem e um grunhido de advert??ncia ao redor delas. Shinbe ficou plantado quando o homem estendeu um dedo e empurrou contra o peito dele. A pr??xima coisa que Shinbe notou foi que estava sentado de bunda no meio do corredor. Piscando novamente, ele ficou confuso quando o homem de cabelos prateados, vestido de preto, simplesmente passou por cima dele e de repente desapareceu. Suki chegou ao corredor apenas a tempo de ver Shinbe cair no ch??o, n??o t??o gentilmente, e um homem alto de cabelos prateados desaparecendo com Kyoko. Ela piscou uma vez e eles desapareceram. Um segundo estavam l??, no outro haviam sumido. Shinbe, que parecia estar na zona do crep??sculo, ficou sentado l?? mais um pouco, piscando confuso. ??? Que diabos? Correndo at?© Shinbe, Suki tremia quando tentou ajud??-lo a se levantar. ??? Quem era aquele homem que desapareceu com Kyoko? ??? Ela olhou para Shinbe preocupada, quando ambos se viraram e correram pela porta para encontr??-los. ??? Ele simplesmente desapareceu? Eles sa?­ram do pr?©dio e olharam freneticamente e n??o viram nenhum vest?­gio do homem ou Kyoko em qualquer lugar. Virando-se para Shinbe, os olhos de Suki marearam. Sentia que estava ?  beira das l??grimas. ??? Cad?? eles? Aquele homem sequestrou Kyoko! ??? Ela estava tremendo de medo. O que tinha come?§ado como uma noite divertida tinha se transformado em um pesadelo. ??? Calma, Suki. Vamos encontr??-la. Toya tamb?©m est?? aqui. ??? Shinbe procurou ansiosamente pelo amigo. ??? Pensei que ele estava logo atr??s de mim! A preocupa?§??o rapidamente se transformou em raiva agora que a ficha caiu e ele viu que Suki estava segura e ao seu lado. Uma sombra de piedade cruzou seus olhos assombrados enquanto pensava no passado. ??? No que diabos voc?? estava pensando? Algo poderia ter acontecido com voc?? e n??o dava para eu saber onde voc?? estava! ??? Ele a agarrou bruscamente pelos bra?§os quando seus olhos de ametista escureceram possessivamente. Os l??bios de Suki se estreitaram com a raiva de Shinbe. Qual ?© a dele? N??o era como se ela nunca sa?­sse com as amigas. Seu olhar se fixou no dele quando sua pr??pria raiva come?§ou a subir. ??? O que voc?? quer diz... ??? suas palavras foram interrompidas quando seus l??bios se chocaram contra os dela em um beijo abrasador e de parar o cora?§??o. Shinbe estava t??o preocupado com ela que n??o conseguia impedir os sentimentos que se precipitaram. Ele queria ter certeza de que podia sentir cada emo?§??o que estava percorrendo suas veias naquela hora. Ele a abra?§ou fortemente, jurando para si mesmo que nunca mais perderia Suki de vista. Suki gemeu suavemente pela intensidade do beijo de Shinbe. Era como se estivesse descobrindo cada emo?§??o nua e crua dentro de sua alma. Ela poderia praticamente senti-la com a ponta dos dedos quando agarrou os ombros dele, sabendo que se ela soltasse, n??o conseguiria ficar de p?©, pois suas pernas acabavam de se transformar em geleia, ent??o ela se segurou como se fosse para salvar sua vida. Sua mente ficou em branco por um momento e ela esqueceu que estava brava com ele ou que Kyoko acabara de desaparecer. Tudo o que ela podia sentir era Shinbe e um amor que sem d??vida duraria mais que os dois. Suavemente, ele relaxou o abra?§o, terminando o beijo esfregando o nariz contra o dela. Seus olhos se encheram de al?­vio, mas ainda estavam escuros de desejo. Balan?§ando a cabe?§a ligeiramente, ele tentou se concentrar na situa?§??o em quest??o e pela primeira vez, sua mente pervertida n??o vagou pela sensa?§??o do corpo macio de Suki em seus bra?§os. Afinal de contas, essa sensa?§??o existia durante muitas vidas. ??? Algumas coisas est??o acontecendo e voc?? precisa saber disto. N??o era seguro para voc?? e Kyoko sa?­rem sozinhas esta noite. Vou explicar enquanto procuramos Toya. Acho que Kotaro est?? aqui tamb?©m em algum lugar. ??? Shinbe envolveu um bra?§o protetor ao redor dela enquanto se dirigiam ao estacionamento para encontrar Toya. Por um momento, Suki ficou atordoada para fazer qualquer coisa, mas acenou com a cabe?§a. ***** Toya correu pelo estacionamento, amaldi?§oando Shinbe sair correndo na frente. Ele teve que sair do carro no lado do passageiro, uma vez que percebeu que n??o podia sair do seu lado. Na pressa de chegar a Kyoko, ele havia estacionado muito perto de um muro. Infelizmente, ele tamb?©m descobriu isso quando tentou abrir a porta e bateu no muro, dando uma amassada no carro. Isso n??o foi realmente o que o atrasou. Quando ele sa?­ra correndo do estacionamento a uma velocidade vertiginosa, um garotinho apareceu do nada e colidiu com ele. O impacto foi t??o s??bito que o derrubou. Quando ele se endireitou o suficiente para ficar de p?©, rapidamente ofereceu ao menino uma m??o para ajud??-lo a se levantar. ??? Ei, garoto, voc?? est?? bem? ??? Toya recolheu a m??o quando o menino sibilou e correu na dire?§??o oposta como se o pr??prio Satan??s o perseguisse. Toya deixou de lado a sensa?§??o assustadora que o menino tinha deixado e olhou para a boate de dois andares. O sentimento estranho voltou dez vezes mais forte quando notou a sombra de um homem que carregava algu?©m em uma das janelas no ??ltimo andar. Havia tantas coisas erradas com aquela pequena cena. Seus olhos brilhavam, prateados, seus sentidos reconhecendo coisas que ele ainda n??o entendia. Tudo isso o deixou com a sensa?§??o de que algu?©m acabara de pisar sobre seu t??mulo. Quando se aproximou da boate, Toya grunhiu aborrecido ao perceber que havia duas entradas. Uma parecia ser a entrada principal e a outra estava muito lotada. Decidindo ir pela principal, ele abriu caminho entre a multid??o. ??? ?? melhor que ela esteja bem... quando eu a encontrar, vou algem??-la permanentemente, ela gostando ou n??o. Marcas de prata come?§aram a se fortalecer dentro do ouro de seus olhos enquanto ele procurava Kyoko. ***** Kyou abriu caminho pelo beco atr??s da boate com Kyoko segura firmemente em seus bra?§os. Sua mente estava preparada e ele levaria a garota para sua casa tempor??ria para se recuperar. Ele olhou para a cobertura na rua bem em frente ?  boate. Ela estaria segura com ele, mas ele teria que ter cuidado. Ele podia sentir o servo de Hyakuhei dentro da escurid??o que cercava a boate. Seu maxilar apertou-se quando ouviu um grito fraco na dist??ncia e sabia que outra v?­tima havia sido encontrada. Olhando para a menina adormecida, seus olhos dourados se suavizaram. Por enquanto, ela seria seu segredo. Ela era leve como uma pluma e parecia t??o fr??gil. Ele n??o conseguiu compreender como essa menininha tinha um esp?­rito t??o ardente, mas uma alma t??o pura. E "Toya", ela falou o nome de seu irm??o morto como se ela o conhecesse. Como poderia ser poss?­vel? Seus pensamentos pararam quando ele sentiu uma poderosa criatura noturna ?  frente, ao mesmo tempo que um cheiro de sangue chegou ao seu nariz. Ficando tenso, ele reconheceu a aura do licantropo que protegera Kyoko mais cedo, mas que depois a abandonara, deixando-a em perigo. N??o querendo que a menina se machucasse se ele precisasse lutar, Kyou a pousou suavemente no beco e seguiu o cheiro de sangue que vinha da esquina. Se o lobo tivesse abatido um humano, a garota pode n??o estar segura ao redor dele. Sabia-se que alguns lobisomens se perdem quando a ira entra em seu sangue, e ele n??o permitiria que a garota fosse protegida por uma criatura t??o perigosa. Ao virar a esquina com os p?©s silenciosos, os olhos de Kyou contemplavam uma cena que ele n??o tinha testemunhado h?? s?©culos. O lobo, ainda em forma humana, estava grunhindo, com as presas descobertas. Os olhos azul?­ssimos ardiam enquanto ele grunhia violentamente contra o que parecia ser um corpo que ele segurava. ***** Toya fez uma pausa quando ele se aproximou da porta. Olhando, ele se virou rapidamente e se dirigiu em dire?§??o oposta da entrada. Ele conseguia sentir o cheiro dela, embora na parte de tr??s de sua mente ele n??o conseguisse descobrir como ou por que ele podia. Saindo em disparada em dire?§??o ao beco ?  esquerda do pr?©dio, seu cora?§??o martelou violentamente em seu peito enquanto pensamentos m??rbidos voavam em sua mente. Meninas desaparecidas e lugares escuros... ?© melhor que Kyoko n??o tenha um ??nico fio de cabelo fora do lugar ou ent??o... Entrando nas sombras, Toya parou de repente quando o medo sufocou sua respira?§??o. L??, deitada contra a parede de tijolos sujos, estava Kyoko. O mesmo medo que o havia congelado agora o fez entrar em a?§??o. Em um segundo, ele estava ao lado dela. Ajoelhando-se, ele a tocou, procurando a vida que permitiria que seu cora?§??o recome?§asse a bater. Assim que seu dedo tocou o pesco?§o dela, seu pr??prio cora?§??o bateu ao mesmo tempo que o dela e ele exalou. Gra?§as a Deus ela estava viva. Um momento de d?©j?  vu trouxe uma lembran?§a indesej??vel e ele rapidamente a afastou de repente, com medo. Sentindo os outros por perto, ele n??o perdeu tempo em lev??-la em seguran?§a. Ao segur??-la perto dele, Toya usou sua velocidade sobre-humana para tir??-los da escurid??o. ***** Kotaro segurou Yohji contra a parede de tijolos enquanto controlava sua sede de sangue. Continuar o seu castigo j?? n??o valia mais a pena, considerando que o menino j?? havia desmaiado novamente. Deixando ele cair no ch??o sem nenhuma gentileza, ele sentiu uma perturba?§??o na energia que o rodeava. Sua cabe?§a virou para o lado, seus olhos azuis gelo se estreitando. Kyou observava enquanto o lobo largou o menino de volta ao ch??o sem mat??-lo. Ele imediatamente reconheceu o humano como sendo o assediador de Kyoko. Mudando a opini??o de alguns momentos antes, seus l??bios se curvaram em um ligeiro rosnado. Se fosse ele segurando o menino pelo pesco?§o, o garoto n??o estaria inteiro at?© agora. Como se o tivesse percebido, o licantropo virou a cabe?§a e fixou seu olhar mortal sobre ele. Kyou podia sentir o imenso poder que emanava do lobo. Ele estava mostrando isso em advert??ncia. No passado, lobos e vampiros sempre se haviam evitado. Sem se preocupar um com o outro, eles escolheram se ignorar. Ambos tinham for?§as muito parecidas e nem se preocuparam com o dom?­nio de um sobre o outro. Eles apenas existiam juntos no mesmo mundo, mantendo-se reclusos e vivendo suas pr??prias vidas intermin??veis. Todos os instintos de Kotaro ganharam vida, vendo o vampiro de p?© ali nas sombras, observando-o. Ele n??o podia v??-lo com clareza suficiente para distinguir os tra?§os caracter?­sticos, mas seu instinto lhe disse que o sanguessuga era uma amea?§a. Ele ainda precisava libertar sua pr??pria sede de sangue e estalou os dedos pensando que talvez fosse um dos subjugados de Hyakuhei. Assim que decidiu se virar e atacar, a imagem ficou mais forte, depois vacilou e desapareceu. ??? Olhos dourados? ??? Kotaro ergueu-se em toda sua altura, percebendo que ele quase atacara Kyou. ??? O que ele est?? fazendo aqui? Droga! ??? Kotaro sibilou e saiu, temendo que Kyoko n??o estivesse onde ele a havia deixado. Ele tinha que chegar at?© ela r??pido. Havia sanguessugas esta noite e ela n??o seria uma das v?­timas deles. E com Kyou ao redor, n??o havia como dizer o qu??o perigosas as coisas poderiam ficar. Kyou reapareceu de frente para a mesma parede de tijolos onde ele tinha recostado a menina. Vendo que ela n??o estava mais l??, seus olhos sangraram carmim e um grunhido enraivecido atravessou o beco vazio, ecoando nas ruas circundantes. ***** Suki e Shinbe encontraram Kotaro na porta da boate. Agarrando Shinbe pelo ombro, Kotaro perguntou urgentemente. ??? Kyoko ainda est?? l?? dentro? ??? Seus sentidos sobrenaturais haviam entrado em pico e seus instintos lhe diziam que ela n??o estava perto. Suki avan?§ou para agarrar a camisa de Kotaro e confirmar suas suspeitas. ??? Um homem a levou cerca de dez minutos atr??s, voc?? tem que encontr??-la! ??? Seus olhos se encheram de l??grimas quando ela falou com ele. ??? N??o conseguimos encontr??-la em lugar nenhum! Sem estar pronto para soltar a Suki ainda, Shinbe pegou sua m??o, colocando-a no peito. Ele a envolveu em seus bra?§os como uma tira de a?§o. Olhando para Kotaro, ele acrescentou: ??? Alguma "coisa" acabou de lev??-la daqui. Shinbe olhou para a forma agora tr??mula de Suki e tentou acalm??-la. Ela nunca permitiu que ele fizesse o que ele queria sem discutir. ??? Vamos encontr??-la. Prometo. ??? Com a promessa feita, ele se virou para falar com Kotaro mais uma vez, mas o seguran?§a j?? havia desaparecido. ??? Aaa... aonde ?© que ele foi? ??? gaguejou Shinbe olhando ao redor, mas n??o encontrando nenhum vest?­gio do guarda de seguran?§a. Balan?§ando a cabe?§a, ele suspirou. J?? tinha visto muita coisa estranha por uma noite. Saindo de seu estado perdido e sem esperan?§a, Suki resmungou aborrecida. ??? Acho bom ele encontrar a Kyoko, sen??o vou fazer macarr??o de Kotaro pro jantar. ??? Arrastando Shinbe atr??s dela como se tivessem mudado de papel de repente, ela acrescentou: ??? Meu carro, agora, vamos! Shinbe olhou ao redor do estacionamento como se de repente lembrasse de algo importante. ??? Falando em carros... o do Toya sumiu. Cap?­tulo 6 Hyakuhei colocou o jovem que ele escolheu para se tornar um de seus filhos em um quarto escuro acima dos sons da boate. Tirando o cabelo castanho e macio de seus olhos fechados, ele ainda podia sentir cheiro da garota que emanava da pele do menino. - Tasuki - ele tinha ouvido os outros cham??-lo. - Bem, Tasuki, quando voc?? acordar, ter?? um presente muito precioso de mim: o dom da vida eterna. Ele deu um sorriso solid??rio, como se estivesse falando com uma crian?§a. - Mas ter?? que entender que sua vida ?© minha. Os olhos de Hyakuhei se tornaram vermelhos quando sentiu que um de seus filhos o chamava. Ele n??o gostava de ser perturbado enquanto aguardava um despertar, mas um dos seus favoritos havia chamado por ele. Sabendo que o subordinado nunca o chamaria, a menos que fosse importante, ele respondeu seu pedido. Olhando mais uma vez para o garoto que ele havia transformado, Hyakuhei tremeluziu e desapareceu, deixando Tasuki sozinho dentro dos limites do quarto trancado. ***** Yohji podia sentir as pontadas de dor for?§ando-o ?  consci??ncia. Nossa, tudo nele do?­a! Ele lembrou lentamente o que aconteceu e por que se sentia t??o mal agora. Ele tinha encontrado Kyoko e decidiu brincar com ela, quando este est??pido guarda de seguran?§a havia aparecido. Como algu?©m poderia ser t??o forte? Quando tentou lutar, n??o teve a m?­nima chance. Era como se ele tivesse tentado ir contra uma matilha de lobos famintos e agora estava sofrendo duramente pelo esfor?§o. Finalmente, ousando abrir os olhos, Yohji ficou surpreso ao encontrar um jovem garoto parado l??, observando-o. Ele parecia ter cerca de 12 anos e poderia ser considerado albino, se seus olhos n??o fossem t??o pretos e vazios. Atra?­do pelo cheiro de sangue fresco, Yuuhi apareceu ao lado do menino ferido. Observando-o de perto, ele ficou im??vel como uma est??tua, tocando-o brevemente com sua aura, antes de assentir uma vez. O menino tinha a m??cula do mal j?? dentro dele, mas havia um perfume de pureza que se apegava ?  sua energia negativa. Aqueles restos de energia pura pareciam estar vivos com um poder que n??o morreria. - Inesperado... Quando os olhos do menino machucado se abriram, Yuuhi sussurrou suavemente: -Pai, ele tocou a menina pura, a energia dela ainda persiste, atacando a dele. - As presas da crian?§a brilharam na escurid??o com um sorriso fingido. - Devemos ficar com ele? Os olhos de Yohji se estreitaram com as estranhas palavras do menino e, em seguida, olharam em volta para quem a crian?§a estava se dirigindo, apenas para ver um homem vestido de preto sair das sombras para a fraca luz do beco. Ele era alto e o poder emitido de sua forma era como se ele fosse uma divindade vingadora. Os olhos aterrorizados de Yohji se arregalaram, fixando-se nos olhos vermelhos cor de sangue e, desta vez, ele definitivamente viu presas. Ele pressionou seu corpo dolorido contra a parede. Ele nunca teria chance se ele tentasse correr no estado em que ele j?? estava. Hyakuhei olhou para o jovem que havia assediado a garota que ele agora considerava sua. Este menino tinha ousado toc??-la e agora pagaria por sua insol??ncia. Ele inalou e sentiu os restos do lobo que j?? tinha batido no menino gravemente e seus olhos de meia-noite entrecerraram-se em fendas. - Kotaro esteve aqui! Como ele se atreve a interferir nisto? Seria ele a raz??o pela qual a menina tinha desaparecido de repente sem deixar vest?­gios? ??? resmungou Hyakuhei ao pensar que o licantropo esteve t??o perto do Cristal do Cora?§??o Guardi??o e da garota mais uma vez. S?? porque a menina o escolheu n??o a fazia realmente pertencer a ele. Nunca havia sido a decis??o dela. Ser?? que ele n??o aprendeu a li?§??o no passado? Ele pensou que havia matado a vil criatura junto com Toya h?? anos por ousar ficar contra ele e tentar proteger a garota de sua posse. - N??o importa -, os pensamentos de Hyakuhei ficaram melanc??licos por um momento - voc?? j?? lan?§ou Toya e a sacerdotisa contra mim, Kotaro, e veja o que voc?? me fez fazer. Uma sombra de piedade cruzou seus olhos assombrados enquanto pensava no passado. Se Toya n??o tivesse tentado se tornar um guardi??o da sacerdotisa e afastar Kyou dele, Toya n??o estaria no mundo inferior agora, mas aqui, ao seu lado, junto com o belo Kyou. O ??nico culpado por encher Toya de mentiras equivocadas foi Kotaro. Kotaro tamb?©m foi o ??nico que havia avisado a sacerdotisa de sua verdadeira inten?§??o. Era estranho como o tempo poderia deformar at?© mesmo as mentiras que foram ditas. - Ent??o, Kotaro - sussurrou ele - voc?? a encontrou novamente. Ele foi trazido de volta ao presente pelo gemido que veio do menino agachado contra a parede. Ele precisaria de mais de um novo recruta para encontrar sua sacerdotisa desaparecida se Kotaro tamb?©m estivesse com ela. Hyakuhei a queria e a teria. Ele pretendia reivindic??-la com a ajuda deste imbecil que pensou em contamin??-la. A corrup?§??o de tal criatura servia para ele apenas. Ele tinha muitos planos para sua sacerdotisa, afinal, mil anos era muito tempo para formular novas formas de torturar algu?©m. Voltando para as sombras, seus olhos brilharam enquanto ele assentiu ligeiramente com Yuuhi. - Fa?§a com que doa bastante. Torture a carne dele, mas n??o o mate. - Ele queria que esse menino sofresse um pouco mais por suas a?§?µes para que ele entendesse nunca desafiar seu novo mestre e nunca mais tocar na garota. A cabe?§a de Yohji se voltou para a crian?§a e seus olhos se arregalaram de medo. O jovem estava sorrindo para ele, mas n??o era um bom sorriso, era mortal. Nos cantos de seus l??bios p??lidos, o menino tinha longas presas afiadas e seus olhos n??o eram mais pretos, mas um vermelho escuro. Aqueles olhos vazios eram um contraste estranho com a pele e os cabelos de alabastro. Ele parecia uma crian?§a, mas era um dem??nio disfar?§ado e Yohji estava aterrorizado. Ele observou com horror quando seus p?©s deixaram o ch??o e o menino se atirou nele, arrastando um grito aterrorizado de sua garganta j?? seca. Ele nunca soube o que o atingiu quando os dentes e as garras rasgavam sua carne, causando dor como nunca tinha imaginado. ***** Toya olhou para a menina deitada no assento do passageiro ao lado dele. - Droga, Kyoko, nunca mais me assuste desse jeito! - Ele sabia que ela n??o conseguia ouvi-lo, mas isso n??o impediu que ele desabafasse. - Sua bobinha, voc?? poderia morrido ou coisa pior! - Ele se virou para o pr?©dio onde ela morava. Mesmo que ainda tivesse com uma cara amarrada, ele a carregou como se ela fosse a gema mais preciosa da terra e a levou at?© as escadas. Encontrando a porta trancada, ele xingou, virando a ma?§aneta, esperando n??o causar muito dano ao ouvir o barulho da porta se quebrando e depois a abrindo. - Bem, ela precisava de uma tranca melhor mesmo, com um assassino ?  solta. - Toya usou essa desculpa, arquivando-a para quando ela acordasse e gritasse com ele por quebrar sua porta. - Pelo menos ainda est?? presa pelas dobradi?§as - resmungou ele ao entrar no apartamento mal iluminado. Permanecendo im??vel no meio da sala de estar, ele olhou para Kyoko e ergueu uma sobrancelha, enquanto ele inalava o ??lcool misturado com seu aroma natural. - Ah, vejo como voc?? ?©, Kyoko - sussurrou ele. - N??o ?© justo, nem me levou para beber com voc??. O que voc?? estava pensando? ***** Kyou lutou para manter sua compostura, o que parecia estar acontecendo muito esta noite. Incapaz de guardar tudo dentro de si, sua m??o em punho avan?§ou e atingiu a parede com tanta for?§a que peda?§os da alvenaria sa?­ram voando em todas as dire?§?µes. Ele deu um grunhido irritado e seus olhos coloriram de rosa enquanto ele cheirava o ar. Ningu?©m ficaria com o que lhe pertencia sem pagar por esta interfer??ncia. Ele imediatamente identificou o aroma de Kyoko misturado com outro que parecia estranhamente familiar e masculino. Kyou soltou um grunhido, afastando a sensa?§??o enquanto levitava do beco e seguia o aroma que se tornara imerso em seu pr??prio ser. Sua figura solit??ria desapareceu nas sombras enquanto ca?§ava por sua presa. Ele a encontraria e a tiraria das m??os do ladr??o que a roubara. Os m??sculos do maxilar de Kyou se tensionaram com raiva. Como ela se atreveu a falar o nome de seu irm??o para confundi-lo. Como se ela o conhecesse? De alguma forma, a mulher-filha tinha lan?§ado um feiti?§o sobre ele, ele tinha certeza disso. Ele podia sentir na ponta de seus dedos a presen?§a dela e sentiu o desejo de tocar a pele dela mais uma vez. Ele precisava saber como que ela era t??o pura e qual era a luz que emanava de seu corpo. - Foi isso o que Toya estava procurando? Se foi, ent??o esta garota ?© culpada pela morte de Toya? O que isso significa? - Ele desejava respostas. Essa luz o atraiu como uma mariposa para a luz e agora, ele descobriu, n??o podia apenas deix??-la ir. Era como se ela o tivesse chamado inconscientemente e ele n??o tivesse escolha sen??o responder. Kyou rosnou baixo enquanto seus olhos brilhavam com sangue. Esta menina era perigosa. Ele n??o era do tipo que precisa ou quer alguma coisa, n??o durante s?©culos. Ele existia apenas para vingar-se. Ele teria que lidar com ela com cuidado. Ele n??o confiava em si mesmo em torno dela. De alguma forma, ela o capturou e o que o irritava imensamente era que esta menina tinha, de alguma forma, o tornado fraco. ***** Murmurando algo sobre reuni?µes de alco??latras an??nimos, Toya levou Kyoko para o quarto dela e gentilmente colocou-a na cama. Voltando rapidamente para a porta da frente, ele a trancou usando o trinco, j?? que ele quebrou a fechadura normal. - Ainda bem que ela s?? tinha trancado a ma?§aneta - ele encolheu os ombros e olhou em volta para a solid??o do apartamento. Era muito diferente do rugido ensurdecedor que estava na boate. Estava quase calmo. Tirando os sapatos, ele suspirou: - Que noite. - Ele deixou seus ombros relaxar pela primeira vez o dia todo enquanto caminhava silenciosamente para onde sua Kyoko estava deitada. O luar flu?­a na janela, lan?§ando um brilho et?©reo sobre seu corpo. O rosto de Toya se suavizou ao olhar o rosto dela. Seu corpo magro pousava na cama com as m??os meio relaxadas em cada lado da cabe?§a. Parecia um anjo, t??o em paz e t??o inconsciente do perigo que passou. A m??o de Toya se apertou ao pensar nisto. Ele teve vontade de sacudi-la e acord??-la para lhe dar alguns bons conselhos, mas ele n??o faria isso. Um franzir marcou o rosto de Toya, enquanto pensava em como ela foi parar naquele beco, sozinha, desmaiada, mas ilesa. Sem querer olhar um cavalo dado nos dentes, ele decidiu agradecer aos guardi?µes que cuidavam dela, quem quer que fossem. Pelo resto da noite, Kyoko estaria segura com ele. Isso era tudo o que importava. Um brilho travesso cintilou em seus olhos quando ele tirou os sapatos dela e puxou as cobertas sobre a sua forma adormecida. Ela provavelmente o matar?? amanh??, mas ... Toya engatinhou na cama e puxou o corpo dela contra o dele. Normalmente, pensamentos ligeiramente sujos preenchiam sua mente como muitas vezes acontecia quando ele estava em casa sozinho. No entanto, por algum motivo, esses pensamentos pareciam errados no momento. Havia algo sobre ficar aqui com ela, que parecia ... inocente? Ele balan?§ou ligeiramente a cabe?§a e se aconchegou perto dela. Segurando-a firmemente, ele agradeceu a qualquer deus que estivesse no c?©u por ela estar s?? e salva, e no lugar a que ela pertencia. T??-la em seus bra?§os parecia t??o certo que ele decidiu saborear o momento. De manh??, isso poderia ser fatal, mas se ele morresse, pelo menos morreria feliz. Kyoko suspirou em contentamento, aconchegando-se mais perto do calor protetor que cercava seu corpo. Um sorriso suave enfeitou os l??bios de Toya enquanto ele gentilmente beijou a testa dela e acabou caindo no sono tamb?©m. ***** O corpo de Kyou levitou at?© a janela, onde ele sentia o aroma dela ficar mais forte. Os orbes de ouro fundido se abriram com o choque da cena que se desenrolava bem diante de seus olhos. L??, no quarto onde Kyoko estava deitada, entrou um jovem com olhos dourados e longos cabelos da meia-noite repletos de mexas prateadas que combinavam com os de Kyou. Ele sentiu como se o ar tivesse sido roubado de seus pulm?µes enquanto a imagem espelhada de seu irm??o assassinado estava ao lado da cama, olhando para a garota adormecida que ele vira para sequestrar. Sua m??scara gelada desapareceu completamente ?  vista desse menino que se parecia com seu amado irm??o. - Como isso ?© poss?­vel? - Lembrar a primeira palavra que ela falara com ele fez seu peito doer. Ela o chamou de Toya por engano e agora, aqui em seu quarto, estava a imagem de Toya? Kyou tentou captar um perfume, tentando provar o que seus olhos lhe diziam, mas sua mente n??o conseguia compreender. O cheiro de seu irm??o estava ligeiramente misturado com o cheiro desse menino, mas antes que ele pudesse contemplar mais sobre isso, o menino engatinhou para a cama e passou seus bra?§os possessivamente em torno dela. Um tiro de ci??me disparou pelo corpo inteiro de Kyou enquanto a garota se aconchegava no abra?§o do jovem. Um grunhido de advert??ncia vibrou dentro de seu peito quando seus olhos brilharam vermelho brevemente. Irm??o ou n??o, ele n??o permitiria isso. Ele tentou alcan?§ar a janela ao mesmo tempo em que uma cascata de brilho a cobriu, fazendo com que ele recolhesse a m??o. Ao ver o p?? de arco-?­ris se instalar no peitoril da janela como se fosse para proteg??-la, ele rosnou novamente. A menina parecia estar cercada por tudo o que era sobrenatural e o imortal estava com os nervos ?  flor da pele. Seus olhos se estreitaram ao se perguntar se era apenas um feiti?§o de um mago que lhe permitia ver seu irm??o. Ser?? que ela tinha lan?§ado o feiti?§o sobre ele quando ela sussurrou o nome de seu irm??o morto? Sua aten?§??o se afastou da janela para olhar para o ch??o abaixo dele. O lobo estava chegando. Ele enviou mais um olhar assassino ao quarto antes de levitar rapidamente para o telhado. Toya tinha acabado de adormecer quando ouviu um grunhido animalesco que parecia estar vindo da janela de Kyoko. - Isto n??o est?? certo. Ela est?? no segundo andar. - Os olhos de Toya se abriram ao ouvir o som novamente. Levantando a cabe?§a levemente para n??o perturbar Kyoko, ele olhou para a janela de onde o som estava vindo. Todo instinto em seu corpo lhe dizia que algu?©m ou alguma coisa estava l??, observando-os. Seu olhar se fechou na sombra do que parecia ser um homem. Parecia que ele estava de p?© na janela, mas no segundo andar? Um contorno de prata ondulava em torno de sua forma e o fazia parecer quase fantasmag??rico. Toya tinha visto essa apari?§??o antes, em pesadelos. Olhos dourados de sol estavam concentrados no ch??o, mas Toya podia v??-los reluzir vermelhos por apenas um momento e ele poderia jurar que ele tamb?©m viu o brilho das presas. A imagem tremeluzia ?  medida que flocos met??licos de p?? multicolor choveram na janela como se estivessem bloqueando a vista. Toya sacudiu a cabe?§a e piscou rapidamente antes de olhar para a janela mais uma vez, apenas para encontr??-la agora vazia. ??? Que merda foi essa? Sentindo-se mais do que um pouco enervado, ele saiu da cama e foi at?© a janela. Olhando para fora, ele foi saudado com apenas sombras e escurid??o. Inalando profundamente, ele franziu a testa percebendo um perfume incomum persistente que ele n??o reconhecia. Um grunhido irritado escapou de seus l??bios enquanto tentava identific??-lo. Decidindo que talvez fosse apenas a sua imagina?§??o exagerando devido aos eventos daquela noite, ele verificou uma vez mais para ter certeza de que n??o era nada. Temporariamente satisfeito de que era mesmo desvanecimento, ele se arrastou de volta para a cama com Kyoko, mantendo um olho aberto por um tempo, s?? para garantir. ***** Kotaro ficou embaixo da janela de Kyoko sentindo a presen?§a do vampiro que ele encontrou no beco ao lado da boate. Embora ele n??o tenha dado uma boa olhada no andarilho noturno, ele tinha certeza de que era Kyou. Ele podia sentir o poder frio e silencioso de Kyou e era algo que ele n??o queria que estivesse em nenhum lugar perto de Kyoko. Kyou era um enigma e n??o podia ser confi??vel. Com um grunhido, sua velocidade inigual??vel levou-o ao segundo andar, do lado de fora da porta de Kyoko, em um piscar de olhos. Olhando, ele se acalmou um pouco quando sentiu o perfume de Kyoko, forte e recente. Ele confirmou "sem sanguessugas dentro de casa", mas um grunhido irritado escapou de seus l??bios quando captou o aroma de Toya, t??o fresco quanto o de Kyoko. Toya tamb?©m entrou no apartamento, mas n??o voltou. Colocando a m??o na ma?§aneta da porta, Kotaro virou-a e descobriu que estava quebrada. Quebrada, mas aparafusada. - Mas que... rosnou ele com raiva da evid??ncia de que a porta fora for?§ada. Kotaro segurou sua m??o em sua frente, observando enquanto as garras se estendiam e diminu?­am nas pontas. N??o existia fechadura que ele n??o pudesse abrir e a fechadura de Kyoko n??o era nada adequada. Kotaro sorriu arrogantemente enquanto colocava sua garra na fechadura. Mexendo ligeiramente, ele ouviu um clique satisfat??rio. Com o sigilo de uma sombra, ele entrou no apartamento, fechando a porta suavemente. Ouvindo nada al?©m de sil??ncio, seguiu o caminho que o aroma de Kyoko tinha deixado para ele. Um momento depois, ele encontrou-se de p?© na porta do quarto. Seus olhos azuis e abrasadores, afiados como uma l??mina, concentraram-se na sensa?§??o desconfort??vel que atravessou seu corpo. N??o sabendo o que acharia do outro lado, ele lentamente abriu a porta. ***** Kamui decidiu ficar invis?­vel enquanto via Kotaro entrar no apartamento de Kyoko. N??o era como se estivesse se escondendo de seu amigo, n??o, n??o era isso de jeito nenhum. Mas sabendo quem estava na cama de Kyoko no momento, bem ... ele achou melhor ficar invis?­vel em vez de se tornar um alvo se a casa ca?­sse. Ele tinha feito o que podia para manter Kyoko segura durante toda a noite, mas no que tangia Toya, o guardi??o de prata estava sozinho nessa. Kamui silenciosamente se contorceu quando Kotaro abriu a porta do quarto. A vis??o que cumprimentou Kotaro era quase mais do que ele podia compreender. Deitado na cama estava aquele c??o imundo, Toya! Segurando-a como se ela pertencesse a ele e a ningu?©m mais. Seus bra?§os estavam bem envoltos no corpo inconsciente dela e um sorrisinho satisfeito enfeitava seus l??bios. Um grunhido escapou de Kotaro enquanto avan?§ava sobre o casal perdido em seus pr??prios sonhos. - Seu ladr??o sem vergonha! - Os pensamentos de Kotaro rugiram em sua mente e seus olhos come?§aram a sangrar com raiva. Quase perdendo controle, ele agarrou e jogou seu rival para fora do quarto sem acordar Kyoko. Toya n??o sabia o que pensar quando foi arrancado da cama pela gola de sua camisa e literalmente jogado para fora do quarto para aterrissar bem na sala de estar. Antes mesmo de ter tempo de recuperar seus sentidos adormecidos, Toya foi mais uma vez apanhado pelo pesco?§o. Desta vez, ele sabia quem ele estava enfrentando. Olhos dourados furiosos se fixaram nos azuis gelados enquanto seu corpo era rebocado quase sem esfor?§o no ar. Ainda invis?­vel, Kamui correu do sof?? enquanto observava Toya pairar sobre ele. Ele agora se instalou na bancada da cozinha para assistir a divers??o. Olhando para a porta de Kyoko, ele acenou com uma m??o naquela dire?§??o, colocando um escudo l?? para evitar que o ru?­do a acordasse. Ele voltou sua aten?§??o para seus dois amigos que estavam prontos para arrancar a cabe?§a um do outro. - Assim como nos velhos tempos - Kamui sorriu secretamente desejando que houvesse uma pipoca para o show. - Tudo o que preciso agora ?© uma tabela de apostas e dinheiro. - silenciosamente arqueou uma sobrancelha, perguntando-se sobre em qual deles apostaria. Kotaro resmungou, tentando evitar que a sede de sangue entrasse em seus penetrantes olhos azuis de cobalto. - O que diabos voc?? achou que estava fazendo na cama de Kyoko? - Sua voz tinha uma pitada de morte como se a resposta de Toya decidisse se ele mais tarde seria encontrado vivo ou n??o. Os modos de Kotaro prometiam retribui?§??o se a resposta provasse ser uma que ele n??o achasse aceit??vel. - Droga, seu imbecil. Me larga! - Toya agarrou os dedos apertados em torno de seu pesco?§o com uma m??o, e com a outra ele atacou com um golpe que deveria ter abalado o cr??nio de Kotaro. Êîíåö îçíàêîìèòåëüíîãî ôðàãìåíòà. Òåêñò ïðåäîñòàâëåí ÎÎÎ «ËèòÐåñ». Ïðî÷èòàéòå ýòó êíèãó öåëèêîì, êóïèâ ïîëíóþ ëåãàëüíóþ âåðñèþ (https://www.litres.ru/pages/biblio_book/?art=40851341&lfrom=688855901) íà ËèòÐåñ. Áåçîïàñíî îïëàòèòü êíèãó ìîæíî áàíêîâñêîé êàðòîé Visa, MasterCard, Maestro, ñî ñ÷åòà ìîáèëüíîãî òåëåôîíà, ñ ïëàòåæíîãî òåðìèíàëà, â ñàëîíå ÌÒÑ èëè Ñâÿçíîé, ÷åðåç PayPal, WebMoney, ßíäåêñ.Äåíüãè, QIWI Êîøåëåê, áîíóñíûìè êàðòàìè èëè äðóãèì óäîáíûì Âàì ñïîñîáîì.
Íàø ëèòåðàòóðíûé æóðíàë Ëó÷øåå ìåñòî äëÿ ðàçìåùåíèÿ ñâîèõ ïðîèçâåäåíèé ìîëîäûìè àâòîðàìè, ïîýòàìè; äëÿ ðåàëèçàöèè ñâîèõ òâîð÷åñêèõ èäåé è äëÿ òîãî, ÷òîáû âàøè ïðîèçâåäåíèÿ ñòàëè ïîïóëÿðíûìè è ÷èòàåìûìè. Åñëè âû, íåèçâåñòíûé ñîâðåìåííûé ïîýò èëè çàèíòåðåñîâàííûé ÷èòàòåëü - Âàñ æä¸ò íàø ëèòåðàòóðíûé æóðíàë.